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A inserção da mulher no mercado de trabalho: Um estudo de caso sobre igualdade de
gênero em uma empresa do ramo siderúrgico
Thaísa Jordão de Oliveira Balbi Silva
Thaísa Santos Leal
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo analisar o histórico da inserção da mulher no mercado de
trabalho em uma empresa do ramo siderúrgico, localizada no interior do Rio de Janeiro. O
referencial teórico apresenta a evolução por décadas da inserção feminina no mercado de
trabalho e a situação atual do setor siderúrgico. Buscou-se verificar, através de um estudo de
caso a atual realidade do panorama da mão de obra feminina na siderurgia. A pesquisa foi
realizada em todos os níveis de cargos, para um mapeamento completo dos ambientes aos
quais à mulher de fato estaria inserida. O estudo permitiu verificar a ascendência do trabalho
feminino mesmo que ainda pequeno, tanto em funções operacionais como administrativas na
empresa em estudo, contribuindo com informações relevantes para trabalhos futuros sobre o
tema.
Palavras - chave: mercado de trabalho, mão de obra feminina, gênero.
Abstract:
This paper aims to analyze the history of the insertion of women in the labor market in a
company of the steel industry, located in the state of Rio de Janeiro. The theoretical
framework presents the evolution for decades of the female insertion in the labor market and
the current situation of the steel sector. It was sought to verify, through a case study the actual
reality of the panorama of female labor in the steel industry, the research was carried out at all
levels of services, for a complete mapping of the environments to which the woman would
actually be inserted. The study allowed to verify the ascendancy of the feminine work,
although still small, both in operational and administrative functions in the company under
study. Contributing with information relevant to future work on the topic.
Keywords: labor market, female labor, gender
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1. Introdução
Sabe-se que a mulher precisou lutar contra uma cultura onde as mesmas eram criadas
para cuidarem da casa, filhos e marido. Enquanto os homens saiam para o trabalho em busca
do sustento da família. Esse perfil familiar se prolongou por muito tempo na sociedade.
Porém, segundo Girão (2001) houve a necessidade de complementar a renda da família
durante a revolução industrial, e a mulher precisou ser introduzida ao trabalho, segundo o
autor aconteceu de maneira um tanto quanto imposta além das tarefas árduas, tendo em vista
que a remuneração não era adequada.
O perfil social da família alterou-se com o passar do tempo, para Souza e Guedes
(2016) a mulher deixou de ser vista como dona de casa, ou seja, o perfil tradicional familiar
fragilizou-se, com isso segundo o autor o homem deixou de ser o único responsável pelo
sustento de sua família. Segundo Bruschini (2007) fatores como demografia, padrões culturais
e valores no papel social da mulher modificaram o padrão feminino, cada vez mais voltado à
remuneração como reconhecimento do trabalho. Considera-se também segundo a autora a
expansão da escolaridade e o ingresso nas universidades. Contudo, não deixou de realizar
trabalhos ditos como marginais, como o doméstico.
Ainda hoje, é notória a segregação de gênero dentro das organizações. Sendo o tema
atual e relevante, se fazendo necessária a discussão para contribuir com o alcance da
equiparidade. Pois apesar do inegável aumento da participação feminina nos mercados
nacionais e mundiais para Corrêa (2004), a expansão da participação no mercado não resultou
no fim da desigualdade dentro das empresas.
Para o estudo, foi realizada uma analogia do contexto histórico com a realidade
vivenciada atualmente em uma indústria siderúrgica localizada no interior do Sul Fluminense,
comparando com a realidade do setor no âmbito nacional. Buscou-se verificar em
circunstâncias gerais de cargos e áreas a disponibilidade de mão de obra feminina, tanto em
setores administrativos como em operacionais.
Diante ao exposto, o objetivo geral deste estudo foi analisar a inserção da mulher no
mercado de trabalho, com base em uma indústria siderúrgica. E para se chegar as devidas
conclusões, os objetivos específicos deste trabalho será realização de uma analogia do
contexto histórico com a realidade vivenciada na indústria analisada, além de comparar a
empresa analisada com o setor industrial, verificar a disponibilidade de mão de obra feminina,
tanto em setores administrativos como em operacionais da empresa analisada e também,
verificar a igualdade de gênero dentro da indústria analisada.
