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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE ELENA MESA MARQUEZ A INTERMODALIDADE AERO-FERROVIÁRIA NO TRANSPORTE DE PASSAGEIRO EXISTENTE NO AEROPORTO DE FRANKFURT – ALEMANHA E SUGESTÃO DE APLICAÇÃO DESTE MODELO NO AEROPORTO DE GUARULHOS - BRASIL São Paulo 2006

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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

ELENA MESA MARQUEZ

A INTERMODALIDADE AERO-FERROVIÁRIA NO TRANSPORTE DE PASSAGEIRO EXISTENTE NO AEROPORTO DE FRANKFURT – ALEMANHA E

SUGESTÃO DE APLICAÇÃO DESTE MODELO NO AEROPORTO DE GUARULHOS - BRASIL

São Paulo

2006

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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

ELENA MESA MARQUEZ

A INTERMODALIDADE AERO-FERROVIÁRIA NO TRANSPORTE DE PASSAGEIRO EXISTENTE NO AEROPORTO DE FRANKFURT – ALEMANHA E

SUGESTÃO DE APLICAÇÃO DESTE MODELO NO AEROPORTO DE GUARULHOS - BRASIL

Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte Orientador: Prof. Célio Daroncho

São Paulo

2006

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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

ELENA MESA MARQUEZ

A INTERMODALIDADE AERO-FERROVIÁRIA NO TRANSPORTE DE

PASSAGEIRO EXISTENTE NO AEROPORTO DE FRANKFURT – ALEMANHA E SUGESTÃO DE APLICAÇÃO DESTE MODELO NO

AEROPORTO DE GUARULHOS - BRASIL Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________ Prof. Célio Daroncho

Faculdade de Tecnologia da Zona Leste ______________________________________

Prof. Cláudio A. Gomes Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

______________________________________

Prof. Érico Francisco Innocente Escola Técnica Estadual Vasco Antonio Venchiarutti

São Paulo, ____ de________ de 2006.

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A meus pais e irmãos e ao meu namorado...

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AGRADECIMENTOS

A minha família, em especial a minha Mãe, companheira de todas as horas que foi

fundamental para a execução deste trabalho.

Ao meu namorado, Marcel, que me apoiou e auxiliou em todas as etapas desta

jornada.

Ao meu orientador, Prof. Célio, pela paciência em responder minhas inúmeras

perguntas e pela dedicação em me passar seus conhecimentos.

A todos que torceram e vibraram com as conquistas da minha vida, e que com

certeza comemorarão mais esta realização.

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"Uma longa jornada começa com um único passo." Lao-Tsé

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MARQUEZ, Elena Mesa. A INTERMODALIDADE AERO-FERROVIÁRIA NO TRANSPORTE DE PASSAGEIRO EXISTENTE NO AEROPORTO DE FRANKFURT – ALEMANHA E SUGESTÃO DE APLICAÇÃO DESTE MODELO NO AEROPORTO DE GUARULHOS - BRASIL. 2006. Monografia (Graduação em Tecnologia em Logística com ênfase em transporte) – Faculdade de tecnologia da Zona Leste.

RESUMO

O presente trabalho faz um estudo da intermodalidade aero-ferroviária no transporte de passageiros, analisando a viabilidade de aplicação desta no Aeroporto Internacional de Guarulhos, que atualmente possui somente a conexão com o modal rodoviário, prestada por um pequeno número de linhas de ônibus, automóveis e táxis. Utilizou-se o Aeroporto de Frankfurt – Alemanha como modelo de funcionamento da intermodalidade aero-ferroviária, já que o referido aeroporto é mundialmente reconhecido pela boa qualidade de serviços na realização de conexões entre o modal aéreo e o ferroviário, tendo desenvolvido estratégias de implantação e operação que servem como base para outros aeroportos. O Aeroporto Internacional de Guarulhos é considerado o hub airport sul americano em função das conexões aéreas que concentra e do grande número de passageiros que fazem uso do mesmo, número este que aumenta a cada ano, tornando-se essencial a implantação de uma conexão ferroviária com o aeroporto. Mediante esta necessidade, estudou-se o projeto denominado Expresso Aeroporto, desenvolvido pelo Governo do Estado de São Paulo, que tem como objetivo estabelecer uma conexão ferroviária que interligará o Aeroporto de Guarulhos com a cidade de São Paulo. Analisa-se ainda a importância da implantação da intermodalidade com base nos benefícios que a mesma trouxe ao Aeroporto de Frankfurt, efetuando um comparativo com as melhorias que poderiam ser conseguidas com a implantação no Aeroporto de Guarulhos. Palavras-chave: Intermodalidade aero-ferroviária, transporte de passageiros e Hub Airport

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MARQUEZ, Elena Mesa . LA INTERMODALIDADE AERO-FERROVIARIA EN EL TRANSPORTE DE PASAJERO EXISTENTE EN EL AEROPUERTO DE FRANKFURT – ALEMANIA Y SUGERENCIA DE APLICACIÓN DE ESTE MODELO EN EL AEROPUERTO DE GUARULHOS - BRASIL. 2006. Monografía (Graduación en Tecnología en Logística con énfasis en transporte) – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.

RESUMEN

El presente trabajo hace un estudio de la intermodalidad aero-ferroviaria en el transporte de pasajeros, analizando la viabilidad de aplicación de esta en el Aeropuerto Internacional de Guarulhos, que actualmente posee solamente la conexión con el modal vial, prestada por un pequeño número de líneas de autobuses, automóviles y taxis. Se utilizó el Aeropuerto de Frankfurt – Alemania como modelo de funcionamiento de la intermodalidad aero-ferroviaria, ya que el referido aeropuerto es mundialmente reconocido por la buena calidad de servicios en la realización de conexiones entre el modal aéreo y el ferroviario, tiendo desarrollado estrategias de implantación y operación que sirven como base para otros aeropuertos. El Aeropuerto Internacional de Guarulhos es considerado el hub airport sur americano en función de las conexiones aéreas que concentra y del gran número de pasajeros que hacen uso del mismo, número este que aumenta cada año, haciéndose esencial la implantación de una conexión ferroviaria con el aeropuerto. Mediante esta necesidad, se estudió el proyecto denominado Expreso Aeropuerto, desarrollado por el Gobierno del Estado de São Paulo, que tiene como objetivo establecer una conexión ferroviaria que interligará el Aeropuerto de Guarulhos con la ciudad de São Paulo.. Se analiza aún la importancia de la implantación de la intermodalidad con base en los beneficios que la misma trajo al Aeropuerto de Frankfurt, efectuando un comparativo con las mejorías que podrían ser conseguidas con la implantación en el Aeropuerto de Guarulhos.

Palabras-llave: Intermodalidad aero-ferroviaria, transporte de pasajeros y Hub Airport.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Combinações de Modais de Transporte.................................................22 Tabela 2 - Comparação entre o modal aéreo e a ferrovia........................................28 Tabela 3 - Dados estatísticos do aeroporto de Frankfurt ........................................38 Tabela 4 - Expectativa dos passageiros com relação aos serviços ........................44 Tabela 5 - Infra - estrutura para intermodalidade no aeroporto de Frankfurt...........44 Tabela 6 - Passageiros transportados pelos modais aéreo e ferroviário.................56 Tabela 7 - Volume de passageiros transportados em vôos domésticos ..................67 Tabela 8 - Principais empresas aéreas internacionais no Brasil ..............................63 Tabela 9 - Volume de passageiros transportados em vôos internacionais .............68 Tabela 10 - Estratégias adotadas pelas empresas aéreas low-cost low-fare...........66 Tabela 11 - Desempenho dos dez maiores aeroportos brasileiros em movimentação de passageiros nos anos de 2004 e 2005................................................................71 Tabela 12 - Desempenho dos dez maiores aeroportos brasileiros em movimentação de aeronaves nos anos de 2004 e 2005 ..................................................................68 Tabela 13 - Desempenho dos dez maiores aeroportos brasileiros em movimentação de passageiros e número de aeronaves nos anos de 2004 e 2005.........................73 Tabela 14 – Demanda de passageiros e aeronaves no Aeroporto de Guarulhos nos anos de 2004 e 2005................................................................................................76 Tabela 15 - Empresa aérea internacionais que utilizam o aeroporto de Guarulhos como ponto de conexão ...........................................................................................78 Tabela 16 - Destinos oferecidos pelas principais empresas aéreas nacionais. .......79

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo de panfleto para divulgação da intermodalidade .........................35 Figura 2 - Mapa do aeroporto de Frankfurt ..............................................................37 Figura 3 - Entrada do Terminal Intermodal do Aeroporto de Frankfurt.....................41 Figura 4 - Modelo de trem de alta velocidade ..........................................................46 Figura 5 - Painel com horários de saída de vôos localizado no terminal ferroviário.48 Figura 6 - Utilização dos modais terrestres no aeroporto de Frankfurt.....................49 Figura 7 - Modelo de bilhete para conexão ferroviária .............................................53 Figura 8 - Painel com os horários de saída dos trens ..............................................54 Figura 9 - Mapa do transporte metropolitano de São Paulo.....................................63 Figura 10 - Tráfego aéreo intenso no Aeroporto de Guarulhos................................70 Figura 11 - Foto aérea do aeroporto de Guarulhos ..................................................77 Figura 12 - Traçado do Expresso Aeroporto ............................................................83

