A IGREJA DE SAINT DENIS E A CONCEPÇÃO DO GÓTICO

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ASSER Associação de Escolas Reunidas. Escola Superior de Tecnologia e Educação de Rio Claro. Curso de Arquitetura e Urbanismo A IGREJA DE SAINT DENIS E A CONCEPÇÃO DO GÓTICO Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo III DOUGLAS RAMOS. Professores: Marcelo Cachioni e Vladimir Benicasa. Rio Claro, maio de 2011.

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ASSER – Associação de Escolas Reunidas. Escola Superior de Tecnologia e Educação de Rio Claro. Curso de Arquitetura e UrbanismoA IGREJA DE SAINT DENIS E A CONCEPÇÃO DO GÓTICOTeoria e História da Arquitetura e do Urbanismo IIIDOUGLAS RAMOS. Professores: Marcelo Cachioni e Vladimir Benicasa.Rio Claro, maio de 2011.Sumário1. Introdução................................................................................... i 2. Objetivo.........................................................

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ASSER – Associação de Escolas Reunidas. Escola Superior de Tecnologia e Educação de Rio Claro.

Curso de Arquitetura e Urbanismo

A IGREJA DE SAINT DENIS E A CONCEPÇÃO DO GÓTICO

Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo III

DOUGLAS RAMOS.

Professores: Marcelo Cachioni e Vladimir Benicasa.

Rio Claro, maio de 2011.

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Sumário

1. Introdução................................................................................... i 2. Objetivo....................................................................................... ii 3. Subindo rumo ao céu..........................................................1 4. Suger de Saint Denis e a invenção do gótico..........................2 5. O nascimento de um novo estilo.............................................. 6 5.1 Saint Denis: a casa de Deus na terra..........................................6 4.2 A mãe das igrejas francesas.......................................................7 5.3 O mausoléu.................................................................................8 5.4 Constituição do Espaço Litúrgico...............................................10 6. Conclusão................................................................................... 11 6. Notas........................................................................................... 12 7. Referências................................................................................. 13 8. Anexos......................................................................................... 15

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1. Introdução

Precisamente no ano de 1144, a finalização da ultima parte da abadia de

Saint Denis, o Coro, marcou o início de um estilo que revolucionaria para

sempre a arquitetura. O fim da Idade Média se mostrou um período conturbado

onde a tradicional sociedade feudal que habitava de maneira precária os

campos de um senhor autoritário passou a se estabelecer em pequenos

núcleos urbanos, dando inicio a expansão urbana que podemos sentir até hoje.

As mudanças sociais vieram acompanhadas de mudanças filosóficas: surge no

cenário eclesiástico uma filosofia, denominada escolástica, que tinha por

objetivo aplicar uma metodologia baseada na razão à fé. Tal filosofia acabaria

por se tornar responsável por uma mudança, mesmo que temporária, no

pensamento europeu em um período próximo ao fim da Idade Média.

Mudam-se os hábitos, a vida cotidiana, os pensamentos, mas e a

arquitetura? Será que ela também passou por este processo que culminaria no

chamado período renascentista? A resposta é incondicionalmente sim. Graças

ao Abade Suger e suas ideias, é que o mundo pode experimentar um novo tipo

de construção religiosa, que renegava a escuridão amedrontadora, e mostrava

uma nova abordagem religiosa que envolvia proporções divinas, grandes

escalas e uma iluminação jamais antes experimentada; surgia uma nova casa

de Deus, uma casa vinda direto do paraíso celestial.

Apropriando-se de enormes vitrais e novos elementos estruturais, a

busca pela grandiosidade e luminosidade divinas, enfim encontrou um

desfecho. Equipados apenas com ferramentas rudimentares, a geometria e

uma fé quase inabalável, os construtores das catedrais góticas conseguiram

elaborar um sistema estrutural que se apropriava de arcos grandes e

pontiagudos (também chamados de ogivais) e integraram isso ao um intrincado

sistema de abóbodas, contrafortes e a arcobotantes (ANEXO-1). Com isso as

catedrais góticas atingiram alturas que antes eram inimagináveis e junto a seus

belos vitrais e rosáceas, se tornaram um símbolo de todo um período.

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2. Objetivo

O objetivo central deste trabalho é oferecer um panorama dos primórdios

do estilo gótico, e proporcionar algum nível de conhecimento sobre a igreja de

Saint Denis, seu período e principalmente sobre a figura que esteve por trás da

concepção de uma obra que marcaria toda uma época e que daria inicio a um

estilo arquitetônico amplamente abraçado pela Europa, e que embora tenha

recebido o epíteto de "gótico", ou seja, dos bárbaros godos, conseguiu superar

este estigma e ainda garantiu um espaço expressivo nas páginas dos livros de

história, como sendo uma das mais impressionantes expressões do poder da

criatividade e da fé humana.

