Redes Produtivas Digitais Inteligentes: conceitos estruturantes
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A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS NOS RELACIONAMENTOS DA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA ALMEIDA, Fabiano Carvalho; MOREIRA, Raquel Veggi; CABRAL, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat
Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de
dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4
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A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS NOS
RELACIONAMENTOS DA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA
ALMEIDA, Fabiano Carvalho
Especialista em Qualidade - PUC/PR
MOREIRA, Raquel Veggi
Estudante de mestrado do Programa de Cognição e Linguagem - UENF
CABRAL, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat
Mestre em Cognição e Linguagem - UENF
RESUMO
O objetivo deste estudo é abordar a influência das redes sociais digitais na família da
contemporaneidade, por meio de uma revisão de literatura. A família, em tempos atuais, vem se
transformando, acompanhando as evoluções ocorridas no mundo social e tecnológico. O modelo
patriarcal de família de tempos atrás já praticamente não existe mais. São novos tempos, novas
perspectivas e possibilidades. Novos arranjos, novos conceitos, novos núcleos familiares se formam
todos os dias, independentemente de gênero, de tabus e preconceitos fixados na sociedade. Em meio a
todas as transformações e evoluções sociais e tecnológicas, as famílias, de maneira geral, se rendem às
redes sociais. Sejam pais, filhos, avós, todos estão conectados. Mas, ao mesmo tempo em que as redes
sociais digitais propiciam encontros e reencontros, estreitam laços, encurtam distâncias, elas também
individualizam. Os laços, antes presentes, de afeto, amizade, carinho, no cotidiano, será que tendem a
desaparecer ou fortalecer?
Palavras-chave: Configurações de família. Redes sociais digitais. Relacionamentos.
ABSTRACT
The purpose of this study is to address the influence of digital social networks in the family nowadays,
through a literature review. The family, in modern times, has been transformed, following the
developments that have taken place in the social and technological world. The patriarchal model of
family time ago practically no longer exists. Are new times, new perspectives and possibilities. New
arrangements, new concepts, new families cores are formed every day, regardless of gender, taboos and
prejudices established in society. Because of all the transformations and social and technological
developments, families, generally, surrender to social networks. Are parents, children, grandparents,
everyone is connected. But at the same time that digital networks provide social encounters and
reencounters, narrow ties, shorten distances, they also individualize. Ties before present, affection,
friendship, affection, in everyday life, will tend to disappear or strengthen?
Keywords: Family configurations. Digital social networks. Relationships.
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INTRODUÇÃO
Na sociedade contemporânea novos núcleos de família são construídos a todo o tempo,
onde pessoas se unem por razões distintas, seja por afetividade, seja por conveniência, seja por
pura vontade de viver em família.
A própria Constituição brasileira de 1988, em seu artigo 226, tutela não apenas as
famílias constituídas pelo casamento, com efeitos civis, mas também as uniões estáveis, sem
necessariamente exigir que sejam confirmadas (ou reconhecidas) pelo matrimônio.
Outras formas de famílias, como as homoafetivas, também recebem proteção
constitucional, mesmo com ausência de lei específica. Os tribunais brasileiros têm confirmado
decisões nesse sentido, ou seja, o reconhecimento desse tipo de união, inclusive com efeitos
patrimoniais.
Caracterizadas as configurações da família contemporânea brasileira, interessa-nos
abordar a influência das redes sociais digitais nos relacionamentos da família moderna. As
redes sociais digitais são ferramentas que possibilitam encurtar distâncias e aproximar pessoas.
Por outro lado, podem gerar distanciamento ou mesmo individualizar.
Todos estão e vivem de alguma maneira conectados, com exceção daqueles que não têm
acesso à internet. As redes sociais atraem desde as crianças até os pais. O diálogo passa a ser
através de equipamentos eletrônicos e a presença física, o calor humano, o afeto entre os entes
pode diminuir ou deixar de existir, ou ficarem relegados à segundo plano.
