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1 A inserção da mulher no mercado de trabalho: Um estudo de caso sobre igualdade de gênero em uma empresa do ramo siderúrgico Thaísa Jordão de Oliveira Balbi Silva Thaísa Santos Leal Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar o histórico da inserção da mulher no mercado de trabalho em uma empresa do ramo siderúrgico, localizada no interior do Rio de Janeiro. O referencial teórico apresenta a evolução por décadas da inserção feminina no mercado de trabalho e a situação atual do setor siderúrgico. Buscou-se verificar, através de um estudo de caso a atual realidade do panorama da mão de obra feminina na siderurgia. A pesquisa foi realizada em todos os níveis de cargos, para um mapeamento completo dos ambientes aos quais à mulher de fato estaria inserida. O estudo permitiu verificar a ascendência do trabalho feminino mesmo que ainda pequeno, tanto em funções operacionais como administrativas na empresa em estudo, contribuindo com informações relevantes para trabalhos futuros sobre o tema. Palavras - chave: mercado de trabalho, mão de obra feminina, gênero. Abstract: This paper aims to analyze the history of the insertion of women in the labor market in a company of the steel industry, located in the state of Rio de Janeiro. The theoretical framework presents the evolution for decades of the female insertion in the labor market and the current situation of the steel sector. It was sought to verify, through a case study the actual reality of the panorama of female labor in the steel industry, the research was carried out at all levels of services, for a complete mapping of the environments to which the woman would actually be inserted. The study allowed to verify the ascendancy of the feminine work, although still small, both in operational and administrative functions in the company under study. Contributing with information relevant to future work on the topic. Keywords: labor market, female labor, gender

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A inserção da mulher no mercado de trabalho: Um estudo de caso sobre igualdade de

gênero em uma empresa do ramo siderúrgico

Thaísa Jordão de Oliveira Balbi Silva

Thaísa Santos Leal

Resumo:

Este trabalho tem como objetivo analisar o histórico da inserção da mulher no mercado de

trabalho em uma empresa do ramo siderúrgico, localizada no interior do Rio de Janeiro. O

referencial teórico apresenta a evolução por décadas da inserção feminina no mercado de

trabalho e a situação atual do setor siderúrgico. Buscou-se verificar, através de um estudo de

caso a atual realidade do panorama da mão de obra feminina na siderurgia. A pesquisa foi

realizada em todos os níveis de cargos, para um mapeamento completo dos ambientes aos

quais à mulher de fato estaria inserida. O estudo permitiu verificar a ascendência do trabalho

feminino mesmo que ainda pequeno, tanto em funções operacionais como administrativas na

empresa em estudo, contribuindo com informações relevantes para trabalhos futuros sobre o

tema.

Palavras - chave: mercado de trabalho, mão de obra feminina, gênero.

Abstract:

This paper aims to analyze the history of the insertion of women in the labor market in a

company of the steel industry, located in the state of Rio de Janeiro. The theoretical

framework presents the evolution for decades of the female insertion in the labor market and

the current situation of the steel sector. It was sought to verify, through a case study the actual

reality of the panorama of female labor in the steel industry, the research was carried out at all

levels of services, for a complete mapping of the environments to which the woman would

actually be inserted. The study allowed to verify the ascendancy of the feminine work,

although still small, both in operational and administrative functions in the company under

study. Contributing with information relevant to future work on the topic.

Keywords: labor market, female labor, gender

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1. Introdução

Sabe-se que a mulher precisou lutar contra uma cultura onde as mesmas eram criadas

para cuidarem da casa, filhos e marido. Enquanto os homens saiam para o trabalho em busca

do sustento da família. Esse perfil familiar se prolongou por muito tempo na sociedade.

Porém, segundo Girão (2001) houve a necessidade de complementar a renda da família

durante a revolução industrial, e a mulher precisou ser introduzida ao trabalho, segundo o

autor aconteceu de maneira um tanto quanto imposta além das tarefas árduas, tendo em vista

que a remuneração não era adequada.