Ao longo da história a mulher sempre enfrentou dificuldades ao se impor no mercado
de trabalho, porém aos poucos conseguiu conquistar seu espaço. Mas ainda sim existem
ambientes organizacionais predominados pelos homens. A inserção da figura feminina em um
destes ambientes acompanhou a ascensão no mercado de trabalho como um todo? Existem
diferenças entre os cargos ocupados por homens e mulheres dentro de uma empresa
siderúrgica? É preciso responder estas e outras questões para analisar a igualdade de gênero
no setor de estudo.
Para se chegar às conclusões necessárias o artigo foi dividido em cinco tópicos. A
seguir será exposto o Referencial Teórico, onde o primeiro subtópico descreveu sobre os
fatores históricos das mulheres com relação a sua trajetória de trabalho, no segundo subtópico
foi feito uma análise sobre o panorama do setor siderúrgico, porém com relação à mão de obra
masculina x feminina. O terceiro tópico tratou-se da metodologia escolhida, além das
restrições encontradas. Em seguida são apresentados os resultados e discussões, expondo os
dados coletados na organização onde foi realizado o estudo e comparando com indicadores
nacionais. Por último, foram feitas as considerações finais necessárias sobre o tema.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Histórico da inserção feminina no mercado de trabalho
Durante a Revolução Industrial, de acordo com Girão (2001), a necessidade de
complementação da renda familiar acarretou no ingresso das mulheres no mercado de
trabalho de forma mais intensa. Sendo introduzidas ao trabalho de maneira forçadas,
aceitando tarefas penosas e mal remuneradas. Para Paoli (1985), a utilização da mão de obra
feminina no início do século XIX era majoritária no setor têxtil. Utilizando está mão de obra
para abaixar custos com salários e substituir operários em tempos de crise.
Com o passar das décadas, segundo Sousa e Guedes (2016), um novo modelo social
foi surgindo gradativamente, e com isso fragilizando o modelo que posiciona o homem como
provedor e a mulher como cuidadora. De acordo com o autor, no início do século XX, a
mulher era vista pela sociedade como dona de casa e responsável pela criação dos filhos,
enquanto o homem buscava o sustento da família.
Para Corrêa (2004), a partir da Primeira Guerra Mundial a presença da mulher nos
setores primário, secundário e terciário da economia evidenciou-se. Ocupando os espaços
industriais e de serviços, e não apenas o rural. Portanto, para o autor, foi ao longo do século
XX que as mulheres foram inseridas na força de trabalho mundial, em nível de participação
no mercado equiparável ao dos homens.
Segundo Samara (2002), a inclusão das mulheres no ambiente de trabalho no decorrer
do século XX é marcada pela inserção em atividades como prestação de serviços (médico e
advocacia) e ocupações em diferentes ramos da indústria. Nos séculos anteriores, a grande
maioria da mão de obra feminina estava alocada em atividades marginais ao processo de
produção, com remuneração abaixo do pagamento da mão de obra masculina.
O aumento da participação feminina no mercado de trabalho formal é um processo
que, ao longo do século XX vai se acentuando, mas há que se considerar sempre a
inserção nos setores informais e a importância do trabalho domiciliar que contribui
para o orçamento familiar, mas que não aparece contabilizado. (SAMARA, 2002,
p.33)
No entanto, segundo Bruschini (1998), apenas a partir da década de 70 houve um
aumento significativo da presença feminina no mercado de trabalho brasileiro. A autora
enumera como motivos para este aumento: a consolidação da industrialização e modernização
urbana, tornado favorável à incorporação de trabalhadores e trabalhadoras; o aumento das
desigualdades sociais e de rendas, levando a necessidade das mulheres de completar a renda
familiar; a intensificação do consumo e transformações ideológicas.