Será este o futuro das famílias? Se isolarem dentro de um mesmo espaço? Será que as
redes sociais digitais são apenas um modismo, ou vieram para ficar? É o mundo das tecnologias
que permite um maior ou um menor relacionamento entre seres humanos?
Por ser um tema complexo, que suscita discussões e muitas reflexões e, por isso,
instigante, é que optamos por abordá-lo, através de uma revisão bibliográfica.
1. FAMÍLIA NA CONTEMPORANEIDADE
A noção de família foi redefinida ao longo do tempo. No início do século passado, a
família era constituída exclusivamente a partir do casamento, único preceito existente para tal.
Como desdobramento dessa concepção unívoca da família, o casamento tinha o condão de
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moralizar as relações sexuais entre homem e mulher, pois só por meio dessas é que era possível
conceber filhos legítimos (DONIZETTI, 2007).
A sociedade, com o passar dos anos, foi se modificando, igualmente a concepção de
família, que foi assumindo outras formas e maneiras de se constituírem além do convencional,
ou seja, como antes, a família só poderia ser constituída por homem e mulher e filhos através do
casamento civil e religioso.
Atualmente, as famílias são constituídas de diferentes maneiras, como as famílias
monoparentais, como entidade familiar o núcleo formado por pessoas sozinhas, como solteiros,
descasados, viúvos entre outros, que vivem com sua prole, sem a presença de um parceiro
afetivo; a família homoafetiva que, até bem pouco tempo atrás ainda não obtinha o
reconhecimento ou o contemplação no ordenamento jurídico brasileiro. Mesmo que, aos olhos
da sociedade, esse tipo de família comece a ser visto com certa naturalidade, a matéria ainda
exige uma análise mais cuidadosa, à luz das garantias constitucionais, em especial a dignidade
da pessoa humana. São transformações conceituais abarcadas pela CF/88.
O artigo 226 e seus parágrafos determinam a proteção à família e explicitamente
indicam como entidades familiares aquelas formadas pelo casamento ou união estável, sem
contudo, impingir que esta última seja convertida em casamento formal (convencional). Por
outro lado, contemporaneamente, outros núcleos familiares são formados, por exemplo, por
mulheres ou homens solteiros, avós, tios e netos/sobrinhos, ou ainda por uniões de pessoas do
mesmo sexo.
A família do novo milênio, ancorada na segurança constitucional, é
igualitária, democrática e plural, não mais necessariamente casamentária,
protegido todo e qualquer modelo de vivência afetiva e compreendida como
estrutura socioafetiva, forjada em laços de solidariedade (FARIAS;
ROSENVALD, 2015, p. 10).
Outros requisitos na família contemporânea, como estabilidade e ostensibilidade,
também são apontados pela doutrina majoritária. Essa ruptura com um modelo necessariamente
heteroparental é definitiva, fundada na chefia paterna, propicia o reconhecimento de novos
grupos familiares, demonstrando a possibilidade de estruturas homoparentais (FARIAS;
ROSENVALD, 2015, p. 11).
Mesmo que implicitamente, as garantias dos direitos individuais estão asseguradas pelo
texto constitucional de 1988, com fundamento no princípio da dignidade humana e, portanto, os
novos modelos de família inseridos na sociedade contemporânea também gozam desses
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direitos que são “destinatários imediatos e mediatos os próprios indivíduos, pessoas humanas,
merecedoras de tutela especial, assecuratória de sua dignidade e igualdade” (FARIAS;
ROSENVALD, 2015, p. 10).
No entanto, a nova realidade a partir da qual se mostram as novas concepções de família
carece de harmonização com o sistema jurídico brasileiro. Ou seja, embora os Tribunais
brasileiros ou boa parte deles já tenham começado a reconhecer diferentes arranjos de família,
ainda assim, faz-se necessária a regulamentação legal.