O perfil social da família alterou-se com o passar do tempo, para Souza e Guedes

(2016) a mulher deixou de ser vista como dona de casa, ou seja, o perfil tradicional familiar

fragilizou-se, com isso segundo o autor o homem deixou de ser o único responsável pelo

sustento de sua família. Segundo Bruschini (2007) fatores como demografia, padrões culturais

e valores no papel social da mulher modificaram o padrão feminino, cada vez mais voltado à

remuneração como reconhecimento do trabalho. Considera-se também segundo a autora a

expansão da escolaridade e o ingresso nas universidades. Contudo, não deixou de realizar

trabalhos ditos como marginais, como o doméstico.

Ainda hoje, é notória a segregação de gênero dentro das organizações. Sendo o tema

atual e relevante, se fazendo necessária a discussão para contribuir com o alcance da

equiparidade. Pois apesar do inegável aumento da participação feminina nos mercados

nacionais e mundiais para Corrêa (2004), a expansão da participação no mercado não resultou

no fim da desigualdade dentro das empresas.

Para o estudo, foi realizada uma analogia do contexto histórico com a realidade

vivenciada atualmente em uma indústria siderúrgica localizada no interior do Sul Fluminense,

comparando com a realidade do setor no âmbito nacional. Buscou-se verificar em

circunstâncias gerais de cargos e áreas a disponibilidade de mão de obra feminina, tanto em

setores administrativos como em operacionais.

Diante ao exposto, o objetivo geral deste estudo foi analisar a inserção da mulher no

mercado de trabalho, com base em uma indústria siderúrgica. E para se chegar as devidas

conclusões, os objetivos específicos deste trabalho será realização de uma analogia do

contexto histórico com a realidade vivenciada na indústria analisada, além de comparar a

empresa analisada com o setor industrial, verificar a disponibilidade de mão de obra feminina,

tanto em setores administrativos como em operacionais da empresa analisada e também,

verificar a igualdade de gênero dentro da indústria analisada.

Ao longo da história a mulher sempre enfrentou dificuldades ao se impor no mercado

de trabalho, porém aos poucos conseguiu conquistar seu espaço. Mas ainda sim existem

ambientes organizacionais predominados pelos homens. A inserção da figura feminina em um

destes ambientes acompanhou a ascensão no mercado de trabalho como um todo? Existem

diferenças entre os cargos ocupados por homens e mulheres dentro de uma empresa

siderúrgica? É preciso responder estas e outras questões para analisar a igualdade de gênero

no setor de estudo.

Para se chegar às conclusões necessárias o artigo foi dividido em cinco tópicos. A

seguir será exposto o Referencial Teórico, onde o primeiro subtópico descreveu sobre os

fatores históricos das mulheres com relação a sua trajetória de trabalho, no segundo subtópico

foi feito uma análise sobre o panorama do setor siderúrgico, porém com relação à mão de obra

masculina x feminina. O terceiro tópico tratou-se da metodologia escolhida, além das

restrições encontradas. Em seguida são apresentados os resultados e discussões, expondo os

dados coletados na organização onde foi realizado o estudo e comparando com indicadores

nacionais. Por último, foram feitas as considerações finais necessárias sobre o tema.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Histórico da inserção feminina no mercado de trabalho

Durante a Revolução Industrial, de acordo com Girão (2001), a necessidade de

complementação da renda familiar acarretou no ingresso das mulheres no mercado de

trabalho de forma mais intensa. Sendo introduzidas ao trabalho de maneira forçadas,

aceitando tarefas penosas e mal remuneradas. Para Paoli (1985), a utilização da mão de obra

feminina no início do século XIX era majoritária no setor têxtil. Utilizando está mão de obra

para abaixar custos com salários e substituir operários em tempos de crise.

Com o passar das décadas, segundo Sousa e Guedes (2016), um novo modelo social

foi surgindo gradativamente, e com isso fragilizando o modelo que posiciona o homem como

provedor e a mulher como cuidadora. De acordo com o autor, no início do século XX, a

mulher era vista pela sociedade como dona de casa e responsável pela criação dos filhos,

enquanto o homem buscava o sustento da família.

Para Corrêa (2004), a partir da Primeira Guerra Mundial a presença da mulher nos

setores primário, secundário e terciário da economia evidenciou-se. Ocupando os espaços

industriais e de serviços, e não apenas o rural. Portanto, para o autor, foi ao longo do século

XX que as mulheres foram inseridas na força de trabalho mundial, em nível de participação

no mercado equiparável ao dos homens.