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3. Subindo rumo ao céu

O século XII foi responsável por introduzir no mundo uma nova arquitetura,

que ganharia espaço e se tornaria absoluta em praticamente toda a Europa, a

arquitetura gótica. No século XVI, os estudiosos declararam-na de gótica: segundo

eles sua aparência era tão repugnante e bárbara que ela poderia ter sido fruto da

mente dos godos, que séculos antes haviam invadido e aterrorizado o império

Romano. Algum tempo depois, o termo “gótico” acabaria perdendo seu verdadeiro

significado e se tornaria a principal denominação de um estilo caracterizado pelos

arcos ogivais e pelas alturas estonteantes.

Este novo estilo arquitetônico surgiu oficialmente na França, na primeira metade do

século XII, quando a abadia de Saint Denis foi apresentada ao mundo.

A primeira grande diferença que pode ser notada entre a arquitetura gótica e

sua antecessora, a arquitetura românica, é a fachada: enquanto que a maioria das

igrejas românicas apresentam um único portal, as igrejas góticas apresentam três. E

estes três portais em geral dão acesso a três naves localizadas no interior das

igrejas (duas naves laterais e uma central) (ANEXO-2).

Um dos elementos mais importantes de uma catedral gótica é a chamada

abóboda de nervuras, que em termos formais se difere muito da tradicional abóboda

de arestas encontrada em muitas igrejas românicas. A elaboração deste novo tipo

de abóboda só foi possível graças à existência do arco ogival, que assim como a

abóboda de nervuras, também se mostrava diferente do tradicional arco semicircular

facilmente encontrado nas igrejas românicas. A utilização do arco ogival, bem como

o ressurgimento de um sistema estrutural baseado em pilares, permitiu a construção

de igrejas com gabaritos bem maiores. Além disso, a forma ogival do arco utilizado

nas igrejas góticas acentua a verticalidade, fazendo assim com que as igrejas

pareçam ainda mais altas.

Os pilares (que também tinham a denominação técnica de “suportes de

apoio”) alongados e perigosamente finos foram outros elementos que promoveram a

concepção e caracterização do estilo gótico. Alocados em espaços relativamente

amplos e bem regulares, os pilares permitiam a transferência das cargas, que antes

eram totalmente descarregadas nas paredes, para si, eliminando a necessidade da

criação de enormes e maciças paredes de pedra, e permitindo a criação de paredes

finas e repletas de vidro. Na abadia de Saint Denis, essa técnica de construção foi

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utilizada no chevet1 da igreja. Outra consequência importante da introdução dos

pilares foi o surgimento de um elemento que antes era quase desconhecido das

igrejas românicas e igrejas anteriores, a luz.

Foi graças aos pilares e também aos contrafortes, que surgiram os vitrais, tão

comuns e característicos da arquitetura gótica. Outro elemento estrutural que deve

ser mencionado, e que proporcionou a existência da catedral gótica, é o

arcobotante, que ofereceu um apoio às delicadas paredes das catedrais e ainda

enriqueceu a esteticamente a arquitetura gótica, ajudando-a a tornar-se o principal

ícone religioso e arquitetônico de seu período.

4. Suger de Saint Denis e a invenção do gótico

Na longa e grandiosa história da abadia de Saint Denis, nenhuma época foi

tão esmiuçada e estudada pelos acadêmicos e religiosos, quanto os importantes

anos do abaciado de Suger (ANEXO-3). Homem enérgico, e de uma incrível

capacidade de se dedicar a inúmeras tarefas, ele chama a atenção por ter sido

administrador, estadista, jurisconsulto, cronista, abade e um grande conselheiro real,

tudo isso em uma trajetória de vida bastante incomum e igualmente interessante.

Proveniente de uma família campesina que habitava os arredores de Paris, Suger

assumiu uma das instituições monásticas de maior prestigio em sua época: Saint

Denis era uma igreja que detinha uma preferência da monarquia francesa, era nesta

igreja que se encontravam os sepulcros dos reis franceses, e onde se depositavam

as insígnias que representavam o poder real. Além disso, a abadia de Saint Denis

ainda era um importante centro de peregrinação, que atraia fiéis de todos os cantos

da Europa, fiéis estes que vinham a Saint Denis para orar em frente às divinas

relíquias cristãs (um cravo da santa cruz, e a coroa de espinhos) que eram

promovidas pelo clero francês, que alegava piamente a legitimidade das supostas

relíquias guardadas ali. Além de tudo isso citado, Saint Denis também abrigava o

altar do principal santo francês (o santo patrono da França) da época, Santo Dinis,

que de acordo com a história eclesiástica francesa, foi o primeiro bispo de Paris, e

posteriormente a sua morte, acabou tornando-se uma figura religiosa extremamente

importante para a igreja católica francesa medieval. Suger, além de desempenhar as

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atividades já citadas, ainda foi uma figura muito próxima do rei Luís XI (1081-1137).

