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A INTERDISCIPLINARIDADE NO ETIM Marta Lousada Zen Fujita Milena Duarte Mostaco Tatiane Cristina da Costa

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A INTERDISCIPLINARIDADE NO ETIM

Marta Lousada Zen FujitaMilena Duarte MostacoTatiane Cristina da Costa

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AUTORASMarta Lousada Zen Fujita

Milena Duarte Mostaco

Tatiane Cristina da Costa

REVISÃOTatiane Cristina da Costa

DIAGRAMAÇÃODiego Santos

FICHA CATALOGRÁFICAMicherla Tavares Nascimento de Magalhães

AGRADECIMENTOS

Agradeço à professora Milena Duarte Mostaco, por acreditar no meu trabalho e orientar minhas ações para o bom andamento deste projeto e das atividades di-árias na Supervisão Regional. Agradeço também à professora Marta Louzada Zen Fujita, sempre à disposição para auxiliar e encarar novos desafios. Às professoras Amneris Ribeiro Cacciatori e Sônia Regina Correa Fernandes, sempre à disposição para orientar todo o grupo de Supervisão. Ao professor Almério Melquíades de Araújo, pelas diretrizes para que o projeto pudesse ser elaborado e colocado em prática. Aos docentes participantes de todas as etapas da capacitação, que parti-ciparam comigo desta empreitada. A todos, muito obrigada.FICHA CATALOGRÁFICA

C837i Costa, Tatiane Cristina. A interdisciplinaridade do ETIM /Tatiane Cristina Costa; Marta Lousada Zen Fujita; Milena Duarte. -- São Paulo : Centro Paula Souza, 2017. 30p. : il. ISBN 978-85-99697-79-5

1. Educação. 2. ETIM. I. Costa Tatiane Cristina. II. Zen Fujita, Marta Lousada, III. Duarte, Milena. IV. Titulo. CDD – 370.154

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Apresentação: “A interdisciplinaridade no ETIM”As tentativas de superação do ensino fragmentado por disciplinas datam, no Brasil, dos anos 1980. Mas, as críticas ao modelo de transferência de conheci-mentos de cada ciência, de forma independente e pouco reflexiva, vêm de mais tempo.

Nas últimas três décadas, no plano teórico, estabeleceu-se um quase consenso em torno de um modelo pedagógico que integrasse as disciplinas, seja por área de conhecimento ou de forma mais ampla. As experimentações mais conhecidas apoiaram-se na metodologia de projeto, que ganhou o apoio de coordenadores pedagógicos e professores.

Na Educação Profissional, nos níveis médio e superior, as atribuições e/ou respon-sabilidades, descritas no Perfil de Conclusão de cada curso técnico ou tecnológi-co, bem como a síntese das competências de cada etapa do curso, são referências para objetivos de projetos que, promovendo a interação entre diferentes compo-nentes da Base Nacional Comum e da Formação Profissional, garantam a sinergia no processo de construção de competências.

O modelo de gestão do desenvolvimento de currículo, com a distribuição de ho-ras de trabalho semanal dos professores de forma rígida, é uma das dificuldades para o caminhar dos projetos interdisciplinares. É preciso ter criatividade e inicia-tiva para ultrapassar os obstáculos que as rotinas escolares colocam à frente das mudanças que os professores e coordenadores propõem.

O projeto de práticas integradoras, liderado pela professora Tatiane Cristina da Costa, Coordenadora de Projetos na GSP Noroeste do GSE-Cetec do Centro Paula Souza, desenvolvido em treze Etecs e analisado neste texto, é mais uma contri-buição para a superação da inércia do desenvolvimento do processo ensino--aprendizagem, com os componentes curriculares caminhando em paralelo.

Almério Melquíades de Araújo Coordenador do Ensino Médio e Técnico

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MARTA LOUSADA ZEN FUJITAFormação Acadêmica

Graduada em Nutrição pela Faculdade de Ciências da Saúde São Camilo, atual Centro Universitário São Camilo – 1984

Especialização em Distúrbios Metabólicos e Risco Cardiovascular pelo Centro de Extensão Universitária/Instituto Dante Pazzanezi - 2007.

Licenciatura Plena no Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes para as Disciplinas do Currículo da Educação Profissional de Nível Médio pela FATEC. – 2009

MBA Excelência em Gestão de Projetos e Processos Organizacionais pelo Centro Paula Souza- 2014

Experiência Profissional

Nutrição em Saúde Pública na Associação de Creches Domiciliares –Thebaida;

Docente e Supervisora de estágio no Curso de Nutrição da Faculdade São Camilo;

Nutrição Clínica em Unidades de Internação do Hospital Evaldo Foz;

Nutricionista- chefe do departamento de Nutrição nos hospitais: Assunção e Santa Cecília;

Docente do Curso Técnico em Nutrição e Dietética na Etec Getúlio Vargas;

Coordenadora de Projetos na Cetec Capacitações, no Centro Paula Souza;

Atualmente - Coordenadora de Projetos na Supervisão Escolar- Regional Noroeste- Centro Paula Souza

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MILENA DUARTE MOSTACOFormação Acadêmica

Licenciatura Plena em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras “Ministro Tarso Dutra”. Atual Faculdades de Dracena. 1984

Licenciatura Plena em Gestão Escolar (Administração) pela FAR-_Faculdade Reunida de Ilha Solteira (Instituto de Ensino Superior de São Paulo). 2005.

Especialização para Gestores da Educação Profissional pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

Experiência Profissional:

Docente nos componentes curriculares da área de Letras, nos cursos técnicos e de ensino médio do Centro Paula Souza desde 1998;

Coordenadora de Curso- Etec de Ilha Solteira (CPS);

Coordenadora Pedagógica na Etec de Ilha Solteira (CPS) – 2008;

Coordenadora Pedagógica na Etec de Bebedouro (CPS) – 2009;

Coordenadora de implantação da Etec Paulistano em São Paulo (CPS) - 2009/2010;

Diretora de Escola-Etec Paulistano (CPS) - 2010/2011;

Assistente de Supervisão Educacional – Gestão Pedagógica – Regional GSP Noroeste (GSE/Cetec/CPS) desde 2012.

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TATIANE CRISTINA DA COSTAFormação Acadêmica

Graduada em Letras pelo Centro Universitário Fundação Santo André – 2006

Especialização em Tradução de Inglês pela Universidade Estácio de Sá - 2014.

Experiência Profissional:

Docente do Ensino Médio, ETIM, técnicos em Informática, Transportes, Desenho de Construção Civil e Eventos da Etec de São Paulo e Etec Parque Belém;

Coordenadora de curso do Ensino Médio e ETIM da Etec Parque Belém;

Coordenadora pedagógica da Synonym idiomas;

Docente da Instituição de Ensino Barão de Mauá;

Atualmente - Coordenadora de Projetos na Supervisão Educacional Pedagógica Regional GSP Noroeste- Centro Paula Souza

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SumárioIntrodução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

Interdisciplinaridade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Conceito de Interdisciplinaridade

para o Centro Paula Souza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Planejamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

A importância do planejamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Como planejar uma atividade integradora/interdisciplinar

Avaliação do projeto ou atividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Atividades interdisciplinares/integradoras das escolas da Supervisão Pedagógica Regional Grande São Paulo Noroeste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

O Aluno Protagonista dos Projetos Interdisciplinares . . . . . . . . . . . . 29

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

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INTRODUÇÃOAo longo de cada ano letivo, as equipes das Supervisões Regionais do CPS desen-volvem um trabalho de apoio e orientação às escolas, por meio de visitas, atendi-mentos na sede da supervisão e em capacitações dirigidas, na maioria das vezes, aos coordenadores pedagógicos, de curso e orientadores educacionais.

Espera-se que esses por sua vez, sejam multiplicadores dessa aprendizagem ao retornarem para as suas unidades escolares.

Trabalhar metodologias, avaliações e critérios linkados às competências e habi-lidades exigidas em cada qualificação, assim como a importância da integração entre os componentes curriculares do mesmo módulo ou série, são temas sem-pre pertinentes, atuais e necessários, diante da alta rotatividade de nossos docen-tes e das constantes mudanças no perfil dos nossos discentes.

