A INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: sob o olhar de ......O artigo discute a inclusão de...

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1 A INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: sob o olhar de professores das redes de ensino estadual, municipal e privado. Jessica Sarah Mamede Figueira¹ Discente concluinte do CEDF/UEPA [email protected] Vanessa Rodrigues Martins de Carvalho¹ Discente concluinte do CEDF/UEPA [email protected] Profa. Dra. Simone de La Rocque Cardoso² Professora orientadora do CEDF/UEPA [email protected] RESUMO O artigo discute a inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais nas aulas de educação física do Ensino Fundamental I e II de escolas do Estado, Município e particular, em Belém e Castanhal no Pará. O objetivo foi conhecer a opinião e os desafios enfrentados pelos professores. A pesquisa de Campo, teve abordagem Qualitativa e Enfoque Fenomenológico. Utilizou-se a Análise do Discurso proposta por Bardin (1977). Foram entrevistados seis professores, de cada rede de ensino, selecionados de duplas. Os resultados mostram que a maioria dos professores não obtiveram formação específica durante a graduação, porém buscaram formação continuada, utilizando-se de metodologias próprias e adaptações garantindo a inclusão de todos os alunos em suas aulas. Identificou-se que o apoio pedagógico oferecido pelas escolas não é suficiente, uma vez que faltam espaços para a Educação Física Adaptada. Como considerações finais, destaca-se a responsabilidade dos professores de para o sucesso da inclusão escolar. Conclui-se que cada profissional da escola, bem como pais, governo e sociedade, deve contribuir com o processo de inclusão de alunos com NEES a fim de garantir-lhes educação, saúde e cidadania, promovendo uma sociedade mais justa e igualitária. Palavras-chaves: Inclusão escolar. Necessidades Educativas Especiais. Educação Física. Professores. INTRODUÇÃO A educação física escolar é multidisciplinar, vai além de o simples jogar “a bola” . Ela desenvolve um papel muito importante e essencial para a formação humana, pois busca transformar a realidade social; desenvolver habilidades corporais e cognitivas; além de formar valores educativos e sociais. A educação física por existir em função do ser humano, enquanto ser individual e social, torna-se fundamental que o professor dessa disciplina trabalhe suas aulas de maneira inclusiva para envolver todos os alunos coletivamente, respeitando então,

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    A INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: sob o olhar de professores das

    redes de ensino estadual, municipal e privado.

    Jessica Sarah Mamede Figueira¹

    Discente concluinte do CEDF/UEPA [email protected]

    Vanessa Rodrigues Martins de Carvalho¹

    Discente concluinte do CEDF/UEPA [email protected]

    Profa. Dra. Simone de La Rocque Cardoso²

    Professora orientadora do CEDF/UEPA [email protected]

    RESUMO

    O artigo discute a inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais nas aulas de educação física do Ensino Fundamental I e II de escolas do Estado, Município e particular, em Belém e Castanhal no Pará. O objetivo foi conhecer a opinião e os desafios enfrentados pelos professores. A pesquisa de Campo, teve abordagem Qualitativa e Enfoque Fenomenológico. Utilizou-se a Análise do Discurso proposta por Bardin (1977). Foram entrevistados seis professores, de cada rede de ensino, selecionados de duplas. Os resultados mostram que a maioria dos professores não obtiveram formação específica durante a graduação, porém buscaram formação continuada, utilizando-se de metodologias próprias e adaptações garantindo a inclusão de todos os alunos em suas aulas. Identificou-se que o apoio pedagógico oferecido pelas escolas não é suficiente, uma vez que faltam espaços para a Educação Física Adaptada. Como considerações finais, destaca-se a responsabilidade dos professores de para o sucesso da inclusão escolar. Conclui-se que cada profissional da escola, bem como pais, governo e sociedade, deve contribuir com o processo de inclusão de alunos com NEES a fim de garantir-lhes educação, saúde e cidadania, promovendo uma sociedade mais justa e igualitária.

    Palavras-chaves: Inclusão escolar. Necessidades Educativas Especiais. Educação Física.

    Professores.

    INTRODUÇÃO

    A educação física escolar é multidisciplinar, vai além de o simples jogar “a bola”.

    Ela desenvolve um papel muito importante e essencial para a formação humana, pois

    busca transformar a realidade social; desenvolver habilidades corporais e cognitivas;

    além de formar valores educativos e sociais.

    A educação física por existir em função do ser humano, enquanto ser individual

    e social, torna-se fundamental que o professor dessa disciplina trabalhe suas aulas

    de maneira inclusiva para envolver todos os alunos coletivamente, respeitando então,

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]

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    suas individualidades e, assim, atuar como mediador do conhecimento múltiplo e

    disciplinar.

    Dentro da perspectiva do paradigma da inclusão, educadores precisam de total

    apoio dentro do universo escolar, para tanto, seja a escola pertencente a rede de

    ensino estadual; municipal ou privado. As escolas devem mobilizar para oferecer

    suportes didáticos aos professores, a fim de que os mesmos possam desenvolver

    suas metodologias de ensino visando os aspectos social e inclusivo com exatidão

    (OLIVEIRA, 2004).

    Em relação ao processo de inclusão de alunos com Necessidades Educativas

    Especiais (NEES) em escolas de ensino regular, faz-se essencial a existência e a

    preparação acadêmica de profissionais e professores. Assim, a atuação do professor

    dependerá de experiências e do conhecimento necessário para contribuir com sua

    metodologia, a qual deverá atender as solicitudes do paradigma da inclusão escolar.

    Nesse sentido, vivenciar a educação inclusiva antes de tudo é entende-la enquanto

    conceito no âmbito específico da educação. O que implica, antes de tudo, rejeitar

    qualquer tipo de atitude excludente para com qualquer aluno da comunidade escolar

    (RODRIGUES, 2016).

    Questões relativas à formação e conhecimento dos professores acerca da

    inclusão de alunos com NEES nas aulas de educação física são evidentes no meio

    acadêmico. Nesse sentido, este trabalho discute os desafios enfrentados pelos

    professores e, para tal, questionou-se quanto ao preparo durante a graduação e

    interesse por formação continuada; maior desafio enfrentado pelos professores na

    aplicação dos conteúdos da disciplina no ensino Fundamental I e II; espaço para

    realização das aulas de Educação Física Adaptada; apoio das escolas aos

    professores e alunos com garantia do processo de inclusão; principal diferença

    encontrada entre as escolas da rede estadual, municipal e privada, sob a visão do

    professor; metodologia adequada para a realização das aulas inclusivas.

    Este estudo objetivou conhecer o desafio enfrentado pelo professor de

    educação física do ensino fundamental da escola pública, municipal e privada dos

    municípios de Belém e castanhal no Pará, no processo de inclusão de alunos com

    NEE.