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12

1.2 Objetivo Geral..................................................................................................13 1.3 Objetivo específico ..........................................................................................14 1.4 Métodos ...........................................................................................................14

2 INTERMODALIDADE.............................................................................................15 2.1 Conceito de intermodalidade ...........................................................................16 2.2 Benefícios da intermodalidade.........................................................................18 2.3 Tipos de intermodalidade.................................................................................21 2.3.1 Modais de Transporte ...................................................................................22

3 A INTERMODALIDADE AERO-FERROVIÁRIA .....................................................25 3.1 Pontos estratégicos para melhor integração dos modais aéreo e ferroviário ..29 3.1.1 Redes e pontos de interconexão ..................................................................31 3.1.2 Informação “porta a porta” (disponibilidade de informação)..........................31 3.1.3 Tarifas e bilhetes ..........................................................................................32 3.1.4 Manuseio de bagagem .................................................................................33 3.1.5 Promoção da intermodalidade ......................................................................34

4 A INTERMODALIDADE NO AEROPORTO DE FRANKFURT...............................36 4.1 Dados estatísticos do aeroporto de Frankfurt ..................................................36 4.2 Frankfurt: O Hub Airport Europeu ...................................................................38 4.3 Implantação da intermodalidade no Aeroporto de Frankfurt ............................42 4.4 Dados sobre a intermodalidade no Aeroporto de Frankfurt .............................45 4.5 Intermodalidade: objetivos e benefícios no Aeroporto de Frankfurt.................50 4.6 AIRail-Terminal ................................................................................................52

5 PANORAMA ATUAL DOS MODAIS AÉREO E FERROVIÁRIO NO BRASIL ........57 5.1 Modal Ferroviário.............................................................................................57 5.1.1 Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM ................................62 5.2 Modal Aéreo ....................................................................................................64 5.2.1 Aeroportos Brasileiros...................................................................................71

6 PROPOSTA DE INTERMODALIDADE AERO – FERROVIÁRIA PARA TRANSPORTE DE PASSAGEIROS NO AEROPORTO DE GUARULHOS ............74

6.1 Dados estatísticos do Aeroporto Internacional de Guarulhos ..........................74 6.2 Aeroporto de Guarulhos: O Hub Airport da América Latina .............................77 6.3 Expresso Aeroporto .........................................................................................81

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................86 8 REFERÊNCIAS......................................................................................................90 ANEXO A – Panfleto de divulgação da Intermodalidade para viagens de negócios .96

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ANEXO B – Panfleto de divulgação da Intermodalidade para viagens à passeio .....97 ANEXO C – Panfleto de divulgação da Intermodalidade para viagens à passeio.....98 ANEXO D - Mapa da rede ferroviária Alemã com conexões para outros países da Europa.......................................................................................................................99

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1 INTRODUÇÃO

A economia mundial movimenta entre os continentes diversos

produtos (matérias-primas e manufaturados), informações e um grande fluxo de

pessoas. No caso do transporte de passageiros, especificamente, o modal aéreo é

vastamente utilizado, sendo o modal predominante para transporte de passageiros

em viagens de longa distância entre os continentes, dado sua capacidade de

interligar as mais longínquas cidades espalhadas pelo globo terrestre.

Em tempos de globalização, velocidade e confiabilidade tornam-se

características especialmente desejáveis no transporte de pessoas. Nestes quesitos

o modal aéreo apresenta excelente desempenho, o que o torna essencial em

determinadas ocasiões. Porém, este modal por si só não é capaz de atender as

crescentes exigências do mercado de maior eficiência na movimentação e

transporte de pessoas. Faz-se necessária a criação de novas alternativas que

otimizem os trajetos, resultando em maior agilidade e redução de custos.

A intermodalidade surge como alternativa neste contexto, pois

combina diversos meios de transporte em uma mesma operação, aproveitando as

melhores características de cada modal para execução dos diversos trajetos.

Existem diversas combinações possíveis entre os modais de transporte, porém este

trabalho terá como foco a combinação aero-ferroviária.

Baseado no exposto, este estudo visa analisar a intermodalidade

aero-ferroviária existente no Aeroporto de Frankfurt localizado na Alemanha.

Efetuou-se a escolha deste aeroporto devido a sua posição de destaque como

principal Hub-Airport da Europa e pela grande e bem desenvolvida estrutura de

transportes complementares existentes no entorno do aeroporto, que conta com

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uma estação de trem localizada em seu interior.

No contexto Latino Americano, o Aeroporto Internacional de

Guarulhos / São Paulo – Governador André Franco Montoro é considerado o Hub

Airport do cone sul, sendo dotado de uma rede de transportes menor e menos

desenvolvida que a do Hub Airport Alemão. O aeroporto Internacional Governador

André Franco Montoro - Guarulhos possui ligação apenas com o modal rodoviário,

através de poucas linhas de ônibus que fazem o trajeto entre o maior aeroporto

brasileiro e a maior cidade do país.

Em função da crescente demanda pelo transporte aéreo no Brasil,

impulsionada pelas recém implantadas linhas aéreas populares (Low Cost, Low

Fare), questiona-se a capacidade da infra-estrutura aeroportuária, bem como de

seus acessos, em atender ao grande número de usuários do modal.

Desta forma, torna-se essencial a elaboração de novas soluções ou

a análise de alternativas já aplicadas em outros países, o que será feito neste

trabalho através do estudo da intermodalidade aero-ferroviária existente no

aeroporto de Frankfurt. Será estudado também o projeto de ligação aero-ferroviária

existente no Brasil, que conectará o Aeroporto de Guarulhos à cidade de São

Paulo através da linha ferroviária da CPTM.

1.2 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo estudar a intermodalidade aero-

ferroviária utilizada no aeroporto de Frankfurt e analisar a viabilidade de

implantação deste conceito no Brasil.

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1.3 Objetivo específico

Estudar e analisar a intermodalidade aero – ferroviária existente no

aeroporto de Frankfurt (Alemanha), verificando a viabilidade de aplicação deste

modelo no Aeroporto de Guarulhos - São Paulo, com o estudo do projeto

denominado Expresso Aeroporto, que tem como finalidade efetuar a ligação

ferroviária com o aeroporto de Guarulhos.

1.4 Métodos

Este trabalho utilizará a metodologia de revisão bibliográfica de

artigos sobre a intermodalidade aero-ferroviária existente no Aeroporto de Frankfurt

de onde partem conexões ferroviárias para todo o continente europeu. Será

efetuada também revisão bibliográfica do projeto Expresso Aeroporto, de ligação

ferroviária entre o Aeroporto de Guarulhos e a cidade de São Paulo, além de outros

artigos relacionados ao tema tratado.

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2 INTERMODALIDADE

Para melhor compreensão do conceito de intermodalidade, deve-se

entender primeiramente o que é transporte e qual sua importância no

desenvolvimento dos países. Segundo Rodrigues (2004, p. 17) “transporte é o

deslocamento de pessoas e pesos de um local para outro”. Em termos mais

abrangentes, Faria (2001, p.15) define que “transportar é conduzir, levar pessoas ou

cargas de um lugar para outro” e afirma que a atividade de transportes tem origem

tão remota quanto o surgimento da humanidade, estando o desenvolvimento da

referida atividade diretamente ligado ao desenvolvimento dos seres humanos.

Atualmente, os transportes desempenham papel fundamental no

desenvolvimento econômico e social dos países, uma vez que possibilitam o fluxo

de pessoas e mercadorias. Segundo Levy (2001), “o crescimento do setor de

transportes acompanha o crescimento da economia”.

Em se tratando de transporte de mercadorias a existência de um

bom sistema de transporte resulta em aumento de competição no mercado, garante

a economia de escala na produção e reduz os preços das mercadorias (BALLOU,

1993). Já um sistema de transporte de passageiros eficiente e integrado

proporciona melhor qualidade de vida através de maior acessibilidade dos cidadãos

aos locais de trabalho, lazer e aquisição de produtos.

Embora o transporte de passageiros e cargas apresente aspectos

distintos e sejam tratados separadamente de acordo com suas especificidades,

existem características desejáveis em ambos os transportes, tais como

confiabilidade, velocidade, segurança, integração, eficiência e custo reduzido. Com

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base nestas premissas e para que se consiga atender às crescentes exigências por

serviços completos e eficientes, as empresas tem procurado utilizar, em uma

mesma operação, os diversos meios de transportes disponíveis, proporcionando

um serviço integrado e abrangente.

Neste contexto, surge o conceito de Intermodalidade, que procura

combinar diversos modais de transporte (cada qual com sua característica, variando

em capacidade de carga, velocidade e custo) em uma mesma operação integrada

de transportes (ROCHAT, 2001).

A aplicação deste conceito, que no Brasil é usualmente adotado

para o transporte de cargas, será estudada no transporte de passageiros, baseado

no fato de que a integração e eficiência apresentadas por esta alternativa são de

fundamental importância também no transporte de pessoas, em especial no Brasil,

onde, a exemplo do que ocorre no transporte de mercadorias, há predominância do

modal rodoviário, o que resulta em uma malha de transportes deficiente.

