A G.nese do Ensino Secund.rio em Uberabinha20... · 1925 A Mariposa 35 1926 A Farpa 01 1926...

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1 A Gênese do Ensino Secundário em Uberabinha (1920-1930). Sandra Ferreira de Oliveira 1 Universidade Federal de Uberlândia Introdução/Justificativa Este artigo é resultado de uma pesquisa por nós desenvolvida, vinculado ao projeto intitulado“Organização do Ensino Público e Representações de Educação e Civilização em Minas Gerais: Uberabinha, l888-1930 – Análise Documental e Interpretação’, ligado ao NEPHE (Núcleo de História e Historiografia da Educação), do qual participei como bolsista de IC (iniciação cientifica), tendo como órgão de fomento o CNPq(Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológico). Neste projeto, fixamo-nos principalmente no estudo de fontes primárias, exclusivamente a imprensa através dos jornais da época. Através de outras pesquisas já feitas, os estudos dos dados da imprensa mostraram-se fecundos e, ao mesmo tempo, indicaram a necessidade do cruzamento com outras fontes, para que se possa alargar mais o campo de visão sobre Educação em Uberabinha e região. Sendo assim, a nossa preocupação passou a ser de identificar a gênese e a trajetória do ensino secundário no período de 1920 a 1930, Pretendemos nos aprofundar nesta problemática local sem, porém perder de vista a perspectiva regional e nacional utilizando o jornal enquanto fonte complementar para o estudo da Historia da Educação, na região do Triangulo Mineiro, tomando como referência o município de Uberabinha (hoje Uberlândia) a partir do exame de literaturas condizentes e análise de alguns documentos e imprensa local. Julgamos poder recuperar, analisar e interpretar o percurso da História da Educação Secundária em Uberabinha, MG, no período de 1920 a1930. A Imprensa como fonte de estudos históricos A história da educação tem sofrido várias alterações no sentido de repensar a forma, as teorias e as linhas de pesquisa na área. Isto tem promovido um retorno as fontes, no sentido de se dimensionar concretamente o processo, evitando as reformulações calcadas apenas em discussões teóricas. As fontes e a teoria necessitam ser repensadas conjuntamente para que a elucidação da realidade educacional tome contornos significativos e possa contribuir para a compreensão da realidade brasileira como um todo. É neste sentido que pretendemos usar como fonte a imprensa como documento educacional, bem como um auxiliar na recuperação de uma série de nuances do campo educacional brasileiro. 1 FACED- Universidade Federal de Uberlândia.Graduado curso Pedagogia.Bolsista CNPq,email- [email protected]

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A Gênese do Ensino Secundário em Uberabinha (1920-1930).

Sandra Ferreira de Oliveira1

Universidade Federal de Uberlândia Introdução/Justificativa Este artigo é resultado de uma pesquisa por nós desenvolvida, vinculado ao projeto intitulado“Organização do Ensino Público e Representações de Educação e Civilização em Minas Gerais: Uberabinha, l888-1930 – Análise Documental e Interpretação’, ligado ao NEPHE (Núcleo de História e Historiografia da Educação), do qual participei como bolsista de IC (iniciação cientifica), tendo como órgão de fomento o CNPq(Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológico). Neste projeto, fixamo-nos principalmente no estudo de fontes primárias, exclusivamente a imprensa através dos jornais da época. Através de outras pesquisas já feitas, os estudos dos dados da imprensa mostraram-se fecundos e, ao mesmo tempo, indicaram a necessidade do cruzamento com outras fontes, para que se possa alargar mais o campo de visão sobre Educação em Uberabinha e região.

Sendo assim, a nossa preocupação passou a ser de identificar a gênese e a trajetória do ensino secundário no período de 1920 a 1930, Pretendemos nos aprofundar nesta problemática local sem, porém perder de vista a perspectiva regional e nacional utilizando o jornal enquanto fonte complementar para o estudo da Historia da Educação, na região do Triangulo Mineiro, tomando como referência o município de Uberabinha (hoje Uberlândia) a partir do exame de literaturas condizentes e análise de alguns documentos e imprensa local. Julgamos poder recuperar, analisar e interpretar o percurso da História da Educação Secundária em Uberabinha, MG, no período de 1920 a1930. A Imprensa como fonte de estudos históricos A história da educação tem sofrido várias alterações no sentido de repensar a forma, as teorias e as linhas de pesquisa na área. Isto tem promovido um retorno as fontes, no sentido de se dimensionar concretamente o processo, evitando as reformulações calcadas apenas em discussões teóricas. As fontes e a teoria necessitam ser repensadas conjuntamente para que a elucidação da realidade educacional tome contornos significativos e possa contribuir para a compreensão da realidade brasileira como um todo. É neste sentido que pretendemos usar como fonte a imprensa como documento educacional, bem como um auxiliar na recuperação de uma série de nuances do campo educacional brasileiro.

1 FACED- Universidade Federal de Uberlândia.Graduado curso Pedagogia.Bolsista CNPq,[email protected]

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Os estudos sobre a imprensa brasileira assumiram durante mais de meio século um caráter preponderantemente histórico-jurídico. No entanto, este panorama vem experimentando algumas transformações nos últimos vinte anos, com o aparecimento de estudos setoriais sobre a imprensa contemporânea divulgados nas revistas especializadas e etc. Neste sentido, a imprensa periódica vem sendo (re)visitada por pesquisadores pelo fato de, na maioria das vezes, estar diante de reflexões muito próximas dos acontecimentos. A análise da imprensa permite o contato com os discursos situados tanto no âmbito macro do sistema, como na esfera micro das experiências humanas. Por meio da imprensa, a regulação coletiva se faz permanente, pois seus organizadores e produtores procuram equilibrar o que ela quer veicular para o leitor conhecer, atendendo, ao mesmo tempo, os interesses e as expectativas do consumidor. Nessa perspectiva, a imprensa cria um espaço público através de seu discurso social e simbólico, agindo como mediador cultural e ideológico privilegiado entre o público e o privado, fixa sentidos, organiza relações e disciplina conflitos. A imprensa tem se revelado uma fonte ímpar, pois sua peculiaridade é estar desvendando o movimento da história. Procuramos então, revelar as circunstâncias em Uberabinha que teceram localmente a concepção do ensino secundário. È importante ressaltar que o jornal é um elemento fundamental para se capturar as representações de uma época pois,

A imprensa constitui um instrumento de manipulação de interesses e intervenção na vida social. Partindo deste pressuposto, o historiador procura estuda-lo como agente da história e captar o movimento vivo das idéias e personagens que circulam pelas páginas dos jornais. A categoria abstrata imprensa se desmistifica quando se faz emergir a figura de seus produtores como sujeitos dotados de consciência determinada na prática social.(Capelato,1994,p.21).

