A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento,...

42
A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa Por Silvio Dutra Out/2019

Transcript of A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento,...

Page 1: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa

Por

Silvio Dutra

Out/2019

Page 2: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

2

A474 Alves, Silvio Dutra A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019. 42p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé I. Título. CDD 252

Page 3: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

3

Para que isto ocorra deve haver uma

submissão voluntária e amorosa da nossa

vontade à divina.

Quando assim sucede cumpre-se a petição da

oração do Pai Nosso de que a vontade de Deus

seja feita na terra assim como é feita no céu, no

qual há perfeita harmonia entre a vontade dos

anjos e dos santos glorificados e a de Deus.

Entretanto, como os santos na terra encontram-

se ainda sujeitos às imperfeições e fraquezas

decorrentes do pecado residente, a harmonia

entre a vontade deles e a de Deus sempre será

proporcionalmente dependente do grau de

obediência deles a Deus e à Sua Palavra, e do

quanto andem sob a influência, direção e

instrução do Espírito Santo, mormente para a

transformação de suas vidas, pela renovação de

suas mentes.

Como a vontade é influenciada pelo intelecto

que é composto tanto pelo entendimento

consciente (exercício da razão, estímulos

sensoriais, sentimentos, emoções etc) e pelo

subconsciente (expressado nos sonhos,

memórias etc), há necessidade de que o nosso

entendimento seja formado pelo Espírito Santo

mediante aplicação da Palavra de Deus, para a

Page 4: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

4

formação de padrões mentais espirituais,

celestiais e divinos.

Afinal, o homem que é segundo o propósito de

Deus para o que deve ser a humanidade, é

aquele que é dirigido pela vontade de Deus

assumindo-a como a sua própria vontade, uma

vez que a criatura é dependente em tudo do

Criador, para uma perfeita obediência.

Jesus se fez homem para também nos ensinar

através de Seu próprio procedimento,

inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é

o modo pelo que nos convém também viver, a

saber, em santa obediência.

Deve haver uma renúncia ao ego, à própria

vontade, para que não haja colisão ou

divergência de direcionamento, e certamente,

isto é da exclusiva competência da criatura.

Sem oração incessante, sem meditação

constante e prática da Palavra não é possível

renovar a mente conforme é requerido para que

possamos conhecer e fazer a santa, boa e

agradável vontade de Deus.

Não se trata apenas de uma obediência exterior

o que se tem em vista, mas uma ação

transformadora do nosso interior de maneira

Page 5: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

5

que sejamos como as tábuas da lei divina escrita

em nossas mentes e corações.

Enquanto Deus e a Sua Palavra não forem todo o

nosso prazer isto é um sinal evidente de que não

fomos renovados tanto quanto deveríamos para

poder andar em acordo com a Sua vontade.

É preciso batalhar contra a carne, inclinar-se

segundo o pendor do Espírito, para que Ele

prevaleça nesta luta contra a carne, em que a

nossa própria vontade é colocada em xeque,

porque a carne procura nos dominar em uma

determinada direção, e o Espírito em outra,

importando que não façamos nem mesmo a

nossa própria vontade, por mais correta e boa

que ela possa nos parecer, mas fazer a do

Espírito. Nós podemos ver isto no texto de

Gálatas 5.16-25:

“16 Digo, porém: andai no Espírito e jamais

satisfareis à concupiscência da carne.

17 Porque a carne milita contra o Espírito, e o

Espírito, contra a carne, porque são opostos

entre si; para que não façais o que, porventura,

seja do vosso querer.

18 Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais

sob a lei.

Page 6: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

6

19 Ora, as obras da carne são conhecidas e são:

prostituição, impureza, lascívia,

20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias,

ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções,

21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas

semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos

declaro, como já, outrora, vos preveni, que não

herdarão o reino de Deus os que tais coisas

praticam.

22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,

longanimidade, benignidade, bondade,

fidelidade,

23 mansidão, domínio próprio. Contra estas

coisas não há lei.

24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a

carne, com as suas paixões e concupiscências.

25 Se vivemos no Espírito, andemos também no

Espírito.”

O pecado residente procura nos conduzir a um

viver carnal, por uma mente carnal, que

manifeste as obras da carne em nosso

comportamento, e o Espírito busca implantar o

Seu fruto em nosso caráter.

Page 7: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

7

Em maior ou menor grau sempre devemos ser

achados empenhados nesta batalha em nossa

jornada terrena.

O apóstolo detalha este conflito que há entre o

pecado residente (carne, velho homem) e o

Espírito, no texto de Romanos 7, em que

demonstra a nossa inteira dependência da graça

de Jesus, para que possamos sair vitoriosos

nesta luta.

“5 Porque, quando vivíamos segundo a carne, as

paixões pecaminosas postas em realce pela lei

operavam em nossos membros, a fim de

frutificarem para a morte.

