A história e os caminhos da gestão escolar

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A HISTÓRIA E OS CAMINHOS DA GESTÃO ESCOLAR Ao se instalar o processo Constituinte na década de 1980, os educadores organizados compreenderam que era importante influenciar o Congresso Nacional para uma ação de melhoria contínua do processo educativo em nosso país. O Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, assume neste sentido um importante papel de incluir na Constituição Nacional de 1988, a Gestão Democrática como um princípio de Ensino público, o que posteriormente seria concretizado pela Lei 9394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –LDB) e no Plano Nacional de Educação em 2001. Neste contexto, a gestão democrática surge para que os estudantes aprendam mais e se realizem enquanto pessoas e cidadãos conscientes. Para tanto, se faz necessário ampliar os investimentos em educação, sobretudo nesta era de globalização, que trás a educação como o coração da sociedade, caracterizando a sociedade do conhecimento, o que faz surgir então a necessidade de uma escola de qualidade e acima de tudo democrática. Diante desta tênue linha histórica da Democratização da gestão no Brasil, a Unesco, constata a necessidade de onze a doze anos de escolaridade para se inserir este processo de globalização; neste sentido chega-se a triste conclusão de que o nosso país está longe de alcançar este patamar, necessitando-se, então, de uma política de Estado permanente com mais recursos e de uma escola com gestão democrática, de qualidade e inclusiva, capaz de fazer do aluno um verdadeiro cidadão. Nos anos oitenta, três coisas se destacaram nas lutas por uma educação de qualidade: descentralização, democratização e inclusão. O grande desafio torna-se acolher os alunos e fazer com que eles realmente aprendam. Para isso, o processo de gestão democrática precisa está pautado no Projeto Político Pedagógica, para assim ser possível acolher a todos e fazer com que estes sejam portadores de direitos e saberes. Finalmente, conclui-se que falar de Gestão Democrática é antes de mais nada uma atitude de acolhimento daqueles que sempre foram excluídos. Tendo a visão de que o grande

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A HISTÓRIA E OS CAMINHOS DA GESTÃO ESCOLAR

Ao se instalar o processo Constituinte na década de 1980, os educadores organizados compreenderam que era importante influenciar o Congresso Nacional para uma ação de melhoria contínua do processo educativo em nosso país. O Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, assume neste sentido um importante papel de incluir na Constituição Nacional de 1988, a Gestão Democrática como um princípio de Ensino público, o que posteriormente seria concretizado pela Lei 9394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –LDB) e no Plano Nacional de Educação em 2001.

Neste contexto, a gestão democrática surge para que os estudantes aprendam mais e se realizem enquanto pessoas e cidadãos conscientes. Para tanto, se faz necessário ampliar os investimentos em educação, sobretudo nesta era de globalização, que trás a educação como o coração da sociedade, caracterizando a sociedade do conhecimento, o que faz surgir então a necessidade de uma escola de qualidade e acima de tudo democrática.

Diante desta tênue linha histórica da Democratização da gestão no Brasil, a Unesco, constata a necessidade de onze a doze anos de escolaridade para se inserir este processo de globalização; neste sentido chega-se a triste conclusão de que  o nosso país está longe de alcançar este patamar, necessitando-se, então, de uma política de Estado permanente com mais recursos e de uma escola com gestão democrática, de qualidade e inclusiva, capaz de fazer do aluno um verdadeiro cidadão.

Nos anos oitenta, três coisas se destacaram nas lutas por uma educação de qualidade: descentralização, democratização e inclusão. O grande desafio torna-se acolher os alunos e fazer com que eles realmente aprendam. Para isso, o processo de gestão democrática precisa está pautado no Projeto Político Pedagógica, para assim ser possível acolher a todos e fazer com que estes sejam portadores de direitos e saberes.

Finalmente, conclui-se que falar de Gestão Democrática é antes de mais nada uma atitude de acolhimento daqueles que sempre foram excluídos. Tendo a visão de que o grande desafio da escola é ter alunos que se destaquem em todas as áreas do conhecimento.

A HISTÓRIA E OS CAMINHOS DA GESTÃO ESCOLAR

Apesar de ter estudado toda a parte da História da Educação no Brasil, o temos que entender que ainda

precisamos fazer muito pela educação, apesar de toda a luta, desde os anos trinta, com o Manifesto dos

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Pioneiros da Educação ( na Era Vargas) , passando pela luta para ser elaborada a LDB, concretizada e

consolidada na década de sessenta e, quando o educador Paulo Freire se torna um dos baluartes da

educação libertadora, entretanto, continuamos vendo aquele sonho dos Pioneiros que precisa ser

efetivado.

No processo da Gestão escolar a figura do diretor e a questão da construção do PPP são fundamentos

importantes para afirmar a escola pública em seu compromisso com a educação integral do ser humano.

É preciso defender o papel da democracia na escola, ou seja, a Gestão Democrática, para que a escola

pública possa dar um novo salto na educação, principalmente sabendo acolher todos. Infelizmente

persiste em nosso país a teoria da exclusão e, a escola precisa existir não só para trazer conhecimento

ao ser humano, mas ajudá-lo a melhorar sua expectativa de vida. Uma dos interlocutores afirmava que os

mais excluídos são os pobres e os filhos de trabalhadores. Parece que a escola não foi feita para eles

(isso sim nós precisamos pensar).   

A UNESCO defende que “o ser humano para acompanhar o mundo globalizado, precisar ter onze/doze

anos de escolaridade, caso contrário será excluído do processo e, no Brasil estamos longe disso”.

De fato, esse bandeira de luta da UNESCO nos levam refletir quanto a gestão da escola pública deve

melhorar, especialmente o papel dos diretores que se comprometer com a gestão democrática. E, o papel

desse gestor deve ser a busca constante da descentralização, do sabe ouvir, do incentivo de toda

a equipe para formar o ser humano em todas as dimensões. Não podemos pensar apenas na formação

para o mercado de trabalho, mas, contribuir na formação para a vida, cidadania e a vivência democrática. 

 

Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/a-historia-e-os-caminhos-da-gestao-escolar/85300/#ixzz25vZbGGf1

Os caminhos da gestão escolar: discutindo as atribuições e a prática do coordenador pedagógico  

Alexandra Silva dos Santos Furquim[*]Etiane Fagundes Braga**Silvania Regina Pellenz Irgang***

publicado em 02/02/2009

 

Introdução  

A escola, os sujeitos que nela estão inseridos e as relações que entre si se estabelecem têm sido campo de pesquisa sobre a gestão educacional, formação de professores e (re)significação de maneiras de ser e estar na profissão docente. Nesse espaço formativo encontram-se sujeitos singulares que constroem parte de sua história no coletivo. Dentre os saberes e os fazeres dos professores, buscou-se nesse estudo conhecer a gestão escolar pelo olhar de três coordenadoras pedagógicas de uma Escola Estadual do município de Santa Maria (RS) e com isso, refletir sobre a sua prática gestora.  

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Entende-se que o coordenador pedagógico, ao mesmo tempo que atua no coletivo, de forma a alcançar objetivos estabelecidos com a participação de todos, também está em processo permanente de desenvolvimento profissional, pois reconstrói seus saberes e seus fazeres permanentemente. 

 

         O presente estudo baseou-se na abordagem qualitativa de pesquisa, constituindo-se em um estudo de caso (TRIVINÕS, 1987; STAKE, 1999; YIN, 2005). Cada coordenadora pedagógica representou um caso. Para que o objetivo dessa pesquisa fosse atingido, elegeu-se como instrumento de coleta de dados a entrevista semi-estruturada. Para a organização dessa, foi elaborado um roteiro com base em três categorias intituladas trajetória docente, atribuições do coordenador pedagógico e prática de gestão do coordenador pedagógico.

Trajetória, atribuições e prática do coordenador pedagógico 

 

         A gestão escolar na perspectiva da administração individual, da hierarquia e da fragmentação de tarefas vem perdendo seu espaço para a gestão democrática, entendida como compartilhamento de responsabilidades no contexto escolar. No entanto, sua inserção na organização e funcionamento das escolas configura-se como um grande desafio para os gestores que necessitam, na maioria das vezes, reconstruírem suas concepções e práticas de gestão.

 

 

Nessa perspectiva, a gestão escolar passa a ser concebida sob o prisma de reconhecer a importância da participação de todos na organização e no planejamento do trabalho escolar, uma vez que o conceito de gestão está associado ao fortalecimento da democratização no processo pedagógico, à participação de todos nas decisões necessárias e na sua efetivação mediante compromisso coletivo.

 

 

 

Entende-se que o coordenador pedagógico constitui-se em um sujeito que assume o papel de coordenador de ações voltadas para objetivos coletivamente estabelecidos. Ou seja, aquele gestor que por sua articulação e integração desempenha juntamente com os demais gestores o trabalho pedagógico-curricular.

 

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Torna-se importante, assim, refletir como a trajetória docente repercute na prática desse profissional, não mais chamado de especialista em educação, mas de gestor escolar. Acredita-se que há, inevitavelmente, influência das experiências pessoais e, concomitantemente, da formação inicial e continuada na prática gestora desenvolvida no cotidiano escolar. Esse fato não poderia ser diferente com relação ao coordenador pedagógico: gestor, imbuído pelo eu pessoal e profissional.

 

 

 

Nesse estudo, a memória apresenta-se como âmago dessas relações, entendida não apenas como reminiscências do passado, mas, principalmente, conforme Benjamim apud Kenski (1992, p. 146) como “[...] um movimento permanente de reconstrução, determinado pelas condições concretas e emocionais do sujeito, no momento presente”.

 

 

 

Assim, ao se reportarem à trajetória profissional, aos caminhos percorridos na escolarização, as coordenadoras relembraram marcas positivas e negativas, perfis de professores que fizeram com que elas repensassem sua prática. A partir do exposto, percebe-se que não há como negar a indissociabilidade entre o eu pessoal e o eu profissional, ou seja, um está presente no outro. Dessa forma, é preciso exercitar o conhecimento de si, do seu “processo identitário” (NÓVOA, 1995), como pessoa e profissional, de seus desejos, angústias e escolhas, pois “[...] a identidade é um lugar de lutas e de conflitos, é um espaço de construção de maneiras de ser e de estar na profissão [...], a maneira como cada um se sente e se diz professor” (ibid, p. 16).

 

 

 

Sob essa perspectiva, quando se propõe a conhecer a trajetória do professor, também se pretende dar voz a ele, a sua vida, a tudo aquilo que faz parte de sua história, do seu processo formativo como pessoa, como aluno que foi e professor que é. Segundo Goodson (1995, p. 75),

 

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[...] os estudos referentes às vidas dos professores podem ajudar-nos a ver o indivíduo em relação com a história do seu tempo, permitindo-nos encarar a intersecção da história de vida com a história da sociedade, esclarecendo, assim, as escolhas, contingências e opções que se deparam ao indivíduo.

 

 

 

Em vista disso, percebe-se que conhecer a vida do professor é de suma importância para entender sua formação e prática profissional. No entanto, esse processo não é estanque, ele se modifica no cotidiano das relações, dos conflitos e das decisões tomadas no decorrer da carreira. Nessas vivências, outras aprendizagens, reflexões e (re)significações acerca da profissão são possíveis.

 

 

 

Nessa perspectiva, muitas foram as razões que determinaram as escolhas profissionais das coordenadoras entrevistadas. Segundo elas, os fatores que influenciaram suas escolhas passaram pela interferência da família, do trabalho com a área das ciências humanas, com o conhecimento, o saber e o fazer na educação como necessidade de formação. De acordo com Cunha (1996), “[...] o professor nasceu numa época, num local, numa circunstância que interferem no seu modo de ser e agir. Suas experiências e sua história são fatores determinantes do seu comportamento cotidiano”. 