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    1 A ESCOLA E O CAMINHO DA INCLUSÃO

    O insucesso escolar, o abandono da escola, os problemas de disciplina, a

    rigidez dos currículos, etc. levaram a escola, a discutir a responsabilidade de quem

    incumbiria integrar e acolher a todos. Sendo esta ela própria um instrumento de

    seleção que em muitos casos acentuava as diferenças culturais e de características e

    capacidades pessoais de que os alunos eram “diferentes” (RODRIGUES, 2001).

    As características típicas de uma escola tradicionalista, que tinha a finalidade

    de homogeneizar não só os conteúdos, mas os aspectos peculiares dos alunos

    intensificaram o seguimento da segregação sociocultural no âmbito escolar, onde

    aqueles que apresentavam alguma necessidade educativa especial (NEES) eram

    automaticamente desligados desse ensino regular.

    Os alunos com deficiência intelectual eram internados em orfanatos,

    manicômios, prisões dentre outros tipos de instituições que os tratavam como doentes

    anormais. Na antiguidade, os indivíduos com deficiência intelectual, física e sensorial

    eram considerados aleijados, mal constituídos, débeis, anormais ou deformados

    (BRASIL, 2001).

    O tratamento com as pessoas com Necessidade Especiais (NES) segue um

    viés diferente em meados da década de 30 quando a sociedade civil inicia seus

    debates, sobre os direitos educacionais e sociais desse público. Organizando-se em

    associações de indivíduos preocupados com o problema da deficiência, que

    governantes começam a mobilizar-se para desenvolver algumas ações, tendo em

    vista, à especificidade dos alunos com NEES, criando instituições educacionais junto

    a unidades de saúde e ensino regular. Houve o surgimento de formas diferenciadas

    de atendimentos em clínicas especializadas, institutos psicopedagógico e de

    reabilitação de pessoas com Necessidade Especiais (JANNUZZI, 2004).

    No final do século XX, movimentos sócio-educacionais, políticos, educacionais,

    estudiosos, associações e conferências propuseram intensificar as discussões

    voltadas a problemática dos aspectos relativos ao público súdito, o que resultou em

    reflexões frente às práticas educacionais da época (VIEIRA, 2012). Tais reflexões

    sobre o processo de inclusão foram importantes para que o acesso nas redes de

    ensino regular fosse garantido, de forma constitucional aos educandos com

    deficiência. Assim, muitas leis surgiram com o propósito de ressaltar

    documentalmente o direito a esse acesso.

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    A Assembleia Geral da ONU adotou em 1989 a Convenção sobre os Direitos

    da Criança, que foi ratificada no ano seguinte pelo País. No Brasil, a Constituição de

    1988 antecipou esse movimento internacional e garantiu, em seu artigo 227, a infância

    e a adolescência como prioridade absoluta. O Fundo das Nações Unidas para a

    Infância (UNICEF) relata que no ano de 1990 o País inovou mais uma vez com a

    tradução desses princípios em uma legislação mais completa e detalhada, o Estatuto

    da Criança e do Adolescente (ECA).

    O ECA, mais conhecido como a Lei 8.069, foi outorgado especificamente no

    Brasil como resposta as diretrizes internacionais sobre a convenção dos direitos da

    criança. Tal Lei intensificou a garantia dos direitos fundamentais e dos deveres do

    Estado para com as crianças e adolescentes brasileiros, logo garante entre outras

    coisas:

    O Atendimento Educacional Especializado (AEE) às crianças com NEES

    preferencialmente nas instituições de ensino regular; trabalho protegido ao

    adolescente com deficiência e prioridade de atendimento nas ações e

    políticas públicas de prevenção; proteção para famílias com crianças e

    adolescentes nessa condição (BRASIL, 2014).

    Diante do envolvimento crescente dos governos, de grupos comunitários de

    pais e de organizações de pessoas com deficiência reuniram-se na cidade de

    Salamanca na Espanha, de 7 a 10 de Junho de 1994, para a Conferência Mundial

    sobre NEES, representantes de 92 países entre estes: altos funcionários da

    educação, administradores, políticos e representantes das Nações Unidas, além de

    25 organizações internacionais com a finalidade de promover a educação a todos

    (UNESCO, 1998).

    A Conferência Mundial sobre NEES trouxe grandes conquistas entre as quais

    a de maior relevância: A Declaração de Salamanca. A qual inspirou o princípio da

    inclusão e a garantia da necessidade e urgência de assegurar o direito ao ensino

    educacional a crianças, jovens e adultos com NEES.

    Segundo essa Declaração de Salamanca (UNESCO,1998) a educação

    inclusiva tornou-se realidade como constata o ponto 2 dessa declaração na qual diz

    “crianças e jovens com NEES devem ter acesso às escolas regulares, que a elas se

    devem adequar através de uma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao

    encontro de suas necessidades”.

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    2 A CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA

    A inclusão no ensino regular de alunos com NEES tem trazido muitos

    benefícios para todos que fazem parte desse processo, tais como: professores, pais,

    alunos e comunidade na qual a escola pertence.

    A escola inclusiva favorece o surgimento de amizades entre os alunos, estimula

    o aprendizado tanto dos decentes quanto dos professores, possibilita que novas

    experiências sejam adquiridas diante dos desafios da vida diária escolar e permite que

    os alunos aprendam a compreender, respeitar e crescer com as diferenças individuais

    (KARAGIANNIS & STAINBACK & STAINBACK. 1999).

    É importante que nas escolas existam um plano pedagógico capaz de ajudar

    os professores nos seus desafios diários para que a inclusão escolar seja de fato

    alcançada. Nesse contexto, Menegolla e San’tanna (2001, p.31-46) enfatizam para a

    importância do planejamento das aulas, ao relatarem que:

    O planejamento deve ser o instrumento norteador de todo o processo educacional, pois ele pode estabelecer e determinar as grandes urgências, identificar as prioridades básicas e assim determinar quais os caminhos necessários para a consecução das metas. Existem muitos modelos de planejamento, que são ótimos, mas não existe o melhor modelo [...] O professor deve escolher qual modelo atende a sua realidade e a dos alunos, isto é, que seja funcional e possível de ser aplicado em suas aulas.

    Evidenciando ainda mais para a importância do planejamento educacional

    Oliveira (2013) ressalta em sua fala para a Revista Científica do Centro de Ensino

    Superior Almeida Rodrigues que o coordenador precisa conhecer muito bem o Projeto

    Político e Pedagógico e o Regimento Escolar da instituição que coordena, pois isso

    lhe ajudará a ter clareza dos objetivos que se quer alcançar no processo educativo e

    na busca de uma educação de qualidade a totalidade de alunos.

    Conforme o Dischinger (2009) ao falar sobre o Manual de Acessibilidade

    Espacial para Escolas, afirma que a inclusão escolar não afeta, de fato, apenas as

    questões pedagógicas. Um ensino de qualidade, que dá conta das diferenças dos

    alunos, tem, por detrás de sua organização, uma infraestrutura física e operacional

    compatível com a capacidade de as diferenças diferirem infinitamente.