Além de conselheiro real, ele ainda dispunha de uma amizade pessoal do rei. Tanta

proximidade e influência junto ao monarca lhe rendeu um poder politico quase

inesperado: durante um período de dois anos (1147 a 1149), na ocasião da ausência

do filho e sucessor de Luís XI, que partiu para as cruzadas que se sucederam no

oriente, Suger conseguiu o poder para administrar os domínios reais. Na condição

de escritor, e preocupado com a perpetuação dos feitos da monarquia francesa, e de

seus próprios, Suger elaborou inúmeras crônicas e uma grande quantidade de

documentos escritos, que felizmente ainda podem ser encontrados nos dias atuais.

Além desses manuscritos, o conhecimento do qual temos acesso atualmente,

provém também de outras fontes de seu tempo, e que em sua maioria se resumem

a relatos e testemunhos de pessoas que gozaram de algum tipo de contato com o

abade de Saint Denis.

Durante muitos séculos, os escritos de Suger despertaram interesse nos

círculos acadêmicos e eclesiásticos, pois suas obras (que por sinal eram repletas de

informações construtivas, religiosas e iconográficas) se mostraram imprescindíveis

para o entendimento, parcial ou mais completo, das origens do estilo gótico. Porém,

no raiar do século XX, pode se ver o despontar de um novo e ardente interesse por

Suger, um aspecto ao qual os estudiosos de séculos anteriores já haviam aludido,

mas nunca dedicado a atenção necessária. Intrigados pelos tesouros artísticos ainda

conservados na igreja de Saint Denis (não apenas os ornamentos, mas também

vasos e cruzes e também os vitrais do coro), os historiadores interessaram-se em

saber qual foi o papel desempenhado por Suger em seu período. A pergunta é

coerente: uma grande quantidade das obras de arte pertencia à reforma que o

abade havia promovido em Saint Denis entre os anos de 1140 e 1144. Nesse

período, Suger realizou duas campanhas de reconstrução na igreja, uma envolvendo

a parte da cabeceira – o coro e a cripta – e outra a na parte ocidental da igreja. Ao

término das obras comandadas por Suger, a nova igreja de Saint Denis passou a

apresentar um aspecto nunca antes visto em qualquer igreja francesa ou até mesmo

de qualquer outra parte da Europa.

Na fachada principal, foram instalados três portais de entrada (dois a mais do

que a grande maioria das tradicionais igrejas românicas encontradas na França)

sobrepostos por tímpanos2 finamente esculpidos e mosaicos bem trabalhados; no

portal central, estatuas no formato de colunas ornamentavam a entrada de ambos os

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lados, criando assim um novo modelo de entrada, que seria copiado em todas as

igrejas góticas (e até nas neogóticas que surgiriam séculos depois) a partir de então.

No chevet a transformação foi ainda mais radical. Com a troca das maciças

paredes ao fundo por enormes janelas decoradas com vitrais, finamente elaborados,

e compostos por vidros multicoloridos, que deixavam a luz do dia transbordar os

ambientes que antes não possuíam sequer vida, como o coro e o deambulatório3

(ANEXO-4), que praticamente passaram a não possuir paredes. A escala e a intensa

luminosidade dessa parte da igreja, elaborada por Suger, contrastava gritantemente

com outras igrejas encontradas na Ilê-de-France.

Cheio de orgulho de sua realização, o abade de Saint-Denis ainda

encomendou outros objetos de rara e inovadora beleza (como cruzes de ouro) para

enriquecer ainda mais espaço do santuário. Mais representativo para os

historiadores da arte, foi justamente o fato de que Suger deixou praticamente todas

as suas memórias e impressões sobre a reconstrução da igreja por escrito,

dedicando-lhes dois opúsculos: o “Livreto sobre a consagração da Igreja de Saint-

Denis” (escrito por volta do ano de 1144) e o “Livro de Suger, abade de Saint-Denis”,

sobre suas realizações no tempo em que foi administrador (terminado por volta do

ano de 1150).

Segundo Panofsky (um crítico e historiador da arte alemão), Suger era uma

pessoa que idolatrava a beleza e o esplendor em todos os níveis e formas possíveis.

Em seus escritos, ele exalta a beleza do ouro e das pedras preciosas, cujo poder

multicolorido seria capaz de conduzi-lo deste mundo humano e material ao paraíso

imaterial. Pode-se mesmo pensar que ele via a ritualística religiosa, em grande

parte, como um espetáculo visual e estético: “A bênção da água benta é uma dança

maravilhosa com os inúmeros dignitários da Igreja, no decoro de seus brancos

paramentos, esplendidamente ataviados com suas mitras pontificais, e preciosos

báculos embelezados por ornamentos circulares, dando voltas e voltas em torno da

pia batismal, como um coro mais celestial que terrestre”.