Quanto à industrialização e modernização urbana do país, Neves (1995) ressalta que
houve uma procura maior por mão de obra feminina em setores como têxtil e eletrônico, para
tarefas que exigiam maior destreza, minúcia a habilidades. Quanto às transformações
ideológicas, Bruschini (1998) afirma que as mudanças nos padrões de comportamento,
valores e papel social da mulher, decorrente do movimento feminista, levaram ao aumento da
mão de obra feminina.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na década de
70, a mão de obra feminina concentrava-se no setor terciário (69,3%), seguido pelos setores
de serviços (38,8 %), atividades sociais (16,1%), indústria de transformação (9,9%), comércio
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(6%), administração pública (2,6%), outras atividades industriais (0,4%) e outras atividades
(4,9%).
O arranjo ocupacional feminino nas décadas de 1980 e 1990 caracterizava-se por dois
segmentos: administrativo e em serviços de higiene e auxílio à saúde, representando 50% dos
empregos femininos, afirma Bruschini e Lombardi (2003). Porém, segundo as autoras,
contrapondo as ocupações precárias, as mulheres com formação acadêmica adentraram áreas
de prestigio como advocacia, medicina e engenharia, tradicionais redutos masculinos. Isto
pode ser considerado uma das faces do progresso alcançado pelas mulheres em relação à sua
participação no mercado de trabalho.
Ainda que os postos de trabalho para essas profissionais tenham pequena
significação numérica no conjunto dos empregos de ambos os sexos, o que importa
aqui é a crescente participação feminina nesses nichos, ampliando as possibilidades
de uma inserção qualificada no mercado de trabalho. (BRUSCHINI e LOMBARDI,
2003, p. 346).
Durante estas décadas é possível observar a tendência de incorporação da mulher na
força de trabalho. Em 1973, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio
(PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apenas 30,9% da
População Economicamente Ativa (PEA) era feminina. Já em 1999, o número passou para
41,4%. Dados do IBGE indicam o acréscimo de mais de 10 milhões de trabalhadoras entre
1970 e 2010.
As mulheres exerceram um papel de relevância maior no crescimento da população
ativa do que os homens, entre 1980 e 1990. Entre os fatores que indicam esta mudança foram
o aumento da taxa de atividade feminina contra a estagnação da masculina, a queda da
fecundidade ocasionando na menor dedicação aos filhos e maior tempo para o trabalho fora
de casa, expansão da escolaridade, e a continuação das transformações sociais (BRUSCHINI,
1989).
Segundo Bruschini e Lombardi (1996), o aumento da participação feminina ocorreu
devido à expansão dos empregos em áreas da administração pública e comércio. Neste
contexto, para as autoras, o aumento da participação das mulheres no mercado ao longo dos
anos 80 foi marcado pelo aumento significativo no número de trabalhadoras e pela
diversificação de espaços ocupados.
Porém nos anos 90, segundo Lavinas, Barted (1996), as transformações na economia,
com reflexos no mercado de trabalho, marcaram um cenário de crescente taxa de desemprego
e redução das taxas de atividades. Desta forma, para os autores, o emprego feminino estava
alocado em ocupações informais e domiciliar ou em postos menos qualificados. Sendo
crescente o os cargos sem carteira assinada.
A partir do Programa de Estatísticas de Gênero, do IBGE (2017), que compara os
Censos Demográficos de 2000 e 2010, é possível perceber a elevação da força de trabalho
feminina no período estudado. Em 2000, a população ocupada, isto é, que exerce atividade
profissional, formal ou não, era de 63.838.412. Sendo 24.176.917 mulheres. Em 2010, a
população ocupada era de 84.755.271, com 35.895.465 mulheres.
Segundo o IBGE (2017) a taxa de atividade é um dos indicadores estruturais que
permite a mensuração do dinamismo do mercado de trabalho. Entre 2000 e 2010, a taxa
permaneceu estável, porém houve variações na segregação de gênero. Em 2000, a taxa para
mulheres era de 50,1 contra 79,7 para homens, sendo a taxa de atividade total de 64,5. Em
2010, a taxa para mulheres aumentou para 54,6, enquanto a taxa dos homens caiu para 75,7,
registrando a taxa total de 64,8. O crescimento da taxa reflete a ampliação da participação das
mulheres no mercado.
