A IMPORTÂNCIA DA LEITURA REALIZADA PELO … · quinto ano do Ensino Fundamental / Patricia...
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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Pedagogia
Patricia Veríssimo de Cicco
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA REALIZADA PELO
PROFESSOR NO QUINTO ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL
LINS – SP
2013
PATRICIA VERÍSSIMO DE CICCO
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA REALIZADA PELO PROFESSOR NO QUINTO
ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação da Profª Ma. Adriana Monteiro Piromali Guarizo e orientação técnica da Profª Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner.
LINS – SP
2013
PATRICIA VERÍSSIMO DE CICCO
Cicco, Patricia Veríssimo de
A importância da leitura realizada pelo professor no quinto ano do Ensino Fundamental / Patricia Veríssimo de Cicco. – – Lins, 2013.
p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Pedagogia, 2013.
Orientadores: Adriana Monteiro Piromali Guarizo; Érica Cristiane dos Santos Campaner
1. Leitura. 2. Estratégias de leitura. 3. Leitura pelo
professor. I Título.
CDU 37
C499i
DEDICATÓRIA
À minha mãe, minha mais bela razão de e para existir.
Por sua existência, por estar sempre ao meu lado me apoiando nos
momentos mais difíceis da minha vida e nunca medindo esforços
para me ajudar.
Dedico também ao meu pai (in memorian) que me faz muita falta,
mas tenho certeza que, de onde ele estiver, está muito feliz e
orgulhoso. Apesar das saudades, ele permanecerá eternamente em
minha lembrança e, principalmente em meu coração.
Amo vocês.
AGRADECIMENTOS
No decorrer deste curso, várias pessoas participaram da minha vida,
algumas de longas datas, outras mais recentes.
A Deus, pela vida e força proporcionada, sempre que pensei em desistir, pelos
pedidos atendidos e, acima de tudo, pela minha saúde, que sem ela, não
conseguiria chegar a lugar algum.
Aos meus pais José Roberto (in memorian) e Elza, pela minha vida e
formação.
A minha prima Márcia Rodrigues de Oliveira Inácio, pelo incentivo, pela
atenção e apoio, prestados.
A Profª Ma Adriana Monteiro Piromali Guarizo pelos ensinamentos que me
foram transmitidos e pela orientação deste trabalho.
A Profª Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner pelas orientações
técnicas, paciência e educação.
Enfim, a todos que direta ou indiretamente, contribuíram para a aquisição deste
trabalho.
A todos, muito obrigada.
EPÍGRAFE
Viajar pela leitura
Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça
na imaginação!
(Clarice Pacheco)
RESUMO
A leitura é de fundamental importância para o ser humano, pois ela é indispensável para a aquisição de conhecimentos e aperfeiçoamento de saberes. Ela também é muito importante, não só nas aulas de língua portuguesa, mas sim em todas as disciplinas do currículo escolar. Diante disso, o professor deve trabalhar na formação de indivíduos capazes de ler e compreender o que se lê. A atividade de leitura realizada pelo professor, além de ser essencial para o desenvolvimento cognitivo da criança, cria hábitos de ler, desde as séries iniciais, e leva o indivíduo à leitura de mundo, do meio em que vive, possibilitando, assim, o desenvolvimento do senso crítico. O tema tratado neste trabalho sobre a importância da leitura realizada pelo professor surgiu a partir das reflexões realizadas sobre as dificuldades encontradas pelos alunos, principalmente no que diz respeito à construção de sentidos de um texto. A pesquisa teve como objetivo observar e analisar como são realizadas as atividades de leitura realizada pelo professor, como um elemento modelizador essencial ao processo de construção de sentidos do texto, com alunos do quinto ano do Ensino Fundamental. A metodologia da pesquisa foi baseada de dados qualitativos, com questionários aplicados a professores e alunos de escola estadual. Com a análise dos questionários, pode-se observar que alguns professores não trabalham com todos os suportes necessários e não utilizam estratégias diversificadas para estimular o prazer da leitura nos alunos, não só o prazer, mas também os objetivos dos momentos de leitura. Além disso, pode-se constatar que estes utilizam poucos recursos que propiciem a prática da leitura e a formação do hábito leitor. Conclui-se que é de fundamental importância o trabalho com a leitura, tendo como foco de aprendizagem a construção de sentidos, no qual o professor deve trabalhar como mediador e facilitador da transmissão do conhecimento e os alunos, devem encontrar, em sua figura, um modelo essencial do comportamento leitor. Palavras – chave: Leitura. Estratégias de leitura. Leitura pelo professor
ABSTRACT
Reading is extremely important for the human being, because it is essential to acquire knowledge and to improve skills. It is also important, not only for Portuguese classes, but for all school subjects in general. Therefore, the teacher must work on the formation of individuals who will be capable of reading and of comprehending what it is read. The reading activity performed by the teacher, besides being necessary for the child´s cognitive development, creates the habit of reading since the initial grades and allows the individual to know the reading world as well as his/her environment, making them able to develop a critical sense. The theme discussed in this research about the importance of reading done by the teacher appeared from reflections on the difficulties of the students, mainly considering the construction of an understanding of a text. The research had the objective to observe and to analyze how reading activities are performed by the teacher as an essential standardized process of construction of an understanding of a text with students from the 5th grade of Elementary School. The methodology of the study was based on qualitative data that included a questionnaire that was applied to the teacher and to the students from the public school. While analyzing the questions, it was perceptible that some teachers were not working with all the needed tools and they did not use diversified strategies to stimulate the students´ pleasure to the reading either. Neither the pleasure nor the objectives of the reading moments were encouraged. Furthermore, it was evident that they used few resources that could proportionate the reading practicing and the formation of a habitual reader. It can be concluded that it is fundamental the importance of the reading performance, focusing the learning about the construction of an understanding, in which the teacher must work as a mediator and as an enabler to transmit the knowledge and the student shall find in his/her character an essential model for the reader´s behavior. Key-words: Reading. Reading strategies. Reading performed by the teacher
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Respostas da pergunta nº 1 do questionário feito aos
professores........................................................................................................59
Tabela 2: Respostas da pergunta nº 2 do questionário feito aos
professores........................................................................................................59
Tabela 3: Respostas da pergunta nº 3 do questionário feito aos
professores........................................................................................................59
Tabela 4: Respostas da pergunta nº 4 do questionário feito aos
professores........................................................................................................60
Tabela 5: Respostas da pergunta nº 5 do questionário feito aos
professores........................................................................................................60
Tabela 6: Respostas da pergunta nº 6 do questionário feito aos
professores........................................................................................................60
Tabela 7: Respostas da pergunta nº 7 do questionário feito aos
professores........................................................................................................61
Tabela 8: Respostas da pergunta nº 8 do questionário feito aos
professores........................................................................................................61
Tabela 9: Respostas da pergunta nº 9 do questionário feito aos
professores........................................................................................................61
Tabela 1: Respostas da pergunta nº 1 do questionário feito aos
alunos................................................................................................................64
Tabela 2: Respostas da pergunta nº 2 do questionário feito aos
alunos................................................................................................................64
Tabela 3: Respostas da pergunta nº 3 do questionário feito aos
alunos................................................................................................................64
Tabela 4: Respostas da pergunta nº 4 do questionário feito aos
alunos................................................................................................................65
Tabela 5: Respostas da pergunta nº 5 do questionário feito aos
alunos................................................................................................................65
Tabela 6: Respostas da pergunta nº 6 do questionário feito aos
alunos................................................................................................................65
Tabela 7: Respostas da pergunta nº 7 do questionário feito aos
alunos................................................................................................................65
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................11
CAPÍTULO I – O QUE É A LEITURA...............................................................14
1 CONHECIMENTOS SOBRE A LEITURA..............................................14
1.1 A leitura interativa: autor – texto – leitor..................................................17
1.2 O ensino de estratégias para a construção de sentidos de um texto.....18
1.3 Gêneros textuais e tipos textuais............................................................20
1.4 Intertextualidade: relações entre textos..................................................23
CAPÍTULO II – O PROFESSOR COMO MODELIZADOR DA LEITURA........25
2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PELO PROFESSOR..........................25
2.1 Tipos de leitura em sala de aula.............................................................26
2.2 Leitura pelo professor..............................................................................30
2.3 Processos a serem realizados antes da leitura.......................................31
2.4 Processos a serem realizados durante a leitura.....................................33
2.5 Processos a serem realizados após a leitura..........................................36
CAPÍTULO III - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS COM ANÁLISE
QUALITATIVA...................................................................................................37
3 A PESQUISA..........................................................................................37
3.1 Apresentação dos resultados da pesquisa.............................................38
3.2 Análise dos dados pesquisados..............................................................47
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................50
CONCLUSÃO....................................................................................................52
REFERÊNCIAS.................................................................................................54
APÊNDICES......................................................................................................55
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INTRODUÇÃO
O presente estudo tem por finalidade observar e analisar como são
realizadas as atividades de leitura realizada pelo professor, como um processo
modelizador de comportamento leitor, essencial à construção de sentidos do
texto, com alunos do quinto ano do Ensino Fundamental, assim como também
analisar quais as estratégias o professor utiliza para trabalhar a leitura e
apontar as estratégias que podem contribuir para a compreensão leitora.
Sabe-se que um dos principais problemas na educação da atualidade é
a dificuldade que os educandos têm de ler e interpretar textos. Essa é uma
reclamação constante, não apenas dos professores da disciplina Língua
Portuguesa, mas em todas as outras do currículo escolar.
É de fundamental importância que os alunos aprendam a utilizar a leitura
com fins de informação e aprendizagem. Portanto, é necessário a criação do
hábito de ler, desde as séries iniciais, quando as crianças ainda não leem por si
próprias, de forma eficaz. No decorrer deste período, o professor cria muitas e
variadas situações nas quais lê diferentes gêneros textuais.
A leitura contribui muito para o aprendizado, pois leva o leitor a novos
conhecimentos, enriquecendo o seu vocabulário e suas expressões. Permite
também levar quem lê a construir um mundo imaginário, no qual pode exercer
sua reflexão crítica e promover o debate de ideias. Além de propiciar ao ser
humano encontrar-se com o mundo e adquirir novos conhecimentos, o ato de
ler não é apenas interpretar os símbolos e gráficos, mas sim construir,
interpretar os sentidos do texto.
A leitura pode ser considerada um processo constante de elaboração e
verificação de previsões que levam à construção de uma interpretação.
Em outras palavras, agir estrategicamente permite dirigir e autorregular o
processo de leitura. Esta atividade acontece quando se produz o sentido,
quanto mais informação, experiências de leitura anteriores, mais consciência
na formação de sentidos terá o leitor, pois, além de compreender o que se
encontra nas linhas do texto, ou seja, nas informações explícitas, faz-se
necessário compreender, também, as entrelinhas, ou as informações implícitas.
O professor pode contribuir de maneira essencial, para que seus alunos
possam compreender um texto, ao mostrar para que se lê e quais são os textos
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que serão mais úteis para tais objetivos, mostrar qual é o modo de leitura mais
adequado para uma determinada finalidade, ou verificar o que os alunos já
sabem, acerca do autor ou do tema tratado.
Vale a pena ressaltar que este trabalho aborda o momento de leitura
realizada pelo professor, mas aponta a necessidade de outros momentos, tais
como a leitura compartilhada, a roda de leitura, entre outros, que estão
previstos no Currículo oficial, adotado pela Secretaria de Estado da Educação
de São Paulo, o Ler e Escrever.
No entanto, esta pesquisa considera que muitos dos alunos do quinto
ano do Ensino Fundamental que possuem dificuldade de compreensão de
leitura, não vivenciem (ou vivenciem minimamente) comportamentos de
leitores, por isso elegeu como centro da discussão a leitura realizada pelo
professor, por considerar este um momento para que o aluno possa vivenciar
um modelo de comportamento de leitor.