Segundo Samara (2002), a inclusão das mulheres no ambiente de trabalho no decorrer

do século XX é marcada pela inserção em atividades como prestação de serviços (médico e

advocacia) e ocupações em diferentes ramos da indústria. Nos séculos anteriores, a grande

maioria da mão de obra feminina estava alocada em atividades marginais ao processo de

produção, com remuneração abaixo do pagamento da mão de obra masculina.

O aumento da participação feminina no mercado de trabalho formal é um processo

que, ao longo do século XX vai se acentuando, mas há que se considerar sempre a

inserção nos setores informais e a importância do trabalho domiciliar que contribui

para o orçamento familiar, mas que não aparece contabilizado. (SAMARA, 2002,

p.33)

No entanto, segundo Bruschini (1998), apenas a partir da década de 70 houve um

aumento significativo da presença feminina no mercado de trabalho brasileiro. A autora

enumera como motivos para este aumento: a consolidação da industrialização e modernização

urbana, tornado favorável à incorporação de trabalhadores e trabalhadoras; o aumento das

desigualdades sociais e de rendas, levando a necessidade das mulheres de completar a renda

familiar; a intensificação do consumo e transformações ideológicas.

Quanto à industrialização e modernização urbana do país, Neves (1995) ressalta que

houve uma procura maior por mão de obra feminina em setores como têxtil e eletrônico, para

tarefas que exigiam maior destreza, minúcia a habilidades. Quanto às transformações

ideológicas, Bruschini (1998) afirma que as mudanças nos padrões de comportamento,

valores e papel social da mulher, decorrente do movimento feminista, levaram ao aumento da

mão de obra feminina.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na década de

70, a mão de obra feminina concentrava-se no setor terciário (69,3%), seguido pelos setores

de serviços (38,8 %), atividades sociais (16,1%), indústria de transformação (9,9%), comércio

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(6%), administração pública (2,6%), outras atividades industriais (0,4%) e outras atividades

(4,9%).

O arranjo ocupacional feminino nas décadas de 1980 e 1990 caracterizava-se por dois

segmentos: administrativo e em serviços de higiene e auxílio à saúde, representando 50% dos

empregos femininos, afirma Bruschini e Lombardi (2003). Porém, segundo as autoras,

contrapondo as ocupações precárias, as mulheres com formação acadêmica adentraram áreas

de prestigio como advocacia, medicina e engenharia, tradicionais redutos masculinos. Isto

pode ser considerado uma das faces do progresso alcançado pelas mulheres em relação à sua

participação no mercado de trabalho.

Ainda que os postos de trabalho para essas profissionais tenham pequena

significação numérica no conjunto dos empregos de ambos os sexos, o que importa

aqui é a crescente participação feminina nesses nichos, ampliando as possibilidades

de uma inserção qualificada no mercado de trabalho. (BRUSCHINI e LOMBARDI,

2003, p. 346).

Durante estas décadas é possível observar a tendência de incorporação da mulher na

força de trabalho. Em 1973, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio

(PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apenas 30,9% da

População Economicamente Ativa (PEA) era feminina. Já em 1999, o número passou para

41,4%. Dados do IBGE indicam o acréscimo de mais de 10 milhões de trabalhadoras entre

1970 e 2010.

As mulheres exerceram um papel de relevância maior no crescimento da população

ativa do que os homens, entre 1980 e 1990. Entre os fatores que indicam esta mudança foram

o aumento da taxa de atividade feminina contra a estagnação da masculina, a queda da

fecundidade ocasionando na menor dedicação aos filhos e maior tempo para o trabalho fora

de casa, expansão da escolaridade, e a continuação das transformações sociais (BRUSCHINI,

1989).

Segundo Bruschini e Lombardi (1996), o aumento da participação feminina ocorreu

devido à expansão dos empregos em áreas da administração pública e comércio. Neste

contexto, para as autoras, o aumento da participação das mulheres no mercado ao longo dos

anos 80 foi marcado pelo aumento significativo no número de trabalhadoras e pela

diversificação de espaços ocupados.

Porém nos anos 90, segundo Lavinas, Barted (1996), as transformações na economia,

com reflexos no mercado de trabalho, marcaram um cenário de crescente taxa de desemprego

e redução das taxas de atividades. Desta forma, para os autores, o emprego feminino estava

alocado em ocupações informais e domiciliar ou em postos menos qualificados. Sendo

crescente o os cargos sem carteira assinada.