 

 

 

Por isso, conhecer a trajetória da formação profissional dos professores permite adentrar no campo dos sentidos e significados que a profissão representa para cada um. Nesse caso, destaca-se a importância da formação continuada, ressaltada pelas coordenadoras, como processo de autoformação crítico-reflexiva da e na prática docente.

 

 

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Percebe-se, pois, que a continuidade da formação é indispensável para a profissionalização no atual contexto educacional e que esse processo se constrói durante toda a carreira profissional. A formação permanente se faz necessária pela própria natureza dos saberes e dos fazeres humanos como práticas que se transformam constantemente. Nesse sentido, os coordenadores pedagógicos, anteriormente chamados de supervisores escolares, possuíam um papel associado, principalmente, ao controle das práticas docentes. A partir das mudanças no processo de organização da escola, o coordenador pedagógico passou a ser considerado, também, um professor e seu foco passou a ser, prioritariamente, o processo de ensino e aprendizagem. Desse modo, os saberes teóricos e práticos oriundos da trajetória docente passaram a compor, juntamente com os saberes para o desenvolvimento das atividades administrativas, os conhecimentos necessários para o trabalho na coordenação.

 

Quanto às atribuições como coordenador pedagógico, as colaboradoras apontaram que seu trabalho reside, prioritariamente, no desenvolvimento das questões burocráticas, postas pela legislação vigente, e no seu trabalho com a equipe docente. Ou seja, o coordenador é o mediador das práticas do professor, uma vez que sua ação está diretamente ligada à educação, aos aspectos pedagógicos do ambiente escolar. Corroborando com o exposto, Libâneo, Toschi e Oliveira (2005, p. 373) destacam que “[...] a coordenação pedagógica [...] responde pela viabilização do trabalho pedagógico-didático e por sua integração e articulação com os professores, em função da qualidade do ensino”.

 

 

 

Dessa forma, o trabalho desenvolvido pelo coordenador pedagógico constitui-se em uma prática mediadora no sentido de visar o comprometimento com o corpo docente e o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. A partir disso, percebe-se que o coordenador pedagógico é o gestor responsável por:

 

 

 

[...] coordenar, acompanhar, acessorar, apoiar e avaliar as atividades pedagógico-curriculares. Sua atribuição prioritária é prestar assistência pedagógico-didática aos professores em suas respectivas disciplinas, no que diz respeito ao trabalho interativo com os alunos. (LIBÂNEO, OLIVEIRA E TOSCHI, 2005, p. 373)

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Entende-se que a trajetória construtiva desse profissional necessita ser visualizada com um olhar reflexivo, no sentido de se poder identificar as possíveis interferências que venham a determinar a sua prática gestora. Percebe-se que, na maioria das vezes, o gestor escolar direciona a sua prática a partir das concepções de gestão internalizadas ao longo de sua trajetória. Nessa perspectiva, Mizukami et al. (2002, p. 48) apontam que “[...] os conhecimentos, as crenças e as metas são elementos fundamentais na determinação do que fazem e de por que o fazem”. Assim, a gestão escolar assume diferentes perspectivas conforme a concepção que os gestores têm das finalidades sociais e políticas da educação em relação à sociedade e à formação discente.

 

 

 

Libâneo, Oliveira e Toschi (2005) apresentam quatro concepções de gestão escolar que aqui serão expostas de maneira sucinta. A primeira diz respeito a concepção técnico-científica que se baseia na hierarquia de cargos e de funções, nas regras e nos procedimentos administrativos, para a racionalização do trabalho e a eficiência dos serviços escolares. A autogestionária baseia-se na responsabilidade coletiva, na ausência de direção centralizada e na acentuação da participação direta e por igual de todos os membros da instituição. A interpretativa considera como elemento prioritário na análise dos processos de organização e gestão os significados subjetivos, as intenções e a interação das pessoas. A concepção democrático-participativa baseia-se na relação orgânica entre a direção e a participação dos membros da equipe, onde as decisões são tomadas coletivamente. Essas concepções são decorrentes da perspectiva de gestão sociocrítica, que propõe:

 

 

 

[...] de um lado, a organização como uma construção social envolvendo a experiência subjetiva e cultural das pessoas; de outro, essa construção não como um processo livre e voluntário, mas mediatizado pela realidade sociocultural e política mais ampla, incluindo a influência de forças externas e internas marcadas por interesses de grupos sociais sempre contraditórios e, às vezes, conflituosos. Tal visão busca relações solidárias, formas participativas, mas também valoriza os elementos internos do processo organizacional – o planejamento, a organização, a gestão, a direção, a avaliação, as responsabilidades individuais dos membros da equipe e a ação organizacional coordenada e

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supervisionada [...]. (LIBÂNEO, 2001, p. 222-223)

 

 

 

Na escola tais processos de gestão, muitas vezes, não são percebidos de maneira clara, ora por estarem imbricados uns nos outros, ora pela gestão técnico-científica ainda predominar. Nesse sentido, ao ser feita a análise da fala das entrevistadas, foi possível verificar as categorizações “concepção de gestão: enfoque sociocrítico (no sentido de agregar pessoas, considerar as interações sociais e formas democráticas de tomada de decisões)”, como também “coordenação: trabalho burocrático x trabalho pedagógico”, quando as entrevistadas ao serem questionadas sobre a concepção de gestão escolar que fundamenta a prática e prática desenvolvida como gestor apontaram que:

 

 

 

[...] eu procuro me pautar na gestão democrática, agora isso é difícil. De vez em quando a gente tem que quase impor algumas resoluções, inclusive pra não burlar a questão legal que a gente tem que zelar bastante. (COORDENADORA DO TURNO DA TARDE)

 

[...] talvez eu tenha me centrado mais na parte burocrática: diário de classe, planos de curso, na época. Agora com o tempo mudou muito. Eu vejo que a minha prática, como coordenação, mudou muito. Porque isso precisa ser feito. São documentos, mas que não é a preocupação maior que tu precisas ter. Tu precisas ter um olhar do professor, auxiliando, ouvindo, ajudando na atividade pedagógica. (COORDENADORA DO TURNO DA NOITE)

 

[...] como gestão eu considero que, faz dois anos que se está tentando trabalhar na escola. Porque até então era: tu és o coordenador, tu és o administrador, tu és o supervisor e cada um o dono do seu espaço. Ninguém palpitava na vida do outro. Não é essa a visão de gestão, do processo e nem de professor gestor da sala de aula. Tem escolas que aderiu da teoria a prática é bem um termo assim, diretiva, que eu acho que não deve se usar mais. (COORDENADORA DO TURNO DA MANHÃ)

 

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Verifica-se que as três coordenadoras elegeram a perspectiva sociocrítica como a forma de gestão que possibilita o trabalho coerente e vislumbra os objetivos educacionais almejados. Por outro lado, pode-se identificar um obstáculo em trabalhar de maneira coletiva, quando os colegas e até mesmo elas são oriundas de uma organização em que prevalece o trabalho compartimentado.

 

 

Assim, foi possível perceber que as posições aqui colocadas refletem a mesma posição política sobre o papel da escola. No entanto, o que está instituído na estrutura organizacional da escola, por meio da fragmentação do trabalho pedagógico e desarticulação com o papel social, acabam impossibilitando um trabalho visando o coletivo escolar.

 

 

Considerações finais

 

 

Acredita-se que essa pesquisa contribuiu com uma reflexão sobre a prática gestora do coordenador pedagógico, entendido como sujeito que participa do processo de mediação e articulação de saberes e fazeres, que busca construir, progressivamente, processos de democracia e participação coletiva através de discussões, reflexões, ações e avaliações constantes.

 

Entende-se que os saberes, as experiências e as vivências decorrentes de sua trajetória profissional interferem no modo como concebem, organizam e desenvolvem a prática de gestão. No entanto, as coordenadoras entrevistadas deixaram claro que o processo de gestão participativa e democrática ainda não se efetivou na escola. As reflexões e ações são lentas e dependem do envolvimento e comprometimento de todos. Em suma, pode-se destacar do trabalho das coordenadoras a tentativa de gestão democrática-participativa, a qual implica deveres e responsabilidades de todos os envolvidos e o comprometimento com a educação de qualidade.

 

 

Referências

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CUNHA, M. I. da. O bom professor e sua prática. 6. ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 1996.

 

 

GOODSON, I. Dar voz ao professor: a história de vida dos professores e seu desenvolvimento profissional. In: NÓVOA, A. (Org.).  Vidas de profesores. 2. ed. Portugal: Porto, 1995.

 

KENSKI, V. Memória e ensino. São Paulo: Papirus, 1992.

 

 

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 4. ed. Goiânia, Goiás: Alternativa, 2001.

 

 

LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

 

 

LÜCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

                

MIZUKAMI, M. G. N., et al. Escola e aprendizagem da docência: processos de investigação e formação. São Carlos: UFSCar, 2002.

 

NÓVOA,  A. (Org.).  Vidas de profesores. 2. ed. Portugal: Porto, 1995.

 

STAKE, R. E. Investigación con estudio de casos. 2. ed. Madrid: Ediciones Morata S. L, 1999.

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TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

 

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

 

 

 

[*] Licenciada em Pedagogia, Especialista em Gestão Educacional e Mestranda em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria/RS. E-mail: [email protected]

 

O papel dos colegiados na Gestão EscolarPrograma de TV: Fazendo Escola Tomando com exemplo a escola José Monteiro Lima

da cidade de São Bernardo \GO, o programa de TV: Fazendo Escola, relata em

aproximadamente 55 minutos de reportagem e entrevistas, o perfil educacional dessa

cidade, destacando o papel dos colegiados na gestão escolar. Para isso, o programa conta

com vários especialistas da área educacional, como: a professora Ilma Passos (Faculdade

de Educação\UnB), o professor Erasto Fortes Mendonça (Diretor da Faculdade de

Educação\UnB), a professora Regina Vinhais Gracindo (Faculdade de Educação\UnB), a

Maria da Gloria Gohn (professora titular da Faculdade de Educação\Unicamp e Uninove) e

a professora Márcia Ângela Aguiar do Centro de Educação\UFPE. A princípio destacamos

o que significa a missão escolar para esses especialistas, significa mais do nunca, garantir

os serviços educacionais de qualidade, garantindo a permanecia do aluno na escola, com

o objetivo de formar cidadãos críticos conscientes para enfrentar o mundo moderno. Este é

um conceito que indubitavelmente precisa do processo da Gestão Democrática para

colocá-lo em práxis. Já que este processo, prever que não apenas o Diretor decida sobre

as questões da escola, mas que todos os envolvidos precisam participar seja: setor

administrativo, pedagógico e comunidade local, em fim, em todos os sentidos. De acordo

com o vídeo, observamos que existe uma grande união para quer a escola alcance uma

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melhora em seu ensino, independente do nível a ser estudado, uma gestão em busca do

entendimento, para passar um conhecimento mais qualificado a cada aluno da escola. E

isto, surgiu quando se deu a criação do conselho escolar, que procura dentro do possível

adequar uma conjuntura com participação do gestor, conselho escolar, grêmio estudantil,

associação dos pais de alunos, para encontrar uma melhor solução em busca do

desenvolvimento do ensino na escola, principalmente a escola pública. Ale disso, este

conselho procurar em suas reuniões encontrar soluções para problemas diretamente

relacionados aos alunos e setor pedagógico, criando projeto para manter o aluno na

escola, entre vários projetos destacados, que podem serrem aplicados ao aluno, citamos,

por exemplos horta na escola que procura mostrar e viabilizar o aluno com o objetivo de

produzir uma parte de seu alimento no dia a dia na escola, outra muito importante é o

projeto do aluno monitor, que o aluno passa a ensinar o outro aluno, com o objetivo de que

todos alcancem seus propósitos, e a escola se destaque diante dessa atividade. A gestão

escolar faz toda esta mobilização entre todos os integrantes do conselho escolar, com a

participação do gestor, pais, aluno e funcionários desta instituição escolar de forma

democrática, onde este processo democrático funciona de forma integral com todos estes

componentes, além de toda uma cooperação do colegiado que procura sugerir juntamente

com o conselho escolar, mudanças naquilo que for para uma melhora do ensino dentro da

escola pública, pois o colegiado tem uma participação maior integral com o aluno na sala

de aula, além de procura compreender de forma mais coerente, a forma de convivência

desta comunidade o qual a escola está situada, e buscar entender alguns fatos inerentes a

esta localidade e procurar contar com a cooperação desta comunidade dentro daquilo que

a escola precisa, de forma democrática e social, de acordo com a realidade presente.