    Segundo Sloboja (2014) o Decreto n. 5296/2004 em seu artigo 24 garante o

    atendimento prioritário a pessoas com deficiência e fala ainda da acessibilidade no

    ambiente escolar. Destaca que todas as escolas devem proporcionar condições

    básicas de acesso a mesma, onde os alunos com deficiências possam utilizar o

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    mesmo espaço que os demais, sem com isso ser prejudicado ou excluído, como a

    adequação correta de salas de aulas, auditórios, sanitários, quadras etc.

    É de extrema importância que o espaço escolar seja acessível a todos para que

    de fato a inclusão seja concretizada. A inclusão é uma grande oportunidade para a

    escola se transformar e se modernizar tanto em questões sociais quanto de

    acessibilidade. Além disso, permite que os professores se aprimorarem investindo em

    formação, tornando-se competentes para lidar com a diversidade, visando uma nova

    escola e, consequentemente, uma nova oportunidade de proporcionar a todos a

    aprendizagem e vivências escolares (SOLER, 2005).

    3 EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA OU INCLUSÃO ESCOLAR?

    A Educação Física Adaptada (EFA) e a Educação Inclusiva (EDI) agregam

    vertentes diferentes. O termo “Educação Física Adaptada” surgiu oficialmente nos

    cursos de Educação Física por meio da resolução 03/87 do Conselho Federal de

    Educação (CFE), que prevê a atuação do professor de educação física com o aluno

    com deficiência ou outras NEES (DE LA’ ROCQUE, 2004).

    A EFA é uma área da educação física que tem como objeto de estudo a

    motricidade humana para as pessoas com NEES, adequando metodologias de ensino

    para o atendimento às características de cada aluno com deficiência, respeitando

    suas diferenças individuais (DUARTE & WERNER, 1995). Ou seja, designa um

    programa individualizado de aptidão física e motora, habilidades e padrões motores

    fundamentais e habilidades de esportes aquáticos e dança, além de jogos e esportes

    individuais e coletivos (WINNICK, 2004, p. 4).

    Por atuar nas especificidades das deficiências específicas dos alunos no

    processo educacional, através de aulas planejadas e direcionadas a um determinado

    grupo de discentes, torna-se essencial que a EFA esteja associada diretamente com

    a EDI no âmbito escolar, porque além dessa garantir o acesso à entrada do aluno na

    instituição de ensino regular garante, também, conforme a resolução CNE/CEB nº

    2/2001 presentes no artigo 2, que: O sistema de ensino deve matricular todos os

    alunos e cabe a escola organizar-se para o atendimento dos educandos com NEES,

    assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidades a todos.

    A Educação Inclusiva surgiu com o propósito de transformar a realidade dos

    alunos com NEES no ambiente escolar. Para tanto, na área da educação física

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    escolar, o termo “Inclusão” foi somente implementado a partir do estabelecimento da

    Declaração de Salamanca em 1994 na Espanha especificamente na cidade de

    Salamanca durante a Conferência Mundial de Educação (SOLER, 2002). A partir de

    então, a Inclusão torna-se uma possibilidade que surge para aperfeiçoar a educação

    no âmbito escolar, assim como, para garantir o benefício aos alunos com e sem

    deficiências (PIETRO, 2016).

    Dados recentes do instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

    (INEP/MEC, 2017) relatam que no ano de 2016 existiam no Brasil 186,1 mil escolas

    da educação básica. Porém, apenas 57,8% dessas instituições de ensino tem alunos

    com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento ou de altas habilidades,

    incluídos em classes comuns.

    No ano de 2008, esse percentual era de 31%. Pode-se observar que houve um

    aumento significativos desse público matriculado nas escolas de ensino regular, mas

    apesar da relevância desses resultados, a exclusão dos educandos com NEES ainda

    é realidade no âmbito escolar, pois mesmo com toda a fundamentação legal de

    direitos garantidos constitucionalmente, uma parcela dessas crianças continua sendo

    abonada de atividade essencial para o seu desenvolvimento psicossocial, motor e

    cultural, oferecidas principalmente nas aulas de Educação Física Escolar.

    A exclusão social e escolar dos alunos com NEES tem como consequência a

    aquisição de problemas relacionada à saúde física e mental. Essa exclusão deve ser

    trabalhada para que seja transformada em inclusão, trazendo assim uma melhoria na

    qualidade de vida das pessoas (AZEVEDO et. al., 2004).

    É essencial que o aluno com NEES participe de todas as atividades na escola,

    inclusive das aulas de educação física. Assim será beneficiado em diferentes aspectos

    dentro de uma esfera inclusiva. Além do mais, o conceito de EDI se firma na

    diversidade, diferença, universalização de indivíduos dentro do mesmo espaço

    (PAULON et al 2005). Logo, a Inclusão não é um fator “limitador” e sim de garantia de

    direitos, a todos, ao acesso completo do ensino-aprendizagem de qualidade

    compartilhado em grupos de maneira a respeitar as individualidades e limitações do

    alunado.

    4 EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA E OS PARÂMETROS CURRICULARES

    NACIONAIS

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    Todas as crianças e jovens brasileiros, independentemente da classe social ou

    do lugar onde vivem, seja urbano ou rural, deve ter acesso ao conjunto de

    conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários para o

    exercício da cidadania.

    Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) constituem o primeiro nível de

    concretização curricular, sendo referência nacional para o ensino fundamental. Apesar

    de não ser uma diretriz obrigatória, sendo bastante flexível e aberto para adaptações

    da escola, tem como função auxiliar a elaboração ou revisão curricular de Estados e

    Municípios, promover discussão pedagógica interna das escolas e servir de material

    de reflexão para a prática de professores.

    No que se refere ao 1º e 2º ciclos do ensino fundamental os PCNs apresentam

    entre os inúmeros objetivos: participar de diferentes atividades corporais, procurando

    adotar uma atitude cooperativa e solidária, sem discriminar os colegas pelo

    desempenho ou por razões sociais, físicas, sexuais ou culturais; conhecer, valorizar,

    apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações de cultura corporal

    presentes no cotidiano (BRASIL, MEC, 1997).

    Segundo os PCN’s as aulas de educação física devem ser dirigidas ao total de

    alunos e ressalta que:

    A sistematização dos objetivos, conteúdos, processos de ensino e

    aprendizagem e avaliação tem como meta a inclusão do aluno na cultura

    corporal de movimentos, por meio da participação e reflexão concretas e

    efetivas. Busca-se reverter o quadro histórico de seleção entre indivíduos

    aptos e inaptos para as práticas corporais, resultante da valorização

    exacerbada do desempenho e da eficiência (Brasil, 1998, p.19).

    Os conteúdos escolhidos, os processos de ensino e aprendizagem devem

    respeitar as características dos alunos em todas as suas dimensões: cognitiva,

    corporal, afetiva, ética, de relação interpessoal e inserção social. A aula de Educação

    Física deve favorecer a construção de uma atitude digna e de respeito próprio por

    parte do deficiente e a convivência com ele pode possibilitar a construção de atitudes

    de solidariedade, de respeito, de aceitação, sem preconceitos (BRASIL, MEC, 1997).