Nesse sentido, reconhecemos que devemos estar atentos a manipulações que carregam, sabendo também que os mesmos possuem limitações, principalmente as derivadas do fato de que a leitura e a escrita sempre pertenceram a uma minoria privilegiada. Neste período, a atividade jornalística em Uberabinha adquiriu grande importância, pois o município diante de uma emergente industrialização, ainda que escassa, alcançou um estágio de crescimento essencial ao seu progresso. Sobre o significado da imprensa nesta época, este artigo do jornal Triangulo Mineiro (1926), nos diz,

O anceio de todo o nosso povo é para que uma calma dignificante venha substituir a efervescência dessas competições políticas de Uberabinha, para que se possa gosar o socego espiritual necessário á nossa evolução dentro da ordem.

É preciso, pois, que entremos desde logo na prática de uma política elevada caracterisada pelo mutuo respeito aos bons políticos Uberabinhense, merecedores de justiça ás suas virtudes pessoaes, os quaes devem receber de quem saiba avaliar o verdadeiro valor de cada um, o acatamento exigido pelo reconhecimento a essas qualidades características de bom cidadão.

È preciso que se faça justiça aos méritos alheios, sejam os seus possuidores nossos amigos ou inimigos políticos. O facto de uma pessoa nos ser adversa em matéria de política, jamais deveria constituir motivo de depreciação, de zombaria e tambem de desrespeito como infelizmente entre nós vem acontecendo.

Á imprensa cabe o dever altamente patriótico de zelar desveladamente no sentido de se evitarem attrictos funestos entre pessoas antagônicas, pregando uma política de princípios,

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combatendo a politicagem das intrigas pessoaes, o achincalhamento que rebaixa o similhante e a própria sociedade, arena das lutas partidárias. O jornalista que incita o ódio, a vingança, a desordem, o esphacelamento das relações familiares, á custa de bem forjadas intrigas, de futricas assasinas, merece bem o desprezo publico para ser condemnado ao ostracismo como justa recompensa á sua malvadez.

E o nosso povo que assuma corajosamente a firme attitude de cauteloso e justo observador para que possa fazer justiça a quem se mostrar merecedor della.

Precisamos combater os falsos amigos desta futurosa terra, afugentando daqui, com um desprezo á altura da nossa dignidade, esses elementos perturbadores da harmonia que deveria continuar reinante nesta cidade, para felicidade de todos.

Aos homens de responsabilidade compete emprehender a selecção de bons elementos prestigiando-os em detrimento desses aventureiros que, valendo-se de processos mesquinhos, procuram implantar no seio da nossa sociedade cizânia, acirrando ódios, despertando antipathias, em nefanda peleja de tudo salpicarem com a baba peçonhenta que lhes é arma para qualquer fim.

Evitemos a todo o transe que os intrigantes colham proveito da nossa indisposição de uns para com os outros.

Sejamos amigos da paz necessária á nossa evolução.

Defenda cada qual o seu ideal político sem a pratica das injustiças aos méritos dos adversários, abandonando para sempre a paixão cega que sempre conduz ás desavenças pessoaes.

Sejamos que (importa) divididos na arena política, mas sempre unidos na luta pelo progresso de Uberabinha.

Reconhecemos os bons atributos do adversário e combatamos os seus erros com respeito e dignidade que nos elevem no seu conceito, do contrário teremos de contribuir para a nossa própria desmoralisação. Defendemos os nossos ideaes dentro da paz, da ordem e da lei.(O papel da Imprensa, Triangulo Mineiro, Uberabinha, 1926, n.4, p.1).

Conforme demonstrado neste artigo, a imprensa tem se tornado uma formadora de consciência,influenciando pessoas e grupos, pois tem um papel fundamental na formação de opiniões, expressando os projetos político-ideológicos da elite para o país. Procurando sedimentar tais idéias dentro da sociedade, transformando seus interesses em interesses gerais, criando uma ideologia própria e neste intento acabam utilizando os mais diversos meios para isso, dos diretos aos indiretos.Neste sentido podemos então em consonância com Capelato (1994) que “a imprensa registra, comenta e participa da história. Através dela se trava uma constante batalha pela conquista dos corações e mentes.”

Nota-se então, que a cidade de Uberabinha contribuiu com o desenvolvimento da imprensa, desde os primeiros anos do século XX, com um grande número de jornais que circularam semanal, quinzenal ou mensalmente.

A seguir, no quadro abaixo está relacionados os jornais que apareceram no período de 1918 a 1930, data limite de nossa pesquisa e a quantidade de exemplares encontrados. QUADRO 1 Ano Jornal Quant..

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1918/19 A Notícia 45 1919 A Escola 01 1919/42 A Tribuna 1641 1920 A Chispa 01 1920 O Aerolitho 01 1920 O Lampeão 02 1920 O Corisco 06 1920 O Garotinho 01 1920 O Lápis 01 1920 O Rabixo 01 1920 O relâmpago 01 1920 O Sabre 01 1920/21 A letra 7 04 1921 A Esperança 01 1922/23 Sertão

Judiciário 04

1923 A Espora 01 1923 O Reflexo 01 1923/24 O Alarme 02 1924/25 A Reação 27 1925 A Mariposa 35 1926 A Farpa 01 1926 Triangulo

Mineiro 29

1927 A Garra 02 1927 O Ideal 01 1928 O Município 01 1929 A Folha

Municipal 02

1930 Diário da Revolução

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Fonte: Arquivo Público Municipal de Uberlândia. . Estes jornais foram pesquisados no Arquivo Público Municipal de Uberlândia, suas matérias foram escolhidas para comporem este estudo, juntamentecom leituras de bibliografias concernentes ao tema: Araújo (2002), Wirth (1982), Teixeira Tito (1970), Melo (1994), Carvalho (2004) e Nagle (1974). Ressaltamos que a imprensa constitui-se num importante espaço de observação das relações sociais através de detalhes ocorridos no espaço educacional, registrados nos jornais é que compreendemos como essas relações foram estabelecidas dentro da sociedade, nos possibilitando observar o desenvolvimento dos processos históricos. Um olhar sobre Uberlândia-MG

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Para compreendermos a educação do município no período delimitado é necessário enquadrá-lo no ambiente em que se desenvolveu; dessa forma, primeiro vamos apresentar a cidade em foco. O município de Uberabinha tem sua localização geográfica no Triângulo Mineiro, região do estado de Minas Gerais. Destacou-se de outras cidades circunvizinhas através de construções de estradas e escolas, o que veio favorecer o seu crescente desenvolvimento. Nas palavras de Capri (1916).