A partir do Programa de Estatísticas de Gênero, do IBGE (2017), que compara os

Censos Demográficos de 2000 e 2010, é possível perceber a elevação da força de trabalho

feminina no período estudado. Em 2000, a população ocupada, isto é, que exerce atividade

profissional, formal ou não, era de 63.838.412. Sendo 24.176.917 mulheres. Em 2010, a

população ocupada era de 84.755.271, com 35.895.465 mulheres.

Segundo o IBGE (2017) a taxa de atividade é um dos indicadores estruturais que

permite a mensuração do dinamismo do mercado de trabalho. Entre 2000 e 2010, a taxa

permaneceu estável, porém houve variações na segregação de gênero. Em 2000, a taxa para

mulheres era de 50,1 contra 79,7 para homens, sendo a taxa de atividade total de 64,5. Em

2010, a taxa para mulheres aumentou para 54,6, enquanto a taxa dos homens caiu para 75,7,

registrando a taxa total de 64,8. O crescimento da taxa reflete a ampliação da participação das

mulheres no mercado.

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Paoli (1985) destaca que a mão de obra feminina era desvalorizada em função de

características ditas femininas, como docilidade, capacidade de adaptação às condições

operacionais e disciplinares, paciência para lidar com trabalhos repetitivos. Tal concepção,

conduzia as mulheres a condições inadequadas de trabalho. Bittencourt (1980) ressalta que

uma das particularidades da inserção da mulher no mercado de trabalho é o fato de que as

mudanças no capitalismo possibilitaram a maior participação do mercado de trabalho.

Segundo a autora, possibilitando a saída do ambiente doméstico.

Em contrapartida, Corrêa (2004) afirma que o aumento da presença da mulher no

mercado de trabalho influenciou as empresas a buscarem se diferenciar no mercado

competitivo através da ênfase a características tipicamente ditas femininas como sensibilidade

e flexibilidade. O autor ressalta também, a conquista de espaço em diversos ramos, não

apenas em números de ocupação de postos de trabalho, mas a melhoria na escolaridade e a

maior presença em cargos de gerência. No entanto, para Corrêa (2004), a expansão da

participação no mercado não resultou no fim da desigualdade dentro das empresas. Ainda há

desníveis salariais, dominação autoritária e barreiras culturais que impedem a ascensão

feminina.

Thiry-Cherques e Pimenta (2003) observam que apesar do aumento de cerca de 15%

da participação feminina no mercado por década, a equiparidade entre homens e mulheres

ainda não foi alcançada devido ao preconceito com o desempenho funcional feminino, como

os relacionados com questões biológicas, e o preconceito relacionado com o condicionamento

cultural, que limitam as mulheres como frágeis e limitadas intelectualmente.

No âmbito das organizações, para Miranda (2006), a flexibilização dos valores

tradicionais não significa alterações na dinâmica interna das organizações, nas necessidades e

desejos que determinam os papéis estipulados para os gêneros masculinos e femininos.

As relações de trabalho ganham novos significados e complexidades a partir da

inserção feminina no espaço organizacional. Muito embora as sociedades ocidentais

estejam progressivamente incrementando e operacionalizando o discurso igualitário

entre homens e mulheres em áreas como cultura, educação, mudanças são escassas

quando se analisa a divisão hierárquica do trabalho. (MIRANDA, 2006, p.7).

Para a autora, a entrada das mulheres no mercado de trabalho potencializou a

necessidade da discussão do fenômeno teto de vidro. Miranda (2006) afirma este fenômeno

ainda é pouco teorizado e abordado nas análises das organizações brasileiras. Segundo a

autora, o conceito surgiu nos anos 1980, nos Estados Unidos, para descrever uma barreira,

sutil e transparente, mas que impossibilita a ascensão das mulheres em cargos mais altos da

hierarquia organizacional. Afetando as mulheres, independente dos seus avanços individuais,

por causa do seu gênero.

Conforme Coelho (2006) existem duas vertentes que buscam explicar o teto de vidro.

A primeira enfatiza a discriminação, por preferência onde se prefere um homem no mesmo

com produtividade idêntica à de uma mulher, ou por discriminação estatística, a partir do

estigma social de que a produtividade da mulher seria inferior há do homem. Segundo Coelho

(2006), a discriminação é influenciada pelos fatores psicológicos e culturais do ambiente no

qual a empresa está inserida.