Silva traz uma concepção de família moderna, segundo Andrée Michel:
A noção de papel vinculado ao sexo ou à idade em função de critérios rígidos
desapareceu. A família não é mais um pequeno grupo em função do qual os
indivíduos representavam papeis predeterminados em razão de seu sexo ou de
sua idade. A concepção da pessoa substitui aquele papel vinculado ao sexo ou
à idade. O indivíduo é uma pessoa, um ser humano, que tem liberdade de
escolher seus papeis, a fim de desenvolver todas as suas potencialidades. [...]
Nesta concepção, inidentificável no nível dos comportamentos e dos papeis, o
homem ou a mulher podem superar barreiras do sexo e assumir os papeis
tradicionalmente atribuídos ao outro (MICHEL, 1975, p. 131 apud SILVA,
2014, p. 237).
O modelo patriarcal de família, como era antes no Brasil, já quase não existe mais. As
convenções, por vezes, abrem espaços para novos núcleos denominados de família, como as
uniões homoafetivas. “A procriação, o desejo de ter um herdeiro, como primeiro objetivo do
casamento tradicional é substituído pela procura da intimidade e da felicidade ao mesmo tempo
na relação entre pais e filhos e na relação conjugal” (SILVA, 2014, p. 238). Dessa colocação,
podemos extrair que os casais formados com pessoas do mesmo sexo também desempenham
papeis de mães e pais, com todos os direitos e deveres legais.
As famílias contemporâneas vêm criando novos conceitos, novos modos de viver,
exibindo novas formas, se transformando, “num tempo histórico e social, para uma vida em
comum e um fim, ou um esperado acontecer, da reprodução – biológica e social” (MOTTA,
1998, p. 13). Então, passou a criar novas articulações de gênero, e elaborar novos códigos
sociais.
No entanto, emergem daí diferentes questões, como as relativas ao parentesco
sanguíneo na maternidade e paternidade. As técnicas de reprodução conceptiva apartam a
reprodução da sexualidade e rompem com o determinismo biológico, como também derrubam
a certeza de que a mulher que pariu a criança seria naturalmente a mãe. Surge, então, a família
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artificial “com personagens que se distinguem em mãe biológica (mãe que “empresta” o útero
ou doa os óvulos), exercendo a maternidade substitutiva e o pai biológico (pai que doa os
espermatozoides), cumprindo a paternidade genética. Do mesmo modo, se estabelecem a mãe e
o pai sociais, aos quais cabem exercer a atividade de maternagem com o bebê” (GRADVOHL;
OSIS; MAKUCH, 2014, p. 59).
São gerações futuras com origens incertas ou duvidosas, vidas que possivelmente
clamem, de alguma forma, por respostas. Onde buscar respostas sobre sua origem? “Eu tenho
duas mães”, ou “Eu tenho dois pais”? Ou nenhum? Não são divagações, são situações reais. São
seres advindos de processos ou procedimentos tecnológicos, cuja consciência individual estará
sempre pautada em um novo modelo sociocultural.
Também, com a mutação do conceito família, outras questões surgem, como a do
relacionamento entre seus membros, reproduzidos por técnicas conceptivas ou não. Instala-se
ainda, com exceções, a ausência de diálogo, atenuada por vários fatores e causas, como longas
jornadas de trabalho dos pais, busca por melhor qualidade de vida, falta de tempo para dar
atenção aos seus, dentre outros.
2. ESPAÇO DIGITAL: REDES SOCIAIS
Aliado a tudo isso, está outra causa, a tecnológica, a da comunicação, criada para
facilitar a vida do ser humano, reduzir distâncias, ultrapassar fronteiras em tempo real. No
entanto, a mesma tecnologia “criada” para aproximar, também afasta, isola entes que antes
conversavam em ambientes presentes. Hoje, dedilham em seus teclados, isentos de emoções, de
calor humano, de presença física, pais, filhos, avós, amigos e outros caros ao relacionamento
diário. Ferreira Gullar (1989, p. 15) dizia que vivemos tempos “onde se torna cada dia mais
clara a necessidade de despertar e cultivar o que há de humano no homem”.