Quando todo este aparato caminha junto, fortalece toda uma estrutura e forma uma

conjuntura coletiva em torno do corpo administrativo da escola, pois a educação é um todo

e tem por objetivo integra o aluno a escola. O colegiado tem uma preocupação com o

projeto pedagógico do ensino público, no qual este aluno vai participar diretamente na sala

de aula deste projeto que foi idealizado pelo colegiado e, é aprovado pelo conselho escolar

em reuniões, a participação efetiva neste processo pedagógico do conselho escolar, está

voltado para seguinte objetivo: ensino de qualidade dentro da escola pública. Esta

conjuntura educacional vem melhorando desde a criação dos conselhos. Por ter uma

participação integral de um corpo formando por várias instâncias, com o objetivo de

encontrar um caminho mais viável para o ensino público de qualidade, de forma que cada

vez mais esta gestão seja participativa de todo este corpo que nós referimos

anteriormente, dentro do ensino fundamental e médio principalmente, onde encontramos

as maiores dificuldades na prática destes objetivos incorporados dentro de uma processo

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educativo com forma participativa e democrática no ensino público em geral. Todavia, se

procuramos ouvi todos os meios legais, vamos sempre encontrar algo para ser modificado

com objetivo de uma melhoria no ensino público, com certeza nos últimos anos houve um

avanço muito grande no ensino público, claro que esta melhora não chegou a todas as

partes do pais. Para isto, deve-se ter uma forma de gestão democrática e participativa no

processo educacional do país. A professora Regina V. G. ver a participação desses

envolvidos como condição da Gestão Democrática. O grêmio estudantil, por exemplo, é

um tipo de colegiado que não somente trata do interesse do aluno em si, mas de projetos

que possam ser desenvolvidos na escola, pois como deixou claro o presidente do grêmio,

“o sucesso da escola não depende apenas da direção e da coordenação, mas sim do

próprio aluno”. E isto, é Gestão Democrática. Uma pergunta que surge nesse tipo de

Gestão a seguinte – Por que dividir a administração com outras pessoas? E o Diretor

desta escola responde: “a palavra que deve prevalecer na escola não é o eu, mas sim o

nós.” Segundo o professor Erasto F. M., o conselho escolar que reúne professores,

diretores, alunos, funcionário e pais de alunos, tem uma qualidade diferenciada no

processo de gestão da escola. Portanto, dividir responsabilidade é um importante começo

para melhorar o desempenho escolar. Para Ilma P., este processo deve ter como foco o

desenvolvimento da cidadania, e viver a cidadania na escola significa poder ter voz e ter

representação na instancia dos colegiados. Projetos como: horta na escola, esporte na

escola e meio ambiente, representam formas da comunidade escolar e representantes da

comunidade civil organizada se interagirem numa perspectiva de aprimoramento da

cidadania. Além disso, por meio da interdisciplinaridade, que segundo a coordenadora

pedagógica da escola Dalka Maria Pinheiro, foi a pedra fundamental na mudança da

escola, que por meio da interação de diversos disciplina, a comunidade escolar pode

socializar os conhecimentos. Apesar de vários tipos de colegiados como: grupos de

alunos, associação de pais e conselho escolar, a função primordial do colegiado é a

formulação do projeto político pedagógico, que visa a construção da cidadania. Então,

dividir com todos as responsabilidades é compartilhar cada passo e caminhar

acompanhado. Porque estamos formandos pessoas pra dizer sim, não, pra argumentar e

para brigar pelos seus direitos. Como afirma Maria da G. G. gestão compartilhada implica

em comunidade educativa, coloca a escola no centro da sociedade, que em contra partida,

pode fornecer uma nova cultura política. Para Márcia A. A., a escola é o lócus de formação

humana, ou seja, é o espaço para a formação da cidadania. A escola não existe para

reproduzir conhecimentos, mas sim como construção de conhecimentos, sejam

conhecimentos acumulados historicamente ou como se diz conhecimento da cultura

popular. Um dos grandes desafios das escolas brasileiras de um modo geral é criar

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mecanismos de sustentação de uma estrutura educacional que seja produtiva e

cumpridora do papel central da instituição que é o processo de formação dos alunos em

cidadãos esclarecidos e comprometidos com a realidade social em que estão inseridos.

Devido a grande precariedade estrutural da realidade educacional brasileira onde o

aparato material é extremamente restrito para subsidiar as contingências de alunos e

professores em sua trajetória educacional formas alternativas de gestão educacional

devem ser criadas para que, de acordo com a realidade local, se possam criar cenários

favoráveis à constituição de espaços de referência no contexto da educação. Assim, a

escola em questão encontrou na gestão democrática, o caminho para, através do conselho

escolar, discutir coletivamente as demandas institucionais para, coletivamente, resolver os

problemas gerais. Os conselhos são criados para atender conjuntamente os anseios de

todos os envolvidos no processo educacional de modo que pais, alunos, professores,

diretores e funcionários têm voz e passam a fazer parte do processo se envolvendo a

ponto de assumirem para si a responsabilidade de melhorar o ambiente escolar. Dessa

forma todas as instâncias são contempladas nos planos de melhorias da escola. O diretor

agindo sozinho, trazendo as tarefas prontas para serem executadas pelos participantes

dificilmente conseguiria ter clareza para perceber todas as necessidades da escola e

provavelmente não conseguiria a participação efetiva de todos os envolvidos. Vários

projetos são criados em decorrência das decisões do conselho e acabam virando uma

prática de grande importância no curso das atividades escolares. A vida na escola passa a

ser marcada não mais pela simples freqüência das aulas mais o aluno vive a escola em

todos os seus aspectos participando e se sentindo agente importante na composição da

instituição. Os projetos extrapolam os muros da escola e ganham as ruas da cidade de

maneira que a sociedade absorve as práticas criadas na escola trazendo a tona um senso

de responsabilidade social que perpassa uma comunidade inteira alterando para melhor a

convivência social numa abrangência bastante considerável. Cria-se uma relação

constante com a interdisciplinaridade, ou melhor, com uma “transdisciplinaridade”, que

engloba todos os conhecimentos do aluno num processo contínuo que o inclina a ser um

hospedeiro de bons atos e o leva a ser um disseminador de qualidade de vida para ele e

para aqueles que lhe estão próximos. É possível, com medidas relativamente simples,

contornar os problemas impostos pela precariedade do ensino no país. O vídeo comprova

que aquilo que se busca como ideal de educação é factível e está ao alcance de qualquer

comunidade. As possibilidades de desenvolvimento do ensino vão, inclusive, além da

grade curricular e do progresso puramente pedagógico, e é capaz de atingir o indivíduo em

sua essência, tornado este, não só um aluno como também um cidadão completo capaz

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de modificar o meio em que vive trazendo assim mais harmonia e progresso para a sua

comunidade.

O Papel do Professor

O professor é o grande agente do processo educacional, diz o Dr. Gabriel Chalita, autor do livro "Educação - a solução está no afeto". E ele prossegue: "A alma de qualquer instituição de ensino é o professor. Por mais que se invista na equipagem das escolas, em laboratórios, bibliotecas, anfiteatros, quadras esportivas, piscinas, campos de futebol - sem negar a importância de todo esse instrumental -, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel e à importância do professor."

Mas, professor Gabriel, perguntamos, há quem afirme que o computador irá substituir o professor, e que nesta era em que a informação chega de muitas maneiras, o professor perdeu sua importância. Ele responde, com serenidade: "O computador nunca substituirá o professor. Por mais evoluída que seja a máquina, por mais que a robótica profetize evoluções fantásticas, há um dado que não pode ser desconsiderado: a máquina reflete e não é capaz de dar afeto, de passar emoção, de vibrar com a conquista de cada aluno. Isso é um privilégio humano."

Deste ponto em diante, deixaremos que a entrevista siga como monólogo, porque quem tem ouvidos de ouvir, que ouça.

"Pode-se ter todos os poemas, romances ou dados no computador, como há nos livros, nas bibliotecas; pode até haver a possibilidade de buscar informações pela Internet, cruzar dados num toque de teclas, mas falta a emoção humana, o olhar atento do professor, sua gesticulação, a fala, a interrupção do aluno, a construção coletiva do conhecimento, a interação com a dificuldade ou facilidade da aprendizagem.Os temores de que a máquina possa vir a substituir o professor só atingem aqueles que não têm verdadeiramente a vocação do magistério, os que são meros informadores desprovidos de emoção. Professor é muito mais do que isso. Professor tem luz própria e caminha com pés próprios. Não é possível que ele pregue a autonomia sem ser autônomo; que fale de liberdade sem experimentar a conquista da independência que é o saber; que ele queira que seu aluno seja feliz sem demonstrar afeto. E para que possa transmitir afeto é preciso que sinta afeto, que viva o afeto. Ninguém dá o que não tem. O copo transborda quando está cheio; o mestre tem de transbordar afeto, cumplicidade, participação no sucesso, na conquista de seu educando; o mestre tem de ser o referencial, o líder, o interventor seguro, capaz de auxiliar o aluno em seus sonhos, seus projetos.A formação é um fator fundamental para o professor. Não apenas a graduação universitária ou a pós-graduação, mas a formação continuada, ampla, as atualizações e os aperfeiçoamentos. Não basta que um professor de matemática conheça profundamente a matéria, ele precisa entender de psicologia, pedagogia, linguagem, sexualidade, infância, adolescência, sonho, afeto, vida. Não basta que o professor de geografia conheça bem sua área e consiga dialogar com áreas afins como história; ele precisa entender de ética, política, amor, projetos, família. Não se pode compartimentar o conhecimento e contentar-se com bons especialistas em cada uma das áreas.Para que um professor desempenhe com maestria a aula na matéria de sua especialidade, ele precisa conhecer as demais matérias, os temas transversais que devem perpassar todas elas e, acima de tudo, conhecer o aluno. Tudo o que diz respeito ao aluno deve ser de interesse do professor. Ninguém ama o que não conhece, e o aluno precisa ser amado! E o professor é capaz de fazer isso. Para quem teve uma formação rígida, é difícil expressar os sentimentos; há pessoas que não conseguem elogiar, que não conseguem abraçar, que não conseguem sorrir. O professor tem de quebrar essas barreiras e trabalhar suas limitações e as dos alunos.Não há como separar o ser humano profissional do ser humano pessoal. Certamente o