2.1 Conceito de intermodalidade

A intermodalidade, que pode ser utilizada tanto no transporte de

cargas como no de passageiros, caracteriza-se com a emissão de documentos de

transporte para cada modal individualmente, ou seja, não há um responsável único

por toda operação. Segundo Feldman (2002) apud Rochat (2001):

A intermodalidade de passageiros pode ser definida como um

Intermodalidade é a combinação de diferentes modos de transporte em uma experiência de viagem contínua: ônibus para trem, trem para avião, avião para navio e navio para táxi através de um processo comum de entrega de serviços e distribuição e como uma única transação comercial.

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princípio e uma política de planejamento, que tem como objetivo prover aos

passageiros o uso combinado de diferentes meios de transporte, em uma cadeia de

viagem sem interrupções (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

No transporte de passageiros, a intermodalidade visa facilitar as

conexões com outros modais de transporte, podendo, para isto, abranger o

pagamento de tarifas únicas, através da aquisição de bilhetes que possam ser

utilizados em diferente meios de transporte.

Para Rochat (2001) a maioria das viagens, inclusive as de curta

distância que podem ser feitas de carro, bicicleta ou até mesmo a pé, são

intermodais, pois combinam o uso sucessivo de várias modalidades de transporte.

O autor afirma ainda que as transferências intermodais ocorrem geralmente em

aeroportos, em estações de trem e em portos.

No entanto, nem todos os estudiosos do tema defendem que

efetuar uma parte do trajeto caminhando constitua uma viagem intermodal.

Caminhar até o ponto de ônibus ou até a estação de trem ou metrô, por exemplo,

não tornam o trajeto intermodal, conforme definição da SORT (Strategic

Organisation and Regulation in Transport) (1999) apud Comissão Européia (2004)

para intermodalidade: “rota de um passageiro ou unidade de carga constituindo uma

cadeia combinada, da origem ao destino, envolvendo ao menos dois modais de

transporte (excluindo-se a caminhada para passageiros)”.

O conceito de intermodalidade de passageiros aplica-se ainda em

viagens onde são combinados dois ou mais tipos de modais em diferentes trechos

da viagem, como por exemplo, a ida de avião e o retorno de trem. É também o caso

dos cruzeiros marítimos, onde normalmente a viagem até o porto de onde partirá o

navio, é feita pelo modal aéreo (ROCHAT, 2001).

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Em se tratando de transporte aéreo, um tipo muito utilizado de

intermodalidade é a ligação rodoviária entre dois aeroportos, como a que ocorre em

São Paulo, entre os aeroportos de Guarulhos e Congonhas. Os passageiros

procedentes de vôos domésticos que desembarcam em Congonhas e possuem

conexão partindo do aeroporto internacional de Guarulhos se deslocam

obrigatoriamente pelo modal rodoviário, utilizando-se de serviços de táxi, ônibus e

veículos particulares. O mesmo ocorre no Rio de Janeiro, entre o aeroporto Santos

Dummont e o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).

Consideram-se ainda trajetos intermodais, as viagens que

compreendem um trecho rodoviário para se chegar ao aeroporto, seja para

passageiros procedentes de cidades vizinhas ou nos trajetos dentro da própria

cidade onde o aeroporto está localizado.

Segundo Rochat (2001), no transporte aéreo os serviços de vôos

podem ser combinados com:

2.2 Benefícios da intermodalidade

Levando-se em conta a definição anteriormente citada, a

intermodalidade de passageiros, ainda pouco utilizada no Brasil com esta

denominação, é praticada constantemente pela maioria dos cidadãos que utilizam o

transporte público. Na cidade de São Paulo, por exemplo, os trajetos realizados em

Serviços locais entre o aeroporto e a cidade vizinha (fornecidos por carro, ônibus, navio, metrô ou trem leve).

Serviços afluentes entre o aeroporto e as diversas partes da região circunvizinha (fornecidos principalmente por trem, trem de alta velocidade ou ônibus).

Serviços complementares ou alternativos entre o aeroporto e os centros de regiões vizinhas (fornecidos por trem de alta velocidade como complemento ou substituto aos vôos de conexão).

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trem e metrô são, na maioria dos casos, complementados por ônibus e automóveis,

entre outros.

No entanto, a utilização que se pretende propor é mais abrangente,

já aplicada em diversas cidades européias, que visa não só integrar os diferentes

modais em uma só viagem, porém pretende utilizar o modal mais apropriado para

cada trecho, aproveitando as melhores características de cada meio de transporte

para efetuar determinados percursos.

A aplicação ideal dos diversos modais é tratada por Levy (2001),

que conceitua esta utilização racional para determinados trajetos como domínio de

pertinência dos modais e defende:

Para que a intermodalidade ocorra de maneira plena e funcional é

necessário conhecer as peculiaridades de cada modal e em quais condições cada

um deles apresenta melhor performance. Para isto, são considerados fatores como

a velocidade, consumo de combustível, capacidade, custo operacional,

confiabilidade e no caso especifico do transporte de passageiros, conforto e

comodidade (LEVY, 2001).

Um exemplo de melhorias decorrentes do conhecimento e

aplicação da zona de pertinência de cada modal pode ser visto na rede de

transportes européia, onde algumas conexões aéreas de curta distância vêm sendo

substituídas pelos trens de alta velocidade. Com o surgimento da rede ferroviária de

alta velocidade, visualizou-se que em distâncias de 200 até 800 quilômetros, os

(...) uso de cada um dos meios de transporte apenas e sempre que esse meio de transporte esteja no interior do seu domínio de pertinência – isto é explorado em condições de produtividade global superior ao dos outros meios de transporte possíveis de utilizar no percurso indicado e para o tipo de transporte desejado.

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trens de alta velocidade são mais competitivos que as aeronaves, uma vez que tem

menores custos operacionais e praticamente não há prejuízo com relação ao tempo

de viagem em trajetos dentro das distâncias acima mencionadas. Percebeu-se

também que os referidos trens também apresentam-se mais competitivos que o

modal rodoviário no intervalo de distância entre 200 e 800km (LEVY, 2001).

O conhecimento e implementação de cada modal são fundamentais

para que a intermodalidade funcione, visto que os modais deverão complementar-

se e não concorrer entre si. Neste aspecto, Levy (2001) afirma que deverão ser

feitas análises isentas de interesse, por parte dos administradores dos sistemas,

acerca de cada modal, verificando-se as limitações de infra-estrutura de cada um

deles, as relações de custo de operação e ainda os impactos ambientais gerados

pelos modais aptos a realizarem determinado trajeto.

Aplicando-se o conceito de domínio de pertinência na seleção dos

modais, a intermodalidade passa a ser vista como um pré-requisito para o

desenvolvimento de um sistema de transportes eficiente e sustentável a longo prazo

(LEVY, 2001).

Rochat (2001) afirma que, a intermodalidade pode ser considerada,

portanto, como um elemento chave em todo o sistema moderno de transporte. A

intermodalidade incentiva o comércio internacional e o crescimento econômico, ao

satisfazer às exigências para o desenvolvimento sustentável. O autor afirma ainda

que intermodalidade apresenta como principais benefícios: “a acessibilidade,

velocidade, eficiência, flexibilidade e controle de poluição”.

No entanto, segundo Rochat (2001), para se obter estes resultados

é necessária uma visão total e uma aproximação equilibrada de todo o sistema do

transporte, baseado em uma análise de custo-benefício completa, além de um

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tratamento justo e igual de todas as modalidades complementares do transporte.

O maior propósito da utilização de um transporte intermodal é a

redução do tempo gasto e o uso eficiente de cada modal de acordo com seus

melhores aspectos. As economias emergentes devem manter estes fatores em

mente para promover melhorais no transporte, que resultarão em desenvolvimento

para a economia do país (LEVY, 2001).

Para Rochat (2001), o transporte intermodal apresenta-se vantajoso

sob vários aspectos e pode ser considerado “melhor do ponto de vista ambiental,

econômico e comercial, do ponto de vista dos passageiros e dos operadores de

transporte”.

2.3 Tipos de intermodalidade

As combinações intermodais podem ser classificadas, segundo

Ballou (1993), em dez tipos:

Ferro-rodoviário

Ferro-hidroviário

Ferro-aeroviário

Ferro-dutoviário

Rodo-aéreo

Rodo-hidroviário

Rodo-dutoviário

Hidro-dutoviário

Hidro-aéreo

Aero-dutoviário

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Destas combinações, que são mostradas na tabela 1, algumas

apresentam-se pouco praticáveis, já que em alguns casos não há pontos de ligação

direta entre os modais envolvidos, porém poderão ser utilizadas em sistemas de

transporte futuros.

O fluxo de pessoas, materiais e mercadorias depende de meios de

transporte para que estes cheguem até o seu destino. Em alguns casos, é inevitável

o uso de combinações intermodais para cumprimento da operação. Dentre estas

combinações, este trabalho dará ênfase na intermodalidade aero – ferroviária de

passageiros, analisando-se seus principais aspectos, vantagens e desvantagens.