Dessa forma, seria uma missão totalmente espiritual de Suger embelezar o

altar do Santo Patrono da França (e da casa de Deus) com os mais finos e preciosos

ornamentos de que dispusesse; e para abrigá-lo, era necessário construir um belo e

inestimável santuário, digno de seu santo protetor e de representar o poder e a

magnificência da monarquia francesa, um edifício que fosse o símbolo de sua

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supremacia. Essa era a missão divina que lhe fora designada, na condição de

administrador e chefe de um local tão sagrado.

Além de toda a sua polivalência e seus feitos louváveis, Suger também foi o

grande responsável pela criação do novo estilo arquitetônico e artístico de seu

tempo: o gótico. De acordo com Von Simson (jurista alemão e um grande político

liberal do reino da Prússia e do império Germânico), foram dois os principais

conceitos que guiaram o abade Suger em sua empreitada: a luminosidade e a

concordância das partes. Seguindo o pensamento dionisino, sua influência se faz

notar na peculiar transformação de modelos românicos que ocorre em Saint-Denis,

pela qual Suger e seus assistentes criaram o novo estilo de seu período. Essa

transformação é particularmente visível no coro, onde as grandes janelas cobertas

com vitrais elaborados e multicoloridos admitiam a “divina” luz para o interior do

santuário. Para Suger, portanto, os vitrais seriam a ilustração incomparável da

teologia anagógica4.

Na concepção de seu mentor, Saint-Denis é o centro supremo de toda

espiritualidade da França, e como tal, seus interesses igualam-se com os interesses

da monarquia; fortalecer o poder da instituição monárquica francesa e enaltecer a

abadia de Saint-Denis decorria tanto de um ato natural como da vontade do divino

criador, pois a principal autoridade, o rei, e, portanto a unidade da nação, estava

representada e até incrustada na igreja de Saint-Denis, que ostentava as chamadas

relíquias do “Apóstolo de toda a Gália”. Um local tão importante precisava de

paramentos à sua altura, dignos de seu esplendor e capazes de muito bem-

representar, perante os olhos de todos, a sua real e verdadeira importância.

De fato, toda a documentação que chegou até nós sobre a construção de

igrejas, anteriores ao século XIII, é pouco esclarecedora no que diz respeito às

influências e conceitos das obras. Para chegar as atuais conclusões, os

pesquisadores tiveram de buscar as relações diretamente no trabalho artístico

acabado, apoiando-se nos fragmentos literários que, muitas vezes, levam a

caminhos incertos. Entretanto, esta situação não se aplica ao caso do abade de

Saint-Denis: Suger registrou todos os motivos e os significados que o levaram a

escolher cada detalhe e cada ornamento, e deixa entrever qual é a maneira como se

articula a composição do santuário. É a partir de suas obras (incluído aí o próprio

templo) é que se conhece os princípios que levaram à transformação (ou até a

evolução) dos elementos românicos em um estilo totalmente novo, o chamado

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gótico. Mas, se por um lado Suger relatou as suas próprias perspectivas com certa

minúcia de detalhes, em nenhum momento ele deixa claro quais foram suas fontes

de inspiração, ou, dito de outro modo, quais foram às ideias que o nortearam até a

forma final de seu santuário. Tudo o que se sabe a esse respeito vem da

interpretação de seus escritos, mas nada pode ser considerado como conclusivo.

Assim, com motivações de ordem política, religiosa e de certa forma até estética,

Suger tornou-se o patrono de uma nova configuração do espaço dos santuários;

com a ajuda de seu arquiteto e dos construtores de seu tempo, ele cria inovações

arquitetônicas e conjuga elementos já existentes, mais que não eram encontrados

em conjunto. Ele torna-se o grande nome da renovação arquitetônica que se

sucedeu no século XII, e pode ser dito, o “criador do gótico”.

5. O nascimento de um novo estilo 5.1 Saint Denis: a casa de Deus na terra

Antes da chamada era gótica, a única maneira de construir alto era por meio

de muralhas grandes e espessas, o resultado eram construções volumosas e

relativamente escuras (ANEXO-5). Isso se devia ao fato de que os estilos

arquitetônicos europeus pertencentes a chamada Alta Idade Média (como o estilo

românico e o paleocristão, anteriores ao gótico) possuíam algumas limitações

sobretudo quando o assunto era verticalidade. Para aumentar a altura das

estruturas, os engenheiros recorriam a uma solução prática mais limitada: o

aumento significativo das espessuras dos elementos de sustentação (no caso, as

paredes). Além de ser uma solução ineficiente (pois mesmo estruturas pesadas

possuem limites quanto à altura) ainda proporcionava a quase ausência de

aberturas para ventilação e iluminação, além de criar um ambiente “soturno”. Então,

tudo isso mudou. Em 11 de junho de 1144, as maiores figuras da França medieval,

inclusive o rei e a rainha, se reúnem nos arredores de Paris, em Saint Denis, que era

a igreja oficial dos reis da França, eles testemunham uma revolução na engenharia,

luzes coloridas brilham através de enormes vitrais iluminando paredes inteiras

incrivelmente finas e refletindo tetos altíssimos. Abade Suger, o visionário por traz de