O problema da pesquisa refere-se a: “como contribuir, no processo
ensino-aprendizagem da leitura, para a formação de sujeitos, capazes de
elaborar e validar hipóteses, realizar inferências, interpretar sentidos, e não
apenas leitores passivos, que apenas decifram o sistema de escrita?”. Para
responder a esta pergunta, objetivou-se neste estudo, o de reconhecer a leitura
realizada pelo professor como uma atividade modelizadora do papel de leitor,
auxiliando na construção de sentido do texto; verificar como a leitura é
trabalhada pelo professor com os alunos do quinto ano do Ensino
Fundamental; analisar quais estratégias o professor utiliza para trabalhar a
leitura com os alunos e apontar as estratégias que podem contribuir para a
compreensão leitora. Tudo está dividido em três capítulos.
O capítulo I, o que é a leitura, aborda o que vem a ser a leitura e no que
ela contribui; o ensino de estratégias para a construção de sentidos de um
texto; a importância dos gêneros textuais, tipos textuais e a intertextualidade,
como elementos importantes na construção de sentidos do texto.
O capítulo II, o professor como modelizador da leitura, aborda a
importância da leitura realizada pelo professor; os tipos de leitura em sala de
aula e quais são os processos a serem realizados antes, durante e depois da
leitura.
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O capítulo III, procedimentos metodológicos com análise qualitativa,
apresenta a pesquisa de campo realizada, contendo dois questionários: um
para os professores e outro para os alunos, seguidos da análise dos
resultados, no qual busca dados descritivos, extraídos do contato direto do
pesquisador com o universo da pesquisa e se considera mais ao processo que
ao produto da mesma, ponderando sempre as expectativas de seus
participantes.
Finaliza-se este trabalho com a proposta de intervenção sobre o trabalho
com a leitura, para todos que quiserem intervir com o desejo de formar leitores
proficientes, a ler e compreender os diferentes gêneros, considerando a sua
função social.
É de fundamental importância a reflexão dos assuntos apresentados
nesta pesquisa. Atualmente, encontram-se, nas escolas, muitos alunos com
dificuldades na aprendizagem, e muitas vezes os professores não conhecem
as suas causas.
Portanto, o tema foi escolhido para a pesquisa, trazendo ideias para a
realização do trabalho com a leitura em sala de aula, e sugestões para que
esses alunos possam vencer a dificuldades encontradas e atingir melhores
resultados.
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CAPÍTULO I
O QUE É A LEITURA
1 CONHECIMENTOS SOBRE A LEITURA
A leitura vem a ser uma atividade de interação que ocorre entre a
pessoa que lê e um texto, no qual o leitor busca a informação que necessita,
tenta alcançar seus objetivos, pois este, sempre lê com algum objetivo, a partir
de suas experiências, seu conhecimento de mundo e do texto, realiza
deduções, conclusões, facilitando a compreensão do sentido do texto.
Portanto, ler envolve entender e compreender um texto, ler é um processo
interativo entra as palavras do texto e os conhecimentos do leitor. Nas palavras
de Solé (1998, p. 22), “a leitura é um processo de interação entre o leitor e o
texto; neste processo tenta-se satisfazer os objetivos que guiam sua leitura”.
Sobre esse prisma, a leitura está ligada na relação entre o leitor e um
texto, no qual é preciso a participação de um leitor ativo, que liga os seus
conhecimentos prévios, seus conhecimentos referentes ao texto e sua
finalidade de leitura, para assim, chegar à construção dos sentidos de um texto.
A leitura contribui muito para o aprendizado, pois leva o leitor a novos
conhecimentos, enriquecendo o seu vocabulário. Permite também levar quem
lê a construir um mundo de ideias, desenvolvendo seu senso crítico. Além de
propiciar ao ser humano encontrar-se com o mundo e adquirir novos
conhecimentos, o ato de ler não é apenas interpretar os símbolos e gráficos,
mas sim construir, interpretar os sentidos do texto.
O ato de ler é um dos modos mais eficientes para a construção de
sentidos de um texto, portanto a leitura deve ser uma atividade interativa, na
qual se acionam e interagem os diversos conhecimentos do leitor a todo o
momento para chegar-se à compreensão do que se lê.
Segundo Lopes (apud Nardi, 2006) nos remete a uma análise sobre três
concepções de leitura.
Primeiramente, a leitura é entendida como processo de decifração da
escrita, ou seja, ler significa identificar sinais gráficos, o som e o sentido.
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Na segunda concepção, a leitura é entendida como processo de
compreensão, enfatizando aspectos cognitivos, a partir dos quais atribuem
sentido ao texto. Assim, a leitura deixa de ser um ato meramente mecânico,
extrapolando o processo de decifrar, explorando também o cognitivo.
Finalmente, a terceira concepção é entendida como um processo de
interpretação, um fenômeno social. Ler é interpretar com os próprios olhos, a
partir de uma perspectiva e da experiência pessoal.
No entanto, ao longo dos anos, a leitura deixou de ser uma simples
interpretação de significados de um texto, e o leitor, além de receber novas
informações, conhecimentos, passou a criar sentidos no que se lê.
Nessa perspectiva, a primeira concepção, a pessoa que decifra códigos,
apenas recebe informações sobre um determinado texto, ela reconhece e
compreende os códigos, as palavras, mas não compreende o sentido do texto,
não consegue relacionar o texto às suas experiências, com este tipo de leitura
é difícil obter algum conhecimento.
Na próxima concepção citada, o leitor não só decifra códigos, mas
também compreende o texto, através de seus conhecimentos. E na última
concepção, o leitor passa a entender o texto a partir da vivência pessoal, de
seus conhecimentos prévios, ou seja, da compreensão leitora que leva à
interação plena com o texto, até conseguir acionar outros textos do mesmo
assunto.
Em se tratando do modelo interativo, Solé (1998, p. 23) “pressupõe uma
síntese e uma integração de outros enfoques que foram elaborados ao longo
da história a fim de explicar o processo de leitura”. São modelos descritos na
literatura, caracterizados pelo fluxo de informações.
O primeiro engloba os modelos chamados ascendentes (ou buttom-up),
a segunda, os modelos descendentes (ou top-down) e a terceira, os modelos
interativos.
No modelo buttom-up, as propostas de ensino estão baseadas na
decodificação, considerando que o leitor pode compreender o texto após
decodificá-lo totalmente.
No modelo top-down, considera-se que o leitor utilize seus
conhecimentos prévios e seus recursos cognitivos estabelecendo antecipações
sobre o conteúdo do texto.
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Já no modelo interativo, o leitor utiliza simultaneamente seu
conhecimento de mundo e seu conhecimento do texto para construir uma
interpretação.
Diante essas concepções, a leitura interativa não é somente a atividade
de decodificação, mas sim um processo de construção de sentidos, utilizando o
conhecimento que o leitor traz consigo, ou seja, o conhecimento prévio. Com
ele, o leitor faz inferências sobre um texto, tira conclusões, faz deduções.
Como Kleimam (2004) afirma, a atividade de leitura é uma interação a
distância entre o leitor e autor via texto: o leitor constrói, e não apenas recebe,
um significado global para o texto; ele procura pistas formais, antecipa essas
pistas, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões.
Assim, o leitor deixa de ser apenas uma pessoa que recebe informações
e passa a fazer relações com o que já conhece e com o que passa a conhecer
a partir da leitura.
Portanto, o aluno é capaz de processar ativamente o texto, partindo da
leitura que o leva à sua construção de sentidos, alcançando seus objetivos de
leitura, por meio do diálogo entre o texto e sua experiência de leitor. Pois, para
que a leitura se torne mais eficiente, é preciso ter um objetivo, uma finalidade
do que se procura. Assim, como Solé (1998) descreve, a leitura é considerada
uma atividade incessante de elaborar e verificar as previsões, que levam à
construção de uma interpretação.
Neste caso, o professor deve oportunizar a mediação entre o texto e o
aluno, de modo que este tenha autonomia sobre a leitura, acionando diferentes
conteúdos, compreendendo o texto, construindo suas ideias e retirando dele o
que lhe interessa a fim de atingir seus objetivos da leitura.
Pode se dizer que a leitura é realizada para diversas funções sociais, ou
seja, sempre se lê com algum propósito. Como Koch; Elias (2010) afirmam que
os objetivos do leitor é que nortearão a leitura, em maior ou menor interação
com o conteúdo lido, ou seja, a interação depende dos seus conhecimentos e
experiências com a leitura.
A leitura é uma atividade com diversos fatores, que necessita da intensa
participação do leitor, pois este aplicará ao texto seus conhecimentos que
adquiriu durante a vida. Portanto, é a partir dessa interação que o leitor
consegue construir o sentido do texto.
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1.1 A leitura interativa: autor – texto – leitor
Para se chegar nesta concepção de leitura: autor – texto – leitor, o ato
de ler passou por diversos processos. Como já citado no item anterior, e como
Koch; Elias (2010) frisam, a leitura era focada somente no autor, ou seja, o
leitor somente captava as ideias do autor, sem levar em conta seus
conhecimentos e experiências. Depois, a leitura passou a ser focada no texto,
o leitor reconhecia o sentido das palavras e estrutura do mesmo. Por fim, a
interação autor-texto-leitor, no qual a leitura é uma atividade que se leva em
contas as experiências e os conhecimentos do leitor.
A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem, etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência [...] (PCNs apud KOCH; ELIAS 2010, p. 12)
Diante do exposto, enfatiza-se a ideia de que o leitor constrói um
significado global para o texto e não apenas o recebe; através de seus
conhecimentos, experiências e a finalidade da leitura, ele procura e antecipa
pistas, formula e reformula hipóteses, ou seja, faz suposições sobre o texto, ele
aceita ou rejeita conclusões; assim caracteriza-se a ação do leitor. No entanto,
não há igualdade entre as características do leitor e as do autor, pois este
busca essencialmente acrescentar a concordância do leitor a partir da
utilização de bons argumentos e deixando pistas para facilitar a conquista de
seus objetivos.
Por meio da leitura, é definida a relação entre leitor e autor. Mas, quando
o leitor lê um texto com uma ideia já formada por si só, ele encontra
dificuldades para compreendê-lo, pois as suas não estão coerentes com a do
autor.
Conclui-se que a leitura é uma atividade que requer uma intensa
participação de um leitor ativo, utilizando suas experiências de vida, seus
conhecimentos de mundo e seus conhecimentos sobre o texto, para fazer
suposições, conclusões. Chegando, desse modo, em uma construção de
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sentido do determinado texto.
1.2 O ensino de estratégias para a construção de sentidos de um texto
Ao ler e construir os sentidos de um texto, o leitor utiliza-se várias
estratégias.
As estratégias de leitura são meios que o ajudam a obter informações,
ver o que compreende ou não, sobre o que está lendo, até chegar à construção
de sentidos do texto.
Como já foi mencionado no decorrer deste trabalho, quando o leitor,
ativa o seu conhecimento prévio, faz deduções, aceita ou rejeita conclusões,
entre outros, perante a leitura, ele está utilizando as estratégias de leitura, para
construir o significado do texto.
Portanto, esses procedimentos indicam qual é o caminho mais
adequado para o leitor seguir.
Diante disso, dá-se a importância do professor propor estratégias para o
aluno aprender a ler e compreender o texto, pois elas o ajudam a utilizar o
conhecimento prévio e a realizar conclusões. Conhecimentos esses adequados
para que se tornem proficientes.
De acordo com Solé (1998), é necessário que as estratégias sejam
incentivadas deste o início da atividade de leitura e devem ser trabalhadas
durante e depois da leitura, ou seja, as estratégias devem estar presentes ao
longo de toda a atividade, para que se possa chegar à compreensão de textos.
Os procedimentos a seguir, são os que deverão ser ensinados e
trabalhados com os alunos, com a finalidade de facilitar a leitura, contribuir para
que se tornem leitores proficientes, e autônomos em usar suas próprias
estratégias, para construir o sentido do texto.
O professor deve propor atividades a fim de ativar os conhecimentos
prévios dos alunos, ver o que eles já sabem ou não sobre o conteúdo proposto,
fazer com que elaborem e verifiquem interpretações, deduções, e conclusões,
ou seja, ver qual poderá ser o desfecho daquele determinado texto, qual a
sugestão para resolver tal problema, o que poderá acontecer com os
personagens e assim por diante. Também deve guiar os alunos a acharem as
partes mais importantes do texto para aquele propósito de leitura; verificar
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quais são as dificuldades apresentadas em relação ao texto; se as ideias dos
alunos são as mesmas que a do autor e a partir daí pode-se levantar questões
para cada um expor a sua opinião, chegando-se a uma conclusão. O professor
também pode propor para que releiam o texto, façam um resumo, dentre
muitas outras estratégias.