Tabela 1 – Combinações de Modais de Transporte

Modal de Transporte Rodoviário Ferroviário Aéreo Aquaviário Dutoviário

Rodoviário X Rodo-ferroviário Rodo-aéreo Rodo-

aquaviário Rodo-

dutoviário

Ferroviário Rodo-ferroviário X Aero-

ferroviário Ferro-

aquaviário Ferro-

dutoviário

Aéreo Rodo-aéreo Aero-ferroviário X Aero-

aquaviário Aero-

dutoviário

Aquaviário Rodo-aquaviário

Ferro-aquaviário

Aero-aquaviário X Aqua-

dutoviário

Dutoviário Rodo-dutoviário

Rodo-dutoviário

Aero-dutoviário

Aqua-dutoviário X

Fonte: Ballou, 1993

2.3.1 Modais de Transporte

Em se tratando de transporte de cargas, existem basicamente cinco

modais de transporte (BALLOU, 1993; FARIA, 2001; RODRIGUES, 2004), sendo

estes o modal ferroviário, o rodoviário, o aeroviário, o aquaviário e o dutoviário.

O modal ferroviário caracteriza-se como um transporte lento,

normalmente utilizado para produtos de baixo valor agregado (matérias-primas ou

manufaturados) e em longas distâncias. Caracteriza-se pelo baixo consumo

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energético por tonelada movimentada, exige altos investimentos em sua

implantação, é pouco flexível já que tem seu trajeto fixo (trilhos) e possui grande

capacidade de carga.

Já no modal rodoviário as principais vantagens são: (1) serviço

porta a porta; (2) freqüência e disponibilidade dos serviços; (3) velocidade e

conveniência no transporte porta a porta. É um modal recomendado para distâncias

menores, pois possui baixa capacidade de carga. O modal rodoviário é um dos mais

simples e eficientes, porém apresenta um elevado consumo de combustível com

relação à tonelada de óleo diesel por quilômetro transportado, onde distâncias

superiores a um raio máximo de 500 Km, tornam este meio de transporte

antieconômico.

O modal aeroviário possui alto custo de frete, utilizado normalmente

para o transporte de cargas com alto valor agregado. Sua vantagem consiste em

vencer grandes distâncias em um curto espaço de tempo, porém possui baixa

capacidade de carga, quando comparando aos outros modais. É considerado um

transporte com alto grau de disponibilidade e confiabilidade.

O modal aquaviário compreende todos os veículos que se deslocam

no meio líquido fazem parte do transporte aquaviário (marítimo, fluvial, lacustre e

cabotagem). Os veículos aquaviários possuem alta capacidade de carga, porém,

em média sua velocidade é menor do que o modal ferroviário. A sua disponibilidade

e confiabilidade dependem das condições meteorológicas. No caso de hidrovias,

seus trajetos são determinados de acordo com o traçado natural dos rios.

Quanto ao modal dutoviário, o mesmo possui um rol limitado de

serviços. É um transporte considerado lento, porém pode ser utilizado sem

interrupção, conseqüentemente possui alta capacidade de movimentação. Em

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função destes fatores as dutovias são consideradas muito confiáveis em relação ao

tempo de trânsito. Possui baixo custo operacional e redução de impactos

ambientais.

No transporte de passageiros no Brasil, são utilizados

principalmente os modais rodoviário e ferroviário, que são utilizados diariamente

pelos cidadãos nas grandes cidades. Os modais aéreo e aquaviário também são

utilizados no transporte de passageiros, porém com menos freqüência do que os

anteriormente citados

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3 A INTERMODALIDADE AERO-FERROVIÁRIA

A intermodalidade aero-ferroviária consiste na utilização do modal

aéreo e do modal ferroviário em uma mesma viagem, combinando-se o avião e o

trem em uma mesma operação. Este tipo de intermodalidade, que pode ser utilizada

tanto no transporte de cargas como no transporte de passageiros, é vastamente

utilizada nos países europeus. No Brasil, no entanto, sua utilização é mínima, em

especial no transporte de passageiros, já que nenhum aeroporto brasileiro dispõe

de um terminal ferroviário para efetuar as conexões entre o avião e o trem.

A ligação aero-ferroviária apresenta-se como uma alternativa viável

para desafogar o entorno dos aeroportos e proporcionar aos passageiros uma

viagem confortável. Através desta conexão aproveita-se a velocidade e

confiabilidade do transporte aéreo para realizar trechos maiores e em trechos

menores, dentro do perímetro urbano ou entre cidades vizinhas, o trem proporciona

uma viagem segura e equivalente em tempo ao modal rodoviário, uma vez que as

regiões próximas ao aeroporto apresentam muito trânsito, o que torna a viagem por

carro ou ônibus demorada e desgastante (LEVY, 2001).

Aos aspectos positivos citados acima sob o ponto de vista dos

passageiros, soma-se também o bom desempenho apresentado pela ligação aero-

ferroviária quando analisada pelos aspectos econômicos e ambientais. O modal

aéreo é um dos que mais apresenta emissão de poluentes, além de um alto custo

operacional decorrente do alto preço do combustível e das taxas aeroportuárias

cobradas para utilização da infra-estrutura do aeroporto (LEVY, 2001).

Portanto, a substituição de linhas aéreas de curta distância por

trajetos ferroviários resulta em diminuição de emissão de poluentes, redução da

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poluição sonora no entorno do aeroporto, redução de tráfego aéreo e de trânsito de

veículos nas vias de acesso ao terminal aeroportuário. Porém, a substituição do

modal aéreo pelo ferroviário apresenta-se viável e vantajosa, somente em vôos de

curta distância, já que para viagens aéreas de longa distância (normalmente

internacionais) o modal aéreo continua sendo mais veloz e confortável, e o único

viável dependendo do destino.

Uma das experiências mais bem sucedidas de substituição do

modal aéreo pelo ferroviário em viagens de curta distância ocorre na Europa, onde

diversos países vem substituindo gradativamente o avião pelo trem em viagens de

até 1.000 quilômetros, com a finalidade de aliviar o grande número de pousos e

decolagens em suas pistas (COMISSÃO EROPÉIA, 2004).

O crescimento da intermodalidade aero-ferroviária na União

Européia tem como grande incentivador o desenvolvimento e implementação dos

chamados trens de alta velocidade (TAV), tais como o TGV (Train à Grande

Vitesse) na França, AVE (Alta Velocidad Española) na Espanha e o Eurostar entre

Grã-Bretanha e França, que possuem velocidade média em torno de 300 km/h. As

linhas de alta velocidade permitem que as viagens de curta distância sejam

praticamente equivalentes ao avião em termos de tempo de viagem, e superiores

em termos ambientais (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

Sobre a expansão das linhas de alta velocidade ferroviária e seu

uso em substituição aos vôos a Comissão européia (2004) afirma:

A expansão da oferta de trens de alta velocidade (TAV) na Europa é rápida o suficiente para expandir o mercado de viagens de longa distância e substituir (para distâncias entre 100 e 800 Km) muitos vôos diretos de ponto a ponto entre cidades e também alguns vôos que vão de aeroportos regionais para os hub airports.

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Os vôos internacionais e de longa distância são mais lucrativos em

comparação com os vôos regionais, já que possuem maior taxa de ocupação por

aeronave. Por este motivo, os vôos regionais nos grandes aeroportos europeus vêm

sendo cada vez mais substituídos por viagens de trem de alta velocidade,

possibilitando que a infra-estrutura aeroportuária seja utilizada para pousos e

decolagens de vôos maiores, que são praticamente impossíveis de serem

substituídos por outros modais mantendo-se uma equivalência aceitável de tempo

de viagem e velocidade (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

A intermodalidade aero-ferroviária com linhas de alta velocidade,

existente na Europa, no entanto, será utilizada apenas como referencial neste

estudo, visto que a proposta a ser analisada para o Brasil é de ligação aérea com a

ferrovia convencional, uma vez que a disponibilidade de ferrovias em nosso país,

até o momento, é somente de linhas férreas tradicionais.

Neste contexto, a Comissão Européia (2004) entende que a ligação

aero-ferroviária para substituição de vôos curtos apresenta-se viável mesmo

quando efetuada com os trens de velocidade regular e afirma: “as ferrovias padrão

também são competitivas em relação ao modal aéreo para viagens mais curtas, de

até 400 ou 500 Km”. Porém, a Comissão Européia analisa ainda que dependendo

da finalidade da viagem, a ferrovia padrão não é adotada em função do custo que o

tempo em trânsito gera, como no caso de viagens a negócios.

Esta afirmação da Comissão Européia deve-se ao fato de a viagem

em trens de alta velocidade ser substancialmente inferior em tempo em relação a

viagem ferroviária em trens de velocidade padrão. Um exemplo que ilustra bem a

comparação entre o modal aéreo, a ferrovia padrão e ao TAV é o caso do trecho

Madrid – Sevilla, conexão comumente efetuada na Espanha, que pode ser feita dos

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três modos, conforme mostrado na tabela 2.

Tabela 2 - Comparação entre o modal aéreo e a ferrovia Trajeto entre as cidades de Madrid e Sevilla

Distância: 538 Km Modal Utilizado Tempo de viagem

Linha Ferroviária Padrão 6 horas e 30 minutos

Trem de alta velocidade (TAV) 2 horas e 32 minutos

Avião 1 hora

Segundo dados na Comissão Européia (2004) a implantação da alta

velocidade ferroviária no ano de 1992 reduziu o tempo de viagem de trem entre as

duas cidades de 6:30 horas para 2:32 horas. Esta redução ilustra bem a vantagem

nos uso dos trens de alta velocidade, visto que a redução no tempo de viagem é

bastante representativa.