    A Educação Física na escola deverá favorecer a autonomia dos alunos e é de

    suma importância que tal disciplina seja direcionada para o estimulo participativo do

    coletivo.

    Garantidas as condições de segurança, o professor pode fazer adaptações,

    criar situações de maneira a possibilitar a participação dos alunos especiais.

    Uma criança na cadeira de rodas pode participar de uma corrida se for

    empurrada por outra e, mesmo que não desenvolva os músculos ou aumente

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    a capacidade cardiovascular, estará sentindo emoções de uma corrida

    (BRASIL, 1997, p.40).

    Em detrimento disso, todo o programa deve conter desafios aos alunos, permitir

    a participação de todos, respeitar suas limitações, promover autonomia e enfatizar o

    potencial no domínio motor (PEDRINELLI, 1994, p. 69).

    É tarefa da Educação Física preparar o aluno para ser um praticante lúcido e

    ativo, que incorpore o esporte e os demais componentes da cultura corporal em sua

    vida, para deles tirar o melhor proveito possível (BETTI & ZULLIANI, 2002).

    5 A FORMAÇÃO E A CAPACITAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

    A formação de um profissional de educação física tem um papel fundamental

    para a sua atuação com o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem de

    seus alunos. Para tanto, pode dizer que essa formação profissional cabe

    primeiramente a universidade, a qual tem como função criar recursos humanos para

    o desenvolvimento das atividades profissionais (PELLEGRINI,1988, p.250).

    Sendo um órgão educacional de pesquisa, ensino e extensão, a universidade

    lida com diferentes formas específicas de conservar, criar, transformar e transmitir

    cultura; ações e práticas sociais. Sendo assim, tornar-se necessário que durante esse

    período de formação acadêmica seja proposto através do elo teoria/prática, o

    aprendizado de crenças, valores e concepções de situações presentes no dia-a-dia

    da prática docente (STEFANE & MIZUKAMI, 2002).

    Para a aquisição de uma formação inicial de qualidade é fundamental que os

    acadêmicos tenham a vivência prática dos conteúdos ministrados em sala de aula,

    além disso as instituições de ensino superior devem oportunizar programas da tríade

    ensino, pesquisa e extensão a esses discentes, para que possam ter autonomia de

    serem pesquisadores e produtores do próprio saber durante a formação acadêmica.

    Os profissionais da área de educação precisam ter formação acadêmica

    qualificada a fim de proporcioná-los a base de conhecimentos e metodologias que lhe

    garantam conseguir enfrentar, por exemplo, o grande desafio de incluir os alunos com

    NEES, além de incluir também aqueles que passam por alguma desigualdade gerada

    pelo sistema econômico e social (PAULON, FREITAS & PINHO, 2005).

    A essencialidade dos cursos de licenciaturas, especificamente o de educação

    física, ofertarem a prática de ensino na realidade das escolas, através dos estágios

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    supervisionados, com o objetivo de que os acadêmicos vivenciarem o viés que agrega

    a prática docente e a didática, assim como as estratégias metodológicas utilizadas

    para estimular a participação dos alunos dentro de uma perspectiva inclusiva.

    Quanto a metodologia vale ressaltar que ela não é apenas um conjunto de

    meios utilizados pelo professor para alcançar determinado objetivo, mas também o

    estudo do próprio meio em que o ensino estará imerso (DARIDO & RANGEL 2005).

    Então, no decorrer da formação acadêmica o discente deverá entender que durante a

    sua docência, deverá, primeiramente, conhecer as características da turma e os

    aspectos individuais de cada aluno para que suas metas pedagógicas ou estratégias

    metodológicas de ensino possibilitem um sistema de ensino-aprendizagem de

    qualidade a todos.

    De acordo com Zabala (1998) as relações que se estabelecem entre os

    professores, os alunos e os conteúdos, se sobrepõem às sequências didáticas, ou

    seja, por mais bem elaboradas que possam parecer, as estratégias metodológicas

    utilizadas para o ensino e a aprendizagem de algum conteúdo só serão bem-

    sucedidas se os alunos dela participarem efetivamente. Esta participação intensa do

    aluno pode ser alcançada caso o professor proponha desafios, compare, dirija, esteja

    atento à diversidade dos alunos e diversifique essas estratégias quando necessário.

    Para adquirir diferentes métodos de ensino, o professor precisa sequenciar

    seus estudos realizando, corriqueiramente, capacitações que contribuem ao avanço

    da educação e propagação do conhecimento múltiplo de maneira a beneficiar os

    alunos em quesitos de formação cidadã e ensino-aprendizagem.

    Ainda quanto a formação, cabe ao professor manter-se qualificado para que

    possa atender as necessidades de seus alunos bem como da sociedade. A formação

    inicial não é suficiente para a garantia da qualificação dos professores na atualidade

    (MILEO & KOGUT, 2009). Assim, o acadêmico deve ficar atento para o fato de que

    sua formação profissional somente inicia, porém não termina na universidade.

    Em relação as Instituições de Ensino Superior (IES), estas objetivam a

    graduação como base que serve para aguçar os conhecimentos adquiridos por meio

    de conceitos, ideias traçadas através das disciplinas disponibilizadas, mas que

    precisam de aprofundamentos que só será possível se o profissional buscar pela

    qualificação contínua.

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    Sendo o prolongamento da formação inicial, a formação continuada visa o

    aperfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio contexto de trabalho e o

    desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercício profissional

    (LIBANEO 2004, p. 227). Ou seja, a formação continuada é sequência permanente da

    formação adquirida na universidade, e durante essa formação que o profissional irá

    lapidar seus conceitos, saberes, técnicas, ideias, práticas necessárias para o bom

    desenvolvimento da sua profissão.

    Conforme Ribeiro & Chaves et al (2015) essa estrita relação existente entre

    ambas as formações, possibilita também a continuidade da formação do professor, no

    caso em que este já adentrou e concluiu um processo de formação inicial e busca

    concluir outra formação com o objetivo de aperfeiçoar a anterior. Casos esses

    relacionados aos cursos de mestrado e doutorado, em que o profissional pretende

    aprofundar seus conhecimentos específicos a uma determinada temática que engloba

    sua profissão. Ainda de acordo com Ribeiro & Chaves et al (2015, p. 17):

    A formação e o bom desempenho do professor não depende somente da formação inicial em nível superior. Além do que, esta não deve acontecer apenas para suprir deficiências da formação inicial, ela deve ser desenvolvida, principalmente, visando as necessidades reais que os professores sentem na sua prática cotidiana e nos desafios com os quais se confronta.

    É importante que os professores desenvolvam uma qualificação continuada

    para que também possam perceber que podem mudar suas estratégias, aprendendo

    e reaprendendo 4949 diante dos desafios ocorridos durante a sua prática (BEHRENS,

    1996).

    O processo de aquisição do conhecimento deve ser contínuo. O professor

    precisa se apropriar de diferentes saberes para obter ações crítico-reflexiva com a

    finalidade de pontuar as dificuldades encontradas durante a aplicação das aulas de

    maneira a encontrar a melhor forma de superá-las. Logo, é com a formação contínua

    que o professor terá subsídios necessários para criar, planejar, recriar suas aulas de

    forma a atender as suas necessidades e, principalmente, de seus alunos.

