A importância da argumentação

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A importância da Argumentação

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Introdução ao tema da argumentação, na perspectiva de Perelman.

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A importância da Argumentação

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A argumentação é fundamental em todas as áreas da actividade humana onde não possa ser estabelecida uma verdade racionalmente demonstrada.

Fora do campo da lógica, da matemática e de alguns campos das ciências exactas, as verdades devem assentar na produção de provas sustentadas em observações da realidade e em conjecturas racionais, assentes em premissas razoáveis e consensualmente aceites, com base numa discussão séria, livre e aberta.

A argumentação exclui o uso da força e pressupõe que os interlocutores estejam sempre em pé de igualdade e possam fazer um uso livre e autónomo da sua razão, em todas as circunstâncias.

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A argumentação (legítima) deve ser coerente, ou seja, não pode violar os princípios lógicos da razão, nem usar argumentos falaciosos.

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Os argumentos que podem ser utilizados como instrumentos retórico-argumentativos, podem agrupar-se da seguinte forma:

Argumentos quase-lógicos.

Argumentos que fundam a estrutura do real.

Argumentos sobre a estrutura do real.

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Argumentos quase-lógicos

Assentam em questões do tipo:

o que pode ser pensado?

É coerente afirmar isto?

É logicamente aceitável sustentar esta tese?

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Argumentos quase-lógicos

Estão ligados ao domínio do pensável, do que pode ser pensado e do que deve ser pensado.

Correspondem ao uso dos instrumentos que lógica desenvolve no âmbito da sua busca do rigor e da validade do pensamento racional.

Normalmente estes argumentos são usados para garantir a coerência e a clareza do discurso, tendo um estatuto instrumental.

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Argumentos que fundam a estrutura do real

São argumentos que se referem ao que torna possível a realidade, têm uma dimensão metafísica ou ontológica.

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Argumentos que fundam a estrutura do real

São argumentos explicativos (que apresentam as causas, as razões, os porquês, dos fenómenos problemáticos que estão em discussão.

Este tipo de argumento assume uma importância fundamental na argumentação filosófica e na argumentação científica.

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Argumentos sobre a estrutura do real

Trata-se de argumentos que têm uma natureza fenomenológica:

Referem-se ao que existe, ao que é real e ao que não é admissível como fazendo parte da realidade.

São argumentos que se referem à forma como a realidade se comporta e assentam na descrição de factos.

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E o que é real?Há que partir do princípio que o real é o que é admitido pelo auditório como existente.

Há auditórios que consideram reais entidades que são irreais para outros auditórios: para um auditório de pessoas crentes o demónio pode ser real, enquanto que para um auditório de advogados, isso já não é verdade.

Por isso o orador, num discurso persuasivo, deve referir-se à realidade tal como esta é vista pelo auditório. Normalmente este tipo de argumento assenta num consenso entre os diversos interlocutores, ou entre o orador e o auditório.

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Exemplos _ A Pena de Morte

i. A pena de morte é contraditória com a intenção de querer prevenir a violência, uma vez que matar é sempre um acto violento.

ii. A execução de um condenado à morte não é equivalente a um assassínio, uma vez que as circunstâncias diferem: no caso do assassínio há a prática de um crime, no caso da execução há a reparação dessa prática.

Argumentos quase-lógicos

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Exemplos _ A Pena de Morte

i. Muitos crimes violentos são uma resposta à exclusão social, à discriminação racial, e à forma desumana com que os seus autores foram tratados, pelo que condená-los à morte é continuar o processo de exclusão social.

ii. A vida é um dom divino, pelo que quem a destrói perde o seu próprio direito à vida, sendo lícito pagar uma vida com uma vida.

Argumentos que fundam a estrutura do real

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Exemplos _ A Pena de Morte

i. A pena de morte leva à destruição da vida do condenado, logo é uma violação da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

ii. Há crimes que destroem vidas humanas, logo os seus autores devem ser castigados tendo em conta a natureza dos seus crimes.

Argumentos sobre a estrutura do real

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