O trajeto Madrid - Sevilla é bastante efetuado por viajantes

procedentes de vôos aéreos de longa distância, o que torna a opção pelo trem de

alta velocidade ainda mais atraente, já que a continuação da viagem poderá ser

feita pelo modal ferroviário sem grandes prejuízos em relação ao tempo e com

grandes vantagens em relação ao custo, se comparado com o valor do bilhete

aéreo.

No Brasil, a ausência de ferrovias de alta velocidade impossibilita tal

competitividade com relação a tempo, já que as ligações aero-ferroviárias serão

feitas, pelo menos por enquanto, por ferrovias de velocidade padrão. No entanto, a

utilização deste tipo de ferrovia como complemento ao modal aéreo representará

uma grande melhoria no sistema de transportes nacional, visto que atualmente este

tipo de intermodalidade é inexistente, embora exista grande necessidade da

mesma.

Fonte: Comissão Européia

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A intermodalidade aero-ferroviária proposta para o Brasil terá a

finalidade de efetuar conexões menores, dentro da região metropolitana das

grandes cidades, de ou para o aeroporto, se estendendo, no máximo, às cidades

vizinhas ao terminal aéreo. Para tal finalidade, a velocidade apresentada pela

ferrovia padrão não trará grandes desvantagens na comparação com o modal

rodoviário.

Se comparada com a intermodalidade aero-ferroviária praticada na

Europa, e levando-se em conta as dimensões continentais de nosso país, a

proposta analisada para o Brasil pode parecer insuficiente e de dimensões e

abrangência muito pequenas. No entanto, levando-se em conta a inexistência total

deste tipo de conexão intermodal em nosso país, a utilização da ferrovia torna-se

essencial por ser o primeiro passo para se obter uma rede de transportes mais

completa e integrada.

3.1 Pontos estratégicos para melhor integração dos modais aéreo e ferroviário

De acordo com Rochat (2001), a ligação aero-ferroviária,

geralmente, é considerada a solução intermodal mais atrativa para compor uma

única viagem com uso de modais diferentes. Porém, em função de ambas as

modalidades de transporte terem sido desenvolvidas como setores separados,

muitos obstáculos retardaram sua integração, que está ainda em seu início.

Para que a intermodalidade aero-ferroviária seja implantada e

praticada de forma plena e eficiente, diversas mudanças devem ser efetuadas com

a finalidade de integrar os dois modais, de modo que as transferências de um meio

de transporte para o outro tragam o menor impacto possível aos passageiros,

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implementando uma intermodalidade realmente funcional (LEVY, 2001).

Fatores como a integração dos sistemas de reservas e informações

de ambos os modais, assim como as transferências e manuseio de bagagem entre

as aeronaves e o trem são fatores chave para o bom funcionamento da

intermodalidade segundo Rochat (2001), que afirma ainda ser necessário:

Algumas das mudanças citadas acima são consideradas pontos

fundamentais para que a intermodalidade ocorra efetivamente. As questões

relativas à disponibilidade de informação, operação dos sistemas de reserva e o

manuseio de bagagem são de primordial importância para o estabelecimento de

uma intermodalidade que funcione de modo integrado e confortável para os

passageiros (ROCHAT, 2001).

A Comissão Européia (2004) resume em cinco os pontos

fundamentais para o bom funcionamento da intermodalidade no continente europeu

(redes e pontos de interconexão, informações porta-a-porta, tarifas e bilhetes,

manuseio de bagagem e promoção da intermodalidade). Estes pontos têm uma

aplicação importante não somente no contexto europeu, mas para todos os países

e continentes que pretendam implementar o conceito de intermodalidade de modo

Reduzir as diferenças culturais entre os operadores ferroviários e os operadores das linhas aéreas;

Estimular o pensamento intermodal entre políticos e planejadores de infra-estrutura;

Organizar as operações ferroviárias de acordo com as exigências de mercado para diminuir as diferenças principais na cobertura do custo de infra-estrutura.

Desenvolver relações verdadeiras entre o modal aéreo e a ferrovia com relação à distribuição, reservas e sistemas de informação;

Promover padrões comuns de emissão de passagens e liberação, manipulação de bagagens e outras condições de transporte, que incluem a responsabilidade, visando garantir a imunidade e proporcionar a estrutura reguladora necessária.

Identificar as melhores práticas de ambas as modalidades para serem aplicadas na operação intermodal.

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eficiente e eficaz.

3.1.1 Redes e pontos de interconexão

A rede de transportes intermodal deve contar com uma infra-

estrutura física interconectada e interoperacionalizada, especialmente a rede

ferroviária, que é de fundamental importância no transporte intermodal de

passageiros de longa distância (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

As transferências de um modal para outro demandam tempo e

normalmente, resultam em desconforto para os passageiros, que devem deslocar-

se do terminal aéreo para a plataforma ferroviária levando consigo bagagens e

pertences pessoais. Por este motivo, os pontos de interconexão devem ser muito

bem estruturados de modo a facilitar estas transferências, visando reduzir o tempo

de conexão (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

A qualidade destas transferências em termos físicos e operacionais

tem grande influência na qualidade da viagem intermodal. É necessário que haja

uma integração efetiva entre os modais, que devem estar coordenados para

satisfazer a demanda dos passageiros por um transporte rápido, flexível e

conveniente (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

3.1.2 Informação “porta a porta” (disponibilidade de informação)

Sistemas de informação integrados e atualizados em tempo real

são fatores chave para a viabilização da intermodalidade de passageiros de longa

distância. Fatores como horários de saída de trens e aviões, previsão de atrasos e

outras informações relevantes deverão estar sempre atualizadas e disponíveis

antes e durante a viagem do passageiro (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

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A integração das informações deverá ocorrer principalmente de um

modal para o outro, pois o que ocorre mais comumente é o operador ferroviário

possuir informações somente dos trens e as empresas aéreas somente de suas

aeronaves. As informações deverão estar disponíveis para todos os elos envolvidos

na cadeia de viagem (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

Para a prática da intermodalidade, os sistemas de informação de

ambos operadores deverão trabalhar em conjunto, de modo que o passageiro

possa obter informações da conexão ferroviária no próprio balcão da companhia

aérea. O mesmo deve ocorrer no guichê de atendimento da empresa ferroviária,

que deverá estar apta a prover informações sobre a conexão aérea (COMISSÃO

EUROPÉIA, 2004).

3.1.3 Tarifas e bilhetes

Os requisito referentes a tarifas e bilhetes se assemelham aos de

informação, ou seja, os sistemas de reserva e pagamento dos bilhetes aéreos e

ferroviários devem ser unificados para permitir melhor integração entre os dois

modais (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

São necessárias soluções técnicas para o problema de integração

entre os sistemas das empresas aéreas e das companhias ferroviárias, para

proporcionar aos passageiros maior conforto e praticidade na contratação dos dois

serviços em uma mesma viagem (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

O ideal é que os sistemas possibilitem a reserva para ambos os

trechos no balcão de atendimento de qualquer um dos operadores, ou seja, o

passageiro poderá reservar no balcão da empresa aérea sua continuação

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ferroviária e vice-versa (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

Um sistema unificado permite ainda o atendimento e emissão do

cartão de embarque nas mesmas condições descritas acima. Ao efetuar-se o

check-in para o trecho aéreo no aeroporto de origem, o passageiro já poderá sair

também com o bilhete para a conexão ferroviária em mãos (COMISSÃO

EUROPÉIA, 2004).

Este procedimento já é efetuado no aeroporto de Frankfurt –

Alemanha, conforme será demonstrado mais adiante, em capítulo dedicado ao

referido aeroporto.

3.1.4 Manuseio de bagagem

O manuseio e transferência de bagagens são considerados pontos

críticos na conexão intermodal, tanto sob o ponto de vista dos passageiros, quanto

para as empresas envolvidas na transferência.

Para os passageiros, realizar o deslocamento do terminal aéreo

para o terminal ferroviário, ou do terminal ferroviário para o aéreo, carregando

malas e outros pertences pesados, representam grande desgaste e aborrecimentos,

em especial aos passageiros portadores de necessidades especiais, idosos,

gestantes e acompanhados por crianças (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

Para as empresas, a transferência direta de um modal para o outro

depende de muitos fatores, como por exemplo a realização dos procedimentos de

alfândega na chegada de vôos internacionais, que dificultam ou até mesmo

impossibilitam a passagem direta dos volumes de um modal para o outro

(COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

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A transferência de bagagens necessita, portanto, de uma infra-

estrutura que auxilie no processo, seja ele realizado pelos passageiros ou pelas

empresas. No caso dos passageiros, esteiras transportadoras e elevadores podem

tornar o trajeto de um terminal ao outro menos desgastante e cansativo. Há ainda a

possibilidade de disponibilizar carregadores de bagagens no interior dos terminais,

para que os passageiros contratem seus serviços (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

Nos casos em que é possível efetuar a transferência direta entre as

empresas aéreas e ferroviárias, o cuidado deverá ser redobrado nas questões

relativas a extravio, violação e danos às bagagens, visto que as referidas

transferências podem apresentar grande número de ocorrências desta natureza. As

responsabilidades inerentes a cada empresa deverão ser claramente definidas no

que tange à indenização aos passageiros caso hajam as ocorrências acima citadas.