Saint Denis, chama sua arquitetura de moderna, os críticos a ridicularizam e

passaram a chamá-la com o nome de bárbaros conhecidos como godos, daí surge o

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nome gótico, mas para Suger a igreja recorda a glória daquela que a bíblia chama

de casa de Deus na Terra, o templo de Salomão. Para Suger a luz era o símbolo de

Deus, e ao trazer mais luz esperava-se aproximar as pessoas de Deus, moradores

que viviam em pequenos espaços escuros devem ter sido inspirados pelas enormes

paredes de luz da igreja. As paredes de Suger tornam-se janelas criando a ideia de

que a luz agora era um novo material de construção. Surpreendentemente os

engenheiros góticos faziam paredes altas e muito finas, feitas não de pedra mais

principalmente de vidro, e que de alguma forma suportavam altíssimos tetos de

pedra.

5.2 A mãe das igrejas francesas

A abadia (que atualmente possui a denominação de catedral Basílica) de

Saint Denis é uma grande igreja que foi construída e reconstruída ao longo dos

séculos, e sua configuração mais conhecida (a que foi elaborada por Suger) data do

final do período medieval. Ela está situada na chamada comuna de Saint-Denis, que

atualmente é um subúrbio da região norte da cidade de Paris. No ano de 1966, a

igreja foi nomeada catedral e, atualmente, é a residência do bispo de Saint-Denis.

A igreja abacial de Saint Denis figura entre os mais importantes monumentos

da Idade Média europeia. Os documentos medievais são abundantes com relação

às referencias, designando-a como a “mãe das igrejas francesas” e coroa do reino.

Por muito tempo, ela foi considerada o núcleo da prestigiosa abadia real, e este

status a isentava de qualquer dominação feudal ou eclesiástica, estando sujeita

apenas ao controle do rei. Era para a igreja de Saint-Denis que os monarcas, às

vésperas das batalhas, iam solicitar a proteção de São Dinis (ou Dênis, ou Dionísio),

o santo patrono da França e protetor particular da realeza francesa. Em Saint Denis

estavam sepultados os representantes das três dinastias reais, desde Dagoberto I, e

poucos foram os soberanos que expressaram a vontade de não ficar em Saint-

Denis. Era também para lá que os reis enviavam as insígnias que representavam o

poder monárquico, após o ato da coroação, para serem guardadas junto às relíquias

da abadia. Acredita-se que o primeiro templo construído no local da atual igreja, seja

do século V d.C. Desde então, a basílica sofreu uma série de modificações: foi

remodelada pelo abade Fulrad (749-784) no século VIII, passou por uma reforma

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radical e revolucionária sob o abaciato de Suger (1122-1151), e ganhou suas

características atuais no século XIII, durante a administração de Eudes Clemént.

Pode-se dizer que o período mais importante e expressivo na trajetória da igreja

abacial é o da reforma promovida pelo abade Suger, realizada entre 1137 e 1144.

Suger promoveu uma reformulação total na parte ocidental e na cabeceira (o coro e

a cripta5), transformando completamente a igreja do período carolíngio.

O nártex6 foi ampliado e ganhou novos elementos, como a grande rosácea na

fachada, três portais de entrada (que se tornariam uma característica marcante nas

igrejas góticas posteriores) e as estátuas-coluna, que flanqueavam o portal central .

No coro, a mudança foi radical: a pequena abside carolíngia foi substituída por uma

estrutura de grandes dimensões, equipada com sete capelas. A grande novidade

deste novo projeto ficava por conta dos vitrais que recobriam as janelas dos

oratórios, elas eram compostas de grandes mosaicos de vidro translúcido que

permitiam à luz do dia espalhar-se por todo o coro, desobstruído das grossas

paredes existentes na antiga igreja de Saint Denis. As mudanças estruturais e a

nova concepção do espaço tornaram o edifício bastante distinto e inovador, quando

comparado às construções românicas da época e as paleocristãs de períodos

anteriores; a Saint-Denis de Suger é vista pelos estudiosos da arte e da arquitetura

medieval como um protótipo, onde a arquitetura gótica encontrou sua primeira

definição concreta.

5.3 O mausoléu

A abadia de Saint Denis foi o local onde os reis franceses e os membros da

realeza foram sepultados durantes os séculos, e é em muitos casos denominada

como o "Cemitério Real da França". Praticamente todos os monarcas, com exceção

de três, do século X até 1789, (sendo o último monarca francês a ser sepultado na

igreja, o rei Luís XVI), teve seus restos mortais sepultados na antiga abadia.