    6 ASPÉCTOS METODOLÓGICOS

    Este estudo teve abordagem Qualitativa e por ser de Campo foi referenciada

    por Lakatos; Marconi (1996, p. 75). Através do discurso do sujeito, com técnica de

    asserção avaliativa proposta por Bardi (1977) buscou-se conhecer a opinião de alguns

    professores de educação física da rede estadual, municipal e privada dos munícipios

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    de Belém e Castanhal do Estado do Pará sobre os desafios enfrentados no processo

    de inclusão no contexto da escola.

    De acordo com as etapas da pesquisa houve inicialmente uma exploração

    preliminar que ocorreu nas instituições de Ensino Fundamental I ou II: Secretaria

    Municipal de Educação (SEMEC-PA), Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) e

    na rede privada de ensino, afim de realizar visitações prévias e identificar quais teriam

    interessa em contribuir com o estudo e assim, assinarem o temos de autorização. A

    escolha aleatória das escolas deu-se pelo critério de inclusão por haver alunos com

    Necessidades Educativas Especiais, excluindo-se as que não tinham matrículas de

    desse público. Assim, o local onde se deu a coleta dos dados foram as seguintes

    escolas do município de Belém: Escola Estadual Augusto Meira, Escola Estadual

    Lauro Sodré, Escola Municipal Manuela Freitas, Escola Municipal Augusto Meira

    Filho, Escola Particular Pequeno Príncipe e Escola Particular Sagrado Coração de

    Jesus e as escolas do município de Castanhal foram: Escola Estadual Dom Bosco,

    Escola Estadual Clotilde, Escola Municipal Viganô, Escola Municipal Irene Titan,

    Escolas Particular Betel e Escola Particular Marina Rosa.

    Após visita nas instituições de ensino e contato com os professores, houve

    aceitação voluntária de participação os quais assinaram o Termo de Consentimento

    Livre e Esclarecido e sem interferência do pesquisador.

    Obedecendo aos critérios, foram selecionados doze professores de educação

    física, sendo seis do município de Belém e seis do município de Castanhal. Em cada

    município os professores foram divididos da seguinte forma: dois da rede municipal;

    dois da rede estadual e dois da rede privada de ensino.

    O instrumento de coleta de dados utilizado foi a entrevista. Para a escolha dos

    sujeitos da pesquisa optou-se por amostra aleatória das escolas, sendo que essas

    deveriam, obrigatoriamente, adquirir alunos com NEES matriculados. Os dados foram

    coletados espontaneamente, considerando como critérios de inclusão aqueles

    professores que tinham alunos com NEES em suas classes. Os que não obedeciam

    a esse critério foram excluídos da mesma.

    Para efeito de organização e respaldo dos nomes dos participantes da

    pesquisa, designou-se codinomes a cada um, inspirados em nomes de flores:

    Orquídea, Jacinta, Jasmim, Antúrio, Florêncio, Iris, Margarida, Lupino, Lírio, Cravo,

    Rosa e Cosmos.

  • 13

    Quatro perguntas nortearam a entrevista: Pergunta nº1. Na sua formação

    acadêmica, você teve alguma disciplina que abordasse o trabalho com alunos com

    Necessidades Educativas Especiais (NEES)? Pergunta nº2. Você se sente capacitado

    para atuar em classes inclusivas de escolas de ensino regular? Você busca por uma

    formação continuada? Pergunta nº3. Você sabe dizer se a escola utiliza alguma

    estratégia pedagógica ou realiza adaptações de acessibilidade para facilitar o

    processo de inclusão de alunos com NEES? Você pode comentar a respeito?

    Pergunta nº 4. Qual a metodologia que você utiliza para favorecer a inclusão dos

    alunos com NEES nas suas aulas de educação física?

    7 ANÁLISE E RESULTADOS DOS DADOS

    Foram retirados indicadores e categorias das quatro perguntas geradoras. Com

    esta pesquisa as categorias dos discursos dos sujeitos foram obtidas diante de uma

    transcrição literária das entrevistas realizadas, com a finalidade de apontar

    indicadores do posicionamento nas falas dos participantes. Assim, surgiram as

    seguintes:

    Indicadores: a) Formação e capacitação profissional; b) Apoio pedagógico da

    escola e acessibilidade; c) Metodologia do professor.

    Categorias: Teve ou não formação durante a graduação; tem ou não

    acessibilidade e apoio pedagógico; adaptação e convívio social.

    Os dados retirados da entrevista foram analisados e posteriormente os

    resultados foram ilustrados através de gráficos e descrição de alguns relatos. Assim,

    os gráficos demonstram os indicadores de cada Categoria. Para cada categoria

    surgiram três gráficos, os dois primeiros mostram os resultados de cada município, já

    o último gráfico mostra os resultados que surgiram da comparação realizada entre as

    falas dos professores de ambos os munícipios. O gráfico geral foi utilizado como base

    para a discussão dos dados dessa pesquisa.

    CATEGORIA: Perguntas 1 e 2 - Graduação e Formação continuada

    Professores de Castanhal

    1. Jacinta: Não teve formação / Não se sente capacitada. 2. Iris: Não teve formação/ Não se sente capacitada. 3. Jasmim: Teve formação / Não se sente capacitada. 4. Antúrio: Teve formação / Se sente capacitado.

  • 14

    0

    1

    2

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    5

    Graduação Formaçao ContinuadaSim Não

    0

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    3

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    6

    Graduação Formação ContinuadaSim Não

    5. Florêncio: Teve formação / Se sente capacita. 6. Orquídea: Teve formação / Não se sente capacitada.

    Professores de Belém

    1. Lírio: Não teve formação/ Não se sente capacitado. 2. Cravo: Não teve formação/ Se sente capacitado. 3. Rosa: Teve formação / Se sente capacitada. 4. Cosmos: Não teve formação/ Se sente capacitado. 5. Margarida: Não teve formação/ Se sente capacitada. 6. Lupino: Não teve formação/ Se sente capacitado

    Professores de Castanhal

    Gráfico 1: Graduação e Formação Continuada

    Os resultados encontrados para o presente estudo de acordo com a categoria

    Graduação e Formação Continuada para trabalhar com alunos com NEES

    mostram que 66,6% dos professores do munícipio de Castanhal obtiveram disciplina

    voltada para o trabalho com alunos com NEES, porém 66,6% não possuíam

    qualificação suficiente para atuar com esse público.

    Professores de Belém

    No município de Belém, segundo categoria Graduação e Formação

    Continuada para trabalhar com alunos com NEES, 83,3% não obtiveram

    Gráfico 2: Graduação e Formação Continuada

  • 15

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    Graduação Formação ContinuadaSim Não

    conteúdos voltados para a educação especial. Entretanto, em relação à capacitação,

    83,3% dos professores afirmaram terem adquirido preparação para atuar com os

    alunos com NEES.