[...] surge a cidade em uma elevação entre o rio Uberabinha, córrego São Pedro e Itajubá pela parte do oeste, sul e norte, respectivamente, pela parte leste, chega a linha férrea. Quem vem de São Paulo pela mogyanna, avista-a de uma légua de distancia, muito branca e sorridente, lá em baixo, sobresahindo pela sua altura, as torres da matriz. Dirse-ia uma noiva esperando o seu promettido companheiro, que neste caso será o progresso (Capri, 1916, p.21-22).

Uberlândia, que nasceu no “Sertão da Farinha Podre”, inicia sua historia urbana quando o governo da Província por lei n.3.643 de 31 de agosto de 1888 elevou a antiga Vila de São Pedro de Uberabinha à categoria de cidade e sede da comarca de primeira estância, o que lhe garantia a autonomia judiciária. Assim, o município de São Pedro de Uberabinha foi criado legalmente em 1888; até então era a vila São Pedro de Uberabinha e subordinado ao município de Uberaba.O novo nome lhe foi dado em homenagem aos dois rios que cortavam a cidade, o Rio Uberabinha e o Ribeirão São Pedro. Tempos depois em 1929, por determinação da Lei número 1.128, o município passou a se chamar Uberlândia, Uber- que vem do latim com significação de fértil e Land- de origem germânica, cujo significado é terra, nome que significa “terra fértil”. Uberlândia, uma cidade como tantas outras no Brasil do século XIX, teve como pressuposto básico de sua história a ordem e o progresso. A modernidade é parte constitutiva desse intento e significa, estar aberta a todas as conquistas que pudessem trazer benefícios a sociedade, evidenciadas neste trecho de um artigo;

Lancemos um olhar despretencioso sobre a vida activa e laboriosa desta ordeira e pacata cidade: O que vimos? O progresso em todas as ramificações da actividade humana manifestar se em toda á sua iniciativa, sempre com tedencias, com intnitos com perspectiva as mais risonhas e esperançosas para esta rica e florescente zona...Façamos um retrospecto, do movimento economico, financeiro e commercial desta cidade mineira, equiparando a monotomia, a inacção de ha 3 anos atraz com a vida activa, como progresso da sua lavoura, das suas industrias e do seu commercio, verdadeiro orgulho desta zona; pela honestidade de seus habitantes, do criterio, seriedade desta classe commercial, que faz jus ao conceito e consideração do publico.

Uberabinhenses! Nós, como filho intruso desta terra, não obstante, alimentamos e nutrimos amor por ella...! Desejamos o seu progresso. O seu engrandecimento; nella, nasceram e crescem vergon eas do nosso Ser, e que são o verdadeiro estimulo do nosso trabalho, do nosso amor e da nossa dedicação em prol do bem estar commum desta terra.

Trabalhemos cada um deper si, para o engrandecimento desta cidade, tão ingratamente esquecida pelos poderes publicos! Chamemos para o nosso meio, tudo quanto possa ser util e proveitoso e, vamos com a nossa palavra, com a nossa colaboração digna e desenteressada,

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trabalhar com ofinco para o progresso desta terra cumprindo assim um dever civico social e patriotico que redundará em nosso proveitoso e bem estar commum de todos os seus habitantes. (Justus, O Progresso de Uberabinha, A Nova Era,Uberabinha, 1907, p.1).

Uberabinha continuou em crescente progresso, constatado neste trecho:

Uberabinha cresce olhos vistos e cada vez mais se affirma uma cedade merecedora da böa fama de que gosa olhares. As construções continuam surgindo por todos os cantos e um sopro de intensa vaidade imprime à nossa cedade agradavel aspecto dos centros palpitantes de animação. As industrias vão tomando seguro incremento de molde a trazerem-nos a convicção animadora de que em breve dias Uberabinha atingirá proeminencial tal entre as suas coirmãs que se destacam de todas pelo seu progresso.

A nossa gente é ordeira, pacata e böa. Gente trabalhadora e simples, forte,porque o nosso clima é excelente, alegre porque a saude e o bem estar desde logo se patenteam à observação de quem quer que seja. Assim, amparada por uma politica de realisações fecundas e felizes, tendo por base a operosidade, a honradez e a justiça. Sob a egide da lei exercitada por autoridades conscias dos deveres, Uberabinha não poderia ser de outra forma alem do que de facto é: Uma excellente cidade.(Uberabinha seu progresso e sua gente, politica. Triangulo Mineiro,Uberabinha,1926, p.2).

Conforme demonstrado neste artigo evidencia-se que Uberabinha estava em pleno desenvolvimento econômico, comercial, educacional e populacional.

A sociedade de Uberabinha sofreu mudanças no seu desenvolvimento educacional instituído nos princípios republicanos, que por meio de agentes públicos e privados promoveram a defesa da educação como coluna para a concretização do processo de modernização social.

Breve contexto histórico educacional Para que se possa entender o ensino secundário no Brasil, é necessária uma retomada histórica para que possamos contextualizar o processo educacional que veio se desenvolvendo ao longo deste período. No que se refere à educação, durante os primeiros séculos da colonização portuguesa no Brasil o ensino havia ficado ao cargo dos padres da Companhia de Jesus que segundo Romanelli (1980). Os seus objetivos práticos foram o recrutamento de fieis e servidores da fé católica, tornando-se portanto uma educação de elite para a obtenção de status, com a grande exclusão do povo. No entanto a prática jesuítica encerrou-se no Brasil em 1759, quando o Marquês de Pombal resolve expulsar todos os padres da Companhia de Portugal e de suas colônias; em conseqüência deste ato o ensino passou a se basear nas aulas régias ou aulas avulsas, a partir de 1772.O estado assumiu os encargos da educação demolindo toda a estrutura educacional dos jesuítas. Em 1822 é declarada a independência do Brasil, conferindo-lhe a autonomia política. Podemos dizer que a independência e o período imperial tornaram-se um marco para a história da educação brasileira, pois é nesta fase que se dão os primeiros ensaios, visando à futura formação de um sistema de ensino.

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No entanto é notório que no Império não existiam, em princípio, nem cursos primário, nem secundário. Neste sentido, a República herdou o Império, juntamente com seus planos irrealizados e suas pretensões, cabendo a ela uma ampla tarefa a desempenhar no campo da educação pública.