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Paoli (1985) destaca que a mão de obra feminina era desvalorizada em função de
características ditas femininas, como docilidade, capacidade de adaptação às condições
operacionais e disciplinares, paciência para lidar com trabalhos repetitivos. Tal concepção,
conduzia as mulheres a condições inadequadas de trabalho. Bittencourt (1980) ressalta que
uma das particularidades da inserção da mulher no mercado de trabalho é o fato de que as
mudanças no capitalismo possibilitaram a maior participação do mercado de trabalho.
Segundo a autora, possibilitando a saída do ambiente doméstico.
Em contrapartida, Corrêa (2004) afirma que o aumento da presença da mulher no
mercado de trabalho influenciou as empresas a buscarem se diferenciar no mercado
competitivo através da ênfase a características tipicamente ditas femininas como sensibilidade
e flexibilidade. O autor ressalta também, a conquista de espaço em diversos ramos, não
apenas em números de ocupação de postos de trabalho, mas a melhoria na escolaridade e a
maior presença em cargos de gerência. No entanto, para Corrêa (2004), a expansão da
participação no mercado não resultou no fim da desigualdade dentro das empresas. Ainda há
desníveis salariais, dominação autoritária e barreiras culturais que impedem a ascensão
feminina.
Thiry-Cherques e Pimenta (2003) observam que apesar do aumento de cerca de 15%
da participação feminina no mercado por década, a equiparidade entre homens e mulheres
ainda não foi alcançada devido ao preconceito com o desempenho funcional feminino, como
os relacionados com questões biológicas, e o preconceito relacionado com o condicionamento
cultural, que limitam as mulheres como frágeis e limitadas intelectualmente.
No âmbito das organizações, para Miranda (2006), a flexibilização dos valores
tradicionais não significa alterações na dinâmica interna das organizações, nas necessidades e
desejos que determinam os papéis estipulados para os gêneros masculinos e femininos.
As relações de trabalho ganham novos significados e complexidades a partir da
inserção feminina no espaço organizacional. Muito embora as sociedades ocidentais
estejam progressivamente incrementando e operacionalizando o discurso igualitário
entre homens e mulheres em áreas como cultura, educação, mudanças são escassas
quando se analisa a divisão hierárquica do trabalho. (MIRANDA, 2006, p.7).
Para a autora, a entrada das mulheres no mercado de trabalho potencializou a
necessidade da discussão do fenômeno teto de vidro. Miranda (2006) afirma este fenômeno
ainda é pouco teorizado e abordado nas análises das organizações brasileiras. Segundo a
autora, o conceito surgiu nos anos 1980, nos Estados Unidos, para descrever uma barreira,
sutil e transparente, mas que impossibilita a ascensão das mulheres em cargos mais altos da
hierarquia organizacional. Afetando as mulheres, independente dos seus avanços individuais,
por causa do seu gênero.
Conforme Coelho (2006) existem duas vertentes que buscam explicar o teto de vidro.
A primeira enfatiza a discriminação, por preferência onde se prefere um homem no mesmo
com produtividade idêntica à de uma mulher, ou por discriminação estatística, a partir do
estigma social de que a produtividade da mulher seria inferior há do homem. Segundo Coelho
(2006), a discriminação é influenciada pelos fatores psicológicos e culturais do ambiente no
qual a empresa está inserida.
A segunda vertente, de acordo com Coelho (2006), seria a diferença comportamental.
Esta vertente pressupõe que mulheres teriam utilidades marginais maiores do que as dos
homens em atividades fora da empresa, como cuidar dos filhos, causando vínculos instáveis
com a empresa. Para a autora, o fenômeno teto de vidro só ocorre quando se visa alcançar
cargos de comandos. Quando a mulher ultrapassa as barreiras, as competências e
qualificações são evidenciadas.