6 Agora, porém, libertados da lei, estamos

mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de

modo que servimos em novidade de espírito e

não na caducidade da letra.

7 Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo

nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado,

senão por intermédio da lei; pois não teria eu

conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não

cobiçarás.

8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo

mandamento, despertou em mim toda sorte de

Page 8: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

8

concupiscência; porque, sem lei, está morto o

pecado.

9 Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o

preceito, reviveu o pecado, e eu morri.

10 E o mandamento que me fora para vida,

verifiquei que este mesmo se me tornou para

morte.

11 Porque o pecado, prevalecendo-se do

mandamento, pelo mesmo mandamento, me

enganou e me matou.

12 Por conseguinte, a lei é santa; e o

mandamento, santo, e justo, e bom.

13 Acaso o bom se me tornou em morte? De

modo nenhum! Pelo contrário, o pecado, para

revelar-se como pecado, por meio de uma coisa

boa, causou-me a morte, a fim de que, pelo

mandamento, se mostrasse sobremaneira

maligno.

14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu,

todavia, sou carnal, vendido à escravidão do

pecado.

15 Porque nem mesmo compreendo o meu

próprio modo de agir, pois não faço o que

prefiro, e sim o que detesto.

Page 9: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

9

16 Ora, se faço o que não quero, consinto com a

lei, que é boa.

17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o

pecado que habita em mim.

18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha

carne, não habita bem nenhum, pois o querer o

bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.

19 Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal

que não quero, esse faço.

20 Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu

quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.

21 Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de

que o mal reside em mim.

22 Porque, no tocante ao homem interior, tenho

prazer na lei de Deus;

23 mas vejo, nos meus membros, outra lei que,

guerreando contra a lei da minha mente, me faz

prisioneiro da lei do pecado que está nos meus

membros.

24 Desventurado homem que sou! Quem me

livrará do corpo desta morte?

Page 10: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

10

25 Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor.

De maneira que eu, de mim mesmo, com a

mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo

a carne, da lei do pecado.” (Romanos 7.5-25).

Observe que o apóstolo afirma que ele amava a

lei de Deus segundo o homem interior, ou seja,

segundo a nova criatura, o novo homem, mas

via operando em seus membros uma outra lei, a

do pecado, que o levava a agir de modo contrário

à sua vontade de fazer a vontade de Deus.

Disto aprendemos que a força do pecado é maior

do que a força da nossa própria vontade. Ora, se

o pecado é a consumação da vontade na direção

oposta à de Deus, então estaríamos

completamente derrotados nesta batalha

espiritual sem a assistência da graça de Jesus,

que é o único poder maior do que o do pecado.

É preciso portanto formar padrões de santidade

a nível do subconsciente, pelo hábito da oração,

da meditação e de outros meios de graça, para

que o nosso padrão de reação às solicitações de

tentações externas ou internas, seja o de resistir

a elas e rejeitá-las, e isto faremos se formos

espirituais e não carnais.

Isto explica porque tantos fracassam no seu

desejo de viver de modo agradável a Deus,

Page 11: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

11

porque são derrotados pela falta de uma mente

espiritual, e por tentarem vencer as tentações

pelo mero cumprimento do mandamento

segundo o homem natural.

Aqui cabe uma exposição para entendermos

que o poder natural nada tem a ver com o poder

espiritual. O homem perdeu inteiramente a

capacidade de viver segundo o Espírito, porque

sendo carnal, nada entende ou é capaz de viver

o que Deus é em Sua natureza e virtudes. O

pecador está destituído da graça e da glória

divinas. Assim, todo o bem que ainda há nele,

como homem natural é apenas um resquício do

que sobrou da lei implantada por Deus na

consciência do primeiro homem, que o

inclinava para a prática da justiça, do amor, da

paz e da bondade. Mas isto foi arruinado pela

entrada do pecado no mundo, e toda a sua

descendência foi encerrada nesta condição por

Deus, que sendo santo, ficou impedido de ter

comunhão com o homem, e comunicar-se com

Ele fazendo-o conhecedor e praticante da Sua

santa vontade.

Quando nos convertemos a Cristo, nós somos

restaurados por sermos reconciliados com

Deus, mas há todo um crescimento em graça

diante de nós, para que possamos conhecer e

Page 12: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

12

praticar a vontade de Deus de forma

amadurecida e aprovada.

Isto será obtido por continuados exercícios em

negar-nos a nós mesmos, a carregar a cruz pela

escolha da vontade do Senhor e não da nossa, e

a renunciar aos nossos objetivos, naquilo em

que possam colidir com os de Deus.

Mas, tudo isto é apenas parte das muitas coisas

que aprenderemos em nossa caminhada cristã,

e que nos serão ensinadas e aplicas pelo Espírito

Santo.