Resumindo, podemos dizer que em nível nacional, com a abolição, a queda do império e a proclamação da república, entram em período de mudanças sociais, que a educação teria de acompanhar. O modesto equilíbrio do período monárquico, obtido em grande parte à custa da lentidão de nossos progressos e do número reduzido de escolas com que se procurava manter a imobilidade sócia,l rompe-se afinal, e inicia-se certa expansão do sistema escolar pelo incentivo à escola privada e pela gradual expansão da escola pública. Na fase antecedente aos anos 1930, verificou-se um crescimento da demanda social por escola, acompanhado de uma intensa mobilização das elites intelectuais em torno das reforma e da expansão do sistema educacional. Entendemos então, neste crescimento o embrião da idéia liberal no interesse da elite e da intelectualidade pela educação. Nesta direção, ao analisarmos o pensamento liberal republicano marcado pela idéia de que educação competia à sociedade e ao indivíduo, e não ao Estado, reduz-se a função pública no campo da cultura a regular e a promover a atividade privada, reforçando-se assim a tradição, nascida ao tempo do império dos colégios e das escolas particulares. Estas passariam a ser autorizadas pelo governo e a gozar de regalias, tendo graus conferidos à sanção pública. Os anos 1930 vão demarcar nitidamente um processo de mudanças estruturais na ordem política, econômica e social do Brasil, pois os grupos que promoveram a destituição do presidente Washington Luiz e apoiaram Vargas, a partir do momento que se convencionou chamar de revolução de 1930, fizeram a opção pelo modelo de desenvolvimento fundamentado na industrialização em larga escala. O ensino secundário na Primeira Republica Sob a influência de correntes políticas apoiadas no positivismo e nos ideais iluministas, em 1889 é proclamada a República no Brasil, que termina enfim com a fase imperial. Nesta, tivemos tímidas tentativas de reformas no ensino, e foi a partir da República que se iniciou um debate político em torno da educação, pois neste período vivenciava-se a idéia de que o Brasil não crescia como nação, em virtude do analfabetismo que prevalecia no país.

A República legou do Império dois regimes: o regime regular, seriado, pouco freqüentado, mantido principalmente e quase que exclusivamente pelo colégio D. Pedro II; o regime de cursos preparatórios e exames parcelados, absorvendo a grande maioria dos alunos (PILETTI, 1988, p.13), foi neste período que mais se procedeu a reformas educacionais.

O pensamento republicano para vencer esta crise generalizada da sociedade era constituído por algumas fórmulas vagas - ser republicano significava ser contra a Monarquia, contra a Igreja e os Jesuítas, contra a corrupção política e os partidos monárquicos, contra os grupos oligárquicos - mas também pela afirmação categórica de princípios de defesa do municipalismo, do federalismo, do associativismo, do sufrágio universal, do predomínio do legislativo sobre o executivo, da defesa da liberdade dos cidadãos para que, sem dependerem de ninguém, e voluntariamente, decidissem pôr-se a serviço da comunidade acima de qualquer interesse, e da prioridade da nação republicana sobre o indivíduo.

Então, a educação republicana seria uma das vias fundamentais para a consolidação deste ideário, uma educação voltada para o esclarecimento das consciências, condição

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indispensável ao advento de uma sociedade moderna, através de uma instrução segura e experimental que permitiria ao homem adquirir o seu desenvolvimento intelectual e humano. As discussões que cercaram o ensino secundário, se enquadra num clima de supervalorização do papel desse ensino, havendo simultaneamente um grande interesse em desligá-lo da tradicional incumbência de selecionar e preparar as elites do país.

Assim, propõem-se amplas e profundas medidas de natureza quantitativa. Restrita à manutenção de ginásios – modelo, ao regime dos preparatórios parcelados - regime que não exige nem seriação, nem freqüência – e à gratuidade fundada em princípios de beneficência social, a prática oficial existente deve ser substituída por uma política de disseminação de escolas secundárias, de barateamento do ensino, de cursos gratuitos, de bolsas de estudo. Embora não se traduza em padrões de realização, tal política subentende uma revisão das possibilidades de acesso ao curso ginasial, numa verdadeira campanha a favor de sua democratização.

A nova escola secundária é percebida não mais como uma tarefa que melhor se ajusta à iniciativa privada, mas como um empreendimento essencialmente público. Se instituição secundária tem a responsabilidade de dar ao povo um nível de instrução mais elevado que o proposto pela escola primária, de preparar os jovens para as profissões de nível médio, sem deixar de assegurar-lhes a oportunidade de estudos superiores. Esse tipo de ensino, paralelo ao técnico-profissional, deve conduzir, então, para as carreiras intelectuais, dentre os que para isso manifestarem talento e mérito. Para uma melhor compreensão, o quadro abaixo especificará as principais reformas no ensino secundário, os objetivos do curso secundário, bem com a duração do curso durante o período republicano. QUADRO 2 REFORMAS OBJETIVOS DURAÇÃO Benjamim Constant (1890) Proporcionar á mocidade

brasileira a instrução secundária e fundamental, necessária e suficiente, assim para a matricula nos cursos superiores da Republica, como em geral para o bom desempenho dos deveres do cidadão na vida social.Art.1.0 do Decreto n.o 1.075, de 22/11/1890.

7 anos

Código Epitácio Pessoa- Decreto n.o 3.890, de 1/1/1901.

Proporcionar a cultura intelectual necessária para a matrícula nos cursos de ensino superior e para a obtenção do grau de bacharel em Ciências e letras.(Decreto n.o 3.914, de 26/01/1901).

6 anos

Rivadávia Correia (1911) Proporcionar uma cultura geral de caráter essencialmente prático, aplicável a todas as exigências da vida, e difundir o ensino de cênicas e das letras, libertando-o da preocupação subalterna de

Externato- 6 anos Internato- 4 anos

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curso preparatório. Art.. 1.o do Decreto n.o 8.660, de 5/4/1911.

Carlos Maximiliano (1915) Ministrar aos estudantes sólida instrução fundamental, habilitando-os a prestar, em qualquer academia, rigoroso exame vestibular. (Art. 158 do Decreto n.o 11530, de 18/3/1915).

5 anos

João Luis Alves (1925) Base indispensável para a matrícula nos cursos superiores; preparo fundamental e geral para a vida.(Exposição de motivos) fornecer a cultura média geral do país. (Art. 47 do Decreto n.o 16.782-A, de 13/1/1925).

5- anos- certificado de aprovação. 6- anos- Bacheralado em Ciências e letras.

Francisco Campos (1931) A finalidade exclusiva não há de ser a matricula nos cursos superiores; o seu fim, pelo contrário, deve ser a formação do homem para todos os grandes setores da atividade nacional, construindo no seu espírito todo um sistema de hábitos, atitudes e comportamentos que o habilitem a viver por si mesmos e a tomar em qualquer situação as decisões mais convenientes e mais seguras. (exposição de Motivos) Art.2.o e 7.o do decreto n.o 19.890, de 18/4/1931.