Como Collins; Smith (apud SOLÉ, 1998, p. 77) afirmam que é
necessário ensinar uma série de estratégias que podem contribuir para a
compreensão leitora e propõem um ensino em progressão ao longo de três
etapas: modelo de professor leitor, no qual o professor serve de modelo para
seus alunos por meio de sua leitura; depois, mediante como aconteceram às
coisas ou se exija, vem a etapa de participação do aluno, no qual o professor
faz perguntas às crianças de acordo com as hipóteses surgidas; por fim, a
etapa de leitura silenciosa, na qual os alunos fazem sozinhos as atividades
que, nas frases acima realizaram com a ajuda do professor.
De acordo com esta paráfrase, quando o professor faz a leitura em voz
alta, ele pode realizar intervenções antes, durante e depois da leitura, pois
assim estará auxiliando os alunos a construírem os sentidos do texto.
É muito importante que os alunos participem, respondendo as
perguntas, as deduções que o professor fará sobre o texto, com isso os alunos
terão a liberdade de se expressar, dar as suas opiniões, tirar as dúvidas
surgidas. E assim, o aluno participa do uso de estratégias que vão lhe ajudar a
compreender o texto.
Após esses dois momentos de leitura, os alunos já conseguem
determinar os objetivos da sua leitura, ou seja, já sabe o quê ler e para quê vai
ler. Sabem realizar estratégias para chegar à compreensão de um texto.
A primeira etapa citada é o que este trabalho observa e analisa, de como
são realizadas as atividades de leitura pelo professor como modelizador
essencial, no que se refere à construção de sentidos/interpretação de textos no
quinto ano do Ensino Fundamental.
Com esses processos de leitura, deve-se conseguir que o aluno se
transforme em leitor ativo e autônomo, tornando esses procedimentos
responsáveis por uma leitura eficiente e que é capaz de utilizá-los em diversos
contextos.
Além disso, é necessário ler na escola diversos textos, com diferentes
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estruturas, pois alguns são mais adequados que outros para certos propósitos
de leitura e escrita, de preferência, deve-se trabalhar com textos que não
fogem da realidade dos alunos. Assim, poderão utilizar várias estratégias que
se enquadram em cada texto para chegar a algum propósito, sendo assim,
realizam uma boa leitura para melhor compreensão e construção de
significados de um texto.
Portanto, é papel da escola e dever do professor, o ensino da leitura e
as estratégias de leitura para seus alunos, na formação de leitores.
1.3 Gêneros textuais e tipos textuais
Os gêneros textuais foram construídos ao longo do tempo pelo ser
humano e estão ligados à vida social, na qual as pessoas mantêm as suas
relações com a sociedade. Sempre que se comunicam, é através de um
gênero. Também está incorporado nas mais diversas culturas da humanidade.
De acordo com Koch; Elias (2010) gêneros textuais são formas ou
padrões relativamente estáveis de estruturação, ou seja, são estruturas com
que se compõem os textos orais ou escritos.
Dentre muitos, pode-se citar: romance, bilhete, carta comercial, carta
pessoal, telefonema, email, blog, notícia, horóscopo, lista de compras, cardápio
de restaurante, piada, aula expositiva, sermão, reportagem, resenha, bula de
remédio e assim por diante.
Antigamente, havia um baixo número de gêneros textuais, mas com o
surgimento da escrita e em seguida com a chegada da industrialização
aumentou este número. Logo depois veio a era da tecnologia, no qual
multiplicou a quantidade de gêneros, tanto na leitura como na escrita.
Os gêneros, como práticas sociocomunicativas, são incontáveis, pois
variam na sua composição, que, muitas vezes, resultam em outros ou novos
gêneros e também como surgem, podem desaparecer, ou seja, com o
surgimento de novos gêneros, os velhos acabam sendo esquecidos ou menos
usados.
Os gêneros que mais surgiram foram os voltados na área da
comunicação, isto não por causa da tecnologia que vem crescendo, mas do
uso contínuo desses tipos de comunicação. A população se comunica
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diariamente e a todo o momento por meio de redes sociais, pela internet entre
outros.
Ao se tratar dos gêneros na rotina diária, cabe saber o que é mais
adequado para aquela situação. Como, por exemplo, uma pessoa não pode
querer contar piadas em uma reunião de negócios, isso não ficaria bem,
causaria muito problemas.
“Um gênero também pode assumir a forma de um outro gênero, no qual
recebe o nome de hibridização ou intertextualidade intergêneros.” (KOCH;
ELIAS, 2010, p. 114)
É a ‘mistura’ de formas e funções de diferentes gêneros. Por exemplo,
um gênero receita pode estar na forma de tirinha, mas se mantém a função
sociocomunicativa de passar humor as pessoas através do gênero tirinha. Mas
para isso o leitor deve ter um conhecimento de mundo, ativar seu
conhecimento prévio para que consiga diferenciar os objetivos colocados em
cada texto, e assim, passar a construir o sentido do que se está lendo.
Koch; Elias (2010) defendem a ideia segundo a qual as pessoas
desenvolvem uma competência metagenérica que lhes facilita interagir de
forma adequada, na medida em que se envolvem nas diversas práticas sociais.
Competência essa de grande importância para tornar possível a
elaboração e a compreensão de gêneros textuais, além de orientar a produção
das práticas comunicativas.
Ainda de acordo com Koch; Elias (2010) todo gênero, em sua
composição possui forma, conteúdo e estilo.
A composição é própria de cada gênero, por exemplo, um cartão postal
possui os seguintes elementos: destinatário, informação contida em um campo
à parte, saudação inicial, saudação final e assinatura; a poesia é formada por
versos e estrofes, com ou sem rimas; a tirinha se estrutura com linguagem
verbal e não verbal, e com balões para representar a fala dos personagens e
assim por diante, cada gênero tem a sua forma.
Em se tratando do conteúdo, é o tema que pode ser tratado, o que pode
ser dito através daquele gênero, pode ser mais de um tema, dentro de um
mesmo gênero.
E o estilo, corresponde às palavras, às expressões, frases selecionadas
e o modo de organizá-las. Um exemplo que se pode citar é um cartão de amor,
22
um escrito curto que deve ter uma mensagem de amor, em estilo íntimo,
informal, com a identificação de quem escreve e de quem irá receber.
Portanto, o professor deve estar atento aos mais variados gêneros que
circulam na sociedade para compartilhar e aprender com os alunos sobre os
propósitos comunicativos que os movem e os efeitos pretendidos em cada
situação. Cabe a ele também, propor atividades para que esses alunos
conheçam os gêneros estabelecidos socialmente. Portanto, as atividades de
leitura devem favorecer aos alunos o reconhecimento e análise de gêneros
textuais que circulam na sociedade, no qual muitos fazem parte do seu
cotidiano.
Em suma, gêneros textuais são textos que encontramos em nossa vida
diária e que apresentam características sócias - comunicativas, no qual cada
um tem a sua forma, conteúdo e estilo.
No entanto, não se deve confundir gênero textual com tipos textuais.
Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. (MACHADO; DIONÍSIO; BEZERRA, 2010, p. 22)
O tipo de texto é a forma como um texto se apresenta. Os textos são
determinados pelos modos que determinam a interação entre texto e leitor.
O texto narrativo é um tipo de texto que se conta fatos, fictício ou não,
que aconteceram num determinado tempo e lugar, envolvendo personagens e
narrador.
O descritivo é um tipo de texto que se faz um retrato por escrito de um
lugar, um animal, uma pessoa ou um animal.
O texto argumentativo tem a função de convencer os leitores de acertar
uma ideia imposta pelo texto.
O tipo de texto expositivo desenvolve ou explica um assunto, discorre
sobre ele.
E finalmente o texto injuntivo indica como realizar uma ação.
De acordo com Koch; Elias (2010) o mesmo gênero pode apresentar
dois ou mais tipos, assim denominado de heterogeneidade tipológica. Como
23
por exemplo, uma carta pessoal que geralmente ocorre em uma sequência
narrativa, pode também conter uma sequência descritiva, ou seja, o remetente
descreve sobre algo, alguém, uma situação.
Portanto, o gênero textual é de suma importância para o ensino-
aprendizagem de compreensão e produção de textos, podendo ser trabalhado
com os alunos desde cedo, com os mais variados gêneros textuais orais ou
escritos que circulam na sociedade e os tipos de textos, pois os alunos ainda
apresentam muita dificuldade com relação aos gêneros e tipos textuais.
1.4 Intertextualidade: relações entre textos
A intertextualidade vem a ser a relação entre dois textos. É a influência
de um texto sobre o outro, que o faz como modelo ou início de algum assunto a
tratar.
Como Koch; Elias (2010) descrevem “a intertextualidade ocorre quando
em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que
faz parte da memória social de uma coletividade.”
A intertextualidade acontece quando o autor ao produzir, invoca outros
textos, explicitando a fonte. No entanto, nem sempre ela aparece claramente;
isso ocorre, pois o autor pressupõe que o conteúdo seja de conhecimento do
leitor, que por sua vez depende de seu repertório de leitura. Assim, para
efetivar o processo de compreensão e produção de sentido, o conhecimento do
leitor é essencial.
Assim, a intertextualidade ocorre quando um texto está enquadrado em
outro, que foi anteriormente produzido e que faz parte da memória social.
Koch; Elias (2010) salientam, a intertextualidade pode se constituir e
constituir textos de duas maneiras: explicitamente e implicitamente.
A intertextualidade explícita ocorre quando no próprio texto é realizada a
citação de fonte do intertexto, tem a presença de citações em textos
acadêmicos, como este trabalho.
Já na implícita, não é citada a fonte de onde foi retirado o texto ou
fragmento. Cabe ao leitor recuperar na memória a citação expressa da fonte,
construindo o sentido do texto, como em paródias, as comparações, em certas
paráfrases e ironias.
24
É por isso também, que o professor deve trabalhar com os alunos,
diferentes gêneros textuais, para que possam reconhecer uma
intertextualidade, ou seja, um texto criado a partir de outro texto já existente.
Enfim, a intertextualidade na leitura é um elemento importante na
construção de sentido do texto, mas para ler e reconhecê-la é necessário
conhecer outros textos. Quanto mais experiências de leitura, conhecimentos de
mundo, maior será a capacidade do leitor em perceber que um texto relaciona
com outros, por meio de citações e referências.
25
CAPÍTULO II
O PROFESSOR COMO MODELIZADOR DA LEITURA
2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PELO PROFESSOR
A leitura é de fundamental importância para o ser humano, pois ela é
essencial para a aquisição de conhecimentos e aprimoramento de saberes. Ela
também é muito importante, não só nas aulas de língua portuguesa, mas sim
em todas as disciplinas do currículo escolar. Diante disso, o professor deve
trabalhar na formação de indivíduos capazes de ler e compreender o que se lê.
Para que isso aconteça, o professor formador de leitores necessita ter
ele próprio desenvolvido suas estratégias de leitura, necessita ter domínio de
teorias linguísticas e cognitivas do ato de ler para poder nortear suas atividades
didático-pedagógicas. Sem essa visão abrangente da complexidade do
trabalho com a leitura, ele não conseguirá “promover nos alunos a utilização de
estratégias que lhes permitam interpretar e compreender autonomamente os
textos escritos.” (SOLÉ, 1998, p. 17)
Com o ensino dessas estratégias, além de facilitar a compreensão de
textos, os alunos terão a possibilidade de ler e escrever adequadamente e
saber se comunicar em diversas situações. Mas também é necessário que os
alunos possam interagir com diversos gêneros sociais tanto na leitura, quanto
na escrita.
A partir disso, dá-se a importância da leitura realizada pelo professor
como papel modelizador essencial, no que se refere à construção de sentidos/
interpretação de textos, importância esta, tema desta pesquisa, fundamentada
nos alunos do quinto ano do Ensino Fundamental.
