A História da Biblioteconomia no Brasil e no Espirito Santo
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História da Biblioteconomia no Brasil e Espírito Santo.
No decorrer da história e do surgimento da Biblioteconomia no mundo, o
principal fator que contribuiu para o desenvolvimento dessa área da ciência da
informação foi à necessidade de profissionais com competências e
conhecimentos técnicos para organização das informações produzidas pelas
sociedades. Aqui no Brasil não foi diferente, a carência profissional foi o ponto
de partida para a criação do curso de Biblioteconomia, tendo como berço, a
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
O primeiro curso de Biblioteconomia foi criado em 1911, tendo cinco
disciplinas: bibliografia, paleografia e diplomática, iconografia e numismática.
Sob influencia do modelo francês, cuja principal característica era o aspecto
humanístico, e posteriormente pela influencia norte-americana, esse curso só
teve inicio em 1915, quatro anos após sua criação, com critérios rigorosos para
admissão dos candidatos. Após várias dificuldades, relacionadas a recursos
orçamentários e baixo índice de aprovação dos candidatos, em 1922 o curso
foi extinto, e reaberto somente em 1931 com algumas alterações curriculares.
Em São Paulo, sob orientação de Dorothy M. Gedds Gropp, uma bibliotecária
norte-americana, surge um curso elementar de Biblioteconomia na instituição
Mackenzie College, em 1929. A presença de Mrs. Dorothy tinha por finalidade
auxiliar e orientar a organização da biblioteca da instituição através de novos
processos nos catálogos e na localização dos livros nas estantes e substituir
temporariamente a diretora Adelpha Figueiredo, que se ausentou de 1930 a
1931 para estudar Biblioteconomia nos E.U.A, sendo a primeira bibliotecária
brasileira a ter formação superior para essa área.
Em 1935 ocorre o encerramento do curso no Mackenzie, surgindo no ano
seguinte o primeiro curso regular de Biblioteconomia em São Paulo e segundo
no Brasil, promovido pelo departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de
São Paulo, dirigidos por Rubens Borba de Moraes e a própria Adelpha
Figueiredo.
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Sob a alegação de inutilidade e inviabilidade, em 1939, o prefeito Francisco
Prestes Maia, fecha o departamento de Cultura, porém o curso ressurge em
1940 sediado na Escola Livre de Sociologia e Política.
Após esse período, o ensino da Biblioteconomia passou por mudanças no
processo de ensino, e se difundiu em todo o Brasil, tanto em número de
escolas, quanto das técnicas de organização e tratamento da informação.
A Biblioteconomia no Espírito Santo
Assim como a criação do curso de Biblioteconomia no Brasil se deu pela
necessidade de profissionais bibliotecários na Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro, assim também foi no Espírito Santo. A demanda da própria instituição
a partir da implantação do Serviço Central de Bibliotecas na gestão do Reitor
Alair de Queiroz Araujo (1965 – 1971).
A primeira versão de criação do curso foi registrada entre 1969 e 1971,
elaborada pelo professor Altayr Moraes, assessorado pela professora Hagar
Espanha Gomes que, segundo consta, atuava no curso de Biblioteconomia da
Universidade Estadual do Rio de Janeiro e apresentava como justificativa a
necessidade de suprir o Serviço Central de Bibliotecas da UFES de pessoal
tecnicamente qualificado, uma vez que praticamente não havia bibliotecários
no Estado.
A segunda versão, em 1974, de criação do curso foi na gestão do novo Reitor,
o professor Máximo Borgo Filho. A criação do curso foi justificada pela carência
em todo Estado de profissionais bibliotecários e diplomação dos profissionais
que atuavam na Biblioteca Central da UFES e demais bibliotecas do Espírito
Santo.
Em 12 de setembro de 1974, foi publicado no jornal A Gazeta, a criação do
curso de Biblioteconomia e divulgado seu currículo, bem como a realização do
primeiro exame vestibular, a partir de 5 de janeiro de 1975.
Com o curso em funcionamento, um outro desafio se mostrou inadiável – O
reconhecimento do curso de Biblioteconomia pelo Ministério da Educação e
Cultura -, visto que a primeira turma estava se formando em 1978. A solicitação
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de reconhecimento e o cumprimento das exigências do Conselho Federal de
Educação deveriam ocorrer antes da diplomação da primeira turma, pois, caso
contrário, não poderia realizar concurso vestibular para o mesmo curso.
Em 9 de novembro de 1978, a comissão verificadora designada pelo Ministério
da Educação e Cultura emitiu parecer favorável ao reconhecimento do curso de
Biblioteconomia, ministrado pela Universidade Federal do Espírito Santo.
Devido ao fato do curso, quando da sua implantação, não apresentar a
quantidade mínima de docentes exigida na legislação em vigor, o curso de
Biblioteconomia foi vinculado ao Departamento de Administração no CCJE. A
decisão de vincular o curso à estrutura do CCJE/Departamento de
Administração se deu pelo fato de algumas das personalidades que estiveram
envolvidas com o funcionamento do curso, ocupavam postos hierarquicamente
importantes na Instituição e eram docentes lotados no CCJE.
Com a falta de infra-estrutura no início do curso, onde faltavam salas de aulas,
laboratórios de ensino e recursos humanos, a UFES buscou solucionar esses
problemas mediante a contratação de bibliotecários de outros Estados
brasileiros como Ceará, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba e Minas
Gerais. Quanto aos problemas relacionados a escassez dos materiais
didáticos, a colaboração dos alunos que se organizavam para comprá-los,
ajudou a sanar tais problemas.
Em 27 de março de 1980, um documento encaminhado ao Departamento de
Administração propondo a desvinculação do curso daquele departamento e a
criação do Departamento de Biblioteconomia, era uma reivindicação dos doze
professores que compunham o quadro de docentes do curso , sob a
coordenação das professoras Maria de Fátima Barreto e Maria do Carmo Iório
Bizzo.
A criação do Departamento de Biblioteconomia se concretizou em 30 de abril
de 1980, pela resolução 14/80 do conselho de Ensino e Pesquisa.
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Bibliografia
FONSECA, Edson Nery da. Introdução a biblioteconomia. 2.ed. Brasilia,DF
OLIVEIRA, Marlene; CARVALHO, G. F.; SOUZA, G.T. Trajetória histórica do
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ROSEMBERG, Dulcinéa S.; CORRÊA, Lucia H. M. A criação e o
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Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis,
n.4 2°sem. 1997.
Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo
http ://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br