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professor, como qualquer pessoa, terá seus problemas pessoais, chegará à escola mais sisudo que o habitual e terá mais dificuldade em desempenhar seu trabalho em sala de aula. Os alunos notarão a diferença e a eventual impaciência do professor nesse dia, mas eles não sabem os motivos da sisudez do mestre e podem interpretar erroneamente. Exatamente por isso é preciso cuidar para que contrariedades pessoais não venham à tona, causando mágoas e ressentimentos.Ao enfrentar problemas de ordem pessoal o professor deve procurar o melhor meio para sair do estado de espírito sombrio e poder desempenhar seu trabalho com serenidade. A leitura dos clássicos, o contato com a arte, com a natureza, uma boa terapia, uma reflexão mais profunda sobre a contrariedade por que se está passando pode ajudar muito. Ninguém é mau em essência, como já dissemos, mas um professor descontrolado deve rever seu comportamento sob pena de ser mal interpretado por seus alunos.Sabe-se que a dificuldade financeira é um obstáculo para a maior parte dos professores deste país, mas não pode servir de desculpa: há numerosos programas culturais gratuitos, há bibliotecas públicas, a natureza está aí e não cobra nada para ser contemplada. Não se trata de ignorar a lamentável situação em que se encontram os professores no que diz respeito aos patamares salariais. Essa classe vem sendo tratada com desrespeito pela grande maioria dos administradores públicos do país. Para obras de cimento e cal sempre há dinheiro, para um salário digno de quem forma o cidadão brasileiro não há verbas. Entretanto, isso não pode ser desculpa para a acomodação, para a negligência ou para a impaciência. O professor tem o direito constitucional de fazer greve e ninguém pode deixar de respeitá-lo por isso, mas não tem o direito de ser negligente, incompetente, displicente, porque o aluno não tem culpa. Se o problema é com os administradores, eles é que devem ser enfrentados. É melhor entrar em greve, com todos os problemas decorrentes disso, do que dar uma aula sem alma apenas porque não se ganha o suficiente.Desde os primórdios da cultura grega, o professor se encontrar em uma posição de importância vital para o amadurecimento da sociedade e a difusão da cultura. As escolas de Sócrates, Platão e Aristóteles demonstram a habilidade que tinham os pensadores para discutir os elementos mais fundamentais da natureza humana. Não perdiam tempo com conteúdos engessados. Discutiam o que era essencial. Sabiam o que era essencial porque viviam da reflexão, e a aula era o resultado de um profundo processo de preparação. Assim foi a escola de Abelardo, com os alunos quase extasiados pelo carisma do professor e pela forma envolvente e sedutora como eram tratados os temas. Sócrates andava com seus alunos e ironizava a sociedade da época com o objetivo de fazê-los pensar, de provocar-lhes a reflexão, o senso crítico. Não se conformava com a passividade de quem acha que nada sabe e nunca conseguirá sabem nem com a arrogância de quem acredita que tudo sabe e, portanto, nada mais há que mereça ser estudado ou refletido.Jesus Cristo, o maior de todos os mestres da humanidade, contava histórias, parábolas e reunia multidões ao seu redor, fazendo uso da pedagogia do amor. Quem era esse pregador que falava de forma tão convincente, ensinava sobre um novo reino e olhava nos olhos com a doçura e a autoridade de um verdadeiro mestre? A multidão vinha de longe para ouvi-lo falar, para aprender sobre esse novo reino e sobre o que seria preciso fazer para alcançar a felicidade. O grande mestre não precisava registrar as matérias, não se desesperava com o conteúdo a ser ministrado nem com a forma de avaliação, se havia muitos discípulos ou não. Jesus sabia o que queria: construir a civilização do amor. E assim navegava em águas tranqüilas, na maré correta, com a autoridade de quem tem conhecimento, de quem tem amor e de quem acredita na própria missão.Sócrates e Cristo foram educadores, formaram pessoas melhores. Não há como negar que os numerosos profetas ou os simples contadores de história conseguiram tocar e educar muito mais do que qualquer professor que saiba de cor todo o plano curricular e tudo o que o aluno deve decorar para ser promovido. Ninguém foi obrigado a seguir a Cristo, não havia lista de presença nem chamada, e mesmo assim a multidão se encantava com seus ensinamentos - ele tinha o que dizer e acreditava no que dizia, por isso foi tão marcante.O professor precisa acreditar no que diz, ter convicção em seus ensinamentos para que os alunos também acreditem e se sintam envolvidos. Precisa de preparo para ir no rumo certo e alcançar os objetivos que almeja.O professor que não prepara as aulas desrespeita os alunos e o próprio ofício. É como um médico que entra no centro cirúrgico sem saber o que vai fazer e sem instrumentação adequada. Tudo na vida exige uma preparação. Uma aula preparada, organizada, com o conteúdo refletido muito provavelmente será bem sucedida. Aula previamente preparada não

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significa aula engessada: não lhe dará o direito de falar compulsivamente, sem permitir intervenção do aluno, não dialogar com a vida, não dar ensejo a dúvidas; o professor não deixará de discutir outros temas que surgirem apenas porque tem que cumprir o roteiro de aula que preparou. Pode até ocorrer que ele dê uma aula diferente daquela que planejou, mas isso é enriquecedor.Preparação é planejamento. Muitos professores fazem o planejamento do início do ano de qualquer maneira, apenas para cumprir exigências formais. É lamentável. Se o professor investir tempo refletindo cada item de seu planejamento, sem dúvida terá muito menos trabalho durante o ano para o cumprimento de seus objetivos porque planejou, sabe onde quer chegar, sabe o tipo de habilidade que precisa ser trabalhada e como avaliar o processo do aluno.A partir da minha experiência por meio de contatos no Brasil e fora daqui, passo agora a compor um quadro com os tipos mais comuns de professor que se pode encontrar. Como todo o respeito que merece a categoria como um todo, nota-se freqüentemente a recorrência dos mesmos gêneros de atuação em sala.

PROFESSOR ARROGANTEEle se acha o detentor do conhecimento. Fala de si o tempo todo e coloca os alunos em um patamar de inferioridade. Ao menor questionamento, pergunta quantas faculdades já fez o aluno, se já escreveu algum livro, se já defendeu teses, para se mostrar superior. Gosta de parecer um mito; teima em propalar, às vezes inventando, os elogios que recebe em todos os congressos dos quais participa; conta histórias a respeito de si mesmo para mostrar quanto é competente e querido. Não gosta de ser interrompido, não presta atenção quando algum aluno quer lhe contar um feito seu. Só ele interessa; só ele se basta.O que se pode dizer é que o professor arrogante tem uma rejeição a si mesmo e não acredita em quase nada do que diz. Como sofre, possivelmente, de complexo de inferioridade, precisa de auto-afirmar usando a platéia cativa de que dispõe: os alunos.

PROFESSOR INSEGUROTem medo dos alunos; teme ser rejeitado, não conseguir dar aula, não ser ouvido porque acha que sua voz não é tão boa. Não sabe como passar a matéria apesar de ter preparado tudo; acha que talvez fosse melhor usar outro método; teme que os alunos não gostem de sua forma de avaliação. Começa a aula várias vezes e se desculpa, e pede ainda que esqueçam tudo, e recomeça. Tem receio de que os pais dos alunos não gostem de sua forma de relacionamento com eles, receia também a direção da escola, os outros professores e se vê paralisado, com seu potencial de educador inutilizado.O medo de fato paralisa e dificulta o crescimento profissional. Apesar de ser um sentimento normal e freqüente, é preciso que seja trabalhado. Um ator quando entra em cena geralmente está tenso, nervoso, mas seu talento consiste em não transmitir essa sensação para a platéia. Ele precisa confiar no que está fazendo e superar a insegurança. Se o professor não acreditar no que diz, será ainda mais difícil ao aluno fazê-lo.

PROFESSOR LAMURIANTEO professor lamuriante reclama de tudo o tempo todo. Reclama da situação atual do país, da escola, da falta de participação dos alunos, da falta de material para dar um bom curso, do currículo, das poucas aulas que tem para ministrar sua matéria. Passa sempre a impressão de que está arrasado e não encontrar prazer no que faz. Às vezes se aproveita da condição de professor e usa a turma para fazer terapia. Fala do filho, da filha, da empregada, da cozinheira, da ingratidão de amigos etc. Mais uma vez, se trata do abuso da platéia cativa.A dignidade de um profissional é requisito básico para uma relação de trabalho. No magistério, essa norma é um mandamento, na medida em que o professor trata com pessoas em formação, que não são seus iguais em nenhuma hipótese.

PROFESSOR DITADORÉ aquele que não respeita a autonomia do aluno. Trabalha como se fosse um comandante em batalha; exige disciplina a todo o custo. Grita e ameaça. Não quer um pio, zela pela sala como se fosse um presídio; ninguém pode entrar atrasado nem sair mais cedo; ninguém pode ir ao banheiro, é preciso disciplinar também as necessidades fisiológicas. Dia de prova parece também dia de glória: investiga aluno por aluno, proíbe empréstimo de material, ameaça quem olhar para o lado. Tem acessos de inspetoria higiênica, investiga as unhas das mãos e os

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cabelos. Grita exigindo silêncio quando o silêncio já reinava desolado na sala.O professor ditador está perdido na necessidade de poder. Poder e respeito não se impõem, se conquistam. Há determinadas práticas que se perpetuam sem razão; são contraproducentes e muito danosas para o aluno mas, principalmente, fazem muito mal ao professor que as revive.

PROFESSOR BONZINHODiferentemente do ditador, o bonzinho tenta forçar amizade com o aluno. Gosta de dizer quanto gosta dos alunos. Traz presentes, dá notas altas indiscriminadamente. Seus alunos decidem se querem a prova com ou sem consulta, em grupo ou individualmente, depois propala sua generosidade. Às vezes ainda tem a audácia de se comparar aos colegas, afirmando que os outros professores não fariam isso. Durante a prova responde as questões para os alunos, para que não fiquem tristes, para que não tirem nota baixa. Concede outra chance e dá outra prova para quem foi mal, idêntica à anterior só para tirar uma nota bem boa. Pede desculpa quando a matéria é muito difícil e só falta pedir desculpa por ter nascido.A amizade também é um processo de conquista e esse professor acaba sendo motivo de chacota entre os alunos. Tudo o que vem dele parece forçado porque procede de uma carência de atenção e de uma necessidade infantil de aceitação.

PROFESSOR DESORGANIZADOEsse aparece em aula sem a menor idéia do que vai tratar. Não lê, não prepara as aulas, não sabe a matéria e se transforma em um tremendo enrolador. Sua desorganização é aparente: como não faz planejamento, não sabe o tipo de tarefa que vai propor, então inventa na hora e na aula seguinte não se lembra de cobrar os alunos nem comenta sobre o que havia pedido. Como não sabe o que vai ministrar, põe-se a conversar com os alunos e a discutir banalidades. De repente, para dinamizar a aula, resolve promover um debate: o grupo A defende a pena de morte, o grupo B será contrário à pena de morte, sem nenhum preparo anterior, nenhum subsídio contra ou a favor.O profissional precisa ter método. A organização é prova do compromisso que ele tem para com os alunos. A improvisação, muitas vezes necessária e enriquecedora, não prescinde do planejamento, como já dissemos.

PROFESSOR OBA-OBATudo é festa! Esse tipo adora as dinâmicas em sala. Projeta muitos filmes, leva algumas reportagens; faz com que os alunos saiam da sala para observar algum fenômeno na rua ou no céu, fala em quebra de paradigmas, tudo conforme pregam os chamados consultores de empresas, mas sem amarração, sem objetividade. A dinâmica pode ser ótima, mas é preciso que o aluno entenda por que ele está fazendo parte daquela atividade. O filme pode ser fantástico, mas se cada dia vier um filme diferente e não houver discussão, aprofundamento, perde-se o sentido. Há aquele professor que gosta de levar música para a sala de aula, comentar uma letra da MPB ou explicar As quatro estações, de Vivaldi. É interessante, desde que não se faça isso sempre, porque os alunos sentem falta do nexo com a matéria que devem aprender. E o que deveria ser um elemento agradavelmente surpreendente se transforma em motivo de chacota.Esse professor é bem intencionado, não há dúvida. Mas falta-lhe estabelecer com os alunos a relação desses jogos de sensibilização com o conteúdo da matéria que cabe a ele ministrar.