A atividade de leitura realizada pelo professor, além de ser muito
importante para o desenvolvimento cognitivo da criança, cria hábitos de ler
desde as séries iniciais. A leitura abre as portas para novas ideias e
conhecimentos, e quando feita pelo professor, leva o indivíduo à leitura de
mundo, do meio em que vive, possibilitando assim, o desenvolvimento do
senso crítico.
26
Ouvir faz com que as crianças enriqueçam, modifiquem ou confirmem
suas ideias, pois quando o professor lê para elas, apresentam as mais variadas
possibilidades de um texto, além de mostrar um encanto para com a leitura, as
crianças conhecem autores, personagens, lugares entre muitos outros.
Por isso a importância do professor ler para as crianças, passando
confiança e curiosidade no que lê, estimulando a leitura tanto fora como dentro
da escola. O professor deve despertar e cultivar o desejo de ler e também
mostrar qual é a finalidade daquela leitura, para assim, facilitar a compreensão
do texto lido.
Entretanto, a leitura realizada pelo professor é de fundamental
importância, mas não o suficiente para construir os sentidos de um texto. É
preciso que o professor trabalhe de acordo com as dificuldades apresentadas,
usando as estratégias para que os alunos possam compreender melhor o que
leem.
2.1 Tipos de leitura em sala de aula
É muito importante a criação do hábito de ler, desde as séries iniciais,
quando as crianças ainda não leem por si próprias, de forma ativa.
Conforme proposto pelo material de apoio pedagógico ao currículo da
Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, Ler e Escrever [s.d.], a
grande prioridade na rede de ensino é a formação de leitores e escritores
competentes. Para isso, é preciso que os alunos possam interagir, a partir da
leitura e da escrita, com textos de gêneros diferentes e com distintos propósitos
sociais.
Nesta perspectiva, o material Ler e Escrever recomenda diferenciados
tipos de leitura em sala de aula, quais sejam: leitura pelo professor, leitura
silenciosa pelos alunos e leitura compartilhada.
Esses tipos de leitura contribuem muito para o ensino - aprendizagem,
pois quando o professor lê para seus alunos, mostra-lhes aspectos
fundamentais do comportamento leitor, o gosto pela leitura, estimulando o
desejo de ler, não só na escola, mas em casa também.
A leitura silenciosa também ajuda muito na construção de sentidos do
texto, pois é o momento em que o aluno tem para se envolver com a leitura,
27
construir significados; grifar as partes que acha importante; verificar se o que
lê, está ligado ao seu conhecimento de mundo e experiências de leitura. Mas
para que isso aconteça é preciso que o professor e os alunos façam estas
atividades juntos, até que os alunos leiam com autonomia. Os alunos podem
encontrar dificuldades de compreensão durante a leitura, mas cabe a ele reler
o trecho que não entendeu, pode até mesmo continuar a ler o texto para ver se
consegue desvendar o que não estava claro; pedir ajuda ao professor ou
consultar outras fontes como o dicionário, para saber o significado de tal
palavra. E para que facilite a compreensão do que vai ler, é preciso saber
escolher textos referentes ao seu propósito leitura.
Desse modo, o professor faz com que os alunos sejam responsáveis
pela leitura, naquele tempo proposto, com o intuito de fazer com que se
esforcem e encontrem caminhos para construir o sentido do texto, afinal de
contas é necessário que os professores propiciem atividades com objetivos de
formar leitores ativos e competentes, e para que isso aconteça é preciso
dedicar muito tempo com atividades de ensino a leitura.
Tanto professores, quanto alunos devem ocupar o tempo que for preciso
para ler diversos gêneros textuais e tipos de textos, fazer várias interpretações
e inferências de cada um, até chegar ao seu propósito de leitura e não ler
somente para aprender a ler, sem significado algum.
Lerner (2002) descreve que a leitura em voz alta ocupa um lugar muito
maior no âmbito escolar que a leitura silenciosa. Isto ocorre porque,
atualmente, nas escolas, só lê somente para aprender a ler.
A leitura compartilhada é realizada quando cada um lê um trecho do
texto em voz alta, e todos têm o mesmo texto em mãos para acompanhar a
leitura, professor e alunos. Esse tipo de leitura contribui muito para a
construção de sentido do texto, pois neste momento todos fazem inferências,
trocam opiniões, acionando várias estratégias para a compreensão leitora.
Para Lerner (2002) a leitura compartilhada se mostra apropriada quando
se aborda um texto difícil para as crianças. Enquanto estão lendo, o professor
as incentiva para que continuem a leitura, sem se deterem diante de cada
dificuldade, sem a pretensão de entender tudo, buscando compreender qual é
o assunto tratado no texto; uma vez que elas tenham trocado ideias a partir
dessa leitura global, propõe-se uma segunda leitura durante a qual irão
28
descobrindo que conhecer todo o texto permite compreender melhor cada
parte. O professor pode intervir acrescentando uma informação pertinente para
uma melhor compreensão de algum trecho, se necessário [...].
No âmbito escolar, o professor deve considerar que há textos que são
difíceis, para certos alunos em alguns momentos, mas não é só com a leitura
de textos fáceis que eles vão aprender os mais difíceis. Isso faz parte da
formação de leitores. E, muitas vezes, a leitura acaba se tornando chata e
obrigatória. É por isso que o professor deve acionar as estratégias de leitura,
para quando os alunos se depararem com as dificuldades, já saberem como
saná-las e levá-los a uma melhor compreensão do texto, fazendo com que
assim, a postura de leitor vai sendo formada.
Considerando o que existe de fato, a realidade em que se encontram os
alunos, o professor deve fazer um trabalho avaliativo para diagnosticar quais
são as dificuldades e necessidades de sua classe, para que possa suprir essas
necessidades com o tipo de leitura adequada e de interesse de todos.
O grande problema que a escola enfrenta é que a maioria dos alunos
veem a leitura e a escrita como obrigação, tem pavor em realizar a leitura em
voz alta. Portanto, o professor deve programar atividades permanentes ou
periódicas, no qual cada aluno tem a oportunidade de ler uma história que
gosta ou acha interessante, pois assim estará unindo as necessidades do
ensino e fazendo com que os alunos tenham um momento para a leitura.
Para se formar leitores é importante se pensar em critérios de escolha
para compor o acervo da classe.
Segundo Lerner (2002) como o tempo é muito escasso na instituição
escolar, faz-se necessário produzir uma mudança qualitativa na utilização do
tempo didático. Para isso, requer pôr em ação diferentes modalidades
organizativas, tais como: projetos, atividades habituais, sequências de
situações e atividades independentes.
Os projetos podem durar poucos ou muitos dias, ele é flexível, ou seja,
pode acontecer de ter que mudar algo do que não estava previsto ou
planejado, mas com o trabalho de diferentes projetos é possível que os alunos
trabalhem com a leitura de vários tipos e finalidades de textos para se chegar
ao propósito estabelecido.
29
As atividades habituais são previsíveis, podem se repetir
quinzenalmente, por vários meses ou o ano todo. A sua vantagem é que os
alunos possam se interagir com textos que não teriam o prazer de ler por
serem muito extensos, podendo assim, ler um capítulo por semana. A leitura é
realizada em voz alta pelo professor e pelos alunos, cada um lê um trecho,
assim, os alunos se interessam e ficam curiosos, podendo até levar o livro para
ler em casa. Esse tipo de atividade faz com que os alunos interajam com a
leitura e com o gênero determinado em cada ano de escolaridade adequado
para apresentar características do comportamento leitor. E quando se trata de
um texto extenso, o professor aciona as estratégias de leitura, ensinando os
alunos os procedimentos necessários para que sejam capazes de realizar a
construção de sentidos do texto.
As sequências de situações têm um tempo determinado durante as
semanas de aula, nelas se permitem trabalhar com diferentes gêneros textuais,
com um único propósito: ler.
As atividades independentes podem se classificar em situações
ocasionais e de sistematização, na primeira tanto aluno quanto professor lê um
texto que achou interessante compartilhar com a turma. E a segunda situação,
tem uma ligação com os propósitos didáticos e com o assunto que vai ser
trabalhado, organizando assim, os conhecimentos linguísticos construídos por
outras modalidades organizativas.
Em síntese, essas modalidades concedem ao âmbito escolar a leitura
como uma prática social, no qual os alunos têm a oportunidade de trabalhar em
grupos ou individual. Assim, um ajuda o outro na compreensão do texto,
debatem suas opiniões, trabalham com as características do gênero
determinado. Dessa forma, os alunos estão sujeitos a se formar em leitores
autônomos, críticos e capazes de fazer a construção de sentidos de um texto.
O material de apoio pedagógico ao currículo da Secretaria de Estado da
Educação de São Paulo, Ler e Escrever [s.d.], também cita algumas atividades
que contribuem com a leitura e auxiliam no entendimento de texto, tais como:
roda de leitura, na qual os alunos fazem a leitura e comentam sobre o que
leram; a roda de curiosidade que é uma situação em que os alunos, sentados
em círculo, com a mediação do professor, trazem notícias, objetos ou
informações sobre temas diversificados para conversar a respeito. Há também
30
a roda de biblioteca, ocasião em que devem levar um livro para ler em casa e
devolvê-lo em data combinada. E atividades de produção e revisão de texto.
Todas essas atividades contribuem muito no desenvolvimento de
habilidades de leitura e escrita, no qual os alunos podem ficar a vontade para
tirar dúvidas, fazer comentários e assim, desenvolver o senso crítico.
Muitas vezes o aluno só presencia o modelo de leitor ou pratica o ato de
leitura na escola, por isso dá-se a importância da roda de biblioteca, para
estimular a leitura fora da escola e para que alguém em casa se interesse em
ler para a criança.
Quanto as atividades de produção e revisão de texto, o professor pode
propor aos alunos que escrevam a história lida com as suas palavras e depois
façam a revisão para ver se não estão esquecendo informações importantes,
além de corrigir erros de ortografia e gramaticais. O educador pode também
fazer a reescrita do texto na lousa de acordo com que os alunos ditarem, com
isso, estará ajudando-os na atividade de revisão e desenvolvimento do texto.
O professor age como um mediador, um transmissor de informações,
quando lê diferentes tipos de textos ou escrevendo na lousa, os textos ditados
pelos alunos que eles mesmos produziram oralmente. Ele colabora com os
alunos na construção do conhecimento e faz com que eles se interagem e
participem ativamente da aula.
Entretanto, há várias maneiras de leitura, diversos propósitos, tipos de
textos entre outros, e todos eles devem ser apresentados na escola como
elementos de ensino à leitura e como prática social dos indivíduos.
2.2 Leitura pelo professor
É de fundamental importância a leitura realizada pelo professor, pois
através dela, ele se torna um elemento modelizador essencial ao processo de
construção de sentidos do texto, além de poder tornar os alunos proficientes da
leitura.
Através desse modelo, espera-se que o aluno se aproprie a esse
comportamento leitor, para que possa futuramente desenvolver esta prática de
leitura. Muitas vezes é só na escola que este aluno presencia um ato de leitura.
31
Para comunicar às crianças os comportamentos que são típicos do leitor é necessário que o professor os encarne na sala de aula, que proporcione a oportunidade a seus alunos de participar em atos de leitura que ele mesmo está realizando, que trave com eles uma relação ‘de leitor para leitor’. (LERNER, 2002, p. 95)
Ao ler em sala de aula, é necessário que o professor dê a oportunidade
aos alunos de participarem da leitura. Além disso, o professor deve respeitar as
opiniões dos alunos, pois com certeza ele irá ouvir diferentes interpretações do
que foi lido.
O professor se coloca como participante ativo, comentando sobre o que
leu, expondo suas opiniões e fazendo relações com outros textos que os
alunos já leram ou com algum fato já conhecido. Ele também deve trazer para
a sala de aula ou contar para os alunos sobre alguma coisa que ele leu e
gostou muito, achou interessante, mostrando aos alunos que não é só na
escola que deve ser praticado o ato da leitura.