As transferências diretas entre o modal aéreo e ferroviário já são

realidade em alguns aeroportos Europeus, onde é possível realizar o check-in para

o trecho aéreo na própria estação de trem.

3.1.5 Promoção da intermodalidade

Além do desenvolvimento de todas as partes da cadeia de

transportes, é necessário também promover a intermodalidade através de

campanhas de conscientização entre os diversos segmentos da população, como

por exemplo, os executivos que realizam viagens de negócios e apresentam-se

como potenciais consumidores do produto intermodalidade (COMISSÃO

EUROPÉIA, 2004).

Para uma divulgação mais assertiva devem ser realizados estudos

e pesquisas a fim de se obterem dados sobre os segmento de mercado e potenciais

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consumidores e usuários da rede intermodal de transportes (COMISSÃO

EUROPÉIA, 2004). Na figura 1 demonstra-se panfleto de divulgação da

intermodalidade voltada para executivos que viajam a trabalho. Mais fotos de

divulgação da intermodalidade para diversos segmentos da população alemã

podem ser vistos nos anexos A, B e C desta pesquisa.

Figura 1 - Modelo de panfleto para divulgação da intermodalidade

Fonte: Die Banh, 2005

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4 A INTERMODALIDADE NO AEROPORTO DE FRANKFURT

O Aeroporto Internacional de Frankfurt está localizado na cidade de

Frankfurt, Alemanha. A referida cidade é a quinta maior do país e apresenta-se

como uma das mais ricas da Europa, sendo considerada o centro financeiro do

continente pela sua agitada bolsa de valores e pelas 400 instituições financeiras ali

situadas (DW – WORLD, 2006).

Localizada no centro da Alemanha, Frankfurt possui cerca de

650.000 habitantes e caracteriza-se por um ar cosmopolita, que deve-se

principalmente ao grande número de estrangeiros que ali vivem, procedentes de

180 nações diferentes (GOETHE INSTITUTE, 2006). A grande quantidade de

imigrantes pode ser uma das razões que justifiquem a enorme movimentação de

passageiros existente no principal aeroporto do país.

4.1 Dados estatísticos do aeroporto de Frankfurt

O aeroporto de Frankfurt (FRA) está entre os 4 maiores da Europa e

é o segundo maior do referido continente em número de passageiros, segundo

dados da revista Air Transport World (2005).

Segundo a Fraport (administradora do aeroporto) cerca de 68.000

funcionários trabalham nos 2 terminais do aeroporto, onde aproximadamente 129

empresas aéreas oferecem vôos para 304 destinos, localizados em 112 países

(FRAPORT, 2006). Os terminais são subdivididos em 4 andares, de onde partem as

aeronaves e conexões terrestres (táxis, ônibus e trens).

Nestes andares encontram-se também as esteiras de bagagem,

balcões de check-in de diversas empresas, portões de embarque, estacionamentos

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e cerca de 200 estabelecimentos comercias, entre lojas, bares e restaurantes, como

pode ser visto na figura 2.

Figura 2 – Mapa do aeroporto de Frankfurt

Fonte: Fraport, 2006

O aeroporto de Frankfurt possui uma infra-estrutura grandiosa e

seus números (tabela 3) em termos de movimentação de passageiros, pousos,

decolagens, conexões, empresas aéreas e serviços oferecidos lhe renderam o título

de aeroporto – cidade.

A tabela 3 demonstra dados do balanço anual referentes a 2004 e

2005, apontando o volume de passageiros que utilizam-se do aeroporto de

Frankfurt anualmente e movimento de aeronaves ocorrido nos períodos

mencionados, tanto os passageiros que estão somente embarcando em

desembarcando em Frankfurt, como aqueles que utilizam o referido aeroporto como

ponto de conexão para outros destinos domésticos ou internacionais.

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Tabela 3 - Dados estatísticos do aeroporto de Frankfurt Indicador 2004 2005 Crescimento %

Passageiros 51.106.647 52.230.323 2,2

Movimento de aeronaves (pousos + decolagens) 477.475 490.147 2,7 Fonte: Fraport, 2005

Segundo Da Silva (2005) destes 51.106.647 passageiros que

circularam por Frankfurt em 2004, aproximadamente 4 milhões utilizaram

simultaneamente os trens da AVF (alta velocidade ferroviária) no mesmo período.

Com base nos dados demonstrados na tabela 3 e por meio de uma

divisão simples chega-se ao impressionante número de 145.084 passageiros por

dia, em média, voando para diversos destinos. A média de movimentos de

aeronave também impressiona, podendo chegar a 1.400 pousos e decolagens em

dias de maior movimento, geralmente na alta temporada européia, compreendida

entre o final do mês de julho e o começo de setembro, férias de verão na Europa .

Embora os números impressionem em um primeiro momento, pode-

se compreender o volume de passageiros quando se leva em conta o fato do

aeroporto de Frankfurt ser um dos principais pontos de conexão da Europa com os

outros continentes, além de ser considerado uma das principais portas de entrada

do continente europeu, de onde partem trens, ônibus e aviões para diversas

cidades européias.

4.2 Frankfurt: O Hub Airport Europeu

Segundo o portal Aviação Brasil (2002) “hub é o aeroporto usado

por uma companhia aérea para distribuir os seus passageiros através de conexões

para outros destinos domésticos e internacionais”.

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O fato do aeroporto de Frankfurt receber grande quantidade de

vôos internacionais de longa distância e possuir um grande número de conexões

aéreas em trechos menores, domésticos ou dentro da união européia, faz com que

o aeroporto seja considerado o Hub Airport europeu. Além disso, diversas

companhias aéreas utilizam o referido aeroporto como hub de suas operações,

dentre elas a maior é a empresa alemã Lufthansa.

Outra definição de hub airport, mais sucinta, é a do Dicionário de

Transportes e Logística (2005) que define hub airport como “ponto para início e

conclusão de vôos de longa distância, de onde são realizadas conexões

(redespachos)”. Há ainda quem defina o hub airport sob o aspecto do tamanho das

aeronaves, isto é, o aeroporto hub seria aquele em que pousam aeronaves maiores

e onde os passageiros são distribuídos para outros aeroportos em aeronaves

menores (DE MATOS, 2005).

Um aeroporto não pode ser escolhido ou definido como hub

aleatoriamente. É necessário que o aeroporto possua um conjunto de

características fundamentais para viabilizar as operações centralizadas do hub.

Dentre estas características, é necessário que o aeroporto tenha ligações non-stop

para vários destinos de longo curso, intercontinentais ou não, devidamente

conjugadas com ligações freqüentes de pequeno curso para aeroportos

secundários, situados num raio de 2 a 3 horas de vôo, os quais deverão

representar, no conjunto, um mercado potencial de dezenas de milhões de pessoas.

Ou seja, o Hub tem de "estar perto" destas pessoas (FERREIRA, 2005).

Outra característica que faz com que um aeroporto seja um hub é o

fato de uma ou mais companhias aéreas de grande porte fazerem dele seu principal

centro de operações. Estas características são citadas por Ferreira (2005) em sua

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definição de hub airport, conforme pode ser visto a seguir:

O aeroporto de Frankfurt apresenta a maioria das características

acima citadas e por este motivo está entre os 5 maiores hubs europeus. Pode-se

citar as duas principais, a operação de uma grande empresa aérea e a oferta de

vôos de conexão. O referido aeroporto é a base central de operações da empresa

aérea alemã Lufthansa, uma das maiores companhias européias, que utiliza o

aeroporto de Frankfurt como principal ponto de escala na Europa.

Com relação à oferta de vôos, o aeroporto de Frankfurt oferece por

volta de 304 destinos ao redor do mundo, o que atende à exigência de ser um

concentrador de conexões, já que os passageiros chegam à Frankfurt em grandes

aeronaves procedentes de destinos intercontinentais e seguem para destinos locais

em aeronaves menores (FRAPORT, 2006).

Embora a maioria dos conceitos de Hub determine que,

necessariamente, haja a conexão aérea para locais mais próximos, normalmente a

2 ou 3 horas de distância de avião, a tendência Européia atual é a substituição

destes vôos domésticos ou internacionais de curta distância por trechos ferroviários

em linhas de alta velocidade (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

A principal justificativa para isso seria o fato dos hubs airports

A liberalização do espaço aéreo e as políticas de concentração das alianças internacionais impeliram à afirmação de aeroportos alguns designados por hubs, a partir dos quais radiam os grandes itinerários internacionais. A sua localização geográfica, a dimensão do mercado e as condições de operação do aeroporto determinam a escolha de um hub. Estes aeroportos são utilizados pelas grandes companhias como locais de transferência de passageiros que viajam de e para um grande número de destinos a nível regional e internacional. Este modelo de organização da distribuição do tráfego permite servir um número muito mais elevado de mercados do que os vôos diretos. O esquema de hub favorece também os destinos internos com menos procura, proporciona a diminuição dos custos de operação e, por conseqüência, do preço dos bilhetes.

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apresentarem um trafego aéreo intenso, o que acaba por congestioná-los e traz

diversos impactos ao entorno aeroportuário, além de afetar as operações de pouso

e decolagem, acarretando atraso nos vôos e comprometendo a eficiência dos hubs.