PROFESSOR LIVRESCOAo contrário do oba-oba, o professor livresco tem uma vasta cultura. Possui um profundo conhecimento da matéria, mas não consegue relacioná-la com a vida. Ele entende de livros, não do cotidiano. Além disso, não utiliza dinâmica alguma, não muda a tonalidade da voz, permanece o tempo todo em apenas um dos cantos da sala e suas ações são absolutamente previsíveis. Todos sabem de antemão como vai começar e como vai terminar a aula; quanto tempo será dedicado para a exposição da matéria, quanto tempo para eventuais questionamentos. Não importa se o aluno está acompanhando ou não seu raciocínio, ele quer dizer tudo o que preparou para ser dito.Apesar de ter embasamento, dominar o conteúdo, é necessário aprimorar a forma, trabalhar com a habilidade da didática. Ensaiar mudança na metodologia. Às vezes, o professor livresco piora quando resolve inovar: leva umretroprojetor para a sala, e as lâminas contêm, transcrito, tudo o que vai ler em voz alta. E aquela aula se torna interminável e cansativa.

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PROFESSOR "TÔ FORA"Ele não se compromete com a comunidade acadêmica. Não quer saber de reunião, de preparação de projetos comuns, de vida comunitária. Nem festa junina, nem gincana cultural ou esportiva, nem festa de final de ano. Ele dá sua aula e vai embora. Muitas vezes é até bom professor, mas não evolui sua relação social nem o conteúdo interdisciplinar porque não está presente. Alguns são arrogantes a ponto de achar que não têm o que aprender, que estão acima dos outros professores e portanto não vão ficar discutindo bobagens. Outros estão preocupados com as lutas do dia-a-dia pela sobrevivência e como não estão ganhando para trabalhar em festas juninas, por exemplo, se negam a participar.O processo educativo é comunitário. O bom ambiente escolar depende da participação de todos. A mudança dos paradigmas ocorre quando cada um dá sua parcela de contribuição e é capaz de permitir que o outro também opine, também participe. Ninguém é uma ilha de excelência que prescinda de troca de experiências.

PROFESSOR DEZ QUESTÕESPara sua própria segurança, o professor "dez questões" reduz tudo o que ministrou num só bimestre a um determinado número de questões: dez, nove, 15, não importa. Ele geralmente passa toda a matéria no quadro-negro ou em forma de ditado. Quando há livro, pede que os alunos leiam o que está ali e façam resumo ou respondam às questões. Corrige, se necessário, questão por questão. Geralmente as questões não são relacionais, não são críticas. No campo das ciências exatas, o aluno deve decorar as fórmulas para a solução dos problemas. E no fim do bimestre o professor apresenta algumas questões que os alunos devem decorar para a prova. Em sua "generosidade" avisa que dessas dez questões vai usar apenas cinco na prova. Ou alunos decoram ou, se forem mais astutos, colam; acabada a prova, joga-se fora a cola ou joga-se fora da memória aquilo que foi decorado. No outro bimestre, como o ponto é outro, haverá outras dez questões para ser decoradas e assim sucessivamente: a aprendizagem não significou nada a não ser algumas técnicas de memorização e de burla.É inadmissível que com tantos recursos à disposição um professor se sirva de técnicas antiquadas e sem sentido. Exigir que um aluno decore coisas cujo sentido ele nem percebe, que nem mesmo tornarão a ser mencionadas no decorrer dos estudos, constitui um absurdo que será antes de mais nada constatado pelo próprio aluno.

PROFESSOR TIOZINHO"Tiozinho", no sentido depreciativo, é aquele professor que gasta aulas e mais aulas dando conselhos aos alunos. Trata-os como se fossem seus sobrinhos, quer saber tudo sobre a vida deles, o que fazem depois da escola, aonde vão, os lugares que freqüentam e emite opiniões em assuntos de cunho privado que absolutamente não competem a ele. O professor tiozinho de sente um pouco psicólogo também, e maus psicólogo, é claro. Começa desde logo a diagnosticar os problemas dos alunos e se acha qualificado para isso.Geralmente conselho não funciona com aluno. O espaço que o professor dá é aquele que permite ao aluno sentir-se à vontade para conversar, nunca para que se sinta obrigado a expor sua vida privada em sala porque o professor quer ser um "tio" bom. E isso não muda comportamento; a amizade e a confiança não podem ser forçadas, nascem de um movimento natural de convivência saudável.

PROFESSOR EDUCADORO professor que se busca construir é aquele que consiga de verdade ser um educador, que conheça o universo do educando, que tenha bom senso, que permita e proporcione o desenvolvimento da autonomia de seus alunos. Que tenha entusiasmo, paixão; que vibre com as conquistas de cada um de seus alunos, não descrimine ninguém, não se mostre mais próximo de alguns, deixando os outros à deriva. Que seja politicamente participativo, que suas opiniões possam ter sentido para os alunos, sabendo sempre que ele é um líder que tem nas mãos a responsabilidade de conduzir um processo de crescimento humano, de formação de cidadãos, de fomento de novos líderes.Ninguém se torna um professor perfeito, aliás aquele que se acha perfeito, e portanto nada mais tem a aprender, acaba de transformando num grande risco para a comunidade educativa. No conhecimento não existe o ponto estático - ou se está em crescimento, ou em queda. Aquele que se considera perfeito está em queda livre porque é incapaz de rever seus métodos, de ouvir outras idéias, de tentar ser melhor.

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A grande responsabilidade para a construção de uma educação cidadã está nas mãos do professor. Por mais que o diretor ou o coordenador pedagógico tenham boa intenção, nenhum projeto será eficiente se não for aceito, abraçado pelos professores porque é com eles que os alunos têm maior contato.O artigo 13 da LDB sobre a função dos professores:

Artigo 13 - Os docentes incumbir-se-ão de:I. participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;II. elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;III. zelar pela aprendizagem dos alunos;IV. estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento;V. ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;VI. colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

Nota-se que o papel do professor, segundo a LDB, está muito além da simples transmissão de informações. Dentro do conceito de uma gestão democrática, ele participa da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, isto é, decide solidariamente com a comunidade educativa o perfil de aluno que se quer formar, os objetivos a seguir, as metas a alcançar. E isso não apenas no tocante a sua matéria mas toda a proposta pedagógica.A LDB discorre sobre a elaboração e o cumprimento do plano de trabalho, trazendo à tona a organização do professor e a objetividade no exercício de sua função. No tocante à aprendizagem dos alunos, fala em zelo no sentido de acompanhamento dessa aprendizagem, que se dá de forma heterogênea, individual. Zelar é mais do que avaliar, é preocupar-se, comprometer-se, buscar as causas que dificultam o processo de aprendizagem e insistir em outros mecanismos que possam recuperar os alunos que apresentem alguma espécie de bloqueio para o aprendizado.O professor só conseguirá fazer com que o aluno aprenda se ele próprio continuar a aprender. A aprendizagem do aluno é, indiscutivelmente, diretamente proporcional à capacidade de aprendizado dos professores. Essa mudança de paradigma faz com que o professor não seja o repassador de conhecimento, mas orientador, aquele que zela pelo desenvolvimento das habilidades de seus alunos. Não se admite mais um professor mal formado ou que pare de estudar.O artigo termina falando da colaboração do professor nas atividades de articulação da escola, com as famílias e a comunidade. Aliás, para que o processo de aprendizagem seja eficiente, os atores sociais precisam participar e essa articulação é imprescindível. A parceria escola/família, escola/comunidade é vital para o sucesso do educando. Sem ela a já difícil compreensão do mundo por parte do aluno se torna cada vez mais complexa. Juntas, sem denegar responsabilidades, a família, a escola, a comunidade podem significar um avanço efetivo nesse novo conceito educacional: a formação do cidadão."

"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimos que fazes.Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.”·      

    (Ricardo Reis)··(Esse trecho faz parte do livro Educação - A solução está no afeto, de Gabriel Chalita, Editora Gente)”.

http://www2.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=2424

Projeto Político Pedagógico

26 de novembro de 2010

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definir tamanho aA aA

O Projeto Político Pedagógico – PPP é uma ferramenta gerencial que auxilia

a escola em definir suas prioridades estratégicas; a converter as prioridades em metas

educacionais e outras concretas; a decidir o que fazer para alcançar as metas de

aprendizagem; a medir se os resultados foram atingidos e a avaliar o próprio

desempenho. Inicia-se a partir de um ideal e caminha, passo- a- passo, até

transformar-se em realidade.

O Projeto Político Pedagógico vê a escola como um todo em sua perspectiva

estratégica, não apenas em sua dimensão pedagógica. É diferente de planejamento

pedagógico e do plano de ensino, pois o mesmo é muito mais abrangente. É um

conjunto de princípios que norteiam a elaboração e a execução dos planejamentos,

por isso, envolvem diretrizes mais permanentes.

Todo Projeto Político Pedagógico deve ter uma disposição, uma ordem de

suas partes. Quanto a sua formatação, ele deve obedecer aos seguintes passos:

 

1. Apresentação do projeto;

2. Histórico da escola - identificação;

3. Apresentação da visão, da missão e dos objetivos da escola;

4. Fundamentos ético - políticos (regimento e valores);

5. Fundamentos epistemológicos (conhecimento);

6. Fundamentos didático-pedagógicos (relações);

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7. Considerações finais;

8. Projetos setoriais, disciplinares e miniprojetos;

9. Anexos (planejamento pedagógico).

 

A elaboração de uma proposta pedagógica envolve dois momentos principais:

um diagnóstico dos problemas e das expectativas e o plano de ações para atingir seus

objetivos.

O P.P.P. possibilita a condução de processos concomitantes de

democratização da sociedade, pois esta idéia aflora e frutifica nos indivíduos desde a

auto-organização dos estudantes. Ele é pedagógico porque compreende as

concepções de educação e de mundo que a escola vai elaborar sistematizar e

socializar. É toda parte constitutiva, faz parte do “ser”, da “identidade” das escolas.

 Para saber mais sobre o projeto político pedagógico inscreva – se no curso

Projeto Político Pedagógico: A Identidade da Escola em www.portaleducacao.com.br

 

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 900 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/9924/projeto-politico-pedagogico#ixzz25vzEECdO

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Projeto político-pedagógico

O que é o Projeto Político-pedagógico ?

É um documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser

desenvolvido na escola, expressando as exigências legais do sistema educacional, bem

como as necessidades, propósitos e expectativas da comunidade escolar. Revela os modos

de pensar e agir dos atores que participam da sua elaboração, expressa a cultura da escola

e, ao mesmo tempo, contribui para transformá-la.

Características fundamentais do projeto político-pedagógico

1. considerar o que já está instituído (legislação, currículos, métodos, conteúdos, clima

organizacional, etc);

2. e, ao mesmo tempo, instituir, estabelecer e criar objetivos, procedimentos,

instrumentos, modos de agir, estruturas, hábitos e valores, ressignificando a própria cultura

escolar.

” O projeto político-pedagógico pode ser comparado, de forma análoga, a uma árvore. Ou

seja, plantamos uma semente que brota, cria e fortalece suas raízes, produz sombra, flores

e frutos que dão origem a outras árvores, frutos... Mas, para mantê-la viva, não basta regá-

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la, adubá-la e podá-la apenas uma vez.”

Libâneo (2004, p. 152)

Reflita

Em que medida essa concepção de projeto

político-pedagógico está presente na prática de sua

escola?

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Saiba mais sobre planejamento

O Planejamento é processo e, como tal, irá gerar um produto ou produtos, que podem ser planos de trabalho ou planos de ação com temporalidade definida e áreas específicas para a sua aplicação. Os produtos gerados a partir do planejamento são instrumentos flexíveis, que auxiliam o desenvolvimento do trabalho da escola nas dimensões pedagógica, política e administrativo-financeira. O processo de planejamento exige uma atenção permanente ao projeto político-pedagógico da escola e, por isso mesmo, permite acompanhá-lo e avaliá-lo. Os produtos gerados pelo processo de planejamento deverão assegurar a operacionalização do projeto político-pedagógico,

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garantindo aquelas características citadas anteriormente, ou seja, a de manutenção do instituído e instituição do novo. Bem, aqui buscamos pontuar alguns aspectos essenciais à discussão sobre o planejamento escolar. Obviamente não esgotamos essa discussão, até porque, ela é, além de rica, extremamente complexa. Também, não é essa a intenção pretendida aqui.