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A partir da análise feita por Degraff e Anker (2004), é possível compreender a
desigualdade de gênero dentro do mercado de trabalho e empresas com base em teorias
divididas em três grupos. O primeiro grupo é composto pelas teorias neoclássicas, que
enfatizam o papel do capital humano, como a educação e experiência. O segundo abrange as
teorias de segmentação do trabalho. Para os autores, esse grupo supõe que o mercado de
trabalho é influenciado por fatores institucionais, dividindo o mercado em setores primário e
secundário. E, por último, o grupo das teorias de gênero/feministas. Para os autores, este
grupo enfatiza o trabalho das mulheres fora do meio organizacional, isto é, no âmbito
doméstico, como desvantagem que acarretou na segregação ocupacional por sexo.
É importante ressaltar que além das dificuldades dentro das organizações enfrentadas
por mulheres, as mesmas ainda precisam executar funções domésticas e com os filhos quando
chegam em sua casa. Segundo (HIRATA, KERGOAT, 2007). É comum que em muitas
dessas casas onde, as tarefas domésticas como lavar e passar sejam designadas a uma terceira
pessoa, ou seja, uma empregada doméstica. Logo os compromissos diários são repassados a
outras mulheres. Mas o que não retira das donas das casas a responsabilidade de ensinar e
supervisionar a funcionária.
Ao questionar os casais sobre as tarefas domésticas os homens
têm uma participação de coadjuvante, ajudante isso segundo
informações cedidas pelas mulheres, já quando os homens
foram relatar sobre eles mesmo disseram ter uma participação
maior da que foi respondida pela companheira. E esta
participação masculina está na maior parte com relação aos
cuidados com os filhos, enquanto a manutenção do lar fica
com a esposa. (JABLONSKI, 2010)
2.2 Panorama do setor siderúrgico.
Ao retomar os aspectos históricos sobre a inserção do trabalho feminino, Gardey
(2003), afirma que as categorias econômicas e sociais omitiam as atividades femininas
desconsiderando o trabalho doméstico e no campo, nos séculos anteriores. Sendo assim, as
mulheres apenas foram consideradas trabalhadoras de fato ao integrarem cargos produtivos
fabris. O autor ressalta que desde o início do processo de industrialização, o estigma de não
pertencer ao ambiente fabril, e sim ao ambiente do lar é notado.
Na área produtiva, segundo o IBGE, os setores industriais que mais empregam
mulheres são o farmacêutico (22,8%) e químico (18,9%). Em contrapartida, os setores que
menos empregavam mão de obra feminina são o metalúrgico, mecânico, elétrico e de
transporte, áreas tradicionalmente masculinas. No entanto, para Tossato (2009), com a
revitalização do setor industrial metalmecânico e de materiais elétricos, incorporando novos
elementos aos seus produtos finais, incrementos estes que contaram com a incorporação do
trabalho feminino em setores predominantemente masculinos da produção, como a
metalurgia.
Segundo o Instituto Aço Brasil, antigo Instituto Brasileiro de Siderurgia, o grupo de
empregados das empresas associadas é formada majoritariamente por homens. Para o
instituto, está maioria reflete a configuração histórica da mão de obra desta indústria, no
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passado associada às atividades de esforço físico. Entretanto, os últimos anos foram marcados
pelo aumento da participação de mulheres em funções antes apenas exercidas por homens.
Em 2007, segundo o Instituto Aço Brasil, a participação da mão de obra feminina
cresceu 8% em relação a 2006. Sendo a maior concentração em cargos de nível superior e
administrativo, totalizando 29% do efetivo em cada categoria. Neste ano, as mulheres
representavam 7% do número de cargos de gerencia e 1% dos cargos operacionais. Em 2009,
de acordo com dados do instituto, apesar da redução do número total de efetivos, houve o
aumento de 3% na contratação de mulheres. Neste ano o número de mulheres em cargos de
gerencia passou para 15%.
Segundo o Instituto Aço Brasil, entre 2012 e 2016 é possível notar um acréscimo da
presença feminina no efetivo total de colaboradores das empresas. Nos anos seguintes a 2013,
as mulheres voltaram a representar 8% do efetivo total. Em se tratando de cargos, a maior
parte das mulheres atuantes nas empresas do setor trabalha na área administrativa e o
segmento com menor presença feminina continua sendo a área operacional.