A abadia expõe excelentes exemplos de tumbas cadavéricas francesas. As

efígies de muitos monarcas estão em suas próprias tumbas, mas durante os eventos

que se sucederam durante a Revolução Francesa (séc. XVII), as tumbas foram

violadas por trabalhadores a mando de oficiais revolucionários. Os restos mortais

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dos monarcas franceses e de suas famílias foram removidos da abadia e em

seguida foram lançados em uma vala próxima, junto com uma quantidade

considerável de cal virgem. O principal objetivo deste ato macabro e, de certa forma,

desrespeitoso, era eliminar qualquer vestígio da tradicional instituição monárquica

francesa, que de acordo com os revolucionários não deveria existir sequer na

memória dos populares franceses.

Os corpos do rei Luís XVI e de sua esposa Maria Antonieta, inicialmente

foram sepultados no adro de Madeleine, onde também foram cobertos com cal

virgem. O corpo de jovem Luís XVII, que faleceu de uma enfermidade, foi enterrado

em uma cova anônima.

Napoleão Bonaparte reabriu a igreja em meados do ano de 1806, mas não

permitiu que os restos mortais dos monarcas franceses e de suas famílias voltassem

para suas tumbas originais. Durante seu exílio em Elba, os Bourbons restaurados

ordenaram uma busca completa pelos cadáveres de Luís XVI e sua esposa. Uma

massa cinza e alguns ossos que presumivelmente pertenciam ao rei foram

encontrados em janeiro de 1815, e foram trazidos para Saint Denis e sepultados em

uma região da abadia conhecida como cripta (ANEXO-6). No ano de 1817, foram

encontradas as valas que continham todos os restos mortais dos monarcas e suas

famílias que haviam sido retirados de Saint Denis. Como foi impossível atribuir os

ossos a respectivos membros da realeza, todos os restos foram enviados a Saint

Denis e depositados em um ossuário na cripta da igreja, atrás de duas placas de

mármore com os nomes de centenas de membros das grandes linhagens dinásticas

francesas, que foram enterrados na igreja e devidamente registrados.

Após a morte do rei Luís XVII, em 1824, ele foi sepultado no centro da sala da

cripta, bem próximo dos túmulos de Luís XVI e Maria Antonieta. Os caixões dos

membros da família real que morreram entre 1815 e 1830 também foram colocados

em jazigos na cripta. Sobre a direção do arquiteto Eugéne Viollet-le-Duc, famoso

pelos seus trabalhos de restauração, em especial o trabalho realizado na igreja

parisiense de Notre-Dame, os monumentos que foram extraídos de Saint Denis e

levados ao museu, finalmente retornaram ao seu lugar de origem, ou seja, a abadia

de Saint Denis.

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5.4 Constituição do Espaço Litúrgico

É fato que a antiga igreja de Saint Denis não foi construída por Suger, pois ela

já existia desde o século V, porém é inegável o fato de que foi ele quem a revitalizou

e a transformou em uma obra prima de sua era. A inovadora reforma de Suger não

foi a primeira e nem a última a ser realizada na igreja, e por esse motivo a Saint

Denis atual se resume a um edifício composto por ideias e vestígios de modificações

anteriores e posteriores a Suger. É evidente que este trabalho tem por objetivo

mostrar e demonstrar o criativo trabalho de Suger e suas inovadoras ideias que

culminariam na criação de todo um estilo arquitetônico que seria amplamente

difundido pela Europa da segunda metade da Idade Média, e por este motivo, é que

a descrição que será apresentada a seguir diz respeito apenas a Saint Denis

recriada por Suger. No final deste trabalho, é possível encontrar dois anexos

(ANEXO-9A e ANEXO-9B), que mostram projeções sobre as sucessivas

construções edificadas no local da igreja atual, assim como a disposição do espaço

litúrgico idealizado por Suger.

Se por alguns instantes pudéssemos voltar ao século XII, mais precisamente

no dia 11 de junho de 1144, em uma região de Paris, poderíamos testemunhar a

inauguração de um templo que exporia uma tipologia que ninguém naquele

momento poderia acreditar que se tornaria amplamente difundida. Ao se deparar

com a nova igreja, reformada a mando do abade de Saint Denis, inicialmente nos

depararíamos com um monumento estonteante.

As portas da nova Saint Denis eram feitas em bronze, e eram finamente

decoradas com cenas da Paixão e da Ressurreição de Cristo. Logo acima, um

tímpano representava o Juízo Final, o tenebroso desfecho dos seres humanos que

ignoravam ou se voltavam contra aos até então, ensinamentos indiscutíveis da igreja

Católica medieval; acredita-se que esse é o primeiro exemplo do aparecimento

desse tipo de tema sacro, esculpido totalmente em pedra, no norte da França, e que

traz algumas peculiaridades, se for comparado aos seus antecessores mais

célebres, em Beaulieu ou Moissac.