Curso fundamental- formação geral – 5 anos. Curso complementar-formação propedêutica- 2 anos. Total – 7 anos

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Fonte. Adaptado de Piletti, Nelson(1988). Ensino de 2.o grau: educação geral ou profissional?, São Paulo EPU: Editora Universidade de São Paulo, p.15-17. Conforme quadro acima, identificamos que embora em todo o período tenha predominado na prática, a função preparatória dos estudos secundários, em termos legais, desde o império, os objetivos oscilaram da finalidade preparatória à formativa, assim como a duração dos cursos oscilou entre 4 e o máximo de 7 anos. Ressaltamos que a reforma João Luís Alves, última da Primeira República, acontece em um contexto de transição da sociedade brasileira, do modelo agro-exportador para o modelo urbano-industrial. As transformações econômicas que impulsionaram a industrialização são desencadeadas especialmente a partir da primeira guerra mundial. Então por volta de 1920, o Brasil já conta com um razoável parque industrial; o proletariado e a classe média aparecem como forças políticas e entram em declínio as oligarquias cafeeiras. Durante as primeiras décadas do século XX, a educação brasileira passa por um movimento de grande entusiasmo pela educação que de acordo com Nagle (1974) significa:

[...] a crença de que, pela mulltiplicação das instituições escolares, pela disseminação de educação escolar, será possível incorporar grande as camadas da população na senda do progresso nacional e colocar o Brasil n caminho das grandes nações do mundo [...] (Nagle,1974 ,p.99-100).

Este movimento posteriormente foi sucedido por um otimismo pedagógico, que o autor afirma ser:

[...] a crença de que determinadas formulações doutrinárias sobre a escolarização indicam o caminho para a verdadeira formação do homem brasileiro (Nagle, 1974,p.100).

Esses movimentos iniciaram nos anos 1910, e atribuíram grande importância ao tema da instrução em todos os níveis, sendo que nos anos 1920, a sua discussão estava bem adiantada e disseminada. Neste período, desencadearam-se pelo Brasil várias reformas a nível estadual, restrita, portanto, ao ensino primário e normal, visto que o ensino superior estava a cargo do governo federal, e o ensino secundário não passava de uma rede de cursos preparatórios. Destacamos as reformas que foram fundamentais no delineamento do ensino publico no Brasil: em 1920 em São Paulo, por Sampaio Dória; em 1923, no Ceará por Lourenço Filho; em 1927, em Minas Gerais, Francisco Campos e em 1927, por Fernando Azevedo no Rio de Janeiro.

Concluímos que a República foi um período relativamente fértil em se tratando do ensino secundário mantido pelo governo federal, pois as reformas feitas neste período objetivaram aperfeiçoar e difundir o ensino secundário, num processo que oscila entre a oficialização, ou seja a organização seriada definida com obrigatoriedade de conclusão para o ingresso no curso superior sem prestação de exames, e desoficialização, ou seja, a preparação do aluno para os exames parcelados, sem exigências do ensino secundário completo. A Educação/ O Ensino secundário em Uberabinha.

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A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesmo, mas sim como instrumento de manutenção ou transformação social. A educação em Uberlândia assumiu e refletiu princípios defendidos pela nova ordem imposta ao poder das elites dirigentes e concepções educacionais implantadas que se transformaram em elementos propagadores de idéias liberais.

Neste aspecto, a configuração da escola como um lugar e um espaço edificado expressamente escolar deu-se desde a última década do século XIX, coincidindo com os projetos republicanos de difusão da educação popular, retratado em Uberabinha, através deste artigo:

A escola é o tempo em cujo altar Fulgura a deusa da sciência em miniatura, mas coroada por tremeluzente diadema, cujos signos relembram o amor, a paz, a religião e o progresso. A sciência, em sua primeira escala, emana-se qual preciosa lympha, das letras ao alfhabeto. Depois, vae-se avolumando, avolumando e recebendo sempre novas fontes, augmenta-se em caudal até preciptar-se pelos despenhadeiros das mathemáticas, para em seguida deslisar suave no grande estuário do saber humano.Nesse grande estuário já as letras do alfhabeto não passam de meras gotas de orvalho cahindo sobre o manacial tranqüilo de onde evolam-se os vapores dos grandes ideaes, dos pensamentos (...) havia um trecho de uma linha e das grandes descobertas como sempre acontece, um grande incêndio, que apavora as almas tímidas, tem por origem uma Scentelha ínfima; assim também, esse saber que prescauta os astros nos céus, as maravilhas da terra e as profundezas do solo teve por guia as letras do alfhabeto. São ornamentos do saber, - o amor, mandamento que deve reger a felicidade na terra. (A Escola. Triangulo Mineiro, Uberabinha, 1926, p.1).

Notamos que as escolas passaram a ser, antes de tudo, uma força moral, cívica e

educativa; portanto, a educação tem um conceito extremamente valorizado, pois ao propor a disseminação da educação admitia que não poderiam medir esforços para que o analfabetismo fosse extirpado de seu meio. Desse modo todos assumiam uma parcela de responsabilidade para a realização de tal desafio. Nesse sentido, era cobrado e exigido o concurso da sociedade de um modo geral para disseminar o ensino; o Estado, além de fazer valer a obrigatoriedade do mesmo deveria estabelecer ou manter escolas em número suficiente para abarcar a quantidade de crianças em idade escolar. Caso as iniciativas dos poderes públicos não fossem suficientes, a população poderia contar com as particulares, uma vez que estas também estavam imbuídas do mesmo objetivo que era o de eliminar o analfabetismo.

Ressaltamos que a preocupação por parte da elite cultural de Uberlândia era ligada à instrução, pois com ela viria o desenvolvimento. Nesse sentido, constatamos que o ensino privado então se tornava um poderoso elemento para a alfabetização do povo, coadjuvando junto com os poderes públicos para atender à demanda escolar. Investir na educação era justamente preparar jovens que pudessem ser responsáveis pelo desenvolvimento do progresso em Uberlândia. Através da leitura destes jornais, foram-nos fornecidos importantes dados para a nossa investigação. Notamos um grande número de artigos intencionados a pregar a generalização da instrução pública, afirmando que é somente através da educação que seria possível a preparação da classe trabalhadora no desenvolvimento da nação e conseqüentemente deste município.

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[...] Se, no momento presente, já nos podemos envaidecer do logar que ocupamos no convívio da civilisação nacional, ainda não é tempo de estacarmos um instante se quer nem mesmo para acolhermos os lucros com que por ventura nos accenem nem mesmo para contemplar a orla marítima dos que nos antecederam, nem mesmo para receber as licções do passado e transmiti-las ao futuro, nos será lícito interromper a jornada tão auspiciosamente iniciada.

Contando embora, hymnos de Victoria, teremos de caminhar ininterruptamente.

Ainda há muito o que fazer entre nós. Um momento de dúvida, um instante de repouso poderia sr nocivo ao tentamen por que tantos dos nossos cidadões já se têm batido durante tantos annos consecutivos.