Com o advento da internet, a globalização mundial foi acelerada. Fronteiras foram
rompidas e os “mundos” começaram a se interagir. Ainda assim, a internet formada por uma
extensa e complexa rede de computadores encurtou caminhos e uniu povos. E, nessa infinita
teia, estão as redes sociais digitais, que podem produzir efeitos inimagináveis.
A clusterização das redes no espaço online aproxima grupos sociais que são,
por si, diferentes ou heterófilos. Essa aproximação faz com que novas formas
de conflito e focos de violência discursiva tornem-se mais evidentes nas
conversações. Comportamentos violentos podem espalhar-se de forma mais
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viral, uma vez que as diferenças fiquem mais evidentes (RECUERO, 2012, p.
2).
Souza explica que:
A Internet é algo enorme e espantoso, mas feita de computadores, o que
significa que nem tudo a seu respeito é tão simples como deveria ser.[...] A
Internet também conhecida como Net, é a maior rede de computadores do
mundo. Uma rede de computadores é basicamente um grupo de computadores
interligados entre si de alguma forma. Em conceito, é uma espécie de rede de
TV ou de Rádio, que conecta um grupo de estações de rádio ou de TV para
que elas possam compartilhar, por exemplo, programas televisivos (SOUZA,
2008, p. 23).
A partir da popularização da internet, os consecutivos avanços tecnológicos marcaram
as últimas décadas e, de certa forma, romperam com modelos sociais, mudando padrões de
comportamento (e maximizando características como o individualismo humano, antes já
presente), como as redes sociais digitais, que estão cristalizadas em todo o meio social.
Nesse sentido, Castells (1999, p. 497) afirma que “a presença na rede ou a ausência dela
e a dinâmica de cada rede em relação às outras são fontes cruciais de dominação e
transformação de nossa sociedade”. E, diz ainda que “são estruturas abertas com possibilidade
de expansão ilimitada, desde que os novos nós compartilhem os mesmos códigos de
comunicação” (CASTELLS, 1999, apud Acioli, 2007, p. 8).
Podemos dizer que as redes sociais são ferramentas digitais com possibilidades
inimagináveis, de alcances incomensuráveis. “Essas ferramentas ainda são muito recentes,
assim como o fenômeno da conversação em rede” (RECUERO, 2012, p. 3).
Na visão de Recuero,
Essas ferramentas proporcionaram, assim, que atores pudessem construir-se,
interagir e comunicar com outros atores, deixando, na rede de computadores,
rastros que permitem o reconhecimento dos padrões de suas conexões e a
visualização de suas redes sociais através desses rastros. É, neste âmbito, que
a rede como metáfora estrutural para a compreensão dos grupos expressos na
Internet é utilizada através da perspectiva de rede social (RECUERO, 2009, p.
24).
Souza e Cardoso dizem que a expressão “rede social” foi criada pelo antropólogo J. A.
Barnes, em 1953, mas foi conhecida somente em 1954. “Foi empregada para descrever como
noções de igualdade de classes eram utilizadas e de que forma indivíduos usavam laços
pessoais de parentesco e amizade em Bremnes, uma comunidade da Noruega”. Ainda segundo
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Souza e Cardoso, J. A. Barnes “se inspirou nas ideias de Radcliffe-Brown (1940)”, também
antropólogo, “que já falava sobre estrutura social como uma rede de relações” (SOUZA;
CARDOSO, 2011, p. 67).
Os autores relatam ainda que,
Barnes introduz a ideia de redes sociais ao perceber a rede social como uma
rede na qual todos os membros da sociedade ou parte da sociedade estão
imersos. Como membro de uma rede, o indivíduo é percebido como uma
pluralidade de relações. Para Barnes, Elizabeth Bott teria sido uma das
primeiras antropólogas a usar a ideia de rede enquanto uma ferramenta de
análise dos relacionamentos entre pessoas, seus elos pessoais e entre as
organizações do contexto em que se inserem. Na metáfora de Radcliffe
(1940), a rede social envolve todos os membros da sociedade, que existem
independentemente de qualquer investigador (BARNES, 1972, p.161, apud
SOUZA; CARDOSO, 2011, p. 68).