3. METODOLOGIA
A pesquisa analisou uma indústria siderúrgica localizada em duas cidades do interior
da região Sul Fluminense. Quanto a sua natureza, a pesquisa se caracteriza como descritiva, e
segundo Gil (2008), a modalidade descritiva possui o intuito de relatar os aspectos de uma
determinada população/fenômeno relacionando com variáveis. Neste caso, o fenômeno
analisado foi a inserção da mão de obra feminina no setor siderúrgico, tendo como variáveis a
igualdade de gênero e os níveis hierárquicos da organização estudado.Neste caso, foi feita a
relação da variável gênero feminino na inserção de trabalhadores na área siderúrgica.
Ao que se refere ao procedimento metodológico a pesquisa é um estudo de caso.
Segundo Yin (2001), o estudo de caso é um método abrangente que engloba planejamento,
coleta e análise de dados, com abordagens qualitativas ou quantitativas, e ainda de acordo
com Fonseca (2002), o estudo de caso visa conhecer profundamente as características de uma
determinada questão que se considera como única. Não podendo o pesquisador interferir
sobre os fins a serem estudado. No presente artigo, o estudo de caso foi realizado na indústria
do setor siderúrgico em questão.
Quanto a sua abordagem, a pesquisa se caracteriza como qualitativaDe acordo com
Goldenberg (1997), a pesquisa qualitativa estuda o aprofundamentodo entendimento de uma
organização ou grupo social. Possuindo como características a delineação do fenômeno,
hierarquização das ações de descrever, entender e esclarecer, o sentido da teoria e seus dados
empíricos. Gerhardt e Silveira (2009) explicam que uma pesquisa qualitativa não tem
preocupação com a relevância numérica e estatística, a percepção de uma sociedade é o que
de fato importa.
Posto isto, o presente artigo, analisou uma indústria siderúrgica, localizada na região
Sul Fluminense. A empresa possuiu dois pólos situados em duas cidades da região uma com
aproximadamente 265.201 habitantes em 2017, e a outra com 50.779 habitantes, segundo o
IBGE. O efetivo dos dois pólos da companhia era composto por aproximadamente 11.500
colaboradores, em agosto de 2017, período que foi realizada a análise. A indústria está
diretamente conectadaà história e ao crescimento da região Sul Fluminense, sendo
responsável por milhares de cargos de trabalho durante décadas. A pesquisa analisou apenas o
efetivo localizado nas duas plantas da região, sendo este o efetivo siderúrgico. Ressalta-se que
o efetivo coorporativo, localizado em São Paulo, não foi analisado.
Realizou-se uma coleta de dados, através de relatórios gerados pelo sistema
operacional utilizado pela empresa, a fim de verificar a distribuição de gênero do efetivo, no
mês de agosto de 2017. Foram coletadas informações de gênero e cargo do efetivo da
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91%
9%
Homem
Mulher
indústria. Também foram analisados os indicadores de admissão por décadas, a partir de
1990. Desta forma foi possível observar o desenvolvimento da ocupação feminina dentro da
indústria siderúrgica analisada.
Ao utilizar indicadores de gênero do setor siderúrgico, do relatório do Instituto Aço
Brasil, organização na qual o objeto do estudo faz parte, foi possível comparar os números da
indústria analisada com a média de suas concorrentes. A fim de observar se a mesma está de
acordo com as tendências do mercado. O Instituto foi fundado em 31 de maio de 1963 e tem
como objetivo congregar e representar as empresas brasileiras produtoras de aço, defender
seus interesses e promover seu desenvolvimento.
Ressalta-se a recusa da empresa em participar da pesquisa através da aplicação de
questionários e entrevistas. Desta forma, não foi possível fazer uma análise da percepção das
mulheres que trabalham na indústria. Em contrapartida, a empresa disponibilizou o relatório
“Pesquisa da diversidade”, realizada pela coordenação de treinamento e desenvolvimento da
empresa. O relatório apresenta informações sobre a distribuição de gênero dentro da empresa,
apresentando dados que foram utilizados na discussão de resultados deste artigo.