Dentro do nosso programa, que já se acha tão expressivamente, pelo desenvolvimento salutar e efficaz da instrucção em todas esta Uberrima região e muito principalmente nos limites do nosso querido município. Queremos-a sempre a altura do nosso já tão adeantado progresso commercial e agrícola, em todas as modalidades, já que as condições sociaes já estão exigindo. E mais ainda. Será ella que nos há de guiar, victoriosamente, a nós e as gerações vindouras, para as conquistas immorredouras que as páginas da historia regional hão de registrar com orgulho mais do que justificado.

No amanhã das terras, na cultura dos campos, na creação dos seus vigorosos rebanhos, a população de Uberabinha já tem a sua individualidade econômica própria e inconfundível. Resta agora que, do mesmo modo, mantenha o seu logar de destaque pela cultura do seu espírito emprehendedor. Empenhando-se nos domínios, pelo menos os mais accesiveis, das sciencia modernas, tomando gosto pelas mais atrahentes manifestações das lettras e das artes, teremos facilmente uma população capaz de ser confrontada, sem nenhum dezar, com outros centros muito mais populosos do paiz inteiro.Não tentaremos o impossível. Nem nos deixamos enlevar por irrealizáveis sonhos de visionários. Tudo isso poderá ser perfeitamente praticado.Dentro das nossas posssibilidades materiais e intellectuaes, poderemos facilmente objectivar todo esse grandioso ideal. A instrucção, bem orientada e segura, rapidamente nos mostrará o caminho por onde se deverão encaminhar as nossas mais caras aspirações. Basta que haja, por parte das nossas autoridades, a dedicação precisa, que aliás anda por ahi sabejamente conhecida, secundada pela vontade inabalável de cada individuo, de querer ser grande e forte por si mesmo, capaz de vencer de ser bem sucedido em todas as grandes lutas a que foi naturalmente arrastado.(Pela Instrucção,Triangulo Mineiro, Uberabinha, 1926, p.1).

[...] mas a instrucção (intellectual, moral e cívica) ao lado da instrucção profissional é o que se pode dizer de um povo que almeja progredir (Pela Instrução I, Uberabinha, 1926, p.1).

Nesses segmentos, podemos ver que na sociedade a instrução teria como função transformar a energia potencial do homem em trabalho ampliado; nesta direção, a instrução consistia na base primordial da evolução de um povo, para compreender os deveres da cada cidadão, bem como a necessidade de trabalho e higiene.

[...] A instrucção fornece-nos o pão espiritual que nos eleva moralmente, que forma o nosso valor no convívio dos povos cultos.

O trabalho é a base da prosperidade, de honradez e da saúde, [...]A instruçcão trar-nos-há e hygiene que matarão os nossos vícios e doenças.(Ferreira. Triangulo Mineiro, 1926, p.1).

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Durante a Primeira República, houve muita agitação, reflexos das transformações pelas quais passava a sociedade e da conseqüente luta pela recomposição do poder político ainda nas mãos das oligarquias rurais: era de se esperar que neste ambiente de conflitos, de constatação de idéias e práticas estabelecidas, também aquelas que caracterizam a organização escolar do período fossem combatidas. Por isso falar em educação no Brasil é também remeter às grandes transformações políticas, sociais e econômicas e principalmente educacionais. Segundo Nagle (1974), era preciso difundir a educação e a cultura, como também era necessário reestruturá-las.

Ocorre como conseqüência uma das mais significativas formas de padrão de pensamento educacional nesta década, a de considerar a escolarização como problema vital, pois da solução dele, dependeria o encaminhamento adequado dos demais problemas da nacionalidade. Assim sendo, acabam por acreditar ser a educação um fator determinante na mudança social. Sendo que o sistema oligárquico se fundamenta na ignorância popular de maneira que só a instrução pode superar este estado e, por conseqüência, destruir aquele tipo de formação social (Nagle, 1974, p. 109-110). É notória a dominante perspectiva entusiástica na fase republicana de que a educação solucionaria os males da sociedade brasileira. E dentro desse contexto, Uberabinha, MG, esteve inserida nesta mutação educacional.

Nesse sentido, vimos que a educação popular foi imposta como uma necessidade, um instrumento importante no projeto de uma cidade que estava às portas do progresso.

[...] Uberabinha cresce a olhos vistos e cada vez mais se affirma uma sociedade merecedora de boa fama de que gosa olhares. As construções continuam surgindo por todos os cantos [...] em breves dias Uberabinha atingirá proeminência tal entre as suas coirmãs que se destacam de todas pelo seu progresso (Uberabinha e seu progresso, Uberabinha, 1926, p. 2).

[...] em Minas Gerais, como em várias outras províncias brasileiras, as elites dirigentes tinham uma clara consciência da necessidade de afirmar a importância da instrução elementar como forma de dotar a província das condições de elevar-se à altura da nações civilizadas européias (Faria Filho, 1999,p.119).

[...] confirmando o epitheto glorioso, vemos desdobrar-se, dia a dia, a sua actividade comercial e industrial enquanto novas vias de comunicação e surprhendente melhoramento vão despertando a preferência dos que pensam em applicar productivamente todas as energias do seu trabalho, [...] a instrcção, bem orientada e segura, rapidamente nos mostrará o caminho por onde se deverão encaminhar a nossas mais caras aspirações (Pela Instrucção I, Uberabinha, 1926, p. 1).

Verifica-se através destes dados que Uberabinha, já se movimentava em busca de uma melhor posição econômica e política. Considera-se, portanto, que as dificuldades econômicas e financeiras são frutos da falta de patriotismo, de um lado, e da falta de cultura prática ou de formação técnica de outro.

[...] os empecilhos à formação de uma sociedade aberta se encontram basicamente na grande massa analfabeta da população brasileira – em primeiro lugar – e no pequeno grau de disseminação da instrução secundaria e

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superior, que impede o alargamento na composição das “elites” e o necessário processo de sua circulação (Nagle, 1974, p. 109-110).

É essencial ressaltar que a sociedade daquela época atribuía à educação um papel

indispensável, no sentido de que a escola fosse responsável pela boa formação do caráter. Nesse sentido, observamos nesses fragmentos que

A educação, salurtamente ministradas às creanças, constitue o dever precipuo e indeclinável de todo bom pae de família. Mas essa educação, para produzir os fructos della esperados, deve obedecer a uma norma mais ou menos reconhecida por todos. Começando carinhosamente no lar, a tarefa vae ser efficientemente concluída no recinto augusto da escola. No desempenho dessa tarefa, a formação do caracter e o cultivo da intelligencia caminharão, de mãos dadas, para o mesmo objectivo comum.