Com a expansão do ensino técnico integrado ao ensino médio e mesmo nas tur-mas dos cursos técnicos modulares e EJA, faz se cada vez mais necessário que essa integração aconteça. Dar significado às relações que existem entre o conhe-cimento adquirido em sala de aula (bases tecnológicas e científicas) por meio da prática, é sem dúvida o melhor caminho para resgatar nos alunos o entusiasmo pela aprendizagem formativa e acadêmica e tornar a escola mais atrativa para eles.

Nesse sentido, o projeto “Desenvolvimento de práticas integradoras/interdiscipli-nares no ETIM”, da professora Tatiane Cristina da Costa, coordenadora de proje-tos na Supervisão Regional GSP Noroeste, veio ao encontro de contribuir com as orientações da Cetec e atender os anseios de muitos docentes do CPS, mais espe-cificamente da regional GSP Noroeste, oportunizando não só o conhecimento de novas metodologias ativas e adequadas às competências e habilidades de cada qualificação, como também, a troca de experiências e a propagação das boas práticas desenvolvidas nas escolas da região.

Esse trabalho, que contou com encontros presenciais, debates e fóruns por meio da plataforma Moodle e atividades à distância, resultou não somente em uma melhora significativa na aprendizagem dos alunos, constatada por meio das menções satisfatórias da análise das atas dos conselhos de classes, como também no aumento do número de concluintes nas turmas envolvidas. Também aumen-tou a participação dos alunos em feiras de tecnologia, exposições e apresentação de projetos de um modo geral, ao longo de 2016.

Profa. Milena Duarte Mostaco

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Interdisciplinaridade

ConceitosAtualmente fala-se muito a respeito de interdisciplinaridade nas escolas. Coordenadores e gestores falam o tempo todo sobre pla-nejamento integrado, projetos interdisciplinares, ações integradas. Tudo isso é muito importante para que a escola se torne mais atra-tiva para os alunos de todas as idades e os professores precisam se apropriar desse assunto.

Primeiramente, devemos definir interdisciplinaridade. De acordo com o dicionário Houaiss, a interdisciplinaridade é “o estabeleci-mento de relações entre duas ou mais disciplinas ou ramos do co-nhecimento”. Para a realidade das escolas do Centro Paula Souza, adotaremos o termo “componentes curriculares” no lugar de “disciplinas”.

Para a Unesco, a abordagem interdisciplinar é “abordagem da integração curricular que gera compreensão de temas e ideias que perpassam as disciplinas e sua relação com o mundo real. Normalmente, enfatiza processo e significado – e não produto e resultado – ao combinar conteúdos, teorias, metodologias e pers-pectivas de duas ou mais disciplinas”.

Quando pensamos nestas duas definições, podemos entender que o interdisciplinar é aquilo que liga, que estabelece relações entre componentes curriculares. Essas relações, muitas vezes, não são ex-ploradas pelos professores; cada um enxerga apenas aquilo que diz respeito ao seu componente. Isso, hoje, é um erro, já que os alunos estão ligados com a informação o tempo todo e não querem estu-dar aquilo que não faz sentido para eles, que não está conectado com a sua realidade, que está isolado.

Voltada para a formação do indivíduo, a interdisciplinaridade propõe a capacidade de dialogar com as diversas ciências, fazen-do entender o saber como um e não partes, ou fragmentações (FAZENDA, 1994).

Prova disso é o que a maioria dos docentes ouve durante as aulas: “eu tenho que aprender isso para quê? Eu não vou usar isso nunca”. Na cabeça dos alunos, esse questionamento faz todo sentido, pois o conhecimento está muito fragmentado nas escolas, os professo-res não se conversam, não relacionam os temas ou assuntos abor-dados em suas aulas com a vida do estudante, nem com o que ou-tro professor está trabalhando. Parece que cada componente tem um fim próprio e que nenhum deles se interliga, como se o perfil de concluinte a ser atingido na Habilitação Profissional, não fosse o mesmo para todos esses componentes curriculares, ou seja, para todos aqueles que ajudam a compor o currículo.

Hoje os alunos querem “colocar a mão na massa”, aplicar na prática,

o que ouvem na sala de aula, enxergar o interesse do professor em gerenciar o processo de ensino-aprendizagem relacionando os co-nhecimentos com a realidade. Aulas dinâmicas, com atividades in-terdisciplinares, ou mesmo projetos, estimulam o aluno a produzir, buscar conhecimento, se apropriar mais da escola. Ele precisa rece-ber o conhecimento e saber lidar com ele, não apenas ouvir. Para isso, não é necessário que o professor tenha ideias mirabolantes ou todos os recursos tecnológicos de última geração a sua disposição, é necessário sim, que ele planeje bem sua aula, verifique se os pro-cedimentos didáticos escolhidos estão adequados, diversificados e em consonância com as competências trabalhadas, trocar ideias com os colegas, convidá-los a desenvolver uma aula ou projeto em conjunto. Tudo isso pode ser mais simples do que parece e trans-formará a prática docente em algo mais agradável para o professor e mais divertido para seus alunos.

Para driblar a falta de tempo da maioria dos docentes, temos as reu-niões de planejamento e de área, durante o ano letivo, para que todos conversem, planejem essas atividades, projetos e ações. Nas reuniões pedagógicas, também é um bom momento para se falar de metodologias de ensino-aprendizagem, estimular os professo-res a mudar suas práticas, mostrar caminhos para o crescimento profissional deles. Todos precisamos receber novidades da nossa área de atuação, ser reconhecidos por nossas boas práticas e re-ceber direcionamento dos nossos líderes. Isso faz parte da rotina profissional de todos e com os professores não pode ser diferente.

Conceito de Interdisciplinaridade para o Centro Paula Souza Muito se fala sobre interdisciplinaridade nos Ensinos Fundamental e Médio, mas, será que é somente esta interdisciplinaridade que existe? Os professores do Centro Paula Souza sabem bem que não. Nossa atual realidade com alunos do ETIM e Ensino Técnico pede uma integração diferente. Essa integração é alcançada quando to-dos os professores de um determinado curso conversam, trocam ideias, planejam atividades e ações conjuntas, desde uma atividade de uma ou mais aulas até um projeto mais longo envolvendo mais de um componente curricular. Até mesmo o cronograma didático de cada componente curricular pode ser feito de forma integrada.

A definição de Integração de acordo com o dicionário Houaiss é: “incluir (-se) um elemento num conjunto, formando um todo coe-rente; incorporar (-se), integralizar (-se). ” Essa definição nos faz pen-sar justamente nas Habilitações Profissionais. Se entendermos que o perfil de concluinte que se quer atingir é apenas um, precisamos que todos os conhecimentos adquiridos ao longo da trajetória/cur-rículo escolar do aluno façam sentido, tenham apenas um fim, que é justamente o de desenvolver as Competências da habilitação es-colhida pelo estudante. Precisamos de docentes que se integrem, que busquem trabalhar em suas aulas conhecimentos que façam

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sentido para o aluno, que mostrem que todos os componentes são importantes.

O plano de curso de cada uma das Habilitações oferecidas pelos cursos do Centro Paula Souza mostra tudo o que cada componente irá desenvolver, por isso ele é tão importante. Os professores que ministram aulas em um mesmo módulo ou série precisam olhar o que será trabalhado pelos seus colegas para que eles identifiquem conhecimentos e habilidades que se ligam para que possam atuar juntos buscando uma aprendizagem significativa para o aluno. É no momento em que analisamos o plano de curso que descobri-mos várias possibilidades de integrar todos os componentes. É nes-se momento que é possível conversar com outros professores para montar o PTD em conjunto, integrando conhecimentos.

Pensando por este ângulo, podemos ver que a definição da Unesco para abordagem interdisciplinar e a definição de integração do Houaiss têm tudo a ver com os nossos cursos do ETIM, assim como com os cursos modulares e Ensino Médio regular. É muito impor-tante mostrar que todos na escola seguem a mesma linha de traba-lho, focando sempre no aluno, a razão da escola existir.