    Geral: Belém e Castanhal

    Gráfico 3: Graduação e Formação Continuada

    Na colocação geral constatou-se que nos municípios de Belém/Castanhal,

    58,3% dos entrevistados não possuíam formação acadêmica para atuar com alunos

    com NEES. Mas, apesar de relatarem essa carência de conteúdos voltados para a

    educação especial durante a graduação, 58,3% dos entrevistados afirmam que tem

    capacitação para trabalhar com esse público.

    Categoria: Pergunta 3 - Apoio Pedagógico da Escola e Acessibilidade

    Professores de Castanhal

    1. Orquídea: Tem apoio pedagógico / Sem acessibilidade

    2. Jacinta: Tem apoio pedagógico / Tem acessibilidade

    3. Jasmim: Tem apoio pedagógico / Tem acessibilidade

    4. Antúrio: Tem apoio pedagógico / Sem acessibilidade

    5. Florêncio: Sem apoio pedagógico/ Sem acessibilidade

    6. Iris: Tem apoio pedagógico / Sem acessibilidade

    Professores de Belém

    1. Lírio: Sem apoio pedagógico/ Sem acessibilidade

    2. Cravo: Sem apoio pedagógico/ Sem acessibilidade

    3. Rosa: Tem apoio pedagógico / Tem acessibilidade

    4. Cosmos: Sem apoio pedagógico/ Sem acessibilidade

    5. Margarida: Tem apoio pedagógico / Tem acessibilidade

    6. Lupino: Tem apoio pedagógico / Tem acessibilidade

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    1

    2

    3

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    5

    6

    Apoio pedagógico Acessibilidade

    Possui Não possui

    0

    1

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    Apoio pedagógico Acessibilidade

    Possui Não possui

    0

    2

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    6

    8

    10

    Apoio pedagógico Acessibilidade

    Sim Não

    Professores de Castanhal

    Dentre os resultados para a categoria Apoio Pedagógico da Escola e

    Acessibilidade é possível destacar que 83,3% dos professores de Castanhal

    possuem apoio pedagógico, todavia 66,6% dos entrevistados relataram que a escola

    a qual ministra suas aulas não tem acessibilidade de espaço.

    Professores de Belém

    Gráfico 5: Apoio Pedagógico da Escola e Acessibilidade

    Em relação a capital do Estado do Pará, dos entrevistados, de acordo com a

    categoria Apoio Pedagógico da Escola e Acessibilidade, 50% afirmaram que tem

    apoio pedagógico da escola, e esses mesmos 50% alegaram a grande falta de

    acessibilidade do espaço escolar. As respostas se equivalem.

    Geral: Belém e Castanhal

    Gráfico 4: Apoio Pedagógico da Escola e Acessibilidade

    Gráfico 6: Apoio Pedagógico da Escola e Acessibilidade

  • 17

    0

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    Metodologia da aula

    Convívio social Sem metodologia Adaptações nas aulas

    Na análise dos dados de ambos os municípios, segundo essa categoria, obtêm-

    se como resultado geral que 66,6% afirmaram que a escola possui estratégias

    pedagógicas. Porém, mesmo com esse apoio, dentre os entrevistados, 58,3%

    ressaltaram a inexistência de acessibilidade na estrutura física das escolas.

    Categoria: Pergunta 4 - Metodologia do Professor

    Professores de Castanhal

    1. Orquídea: Convívio social

    2. Jacinta: Sem metodologia

    3. Jasmim: Adaptações nas aulas

    4. Antúrio: Convívio social

    5. Florêncio: Convívio social

    6. Iris: Adaptações nas aulas

    Professores de Belém

    1. Lírio: Sem metodologia

    2. Cravo: Teoria das inteligências

    3. Rosa: Adaptações nos conteúdos e convívio social

    4. Cosmos: Jogos cooperativos

    5. Margarida: Convívio social

    6. Lupino: Adaptações nos conteúdos e convívio social

    Professores de Castanhal

    A partir da categoria Metodologia do Professor, obteve-se como resultado em

    Castanhal que 49,9% dos entrevistados afirmaram que o sistema metodológico

    adquirido para incluir os alunos com NEES são baseados em atividades que

    Gráfico 7: Metodologia do Professor

  • 18

    0

    2

    4

    6

    8

    Metodologia da aula

    Convívio social Sem metodologia

    Adaptações nas aulas Teoria das inteligências

    Jogos cooperativos

    0

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    Metodologia da aula

    Convívio social Sem metodologia Adaptações nas aulas

    Teoria das inteligências Jogos cooperativos

    favorecem o convívio social dos alunos e 33,2% dos professores afirmaram realizar

    adaptações para garantir a participação desse público em suas aulas.

    Professores de Belém

    Conforme a categoria Metodologia do Professor, pode-se observar nesse

    gráfico que 37,5% dos professores de Belém respondeu que tem como metodologia

    estimular relações de convívio social entre os alunos. Sendo que 25% relataram

    realizar adaptações possíveis para inclui-los nas aulas de educação física.

    Gráfico Geral: Belém e Castanhal

    No geral, como mostra o gráfico acima 42,8% dos entrevistados de

    Belém/Castanhal usam como metodologia o desenvolvimento de atividades voltadas

    para o convívio social e 28,5% responderam que as adaptações nas aulas eram

    realizadas como metodologia de Inclusão.

    Gráfico 8: Metodologia do Professor

    Gráfico 9: Metodologia do Professor

  • 19

    8 DISCUSSÃO

    A discussão deste estudo tomou como base os gráficos gerais de cada categoria, os

    qual ilustra no geral os indicadores que mais prevaleceram nos discursos dos

    professores de ambas as cidades.

    De acordo com a categoria formação e capacitação profissional, ilustrada

    anteriormente no gráfico 3 observa-se que nos municípios de Belém/Castanhal mais

    da metade dos entrevistados afirmaram não terem tido uma formação acadêmica que

    abordasse conteúdos voltados para a inclusão escolar.

    Este fato fica claro durante os relatos dos professores: Iris diz “não tive

    nenhuma disciplina voltada para a educação especial’’, assim como a professora

    Jacinta discorre “não recordo de ter tido alguma disciplina que abordasse esse

    conteúdo na minha formação”. O professor Lírio também afirmou que não teve durante

    a sua formação disciplinas que tratasse da inclusão e ainda complementa “eu passei

    por duas faculdades, uma aqui em Belém e outra em São Paulo e nenhuma das duas

    tiveram disciplinas que falassem sobre a Inclusão”.

    Em contrapartida, mais da metade dos entrevistados dessas cidades relataram

    que buscam por uma formação continuada com o intuito de suprir a carência de

    conhecimentos que tiveram na graduação sobre essa temática.

    A professora Margarida expressa “sim, tento buscar porquê da feita que você

    vai trabalhar com esse tipo de inclusão precisa de um conhecimento a mais. Tanto

    que a minha especialização é sobre Educação Inclusiva justamente porque não tinha

    na época na faculdade, aí fui procurar um meio de me especializar”. O professor

    Lupino também afirma ‘‘estou sempre buscando conhecimento, como me atualizar

    procurando uma educação continuada para que eu possa trazer o conhecimento para

    a prática’’.