Se caminharmos por fé e não por vista,

aprendendo a renunciar a tudo o que for

necessário para que o Senhor e o Seu reino seja

de fato o nosso primeiro interesse de busca,

então é bem certo que faremos progresso em ter

a nossa vontade harmonizada com a divina.

Se permanecermos no Senhor e na Sua Palavra

Ele também permanecerá em nós, e então

poderemos dar o fruto esperado. Sem Ele nada

podemos fazer. Conhecendo por experiência

esta grande verdade, Ele passará a ser o nosso

tudo em tudo, e há de se manifestar a nós

progressivamente fazendo-nos conhecer mais e

mais o Seu caráter e virtudes, que nos levará a

amá-lo sempre mais.

Page 13: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

13

O mundo presente de tão acostumado que está

com tantas novidades naturais, com tantos

avanços tecnológicos, com tantas coisas para

ocupar a mente, tem se distanciado cada vez

mais das coisas que são eternas, espirituais,

celestiais e divinas, as quais, a propósito, só

podem ser devidamente conhecidas à medida

que nos são reveladas através da nossa

comunhão real com Cristo.

Então não é de se admirar que se veja tanto

mundanismo e carnalidade na própria igreja

cristã, onde o verdadeiro evangelho ou tem sido

encoberto ou adulterado, em grande parte por

ignorância daqueles que o pregam e ensinam.

Eles não o aprenderam porque não gastaram

tempo aos pés de Jesus. Não consagraram suas

vidas para conhecê-lo mediante aplicação ao

aprendizado da Palavra. E quando não se

conhece a Palavra do Senhor, não se pode

conhecer qual seja a Sua vontade.

Mas, voltemos à questão de que se pode

confundir a bondade e justiça do homem

natural como sendo a vontade de Deus, quando

na verdade nada há de comum entre ambas.

Como dissemos os resquícios do que se herdou

da bondade e justiça de Adão, apesar de isto ter

sido implantado nele por Deus, é algo que

Page 14: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

14

podemos exercitar até mesmo sem ter qualquer

ligação com Deus ou respeito e consideração à

Sua vontade. Podemos andar de modo

independente, vivendo na energia da carne,

enquanto praticamos ações de benemerência e

todo tipo de assistência e ajuda ao nosso

próximo. Podemos ser muito aplicados em

atender às necessidades de nossas famílias, e

ainda assim, podemos ser inimigos de Deus, não

reconciliados com Ele por meio da fé em Jesus,

incapacitados de prestar-lhe o devido culto de

adoração em Espírito, alienados da vida do

evangelho, e sem qualquer interesse no avanço

do reino de Jesus. E então de que nos servirá toda

a prática do nosso bem, no fim, quando tivermos

que comparecer diante do tribunal de Deus no

grande dia do Juízo?

No que as nossas supostas boas obras estavam

harmonizadas com a vontade divina?

O homem não deve ser justo apenas em relação

ao homem, mas também e principalmente em

relação a Deus, conforme o dever de adoração e

obediência aos Seus mandamentos, conforme

nos tem ordenado.

“21 Aquele que tem os meus mandamentos e os

guarda, esse é o que me ama; e aquele que me

Page 15: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

15

ama será amado por meu Pai, e eu também o

amarei e me manifestarei a ele.

22 Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde

procede, Senhor, que estás para manifestar-te a

nós e não ao mundo?

23 Respondeu Jesus: Se alguém me ama,

guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e

viremos para ele e faremos nele morada.

24 Quem não me ama não guarda as minhas

palavras; e a palavra que estais ouvindo não é

minha, mas do Pai, que me enviou.

25 Isto vos tenho dito, estando ainda convosco;

26 mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o

Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará

todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que

vos tenho dito.” (João 14.21-26).

“3 Ora, sabemos que o temos conhecido por isto:

se guardamos os seus mandamentos.

4 Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os

seus mandamentos é mentiroso, e nele não está

a verdade.

Page 16: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

16

5 Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra,

nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o

amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele:

6 aquele que diz que permanece nele, esse deve

também andar assim como ele andou.

7 Amados, não vos escrevo mandamento novo,

senão mandamento antigo, o qual, desde o

princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a

palavra que ouvistes.

8 Todavia, vos escrevo novo mandamento,

aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as

trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já

brilha.” (I João 2.3-8).

Nós abrimos este discurso falando da relação

entre a vontade e o intelecto, e como o intelecto

é formado pelo entendimento, devemos pedir

sabedoria a Deus para que nos dê inteligência

espiritual, que nos capacite a entender a

verdade em seu sentido e significado espiritual,

e não de modo carnal, por uma compreensão

carnal da Sua Palavra, que não nos trará

qualquer benefício.