A leitura do professor é de particular importância na primeira etapa da escolaridade, quando as crianças ainda não leem eficazmente por si mesmas. Durante esse período, o professor cria muitas e variadas situações nas quais lê diferentes tipos de textos. (LERNER, 2002, p. 95)
No entanto, o professor dever ler muito para seus alunos, ler textos de
variados gêneros, de diferentes situações de comunicações e tipos textuais,
dispor materiais necessários e ensiná-los como proceder em cada caso. Deve
também, exibir aos alunos para que se lê, qual é o melhor livro e o tipo de
leitura mais adequada para aquele determinado propósito e verificar o que eles
já sabem sobre o autor ou aquele assunto. Desse modo, o professor estará
auxiliando na construção de sentidos de um texto e ensinando a ler. Quanto
mais textos e leituras diferentes, maior é a chance de ampliar o conhecimento
de mundo que o aluno tem e de se tornar um leitor proficiente.
A leitura deve ser uma atividade planejada, assim como qualquer outra
atividade da rotina escolar. Por isso, é necessário que o professor prepare sua
leitura, planeje as perguntas para fazer antes, durante ou depois da leitura,
organize o espaço e a disposição dos alunos.
2.3 Processos a serem realizados antes da leitura
32
Esses processos que irão ser apresentados, podem contribuir para que
o ensino e a aprendizagem da leitura e construção de sentidos de textos, se
tornem mais fáceis e produtivos.
A atividade de leitura deve ser realizada com prazer, então, antes de
qualquer coisa, o professor deve motivar os alunos a lerem, incentivar que são
capazes de realizar o que vai ser proposto, explicar qual é o sentido daquela
leitura e qual é o objetivo que se pretende alcançar.
Considerando os conhecimentos que o aluno já tem, o professor deve
propor atividades que estimulem o desafio, não entre os alunos, mas o desafio
de conseguir chegar ao que foi proposto; apresentando textos desconhecidos,
mas que estão dentro da realidade do aluno, que despertem curiosidades e
interesses, que despertem o prazer pela leitura e assim, estimulando-o a ler e
alcançar seus objetivos.
Sempre que se vai ler, lê-se com alguma finalidade, para conseguir
chegar a algum propósito. Para isso é preciso que o leitor tenha objetivos a
traçar, pois são eles que nortearão o modo de leitura que irá realizar, assim, é
fundamental que ao ler, este se proponha a alcançar objetivos em diferentes
situações e momentos. O leitor não lê tudo da mesma forma, depende do seu
propósito de leitura.
Como Koch; Elias (2010) descrevem, há textos que se lê para se manter
informado; há outros textos que se lê para realizar trabalhos acadêmicos; há
ainda, outros textos cuja leitura é realizada por prazer; textos que se lê para
realizar uma consulta; textos lidos por ‘obrigação’ de vez em quando, como por
exemplo, bulas e manuais; textos que cai em mãos como panfletos ou são
apresentados aos olhos como cartazes, faixas e entre outros. Existem
inúmeras finalidades de leitura, mas cada uma exige uma modalidade diferente
de leitura.
Ensinar aos alunos os propósitos de leitura faz com que eles
futuramente, possam sozinhos, selecionar o texto que precisa para aquele
determinado momento, para aquele objetivo de leitura que lhes interessam e
que sejam adequadas.
Para a contribuição do ensino e aprendizagem, além dos objetivos da
leitura, Solé (1998) ainda cita que é necessário: ativar o conhecimento prévio
33
do aluno; estabelecer previsões sobre o texto e promover as perguntas dos
alunos sobre o texto.
Neste caso, é necessário que o professor descubra, quais são os
conhecimentos de mundo e experiências que o aluno traz consigo, saber o que
o aluno já sabe sobre aquele determinado assunto. Esse conhecimento prévio
ajuda o aluno a entender um texto, a fazer críticas do assunto, recomendar
para alguém, entre outros. Se ele já possui esse conhecimento, não tem
dificuldades em realizar uma interpretação.
O professor pode ajudar o aluno a ativar o seu conhecimento, fazendo
com que preste atenção nos aspectos de um texto, como por exemplo, no
título, nas ilustrações, se for um livro, mostrar a capa, entre outros. Também
pode fazer com que cada aluno comente o que sabe sobre o tema, assim todos
vão atualizando os seus conhecimentos, mas o professor deve conduzi-los
para que não fujam do assunto.
Com o conhecimento prévio, e através dos mesmos aspectos já citados
no parágrafo anterior, o aluno pode prever o que vai acontecer em uma
história, criam expectativas, embora pode não se realizar, mas são previsões
adequadas ao texto. A partir do momento que essas previsões são
encontradas, a informação do texto soma-se com os conhecimentos do leitor,
realizando então, a construção de sentidos do texto.
O professor usa a maior parte de seu tempo, para fazer perguntas aos
alunos e consequentemente, eles respondem ou pelo menos tentam
responder. E quando os alunos interrogam o professor, formulam perguntas
relacionadas ao tema, eles estão acionando os seus conhecimentos prévios
em cima daquele assunto, vendo o que sabem ou não a respeito, estão
autodirecionando sua leitura de modo eficaz. Enquanto isso o professor pode
fazer a sua intervenção às perguntas formuladas pelos alunos e adequá-las de
acordo com o texto ou à situação. Essas perguntas ajudarão os alunos a
concentrar-se, os levando a uma melhor compreensão do assunto tratado.
Enfim, tudo o que pode ser feito antes da leitura, faz com que os alunos
criem a necessidade de ler, transformando-os em leitores ativos e proficientes,
que saibam usar os recursos essenciais para atividade de leitura.
2.4 Processos a serem realizados durante a leitura
34
Seguem aqui os processos a serem realizados durante a leitura, tanto na
construção de sentidos de um texto, quanto nas resoluções de problemas e
dúvidas que podem surgir no decorrer da atividade de leitura.
O processo de leitura deve garantir que o leitor compreenda os diversos textos que se propõe a ler. É um processo interno, porém deve ser ensinado. Uma primeira condição para aprender é que os alunos possam ver e entender como faz o professor para elaborar uma interpretação do texto. Os alunos têm de assistir a um processo/modelo de leitura, que lhes permita ver as ‘estratégias em ação’ em uma situação significativa e funcional. (SOLÉ, 1998, p. 116)
Entretanto, não adianta só o aluno presenciar o ato de modelo de
professor leitor, como ele faz para construir suas antecipações, no que ele se
baseia, é necessário, que o próprio aluno também faça as suas previsões,
coloque em ação as suas estratégias de leitura, compreender as suas
utilidades, para poder chegar à construção de sentidos do texto.
Solé (1998) cita a leitura compartilhada como a melhor ocasião para os
alunos entenderem e usarem as estratégias necessárias para compreender os
textos.
O melhor momento para o professor incentivar e estimular as estratégias
responsáveis pela compreensão e construção de sentidos do texto, durante a
leitura, são em atividades de leitura compartilhada, no qual professor e alunos
leem um pedaço do texto, compartilham informações, trocam ideias. Nessas
atividades o professor pode questionar os alunos sobre o que eles acham do
que se trata o texto, fazendo com que os alunos antecipem o que pode
acontecer no decorrer do texto. Após a leitura ele pode fazer perguntas aos
alunos sobre o que foi lido, o que eles acharam, o que entenderam, e sanar as
dúvidas que forem surgindo. E para uma melhor compreensão e construção do
sentido do texto, o professor pode propor aos alunos que façam um resumo
sobre os pontos principais do texto. Com este ensino, os alunos aprendem não
só o que são estratégias, mas sim, usá-las com competência.
Os alunos devem colocar em ação as estratégias que estão aprendendo,
não só na atividade de leitura compartilhada, mas em qualquer modalidade de
leitura, seja sozinho, em casa, na biblioteca, enfim, em qualquer lugar e para
qualquer finalidade de leitura.
35
Quando o aluno pratica o ato da leitura individual, está acionando as
mesmas estratégias que foram trabalhadas na leitura compartilhada, tanto em
grupo, como em duplas, ele faz o mesmo processo, só que sozinho. O
professor pode inserir nesses textos de leitura individual, algumas perguntas
coerentes ao contexto, para que o aluno faça previsões sobre o que está lendo.
O professor também pode trabalhar com textos para os alunos
encontrarem onde estão os erros ou discordâncias, para completarem com as
palavras que faltam, ou até mesmo entregar um texto sem pedir nada e deixar
que os alunos percebam sozinhos que há algo de errado. Essas são algumas
das atividades que podem auxiliar na construção de significados de um texto.
Para realizar uma leitura com eficácia é necessário saber o que fazer
quando se deparar com alguma dificuldade, algo que não compreendeu. O
aluno pode sublinhar as palavras que não sabe o significado e procurar no
dicionário, ou perguntar ao professor o significado de uma palavra
desconhecida, mas não é bom fazer isso com frequência porque interrompe a
leitura, o ideal é se concentrar e continuar a leitura, pois se ele está
compreendendo o texto, poderá definir o significado de tal palavra.
Portanto, é fundamental que o professor desenvolva situações de ensino
da leitura em que se assegure a aprendizagem significativa, ou seja, que o
aluno aprenda aquilo que é importante para a construção de sentidos de um
texto.
2.5 Processos a serem realizados após a leitura
Esse processo não se distingue muito dos dois processos anteriores.
Após a leitura, o professor pode pedir aos alunos para formularem e
responderem perguntas referentes ao texto para ver se compreenderam -
atividade essa, indispensável para uma leitura ativa - também pode propor que
façam um resumo do texto; mudar o final da história; identificar partes do texto,
ou reescrever a história com as suas palavras, entre muitas outras atividades.
Desta maneira, o professor estará verificando se os alunos estão
colocando em ação, as estratégias de leitura que aprenderam para chegar à
compreensão de um texto e agindo como um leitor proficiente.
36
Enfim, os alunos devem realizar na escola, todos esses procedimentos
mencionados, pois é lá que ele encontra o modelo de leitor, no caso o
professor, que também ensina as estratégias para facilitar na compreensão de
diversos gêneros e tipos de textos nas mais diversas situações.
Entretanto, a construção de sentido de um texto dependerá de várias
condições: habilidades, objetivo da leitura, o nível de conhecimento prévio do
assunto tratado entre outras.
37
CAPÍTULO III
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS COM ANÁLISE QUALITATIVA
3 A PESQUISA
Neste trabalho foi realizada uma pesquisa qualitativa, a qual busca
dados descritivos extraídos do contato direto do pesquisador com o universo da
pesquisa. Esta, por sua vez, considera mais o processo que o produto,
ponderando sempre as expectativas de seus participantes. Seu objetivo é
evidenciar como é desenvolvido o trabalho com a leitura no quinto ano do
ensino fundamental.
A metodologia utilizada foi questionário para professores e alunos do
quinto ano do ensino fundamental, num total de três professores e setenta
alunos, números correspondentes aos quintos anos da Unidade Escolar.
Para a realização desta pesquisa foi aplicado o termo de consentimento
livre e esclarecido, no qual os pais autorizaram os seus filhos matriculados no
quinto ano, a participar da pesquisa e declararam estar cientes de que a
pesquisa teve como objetivo de observar e analisar como são realizadas as
atividades de leitura realizada pelo professor, como um elemento modelizador
essencial ao processo de construção de sentidos do texto.
O objetivo desta metodologia foi o de descobrir opiniões de dados
descritivos, relacionados à temática, no qual se verifica como é o trabalho da
leitura do professor, desenvolvido em sala de aula, bem como se os alunos
desenvolvem o ato da leitura.
Para desenvolver uma pesquisa qualitativa é preciso analisar cada
situação, as relações, as causas, os efeitos e consequências, significados e
outros aspectos, considerados necessários à compreensão da realidade
estudada. A partir disso, é que se passa a conhecer a importância da leitura
realizada pelo professor, como um modelo essencial, no que se refere à
construção de sentidos de textos.