Para que essa integração e interdisciplinaridade aconteçam, temos diversos formatos, desde atividades simples, até mesmo grandes projetos. Os docentes de um mesmo curso podem tratar do mes-mo assunto com enfoques diferentes numa mesma semana, crian-do um diálogo entre os conhecimentos. Pode-se também ter uma atividade de apenas uma aula em que mais de uma turma e de um professor estejam juntos abordando o mesmo assunto, por meio de debates ou estudos de caso por exemplo.

Também é necessário trabalhar com os alunos conhecimentos que servirão de suporte para o entendimento de conceitos que outro professor irá desenvolver em seu componente mais adiante. No to-cante a este assunto, devemos falar do ETIM, já que muitas Bases Tecnológicas da Base Nacional Comum são essenciais para desen-volver conceitos da formação profissional.

É preciso que o estudante veja que a Base Nacional Comum e a par-te técnica têm a mesma importância. Para que ele aprenda de ma-neira eficiente os componentes técnicos, ele precisa dominar suas Bases Científicas, que nada mais são que os conhecimentos abor-dados pelos componentes da Base Nacional Comum e que darão suporte para o entendimento de conceitos trabalhados por cada componente técnico. Por exemplo, no ETIM de Informática, há o componente OSA (Operações de Software Aplicativo) que, para ser desenvolvido, o professor utiliza conhecimentos do componente Inglês, já que para usar a linguagem HTML é preciso ter bom voca-bulário e para JAVA é preciso ter uma boa leitura em Inglês.

O estudante somente será um bom profissional com todas as Competências necessárias apreendidas do curso técnico que es-colheu cursar se adquirir as Competências básicas de todos os Componentes de cada série/módulo, sejam eles da Base Nacional Comum ou da parte Técnica. Por esse motivo, temos que procurar ter sempre em mente que todo o conhecimento adquirido durante o curso tem que estar conectado para que possamos cumprir nos-so propósito educacional que é tornar o aluno competente para o mercado de trabalho e para a vida.

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Planejamento

A importância do planejamentoTão importante quanto pensar em um projeto é planejá-lo. Boas ideias não saem do papel se não tiverem um planejamento efetivo, isso é fato. Com as aulas, não é diferente. Muitas vezes os professo-res têm ideias incríveis de projetos, ou mesmo para uma aula es-pecífica, mas não conseguem colocar em prática ou finalizar essas ideias.

Para que essas ideias sejam efetivadas, é preciso colocar tudo no papel. Não é necessário preencher milhares de formulários ou di-gitar centenas de páginas; um documento simples, claro e objetivo pode ajudar a organizar e alcançar o sucesso da sua atividade.

Como planejar uma atividade integradora/interdisciplinarPara esta discussão, será tratado separadamente como poderia ser um planejamento de atividade interdisciplinar/integradora para os cursos oferecidos no Centro Paula Souza:

Primeiramente, é preciso definir qual será o tema abordado com a atividade que se pretende realizar. É muito importante ter em men-te o que pode despertar o interesse do aluno, como trabalhar com o tema e quais serão os professores envolvidos.

É preciso deixar bem claro para todos os envolvidos na ativida-de, professores e alunos, o que se pretende com ela, seu objetivo. Tudo tem que fazer sentido para o aluno, ele tem que enxergar no

processo todo um fim, ou seja, precisa saber qual Competência/Habilidade será desenvolvida.

Para que o aluno saiba exatamente como o processo ocorrerá, duas coisas precisam estar bem claras para ele: a metodologia que será utilizada, o como fazer, e os critérios de avaliação do trabalho. Este último precisa inclusive levar em consideração todo o processo, não apenas o produto final, o esforço de todos precisa ser reconhecido. Caso se pretenda desenvolver um projeto a longo prazo, essa parte deve ser bem minuciosa e todas as dúvidas precisam ser esclareci-das antes de tudo começar.

Esta proposta é simples, mesmo aquele professor que está sempre correndo contra o tempo pode pensar nessas etapas sem prejudi-car o andamento de suas atividades. O importante é que todos os professores envolvidos tenham pelo menos um tempo para pensar nisso juntos, pode ser um pouco antes da aula começar ou em ou-tro intervalo, mas esse tempo é essencial.

Agora, quando falamos de um projeto de longa duração, o planeja-mento antes do início das aulas é o momento ideal para isso. Esse projeto maior precisará também de um registro mais específico como um formulário simples que apresente os componentes en-volvidos, metodologia, competências a serem trabalhadas e crité-rios de avaliação. O importante é mostrar a todos que esse registro facilitará a execução do trabalho dos envolvidos na atividade e tam-bém o acompanhamento da coordenação de curso e pedagógica.

Não podemos deixar de dizer aqui que alunos e professores podem e devem participar juntos deste planejamento, já que os alunos, são as figuras principais, os protagonistas de todo o processo educacio-nal. A integração entre eles é essencial para o sucesso de qualquer projeto.

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Avaliação do projeto ou atividadeDepois do projeto organizado, o processo de execução já pode ser iniciado. Quando temos um trabalho longo, que envolve várias etapas, é preciso acompanhar, avaliar e registrar o processo todo. Muitas vezes, temos um projeto ótimo, que contou com o engaja-mento dos alunos e professores, todos aprenderam muito, e isso deve ser valorizado.

Todas as etapas são importantes e devem ser avaliadas. A prepara-ção, o desenvolvimento e a apresentação do resultado final devem ser avaliados. O esforço e a dedicação dos estudantes devem ser levados em consideração sempre.

Nunca podemos valorizar apenas para o resultado final, pois ele pode não ser o esperado. O processo todo pode ter ensinado muito ao aluno e isso não deve ser desprezado. O importante em qual-quer avaliação por parte do professor deve ser a Competência de-senvolvida, não apenas o produto final.

A avaliação do aluno deve ser formativa e contínua. Embora ela não tenha uma definição já estabelecida, para Marielza Faria Kato (Kato, 2007), ela é um modelo aberto e inacabado. O chamado modelo formativo tem como ponto de apoio o trabalho do professor, que deve promover a aprendizagem dos alunos, não apenas passar seu conteúdo sem ter nenhum indicador que mostre se sua estratégia está sendo efetiva, se está no caminho certo.

A ideia de avaliação deve ser ampliada, é preciso compreender que a simples reprodução de conceitos não é eficiente para que se pos-sa aferir o que o aluno realmente aprendeu. Para Afonso “As formas de avaliação devem atender a aspectos de maior complexidade cognitiva, social e cultural, sendo, por isso, valorizadas as modalida-des formativas ou interpretativas que ajudem os jovens a aprender e a se desenvolver” (AFONSO, 200, p. 45).

Para que se possa incorporar esse conceito de avaliação formativa, precisamos ter como princípio o fato de que todos os alunos po-dem aprender. O que habitualmente acontece é que cada estudante tem o seu tempo para desenvolver uma determinada habilidade, que pode ser menor ou maior que o de outro. Nem todos os alunos de-senvolverão todas as habilidades/ competências exigidas no Plano de Curso para o perfil de conclusão, mas com certeza, todos aprenderão conceitos que os levarão a níveis de aprendizado diferentes. Por este motivo, temos quatro menções para avaliar o desenvolvimento dos nossos alunos (MB, B, R e I).

Devemos, sempre, levar em consideração o desenvolvimento do aluno durante o período avaliado com relação às Competências a serem desenvolvidas, não somente o que ele apresentou em uma avaliação pontual, os professores devem diversificar seus instrumentos de avaliação para que o aluno possa mostrar o que aprendeu.

Essa questão nos mostra o quanto é importante ter um registro das avaliações de cada etapa para que o aluno tenha todo seu esforço reconhecido, fazendo com que ele se sinta mais valorizado e mo-tivado a desenvolver atividades e projetos propostos pela escola.

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Atividades interdisciplinares/integradoras das escolas da Supervisão Pedagógica Regional Grande São Paulo NoroesteDurante a capacitação, as escolas apresentaram atividades que fo-ram desenvolvidas ou gerenciadas pela equipe de coordenação das escolas. Algumas dessas atividades que foram enviadas para avalia-ção da ANP do curso serão socializadas a seguir com autorização dos envolvidos.