O portal central de Saint Denis pode ser considerado como o primeiro exemplo

conhecido de um portal real: ele é composto por um segmento de estátuas-colunas

– que inclusive estão desaparecidas – que representavam profetas bíblicos do

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antigo testamento, fazendo assim uma breve referência aos terrenos ancestrais do

Cristo que veio ao mundo carnal. Os outros dois portais da fachada ocidental

também eram adornados por esculturas nas jambas7 e nos tímpanos.

Na fachada da igreja, também poderíamos encontrar o primeiro exemplo de

incorporação de uma rosácea (ANEXO-7) em uma fachada: um elemento

arquitetônico importante para os construtores góticos que viriam, e cuja função inicial

era a de, apenas, fornecer luz à capela superior do nártex. Muito mais imponente

que sua versão anterior, a fachada idealizada por Suger, apresentava um estilo

ainda hesitante, que apresentava aspectos inovadores, mas ainda mantinha traços

das antigas igrejas românicas.

O nártex da igreja era composto por dois níveis abobadados que

comportavam três capelas, uma dedicada a São Romano, as outras dedicadas a

muitos outros santos.

Adentrando-se até o coro da igreja poderíamos ver um espaço que se

unificava com a cripta, a qual foi concebida como um tipo de estrutura de

sustentação para a parte superior da igreja. Todavia, graças a sua função, os muros

da cripta ainda apresentam uma robustez típica das igrejas românicas. Assim como

no coro, a cripta foi dotada de um deambulatório, delimitado por pilares de forma

cilíndrica, cuja disposição se ajusta de maneira perfeita a curvatura das chamadas

capelas radiantes. As nove capelas localizadas ao fundo da igreja - sete radiantes a

leste, uma ao norte e uma ao sul – são divididas uma das outras por paredes

espessas, tornando-se assim nichos estruturalmente independentes.

O novo coro, elaborado por Suger, foi ajustado à antiga nave carolíngia. A

intenção deste ajuste era a obtenção de uma integração total, de maneira que a

construção recente estivesse em harmonia com a estrutura existente (ANEXO-8).

Para conseguir este efeito de integração, Suger ajustou o eixo do coro à nave

central da igreja e também utilizou colunas como elemento de sustentação em torno

do coro e do deambulatório.

6. Conclusão

Inspirada pelo próprio Deus, cheia da luz divina, representação arquitetônica

da complexa mensagem bíblica ou o fruto das mãos bárbaras e das mentes

primitivas dos godos? Sinceramente este questionamento que apareceu junto a

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revolucionária tipologia ricamente elaborada por Suger, reforça toda a nuvem densa

de polêmica que pairou sobre o estilo gótico até o século XVI. O fato é que

definições positivas ou negativas não afetam o poder da iconografia exposta por

aquela que é considerada a mãe de todas as igrejas góticas, Saint Denis, e que foi

responsável por mostrar aos fiéis cristãos medievais uma vaga imagem do paraíso

celestial, que anteriormente havia sido muito teorizado, mas nunca demostrado de

uma maneira tão esplêndida e significativa.

A revolução arquitetônica iniciada por Saint Denis, além de mostrar que o

divino é algo que pode, e talvez até deva, ter uma conexão com a realidade humana,

ainda mostrou aos construtores de sua época, e de épocas posteriores o poder da

arquitetura, seja como instrumento religioso, ou como uma edificação que por si só

era capaz de reforçar as doutrinas de toda uma religião através de iconografia,

volumetria, luz e um toque de dramaticidade artística e simbólica.

Mas, acima de tudo o que foi dito e citado sobre Saint Denis, esta igreja não é

um modelo, é uma poderosa ideia, uma nova maneira de concepção do espaço

sagrado, que se tornou o símbolo máximo de um período conturbado da história e

uma forte influência para arquitetura cristã nos séculos que se seguiram após sua

inauguração. Devemos avaliar Saint Denis de um aspecto psicológico, pois seu

sucesso nos mostra, que simples elementos como a luz e a verticalidade podem

afetar nosso estado de espírito e nossa percepção sobre o espaço na qual estamos

inseridos. Por tudo isso, Saint Denis deve ser vista como a materialização de

princípios imateriais, como um monumento sagrado a nossos desejos incessantes

de contato com o conceito abstrato do divino e principalmente como um objeto único

que nos mostra, que às vezes, ideias revolucionárias vindas de um único indivíduo

podem mudar conceitos, que neste caso transcendem a religiosidade e atingem

diretamente a arquitetura, a engenharia e até a psicologia humana.

7. Notas 1 Chevet: uma abside com deambulatório que possui um acesso por trás do altar-mor de uma série de capelas. 2 Tímpano: é um espaço geralmente triangular ou em arco, liso ou ornado com esculturas, limitado pelos três lados do frontão, por um ou mais arcos ou por linhas retas que assentam sobre o portal de entrada de uma igreja, catedral ou templo.