Com o intuito de aliviar o intenso fluxo de aeronaves, diversos aeroportos europeus

vêm substituindo alguns de seus vôos locais por viagens em trens de alta

velocidade (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

O aeroporto de Frankfurt é considerado referência neste tipo de

operação intermodal por contar com um terminal ferroviário dentro do aeroporto, o

que proporciona aos passageiros uma conexão ferroviária semelhante à conexão

aérea em termos de mobilidade (o deslocamento até o trem é praticamente o

mesmo do que seria entre aeronaves) e tempo (ZIV, 2000). Na figura 3 pode-se

observas a entrada do terminal ferroviário do Aeroporto de Frankfurt, onde há a

placa de identificação do terminal intermodal.

Figura 3 – Entrada do Terminal Intermodal do Aeroporto de Frankfurt

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4.3 Implantação da intermodalidade no Aeroporto de Frankfurt

Segundo dados do ZIV - Institute for integrated traffic and transport

systems at Darmstad University of Technology (2000), instituto alemão que estuda o

tema, a implantação de processos intermodais no aeroporto de Frankfurt teve inicio

no ano de 1980, ocasião em que, pela primeira vez, passou-se a coordenar

atividades intermodais de meios de transporte antes efetuadas separadamente. O

primeiro passo destas atividades foi a implantação de um projeto denominado

Airport Express, um serviço prestado em parceria pela empresa aérea alemã

Lufthansa e pela DB German Railway, empresa ferroviária alemã (ZIV, 2000).

O Airport Express efetuava o trajeto entre a estação de trens de

Düsseldorf e o aeroporto de Frankfurt em um trem de propriedade da Lufthansa. A

viagem de trem levava o dobro do tempo da viagem de avião para o mesmo trajeto

e seu preço para os passageiros era maior do que o de trens convencionais. Tais

fatores levaram ao encerramento da operação no ano de 1993 (ZIV, 2000).

No entanto, a execução deste projeto e as lições dele aprendidas

serviram como base para que ambas empresas assinassem, em 1998, um

memorando de entendimento com o objetivo de transferir vôos de curta de distância

para a ferrovia. No ano de 1999 foi inaugurado o AIRail terminal, resultado de uma

operação conjunta entre o aeroporto de Frankfurt e a DB German Railway (ZIV,

2000).

Ainda no mesmo ano, em continuidade ao memorando de

entendimento assinado em 1998 e à inauguração do AIRail terminal, foi assinado o

acordo de parceria entre a Lufthansa, a DB German Railway e o aeroporto de

Frankfurt para o projeto piloto de check-in na estação central de trens de Stuttgart,

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que viabiliza a realização do check-in pra o trecho aéreo na referida estação (ZIV,

2000).

O processo de implementação de uma intermodalidade bem

sucedida, como pode ser visto no aeroporto de Frankfurt, depende primordialmente

da realização de parcerias. No caso especifico de intermodalidade aérea as

principais parcerias deverão ser firmadas entre a admistradora do aeroporto, as

empresas aéreas, as autoridades aeroportuárias e as companhias que prestarão o

serviço intermodal (ZIV, 2000).

A preocupação em se implantar uma intermodalidade realmente

funcional no aeroporto de Frankfurt levou a um conceito próprio de intermodalidade,

criado pelo aeroporto, que define intermodalidade como “a interligação dos sistemas

ferroviário, aéreo e rodoviário de transportes e de todos os serviços relacionados a

estes ao longo de toda a viagem”. Para o aeroporto de Frankfurt a intermodalidade

tem como principal objetivo “oferecer ao viajante uma experiência de viagens sem

interrupções, no lugar da viagem padrão marcada por resistências ao longo do

curso” (ZIV, 2000).

As resistências de viagem que se pretendem eliminar no trajeto

intermodal sem interrupções representam, porém, os pontos de maior dificuldade na

implementação da intermodalidade devido à integração dos diversos modais

utilizados. A maneira encontrada pelo aeroporto de Frankfurt para superar estes

obstáculos foi buscar atender as expectativas de serviços dos passageiros com

relação a estes pontos considerados críticos tanto para as empresas operadoras

quanto para os usuários (ZIV, 2000).

A tabela 4 demonstra as principais dificuldades encontradas na

transferência intermodal e o como os passageiros esperam que estes serviços

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sejam. De acordo com o ZIV (2000) foram estas expectativas que nortearam a

implantação da intermodalidade no aeroporto de Frankfurt.

Tabela 4 - Expectativa dos passageiros com relação aos serviços prestados

Principais dificuldades Solicitações dos passageiros

Transporte de passageiros Rápido, confortável, barato e confiável

Transporte de bagagens Confortável, barato, confiável e com o passageiro

Informações Fácil, completa, atualizada, confiável e em qualquer lugar

Compras de bilhetes Fácil, rápido, confiável e em qualquer lugar

Orientação Fácil, atualizada, confiável e uniforme

Check-in Fácil, rápido, confiável e em qualquer lugar

Serviços de segurança Fácil, rápido e em qualquer lugar Fonte: ZIV, 2000

O desenvolvimento destes serviços procurou atender às

expectativas dos passageiros através da identificação da responsabilidade de cada

um dos parceiros em cada tarefa, atribuindo as principais responsabilidades dos

envolvidos em atender às necessidades dos viajantes naquele determinado ponto

crítico da viagem.

A atribuição de responsabilidade fez parte de um conjunto de seis

itens que resultaram na intermodalidade existente hoje em Frankfurt. De acordo

com o ZIV (2000), o conhecimento dos itens a seguir por parte de todos os

parceiros foi de fundamental importância para uma implantação bem sucedida da

intermodalidade.

Identificação das necessidades dos viajantes;

Parcerias entre a admistradora do aeroporto, as empresas

aéreas, as autoridades aeroportuárias e as companhias que

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prestarão o serviço intermodal;

Investimento de capital de todos os parceiros

Transparência e disponibilidade de dados de todos os parceiros;

Identificação das situações ganha-ganha para todos os parceiros

(relação custo benefício para todos envolvidos, bem como para

somente um envolvido);

Conhecimento dos investimentos voluntários e não voluntários de

cada parceiro.

Embora estes itens tenham sido desenvolvidos no contexto do

aeroporto de Frankfurt, seu conhecimento e aplicação podem ser de extrema

importância para implantação da intermodalidade em qualquer cidade, aeroporto ou

terminal de transportes, uma vez que define princípios claros a serem seguidos por

todos que pretendem firmar convênios e parceria intermodais.

4.4 Dados sobre a intermodalidade no Aeroporto de Frankfurt

A intermodalidade com o modal aéreo no aeroporto de Frankfurt

ocorre com os modais ferroviário e rodoviário, que possuem dois ou mais tipos de

veículos cada. Em função disto foram construídas infra-estruturas diferenciadas

para atender as necessidades especificas de cada veículo e de seus usuários (ZIV,

2000).

Para o modal ferroviário existem duas estações de trens distintas. De acordo

com informações da Fraport (2006), o AIRail-Terminal “é a estação de trens onde

chegam e saem os trens de longa distância e os trens de alta velocidade”. Através

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deste terminal é possível efetuar conexões para toda Europa através da linha

ferroviária de alta velocidade presente em todo o continente europeu. No Anexo D

pode-se observar um mapa da rede ferroviária alemã com conexões para outros

países da Europa.

Segundo a Fraport (2006) há ainda “a estação de trens regionais e locais S-BAHN,

onde chegam e partem os trens de velocidade convencional que circulam na

Alemanha”. Segundo informações da administradora do aeroporto, o acesso a

ambos terminais ferroviários pode ser feito por ônibus de circulação interna ou ainda

por um trem que efetua as transferências entre terminais do aeroporto denominado

Sky Line. Na figura 4 pode-se observar um modelo de trem que efetua as ligações

ferroviárias de alta velocidade no Aeroporto de Frankfurt

Figura 4 – Modelo de trem de alta velocidade

Fonte: Die Bahn, 2005

Além da infra-estrutura para intermodalidade aero-ferroviária, o

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aeroporto de Frankfurt possui diversas outras plataformas para atender o modal

rodoviário, como pode ser visto na tabela 5.

Tabela 5 – Infra - estrutura para intermodalidade no aeroporto de Frankfurt

Sistemas de Transporte Meio de Transporte Infra-estrutura para Intermodalidade

Trens de alta velocidade e outros trens de longa distância

AIRail-Terminal (Estação de trens de longa distância)

Ferrovia

S-BAHN (trens regionais e locais) S-BAHN – Estação de trens regionais

Ônibus de curto trajeto, internacional e de linhas fixas

Terminal de ônibus e estacionamento de ônibus

Táxi Paradas expressas para táxi e estacionamento de táxi

Veículos particulares Paradas expressas para veículos particulares e estacionamento para veículos particulares

Rodovia

Aluguel de carros Estacionamento para carros alugados.

Aéreo Aeronave Terminal aéreo; Pistas de pouso e decolagem.

Fonte: ZIV, 2000

Segundo a Fraport (2006) a transferência de bagagens entre a

aeronave e os trens é feita diretamente para estações de trem que contam com a

infra-estrutura necessária para efetuar a entrega da bagagem. A primeira linha a

oferecer este serviço foi resultado de uma parceria entre a empresa aérea

Lufthansa, a companhia de trens alemã Deutsche - Banh e a Fraport,

administradora do aeroporto.