Etec de São Paulo Título da atividade: A produção de energia nuclear no Brasil e a preservação ambiental no litoral norte de São Paulo – Angra Paraty

Turmas participantes: 2º anos do Ensino Médio; 2º ETIM de Eletrônica; 2º ETIM de Meio Ambiente

Componentes e professores envolvidos: Irineu Anísio da Nóbrega e Soraia Oliveira de Moraes do componente Geografia e Luana Santos de Souza de Biologia.

Coordenadora pedagógica: Juliana Lima Rupert Peris

Turmas envolvidas: ETIM de Eletrônica e ETIM de Meio Ambiente.

Objetivos do projeto: •Conhecer a produção de energia termonuclear;

•Conhecer a dinâmica de formação dos quilombos;

•Aprofundar os estudos de produção, geração e distribuição de energia nuclear;

•Conhecer uma unidade de conservação (UC) e sua importância;

•Reconhecer a importância da preservação dos ecossistemas marinhos;

•Compreender a relação entre natureza e sociedade.

Metodologia: as várias turmas participantes foram divididas em grupos e foram distribuídos diversos temas para pesquisa. Após o estudo de campo, os alunos apresentarão suas pesquisas, no local – objeto de estudo, em formato de seminário, intercalando a fala dos monitores que acompanharam a atividade. Os alunos também produziram relatórios diários sobre suas pesquisas aos professores/monitores e realizar a exposição das fotos tiradas por eles.

(Fonte: arquivo pessoal)

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Etec Albert EinsteinTítulo da atividade: produção de carrinhos

Turmas envolvidas: 1º, 2º e 3º anos do ETIM de Eletrônica

Componentes e professores envolvidos: Rosimeire Feracin do Componente Eletricidade Básica e Técnicas Digitais; Alexandre Tozzi de Artes e Aparecido Wilson de Física.

Coordenadora pedagógica: Fernanda Valli

Objetivos do projeto:•Desenvolver o projeto de criação do carrinho eletrônico;

•Colocar em prática os conhecimentos teóricos adquiridos em aula.

Metodologia:•Fazer a explicação teórica do funcionamento eletrônico do

carrinho;

•Apresentar o conceito de perspectiva;

•Transformar o esquema elétrico em layout;

•Montar o carrinho no laboratório;

•Desenvolver a técnica de solda;

•Identificar e conhecer o funcionamento dos componentes utilizados na elaboração do carrinho;

•Escolher o modelo do carrinho – técnicas de desenho, perspectiva;

•Montar a estrutura do carrinho, arte visual;

•Fornecer informações sobre atrito, distribuição de peso do carrinho.

(Fonte: arquivo pessoal)

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Etec Basilides de GodoyTítulo: Arraial do Basilides de Godoy

Turma: 1º ETIM de Logística

Componentes e professores envolvidos: Carlos Ramalho, do componente Planejamento e Controle dos recursos e processos de produção; Armando Almeida Júnior, de Processos de Operações Contábeis; Ana Paula Martiniano, de Logística de mercado e pla-nejamento mercadológico; Nívia Domingues e Sandra Lopes, de Aplicativos Informatizados em Logística.

Coordenadora pedagógica: Carla Cristina Coutinho Garcia, atual di-retora da Etec

Objetivos do projeto: •Integrar todos os componentes técnicos do curso ETIM de

Logística;

•Planejar a produção de bandeirinhas e definir métodos e processos;

•Analisar cursos e recursos;

•Estudar e elaborar layout, documentação e relatórios;

•Desenvolver e analisar planilhas de custo;

Metodologia:•Analisar o espaço físico da unidade e seu layout;

•Desenhar processo produtivo;

•Calcular quantidade de matéria prima;

•Fazer pesquisa de preço para compra de matéria prima;

•Elaborar e analisar planilhas de custos;

•Organizar as linhas de produção;

•Produzir as bandeirinhas e enfeitar a escola;

•Responder pesquisa de satisfação;

•Elaborar relatório final para os professores.

(Fonte: arquivo pessoal)

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Etec Guaracy SilveiraTítulo: Festival de dança

Turmas participantes: 1º ETIM de Administração e 1º ETIM de Marketing

Componentes e professores envolvidos: Marcos Maurício, de Artes; Filemon Carlos e Elisabete Camarini, de Educação Física; Monique, de Filosofia; Ética e cidadania organizacional, de Luciana Guterres; Comportamento do Consumidor, Marco Aurélio

Coordenadora pedagógica: Regina Rogick Lopes

Objetivos do projeto: •Aprender sobre a dança contemporânea, suas principais in-

fluências, compositores e características;

•Aprender o conceito de estética, fazendo uma relação com a dança;

•Fazer um estudo da história da música brasileira, desde a dé-cada de 50 até a década de 90, analisando os principais movi-mentos musicais, culturais e grandes personalidades.

Metodologia: •Será fornecido aos estudantes um referencial de vídeos e mú-

sicas, de acordo com os temas de cada ano, para que seja ela-borado o trabalho a partir deste material;

•Em sala, serão feitas discussões para que os alunos escolham seus temas ou estudem os compositores contemporâneos;

•Os professores de CC e ECO trabalharão a comunicação e a orientação dos trabalhos entre as equipes quanto à pertinên-cia e organização do trabalho;

•O componente Comportamento do consumidor será traba-lhado no festival de dança através dos  fatores que influen-ciam os vários tipos de  comportamento: sociais, culturais, pessoais, psicológicos.  Como esses fatores poderiam  ser trabalhados no dia a dia, eles treinaram fontes de pesquisas, analisaram processo e estímulos  de decisões das pessoas. Não necessariamente isso precisa ser feito com produtos, pode ser realizado  com serviços por exemplo, definindo os desejos das pessoas. Como construíram a dança, lidando com possíveis conflitos gerados por pensamentos diferentes, como a pode ser melhor trabalhada e principalmente melhor apreciada pelo espectador. 

(Fonte: arquivo pessoal)

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Etec Zona SulTítulo: Canhão de bolinhas

Turmas participantes: 1º ETIM de Eletrônica

Componentes envolvidos: Língua portuguesa e literatura, Paulo Rogério; Inglês, Juliana Martins; Eletricidade Básica, Gilda Vieira; Desenho Informatizado em Eletrônica, Rui Souza; História, Alfredo Tiago; Filosofia e Sociologia, Herodes Beserra Cavalcanti; Matemática, Lourival Vieira; Montagem de Circuitos Elétricos I e Sistemas Elétricas, Fernando Leite;

Coordenadora pedagógica: Gilda Maria Pereira Vieira

Objetivos do projeto:•Desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe;

•Associar componentes curriculares do Ensino Médio com componentes específicas para embasar um projeto;

•Despertar o interesse para pesquisas e debates sobre temas importantes para o mundo.

Metodologia:

Em cada componente curricular serão desenvolvidas as atividades do projeto. Dessa forma, temos:

Artes – com os conceitos aprendidos durante as aulas os alunos criarão o Banner e desenvolverão a estrutura do canhão

História – O professor orientará os alunos a escreverem um trabalho sobre a importância dos canhões nas guerras.

Filosofia – O professor fará um debate sobre as questões que envol-vem as guerras.

Sociologia – O professor fará um debate sobre como seria uma so-ciedade em que não há conflitos e, por tanto, não há guerras.

Matemática – Nesta componente serão desenvolvidos os cálculos matemáticos para a construção do canhão levando em considera-ção as ideias desenvolvidas nas aulas de artes.

Os alunos serão orientados sobre como realizar os cálculos físicos a respeito de lançamento, trajetória, gravidade, força e outros ele-mentos físicos.

Língua portuguesa – Ao longo das aulas o professor orientará sobre como desenvolver o trabalho escrito e o manual de operação do canhão.

Inglês – Como uma das exigências é ter o manual de operação em Inglês, durante as aulas de Língua Inglesa, a professora auxiliará os alunos a traduzirem o manual para o idioma Inglês

Eletricidade Básica – As aulas teóricas de Eletricidade Básica servirão para desenvolver os fundamentos de eletricidade do projeto

Sistemas Elétricos – Durante as aulas práticas de Sistemas Elétricos o professor orientará os alunos para que desenvolvam o projeto elé-trico utilizado na construção do canhão.