 

Lembrete

No planejamento é preciso ter clareza sobre:

• A definição de planejamento• A importância do planejamento• O planejamento e gestão democrática da escola• O planejamento e organização escolar• O planejamento e projeto político-pedagógico.

 

 

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Pense

O que deve ser planejado e avaliado na

escola?

 

A função social da escola

O que a escola precisa fazer para cumprir sua função social?

Deve assegurar a realização de dois grupos de atividades básicas: as atividades-fim e atividades-meio.

As atividades-fim possuem relação direta com todos os aspectos que envolvem a tarefa maior da escola: o processo de ensino e aprendizagem.

As atividades-meio não possuem uma relação direta com o processo educativo, mas concorrem para torná-lo efetivo, propiciando as condições básicas para que ele se realize.

Esses dois grupos de atividades, desenvolvidas de forma integrada e articulada, irão possibilitar que a organização e a gestão sejam realizadas com vistas ao cumprimento da missão maior da escola: propiciar uma educação de qualidade para todos. Essas atividades podem ser consideradas o próprio objeto do planejamento e da avaliação escolar. A ação de

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planejamento deverá ser desenvolvida no sentido de prever a execução dessas atividades, ou seja, o planejamento da escola deverá prever como, quando e com quem essas atividades serão realizadas. Por sua vez, a avaliação irá se constituir num processo indispensável ao próprio ato de planejar, uma vez que permitirá responder se as atividades planejadas foram realizadas a contento, ou seja, se os resultados previstos no planejamento foram alcançados e em que medida. As atividades-meio e as atividades-fim a serem planejadas e avaliadas podem ser identificadas a partir dos diferentes processos que se desenvolvem no interior da escola e que correspondem a três grandes dimensões:

 

A função social da escola

Identificando as atividades-meio e atividades- fim na escola através da:

• dimensão pedagógica. Essa dimensão diz respeito às ações e procedimentos

diretamente associados à aprendizagem dos alunos: gestão do currículo, tempo

pedagógico, equipes docentes, formação continuada, recursos didáticos e desenvolvimento

de projetos educativos. 

• dimensão política. Os processos políticos englobam a formulação de mecanismos de

participação da comunidade local e escolar na construção e consolidação de um projeto

político pedagógico, bem como a implementação das relações da escola com o sistema de

ensino e com a sociedade.

• dimensão administrativo-financeira. Os processos administrativos tratam do

desenvolvimento das condições para a concretização da proposta educativa da escola,

envolvendo a gestão financeira e do patrimônio da escola, manutenção e conservação do

espaço físico e administração de pessoal (docentes e funcionários) da escola.

Page 29: A história e os caminhos da gestão escolar

A função social da escola

No cotidiano da escola, tais processos não ocorrem de forma isolada e independente, mas

se desenvolvem de forma interligada. Essa classificação é feita apenas no sentido de se

compreender, com maior clareza, a natureza das atividades que se constituem objeto do

planejamento e da avaliação. Ao gestor ou diretor da escola, cabe planejar,

coordenar, controlar e avaliar os processos e atividades que se desenvolvem na

escola, verificando os resultados alcançados. Para tanto, é necessário ter a habilidade de

integrar e motivar toda a equipe para garantir o êxito de tais processos. Isso significa que a

liderança exercida pelo gestor irá influenciar na condução dos processos de trabalho e,

conseqüentemente, nos resultados esperados para a escola. 

Por fim, é imprescindível não esquecer que o planejamento e a avaliação devem ser

realizados em fina sintonia com os preceitos da gestão democrática. Para tanto, é

primordial que se conheça a cultura organizacional da unidade escolar, constituída do

conjunto de valores, princípios, crenças e símbolos sobre os quais todo o trabalho

educativo está assentado. Somente conhecendo as formas como a escola “pensa e reage”

será possível consolidar o processo de planejamento.

Reflita

Na sua prática de gestão, o que ocupa mais o seu

tempo: atividades-meio ou atividades-fim?

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A função social da escola

Alguns autores destacam a importância de o gestor coordenar o trabalho da escola a partir

de duas instâncias ou dimensões fundamentais para as quais se dirige o seu trabalho

– uma interna e outra externa. Nesse sentido, os processos de planejamento e de

avaliação deverão contemplar a escola em seu contexto. Ou seja, é preciso considerar a

escola como instituição que desenvolve uma cultura própria, que influencia e é influenciada

pela cultura geral. Assim, as duas dimensões mencionadas deverão ser cuidadosamente

analisadas no momento de realização do planejamento e da avaliação escolar.

A dimensão externa tem relação com a função social da escola de propiciar uma

educação de qualidade que permita a socialização de um saber historicamente produzido,

preparando para o exercício da cidadania. Nesse sentido, o gestor deve procurar conhecer

bem a comunidade em que a escola está inserida, suas condições, necessidades e

aspirações. Deve ainda estimular a comunidade a apropriar-se da escola como um bem

público, participando das suas atividades, colaborando no que for possível para que a

instituição escolar possa cumprir bem o seu papel. Para isso, deve manter uma relação de

conhecimento e diálogo com as famílias dos alunos, com as lideranças comunitárias, com o

comércio local, com outras escolas e instituições, de modo a criar um contexto de

apropriação da escola como um equipamento comunitário de alta relevância. Nesse

sentido, é fundamental cultivar, a transparência da gestão com a divulgação de ações,

projetos, custos e necessidades.

Outro nível de sua atuação na dimensão externa está na forma como se estabelece à

relação com o órgão gestor da educação do município, a secretaria de educação ou

Page 31: A história e os caminhos da gestão escolar

equivalente, com os conselhos sociais da área de educação e com as instâncias

educacionais do estado presente no município. Essas relações devem ser conduzidas de

forma a propiciar fluxos de informações e colaborações que tornem a escola uma

instituição viva, presente no seu espaço. Esses níveis de atuação da dimensão externa

devem ser contemplados tanto no planejamento como na avaliação da organização e

gestão da escola.

A dimensão interna, por sua vez, refere-se à organização e à gestão dos espaços e das

atividades escolares propriamente ditas, de modo que os vários segmentos (Funcionários,

alunos, professores, corpo técnico pedagógico e colegiados escolares) da escola possam

ter condições iguais de expressar suas opiniões, questionando, analisando, avaliando e

decidindo. Em suma: participando democraticamente da gestão.

Nesse sentido, é importante que se instale, na escola, a cultura de avaliação permanente

de suas atividades, ou auto-avaliação, com o diagnóstico das principais causas dos

resultados satisfatórios ou insatisfatórios do trabalho realizado, o que deverá fundamentar

o planejamento dos objetivos e das metas a serem alcançadas. Esse processo ajudará a

escola a enfrentar problemas como:

A função social da escola

A avaliação ou a auto-avaliação possibilita detectar os seguintes problemas:

•  falta de participação da comunidade escolar nas ações propostas;

•  ausência de um plano de gestão que revele propostas suficientemente coordenadas e articuladas;

•  baixo nível de conscientização dos vários segmentos sobre a importância e papel social da escola;

•  problemas de indisciplina;

•  desmobilização e insatisfação dos profissionais nela lotados;

•  insuficiente clareza de orientações pedagógicas que contribuam para lidar com dificuldades decorrentes de problemas sociais graves que afetam a clientela da escola;

•  fatores que influenciam a credibilidade da escola e os percentuais de evasão e repetência.

Page 32: A história e os caminhos da gestão escolar

 

A função social da escola

É importante que se tenha como horizonte no processo de planejamento e avaliação da

organização e gestão escolar, o acesso e a permanência dos alunos em uma escola de

qualidade social para todos. Nesse sentido, a escola deve avaliar como têm sido

desenvolvidas as suas práticas nas dimensões interna e externa e, de que forma tais práticas

têm contribuído de maneira efetiva para aquilo que de fato importa para o aluno e para a

sociedade, ou seja, sua aprendizagem. Não se deve esquecer, ainda, que é fundamental

assegurar a participação efetiva da comunidade escolar nos projetos desenvolvidos na e pela

escola, de forma que seja possível verificar os resultados e benefícios alcançados através do

esforço coletivo.

Page 33: A história e os caminhos da gestão escolar

Analise

Quais dimensões do trabalho da

escola devem ser consideradas no

planejamento e na avaliação?

 

Reflita

Na sua escola, como essas duas dimensões – a externa e a interna – se realizam

 

Page 34: A história e os caminhos da gestão escolar

Organização e gestão escolar: o que e por que avaliar?

Nos últimos anos percebemos uma grande preocupação do governo com a avaliação dos sistemas de ensino e da escola. Dos esforços empreendidos pelo poder público nessa direção, dois aspectos importantes merecem ser destacados. O primeiro diz respeito às pressões exercidas pelos organismos internacionais (Banco Mundial, UNESCO, FMI e outras agências de regulação internacional) que, com base nas análises sobre as relações entre educação e desenvolvimento econômico, passam a definir e a orientar o planejamento e as políticas públicas educacionais, exigindo maior controle dos resultados, ajustando-as ao consumo e à produção. O segundo aspecto – mesmo sofrendo influência do primeiro – está relacionado à luta pela qualidade da escola pública, daqueles que pensam e fazem educação. Nas reivindicações da sociedade civil organizada, no debate acadêmico e no discurso oficial dos governos mais progressistas, a construção de uma escola pública com qualidade social implica em instituir processos mais participativos na gestão escolar, principalmente no que diz respeito ao acompanhamento e a avaliação do que a escola faz e deve fazer para cumprir sua função social.

Tem se tornado imperativo o movimento de avaliação interna e externa dos sistemas escolares e da escola, tendo em vista a necessidade de verificar sua eficiência e eficácia. A avaliação realizada se desdobra em duas modalidades: a avaliação institucional e a avaliação acadêmica.

 

Avaliação institucional e a avaliação acadêmica

• A avaliação institucional ou administrativa visa à obtenção de dados quantitativos e qualitativos sobre alunos, professores, estrutura organizacional, recursos físicos, materiais e didáticos, as práticas de gestão, dentre outros aspectos.

• A avaliação acadêmica tem por objetivo produzir informações sobre os resultados da aprendizagem, em função do acompanhamento e revisão das políticas educacionais implementadas, com vistas à formulação de indicadores de qualidade dos resultados do ensino.

Page 35: A história e os caminhos da gestão escolar

 

 

 

Organização e gestão escolar: o que e por que avaliar?

É essencial que se tenha clareza de que os grandes sistemas de avaliação contribuem para

um diagnóstico amplo do sistema e da escola, possibilitando aos professores a utilização dos

resultados apresentados. Os professores precisam se familiarizar com as avaliações feitas

pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB (*) e o Exame Nacional do

Ensino Médio - ENEM (**), que verificam o aproveitamento escolar, para poder tirar proveito

dos seus resultados. Essa discussão interessa pelo fato de que a escola será sempre objeto

de avaliação externa do poder público. Entretanto, o que importa mesmo é saber:

O que significa avaliar?

O que deve ser avaliado?

Qual a importância da avaliação para garantir a qualidade social da escola?

E o que tem a ver avaliação com a organização e gestão da escola?