A segunda vertente, de acordo com Coelho (2006), seria a diferença comportamental.

Esta vertente pressupõe que mulheres teriam utilidades marginais maiores do que as dos

homens em atividades fora da empresa, como cuidar dos filhos, causando vínculos instáveis

com a empresa. Para a autora, o fenômeno teto de vidro só ocorre quando se visa alcançar

cargos de comandos. Quando a mulher ultrapassa as barreiras, as competências e

qualificações são evidenciadas.

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A partir da análise feita por Degraff e Anker (2004), é possível compreender a

desigualdade de gênero dentro do mercado de trabalho e empresas com base em teorias

divididas em três grupos. O primeiro grupo é composto pelas teorias neoclássicas, que

enfatizam o papel do capital humano, como a educação e experiência. O segundo abrange as

teorias de segmentação do trabalho. Para os autores, esse grupo supõe que o mercado de

trabalho é influenciado por fatores institucionais, dividindo o mercado em setores primário e

secundário. E, por último, o grupo das teorias de gênero/feministas. Para os autores, este

grupo enfatiza o trabalho das mulheres fora do meio organizacional, isto é, no âmbito

doméstico, como desvantagem que acarretou na segregação ocupacional por sexo.

É importante ressaltar que além das dificuldades dentro das organizações enfrentadas

por mulheres, as mesmas ainda precisam executar funções domésticas e com os filhos quando

chegam em sua casa. Segundo (HIRATA, KERGOAT, 2007). É comum que em muitas

dessas casas onde, as tarefas domésticas como lavar e passar sejam designadas a uma terceira

pessoa, ou seja, uma empregada doméstica. Logo os compromissos diários são repassados a

outras mulheres. Mas o que não retira das donas das casas a responsabilidade de ensinar e

supervisionar a funcionária.

Ao questionar os casais sobre as tarefas domésticas os homens

têm uma participação de coadjuvante, ajudante isso segundo

informações cedidas pelas mulheres, já quando os homens

foram relatar sobre eles mesmo disseram ter uma participação

maior da que foi respondida pela companheira. E esta

participação masculina está na maior parte com relação aos

cuidados com os filhos, enquanto a manutenção do lar fica

com a esposa. (JABLONSKI, 2010)

2.2 Panorama do setor siderúrgico.

Ao retomar os aspectos históricos sobre a inserção do trabalho feminino, Gardey

(2003), afirma que as categorias econômicas e sociais omitiam as atividades femininas

desconsiderando o trabalho doméstico e no campo, nos séculos anteriores. Sendo assim, as

mulheres apenas foram consideradas trabalhadoras de fato ao integrarem cargos produtivos

fabris. O autor ressalta que desde o início do processo de industrialização, o estigma de não

pertencer ao ambiente fabril, e sim ao ambiente do lar é notado.

Na área produtiva, segundo o IBGE, os setores industriais que mais empregam

mulheres são o farmacêutico (22,8%) e químico (18,9%). Em contrapartida, os setores que

menos empregavam mão de obra feminina são o metalúrgico, mecânico, elétrico e de

transporte, áreas tradicionalmente masculinas. No entanto, para Tossato (2009), com a

revitalização do setor industrial metalmecânico e de materiais elétricos, incorporando novos

elementos aos seus produtos finais, incrementos estes que contaram com a incorporação do

trabalho feminino em setores predominantemente masculinos da produção, como a

metalurgia.

Segundo o Instituto Aço Brasil, antigo Instituto Brasileiro de Siderurgia, o grupo de

empregados das empresas associadas é formada majoritariamente por homens. Para o

instituto, está maioria reflete a configuração histórica da mão de obra desta indústria, no

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passado associada às atividades de esforço físico. Entretanto, os últimos anos foram marcados

pelo aumento da participação de mulheres em funções antes apenas exercidas por homens.

Em 2007, segundo o Instituto Aço Brasil, a participação da mão de obra feminina

cresceu 8% em relação a 2006. Sendo a maior concentração em cargos de nível superior e

administrativo, totalizando 29% do efetivo em cada categoria. Neste ano, as mulheres

representavam 7% do número de cargos de gerencia e 1% dos cargos operacionais. Em 2009,

de acordo com dados do instituto, apesar da redução do número total de efetivos, houve o

aumento de 3% na contratação de mulheres. Neste ano o número de mulheres em cargos de

gerencia passou para 15%.