Desenho Informatizado em Eletrônica – Os esquemas elétricos e as plantas do projeto serão desenvolvidos em software AutoCad e os desenhos serão desenvolvido em prancheta sob orientação do professor.

Montagem de Circuitos Eletrônicos I – A construção física do canhão será realizada sob a orientação do professor de Montagem de Circuitos Elétricos I durante as aulas práticas.

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Etec Takashi MoritaTítulo: Estudo do Meio 2016

Turmas envolvidas: todas as turmas de Ensino Médio e ETIM da uni-dade escolar

Componentes e professores envolvidos: Geografia, Vanessa Almeida Ribeiro e Maria Alice Oliva de Oliveira; Biologia, Zélia Maria Nogueira Britschka; Matemática, Marcelo Rico Eleodoro.

Coordenadora pedagógica: Regina Helena Dias Gatti

Objetivos do projeto:•Promover a aplicabilidade de conteúdos assimilados em aula,

nas diversas disciplinas e áreas do conhecimento, tornando mais significativo o processo ensino-aprendizagem;

•Possibilitar a contextualização dos conceitos aprendidos em sala de aula, de maneira interdisciplinar;

•Lançar a possibilidade da produção de novos conhecimentos, baseada na continuidade do currículo escolar;

•Consolidar um método de ensino interdisciplinar denomina-do estudo do meio, no qual interagem a pesquisa e o ensino.

Metodologia:

Preparação do estudo do meio

A escolha dos roteiros é feita pela Equipe do Projeto (professores e coordenadores do Ensino Médio), respeitando a adequação do currículo a cada turma.

Fica na responsabilidade dos organizadores a contratação de trans-porte, fazer reservas, agendamento, enfim, todo o suporte necessá-rio para a visitação.

Cada professor é responsável pelo conteúdo a ser tratado antes do estudo do meio, bem como pelo levantamento bibliográfico e o conteúdo contido na caderneta de campo.

Definido o roteiro e os conteúdos a serem abordados, os professo-res apresentarão aos alunos o objetivo do estudo do meio, o roteiro da visita e coordenarão a pesquisa prévia sobre o local visitado.

Nesta fase, os alunos definirão grupos de trabalho, sob orientação dos professores, e a divisão de tarefas. Definirão, em conjunto com os professores envolvidos, o produto final do trabalho, ou seja, a forma de apresentação dos resultados do projeto.

Neste momento, os professores orientarão os alunos para a prepa-ração de entrevistas, preparando-os para a necessidade de postura ética e respeitosa na abordagem da comunidade visitada.

Após a organização dos dados e informações será confeccionada a caderneta de campo, contendo regras de convívio, exercícios, mapa rodoviário, roteiro de observação e questões a serem respondidas pelos alunos e histórico do local. Cada aluno receberá um exem-plar da caderneta de campo, que deverá ser preenchida ao longo da visita.

Visita a campo

A visita é feita em data previamente agendada e comunicada aos responsáveis, devendo permanecer apenas por 1(um) dia em visita-ção. Cada turma será acompanhada por, no mínimo, dois professo-res por ônibus locado em empresa idônea e com valor de cobrança acessível aos recursos disponíveis.

A saída será precedida da apresentação do roteiro para os alunos, entrega das cadernetas de campo e orientações básicas. Ao longo do trajeto, os alunos serão convidados e instigados a tecer observa-ções e realizar registros sobre os aspectos observados, através da orientação dos professores acompanhantes.

Os alunos deverão realizar entrevistas e anotar aspectos importan-tes das informações prestadas pelos monitores e professores. Este material será, posteriormente, sistematizado para realização de apresentação dos trabalhos.

Preparação de exposição

Os resultados coletados em campo serão sistematizados pelas tur-mas e apresentados aos docentes em evento organizado, sob coor-denação dos professores envolvidos no projeto. Pretende-se assim, concretizar o conteúdo e estabelecer um produto final, acessível a toda escola, como resultado final da visitação propiciada pelo Estudo do Meio.

(Fonte: arquivo pessoal)

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Etec Jardim ÂngelaTítulo: Feira das nações

Componentes e professores envolvidos:

Coordenadora pedagógica: Carolina Siqueira Pulga

Objetivos do projeto:•Apresentar aos alunos do Ensino Médio e ETIM as diferentes

culturas;

•Motivas a prática de ações interdisciplinares;

•Engajar os grupos;

•Desenvolver o sendo de responsabilidade para com o outro.

Metodologia:•Divulgação dos países e professores responsáveis por cada

turma;

•Organização dos grupos: 10 alunos para painéis, 10 para víde-os, 10 para danças típicas;

•Organização para a Mostra Cultural;

•Apresentação dos painéis, vídeos e danças no dia do evento;

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Etec Abdias do NascimentoTítulo: Departamentos e Arquivamentos

Componentes e professores envolvidos: Ética e Cidadania Organizacional, Jefferson; Técnicas Organizacionais, Arlete; Gestão Empresarial, Priscila; Aplicativos Informatizados, José Fernando e Fernanda; Língua Portuguesa, Literatura e Comunicação Profissional, Cícero.

Coordenadora pedagógica: Denise de Souza Bisseti

Objetivos do projeto:•Desenvolver conhecimento sobre a função de cada departa-

mento dentro das organizações;

•Identificar o porquê da necessidade do arquivamento dos do-cumentos de seus respectivos departamentos, destacando as bases legais que levam a exigibilidade.

Metodologia:•Em grupos, os alunos pesquisarão conceitos e a aplicabilida-

de do tema;

•Pesquisa sobre o tema;

•Compilação dos dados e preparação de slides explicativos para apresentação;

•Apresentação oral dos resultados.

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Etec Raposo TavaresTítulo do projeto: ExpoETIM

Componentes e professores envolvidos: Técnicas de pro-gramação para Internet, Alberto Marques; Ética e Cidadania Organizacional, Ana Maria Pequino Freire; Inglês e Comunicação Profissional, Cícero Vicente de Andrade; Língua Portuguesa e Literatura, Tania Florença.

Coordenador pedagógico: Alberto Marques

Objetivos do projeto: •Trabalhar a interdisciplinaridade com os alunos e professores

nas 1ªs e 2ªs séries do Ensino Médio Integrado aos técnicos;

•Integração dos alunos;

•Apresentação da escola para a comunidade, tendo como pú-blico alvo alunos das escolas municipais/privadas da região (Ensino Fundamental - 9º ano).

Metodologia:•Apresentar o projeto aos alunos das 1ºs e 2ºs séries do

Ensino Médio Integrado ao Técnico - Etim - Administração, Informática e Química, pelo professor coordenador do proje-to. (Fevereiro /março);

•Propor aos alunos utilizar o conjunto de materiais pedagógi-cos e competências desenvolvidas nos componentes curricu-lares do referido ano letivo. (Março);

•Criar uma comissão escolar composta por 2(dois) alunos de cada turma das 2º e 3ºs Etims e por um professor de compo-nentes técnicos 1(um) administração, 1(um) de informática e 1(um) química e 1(um) da base comum, visando a organiza-ção e condução dos trabalhos para organização do evento. (Abril);

•Reunir coordenadores e professores de componentes téc-nicos, visando apoiar os alunos na formação de grupos e escolhas de temas que estejam na matriz curricular (bases tecnológicas) da referida série cursada, propondo temas in-terdisciplinares, para a integração de alunos e a divulgação da unidade escolar as escolas municipais/privadas da região. (Maio);

•Incentivar os alunos com a participação voluntária, avaliando os trabalhos (menções/frequência no dia do evento) com o acompanhamento dos professores presentes no dia/hora do evento. (Maio);

•Orientar os grupos de alunos expositores para a construção do trabalho escrito e da apresentação, tais como slides, ves-timentas, entre outras considerações para o dia do evento. (Junho);

•Organizar os grupos de alunos (Comissão ExpoETIM) para apresentações prévias dos projetos aos seus pares, onde as

1ºs séries apresentam para 2ºs séries e as 2ºs séries apresen-tam para 3ºs séries, os quais discutem melhorias e implemen-tações dos trabalhos. (Agosto);

•Distribuir os espaços escolares (Comissão ExpoETIM) para os diversos grupos que farão as apresentações, oficinas e dinâ-micas para os visitantes. (Setembro);

•Enviar comunicado as escolas municipais/privadas de Ensino Fundamental da região (diretores e coordenadores peda-gógicos), trabalho realizado pelo Direção da Etec, professor coordenador do projeto do ExpoETIM e 1(um) funcionário administrativo, um mês antes do evento;

•Divulgar o evento as escolas municipais/privadas com banner e panfletos. Também divulgar dentro da Etec Raposo Tavares a comunidade escolar, mídias sociais e internet. (Setembro);

•Organizar salas ambientes para o dia da Expo Etim, geralmen-te 3ª (terceira) sexta feira de outubro, onde a comissão Expo Etim e os alunos organizadores seguem o planejamento defi-nido para uso de cada sala. (Outubro);

•Avaliar os trabalhos, professores incentivam os alunos no dia do evento avaliando os trabalhos e orientando nas possíveis dificuldades na condução das exposições. (Outubro);

•Divulgar o evento realizado por meio de mídias sociais e in-ternet através do projeto EtecomRaposoTavares (comunica-ção) e site www.etecraposotavares.com.br. (Outubro).