    De acordo com o referencial teórico citado no presente trabalho, é pertinente

    concordar com autores, como Paulon, Freitas & Pinho (2005) e Pellegrini (1988) que

    discutem a importância de a faculdade estabelecer a base do ensino metodológico e

    ofertar suportes minimamente necessários para abrir as portas do aprendizado

    voltado à educação física que exclui as diferenças.

    Ainda sobre essa temática, o autor Pellegrini (1988) ressalta que é papel da

    universidade criar recursos humanos para a atuação inicial desses profissionais nas

    escolas. Porém, mesmo com essas discussões e debates acerca da Educação

  • 20

    Inclusiva constata-se na prática a existência do paradoxo existente entre teoria e

    prática em relação à formação inicial, ao verificar na fala dos professores a ausência

    de conteúdos voltados para o processo de Inclusão.

    Identifica-se também a importância de as IES nortearem este sabe.

    Inicialmente, aos acadêmicos, para que esses tenham a noção dos diferentes públicos

    que irão trabalhar nas escolas onde atuarão, e se atentarem a procurar outros meios

    para aperfeiçoar seus conhecimentos de forma a beneficiar uma aula participativa e

    inclusiva.

    Mesmo não adquirindo uma formação inicial formidável, no geral, foi possível

    verificar que grande parte dos professores sentiram a necessidade de buscar outras

    possibilidades de aquisição de conhecimento em relação à EDI e optaram por uma

    formação continuada para suprir esse saber não adquirido durante a graduação.

    A partir dos resultados obtidos em relação a esta categoria, foi possível verificar

    a grande importância da qualificação e capacitação dos professores de educação

    física na área da educação especial, pois assim como o autor Zabala (1998) defende,

    é um meio de esses adquirirem diferentes metodologias e meios didáticos para suprir

    os desafios de Inclusão de educandos com NEES no âmbito da escola. Por

    conseguinte, de acordo com as ideias de Libaneo (2004) sobre o assunto, também é

    uma forma desse profissional prolongar seus conhecimentos como o intuito de

    aperfeiçoa-los em busca de novas estratégias de ensino inclusivo.

    Retomando as falas dos professores de Belém/Castanhal em relação à

    categoria apoio pedagógico da escola e acessibilidade, conforme ilustra o gráfico 6

    destacam-se os seguintes discursos dos sujeitos: a professora Orquídea cita ‘‘a escola

    possui um trabalho de apoio pedagógico para essas crianças, além de participarem

    das aulas nas turmas regulares eles recebem um atendimento em outro horário na

    sala de apoio pedagógico com professores com formação em educação especial [...]

    temos também uma professora com formação em libras que nos ajuda bastante na

    comunicação com os alunos com Deficiência Auditiva’’.

    A professora Margarida também discorre que na escola em qual trabalha possui

    outros profissionais que atuam no apoio pedagógico “sim. Nós temos aqui além do

    professor de educação física, psicopedagogo, psicólogo e fonoaudiólogo”. Assim, de

    acordo com essas narrações supracitadas, nota-se a essencialidade do trabalho

    multidisciplinar entre os profissionais da educação para poder garantir a inclusão e o

  • 21

    desenvolvimento contínuo e múltiplo dos alunos com NEES. E é dentro desse

    contexto que a revista cientifica do centro de ensino superior Almeida Rodrigues

    (2013), mencionada anteriormente, discorre sobre a importância de a instituição de

    ensino regular elaborar um plano pedagógico capaz de direcionar o professor nas

    suas atividades dentro de uma perspectiva inclusiva.

    Da mesma maneira que os autores Menegolla e San’tanna (2001) também

    defendem que o planejamento escolar é um documento que conduz o processo ensino

    aprendizagem, e por isso é muito importante para auxiliar o professor nos seus

    desafios diários. Contudo, apesar de ser perceptível nas falas da maioria dos

    professores entrevistados que a instituição de ensino tem a sensibilidade de olhar para

    a realidade e apontar estratégias que auxiliam os professores na execução das suas

    aulas, muitas vezes ainda se observa uma carência no que se diz respeito à falta de

    espaços adequados para a realização da educação física como a inexistência do

    ambiente físico escolar acessível.

    Essa situação sobre a carência de acessibilidade no ambiente escolar pode ser

    observada nas falas dos seguintes docentes. A professora Iris diz ‘‘ a escola não

    possui nenhuma acessibilidade’’. Já a professora Orquídea diz que a escola possui

    poucas rampas, mas de difícil acesso, pois a reforma do bloco segundo ela até então

    não havia sido conclusa.

    Sloboja (2014) citado nesse estudo argumenta que a escola deveria oferecer

    um suporte minimamente básico para garantir aos alunos com deficiência explorar

    todos os espaços da instituição sem dificuldade de acesso. Porém, a fala da grande

    parte dos professores, contata-se que há negligências nas escolas, pois, apesar de

    existir essas discussões e leis que garantem a obrigatoriedade de adaptação dos

    espaços escolares, muitas até mesmo as instituições particulares, como se verifica

    nesse trabalho, não possuem a acessibilidade necessária de Inclusão. Logo, é

    essencial a revisão dos aspectos físicos desse ambiente, para aplicar normas de

    adaptações importantíssimas para que assim a Inclusão aconteça com eficiência.

    A quarta pergunta desta pesquisa originou a categoria metodologia do

    professor, evidenciada no gráfico 9 contatou-se que a metodologia mais utilizada foi

    primeiramente voltada para o convívio social e posteriormente adaptações nas

    atividades.

  • 22

    Dentre as respostas adquiridas sobre esse assunto a professora Iris comenta

    “A metodologia é buscar que eles sempre estejam inseridos nas aulas, a gente não

    tem uma metodologia vou fazer isso e pronto, primeiro a gente vê como ele vai se

    adaptar ai depois a gente vai trabalhar se ele vai se desenvolver de que maneira ai a

    gente vai aplicando algumas técnicas, alguns exercícios pra ele está melhorando a

    sua, por exemplo, a sua coordenação motora, se ele está se adaptando bem com

    seus colegas, se ele tá interagindo, aí a gente vai formando estratégias assim pra ele

    conseguir sempre está participando das aulas com seus colegas”.

    O professor Florêncio também tem como metodologia estimular o convívio

    social nas suas aulas para que os alunos ajudem um ao outro durante a atividade, é

    o que pode ser observado quando ele diz “o primeiro ponto que eu utilizo é com que

    os outros alunos abracem a responsabilidade de tá com esses alunos entendendo as

    suas limitações e que precisão de apoio para realizar as atividade dentro da aula e

    fazer com esse aluno se sinta importante dentro da aula de educação física pra que a

    atividade dentro da aula aconteça incluindo todos.