O livro e o bom exemplo serão os factores principaes para essa cruzada do bem. Deverão cooperar para o êxito almejado, todos os esforços do pae, conjugados á boa vontade do professor. Só assim poderemos contar com a segurança de uma geração vindoura, sempre melhor e mais aperfeiçoada do que a geração presente.

Nenhuma desculpa possível deverá ser justificada contra a execução desse salutarissimo programa. Não há falta de recursos que se opponha, ao convívio estimulante de todas as creanças no recinto de uma boa casa de ensino.

Mesmo as mais pobres poderão ver os seus filhos freqüentar, com cuidado, as aulas que se occupam da instrucção primaria. O nosso município, felizmente, se acha sufficientemente apparelhado para proporcionar esse beneficio inestimável a todos os seus habitantes.

Basta citar esses dois estabelecimentos modelares que são um louvável recommendação e um motivo de orgulho para os filhos desta terra: O Grupo Escolar e o Gymnásio de Uberabinha.

Se este último, por ser de caracter particular, exige, dos seus alumnos, uma indispensável contribuição pecuniária, ainda muito aquém dos relevantes e utilíssimos serviços, que vae prestando á nossa mocidade, aquelle outro,mantido pelos cofres públicos estará sempre com as portas abertas para os filhos do povo, que alli forem buscar o benfazejo pão do espirito. E em ambas se ministra o ensino, com o mesmo carinho, com a mesma dedicação,de modo a tornal-o efficiente nos moldes do programma que lhe está superiormente traçado.(Pela Instrucção II, Uberabinha, 1926, p. 1).

Notamos assim, a convivência do ensino público com o privado, assumindo conotações diferenciadas, pois ao mesmo tempo em que auxilia e socorre, também compete com o primeiro

O período republicano é marcado por várias transformações sociais na tentativa de reorganizar uma nova sociedade. E nesse esforço de reorganização social vimos inseridos também a escola. Surgem nesta época reformas em vários Estados brasileiros, atingindo a Escola primária e a escola Normal, entre elas, em Minas Gerais por Francisco Campos em 1927. Tendo como meta a renovação dos métodos e dos processos pedagógicos e o aprimoramento na formação dos professores de modo a torná-los aptos a conduzir a nova proposta educativa de uma escola útil, ligada às necessidades das crianças: livre, espontânea e formadora de futuros cidadãos.

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Nesse contexto, em Uberabinha, percebemos que mesmo sendo um município com bases rurais, observamos nas páginas dos jornais, uma tendência pela racionalização científica, a nova proposta educacional, expressando questões como a ampliação da clientela escolar, com o propósito de formar tanto moral, quanto intelectualmente, cidadãos comprometidos com o regime político.

[...] mas a instrucção (intellectual, moral e cívica ) ao lado da instrucção profissional é o que se pode dizer de um povo que almeja progredir [...] (Pela instrucção, 1926, p. 1).

Em relação ao ensino secundário em Uberlândia, são fundadas escolas pioneiras e marcantes como: O Ginásio de Uberabinha (depois Colégio Estadual). A Escola Normal (depois Colégio Brasil Central), o Liceu de Uberlândia, todas localizadas em lugares centrais. Sobre a primeira instituição, sabemos que em 1912, começou a funcionar o ginásio de Uberabinha (atual Escola Estadual, conhecida popularmente por Museu) como instituição particular sob a direção do Sr. Antonio Luiz da Silveira. O nome do ginásio foi escolhido para homenagear a cidade que estava em constante expansão. Ainda sobre esta instituição (SILVA, 1999) em seu artigo sobre a comemoração de 70 anos desta escola, traz um sucinto histórico da mesma.

[...] A história do Museu, que aliás recebeu este apelido carinhoso justamente por ser uma escola e funcionar num prédio antigos começou na realidade há mais de 70 ano. A origem começou em 1897, quando se tornou o 1º estabelecimento de ensino secundário de Uberlândia, dirigido por Jerônimo Teodoro de Morais. Na época, o Museu chamava-se Colégio Uberabinhense e localizava-se na praça Tubal Vilela. Anos depois se uniu a outra escola e foi fundado o Ginásio de Uberabinha. Os cursos primário e ginasial atraíam alunos de cidades “mais avançadas” de São Paulo e Minas Gerais, porém não era reconhecido pelo Governo Federal.

Foi em 1918 que Custódio da Costa Pereira, justamente com outros homens de grande importância na cidade de Uberabinha 9antigo nome de Uberlândia) Fundou uma instituição que se chamou Sociedade pelo Progresso de Uberabinha. A primeira meta era a educação então deram início ao projeto de construção do prédio da escola, obra que chegou ao fim em 1.921

Ginásio Oficial

Em 1.929, fio criado na cidade o Ginásio Mineiro de Uberabinha em regime de internato e externato. Como o governo havia resolvido criar em Minas Gerais alguns ginásios oficiais e escolas normais regionais, a sociedade que havia construído o edifício do colégio fez uma doação do mesmo as Estado de Minas para que ali se instalasse um estabelecimento oficial de ensino secundário. [...] (Museu moderno da educação, Correio de Uberlândia, Uberlândia, 1999, C6).

Podemos constatar ainda, através destes trechos abaixo, a preocupação dos escritores em nos mostrar uma Uberabinha higiênica, com uma escola particular bem estruturada, e tendo uma ótima equipe de professores, e que a tornariam uma das maiores e melhores escolas desta cidade.

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Uberabinha é uma das cidades mais salubres do Triangulo Mineiro. Seus melhoramentos colocam-na na linha das cedades mais adiantadas e hygienicas do Estado de Minas.

Matriculas dos alunos

Contribuintes:

INTERNOS PENSÃO SEMESTRAL 300$000 – JÓIA ANUAL. 50$000

Lavagem de roupa semestral 30$000

SEMI- EXTERNOS- PENSÃO SEMESTRAL 250$000

EXTERNOS- PRIMÁRIOS TAXA SEMESTRAL 75$000

SECUNDÁRIO, TAXA SEMETRAL 150$000.

Pagamento em duas prestações adiantadamente, sendo a primeira no acto da matrícula e a segunda em primeiro de julho.

O GYMNÁSIO DE UBERABINHA recebe meninos e meninas preparando-se para a vida prática e para todas as academias do paiz, para o que dispõe de selecto corpo docente.(Gymnásio de Uberabinha,A Noticia,,1918,p.4).

Com base nestes artigos, percebe-se que o duplo regime de externato e internato tornou-se equivalente publico de um ensino secundário de qualidade junto à sociedade. Neste sentido, os investimentos materiais e humanos foram resultados de uma concepção de que a força da instrução popular era feita da cultura das classes superiores. Em Uberabinha, que era um município interiorano, o ensino secundário favorecendo a iniciativa privada, concorria para a convivência com um sério problema: o da eliminação do ensino para aqueles menos favorecidos. Anexo a esta instituição, funcionou também a escola normal confirmado através deste anúncio:

Grupo escolar, de acordo com o programma dos grupos estadoaes, com 4 professores.