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Etec JaraguáTítulo do projeto: Logísticas in práxis

Turma participante: 2º ETIM de Logística

Componentes e professores envolvidos: Física, Vania Aparecida da Costa; Matemática, Marcia Pinto Simione; Sociologia, Raphael Paulino Gimenez; Movimentação, Expedição e Distribuição e Gestão de Recursos Materiais, Maicon Henrique de Oliveira; Custos Logísticos, Marcos Peres

Coordenadora pedagógica: Dulce Léia Miranda

Objetivos do projeto:•Criar um dispositivo que possa simular situações reais de ar-

mazenamento e transporte de carga.

Metodologia:•Pesquisa bibliográfica em sites e livros relacionada com os

temas;

•Elaboração de um Croqui de um contêiner e das caixas;

•Aplicação da atividade para um grupo de teste;

•Construção do dispositivo em MDF;

(Fonte: arquivo pessoal)

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Etec Francisco MoratoTítulo do projeto: Tecnologia aplicada ao estudo de História para o curso do ETIM

Turma participante: todas as turmas do ETIM de Informática para Internet

Componentes e professores envolvidos: História, Everton Santos; Programação para WEB I, Kelly Sabará; Aplicativo de Design, Adil Soares; Língua Portuguesa, Literatura e Comunicação Profissional, Lívia Lanjoni; Desenvolvimento e Design de Websites, Rafael Barreto

Coordenador pedagógico: Rodrigo Assis da Silva

Objetivos do projeto:•Realizar um trabalho de projeção tridimensional, desenvol-

vendo a ferramenta utilizada na dimensão didática e contan-do histórias através da tecnologia;

•Contribuir com os Componentes Curriculares envolvidos para a integração e interação com os criadores do projeto e a co-munidade expectadora;

Metodologia:•O trabalho se dividiu na pesquisa sobre holograma, sua com-

posição e montagem;

•Elaboração do conteúdo de História a ser desenvolvido;

•O processo de construção do holograma está aliado ao conjun-to de componentes de História, Língua Portuguesa, Aplicativo de Design, Programação para WEB I e Desenvolvimento de Websites, absorvendo as práticas de cada componente;

•Posteriormente, os alunos apresentaram na Feira Cultural o projeto, levando a comunidade interna e externa a conhecer a realidade virtual.

•Essas atividades foram todas muito bem-sucedidas, principal-mente por contar com a organização e profissionalismo dos professores envolvidos e pelo protagonismo dos alunos em todas as etapas.

holograma criado pelos alunos

(Fonte: arquivo pessoal)

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Etec MandaquiTítulo do projeto: Visita técnica ao Parque Estadual do Pico do Jaraguá

Turma participante: 2º ETIM de Nutrição e Dietética, 2º ETIM de Edificações e 3º módulo do curso técnico em Enfermagem

Componentes e professores envolvidos: Biologia, Marcelo Meratti; Planejamento Alimentar, Henrique Nogueira; Educação Física, José Augusto Santos da Rocha; Matemática, Michel Malanos Junior, Técnicas de Primeiros Socorros, Rosana de Cássia Cinirro.

Coordenador pedagógico: Rogério Tadeu Francisco Gonçalves

Objetivo do projeto:

Espera-se que os alunos assimilem os conhecimentos, habilidades e valores propostos pela atividade, interagindo com o ambiente e su-perando as dificuldades encontradas, desenvolvendo a capacidade de solucionar problemas relacionando os diversos aprendizados.

Metodologia:•Apresentação da proposta aos alunos pelos professores de

cada Componente Curricular;

•Elaboração de protocolos de atividades pelos alunos e aula de instrumentação para orientá-los quanto aos procedimen-tos a serem realizados;

•Organizar e executar os procedimentos logísticos para a rea-lização da atividade;

•Visita técnica com alunos e professores;

•Tabulação e avaliação dos dados levantados durante a ativi-dade. Dados esses solicitados pelos professores sobre vege-tação, clima etc;

•Análise dos resultados levantados com os alunos e equipes de trabalho;

•Divulgação dos resultados da atividade para a unidade escolar;

(Fonte: arquivo pessoal)

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Etec Profa. Dra. Doroti Quiomi Kanashiro ToyoharaTítulo do projeto: Festa Junina 2016

Turma participante: todas as turmas do Ensino Médio; 1º e 2º ETIM de Segurança do Trabalho; 1º, 2º e 3º ETIM de Eventos; 1º ETIM de Eletroeletrônica

Componentes e professores envolvidos: Organização de Banquetes e Buffet, Isabela da Fonseca Pinheiro e Claudinei Roberto da Silva Castilho; História e Produção Cultural e Artística, Daniel Ferreira de Carvalho; Técnicas de Lazer, Vanderson Rodrigo da Silva e Flávia Cristina da Silva; Filosofia e História, Karina de Oliveira; Geografia, Marconi Afonso Longo Salvador; Língua Portuguesa e Literatura, Paulo Henrique Ubirajara Mijas; Artes, Regiane Oho e Valdir Alves de Medeiros Junior; Sociologia, Rosana Aparecida Freitas da Silva;

Coordenadora pedagógica: Flávia Cristina da Silva

Objetivos do projeto:•Valorizar as festas juninas, como parte do acervo folclóri-

co brasileiro (Filosofia, Sociologia, Produções Culturais e Artísticas em Eventos – PCAE e Artes);

•Conhecer as características do Rio São Francisco (História e Geografia);

•Compreender como são valorizadas as danças típicas dos cinco estados brasileiros que são “cortados” pelo Rio São Francisco (Artes, História, Geografia, Educação Física, Produções Culturais e Artísticas em Eventos - PCAE).

•Conhecer a indumentária e a ornamentação típica, utilizadas nessas festividades (Artes, Produções Culturais e Artísticas em Eventos - PCAE e PTCC);

•Estudar a simbologia e riqueza de tradições que envolvem os festejos populares (PTCC, Geografia, História, Sociologia, Filosofia, Artes, Produções Culturais e Artísticas em Eventos - PCAE, Língua Portuguesa e Literatura - LPL e Educação Física)

•Conhecer, desenvolver e apreciar as características rítmi-cas e musicais, que compõem as festividades brasileiras (Artes, Produções Culturais e Artísticas em Eventos - PCAE e Educação Física);

•Estimular a criatividade, a imaginação e o envolvimento dos alunos em torno da temática, mediante produções textuais orais ou escritas, pesquisas e atividades artísticas (Língua Portuguesa e Literatura).

Metodologia:

Em Artes, História, Filosofia, LPL, Produção Cultural e Artística em Eventos e Sociologia, Marketing: pesquisas no acervo literário e ele-trônico sobre as principais características das danças típicas (pelo menos 5 danças – origem, principais influências, importância popu-lar, indumentária) nos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas;

Em Geografia: pesquisa no acervo literário e eletrônico sobre as ca-racterísticas do Rio São Francisco. Importância econômica, turística, social e cultural desse rio. Atividade em grupo;

Em Artes e Ed. Física: Após a pesquisa das danças típicas os alunos irão expor os resultados, através de ensaios e da apresentação final no dia da festa.