“15 Por isso, também eu, tendo ouvido a fé que

há entre vós no Senhor Jesus e o amor para com

todos os santos,

Page 17: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

17

16 não cesso de dar graças por vós, fazendo

menção de vós nas minhas orações,

17 para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo,

o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria

e de revelação no pleno conhecimento dele,

18 iluminados os olhos do vosso coração, para

saberdes qual é a esperança do seu

chamamento, qual a riqueza da glória da sua

herança nos santos

19 e qual a suprema grandeza do seu poder para

com os que cremos, segundo a eficácia da força

do seu poder;

20 o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-

o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua

direita nos lugares celestiais,

21 acima de todo principado, e potestade, e

poder, e domínio, e de todo nome que se possa

referir não só no presente século, mas também

no vindouro.” (Efésios 1.15-21).

“20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo,

21 se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes

instruídos, segundo é a verdade em Jesus,

Page 18: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

18

22 no sentido de que, quanto ao trato passado,

vos despojeis do velho homem, que se corrompe

segundo as concupiscências do engano,

23 e vos renoveis no espírito do vosso

entendimento,

24 e vos revistais do novo homem, criado

segundo Deus, em justiça e retidão procedentes

da verdade.” (Efésios 4.20-24).

“9 Por esta razão, também nós, desde o dia em

que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e

de pedir que transbordeis de pleno

conhecimento da sua vontade, em toda a

sabedoria e entendimento espiritual;

10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor,

para o seu inteiro agrado, frutificando em toda

boa obra e crescendo no pleno conhecimento de

Deus;

11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo

a força da sua glória, em toda a perseverança e

longanimidade; com alegria,

12 dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à

parte que vos cabe da herança dos santos na

luz.” (Colossenses 1.9-12).

Page 19: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

19

“1 Gostaria, pois, que soubésseis quão grande

luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses

e por quantos não me viram face a face;

2 para que o coração deles seja confortado e

vinculado juntamente em amor, e eles tenham

toda a riqueza da forte convicção do

entendimento, para compreenderem

plenamente o mistério de Deus, Cristo,

3 em quem todos os tesouros da sabedoria e do

conhecimento estão ocultos.” (Colossenses 2.1-

3).

“44 A seguir, Jesus lhes disse: São estas as

palavras que eu vos falei, estando ainda

convosco: importava se cumprisse tudo o que de

mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas

e nos Salmos.

45 Então, lhes abriu o entendimento para

compreenderem as Escrituras;” (Lucas

24.44,45).

É por se fazer a vontade de Deus e não a nossa

própria que temos cada vez mais confirmado o

acesso que temos tido ao reino dos céus, e nisto,

nosso Senhor nos deixou o Seu próprio exemplo

para ser seguido por nós.

Page 20: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

20

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor!

entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a

vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mateus

7.21).

“Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo:

Meu Pai, se não é possível passar de mim este

cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.”

(Mateus 26.42).

“ Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em

fazer a vontade daquele que me enviou e realizar

a sua obra.” (João 4.34).

“Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma

por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque

não procuro a minha própria vontade, e sim a

daquele que me enviou.” (João 5.30).

“38 Porque eu desci do céu, não para fazer a

minha própria vontade, e sim a vontade daquele

que me enviou.

39 E a vontade de quem me enviou é esta: que

nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo

contrário, eu o ressuscitarei no último dia.

40 De fato, a vontade de meu Pai é que todo

homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida

eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Joião

6.38-40).

Page 21: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

21

“16 Respondeu-lhes Jesus: O meu ensino não é

meu, e sim daquele que me enviou.

17 Se alguém quiser fazer a vontade dele,

conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de

Deus ou se eu falo por mim mesmo.” (João

7.16,17).

Nossas menores decisões devem ser

submetidas à vontade de Deus para sabermos se

são aprovadas ou não por Ele; nossas orações

devem ser feitas no Espírito para que sejam

segundo a vontade de Deus; enfim, tudo o que

pensamos, sentimos, ou pretendemos fazer

deve ser submetido ao padrão da vontade do

Senhor revelada em Sua Palavra, antes de

permitirmos ser dirigidos por eles.

“26 Também o Espírito, semelhantemente, nos

assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos

orar como convém, mas o mesmo Espírito

intercede por nós sobremaneira, com gemidos

inexprimíveis.

27 E aquele que sonda os corações sabe qual é a

mente do Espírito, porque segundo a vontade de

Deus é que ele intercede pelos santos.”

(Romanos 8.26,27).

Page 22: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

22

“1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias

de Deus, que apresenteis o vosso corpo por

sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o

vosso culto racional.

2 E não vos conformeis com este século, mas

transformai-vos pela renovação da vossa mente,

para que experimenteis qual seja a boa,

agradável e perfeita vontade de Deus.