38
As ações investigadas envolvem produção e circulação de informação, elucidação e tomada de decisões, e outros aspectos supondo uma capacidade de aprendizagem dos participantes. Estes já possuem essa capacidade adquirida na atividade normal. Nas condições peculiares da pesquisa-ação, essa capacidade é aproveitada e enriquecida em função das exigências da ação em torno da qual se desenrola a investigação. (THIOLLENT, 1998, p. 66)
Portanto, aquilo que foi investigado, durante a pesquisa, abrange
conhecimentos, esclarecimentos, fazer escolhas, entre outras coisas que o
aluno já traz consigo, aquilo que ele já adquiriu ao longo do tempo, com a sua
competência de aprendizagem. E é com isso que caminha a pesquisa,
aproveitando os conhecimentos que o aluno já carrega com ele, aprimorando-
os, como se pode observar por meio das questões dissertativas, elaboradas
sobre os questionários aplicados aos professores e alunos, demonstradas por
meio de gráficos, conforme segue.
3.1 Apresentação dos resultados da pesquisa
Perguntado aos professores do quinto ano do ensino fundamental como
desenvolvem as atividades de leitura em sala de aula, obteve-se as seguintes
respostas, como demonstra o gráfico abaixo:
Gráfico 1: Resposta 1 – professores
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Portanto, trinta e três por cento dos professores responderam que
apresentam o livro, a capa, fazem a leitura com entonação em voz alta,
mostrando a ilustração e, em seguida, cada criança reconta o que entendeu;
trinta e três por cento respondeu que realiza a leitura em voz alta e a leitura
compartilhada; e trinta e três por cento realiza a leitura em voz alta e logo após
33%
33%
33%Apresenta o livro, a capa e faz a leitura em voz alta, mostrando a ilustração. Após, cada criança reconta o que entendeu.Leitura em voz alta e leitura compartilhada.
Realiza leitura em voz alta e logo após formula hipóteses.
39
formula hipóteses para os alunos responderem. Conclui-se que cada professor
respondeu de uma maneira, o que pode evidenciar a ausência de uma
metodologia comum, que embasaria o processo ensino-aprendizagem destes
professores.
O gráfico abaixo demonstra as respostas obtidas quando perguntado
aos professores, qual é o tempo reservado para trabalhar a leitura:
Gráfico 2: Resposta 2 – professores
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Conclui-se que, trinta e três por cento dos professores responderam que
reservam uma aula de cinquenta minutos para trabalhar a leitura e sessenta e
sete por cento responderam que todos os dias, no início da aula, leem uma
história em voz alta e formulam hipóteses. Se todos utilizam de algum modo a
leitura realizada pelo professor, o mesmo não se pode dizer de dois outros
momentos reservados à leitura, de acordo com o currículo dos anos iniciais do
Ensino Fundamental: a leitura compartilhada e a roda de leitura.
Perguntado aos professores, se leem para os alunos e com que
frequência, obteve-se como resposta:
Gráfico 3: Resposta 3 – professores
Fonte: elaborado pela autora, 2013
33%
67%
Uma aula de cinquenta minutos.
Todos o dias no início da aula lê uma história em voz alta formula hipóteses.
100%
Sim, diariamente.
40
Portanto, conclui-se que cem por cento, ou seja, todos os professores do
quinto ano do ensino fundamental responderam que sim, que leem para os
alunos diariamente.
Perguntado aos professores como eles procedem ao trabalhar com a
leitura, as respostas obtidas foram de acordo com o gráfico abaixo:
Gráfico 4: Resposta 4 – professores
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Portanto, trinta e três por cento respondeu que lê o texto, discute com os
alunos, reconta, trabalha com a reescrita do texto lido, com a interpretação ou
pede que os alunos criem outro final para a história. Trinta e três por cento
respondeu que fazem a leitura em voz alta ou leitura compartilhada (que
sempre é uma leitura de trechos de texto que o professor escolhe), depois
pede que os alunos realizem a interpretação em seus cadernos. E trinta e três
por cento responderam que realizam a leitura em voz alta e, depois, fazem
perguntas oralmente, para verificar se os alunos compreenderam o texto.
Conclui-se que todos os professores realizam a leitura em voz alta, mas
depois, cada um tem uma maneira de trabalhar a interpretação.
Perguntado aos professores se acreditam e por que é importante ler
para os alunos, obteve-se como resposta:
Gráfico 5: Resposta 5 – professores
Fonte: elaborado pela autora, 2013
33%
33%
33%Lê, discute, reconta e depois trabalha com a reescrita do texto lido, interpretação ou criação de outro final para a história.Faz a leitura em voz alta ou leitura compartilhada, depois pede que os alunos realizem a interpretação em seus cadernos.Realiza a leitura em voz alta e depois faz perguntas oralmente para ver se compreenderam o texto.
33%
67%
Sim, porque deve sempre estimulá-los à leitura, pois é através dela que eles podem viajar, enriquecer seu vocabulário e saber argumentar. Sim, pois os alunos podem ter mais facilidade e uma melhor compreensão da história.
41
Conclui-se que trinta e três por cento responderam que sim, porque
devem estimular os alunos à leitura, pois é através dela que eles podem ‘viajar
no mundo imaginário’, enriquecer seu vocabulário e saber argumentar. Os
demais, sessenta e sete por cento, responderam também que sim, que é
importante ler para os alunos, pois dessa forma, além de facilitar, os alunos
têm uma melhor compreensão da história, do que se conclui que a atividade de
leitura para estes professores é sempre interligada à interpretação, nos moldes
tradicionais. Não se contempla o trabalho da leitura como um momento em que
se pode e deve privilegiar o ato de ler, em si mesmo. Pois, de acordo com
Lerner (2002), para comunicar às crianças os comportamentos que são típicos
do leitor, é necessário que o professor os encarne na sala de aula, que
proporcione a oportunidade a seus alunos de participar em atos de leitura que
ele mesmo está realizando, que trave com eles uma relação ‘de leitor para
leitor’. Ao adotar em classe a posição de leitor, o professor cria uma ficção:
procede ‘como se’ a situação não acontecesse na escola, seu propósito é
comunicar a seus alunos certos traços fundamentais do comportamento leitor,
O professor interpreta o papel de leitor, e ao fazê-lo, atualiza uma acepção da
palavra ‘ensinar’ que habitualmente não se aplica à ação da escola.
O gráfico abaixo demonstra as respostas obtidas quando perguntado
aos professores quais são as dificuldades que encontram ao trabalhar com a
leitura:
Gráfico 6: Resposta 6 - professores
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Conclui-se que todos os professores responderam que não encontram
nenhuma dificuldade ao trabalhar com a leitura, o que na verdade não revela
exatamente o quanto esse trabalho ainda se dá nos moldes do ensino
100%
Nenhuma dificuldade.
42
tradicional da leitura, vista como momento prévio de alguma atividade escolar,
como a interpretação, por exemplo.
Quando perguntado aos professores, o que é possível fazer para
minimizar ou sanar as dificuldades encontradas ao trabalhar com leitura,
obteve-se como resposta:
Gráfico 7: Resposta 7 - professores
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Conclui-se que sessenta e sete por cento responderam que não é
preciso fazer nada para minimizar ou sanar as dificuldades, pois eles não
encontram nenhuma dificuldade ao trabalhar com a leitura. E trinta e três por
cento não respondeu, pois na pergunta anterior, ela respondeu que não tem
nenhuma dificuldade. Visto essas respostas, foi perguntado aos professores se
eles seguem o currículo da secretaria, eles disseram que sim.
Perguntado aos professores, quais gêneros são lidos para os alunos,
obteve-se como resposta:
Gráfico 8: Resposta 8 - professores
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Conclui-se que, cem por cento, ou seja, todos os professores,
responderam que trabalham os mesmos gêneros como lendas, contos, fábulas,
poemas, notícias, bilhetes, anúncios, história em quadrinhos, cartas,
reportagens e diário.
67%
33% Nada, pois não há nenhuma dificuldade.Não respondeu.
100%
Lendas, contos, fábulas, poemas, notícias, bilhetes,anúncios, história em quadrinhos, cartas, reportagens e diário.
43
Perguntado aos professores se trabalham com o material didático Ler e
Escrever, as respostas obtidas foram:
Gráfico 9: Resposta 9 - professores
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Portanto, conclui-se que cem por cento, isto é, todos os professores
responderam que trabalham com o material didático Ler e Escrever.
Serão apresentadas as respostas dos questionários aplicados às três
turmas de alunos do quinto ano do ensino fundamental, num total de setenta
alunos:
Em uma questão de alternativas foi perguntado aos alunos quais
gêneros o professor lê na sala de aula. As respostas foram:
Gráfico 10: Resposta 1 – alunos
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Portanto, cem por cento, ou seja, todos os alunos assinalaram que os
gêneros que o professor lê na sala de aula são contos, fábulas, notícias,
anúncios, histórias em quadrinhos, poemas, lendas, bilhetes, cartas,
reportagens e diário.
Perguntado aos alunos como o professor desenvolve as atividades de
leitura em sala de aula, obteve-se como resposta:
100%
Sim
100%
Contos, fábulas, notícias, bilhetes, anúncios, história em quadrinhos, poemas,lendas, cartas, diário e reportagens.
44
Gráfico 11: Resposta 2 - alunos
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Conclui-se que apenas três por cento responderam que a professora
mostra a capa do livro e faz perguntas sobre o que eles acham que vai falar a
história; sete por cento responderam que é feita a interpretação do texto
oralmente; vinte por cento responderam que é realizada a roda de leitura; vinte
por cento responderam que é realizada a leitura compartilhada e o restante,
cinquenta por cento, respondeu que a professora realiza a leitura em voz alta.
Esses dados revelam que ainda são utilizados métodos tradicionais ao
trabalhar com a leitura, é preciso mais estímulo, algo que chame a atenção dos
alunos para despertar o prazer pela leitura, levar sempre os gêneros em seus
suportes para a sala de aula como jornais, revistas, gibis entre outros. Fazendo
com que os alunos se tornem leitores e escritores autônomos.
Perguntado se o momento reservado para a leitura é diariamente ou na
semana, obteve-se como resposta:
Gráfico 12: Resposta 3 – alunos
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Observa-se, portanto, que cem por cento, ou seja, todos os alunos
responderam que o momento reservado para a leitura é feito todos os dias.
20%
20%50%
3% 7% Roda de leitura.
Leitura compartilhada.
Leitura realizada pela professora.
A professora mostra a capa do livro e faz perguntas.
Interpretação do texto oralmente.
100%
Diariamente
45
O gráfico abaixo demonstra as respostas obtidas, quando perguntado
aos alunos, como se comportam nas aulas de leitura realizada pelo professor:
Gráfico 13: Resposta 4 – alunos
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Portanto, dezessete por cento responderam que simplesmente ouvem a
leitura com a atenção; trinta e um por cento responderam que ficam quietos
durante a leitura e cinquenta e dois por cento responderam que participam
fazendo perguntas para a professora sobre a história lida.
Perguntado se o professor utiliza algum material didático de apoio às
aulas de leitura, e quais são eles, a resposta obtida foi:
Gráfico 14: Resposta 5 – alunos
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Conclui-se que cem por cento, isto é, todos os alunos, responderam que
o professor usa o Ler e Escrever e leva para a sala os paradidáticos como:
gibis, revista recreio, livros do acervo para eles lerem e manusearem, mas não
é sempre, os professores usam mais os livros do acervo.
O gráfico abaixo demonstra as respostas obtidas quando perguntado
aos alunos se eles leem em casa:
52%17%
31% Participam fazendo perguntas.Ouvem com atenção.Ficam quietos.
100%
Material didático de apoio Ler eEscrever e paradidáticos
46
Gráfico 15: Resposta 6 – alunos
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Observa-se que dez por cento dos alunos responderam que não leem
em casa; dezenove por cento lê às vezes e setenta e um por cento
responderam que sim, que leem em casa. Os alunos que leem em casa, levam
livros emprestados do acervo da sala de aula, ou da biblioteca, pois os
professores o levam à biblioteca uma vez por semana. Poucos alunos têm
livros em casa, e se tem, a maioria é gibi.