4. RESULTADO E DISCUSSÃO
A presente seção discorrerá sobre as características da população estudada. Na região
onde a empresa está localizada as mulheres representam 52% da população. No entanto,
apesar da maior parte da população ser de mulheres, dentro da organização analisada o
número de mulheres corresponde a 9% do efetivo (gráfico 1), mostrando o desequilíbrio de
gênero no efetivo. No entanto, o percentual da empresa é superior à média atual de 8% do
Instituto Aço Brasil (2017).
Gráfico 1: Distribuição do efetivo empresa analisada
Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: Distribuição do efetivo por gênero na empresa
analisada
Nos gráficos 2 e 3 é observada a distribuição de cargos na empresa analisada e no
Instituto Aço Brasil. Nos cargos de nível operacional, técnico, superior a empresa está acima
da média do instituto. Já nos cargos de nível de supervisão e gerencia, empresa está abaixo da
média.
Conforme analisado pelo Instituto Aço Brasil (2016), o baixo número de mulheres
dentro da empresa estudada pode ser explicado pela atividade-fim da mesma. Sendo o
processo siderúrgico historicamente conhecido pelas atividades pesadas e masculinas, fato
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que ainda reflete no efetivo da empresa. Esta afirmação pode justificar o baixo número de
mulheres em cargos operacionais. Dentro da empresa, vale ressaltar que nos cargos técnicos, a
grande parte de mulheres estálocalizada em áreas de apoio, realizando serviços
administrativos e em laboratórios, segundo o relatório “Pesquisa da Diversidade”, realizado
pela empresa analisada.
Ainda de acordo com o relatório “Pesquisa da Diversidade”, em nível de cargos
operacionais, o efetivo feminino está distribuído entre 6% nos cargos de operadores, 5% em
cargos de eletricistas e 1% em cargos de mecânico. O baixo número de mulheres nessas
posições acarreta no número de reduzido em de mulheres em cargos de sucessão, como
inspetores de manutenção (5 mulheres) e líder de manutenção (2 mulheres). Os cargos de
analistas dentro da empresa são os que estão mais próximos da equiparidade de gênero: dos
342 analistas (cargos de nível superior, como analistas de RH e logística), 48% são mulheres.
Gráfico 2 – Distribuição de cargos empresa analisada
Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: distribuição de gênero por níveis de cargos na
empresa analisada
Gráfico 3- Distribuição de cargos Instituto Aço Brasil
Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: distribuição de gênero por níveis de cargos a partir de
dados disponíveis do Instituto Aço Brasil.
98% 93%
73%
96% 91%
2% 7%
27%
4% 9%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Operacional Tecnico Superior Supervisor Gerente
Homem Mulher
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Ao observar a liderança dentro da empresa estudada, nos gráficos 4 e 5, é possível
notar que conforme mais alto o cargo menor o número de mulheres. Chegando a zero nos
cargos de gerencial geral e diretoria, dentro das plantas situadas no interior da região Sul
Fluminense. Segundo o relatório “Pesquisa da Diversidade”, dos 480 efetivos em cargos
deliderança, apenas 30 são mulheres. Sendo 15 supervisoras, 10 coordenadoras e 5
gerentes.Segundo Coelho (2006), o baixo número de mulheres nos cargos de gerencia pode
ser explicado através do fenômeno teto de vidro. A autora enfatiza duas vertentes para
explicar o fenômeno: a discriminação e a diferença comportamental entre homens e mulheres.
Gráfico 4 – Liderança empresa analisada
Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: distribuição de gênero do total de efetivos em cargos
de liderança na empresa analisada.
Gráfico 5 - Distribuição de cargos liderança empresa analisada
Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: distribuição de gênero em níveis de cargos de
liderança
94%
6%
Homem Mulher
11
Ao analisar a admissão nas últimas décadas, é possível observar que apesar da redução
do efetivo feminino entre as décadas de 1990 e 2000, nos últimos 17 anos o número
admissões de mulheres manteve estável. Ao analisar as admissões de 2012 até 2016, houve
pouca variação. Observa-se que em 2016, devido a questões econômicas o número de
admissões foi reduzido, acarretando a redução de contratações femininas. Além disso, dentro
da empresa analisada, a uma grande rotatividade de colaboradoras mulheres, sendo a taxa
desligamento feminina igual à da admissão.