Recuero (2009, p. 24) define rede social “como um conjunto de dois elementos: atores
(pessoas, instituições, ou grupos, os nós das redes) e suas conexões (interações ou laços
sociais)”. A autora analisa as redes sociais sob dois aspectos: como redes inteiras (whole
networks) e as redes personalizadas (ego-centered networks). O primeiro aspecto refere-se à
relação estrutural da rede com o grupo social. Citando Duncan Watts, esclarece que: “as redes,
de acordo com esta visão, são assinaturas de identidade social – o padrão de relações entre os
indivíduos está mapeando as preferências e características dos próprios envolvidos na rede”
(WATTS, 2003, p. 48). E, quanto ao segundo aspecto, dentro do grupo social, “um indivíduo
poderia ser compreendido não apenas através dos grupos (redes) a que ele pertence, mas
igualmente, através das posições que ele tem dentro dessas redes” (RECUERO, 2005, p. 4).
As redes sociais são compostas de indivíduos que formam grupos com as mesmas
características (ou não), formando comunidades. Os grupos buscam identidades, afinidades,
mas distintamente cada componente tem sua posição definida dentro de cada grupo, no espaço
virtual. Apesar de presentes, os grupos se tornam não-presentes nesse imenso espaço virtual.
Apesar de “não-presentes”, essa comunidade está repleta de paixões e de
projetos, de conflitos e de amizades. Ela vive sem lugar de referência estável:
em toda parte onde se encontrem seus membros móveis.... ou em parte
alguma. A virtualização reinventa uma cultura nômade, não por uma volta ao
paleolítico nem às antigas civilizações de pastores, mas fazendo surgir um
meio de interações sociais onde as relações se reconfiguram com um mínimo
de inércia (LÉVY, 1996, p. 20).
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Mesmo não-presentes, os sujeitos desta ou daquela comunidade se fazem presentes
dentro de um contexto real e, ao mesmo tempo não real, pois, aqui ou ali, estão de certa forma
presentes pela conectividade. É a permissibilidade das redes sociais digitais. De igual modo, as
redes que podemos dar status de coletivas pela sua infinita capacidade de abrangência impõem
o individualismo. Embora saibamos que as redes tenham um ponto de partida, em algum lugar,
no tempo ou no espaço, ela desterritorializam no espaço virtual.
Lévy cita como exemplo, “quando uma pessoa, uma coletividade, um ato, uma
informação se virtualizam, eles se tornam „não-presentes‟, se desterritorializam. Uma espécie
de desengate os separa do espaço físico ou geográfico ordinários e da temporalidade do relógio
e do calendário” (LÉVY, 1996, p. 20).
As redes sociais (digitais) é uma realidade social contemporânea. Estamos inseridos
numa rede complexa que, de certa forma, nos coloca dentro de um mundo virtual, onde a todos
é dada a possibilidade de se comunicar, de se expressar, de se mostrar presentes, embora não
estando ali. As redes sociais nos tornam visíveis, mas ao mesmo tempo, sujeitos anônimos, se
assim quisermos e desejarmos.
São interessantes e oportunos os esclarecimentos de Souza e Cardoso: “esse
emaranhado que dá forma à malhagem, observa-se que a forma organizacional da sociedade se
perpetua desta maneira, em torno das redes sociais” E, buscando o posicionamento do
sociólogo alemão Georg Simmel, que segundo o qual, a rede “é feita de agregações, separações,
coletividade e individualidade, sucessivas e simultâneas” (SOUZA; CARDOSO, 2011, p. 66).
E, descrevem a rede a partir do ensaio de Simmel, publicado em 1909, intitulado “A ponte e a
porta”.