Perguntado aos alunos se eles presenciam o ato de leitura em casa,
obteve-se como resposta:
Gráfico 16: Resposta 7 – alunos
Fonte: elaborado pela autora, 2013
Portanto, conclui-se que três por cento dos alunos leem em casa
sozinhos; seis por cento respondeu que, às vezes, há alguém que lê; vinte e
quatro por cento responderam que não há a presença de um ato de leitura em
casa e sessenta e sete por cento responderam que sim, que presenciam o ato
da leitura em sua casa. Esses dados revelam que é muito importante o trabalho
de leitura em sala de aula, pois ainda há muitos alunos que não leem casa, só
tem esse momento na escola e também só tem o professor como um modelo
de leitor. Portanto o professor precisa despertar no aluno a vontade de ler,
71%
10%
19%
SimNãoÀs vezes
67%
24%6% 3% Sim
Não
Às vezes
Lê sozinho
47
explicitar sempre os motivos que o levam a compartilhar aquela leitura,
compartilhar com os alunos seu próprio comportamento de leitor experiente,
mostrando-se interessado, surpreso, entusiasmado com o texto, deve dar
opiniões sobre o que leu e sempre que necessário ajudar os alunos a
descobrirem o significado do texto a partir do contexto.
3.2 Análise dos dados pesquisados
Os dados analisados foram realizados através da pesquisa de campo,
em uma abordagem qualitativa na Escola Estadual Professora Júlia Ferreira
Leite com três professores e setenta alunos, ambos do quinto ano do Ensino
Fundamental, tendo como objetivo verificar e analisar o desenvolvimento do
trabalho com a leitura, no qual, ao questionar professores e alunos pode-se ter
uma noção no processo do trabalho, através das respostas dadas.
Com a execução desta pesquisa, observa-se que os professores não
trabalham com todos os suportes necessários para um melhor trabalho com a
leitura e uma melhor construção de sentidos do texto. Pode-se citar como
exemplo o trabalho com a notícia, quando o professor lê este gênero na sala de
aula, pois nem sempre leva um jornal para os alunos pesquisarem, folhearem
para que possam entender de onde vem a notícia.
O material Ler e Escrever [s.d.] propõe para o momento da leitura: leitura
pelo professor, que mostra aspectos fundamentais do comportamento leitor
passando confiança e curiosidade no que lê, estimulando o desejo de ler, não
só na escola, mas em casa também, pois sempre que o professor lê para os
alunos, revela várias possibilidades que os textos oferecem, mas não basta
simplesmente fazer um momento de leitura sem nenhum propósito. Deve haver
uma ação do professor como prática social com entretenimento, emoção,
informação e diversão, mas ciente dos objetivos didáticos a que a leitura se
destina.
O material didático Ler e Escrever [s.d.] também propõe a leitura
silenciosa pelos alunos, que é o momento em que o aluno tem para se envolver
com a leitura, construir significados, grifar as partes que acha importante;
verificar se o que lê, está ligado ao seu conhecimento de mundo e experiências
de leitura. Desse modo, o professor faz com que os alunos sejam responsáveis
48
pela leitura. Por fim, a leitura compartilhada, na qual contribui muito para a
construção de sentido do texto, pois neste momento todos fazem inferências,
trocam opiniões, acionando várias estratégias para a compreensão leitora.
As opiniões tanto dos professores, quanto dos alunos, foram favoráveis
para determinar que a maioria das vezes a leitura é realizada pelo professor e
que todos os dias há um momento reservado para a leitura. Além disso, todos
trabalham com o material didático de apoio Ler e Escrever, paradidáticos e com
os gêneros lendas, contos, fábulas, poemas, notícias, bilhetes, anúncios,
história em quadrinhos, cartas, reportagens e diário, no entanto, percebe-se
que esse momento em nada converge para o proposto pelo currículo, pois a
leitura, como este concebe, não é apenas um ‘aquecimento’ para a
interpretação dos textos. O momento da leitura, por si só, é uma atividade que
objetiva desenvolver hábitos de leitura, comportamento de leitor, no aluno,
principalmente se este não vivencia esse momento em nenhum outro lugar,
pois muitas vezes o aluno só presencia o modelo de leitor ou pratica o ato de
leitura, na escola. Portanto, a escola tem papel fundamental nesse contexto,
pois ela é o primeiro espaço a desenvolver o ato da leitura e escrita, é dela a
responsabilidade de promover estratégias e condições para que ocorra o
despertar do interesse à leitura, aptidão e competência.
Em uma das respostas obtidas, os professores afirmam que é
importante ler para os alunos, pois assim, eles podem ter mais facilidade e uma
melhor compreensão da história e também sempre deve estimulá-los à leitura.
Como já mencionado neste trabalho, o professor pode contribuir de
maneira essencial, para que os alunos possam compreender um texto, ao
mostrar para que se lê e quais são os textos que serão úteis para tais objetivos,
mostrar qual é o modo de leitura mais adequado para uma determinada
finalidade, ou verificar o que os alunos já sabem acerca do autor ou do tema
tratado. Portanto, cabe ao professor trabalhar com os alunos as mais variadas
estratégias de leitura, que possam contribuir para a compreensão leitora.
Quanto as respostas dos alunos e dos professores, quando perguntado
como é o procedimento ao trabalhar com a leitura, foram iguais, respondidas
de maneiras diferentes, mas que querem dizer a mesma coisa, ou seja, o
professor faz a leitura do texto em voz alta levantando hipóteses para os alunos
responderem, ou faz a roda de leitura, discutem, fazem a interpretação do texto
49
oralmente ou no caderno, mas espera-se desse momento, não só a construção
de sentidos do texto e sim, desenvolver nos alunos o hábito de leitura e o
comportamento de leitor.
Durante a leitura em voz alta realizada pela professora, a maioria dos
alunos afirma participar fazendo perguntas relacionadas ao assunto, enquanto
outros responderam que ficam quietos, não sendo possível verificar através
das repostas se estão interados ou não com a proposta da professora, e os
demais apenas ouvem com atenção.
A maioria dos alunos afirma que lê em casa, outros que leem às vezes,
e o restante que não lê. Verifica-se também que a maioria dos alunos
presencia o ato da leitura em casa, mas ainda há alguns que não presenciam,
o que enfatiza a importância de o professor modelizar o ato da leitura, em sala
de aula.
Portanto, observa-se a necessidade de estímulos para a leitura,
considerando que essa prática se aprende na escola, sendo o professor o
modelo essencial do comportamento leitor.
Considerando o fato de alguns alunos ainda não lerem em casa e a
necessidade de formar leitores proficientes, observa-se a urgente necessidade
de estimulá-los a ler diferentes gêneros, considerando sua função social. Para
que isso se torne possível, o professor deve se valer de estratégias que
estimulem a leitura, proporcionando aos alunos momentos prazerosos, nos
quais possam viajar e aprender, mas também aprender, informar-se, enfim,
perceber que se lê por diferentes objetivos: ler para aprender, ler por prazer, ler
para se informar, ler para saber como fazer, ler para localizar um dado, ler para
revisar um escrito próprio e verificar o que se compreendeu, ler para se
comunicar e ler para praticar a leitura em voz alta.
Hoje em dia, muitos alunos aprendem com métodos tradicionais, mas
muitos aprendem com métodos renovadores. Não é apenas isso, mas, mais do
que isso, pois alguns alunos não aprenderão, se não houver um planejamento
do momento da leitura, visto que em casa não há esse momento. Pois o
planejamento é essencial para se obter resultados positivos com o trabalho da
leitura.
50
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Diante das necessidades observadas no decorrer desta pesquisa,
propõe-se, como intervenção sobre o trabalho com a leitura, o trabalho com os
gêneros textuais em seu suporte, não só aos educadores do quinto ano do
ensino fundamental, mas para todos os que desejam formar leitores
proficientes, que desejam estimulá-los a ler e compreender os diferentes
gêneros, considerando a sua função social. Demonstrando que é de
fundamental importância o trabalho com a leitura, pois é através dela, que os
alunos possam aprender a compreender e construir os sentidos de um texto.
Nesta proposta foi escolhido o gênero história em quadrinhos, porque o
Estado recebe os gibis no acervo Ler e Escrever.
Primeiramente, o professor deve ler uma tirinha de um dos gibis da
turma da Mônica, do acervo que há na escola. A partir dessa leitura o
professor, deve expor o gênero, para depois, apresentar a tirinha. Para isso, é
necessário aproximadamente seis aulas de cinquenta minutos cada, e os
materiais necessário são: lousa, giz; lápis; borracha; revistas em quadrinhos da
Turma da Mônica e cópia de uma história em quadrinhos para interpretar.
Esta proposta pode ser desenvolvida em cinco etapas. Na primeira, o
professor deve ter uma conversa informal com os alunos, com perguntas sobre
histórias em quadrinhos, para saber quais são os conhecimentos prévios dos
alunos, como por exemplo: vocês já conhecem história em quadrinhos? Quem
já leu revistas assim? Vocês conhecem os personagens dessa turma? Quem
são? Entre outras perguntas que o professor queira fazer a respeito.
Na segunda etapa, o professor dever distribuir um gibi para cada aluno
fazer a leitura individual, destacando-se que a tirinha do final da revista pode
ser lida de forma independente, sem qualquer relação com as histórias da
revista e comparar o seu formato menor e limitado, quanto às outras histórias.
Após, algumas das crianças podem compartilhar com os demais as histórias
que leram, em uma roda de leitura. O professor pode criar um momento de
troca de ideias, fazendo perguntas com cada criança. Através da roda de
leitura, os alunos vão construindo aos poucos, uma independência cada vez
maior para argumentar sobre as leituras realizadas.
51
Na terceira etapa, professor deve perguntar para os alunos o que esse
gênero tem de diferente, se comparado, por exemplo, a um conto de fadas, a
uma fábula ou a uma notícia. Em seguida, fazer uma explanação sobre os
elementos essenciais na construção da história em quadrinhos como: título,
legendas, diferentes formas dos balões, onomatopeias, linguagem verbal e não
verbal e ambiguidade. Com essas informações, o professor dever montar na
lousa um quadro com esses principais elementos e os alunos devem copiar no
caderno.
Para realizar a quarta etapa, cada aluno deve ter em mãos uma cópia de
uma história em quadrinhos, no qual o professor fará, com entonação, a leitura
em voz alta. Após a leitura, os alunos devem fazer uma análise para verificar
quais elementos aparecem nesta história e depois o professor fará,
coletivamente, o registro na lousa, desses elementos, criando um quadro com
as principais características desse gênero textual.
Na quinta etapa, será realizada a interpretação da história em
quadrinhos. Por fim, os alunos, individualmente ou em dupla, produzirão uma
tirinha para ser ‘publicada’ no gibi da sala. O professor reunirá todos os textos
em uma coletânea, para que seja elaborado um gibi, que fará parte do acervo
do cantinho da leitura da sala.
Depois de aplicada esta proposta, faz-se uma avaliação com as
seguintes perguntas:
a) a atividade proporcionou aos alunos o gosto pela leitura de histórias
em quadrinhos?
b) os alunos conseguiram reconhecer os elementos que apareceram na
história em quadrinhos lida pelo professor?
c) os alunos conseguiram interpretar a história?
d) houve evolução na aprendizagem?
De um modo geral, pode-se dizer que essa proposta é potencialmente
útil para o estímulo à leitura e para o processo de construção de sentidos do
texto. Portanto, os educadores devem buscar novos caminhos e estratégias
para chegar a um resultado satisfatório, no qual, ele é o modelo essencial do
comportamento leitor, podendo assim, estimular os alunos ao ato de ler,
auxiliando na aprendizagem de construção e interpretação de diversos gêneros
textuais.
52
CONCLUSÃO
A pesquisa realizada teve como objetivo geral observar e analisar como
são realizadas as atividades de leitura realizada pelo professor, como um
elemento modelizador essencial ao processo de construção de sentidos do
texto, com alunos do quinto ano do Ensino Fundamental.
A partir dos questionários aplicados aos professores e alunos, foi
constatado que os professores não trabalham com todos os suportes
necessários e não utilizam estratégias diversificadas para despertar o prazer da
leitura nos alunos, não só o prazer, mas os objetivos dos momentos de leitura:
ler para aprender, ler por prazer, ler para se informar, ler para saber como
fazer, ler para localizar um dado, ler para revisar um escrito próprio e verificar o
que se compreendeu, ler para se comunicar e ler para praticar a leitura em voz
alta. Prejudicando assim, o entendimento e a construção de sentidos de um
texto, seja qual for o gênero.