Curso Gymnasial, de acordo com o programa de ensino do collegio D. Pedro II.

Curso Normal, de accordo com o programma das escolas Normaes Estadoaes.

Escola de commercio Jão Pinheiro, de accordo com a “Abases Penteado”, de São Paulo Gymnásio de Uberabinha e escola Normal fiscalisados pelo governo, Triangulo Mineiro, Uberabinha, 1926, p.1).

Para que fossem alcançados a ampliação e o enriquecimento do ensino, é necessário também que houvesse um pessoal docente devidamente habilitado; e é neste sentido que as primeiras escolas normais foram fundadas no século XIX, com o objetivo de habilitar mestres para o ensino primário, já que naquela época inexistiam no Brasil cursos superiores destinados à formação dos professores. Uberabinha não estava alheia a esse contexto, já que os primeiros ensaios de instrução secundária vieram se intensificando. Podemos constatar que

Hoje o expoente máximo do ensino e da cultura, na cidade, é o Gymnásio de Uberabinha, que ainda este anno, preenchendo uma sensível e sentida lacuna, anexou um curso de instrução profissional, que encontrou o favor e o aplauso do povo e de quantos se interessam pela instrução (Pezzuti, 1922, p. 38).

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Tendo, pois sido equiparado à Escola Normal Modelo, de acordo com o seguinte decreto: 7349, concede à escola normal anexo ao Gymnásio de Uberabinha, as regalias de equiparação á escola normal modelo.

“O presidente do Estado de Minas Geraes, usando a atribuição que lhe confere o artigo 57, n.1 da constituição do Estado e de conformidade com o regulamento que baixou com o decreto n. 5831, de 20 de março de 1925, resolve conceder á escola normal: 1 anexo ao gymnásio Uberabinha as regalias de equiparação á escola Normal modelo da capital ‘[..] (Vianna, Triangulo Mineiro. Uberabinha, 1926, p.2).

Percebe-se então com clara evidência de como a Escola Normal tornou-se ao longo dos anos, um espaço de formação socialmente aceita, sendo uma instituição responsável pela ampliação da escolaridade e uma redefinição da docência garantindo a formação necessária para o exercício do magistério Promoveu-se, então, a uma intensa campanha para a implantação da Escola Normal com o intuito de formar o profissional docente. Pois,

As Escolas Normais estão na origem de uma profunda mudança,[...] do pessoal docente primário. Sob sua ação os mestres miseráveis e pouco instruídos do iniciado séc. XIX, vão, em algumas décadas, ceder lugar a profissionais formados e preparados para o exercício da atividade docente (Nóvoa, 1991, p.125).

Em Uberabinha foi muito divulgada a necessidade desta escola

[...] ninguém deve desconhecer os inestimáveis benefícios que nos trará uma escola normal [...] nos moldes dos estabelecimentos officiaes, efficientemente installada em nossa cidade [...] só assim poderemos dispor de educadores proficientes, de professores superiormente preparados, que se encarreguem de dirigir sob o ponto de vista intellectual e moral a nova geração que se forma [...] (Pela Instrução III, 1926, p.1)

Nestas citações, observamos que para que aconteça uma mudança social, exige-se primeiramente a mudança do homem que só pode acontecer pelo concurso da escola. Neste sentido, é que vemos prevalecer a figura do mestre que deveria comandar o processo.

Outro estabelecimento de instrução secundaria em Uberlândia que merece ser mencionado é o Liceu de Uberlândia.

A referida instituição é umas escolas pioneiras e marcantes, fundadas no dia 15 de janeiro de 1928 por duas personalidades: o promotor público, Mário Magalhães Porto e, o farmacêutico, Antonio Vieira Gonçalves. “No dia 15 de janeiro de 1928 veio â vida o Liceu de Uberlândia, alicerçado no principal do ideal, da honradez, da eficiência e do amor á juventude”. (Correio de Uberlândia, 1972, p. 1).

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Tendo como diretores, Mario Porto e Vieira Gonçalves, importantes educadores na época, a referida instituição se desdobrava num complexo educacional escolar que veio, ao longo de sua existência, incorporando o curso primário (fundado em 1928), a academia de comercio (criada em 193l), o ginásio Osvaldo cruz (fundado em 1942), alem do curso técnico de contabilidade e da escola normal Mario Porto; acolhia tal complexo em seu interior alunos em três regimes: internato, semi-internato e externato,

Este estabelecimento de ensino teve uma grande repercussão em Minas Gerais pois, O nome do Liceu se estendeu por todo o estado e a famosa orquestra dirigida pelo aluno Nicolau Sulzbeck maestro de incontestável competência [...] Neste momento o Liceu se prepara para entregar ao mundo mais uma reserva moral da juventude, e os jovens que aqui estão são depositário da posteridade[...] (Correio de Uberlândia, Uberlândia, MG, 1972, p,1).

Em breve tempo o novo educandário estava conhecido em toda a região do Brasil Central e recebia alunos do todos os quadrantes. Por esta casa passaram elementos que se destacaram em vários ramos de atividade, dentro da política e das artes, dentro da técnica e da administração [...] (correio de Uberlândia, Uberlândia, MG, 1972, p.1).

Observa-se então, que o ensino secundário seria para aqueles que tinham uma família que pudesse arcar com os custos de um jovem estudante sem trabalhar; e como a educação concebia a oportunidade de promoção social, era o ginásio procurado como uma alternativa lógica, diante das expectativas na estimativa que faziam das vantagens relativas a uma educação de qualidade.

Advertimos que a existências das escolas de ensino secundário de Uberabinha, no período republicano, tiveram um objetivo bem definido: a educação das elites.

Conclusões Finais

A leitura dos discursos expressos nos jornais deste município nos permitiu acompanhar o movimento das idéias que circularam nesta época, sendo que Uberabinha estava em perfeita consonância com a idéia da educação como formadora da unidade nacional e delineadora do progresso. Compreendemos que o município de Uberabinha ainda não tinha uma política educacional; e o máximo que se propunha, apesar do discurso de generalização da escola para toda a população da educação, era a de subvencionar a iniciativa privada.

Portanto, o ensino secundário neste município, desfrutava de um maior prestígio como agência de ascensão social, pois era o melhor caminho para o ensino superior. Este ensino era calcado num ideário republicano, formando cidadãos ancorados nestes princípios, cooperando assim para a formação do imaginário sócio-político do novo regime.

Muitos alunos que ali passaram foram destaque na sociedade e em todo o território nacional, contribuindo para a formação da elite uberabinhense.

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