Segundo o Instituto Aço Brasil, entre 2012 e 2016 é possível notar um acréscimo da

presença feminina no efetivo total de colaboradores das empresas. Nos anos seguintes a 2013,

as mulheres voltaram a representar 8% do efetivo total. Em se tratando de cargos, a maior

parte das mulheres atuantes nas empresas do setor trabalha na área administrativa e o

segmento com menor presença feminina continua sendo a área operacional.

3. METODOLOGIA

A pesquisa analisou uma indústria siderúrgica localizada em duas cidades do interior

da região Sul Fluminense. Quanto a sua natureza, a pesquisa se caracteriza como descritiva, e

segundo Gil (2008), a modalidade descritiva possui o intuito de relatar os aspectos de uma

determinada população/fenômeno relacionando com variáveis. Neste caso, o fenômeno

analisado foi a inserção da mão de obra feminina no setor siderúrgico, tendo como variáveis a

igualdade de gênero e os níveis hierárquicos da organização estudado.Neste caso, foi feita a

relação da variável gênero feminino na inserção de trabalhadores na área siderúrgica.

Ao que se refere ao procedimento metodológico a pesquisa é um estudo de caso.

Segundo Yin (2001), o estudo de caso é um método abrangente que engloba planejamento,

coleta e análise de dados, com abordagens qualitativas ou quantitativas, e ainda de acordo

com Fonseca (2002), o estudo de caso visa conhecer profundamente as características de uma

determinada questão que se considera como única. Não podendo o pesquisador interferir

sobre os fins a serem estudado. No presente artigo, o estudo de caso foi realizado na indústria

do setor siderúrgico em questão.

Quanto a sua abordagem, a pesquisa se caracteriza como qualitativaDe acordo com

Goldenberg (1997), a pesquisa qualitativa estuda o aprofundamentodo entendimento de uma

organização ou grupo social. Possuindo como características a delineação do fenômeno,

hierarquização das ações de descrever, entender e esclarecer, o sentido da teoria e seus dados

empíricos. Gerhardt e Silveira (2009) explicam que uma pesquisa qualitativa não tem

preocupação com a relevância numérica e estatística, a percepção de uma sociedade é o que

de fato importa.

Posto isto, o presente artigo, analisou uma indústria siderúrgica, localizada na região

Sul Fluminense. A empresa possuiu dois pólos situados em duas cidades da região uma com

aproximadamente 265.201 habitantes em 2017, e a outra com 50.779 habitantes, segundo o

IBGE. O efetivo dos dois pólos da companhia era composto por aproximadamente 11.500

colaboradores, em agosto de 2017, período que foi realizada a análise. A indústria está

diretamente conectadaà história e ao crescimento da região Sul Fluminense, sendo

responsável por milhares de cargos de trabalho durante décadas. A pesquisa analisou apenas o

efetivo localizado nas duas plantas da região, sendo este o efetivo siderúrgico. Ressalta-se que

o efetivo coorporativo, localizado em São Paulo, não foi analisado.

Realizou-se uma coleta de dados, através de relatórios gerados pelo sistema

operacional utilizado pela empresa, a fim de verificar a distribuição de gênero do efetivo, no

mês de agosto de 2017. Foram coletadas informações de gênero e cargo do efetivo da

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8

91%

9%

Homem

Mulher

indústria. Também foram analisados os indicadores de admissão por décadas, a partir de

1990. Desta forma foi possível observar o desenvolvimento da ocupação feminina dentro da

indústria siderúrgica analisada.

Ao utilizar indicadores de gênero do setor siderúrgico, do relatório do Instituto Aço

Brasil, organização na qual o objeto do estudo faz parte, foi possível comparar os números da

indústria analisada com a média de suas concorrentes. A fim de observar se a mesma está de

acordo com as tendências do mercado. O Instituto foi fundado em 31 de maio de 1963 e tem

como objetivo congregar e representar as empresas brasileiras produtoras de aço, defender

seus interesses e promover seu desenvolvimento.