Conforme verificado em pesquisa de campo, os professores utilizam
poucos recursos para a aquisição da prática da leitura e formação do hábito
leitor. Portanto, será entregue uma cópia da proposta de intervenção e deste
trabalho à escola e aos professores dos quintos anos do ensino fundamental, a
fim de estimulá-los a lerem para as crianças e como uma sugestão de trabalho,
para todos que quiserem intervir com o desejo de formar leitores proficientes, a
ler e compreender os diferentes gêneros, considerando a sua função social.
Independente se as crianças já sabem ler e escrever, elas convivem
com isso no seu dia a dia, tornando o adulto como seu modelo de referência,
que interage diretamente e inteiramente sobre elas. Daí a importância da leitura
realizada pelo professor, como um elemento modelizador essencial.
Sabe-se, que é necessário formar crianças que tenham o prazer pela
leitura, processo essencial para a aprendizagem de qualquer área do
conhecimento, e das diversas funções sociais presentes no dia a dia.
Não são apenas dificuldades que os alunos vão ter em ler e
compreender um texto, mas de futuros cidadãos, que terão grandes
dificuldades na vida, que exigirá, por diversas vezes, que eles saibam como
lidar com problemas cotidianos que exigirão, além de suas experiências, serem
53
leitores ativos e proficientes. Pois todos vivem em uma sociedade em que a
leitura e a escrita estão por toda parte, e até na hora de conseguir um emprego
ou um bom estudo, as pessoas poderão ser prejudicadas, se não tiverem os
mínimos conhecimentos necessários para viver no mundo como se encontra
hoje, exigindo cada vez mais, que as pessoas estejam sempre atualizadas,
estudando e buscando novos caminhos e conhecimentos.
Pode-se concluir, por meio da pesquisa, que não está descartada a
fundamental importância do trabalho com a leitura, tendo como foco de
aprendizagem a construção de sentidos, no qual o professor deve trabalhar
como mediador e facilitador da transmissão do conhecimento e os alunos,
devem encontrar nesta pessoa, um modelo essencial do comportamento leitor.
Finaliza-se este trabalho com o objetivo de apresentar maneiras e
estratégias de trabalho para os educadores e demonstrar a importância que
tem a leitura no ensino-aprendizagem.
Os educadores devem dar valor e avaliar as pesquisas sobre esses
problemas, de forma que possam contribuir para as mudanças necessárias à
melhoria do ensino, não só da leitura e na disciplina de Língua Portuguesa,
mas de todas as áreas do conhecimento.
Espera-se que este trabalho seja o ponto de partida para uma série de
outros. Este tema é de suma importância para o trabalho da leitura. Se a leitura
não for bem trabalhada desde as séries iniciais, fatalmente surgirão
dificuldades no decorrer dos outros anos.
54
REFERÊNCIAS
KLEIMAN, A. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 9. ed. Campinas: Pontes, 2004. KOCH, I. V.; ELIAS. V. M. Ler e compreender os sentidos do texto. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2010. LER E ESCREVER. Guia de planejamento e orientações didáticas: professor alfabetizador – 5º ano (4ª série), FDE – Fundação para o desenvolvimento da Educação, Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, São Paulo, [s.d.]. Disponível em: <http://lereescrever.fde.sp.gov.br>. Acesso em: 5 mar. 2013. LERNER. D. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Tradução Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2002. MACHADO, A. R.; DIONÍSIO, A. P.; BEZERRA, M. A. Gêneros textuais e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. NARDI, N. L. Concepções de leitura e o desafio de ser leitor. Revista Voz das Letras, Concórdia, SC: I semestre de 2006. Disponível em <http://www.nead.uncnet.br/2009/revistas/letras/4/42.pdf> Acesso em: 10 mar. 2013 SOLÉ, I. Estratégias de Leitura. Tradução Cláudia Schilling. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa – Ação. 9. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
56
APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES
ESCOLA: _______________________________________________________
5º ANO: ______
1 - Como você desenvolve as atividades de leitura em sala de aula?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 – Qual o tempo reservado para trabalhar a leitura?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 – Você lê para seus alunos em sala de aula? Com que frequência?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4 – Como você procede ao trabalhar com a leitura?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5 – Você acredita que é importante ler para os alunos? Por quê?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6 – Quais são as dificuldades que você encontra ao trabalhar com a leitura?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
57
7 – O que é possível fazer para minimizá-las ou saná-las?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
8 – Quais gêneros você lê para os alunos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
9 – Você trabalha com o material didático Ler e Escrever?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
58
APÊNDICE B
TABELAS DOS RESULTADOS DA PESQUISA
Tabela 1: Respostas da pergunta nº 1 do questionário feito aos professores.
1) Como você desenvolve as atividades de leitura em sala de aula?
Quantidade Percentual Apresenta o livro, a capa, e faz a leitura 1 33,34% com entonação em voz alta, mostrando a ilustração. Após, cada criança recon- ta o que entendeu. Leitura em voz alta e leitura compartilha- 1 33,33% da. Realiza a leitura em voz alta e logo após 1 33,33% formula hipóteses. _______________________________________________________________ Total 3 100 %
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
Tabela 2: Respostas da pergunta nº 2 do questionário feito aos professores. 2) Qual o tempo reservado para trabalhar a leitura?
Quantidade Percentual Uma aula de cinquenta minutos. 1 33% Todos os dias no início da aula lê 2 67% uma história em voz alta e formula hipóteses. _______________________________________________________________ Total 3 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
59
Tabela 3: Respostas da pergunta nº 3 do questionário feito aos professores. 3) Você lê para seus alunos em sala de aula? Com que frequência?
Quantidade Percentual Sim, diariamente. 3 100% _______________________________________________________________ Total 3 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
Tabela 4: Respostas da pergunta nº 4 do questionário feito aos professores. 4) Como você procede ao trabalhar com a leitura?
Quantidade Percentual Lê, discute, reconta e depois trabalha 1 33,34% com a reescrita do texto lido, interpre- tação ou criação de outro final para a história. Faz a leitura e voz alta ou leitura com- 1 33,33% partilhada, depois pede que os alunos realizem a interpretação do texto. Realiza a leitura em voz alta e depois 1 33,33% faz perguntas oralmente para ver se compreenderam o texto. _______________________________________________________________ Total 3 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
Tabela 5: Respostas da pergunta nº 5 do questionário feito aos professores. 5) Você acredita que é importante ler para os alunos? Por quê?
Quantidade Percentual Sim, porque deve sempre estimulá- 1 33% los à leitura, pois é através dela que eles podem viajar, enriquecer seu vocabulário e saber argumentar. Sim, pois os alunos podem ter mais 2 67% facilidade e uma melhor compreen- são da história. _______________________________________________________________ Total 3 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
60
Tabela 6: Respostas da pergunta nº 6 do questionário feito aos professores. 6) Quais são as dificuldades que você encontra ao trabalhar com a leitura?
Quantidade Percentual Nenhuma dificuldade. 3 100% _______________________________________________________________ Total 3 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
Tabela 7: Respostas da pergunta nº 7 do questionário feito aos professores. 7) O que é possível fazer para minimizá-las ou saná-las?
Quantidade Percentual Nada, pois não há nenhuma dificul- 2 67% dade. Não respondeu. 1 33% _______________________________________________________________ Total 3 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
Tabela 8: Respostas da pergunta nº 8 do questionário feito aos professores. 8) Quais gêneros você lê para os alunos?
Quantidade Percentual Lendas, contos, fábulas, poemas, no- 3 100% tícias, bilhetes, anúncios, história em em quadrinhos, cartas, reportagens e diário. _______________________________________________________________ Total 3 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
61
Tabela 9: Respostas da pergunta nº 9 do questionário feito aos professores. 9) Você trabalha com o material didático Ler e Escrever?
Quantidade Percentual Sim 3 100% _______________________________________________________________ Total 3 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
62
APÊNDICE C
QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS
ESCOLA: _______________________________________________________
5º ANO: ______
1 – Seu professor lê na sala de aula? Quais dos gêneros abaixo ele lê?
( ) contos ( ) anúncios ( ) lendas
( ) fábulas ( ) história em quadrinhos ( ) cartas
( ) notícias ( ) poemas ( ) reportagens
( ) bilhetes ( ) crônicas ( ) diário
2 - Como seu professor desenvolve as atividades de leitura em sala de aula?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 – Existe um momento reservado para essa leitura diariamente ou na
semana?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4 – Como você se comporta nas aulas de leitura realizada pelo professor?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5 – Seu professor usa algum material didático de apoio às aulas de leitura?
Qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
63
6 – Você lê em casa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7 – Você presencia o ato da leitura em sua casa?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
64
APÊNDICE D
TABELAS DOS RESULTADOS DA PESQUISA
Tabela 1: Respostas da pergunta nº 1 do questionário feito aos alunos.
1) Seu professor lê na sala de aula? Quais dos gêneros abaixo ele lê?
Quantidade Percentual
Contos, fábulas, notícias, bilhetes, anún- 70 100% cios, história em quadrinhos,poemas, len- das, cartas, diário e reportagens. _______________________________________________________________ Total 70 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
Tabela 2: Respostas da pergunta nº 2 do questionário feito aos alunos. 2) Como seu professor desenvolve as atividades de leitura em sala de aula?
Quantidade Percentual A professora mostra a capa do livro 2 3% e faz perguntas. Interpretação do texto oralmente. 5 7% Roda de leitura. 14 20% Leitura compartilhada. 14 20% Leitura realizada pela professora. 35 50% _______________________________________________________________ Total 70 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
Tabela 3: Respostas da pergunta nº 3 do questionário feito aos alunos. 3) Existe um momento reservado para essa leitura diariamente ou na semana?
Quantidade Percentual Diariamente 70 100% _______________________________________________________________ Total 70 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
65
Tabela 4: Respostas da pergunta nº 4 do questionário feito aos alunos. 4) Como você se comporta nas aulas de leitura realizada pelo professor?
Quantidade Percentual Ouvem com atenção. 12 17% Ficam quietos. 22 31% Participam fazendo perguntas. 36 52% _______________________________________________________________ Total 70 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
Tabela 5: Respostas da pergunta nº 5 do questionário feito aos alunos. 5) Seu professor usa algum material didático de apoio às aulas de leitura? Qual?
Quantidade Percentual Material didático de apoio Ler e Es- 70 100% crever e paradidáticos. _______________________________________________________________ Total 70 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
Tabela 6: Respostas da pergunta nº 6 do questionário feito aos alunos. 6) Você lê em casa?
Quantidade Percentual
Não. 7 10% Às vezes. 13 19% Sim. 50 71% _______________________________________________________________ Total 70 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
66
Tabela 7: Respostas da pergunta nº 7 do questionário feito aos alunos. 7) Você presencia o ato da leitura em sua casa?
Quantidade Percentual
Lê sozinho. 2 3% Às vezes. 4 6% Não. 17 24% Sim. 47 67% ______________________________________________________________ Total 70 100%
Fonte: Elaborada pela autora, 2013
67
APÊNDICE E
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, _____________________________, RG nº ____________ ,
responsável legal por _________________________, matriculado no 5º ano do
Ensino Fundamental da Escola Estadual Professora Júlia Ferreira Leite,
autorizo-o a participar da pesquisa intitulada ‘A importância da leitura realizada
pelo professor no quinto ano do Ensino Fundamental’, como parte do Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC) realizada pela Patricia Veríssimo de Cicco,
aluna do curso de Pedagogia do Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, sob a orientação da Profª. Ma. Adriana Monteiro Piromali Guarizo
durante o primeiro semestre de 2013.
Declaro estar ciente de que a pesquisa tem o objetivo de observar e
analisar como são realizadas as atividades de leitura realizada pelo professor,
como um elemento modelizador essencial ao processo de construção de
sentidos do texto, com alunos do 5º ano do Ensino Fundamental.
Da mesma forma, declaro ter conhecimento de que o procedimento
metodológico utilizado será a aplicação de alguns questionários.
Autorizo também a divulgação dos resultados encontrados, em forma de
artigo.
_______________________
Assinatura
Guarantã, ____ / _____ / 2013.