Segundo os mesmos autores,
a ponte, para o pesquisador, provê a realidade visível da distância em relação
ao outro, instaurando o desejo de perpetuar o elo de ligação com este. Esta
seria a imagem do desejo dessa ligação, dessa agregação, que é próprio da
vida em sociedade. E, a porta, segundo Simmel (1909), seria aquela que
separa, que mantém a interioridade, a individualidade, que não quer contato
profundo com o outro, que fecha o homem em si mesmo, evitando a
socialização. Entretanto, ela seria essa socialização que mantém essas
distâncias que compõem o indivíduo. Para o sociólogo, a vida social se
estabelece neste ciclo de passagens sucessivas, com indivíduos que se
agregam e que se isolam da ponte à porta e vice-versa. A metáfora de Simmel,
criada no início do século passado, caracteriza, de forma clara, a vida
contemporânea em sociedade (SOUZA; CARDOSO, 2011, p. 66).
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Na visão de Acioli, “a ideia que permeia a metáfora de redes, é a de indivíduos em
sociedade, ligados por laços sociais, os quais podem ser reforçados ou entrarem em conflito
entre si” (ACIOLI, 2007, p. 3).
As redes sociais são partes integrantes das transformações sociais, influenciando
comportamentos, ideologias, modificando hábitos e costumes, influenciando tendências,
permitindo (novos) arranjos sociais. E, nesse universo virtual, de tantas possibilidades,
podemos inserir os novos núcleos de família, que foram ao longo do tempo se transformando,
formando novos arranjos. Essa pluralidade de núcleos familiares começou a ter forma e se
concretizar, a partir da Constituição brasileira de 1988.
3 FAMÍLIA E AS REDES SOCIAIS
As redes sociais representam avanços tecnológicos que, de certa forma, atingem o
núcleo familiar e passaram a influenciar os relacionamentos que ocorrem neste âmbito. As
redes sociais digitais transformaram o mundo, pois são consideradas:
[...] uma estrutura composta por pessoas e organizações que estão conectados
por relações e compartilham valores e objetivos comuns, um termo que sugere
fluxo, movimento, apontando os padrões das relações que incorporam os
conceitos utilizados tradicionalmente pela sociedade (SOUZA; CARDOSO,
2011, p. 67).
A família, como elemento socializador indispensável e imprescindível na construção do
indivíduo, ao se conectar a essas redes, tem a sua realidade radicalmente tranformada,
permitindo que o ciberespaço, “universo das redes digitais [...] lugar de encontros e aventuras,
terreno de conflitos mundiais” [...] (LÉVY, 1998, p. 104), passe a ser o ambiente comum das
comunicações, entre seus membros. Mas, e aqueles que não se conectam, que não têm acesso a
essas redes, estão fadados a ficarem à margem do núcleo familiar por não as dominar?
Especificamente, o que acontece com os os jovens, também integrantes do núcleo familiar que,
normalmente, têm grande domínio sobre esses ambientes, chamados de redes sociais? Por
vezes, estes não abrem mão do Facebook, por exemplo, entre outros meios, em detrimento da
convivência familiar.
Conforme destacam Castells e Cardoso (2005) citados por Souza e Cardoso (2011, p.
73), “a comunicação em rede transcende fronteiras, a sociedade em rede é global, é baseada em
redes globais”. Nesse universo, as pessoas de uma mesma família, conectadas por meio das
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redes sociais digitais, possuem um laço que as ligam e são capazes de se comunicarem de forma
imediata as suas sensações, emoções, necessidades, servindo a toda espécie de informação que
se queiram transmitir. Por esse motivo, as pessoas que se encontram desconectadas passam a se
sentir à margem da família, rejeitadas quando visitam um neto e ele sequer sai do computador
para interagir – exatamente porque ele acha que as redes passaram a ser não a melhor, mas a
única forma de troca/relacionamento existente na sociedade contemporânea.