    A professora Rosa utiliza estratégias de adaptações das atividades como

    forma de possibilitar a participação dos alunos com NEES, assim ela fala “Eu tento a

    partir da flexibilização do conteúdo se digamos, eu estou trabalhando na área dos

    esportes e digamos que o conteúdo seja voleibol aí fazemos um voleibol que possa

    ser adaptado em torno dos alunos”.

    Ao analisar esses discursos verifica-se a responsabilidade do professor buscar

    adaptar e desenvolver práticas direcionadas para estabelecimento de uma relação

    social entre os alunos de modo a conscientiza-los sobre as limitações individuais e a

    importância de todos participarem de forma conjunta das aulas.

    Seguindo essa linha de pensamento que os autores Soler (2005) e Zabala

    (1998) discutem, ressaltando que uma boa metodologia deve priorizar o aprendizado

    do aluno diante de atividades que propiciam muito mais que a transmissão e

    verbalização do conteúdo, pois precisam também estimular a participação;

    cooperação; o convívio social; de forma que todos aprendam a respeitar suas

    diferenças.

    De acordo com esses resultados, verifica-se que os professores estiveram

    mais preocupados em criar metodologias voltadas para o social e esqueceram que o

    desenvolvimento psicomotor é precisamente fundamental para a evolução física e

  • 23

    cognitiva, principalmente dos discentes que tem maiores dificuldades em relação à

    desenvoltura desses aspectos, por isso seria importante também ser a base para a

    elaboração de estratégias metodológicas a identificação das características

    individuais de cada aluno para possibilitar aulas que os beneficiem integralmente.

    9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Com os resultados adquiridos a partir das entrevistas realizadas com os

    professores de EF das três redes de ensino, foi possível responder as questões

    problemas que surgiram acerca do trabalho desses docentes no processo de Inclusão

    escolar.

    Muitos pontos negativos em relação ao tema foram identificados. A maioria

    dos professores informou a carência de discussões sobre a Inclusão na sua época,

    apesar de nos tempos atuais tem se discutido muito no meio acadêmico e já existe a

    Educação Física Adaptada no currículo do curso de educação física da Universidade

    do Estado do Pará, aonde os professores se graduaram. Destaca-se a importância

    das discussões permanentes a respeito da inclusão de alunos com NEES, mesmo

    que ao longo dos anos isso venha acontecendo com bem posso sucesso.

    Identificou-se que um dos maiores problemas observados na maioria das falas

    desses docentes foi a falta de espaços adequados para a realização das aulas. A

    maioria dos professores das redes pública e privadas relatou escassez de

    acessibilidade tanto para a aplicação das aulas quanto nos demais ambientes da

    escola. Isso é extremamente grave, pois uma escola que se diz inclusiva deveria

    possuir uma estrutura física acessível a todos. Se há leis que garantem esse direito,

    já discutido anteriormente, os governantes que tem o papel de garantir tudo que está

    escrito na constituição deveriam antes de tudo garantir esse acesso, o qual até os dias

    atuais ainda é limitado devido à grande falta de compromisso com a educação e

    interesse de implantar políticas públicas de acessibilidade nas instituições de ensino

    público.

    Em relação aos espaços das escolas privadas, os resultados foram

    surpreendentes, pois verificar que na maioria das instituições particulares, as quais se

    consideram inclusivas, onde ocorreu a entrevista, problemas de acessibilidade foi um

    grande ponto negativo. Essas são escolas em que os pais pagam pela educação de

    seus filhos, então se esperava encontrar resultados totalmente diferentes do qual foi

  • 24

    obtido, pois se pensou: se todo mês há verba com o pagamento das mensalidades ao

    menos destinar 1/3 para investir em ambientes acessíveis eram destinados para

    receber o universo de alunos. Porém, não foi bem assim, foram observadas várias

    dificuldades: falta de lugares para a aplicação das aulas do professor, de banheiros

    adaptados, dentre outras problemáticas de estrutura física na maioria das escolas.

    Pôde chegar à conclusão de que não basta somente ter investimento, mas também

    força de vontade de fazer a diferença de selar de fato o compromisso com a

    comunidade escolar.

    A pesar de todos esses impasses, a maioria das escolas oferece um suporte

    pedagógico que auxiliam o trabalho dos professores. Foi possível averiguar que a

    grande parte dos entrevistados busca por qualificações, muito importante para suprir

    os conhecimentos não adquiridos na formação inicial, assim como para adquirir

    estratégias que ajudam na superação dos desafios diários durante a sua atuação na

    realidade da escola.

    Foi importante identificar que apesar de grande parte das escolas não

    possuírem espaços adequados para a realização da aula de Educação Física

    Adaptada, ainda assim a maioria dos professores consegue desenvolver

    metodologias direcionadas para a Inclusão do aluno com NEES nas escolas de ensino

    regular, a fim de envolver todos os alunos respeitando suas individualidades, para que

    assim todos sejam capazes de desenvolver suas habilidades físicas e mentais sem

    que cause prejuízos para a sua saúde. Isso mostra que apesar das dificuldades, esses

    docentes estão empenhados em atuar para atender as necessidades dos seus alunos

    assumindo seu papel na educação e formação dos mesmos.

    Considera-se que o tema discutido e abordado nesta pesquisa é de suma

    importância para que novos estudos sejam realizados acerca da temática. Espera-se

    que possa servir como ferramenta de instigação e inquietude aos profissionais da

    área, afim de que o paradigma da Inclusão Social de fato seja efetivado no Brasil e

    especialmente no Estado do Pará. Esta realidade descoberta, poderá provocar em

    gestores e profissionais da saúde, educação e demais área afins “movimentos”

    positivos em busca de avanços para uma sociedade mais digna e inclusiva.

  • 25

    INCLUSION IN SCHOOL PHYSICAL EDUCATION: UNDER THE VIEW OF

    TEACHERS OF STATE, MUNICIPAL AND PRIVATE EDUCATION NETWORKS.

    ABSTRACT

    The article discusses the inclusion of students with Special Educational Needs in Physical

    Education classes of Elementary School I and II of State, Municipal and private schools in

    Belém and Castanhal in Pará. The aim was to know the opinion and the challenges faced by those teachers.The field research had a Qualitative Approach and a Phenomenological focus.

    The Discourse Analysis proposed by Bardin (1977) was used. Six teachers were interviewed,

    from each teaching network, selected from doubles .The results show that most of the teachers

    did not obtain specific training during graduation, but they sought continuous training, using

    their own methodologies and adaptations, ensuring the inclusion of all students in their

    classes.It was identified that the pedagogical support offered by the schools is not enough,

    since spaces for Adapted Physical Education are lacking As final considerations, the teachers'

    responsibility for the success of school inclusion is highlighted. It is concluded that each

    professional of the school, as well as parents, government and society, should contribute to

    the process of including students with SEN in order to guarantee them education, health and

    citizenship, promoting a more just and egalitarian society.

    Keywords: School inclusion. Special Education Needs. Physical education. Teachers.

    REFERÊNCIAS

    AZEVEDO, H.P., BARROS, F.J. O nível de participação do estado na gestão do

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