 

 

(*) Criado em 1988, o Saeb é uma ação do Governo Brasileiro, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep , na sua Diretoria de Avaliação da Educação Básica – Daeb , sendo

um dos mais amplos esforços empreendidos em nosso País no sentido coletar dados sobre alunos, professores,

diretores de escolas públicas e privadas em todo o Brasil. O INEP também é responsável pela Prova Brasil. Caso

seja do seu interesse visite: www.inep.gov.br/basica/saeb

(**) Coordenado também pelo Inep , o ENEM visa, dentre outras coisas: estruturar uma avaliação ao final da

educação básica, que sirva como modalidade alternativa ou complementar aos processos de seleção nos

diferentes setores do mercado de trabalho; estruturar uma avaliação ao final da educação básica que sirva

como modalidade alternativa ou complementar aos exames de acesso aos cursos profissionalizantes pós-

médios e à Educação Superior.http://www.inep.gov.br/basica/enem

 

 

Page 36: A história e os caminhos da gestão escolar

Organização e gestão escolar: o que e por que avaliar?

É necessário que a escola desenvolva uma cultura de avaliação das suas atividades e

processos, como já foi colocado anteriormente, que é algo que se diferencia da avaliação da

aprendizagem que ela já realiza. Mas qual a diferença entre avaliação da aprendizagem e

avaliação da escola? Apesar de parecer obvio, essa é uma questão que ainda não foi bem

assimilada no processo de organização e gestão da escola, haja vista que a avaliação é uma

preocupação relativamente recente tanto no âmbito dos sistemas como da própria escola. Se

pararmos para refletir, iremos perceber que a própria avaliação da aprendizagem, uma das

práticas escolares tão antigas quanto o próprio ensino, nunca foi vista como um processo que

avalia também e, principalmente, o professor. A avaliação da aprendizagem nem sempre foi

encarada como processo que revela o resultado do trabalho do professor e da escola. Muito

pelo contrário, a avaliação da aprendizagem, em muitos contextos, sempre foi muito mal

empregada, até mesmo para avaliar os alunos.

 

Page 37: A história e os caminhos da gestão escolar

Organização e gestão escolar: o que e por que avaliar?

A avaliação da aprendizagem

São as formas e os instrumentos de mensuração do rendimento escolar dos alunos, quando

bem elaborados e aplicados, permitem a identificação de problemas e dificuldades em

determinadas disciplinas ou no trabalho desenvolvido por determinados professores,

favorecendo uma intervenção mais efetiva. Entretanto, só isso não basta: a escola precisa

realizar um processo que permita ao corpo técnico-pedagógico e aos professores discutirem

e avaliarem o trabalho da escola, em função do aprimoramento do projeto político-

pedagógico e da qualidade do ensino. É preciso considerar não só o resultado do

desempenho como também o conjunto de fatores que o influenciam. Nesse sentido, deve-se

levar em consideração, no processo de avaliação da escola, os elementos que determinam a

qualidade da oferta de serviços de ensino e o sucesso escolar dos alunos. Alguns desses

elementos estão presentes – ou deveriam estar – na escola e concorrem para o

desenvolvimento efetivo do trabalho pedagógico.

 

Organização e gestão escolar: o que e por que avaliar?

Elementos que influenciam no desenvolvimento efetivo do trabalho pedagógico.

características dos alunos (necessidades educacionais especiais, gênero, etnia,

classe social, dentre outras);

rendimento escolar por classe;

composição do corpo docente (tempo de trabalho, idade, currículo profissional);

condições de trabalho e motivação dos professores;

recursos físicos e materiais;

materiais didáticos e recursos informacionais. 

 

Além desses elementos, é preciso que a escola avalie outras variáveis da

Page 38: A história e os caminhos da gestão escolar

organização e da gestão escolar, tais como:

dados estatísticos e informações sobre a população escolar como: reprovação,

abandono, defasagem entre idade e série, situação sócio-econômica da família;

clima organizacional da escola, que inclui: tipo de organização; tipo de direção

(acolhedora, hostil, democrática, autoritária, etc); relações humanas; envolvimento

dos diversos segmentos da comunidade escolar com os objetivos e as ações

propostas pela escola; 

rendimento escolar dos alunos por turma, série e nas disciplinas consideradas

críticas (Língua Portuguesa e Matemática);  

execução do projeto político-pedagógico em seu conjunto: currículo, processos de

ensino e de aprendizagem, regimento escolar, estrutura e atuação da coordenação

pedagógica, relações interpessoais, etc;  

desempenho dos professores (qualidade das relações que estabelecem com os

alunos, conhecimento dos conteúdos da disciplina, domínio dos métodos e

procedimentos de ensino e de avaliação, compreensão do processo de

aprendizagem, etc).

 

 

Page 39: A história e os caminhos da gestão escolar

Organização e gestão escolar: o que e por que avaliar?

A avaliação da aprendizagem

Acreditamos que até aqui ficou claro que a avaliação não ocorre de forma estanque. Ao

contrário disso, constitui-se numa importante etapa do processo de planejamento. Também

acreditamos que já deu para entender a importância da avaliação - com o envolvimento dos

vários segmentos -, para que a escola possa perceber, com mais clareza, os aspectos que

precisam ser tratados com especial atenção. A análise cuidadosa de tais aspectos irá

fornecer elementos para que, no ato do planejamento, sejam definidas novas prioridades,

possam ser estabelecidas metas e delimitados prazos e responsabilidades, para avançar nos

aspectos merecedores de maior atenção. Nessa direção, a escola pode reconhecer como a

avaliação contribui para a melhoria da qualidade da educação oferecida à comunidade.

Page 40: A história e os caminhos da gestão escolar

Organização e gestão escolar: o que e por que avaliar?

Page 41: A história e os caminhos da gestão escolar

A avaliação da aprendizagem

Acreditamos que até aqui ficou claro que a avaliação não ocorre de forma estanque. Ao contrário disso, constitui-se numa importante etapa do processo de planejamento. Também acreditamos que já deu para entender a importância da avaliação - com o envolvimento dos vários segmentos -, para que a escola possa perceber, com mais clareza, os aspectos que precisam ser tratados com especial atenção. A análise cuidadosa de tais aspectos irá fornecer elementos para que, no ato do planejamento, sejam definidas novas prioridades, possam ser estabelecidas metas e delimitados prazos e responsabilidades, para avançar nos aspectos merecedores de maior atenção. Nessa direção, a escola pode reconhecer como a avaliação contribui para a melhoria da qualidade da educação oferecida à comunidade.

Page 42: A história e os caminhos da gestão escolar

Reflita

Que dificuldades o gestor geralmente enfrenta para desenvolver a avaliação

institucional?

Pense

Relembre de que forma o

planejamento

escolar se materializ

a

 

Page 43: A história e os caminhos da gestão escolar

Pense

Relembre de que forma o

planejamento escolar se materializa

 

Os produtos do processo de planejamento 

Uma vez reconhecida a importância do processo de avaliação da escola, agora é o

momento de saber quais os produtos a serem gerados no processo de planejamento. Ou

seja, os instrumentos que a escola deve elaborar para concretizar ou materializar o

processo de planejamento. Para começarmos a delinear o produto que resultará do

processo de planejamento, é preciso obedecer uma lógica que é comum a toda atividade

de planejamento: 

 

1. Construção do diagnóstico da escola, ou seja, coleta de informações sobre a realidade ou situação que se quer transformar, ou problemas que precisam ser superados. 

2. Com base nos objetivos traçados no projeto político-pedagógico da escola, as informações e os dados coletados são analisados e interpretados. 

Page 44: A história e os caminhos da gestão escolar

3. Diante do panorama traçado, são identificadas as prioridades para que se possa tomar as decisões, traçar as metas, definir as ações e as estratégias mais eficazes para produzir as mudanças necessárias ou desejadas. 

4. Por fim, elabora-se um plano de ação, projeto ou plano de trabalho, que irá materializar o processo de planejamento realizado pela escola e que reflete o seu projeto político-pedagógico. Ou seja, o instrumento gerado nesse processo irá operacionalizar aquilo que foi instituído e está consolidado no projeto político-pedagógico da escola. 

 

Em geral, perde-se muito tempo durante a semana pedagógica com atividades que, � �apesar de serem importantes para a escola e comunidade escolar, não contemplam a

contento as atividades de planejamento. Por conta disso, a escola, muitas vezes, inicia

o ano letivo sem avaliar os resultados obtidos no ano anterior e sem conseguir construir

um plano de trabalho que irá nortear as suas ações no âmbito político, pedagógico e

administrativo-financeiro. Isso, porém, não significa que a escola não possa desenvolver

estratégias para dar início às suas atividades de forma mais ou menos planejada um �plano emergencial enquanto se elabora um plano mais consistente e mais detalhado. O �importante é que a escola exercite permanentemente as atividades de planejamento e

avaliação, para que não se perca de vista as suas reais necessidades e o potencial dos

seus atores seja subutilizado.

Via de regra, o produto gerado a partir do planejamento é o plano anual de trabalho. O

plano não deve ser encarado como um instrumento que a escola faz para cumprir as

exigências do sistema ao qual está integrada, arquivando-o logo após concluí-lo. Esse

instrumento deve ser fonte de consulta e inspiração para que se possa construir outros

instrumentos de apoio ao desenvolvimento do trabalho escolar, como: plano de ação do

professor ; plano de ação da coordenação pedagógica ; plano de ação dos funcionários da

escola ; e o plano de ação da direção . Todos esses instrumentos devem garantir que a

organização e a gestão escolar sejam orientadas numa perspectiva sistêmica, ou seja,

cada segmento da escola se reconheça e reconheça o seu trabalho como parte de uma

proposta global, construída de forma coletiva e com base em objetivos comuns.

Principais passos do planejamento

Na literatura sobre planejamento, gestão, organização escolar, etc.

Page 45: A história e os caminhos da gestão escolar

são encontrados modelos diversos de planos e projetos. Muitas vezes, os roteiros apresentados pelos autores recebem nomes variados e, em muitos casos, geram certa confusão para aqueles que buscam orientações para elaborar esse instrumento. Independentemente do autor ou de como ele denomina o plano, existem elementos da sua estrutura que são invariáveis, ou seja, estarão sempre presentes e terão sempre a mesma definição, mesmo que ditos e apresentados de formas diferentes. Por isso, apresentamos, a seguir, um roteiro simplificado de um plano de trabalho, com os elementos comuns a qualquer tipo de instrumento de planejamento, comentando os principais passos para a sua elaboração.

1º passo Descrição do contexto escolar�

2º Passo Identificação dos desafios e � problemas

3º Passo Definição dos objetivos, � estratégias e metas

 

1º passo Descrição do contexto escola� r

Diagnóstico das principais características da organização e da gestão escolar. O

diagnóstico consiste no levantamento de dados e informações que irá possibilitar uma

visão global das necessidades e problemas enfrentados pela escola. Deve ser elaborado de

tal forma, que favoreça, com base no conhecimento das características da comunidade

escolar, suas expectativas e necessidades em relação ao processo de ensino e de

aprendizagem, a escolha de alternativas de solução para os problemas identificados. Os

dados a serem levantados são de natureza qualitativa (como o professor de matemática

está ensinando; de que forma a comunidade tem participado das atividades da escola); e

quantitativa (qual o percentual de alunos aprovados e reprovados em matemática; qual o

número de atividades realizadas pela escola e qual o percentual de participação da

comunidade). A seguir, são indicados alguns aspectos imprescindíveis ao diagnóstico do

plano de trabalho da escola: 

Caracterização sócio, política, econômica e cultural da comunidade onde a escola se

insere e da comunidade escolar.

Page 46: A história e os caminhos da gestão escolar

Estrutura física , mobiliário e material: prédio escolar; salas de aula; sanitários; áreas de

lazer, esporte e recreação; laboratórios; bibliotecas; bebedouros; carteiras; mesas;

utensílios de cozinha; computadores; televisor; vídeo; cartazes; mapas; e outros recursos

didático-pedagógicos.

Recursos financeiros: verbas de que a escola dispõe; formas de efetuar as despesas e de

controle.

Pessoal: número de professores, funcionários e especialistas.