(Fonte: arquivo pessoal)

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Etec SebraeTítulo do projeto: Impressões e Momentos

Turma participante: 1º ETIM de Administração e 1º ETIM de Marketing

Componentes e professores envolvidos: Língua Portuguesa e Literatura , Luciana Silva Evangelista; Artes, Leonardo Garin; Inglês, Patrícia Ferracioli.

Coordenadora pedagógica: Luciana Silva Evangelista

Objetivos do projeto:

Desenvolver um trabalho com os alunos do 1º Administração e 1º Marketing trabalhando em equipe, analisando, interpretando e aplicando os recursos expressivos das linguagens, relacionando texto com seu contexto transformando de forma reflexiva a cria-ção e o desenvolvimento de um texto expondo os sentimentos, comportamentos e vivências do cotidiano. Trabalhando a imagem através da fotografia documentando a experiência descrevendo as ações propiciando um momento reflexivo e o uso da linguagem (Português e Inglês) como ferramenta da comunicação.

Metodologia:

Solicitamos aos alunos que os mesmos fotografassem situações co-tidianas que nas quais chamam a sua atenção e transmitem algum questionamento e sentimento no dado momento. Após escolher a situação na qual os mesmos queiram abordar começaremos a redi-gir um texto descrevendo os detalhes das ações e emoções vincu-lada a imagem, neste momento a observação deverá ser reflexiva e questionadora junto a letra da música (Inglês) na qual reflete toda a situação exposta.

Até que ponto nossas ações constrói uma sociedade?

As fotos deverão ser reveladas em preto e branco (PB) no tamanho 20x30, o texto deverá ser impresso no tamanho 18, fonte ARIAL.

O mesmo deverá ser claro e objetivo diante a situação abordada.

O trabalho será exposto nos expositores do andar térreo do perío-do 15 a 30/05/2015.

(Fonte: arquivo pessoal)

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O ALUNO PROTAGONISTA DOS PROJETOS INTERDISCIPLINARESOs projetos interdisciplinares descritos anteriormente, apresentam ex-periências de apenas algumas escolas, sendo o universo de exemplos infinitamente maior e adequado ao perfil dos alunos de cada unidade.

O sucesso dos projetos interdisciplinares virá na medida em que se realizem avaliações diagnósticas, para levantamento das caracterís-ticas de cada turma, das lacunas de aprendizagem e de deficiências de aprendizagem que muitas vezes são a causa da evasão escolar.

Os coordenadores pedagógicos e os orientadores educacionais po-dem colaborar com os coordenadores de curso, disponibilizando informações sobre as turmas, acompanhamento dos alunos com baixo rendimento e/ou menções insuficientes, para que durante as reuniões de planejamento e de curso, previstas em Calendário Escolar, os docentes possam elaborar estratégias e projetos inter-disciplinares, com objetivo, metodologia, componentes curricula-res envolvidos, instrumentos e critérios de avaliação.

A definição dos projetos interdisciplinares, nas reuniões de plane-jamento, norteará o Plano Político Pedagógico-PPG, ficará evidente no Plano de Trabalho Docente-PTD e transparecerá no Diário de Classe, promovendo um aprendizado significativo e impactando positivamente na permanência do aluno no curso.

Os projetos interdisciplinares demandam tempo, envolvimento, in-teresse e comprometimento de toda equipe de gestão escolar. O projeto desenvolvido somente pelo docente está comprometido desde sua concepção e com grandes chances de insucesso. Os pro-jetos interdisciplinares devem promover uma sensação de perten-cimento de toda comunidade escolar.

Os projetos apresentados anteriormente possuem como ponto po-sitivo, e em comum, o envolvimento de Componentes Curriculares da Base Nacional Comum e Técnico, permitindo a aquisição da ha-bilidades e Competências previstas no Plano de Curso.

O Plano de Curso, de cada modalidade, desenvolvido pelo Grupo de Formulação e Atualização de Currículos- Gfac, deve ser estuda-do, discutido e compreendido pelos docentes, coordenadores pe-dagógicos e de curso, por traçar o itinerário formativo do discente. As competências gerais, as atribuições/responsabilidades e as áreas de atividade existentes no Plano de Curso, constituirão os subsídios para iniciar a elaboração dos projetos interdisciplinares.

Caberá aos coordenadores de curso, durante as reuniões de curso, coordenar e incentivar o estudo dos Planos de Curso, contando com a participação e contribuição de todos os docentes, para orientar quais e quantos projetos interdisciplinares cada curso desenvolve-rá. As propostas dos projetos interdisciplinares oriundos dos dife-rentes cursos, poderão ser analisadas em reuniões de planejamento e/ou pedagógica, norteando os recursos físicos, humanos e finan-ceiros disponíveis em cada escola.

Os projetos interdisciplinares não eliminam as aulas tradicionais, que permitirão o embasamento teórico e o melhor aproveitamento, para aquisição de habilidades e competências, por parte do aluno.

Todas as sugestões colocadas anteriormente, de quando iniciar um projeto interdisciplinar, como registrar e qual o envolvimento dos membros da equipe de gestão escolar, não podem ocultar o ponto mais importante de qualquer projeto – o aluno é protagonista de seu aprendizado.

Queremos alunos criativos, proativos, que sabem encontrar a reso-lução eficaz para as situações problema que, com certeza se apre-sentarão em sua vida profissional. Para isso precisamos estabelecer projetos interdisciplinares oriundos do interesse dos discentes, ca-bendo aos docentes facilitar e direcionar os múltiplos interesses de turma para um projeto específico.

Muitas vezes caberá ao docente, sempre em conjunto com o coor-denador de curso, coordenador pedagógico e demais membros da equipe de gestão, promover um estudo para o levantamento de si-tuações problema que serão objeto de um projeto interdisciplinar, alinhado ao Plano de Curso e ao perfil de conclusão.

As propostas podem surgir timidamente, levantadas por alguns educadores mais entusiastas das metodologias ativas no ensino técnico de nível médio, mas, se bem organizado e orientado, pelos gestores escolares, crescerão e se tornarão práticas pedagógicas in-corporadas a vida escolar.

Por onde começar?

Sempre pelo diálogo, com todos os membros da comunidade esco-lar entendendo a função da escola dentro da sociedade e de cada membro, a educação com o aluno sendo protagonista, a proposta de ensino por competências do Centro Paula Souza e o processo de construção de um projeto interdisciplinar.

Este trabalho e os exemplos apresentados anteriormente, devem ser como a semente do grão de mostarda, um grão muito pequeno que se transforma em uma árvore frondosa cheia de vida e que con-tribui muito positivamente com o ecossistema do qual faz parte.

Profa. Marta Louzada Zen Fujita

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Atividades Integradoras/Interdisciplinares no ETIM

Algumas experiências de sucessoENTREVISTA FEITA COM AS ETECS MANDAQUI, IRMÃ AGOSTINA E DRA. DOROTI Q. K. TOYOHARA

As atividades interdisciplinares/integradoras são ótimas ferramentas para contex-tualizar a aprendizagem, diversificar as aulas e deixar a escola mais interessante.

Isso tudo não é novidade, mas ainda precisamos incorporá-las na realidade das unidades escolares de forma efetiva para que os resultados sejam significativos.

Neste texto, apresentaremos três casos bem-sucedidos de algumas Etecs da nossa regional GSP Noroeste para servir de inspiração.

Vamos a eles!

Etec MandaquiEm 2015, a Etec Mandaqui realizou a ótima atividade integradora intitulada “Parque Estadual do Jaraguá”, que envolveu os ETIMs de Edificações e Nutrição.

Todos os alunos partici-pantes desta atividade re-ceberam um cronograma para que tudo aconteces-se de maneira organizada. Nele, os alunos eram infor-mados, logo no início, dos objetivos e critérios de avaliação da atividade. Os professores também toma-ram o cuidado de elaborar uma introdução sobre o local (vegetação, fauna),

além de instruções para um passeio com segurança. O roteiro da atividade também foi disponibilizado aos alunos, com a ordem de cada ação guiada pelos professores e com as questões que os alunos deveriam observar para preparar o relatório. A organização foi tanta que a data para entrega do relatório já estava no mesmo documento!

| A ideia |

A ideia surgiu após um professor de Biologia organizar a ida ao Pico do Jaraguá com os alunos para complementar seus ensinamentos em sala de aula. Para a surpresa de todos, 160 alunos do ETIM se inscreve-ram para participar da atividade. Pela quantidade de alunos e as diver-sas possibilidades para explorar, os professores de outros componen-tes acabaram percebendo que aquela atividade poderia muito mais produtiva se todos trabalhassem juntos, integrando conhecimentos.