Ressalta-se a recusa da empresa em participar da pesquisa através da aplicação de

questionários e entrevistas. Desta forma, não foi possível fazer uma análise da percepção das

mulheres que trabalham na indústria. Em contrapartida, a empresa disponibilizou o relatório

“Pesquisa da diversidade”, realizada pela coordenação de treinamento e desenvolvimento da

empresa. O relatório apresenta informações sobre a distribuição de gênero dentro da empresa,

apresentando dados que foram utilizados na discussão de resultados deste artigo.

4. RESULTADO E DISCUSSÃO

A presente seção discorrerá sobre as características da população estudada. Na região

onde a empresa está localizada as mulheres representam 52% da população. No entanto,

apesar da maior parte da população ser de mulheres, dentro da organização analisada o

número de mulheres corresponde a 9% do efetivo (gráfico 1), mostrando o desequilíbrio de

gênero no efetivo. No entanto, o percentual da empresa é superior à média atual de 8% do

Instituto Aço Brasil (2017).

Gráfico 1: Distribuição do efetivo empresa analisada

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: Distribuição do efetivo por gênero na empresa

analisada

Nos gráficos 2 e 3 é observada a distribuição de cargos na empresa analisada e no

Instituto Aço Brasil. Nos cargos de nível operacional, técnico, superior a empresa está acima

da média do instituto. Já nos cargos de nível de supervisão e gerencia, empresa está abaixo da

média.

Conforme analisado pelo Instituto Aço Brasil (2016), o baixo número de mulheres

dentro da empresa estudada pode ser explicado pela atividade-fim da mesma. Sendo o

processo siderúrgico historicamente conhecido pelas atividades pesadas e masculinas, fato

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que ainda reflete no efetivo da empresa. Esta afirmação pode justificar o baixo número de

mulheres em cargos operacionais. Dentro da empresa, vale ressaltar que nos cargos técnicos, a

grande parte de mulheres estálocalizada em áreas de apoio, realizando serviços

administrativos e em laboratórios, segundo o relatório “Pesquisa da Diversidade”, realizado

pela empresa analisada.

Ainda de acordo com o relatório “Pesquisa da Diversidade”, em nível de cargos

operacionais, o efetivo feminino está distribuído entre 6% nos cargos de operadores, 5% em

cargos de eletricistas e 1% em cargos de mecânico. O baixo número de mulheres nessas

posições acarreta no número de reduzido em de mulheres em cargos de sucessão, como

inspetores de manutenção (5 mulheres) e líder de manutenção (2 mulheres). Os cargos de

analistas dentro da empresa são os que estão mais próximos da equiparidade de gênero: dos

342 analistas (cargos de nível superior, como analistas de RH e logística), 48% são mulheres.

Gráfico 2 – Distribuição de cargos empresa analisada

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: distribuição de gênero por níveis de cargos na

empresa analisada

Gráfico 3- Distribuição de cargos Instituto Aço Brasil

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: distribuição de gênero por níveis de cargos a partir de

dados disponíveis do Instituto Aço Brasil.

98% 93%

73%

96% 91%

2% 7%

27%

4% 9%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Operacional Tecnico Superior Supervisor Gerente

Homem Mulher

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Ao observar a liderança dentro da empresa estudada, nos gráficos 4 e 5, é possível

notar que conforme mais alto o cargo menor o número de mulheres. Chegando a zero nos

cargos de gerencial geral e diretoria, dentro das plantas situadas no interior da região Sul

Fluminense. Segundo o relatório “Pesquisa da Diversidade”, dos 480 efetivos em cargos

deliderança, apenas 30 são mulheres. Sendo 15 supervisoras, 10 coordenadoras e 5

gerentes.Segundo Coelho (2006), o baixo número de mulheres nos cargos de gerencia pode

ser explicado através do fenômeno teto de vidro. A autora enfatiza duas vertentes para

explicar o fenômeno: a discriminação e a diferença comportamental entre homens e mulheres.

Gráfico 4 – Liderança empresa analisada

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: distribuição de gênero do total de efetivos em cargos

de liderança na empresa analisada.

Gráfico 5 - Distribuição de cargos liderança empresa analisada

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: distribuição de gênero em níveis de cargos de

liderança

94%

6%

Homem Mulher

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Ao analisar a admissão nas últimas décadas, é possível observar que apesar da redução

do efetivo feminino entre as décadas de 1990 e 2000, nos últimos 17 anos o número

admissões de mulheres manteve estável. Ao analisar as admissões de 2012 até 2016, houve

pouca variação. Observa-se que em 2016, devido a questões econômicas o número de

admissões foi reduzido, acarretando a redução de contratações femininas. Além disso, dentro

da empresa analisada, a uma grande rotatividade de colaboradoras mulheres, sendo a taxa

desligamento feminina igual à da admissão.