3 Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada

um dentre vós que não pense de si mesmo além

do que convém; antes, pense com moderação,

segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada

um.” (Romanos 12.1-3).

“E não somente fizeram como nós esperávamos,

mas também deram-se a si mesmos primeiro ao

Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus;” (II

Coríntios 8.5).

“17 Por esta razão, não vos torneis insensatos,

mas procurai compreender qual a vontade do

Senhor.

18 E não vos embriagueis com vinho, no qual há

dissolução, mas enchei-vos do Espírito,

19 falando entre vós com salmos, entoando e

louvando de coração ao Senhor com hinos e

cânticos espirituais,

Page 23: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

23

20 dando sempre graças por tudo a nosso Deus e

Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,

21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de

Cristo.” (Efésios 5.17-21).

“5 Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso

Senhor segundo a carne com temor e tremor, na

sinceridade do vosso coração, como a Cristo,

6 não servindo à vista, como para agradar a

homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de

coração, a vontade de Deus;

7 servindo de boa vontade, como ao Senhor e

não como a homens,” (Efésios 6.5-7).

“12 Assim, pois, amados meus, como sempre

obedecestes, não só na minha presença, porém,

muito mais agora, na minha ausência,

desenvolvei a vossa salvação com temor e

tremor;

13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o

querer como o realizar, segundo a sua boa

vontade.

14 Fazei tudo sem murmurações nem

contendas,” (Filipenses 2.12-14).

Page 24: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

24

“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa

santificação, que vos abstenhais da

prostituição;” (I Tessalonicenses 4.3).

“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de

Deus em Cristo Jesus para convosco.” (I

Tessalonicenses 5.18).

“20 Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer

dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o

grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da

eterna aliança,

21 vos aperfeiçoe em todo o bem, para

cumprirdes a sua vontade, operando em vós o

que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a

quem seja a glória para todo o sempre. Amém!”

(Hebreus 13.20,21).

“13 Sujeitai-vos a toda instituição humana por

causa do Senhor, quer seja ao rei, como

soberano,

14 quer às autoridades, como enviadas por ele,

tanto para castigo dos malfeitores como para

louvor dos que praticam o bem.

15 Porque assim é a vontade de Deus, que, pela

prática do bem, façais emudecer a ignorância

dos insensatos;

Page 25: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

25

16 como livres que sois, não usando, todavia, a

liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo

como servos de Deus.” (I Pedro 2.13-16).

“1 Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos

também vós do mesmo pensamento; pois

aquele que sofreu na carne deixou o pecado,

2 para que, no tempo que vos resta na carne, já

não vivais de acordo com as paixões dos

homens, mas segundo a vontade de Deus.

3 Porque basta o tempo decorrido para terdes

executado a vontade dos gentios, tendo andado

em dissoluções, concupiscências, borracheiras,

orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias.” (I

Pedro 4.1-3).

“Ora, o mundo passa, bem como a sua

concupiscência; aquele, porém, que faz a

vontade de Deus permanece eternamente.” (I

João 2.17).

“E esta é a confiança que temos para com ele:

que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua

vontade, ele nos ouve.” (I João 5.14).

Page 26: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

26

APÊNDICE:

O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação

Há somente um evangelho pelo qual podemos

ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra

revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas

do Novo Testamento. Mas, por interpretações

incorretas é possível até mesmo transformá-lo

em um meio de perdição e não de salvação,

conforme tem ocorrido especialmente em

nossos dias, em que as verdades fundamentais

do evangelho de Jesus Cristo têm sido

adulteradas ou omitidas.

Isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar

a seguir, de forma resumida, em que consiste de

fato o evangelho da nossa salvação.

Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso

entender que somos salvos exclusivamente

com base na aliança de graça que foi feita entre

Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação

do mundo, para que nas diversas gerações de

pessoas que seriam trazidas por eles à existência

sobre a Terra, houvesse um chamado invisível,

sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas

de seus pecados, justificadas, regeneradas

(novo nascimento espiritual), santificadas e

glorificadas. E o autor destas operações

Page 27: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

27

transformadoras seria o Espírito Santo, a

terceira pessoa da trindade divina.

Estes que seriam chamados à conversão, o

seriam pelo meio de atração que seria feita por

Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que

pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem

receber a graça necessária que os redimiria e os

transportaria das trevas para a luz, do poder de

Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria

em filhos amados e aceitos por Deus.

Como estes que foram redimidos se

encontravam debaixo de uma sentença de

maldição e condenação eternas, em razão de

terem transgredido a lei de Deus, com os seus

pecados, para que fossem redimidos seria

necessário que houvesse uma quitação da dívida

deles para com a justiça divina, cuja sentença

sobre eles era a de morte física e espiritual

eternas.

Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém

idôneo que pudesse se colocar no lugar do

homem, trazendo sobre si os seus pecados e

culpa, e morrendo com o derramamento do seu

sangue, porque a lei determina que não pode

haver expiação sem que haja um sacrifício

sangrento substitutivo.

Page 28: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

28

Importava também que este Substituto de

pecadores, assumisse a responsabilidade de

cobrir tudo o que fosse necessário em relação à

dívida de pecados deles, não apenas a anterior à

sua conversão, como a que seria contraída

também no presente e no futuro, durante a sua

jornada terrena.

Este Substituto deveria ser perfeito, sem

pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do

pecador é eterna e infinita. Então deveria ser

alguém divino para realizar tal obra.

Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da

graça feita com o Pai, para ser este Salvador,

Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para

realizar a obra de redenção.

O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua

chamada é para uma santificação e perfeição

eternas. Como poderia responder por si mesmo

para garantir a eternidade da segurança da

salvação?

Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado

da natureza divina que sempre possuiu, a

natureza humana, e para tanto ele foi gerado

pelo Espírito Santo no ventre de Maria.

Page 29: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

29

Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em

sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria

ser o de alguém que fosse humano, mas

também divino, de modo que se pode até

mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue

do próprio Deus.

Este é o fundamento da nossa salvação. A morte

de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o

caminho para a vida eterna e o céu.

Para que nunca nos esquecêssemos desta

grande e importante verdade do evangelho de

que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o

nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou

podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou

a Ceia que deve ser regularmente observada

pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu

corpo foi rasgado, assim como o pão que

partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado

em profusão, conforme representado pelo

vinho, para que tenhamos vida eterna por meio

de nos alimentarmos dEle. Por isso somos

ordenados a comer o pão, que representa o

corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para

o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que

é verdadeira bebida para nos refrigerar e

manter a Sua vida em nós.

Page 30: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

30

Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e

a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é

estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto

se aplica ao fato de que não há outra verdade,

outro caminho, outra vida, senão a que existe

somente por meio da fé nEle. A porta é estreita

porque não admite uma entrada para vários

caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle,

conduzem à perdição. É estreito e apertado para

que nunca nos desviemos dEle, o autor e

consumador da nossa salvação.

Então o plano de salvação, na aliança de graça

que foi feita, nada exige do homem, além da fé,

pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser

transformado e firmado na graça, será realizado

pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.

Tanto é assim, que para que tenhamos a plena

convicção desta verdade, mesmo depois de

sermos justificados, regenerados e santificados,

percebemos, enquanto neste mundo, que há em

nós resquícios do pecado, que são o resultado do

que se chama de pecado residente, que ainda

subsiste no velho homem, que apesar de ter sido

crucificado juntamente com Cristo, ainda

permanece em condições de operar em nós, ao

lado da nova natureza espiritual e santa que

recebemos na conversão.

Page 31: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

31

Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor

pretende nos ensinar a enxergar que a nossa

salvação é inteiramente por graça e mediante a

fé? Que é Ele somente que nos garante a vida

eterna e o céu. Se não fosse assim, não

poderíamos ser salvos e recebidos por Deus

porque sabemos que ainda que salvos, o pecado

ainda opera em nossas vidas de diversas formas.

Isto pode ser visto claramente em várias

passagens bíblicas e especialmente no texto de

Romanos 7.

À luz desta verdade, percebemos que mesmo as

enfermidades que atuam em nossos corpos

físicos, e outras em nossa alma, são o resultado

da imperfeição em que ainda nos encontramos

aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde

perfeita a todos os crentes, sem qualquer

doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o

faz para que aprendamos que a nossa salvação

está inteiramente colocada sobre a

responsabilidade de Jesus, que é aquele que

responde por nós perante Ele, para nos manter

seguros na plena garantia da salvação que

obtivemos mediante a fé, conforme o próprio

Deus havia determinado justificar-nos somente

por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão

e com muitos outros mesmo nos dias do Velho

Testamento.

Page 32: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

32

Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé

porque não consegue vencer determinadas

fraquezas ou pecados, porque enquanto se

esforça para ser curado deles, e ainda que não o

consiga neste mundo, não perderá a sua

condição de filho amado de Deus, que pode usar

tudo isto em forma de repreensão e disciplina,

mas que jamais deixará ou abandonará a

qualquer que tenha recebido por filho, por

causa da aliança que fez com Jesus e na qual se

interpôs com um juramento que jamais a

anularia por causa de nossas imperfeições e

transgressões.

Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a

Jesus, mas sempre lamentará que não o ame

tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo

caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma

coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito,

virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a

apresentar a Deus que ele foi salvo, mas

simplesmente por meio do arrependimento e

da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é

necessário para a segurança eterna da sua

salvação.