A partir daí os professores de Educação Física, Matemática, Língua Portuguesa e Literatura e Biologia se juntaram e estruturam o pro-jeto para que ele contemplasse todos os componentes de forma interdisciplinar.

| O planejamento |

Para o coordenador pedagó-gico Prof. Rogério, o plane-jamento foi de extrema im-portância: “O planejamento foi essencial. No avaliar a pri-meira visita, percebemos os pontos aos quais não demos a devida importância e às fragilidades da programação. Replanejar para o próximo ano letivo, acrescentou con-textualização, programação que deu resultados e renovou o inte-resse dos participantes estimulando outros a fazerem parte ou cria-rem novos projetos. Porém a que se dizer que foi preciso paciência e foco. Discutimos diversas vezes o projeto e a hora do cafezinho foi essencial”, diz.

| Professores e alunos durante o passeio |

Ele ainda acrescenta que documentar este processo não foi fácil, mas foi crucial para encontrar fragilidades na programação. O re-planejamento também foi essencial para adequações e fez com que os resultados fossem ainda mais positivos.

O resultado foi excelente, com alunos mais motivados e professores mais comprometidos. A proposta para 2016 é implantar a mesma proposta também para a descida da Serra do Mar, com inclusão dos componentes História e Geografia. Com certeza, será um sucesso maior ainda em 2016!

Alunos registrando o passeio

Professores e alunos durante o passeio

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Etec Irmã AgostinaO ano de 2015 para a Etec Irmã Agostina foi de boas experiências. O coordenador pedagógico Prof. Álvaro montou uma feira multicur-sos. O projeto foi intitulado “Produções de cosméticos e desenvolvi-mento de um plano de negócios para comercialização”.

Nesse projeto, participaram os alunos do segundo ano do ETIM de Administração e o terceiro ano integrado de Química e os professores envolvidos foram o Adriano, do componente “Empreendedorismo e Inovação” (ETIM de Administração) e a Márcia, de “Tecnologia de Processos Industriais” (ETIM de Química).

Os alunos de Administração, por meio estudo de mercado, realiza-ram pesquisas e levantamento de dados específicos. Eles também prepararam a documentação para abertura de empresa, bem como o preparo de todo processo da escolha, formulação e produção dos produtos junto aos alunos do curso Técnico Integrado em Química, que produziram vários produtos, entre eles álcool gel hidratante e removedor de gordura para cozinha.

A feira organizada para apresentar os produtos para a comunidade escolar foi bem organizada e os alunos mostraram estar totalmente preparados para isso!

| O planejamento |

Para organizar todo o processo, foi criado um formulário com várias in-formações sobre a ideia, entre elas objetivos, justificativa e metodolo-gia. Os dois professores envolvidos utilizaram apenas um documento e foram acrescentando os resultados alcançados após sua finalização.

Álvaro ainda ressalta a importância desta etapa: “O planejamento foi importante, pois o projeto trabalha com dois cursos e módu-los  distintos e não seria possível em poucas aulas ensinar admi-nistração para os alunos de química e vice-versa. Se o projeto não fosse concluído, no ano subsequente deveríamos fazer um replane-jamento do projeto em questão e diagnosticar as falhas”.

Com certeza, o comprometimento de toda a equipe, dos professo-res e alunos envolvidos teve como resultado o sucesso. Os produ-tos estavam tão bons, que todos acabaram!

O resultado foi excelente e todo o processo foi avaliado. Em todas as etapas, os professores orientaram e valorizaram o trabalho dos estudantes. A avaliação foi completa, MB a todos!

Etec Profa. Dra. Doroti Q. K. ToyoharaEm 2015, a Etec Dra. Doroti Q. K. Toyohara teve várias conquistas, uma delas foi o sucesso do projeto “Carros, problema ou solução?” implantado pela coordenadora pedagógica Profa. Flávia. Esse pro-jeto envolveu todos os cursos e alunos da Etec. Cada curso desen-volveu uma parte do processo e o resultado foi tão grande que até o Detran fechou a rua da escola para a apresentação dos alunos.

| A ideia |

Primeiramente, a Flávia pensou em fazer uma atividade interdis-ciplinar envolvendo os componentes de Física e Matemática, que trabalharia com carrinhos de rolimã. Durante as discussões sobre o projeto, docentes de outros cursos já foram percebendo o quanto a ideia era legal e foram se envolvendo, cada um contribuindo de acordo com sua realidade. Quando ela viu, os ETIMs de Eventos e Segurança do Trabalho, assim como os técnicos em Contabilidade, Eletroeletrônica e Segurança do Trabalho, já estavam responsáveis por distintas etapas do projeto e trabalhando a todo vapor.

Discutiu-se a importância do carro, questões ambientais, sua evo-lução, álcool e direção, transporte público entre outros aspectos do tema. Claro que os carrinhos de rolimã continuaram a fazer parte do projeto. Os alunos confeccionaram seus próprios carrinhos e o conhecimento esteve de mãos dadas com a diversão o tempo todo.

| O planejamento |

Sobre esta importante etapa, Flávia diz: ”O planejamento é essen-cial na realização de qualquer ação educativa para direcionar o ca-minho a ser percorrido. Ao planejar sabemos quais os recursos e

Alunos durante a produção dos produtos Um dos produtos criados pelos alunos

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esforços que precisamos para enfrentar assertivamente e encontrar a solução para os vários problemas que surgem no decorrer do processo”.

Todos os coordenadores de curso e a equipe diretiva tra-balharam juntos para que tudo desse certo. Todos os avaliadores utilizaram a mes-ma ficha de avaliação para que todo o processo fosse coerente.

Sobre a documentação do processo, ela acrescenta: “o registro e toda a documentação são necessários para o desenvolvimento e posterior acompanhamento de tudo o que foi orientado, solicitado e finalmente executado e exposto no evento”.

| Demais trabalhos |

Sabemos que outros trabalhos tão bons quanto esses aconteceram nas Etecs da nossa região e que eles devem ser divulgados. Por este motivo, ao final desta capacitação, será elaborado um portfólio com uma atividade interdisciplinar de cada uma das nossas 27 Etec. Vamos socializar nossas tão bem-sucedidas atividades integrado-ras/interdisciplinares para motivar ainda mais os alunos e deixar o processo de ensino aprendizagem cada vez mais eficiente! Até a próxima!

Alguns stands da feira

Alguns stands da feira

O PlanejamentoEm todas essas experiências, vimos o quanto o planejamento e os registros do processo foram importantes para os excelentes resultados alcançados.

Quanto mais se planeja, menos erros aparecerem e, dessa forma, também estaremos preparados para resolver os que aparecerem

Não pule etapas, garanta o sucesso do seu projeto!

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BibliografiaFAZENDA, Ivani. C. A. Interdisciplinaridade: História, teoria e pesquisa. 13° Edição. Campinas: Papirus Editora. 1994.

KATO, Marielza Faria. Avaliação a partir da lógica das competências na educação profissional: possibilidades. PUC – SP. 2007.

AFONSO, Almerindo Janela. Avaliação educacional: regulação e emancipação. 2ª edição. Ed. Cortez. 2000.

GENTILE, Paola e BENCINI, Roberta. A arte de construir competências. Revista Nova Escola.

CAVALCANTE, Meire. Interdisciplinaridade: um avanço na educação. Revista Nova Escola. 2016.

Vídeo: EVS – Interdisciplinaridade e Transversalidade. Univesp TV. Acessado em 09/11/2016 no link: https://www.youtube.com/watch?v=cNpTwye78Vk

http://www.webartigos.com/artigos/a-interdisciplinaridade-na-escola/24165/#ixzz4Mngh3M9S

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unidade do ensino médio e técnico – cetec capacitações