Nesse contexto, vale observar que a saúde familiar pode estar comprometida,
potencializando conflitos, contaminando os demais entes da família, principalmente a relação
de filhos e pais ou responsáveis. E, em muitos casos, esses conflitos se tornam círculos viciosos,
trazendo inclusive transtornos psicossomáticos (ou não), tanto para aqueles inseridos na teia
das redes sociais digitais, quanto para os que estão à margem delas.
Para Castells, segundo Souza e Cardoso,
ao longo do processo histórico, as redes têm constituído uma grande vantagem
e um grande problema por oposição a outras formas de organização social. Por
um lado, são as formas de organização mais flexíveis e adaptáveis, seguindo
de um modo muito eficiente o caminho evolutivo dos esquemas sociais
humanos (CASTELLS, 1999, apud SOUZA; CARDOSO, 2011, p. 72).
Acioli (2007) diz que podemos pensar que nesse mundo em redes, onde há mais
quantidade do que qualidade de informação, a possibilidade de fragmentação de saberes e
culturas, e portanto de sujeitos, é muito grande.
Giddens diz que:
As tendências globalizantes da modernidade são simultaneamente
extensionais e intencionais – elas vinculam os indivíduos a sistemas de grande
escala como parte da dialética complexa de mudança nos polos local e global.
Muitos dos fenômenos frequentemente rotulados como pós-modernos na
verdade dizem respeito à experiência de viver num mundo em que a presença
e ausência se combinam de maneiras historicamente novas (GIDDENS, 1991,
p.175-176, apud ACIOLI, 2007, p. 9).
As redes sociais digitais, sem dúvidas, constituem, além de um grande avanço
tecnológico que propiciam (re)encontros de pessoas distantes, estreita laços, divulgam notícias
importantes, formam opiniões, compartilham, entre outras possibilidades, possibilidades de
afastamento e individualização das pessoas.
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CONCLUSÃO
As famílias contemporâneas, nessas várias configurações, estabelecem novas formas de
comunicação por meio das redes sociais digitais – uma realidade que ora favorece os
relacionamentos, ora estabelece conflitos entre familiares, amigos, pessoas não conhecidas,
conectados a essas redes, além daqueles que estão à margem desses recursos tecnológicos
utilizados como veículo de comunicação nos relacionamentos interpessoais e familiares.
Por outro lado, há que se pensar o quão dependentes muitas pessoas passaram a ser
dessas redes, como se deve manusear essa ferramenta e qual o grau de interferência acarreta nas
relações interpessoais, propiciando aproximação de entes distantes - e, por vezes,
distanciamento os mais próximos, nos permitindo equalizar que tudo pode ser uma questão de
utilização racional e percepção dos mesmos.
Diante dos avanços tecnológicos, há a necessidade de alerta quanto aos relacionamentos
no âmbito familiar, a título de prevenção, para que a essência da família como núcleo formador
do sujeito não se perca. Lembrando que este fenômeno, o das redes sociais digitais, tanto une
quanto afasta pessoas de seu convívio normal, onde tem calor humano, presença física, e tudo o
mais necessário entre seres humanos. Além disso, é preciso (re)pensar a família como a base de
uma sociedade estruturada.
Parecem paradoxais tais entendimentos, uma vez que vivemos na era da informação e
do imediatismo, onde se propaga a ausência do comprometimento nas relações interpessoais,
visto que a fragilidade existente dos laços humanos floresce à medida em que são misturadas,
condensadas, momentâneas e volúveis as relações, em um mundo, cada vez mais dinâmico,
fluido e veloz, em tempo real/virtual.
Nesse universo tão complexo, até mesmo inimaginável pelo seu alcance, as pessoas,
longe ou perto, podem se comunicar. Amigos, pais, conhecidos, empresas, governos, todos,
indistintamente, podem se comunicar, se ver e se falar. Nessa teia virtual, ao mesmo tempo,
todos estão de alguma maneira individualizados, sozinhos, dentro de um imenso espaço
virtualizado, se tornando presentes.
REFERÊNCIAS
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