Organização geral da escola: organograma, atribuições e funcionamento dos setores,

distribuição de horários, enturmação, número de alunos por sala, aspectos administrativos

gerais.

Secretaria escolar: organização e funcionamento, registros, documentação dos alunos,

etc.

Relacionamento com o órgão central da educação.

Participação da comunidade e das famílias: conselho escolar, Associação de Pais e

Mestres, reunião de pais; relacionamento da escola com órgãos, instituições, ONGs, etc.

Sistemática de produção e organização de dados e de estatísticas educacionais.

Convivência na escola.

Instrumentos de gestão e de organização do trabalho pedagógico (regimento, PDE,

projeto político-pedagógico, planos de aula).

O desempenho dos alunos: aprovação, evasão, distorção entre idade e série, etc.

Participação dos alunos na gestão escolar. 

Além desses, muitos outros aspectos podem ser levantados e analisados para que se tenha

um retrato fiel do� � que é a escola. Um diagnóstico preciso e consistente permitirá à equipe

gestora saber onde está pisando para poder traçar os caminhos para onde quer chegar.

1º passo Descrição do contexto escola� r

Diagnóstico das principais características da organização e da gestão escolar. O

diagnóstico consiste no levantamento de dados e informações que irá possibilitar uma

visão global das necessidades e problemas enfrentados pela escola. Deve ser elaborado de

tal forma, que favoreça, com base no conhecimento das características da comunidade

escolar, suas expectativas e necessidades em relação ao processo de ensino e de

Page 47: A história e os caminhos da gestão escolar

aprendizagem, a escolha de alternativas de solução para os problemas identificados. Os

dados a serem levantados são de natureza qualitativa (como o professor de matemática

está ensinando; de que forma a comunidade tem participado das atividades da escola); e

quantitativa (qual o percentual de alunos aprovados e reprovados em matemática; qual o

número de atividades realizadas pela escola e qual o percentual de participação da

comunidade). A seguir, são indicados alguns aspectos imprescindíveis ao diagnóstico do

plano de trabalho da escola: 

Caracterização sócio, política, econômica e cultural da comunidade onde a escola se

insere e da comunidade escolar.

Estrutura física , mobiliário e material: prédio escolar; salas de aula; sanitários; áreas de

lazer, esporte e recreação; laboratórios; bibliotecas; bebedouros; carteiras; mesas;

utensílios de cozinha; computadores; televisor; vídeo; cartazes; mapas; e outros recursos

didático-pedagógicos.

Recursos financeiros: verbas de que a escola dispõe; formas de efetuar as despesas e de

controle.

Pessoal: número de professores, funcionários e especialistas.

Organização geral da escola: organograma, atribuições e funcionamento dos setores,

distribuição de horários, enturmação, número de alunos por sala, aspectos administrativos

gerais.

Secretaria escolar: organização e funcionamento, registros, documentação dos alunos,

etc.

Relacionamento com o órgão central da educação.

Participação da comunidade e das famílias: conselho escolar, Associação de Pais e

Mestres, reunião de pais; relacionamento da escola com órgãos, instituições, ONGs, etc.

Sistemática de produção e organização de dados e de estatísticas educacionais.

Convivência na escola.

Instrumentos de gestão e de organização do trabalho pedagógico (regimento, PDE,

projeto político-pedagógico, planos de aula).

O desempenho dos alunos: aprovação, evasão, distorção entre idade e série, etc.

Participação dos alunos na gestão escolar. 

Além desses, muitos outros aspectos podem ser levantados e analisados para que se tenha

um retrato fiel do que é a escola. Um diagnóstico preciso e consistente permitirá à equipe � �gestora saber onde está pisando para poder traçar os caminhos para onde quer chegar.

Page 48: A história e os caminhos da gestão escolar

2º passo Identificação dos desafios e problema� s

A partir do diagnóstico, do retrato da realidade da escola, traçado a partir das características levantadas no item anterior, deve-se buscar identificar os principais desafios e problemas que o contexto escolar revela. Os desafios e problemas consistem em situações que se constituem em entraves para o pleno funcionamento da escola, que levam a buscar uma situação mais satisfatória. A depender do número de problemas que a escola enfrenta, é preciso estabelecer prioridades. Nesse sentido, tornam-se prioridades os problemas cuja natureza e desdobramentos influenciam mais diretamente nos resultados da aprendizagem do aluno.

 

3º passo Definição dos objetivos, estratégias e� metas

Uma vez que se conhece a realidade que se quer transformar e os desafios ou problemas

a serem superados, resta, então, traçar os objetivos, estratégias e metas para a

operacionalização do plano de trabalho. De maneira simples, esses elementos podem ser

definidos da seguinte forma:

Os objetivos são indicações da situação ideal a ser atingida para superação de

problemas identificados, elaborados, cuja formulação deve utilizar verbos que

expressam ação (exemplo : reduzir os altos índices de reprovação nas séries

iniciais, atualizar o regimento escolar, elaborar uma sistemática de informações

educacionais, etc ).

As estratégias necessárias para se atingir cada um dos objetivos estabelecidos.

As estratégias são formas de intervenção a serem utilizadas durante a execução

de um plano, ou seja, são as alternativas de solução criadas em coerência com os

Page 49: A história e os caminhos da gestão escolar

desafios e problemas identificados. (exemplo:criação de grupos de atendimento a

alunos com dificuldades de aprendizagem no contra-turno escolar ).

As metas indicarão se os objetivos traçados foram atingidos ou não. As metas

são os resultados a serem obtidos, considerando a quantidade e o tempo.

(Exemplo: Elevação do desempenho acadêmico dos alunos das séries iniciais em

70%, até o final da 3ª unidade pedagógica ).

 

3º passo Definição dos objetivos, estratégias e meta� s

É importante lembrar que todos os elementos do plano de trabalho devem estar perfeitamente articulados. Isso significa que, para determinado problema identificado a partir do diagnóstico, deve-se buscar um objetivo correspondente, uma estratégia que represente uma possível alternativa de solução para tal problema e uma meta que indique o quanto e em quanto tempo se conseguiu alcançar o objetivo previsto. Para ilustrar essa lógica, traçamos um roteiro com base em uma situação imaginária:

O diagnóstico realizado pela equipe gestora de uma escola que atende de 1ª a 8ª série do Ensino Fundamental apontou um alto índice de reprovação nas séries iniciais: 40% dos alunos das séries iniciais reprovados.

Daí, o problema foi formulado: Como reduzir esse índice?

O objetivo traçado para sair dessa situação indesejável foi de elevar o desempenho acadêmico dos alunos das séries iniciais.

A equipe gestora, após a análise das condições da escola, definiu como estratégias possíveis para solucionar o problema encontrado: implantar, no contra-turno escolar, um programa de apoio pedagógico para os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, com duração de seis meses; capacitar os professores das séries iniciais.

Após definir as estratégias e novamente analisar as condições da escola, foram estabelecidas as seguintes metas: elevar o desempenho acadêmico de 50% dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem até o final do programa de apoio pedagógico; capacitar, em 06 meses, 80% dos professores das séries iniciais, nas áreas de leitura, escrita, ciências e matemática.

Page 50: A história e os caminhos da gestão escolar

  

3º passo Definição dos objetivos, estratégias e meta� s

É importante lembrar que todos os elementos do plano de trabalho devem estar perfeitamente articulados. Isso significa que, para determinado problema identificado a partir do diagnóstico, deve-se buscar um objetivo correspondente, uma estratégia que represente uma possível alternativa de solução para tal problema e uma meta que indique o quanto e em quanto tempo se conseguiu alcançar o objetivo previsto. Para ilustrar essa lógica, traçamos um roteiro com base em uma situação imaginária:

O diagnóstico realizado pela equipe gestora de uma escola que atende de 1ª a 8ª série do Ensino Fundamental apontou um alto índice de reprovação nas séries iniciais: 40% dos alunos das séries iniciais reprovados.

Daí, o problema foi formulado: Como reduzir esse índice?

O objetivo traçado para sair dessa situação indesejável foi de elevar o desempenho acadêmico dos alunos das séries iniciais.

A equipe gestora, após a análise das condições da escola, definiu como estratégias possíveis para solucionar o problema encontrado: implantar, no contra-turno escolar, um programa de apoio pedagógico para os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, com duração de seis meses; capacitar os professores das séries iniciais.

Após definir as estratégias e novamente analisar as condições da escola, foram estabelecidas as seguintes metas: elevar o desempenho acadêmico de 50% dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem até o final do programa de apoio pedagógico; capacitar, em 06 meses, 80% dos professores das séries iniciais, nas áreas de leitura, escrita, ciências e matemática.

  

3º passo Definição dos objetivos, estratégias e meta� s

Com certeza, na prática, a coisa não será tão simples, pois, como já foi dito aqui, o processo de planejamento é bem mais complexo e depende de inúmeros fatores para a sua realização. Entretanto,

Page 51: A história e os caminhos da gestão escolar

acreditamos que esse exemplo demonstra de forma clara a articulação e a coerência necessárias que os elementos do plano de trabalho devem manter.

Uma vez definidos todos esses elementos, faz-se necessário, agora, que sejam elaborados os mecanismos e instrumentos de acompanhamento e avaliação da implementação do plano de trabalho. A importância desse processo já foi reiteradamente discutida neste módulo, embora na perspectiva da sua utilização para avaliar a organização e gestão da escola. No plano de trabalho, deverão constar as várias formas e instrumentos que a equipe gestora acha possíveis e pertinentes à realização das ações previstas. É preciso criar uma sistemática de acompanhamento da realização do plano de trabalho e de controle dos resultados, utilizando-se de instrumentos que permitam a obtenção de dados que possam ser analisados e utilizados para reorientar o planejamento da escola, em função dos objetivos e metas previstas no plano de trabalho.

Para finalizar, reiteramos que a importância maior dos processos de planejamento e avaliação consiste nas suas possibilidades, quando levados a sério, de garantir uma melhor organização e gestão, assegurando à escola a qualidade do trabalho que desenvolve e o cumprimento da sua função social.

  

Page 52: A história e os caminhos da gestão escolar

Reflita

Concluímos o estudo desse módulo! Uma última pergunta: em que

medida o processo de planejamento, na sua escola, contempla os passos

apresentados neste segmento?

 

Reflita

 

Page 53: A história e os caminhos da gestão escolar

Reflita

Concluímos o estudo desse módulo! Uma última pergunta: em que

medida o processo de planejamento, na sua escola, contempla os passos

apresentados neste segmento?

 

Agora, como atividade deste módulo, você deve escrever um texto sobre:

o processo de planejamento e avaliação na minha escola

No seu texto, inclua:

Quem participa do processo de planejamento e como se dá essa participação.

Fases ou etapas do processo de planejamento.

Instrumentos utilizados.

Coerência com as demandas e necessidades da sua escola.

Formas de acompanhamento e avaliação.

Dificuldades encontradas

Traga seu texto para apresentação no próximo encontro presencial e posterior

entrega ao instrutor.

Page 54: A história e os caminhos da gestão escolar

Atividade

Agora, como atividade deste módulo, você deve escrever um texto sobre: Como acontece

o processo de planejamento e avaliação na minha escola.

No seu texto, inclua:

Quem participa do processo de planejamento e como se dá essa participação.

Fases ou etapas do processo de planejamento.

Instrumentos utilizados.

Coerência com as demandas e necessidades da sua escola.

Formas de acompanhamento e avaliação.

Dificuldades encontradas

Traga seu texto para apresentação no próximo encontro presencial e posterior

entrega ao instrutor.

Page 55: A história e os caminhos da gestão escolar

Opine

Agora, gostaríamos de ter suas impressões sobre este módulo.

Escreva um texto livre sobre isso, se possível focalizando:

Conteúdo

Estrutura 

Linguagem 

Atividade proposta 

 

Traga seu texto para apresentação no próximo encontro presencial e posterior

entrega ao instrutor.