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3 Deambulatório: este termo arquitetônico, também designado por charola, é originário do latim ambulatorium e significa local para andar, deambular. Em geral define-se como uma passagem que circunda uma área central e que pode ser encontrada em diversas aplicações, todas elas, no entanto, inerentes a edifícios religiosos. 4 Teologia anagógica: Interpretação mística dos símbolos e alegorias das Escrituras e de outras obras de inspiração religiosa. 5 Cripta: é uma construção subterrânea, geralmente feita de pedras ou escavada no subsolo. Etimologicamente provém do grego, kryptē, e do latim, crypta. Estas construções geralmente localizam-se na parte inferior de Igrejas e Catedrais, sendo um espaço no qual pessoas importantes ou relíquias são enterradas. 6 Nártex: Este termo arquitetônico, refere-se, em sentido lacto, à zona de entrada de um templo. Também outras designações podem surgir associadas a este termo, como pronaos, átrio, vestíbulo, galilé ou paraíso. 7 jamba: é um elemento vertical, como uma coluna por exemplo, que faz de ombreira do vão de uma janela, porta ou lareira.

8. Referências Material de Internet Wikipedia. Basilica de Saint-Denis. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_Saint-Denis#Contexto>. Acesso em: 28 mai. 2011. MENDONÇA, Bruno. Abadia Saint Denis. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/16947552/Abadia-Saint-Denis> Acesso em: 25 mai. 2011. Portal São Francisco. Abadia de Saint Denis. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/franca/catedral-de-saint-denis.php> Acesso em : 26 mai. 2011 Rotas Cister. A Ordem de Cister. Disponível em: <http://rotascister.home.sapo.pt/P1.html> Acesso em: 27 mai. 2011. Wikipedia. Abade Suger de Saint-Denis. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Abade_Suger_de_Saint-Denis>. Acesso em: 27 mai. 2011. RABELO, Marcos. O Abade Suger, a igreja de Saint-Denis e os primórdios da arquitetura Gótica na Ile-de-France do século XII. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000361400&fd=y> Acesso em: 25 mai. 2011.

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Skyscraper City. Abadia de Saint-Denis: onde tudo começou. Disponível em: < http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=322686> Acesso em: 26 mai. 2011. Artehistoriacom. Gótico, arquitectura (Historia del Arte). Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=OSgZDj21d9U> Acesso em: 26 mai. 2011. New Advent. Abbey of Saint Denis. Disponível em: <http://www.newadvent.org/cathen/13343b.htm> Acesso em: 28 mai. 2011. Livro PROENÇA, Graça. História da arte. 17. ed. São Paulo: Ática, 2010. 448 p.

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9. Anexos

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ANEXO-1. Ilustração esquemática de uma catedral gótica. (Archives Larrouse/Lauros Giraudon, apud: PROENÇA, Graça. História da arte. 17. ed. São Paulo:

Ática, 2010. p. 73.).

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ANEXO-2. Fachada principal da basílica de Saint Denis. Nesta imagem é possível identificar alguns elementos inovadores implementados por Suger, como os três portais e uma grande rosácea. (http://0.tqn.com/d/architecture/1/0/S/n/stdenisflicr.jpg)

ANEXO-3. Abade Suger (Imagem extraída de uma janela medieval). (http://pt.wikipedia.org/wiki/Abade_Suger_de_Saint-Denis)

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ANEXO-4. O deambulatório construído pelo Abade Suger, mantém-se inalterado. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_Saint-Denis)

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ANEXO-5. “O resultado eram construções volumosas e relativamente escuras” – Interior da Igreja Românica de São Pedro de Rates, Portugal. (http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=270373)

ANEXO-6. Memorial ao rei Luís XVI e à rainha Maria Antonieta, esculturas de Edme Gaulle e Pierre Petitot. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_Saint-Denis)

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ANEXO-7. “Na fachada da igreja, além do que já foi citado, também poderíamos encontrar o primeiro exemplo de incorporação de uma rosácea em uma fachada: um elemento arquitetônico importante para os construtores góticos que viriam, e cuja função inicial era de apenas fornecer luz a capela superior do nártex” - A rosácea do transepto norte, que mostra o evento da Criação. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_Saint-Denis)

ANEXO-8. Nave carolíngia restaurada a mando do abade Suger. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_Saint-Denis)

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ANEXO-9A. Sobreposição das plantas baixas: a igreja carolíngia, a igreja de Suger e o templo atual. (Sobreposição das plantas baixas: a igreja carolíngia, a igreja de Suger e o templo atual, apud: RABELO, Marcos. O Abade Suger, a igreja de Saint-Denis e os primórdios da arquitetura Gótica na Ile-de-France do século XII. Campinas, 2005, p. 157.).

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ANEXO-9B. Reconstituição do Espaço Litúrgico: Capelas e Decoração na Igreja de Suger. (Reconstituição do Espaço litúrgico na igreja do século XIII, apud: RABELO, Marcos. O Abade Suger, a igreja de Saint-Denis e os primórdios da arquitetura Gótica na Ile-de-France do século XII. Campinas, 2005, p. 158.).