Gráfico 6 – Admissões nas últimas três décadas
Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: indicadores de admissão divididos por gênero das
décadas de 1990 a 2010 na empresa analisada
Gráfico 7 – Admissões por ano
Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: indicadores de admissão de 2012 a 2016
distribuído por gênero
11% 9% 9%
89% 91% 91%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
década 1990 década 2000 década 2010
Feminino
Masculino
9% 10% 10% 9% 9%
91% 90% 90% 91% 91%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2016 2015 2014 2013 2012
feminino
masculino
12
5. CONSIDERAÇÕES
A pesquisa possibilitou identificar e analisar o histórico da inserção feminina dentro
do mercado de trabalho, e o atual panorama de uma indústria do setor siderúrgico, da região
Sul Fluminense. A partir da pesquisa bibliográfica, observa-se a intervenção de diversas
variáveis, como culturais e econômicas, durante o processo de inserção. Segundo os dados do
IBGE, é notório o aumento da participação feminina no mercado, principalmente na
população economicamente ativa. No entanto, não se pode marginalizar os empregos
informais e as jornadas duplas e triplas que muitas mulheres são submetidas.
Ao avaliar o setor siderúrgico percebe-se o baixo número de mulheres inseridas, o que
se justifica, segundo o Instituto Aço Brasil, pela atividade-fim do seguimento, que
historicamente é predominado por homens. No entanto, percebe-se o aumento, mesmo que
sutil, no número total de efetivos, das empresas que participam do instituto. Segundo Tossato
(2008), a revitalização do setor, que incorporou novos elementos e incrementos, contribuiu
para o aumento da participação feminina no setor.
A partir da análise dos dados da empresa estudada, percebe-se que a mesma segue a
tendência de inclusão da mão de obra feminina. Com mulheres presentes, mesmo que em
pouco número, em todas as áreas produtivas e administrativas. A natureza do processo
siderúrgico induz a maior presença de mulheres em cargos administrativos e de apoio dentro
da empresa analisada.
Portanto, conclui-se que, apesar de sutil, há a tendência de aumento da inserção da
mão de obra feminina em uma empresasiderúrgica da região Sul Fluminense. Constata-se que
a organização ainda está distante de alcançar a igualdade de gênero, principalmente em cargos
de base, que possibilitam o desenvolvimento da carreira dentro da área siderúrgica. E como
consequência, ocasiona o baixo número de mulheres em cargos como líderes e supervisores.
Observa-se dentro da empresa analisada a necessidade de critério de seleção que
contribuíam para a maior admissão de mulheres em cargos de entrada (operador de produção,
eletricista e mecânico). Além do investimento em capacitação industrial e técnica, como
bolsas de estudos e treinamento. E adequação do ambiente de trabalho, como vestiários e
banheiros, para receber as colaboradoras. Estas medidas poderão contribuir para a atração de
novas colaboradora, sendo possível alcançar a equiparidade de gênero.
Um dos limitantes da pesquisa foi a recusa da empresa ao realizar questionários e
entrevistas. Desta forma, não foi possível analisar as percepções das mulheres que trabalham
na mesma, e a dos seus colegas de trabalho. Através do estudo da percepção, seria possível
analisar o fenômeno do teto de vidro dentro da organização. Sendo esta, uma sugestão para
pesquisas posteriores.
As transformações nas relações de gênero, no sentido da conquista de vínculos mais
igualitários e a quebra dos estereótipos de gênero que envolve homens e mulheres, e ditam
tendências no mercado de trabalho são mudanças fundamentais para que as mulheres possam
desenvolver seus talentos profissionais e suas potencialidades, possibilitando condições iguais
de trabalho dentro das empresas.Na empresa do ramo siderúrgico analisada, a realidade indica
que muito precisa ser feito para a mão de obra feminina seja inserida completamente e
igualitariamente em todas as esferas da mesma, sendo este um processo gradativo, que já se
inicializou.
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ANEXO A
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ANEXO B