É possível que alguém leia tudo o que foi dito

nestes sete últimos parágrafos e não tenha

percebido a grande verdade central relativa ao

evangelho, que está sendo comentada neles, e

Page 33: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

33

que foi citada de forma resumida no primeiro

deles, a saber:

“Então o plano de salvação, na aliança de graça

que foi feita, nada exige do homem, além da fé,

pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser

transformado e firmado na graça, será realizado

pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.”

Nós temos na Palavra de Deus a confirmação

desta verdade, que tudo é de fato devido à graça

de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é

suficiente para nos garantir uma salvação

eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e

Deus Filho, que nos escolheram para esta

salvação segura e eterna, antes mesmo da

fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra

são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle

que somos aceitos por Deus, nos termos da

aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os

agentes da aliança, e os crentes apenas os

beneficiários.

O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o

Filho, sem a consulta da vontade dos

beneficiários, uma vez que eles nem sequer

ainda existiam, e quando aderem agora pela fé

aos termos da aliança, eles são convocados a

fazê-lo voluntariamente e para o principal

propósito de serem salvos para serem

Page 34: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

34

santificados e glorificados, sendo instruídos

pelo evangelho que tudo o que era necessário

para a sua salvação foi perfeitamente

consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor

Jesus Cristo.

Então, preste atenção neste ponto muito

importante, de que tanto é assim, que não é pelo

fato de os crentes continuarem sujeitos ao

pecado, mesmo depois de convertidos, que eles

correm o risco de perderem a salvação deles,

uma vez que a aliança não foi feita diretamente

com eles, e consistindo na obediência perfeita

deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com

Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa

deles, como para garantir o aperfeiçoamento

deles na santidade e na justiça, ainda que isto

venha a ser somente completado integralmente

no por vir, quando adentrarem a glória celestial.

A salvação é por graça porque alguém pagou

inteiramente o preço devido para que fôssemos

salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.

E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi

dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas

também como Profeta e Rei.

Ele não somente é quem nos anuncia o

evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem

Page 35: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

35

tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia,

para que não errássemos o alvo por causa da

incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a

única coisa que pode nos afastar da

possibilidade da salvação.

Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos

corações, e nos submete à Sua vontade de forma

voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo

Seu próprio poder, a viver de modo agradável a

Deus.

Agora, nada disso é possível sem que haja

arrependimento. Ainda que não seja ele a causa

da nossa salvação, pois, como temos visto esta

causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus,

manifestados em Jesus em nosso favor, todavia,

o arrependimento é necessário, porque toda

esta salvação é para uma vida santa, uma vida

que lute contra o pecado, e que busque se

revestir do caráter e virtudes de Jesus.

Então, não há salvação pela fé onde o coração

permanece apegado ao pecado, e sem

manifestar qualquer desejo de viver de modo

santo para a glória de Deus.

Desde que haja arrependimento não há

qualquer impossibilidade para que Deus nos

salve, nem mesmo os grosseiros pecados da

Page 36: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

36

geração atual, que corre desenfreadamente à

busca de prazeres terrenos, e completamente

avessa aos valores eternos e celestiais.

Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria

até mais facilidade para Deus salvar a estes que

vivem na iniquidade porque a vida deles no

pecado é flagrante, e pouco se importam em

demonstrar por um viver hipócrita, que são

pessoas justas e puras, pois não estão

interessadas em demonstrar a justiça própria do

fariseu da parábola de Jesus, para que através de

sua falsa religiosidade, e autoengano, pudessem

alcançar algum favor da parte de Deus.

Assim, quando algum deles recebe a revelação

da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que

dominam seu coração, o trabalho de

convencimento do Espírito Santo é facilitado, e

eles lamentam por seus pecados e fogem para

Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os

receberá, e a nenhum deles lançará fora,

conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito

para a sua salvação exige somente o

arrependimento e a fé, para a recepção da graça

que os salvará.

Deus mesmo é quem provê todos os meios

necessários para que permaneçamos firmes na

Page 37: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

37

graça que nos salvou, de maneira que jamais

venhamos a nos separar dele definitivamente.

Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza

divina, no novo nascimento operado pelo

Espírito Santo, de modo que uma vez que uma

natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita.

Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a

velha venha a se dissolver totalmente, assim

como está ordenado que tudo o que herdamos

de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo

é feito novo em Jesus, em quem temos recebido

este nosso novo ser que se inclina em amor para

Deus e para todas as coisas de Deus.

Ainda que haja o pecado residente no crente, ele

se encontra destronado, pois quem reina agora

é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o

pecado. Ainda que algum pecado o vença isto

será temporariamente, do mesmo modo que

uma doença que se instala no corpo é expulsa

dele pelas defesas naturais ou por algum

medicamento potente. O sangue de Jesus é o

remédio pelo qual somos sarados de todas as

nossas enfermidades. E ainda que alguma delas

prevaleça neste mundo ela será totalmente

extinta quando partirmos para a glória, onde

tudo será perfeito.