Gráfico 6 – Admissões nas últimas três décadas

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: indicadores de admissão divididos por gênero das

décadas de 1990 a 2010 na empresa analisada

Gráfico 7 – Admissões por ano

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017/ Legenda: indicadores de admissão de 2012 a 2016

distribuído por gênero

11% 9% 9%

89% 91% 91%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

década 1990 década 2000 década 2010

Feminino

Masculino

9% 10% 10% 9% 9%

91% 90% 90% 91% 91%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2016 2015 2014 2013 2012

feminino

masculino

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5. CONSIDERAÇÕES

A pesquisa possibilitou identificar e analisar o histórico da inserção feminina dentro

do mercado de trabalho, e o atual panorama de uma indústria do setor siderúrgico, da região

Sul Fluminense. A partir da pesquisa bibliográfica, observa-se a intervenção de diversas

variáveis, como culturais e econômicas, durante o processo de inserção. Segundo os dados do

IBGE, é notório o aumento da participação feminina no mercado, principalmente na

população economicamente ativa. No entanto, não se pode marginalizar os empregos

informais e as jornadas duplas e triplas que muitas mulheres são submetidas.

Ao avaliar o setor siderúrgico percebe-se o baixo número de mulheres inseridas, o que

se justifica, segundo o Instituto Aço Brasil, pela atividade-fim do seguimento, que

historicamente é predominado por homens. No entanto, percebe-se o aumento, mesmo que

sutil, no número total de efetivos, das empresas que participam do instituto. Segundo Tossato

(2008), a revitalização do setor, que incorporou novos elementos e incrementos, contribuiu

para o aumento da participação feminina no setor.

A partir da análise dos dados da empresa estudada, percebe-se que a mesma segue a

tendência de inclusão da mão de obra feminina. Com mulheres presentes, mesmo que em

pouco número, em todas as áreas produtivas e administrativas. A natureza do processo

siderúrgico induz a maior presença de mulheres em cargos administrativos e de apoio dentro

da empresa analisada.

Portanto, conclui-se que, apesar de sutil, há a tendência de aumento da inserção da

mão de obra feminina em uma empresasiderúrgica da região Sul Fluminense. Constata-se que

a organização ainda está distante de alcançar a igualdade de gênero, principalmente em cargos

de base, que possibilitam o desenvolvimento da carreira dentro da área siderúrgica. E como

consequência, ocasiona o baixo número de mulheres em cargos como líderes e supervisores.

Observa-se dentro da empresa analisada a necessidade de critério de seleção que

contribuíam para a maior admissão de mulheres em cargos de entrada (operador de produção,

eletricista e mecânico). Além do investimento em capacitação industrial e técnica, como

bolsas de estudos e treinamento. E adequação do ambiente de trabalho, como vestiários e

banheiros, para receber as colaboradoras. Estas medidas poderão contribuir para a atração de

novas colaboradora, sendo possível alcançar a equiparidade de gênero.

Um dos limitantes da pesquisa foi a recusa da empresa ao realizar questionários e

entrevistas. Desta forma, não foi possível analisar as percepções das mulheres que trabalham

na mesma, e a dos seus colegas de trabalho. Através do estudo da percepção, seria possível

analisar o fenômeno do teto de vidro dentro da organização. Sendo esta, uma sugestão para

pesquisas posteriores.

As transformações nas relações de gênero, no sentido da conquista de vínculos mais

igualitários e a quebra dos estereótipos de gênero que envolve homens e mulheres, e ditam

tendências no mercado de trabalho são mudanças fundamentais para que as mulheres possam

desenvolver seus talentos profissionais e suas potencialidades, possibilitando condições iguais

de trabalho dentro das empresas.Na empresa do ramo siderúrgico analisada, a realidade indica

que muito precisa ser feito para a mão de obra feminina seja inserida completamente e

igualitariamente em todas as esferas da mesma, sendo este um processo gradativo, que já se

inicializou.

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novembro de 2016

LÍDER

TÉCNICO

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ANEXO A

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ANEXO B