Page 38: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

38

Temos este penhor da perfeição futura da

salvação dado a nós pela habitação do Espírito

Santo, que testifica juntamente com o nosso

espírito que somos agora filhos de Deus, não

apenas por ato declarativo desta condição, mas

de fato e de verdade pelo novo nascimento

espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé

em Jesus.

Toda esta vida que temos agora é obtida por

meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se

entregou por nós, para que vivamos por meio da

Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador

de toda a criação, inclusive desta nova criação

que está realizando desde o princípio, por meio

da geração de novas criaturas espirituais para

Deus por meio da fé nEle.

Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou

seja, pode fazer com que nova vida espiritual

seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe

perfeitamente quais são aqueles que atenderão

ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se

revela em espírito para que creiam nEle, e assim

sejam salvos.

Bem-aventurados portanto são:

Page 39: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

39

Os humildes de espírito que reconhecem que

nada possuem em si mesmos para agradarem a

Deus.

Os mansos que se submetem à vontade de Deus

e que se dispõem a cumprir os Seus

mandamentos.

Os que choram por causa de seus pecados e todo

o pecado que há no mundo, que é uma rebelião

contra o Criador.

Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o

testemunho de que todos necessitam da

misericórdia de Deus para serem perdoados.

Os pacificadores, e não propriamente pacifistas

que costumam anular a verdade em prol da paz

mundial, mas os que anunciam pela palavra e

suas próprias vidas que há paz de reconciliação

com Deus somente por meio da fé em Jesus.

Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do

reino de Deus que não é comida, nem bebida,

mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.

Os que são perseguidos por causa do evangelho,

porque sendo odiados sem causa, perseveram

em dar testemunho do Nome e da Palavra de

Jesus Cristo.

Page 40: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

40

Vemos assim que ser salvo pela graça não

significa: de qualquer modo, de maneira

descuidada, sem qualquer valor ou preço

envolvido na salvação. Jesus pagou um preço

altíssimo e de valor inestimável para que

pudéssemos ser redimidos. Os termos da

aliança por meio da qual somos salvos são todos

bem ordenados e planejados para que a salvação

seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais,

celestiais, espirituais envolvidos em todo o

processo da salvação.

É de uma preciosidade tão grande este plano e

aliança que eles devem ser eficazes mesmo

quando não há naqueles que são salvos um

conhecimento adequado de todas estas

verdades, pois está determinado que aquele que

crê no seu coração e confessar com os lábios que

Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é

necessário para um pecador ser transformado

em santo e recebido como filho adotivo por

Deus.

O crescimento na graça e no conhecimento de

Jesus são necessários para o nossos

aperfeiçoamento espiritual em progresso da

nossa santificação, mas não para a nossa

justificação e regeneração (novo nascimento)

que são instantâneos e recebidos

simultaneamente no dia mesmo em que nos

Page 41: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

41

convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como

nos encontrávamos na ocasião, totalmente

perdidos e mortos em transgressões e pecados.

E fomos recebidos porque a palavra da

promessa da aliança é que todo aquele que crê

será salvo, e nada mais é acrescentado a ela

como condição para a salvação.

É assim porque foi este o ajuste que foi feito

entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre

si para que fôssemos salvos por graça e

mediante a fé.

Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o

Pai escolheu para ser o autor e o consumador da

nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da

graça, e nós somos eleitos para recebermos os

benefícios desta aliança por meio da fé nAquele

a quem foram feitas as promessas de ter um

povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.

Então quando somos chamados de eleitos na

Bíblia, isto não significa que Deus fez uma

aliança exclusiva e diretamente com cada um

daqueles que creem, uma vez que uma aliança

com Deus para a vida eterna demanda uma

perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem

qualquer falha, e de nós mesmos, jamais

seríamos competentes para atender a tal

Page 42: A Harmonização entre a Vontade de Deus e a Nossa · através de Seu próprio procedimento, inteiramente obediente à vontade do Pai, qual é o modo pelo que nos convém também

42

exigência, de modo que a aliança poderia ter

sido feita somente com Jesus.

Somos aceitos pelo Pai porque estamos em

Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que

somos também recebidos. Jamais poderíamos

fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nosso

Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto é tipificado

claramente na Lei, em que nenhum ofertante

ou oferta seriam aceitos por Deus sem serem

apresentados pelo sacerdote escolhido por Deus

para tal propósito. Nenhum outro Sumo

Sacerdote foi designado pelo Pai para que

pudéssemos receber uma redenção e

aproximação eternas, senão somente nosso

Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu

para este ofício.