Os passageiros que realizam o trajeto entre o AIRail terminal e a

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estação central de trens de Stuttgart, podem retirar suas bagagens somente na

estação de Stuttgart, não sendo necessário retirá-las na esteira do aeroporto e levá-

las manualmente até o trem onde embarcarão. Em 2003 este serviço iniciou-se

também na rota de alta velocidade ICE-train entre o aeroporto de Frankfurt e a

estação de Colônia (FRAPORT, 2006).

Nas duas estações há a infra-estrutura necessária para efetuar o

processo de alfândega ao qual estão sujeitas as bagagens procedentes ou com

destino a vôos internacionais. Tanto as estações como o próprio aeroporto contam

com processos logísticos de grande eficiência e eficácia para que as bagagens

sigam no mesmo trem que os seus possuidores, além de uma infra-estrutura

logística igualmente funcional para que as bagagens estejam no local certo e no

momento certo (FRAPORT, 2006). Na figura 5 pode-se observar o painel com os

horários de saída dos vôos localizado no terminal ferroviário.

Figura 5 – Painel com horários de saída dos vôos localizado no terminal ferroviário

Esta alta eficiência na intermodalidade aero-ferroviária resulta em

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um elevado uso das conexões ferroviárias entre passageiros embarcando e

desembarcando no aeroporto de Frankfurt por via terrestre. Segundo dados do ZIV

(2000) “o uso do modal ferroviário representa 28% do transporte terrestre efetuado

no aeroporto de Frankfurt. A utilização do modal rodoviário é de aproximadamente

70%, e os 2% restantes são feitos por outros meios de transporte”, conforme é

mostrado na figura 6.

70%

28%

2%

Modal rodoviário Moda ferroviário Demais modais

Figura 6 - Utilização dos modais terrestres no aeroporto de Frankfurt Fonte: ZIV, 2000

Com relação ao modal ferroviário, os números apontam um forte

crescimento da utilização das linhas ferroviárias de alta velocidade, o que deve-se

principalmente à grande expansão das linhas ferroviárias de alta velocidade em

toda Europa. A linha ferroviária mais utilizada, opção de 12% dos viajantes é a S -

BAHN, onde circulam trens regionais e locais. Desde a abertura do AIRail Terminal,

o uso dos trens de alta velocidade vem crescendo continuamente, sendo que nos

seis primeiros meses de 2000 este crescimento chegou a 8%, número este mantido

atualmente. Na primeira metade do ano anterior o crescimento foi de 5% (ZIV,

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2000).

Já no modal rodoviário, a pesquisa realizada pelo ZIV demonstra

que o meio de transporte mais utilizado é o veículo particular, com 40% de

utilização, por volta de 16% dos passageiros (chegando ou saindo do aeroporto)

utilizam táxis e apenas 7% dos passageiros utilizam ônibus de curto trajeto, ônibus

internacionais ou ônibus com linhas fixas. O uso de veículos alugados soma

aproximadamente 7% (ZIV, 2000).

A predominância do modal rodoviário nos deslocamentos ao redor

do aeroporto de Frankfurt pode ser explicada pelo fato de que a intenção da

admistradora do aeroporto, assim como das empresas aéreas e ferroviárias, é

substituir gradativamente as conexões áreas pelas ferroviárias e não substituir

trechos rodoviários por ferroviários (ZIV, 2000).

Neste contexto a diminuição do fluxo de automóveis particulares,

táxis e ônibus será conseqüência da maior utilização da ferrovia, que fará

desnecessário que as pessoas levem ou busquem os viajantes no aeroporto, visto

que estes poderão chegar ao seu destino final de trem. O objetivo das empresas é

diminuir o fluxo rodoviário como conseqüência da maior utilização das ferrovias em

substituição a trechos aéreos (ZIV, 2000).

4.5 Intermodalidade: objetivos e benefícios no Aeroporto de Frankfurt

A Fraport (2006) afirma que “o aeroporto de Frankfurt pode ser

considerado líder no desenvolvimento de soluções intermodais que integram o

transporte aéreo à rodovia e à ferrovia”. Isso deve-se, principalmente, ao

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pioneirismo do referido aeroporto em firmar parcerias para desenvolver a infra-

estrutura necessária para efetuar as transferências intermodais que facilitem e

agilizem a viagem dos passageiros.

Para o ZIV (2000), “a intermodalidade existente no aeroporto de

Frankfurt traz benefícios não só para os viajantes, mas também para o próprio

aeroporto”. A prestação de serviços intermodais trará melhorias para o entorno do

aeroporto devido à redução de impactos ambientais causados pelo excessivo

tráfego aéreo através da substituição de vôos curtos por trajetos ferroviários.

Haverá ainda a conseqüente redução de congestionamentos de carros e ônibus,

diminuindo a emissão de poluentes. Todas estas melhorias representam também

uma imagem positiva para o aeroporto intermodal, uma vez que demonstram

preocupação com o bem estar da população e responsabilidade social (ZIV, 2000).

Além disso, ao se passar os vôos de curta distância para a ferrovia

são abertas mais vagas para pousos e decolagens de vôos intercontinentais, que

podem estar limitadas em função do intenso tráfego aéreo do referido aeroporto. Os

vôos internacionais trazem maior lucratividade, à medida que atraem mais viajantes

e que as taxas de operação para estes vôos são mais rentáveis para o aeroporto

(COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

Outro dos principais objetivos da intermodalidade no aeroporto de

Frankfurt é fortalecer a posição de hub do referido aeroporto com uma maior

utilização do transporte público, visto que centralizará não somente as conexões

aéreas como também as linhas ferroviárias para toda a Europa, concentrando-as. A

expansão da rede ferroviária de alta velocidade proporcionará ao aeroporto de

Frankfurt ser um dos centros integrados de transporte mais significativos do

continente europeu, oferecendo conexões ferroviárias para toda Europa, atraindo

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mais passageiros para o referido modal (FRAPORT, 2006).

Esta centralização do fluxo de passageiros e cargas possibilita uma

operação mais eficiente, pois elimina a ramificação desnecessária dos trajetos. O

resultado final é um fluxo ágil e confiável além de obter redução de custos em

função da melhoria operacional (FRAPORT, 2006).

Segundo o ZIV (2000) “os serviços intermodais tem como principal

objetivo a satisfação do cliente através da eliminação dos entraves ao longo da

viagem”. O ganhos do aeroporto com relação à lucratividade, aumento de demanda

de passageiros aéreos e ferroviários e melhoria de imagem serão conseqüência

direta da satisfação dos passageiros com os serviços prestados pelo aeroporto e da

melhoria nos fluxos e processos, visando uma operação mais ágil e eficaz e

ambientalmente preocupada.

4.6 AIRail-Terminal

O AIRail terminal é um terminal ferroviário localizado no

Aeroporto de Frankfurt, sendo sua construção o resultado de um projeto de parceria

entre o DB (German Railway), o Aeroporto de Frankfurt e a empresa aérea alemã

Lufthansa. Inaugurado no ano de 1999, este terminal conecta o aeroporto de

Frankfurt com toda a Europa através da rede de trens de alta velocidade européia.

Todos os trens de longa distância e alta velocidade tem seu embarque e

desembarque no AIRail-Terminal, já os trens locais e regionais chegam e saem da

estação regional S-Bahn (ZIV, 2000).

Para atender a nova estação de longa distância foi construído

um conector entre o AIRail-Terminal e o Terminal 1 do aeroporto. Este conector

oferece um acesso direto do trem para o aeroporto e possui diversos postos de

informação ao longo do trajeto. Para uma caminhada fácil e confortável foram

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instaladas esteiras automáticas e escadas rolantes para os passageiros

(FRAPORT, 2006).

Os passageiros da companhia aérea Lufthansa que tem como

destino final as estações de Stuttgart e Colônia podem realizar o check-in da

bagagem direto do trecho aéreo para o trem, onde o viajante obtém o cartão de

embarque do trem no próprio balcão da Lufthansa, o que possibilita a retirada da

bagagem somente na estação ferroviária após o desembarque. O check-in do

trecho aéreo pode ser feito na estação de trem, onde o passageiro despacha sua

bagagem diretamente para o destino final e já recebe os cartões de embarque tanto

do trecho aéreo como do ferroviário (ZIV, 2000). A figura 7 representa um modelo

de bilhete de embarque para o trecho ferroviário de uma viagem intermodal.

Figura 7 – Modelo de bilhete para conexão ferroviária Fonte: Die Bahn, 2005

No bilhete constam informações como a categoria do bilhete (1), o

número de viajantes (crianças separadas de adultos) (2), data de validade (3),

condições da tarifa adquirida (4), data de validade com base no ultimo percurso (5),

percursos do bilhete (6), data de validade de cada trecho da viagem (7), dados

detalhados do percurso com valor (8), informações adicionais (horário e números

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dos trens) (9), valor total do bilhete (10), valor mais taxas (11), número do bilhete

(12), números de controle internos (13 e 18), forma de pagamento (14), número do

escritório emissor (15), data da emissão (16), identificação do emissor (17), e

horário de apresentação (19) (DIE BAHN, 2005).

A praticidade e agilidade deste processo são grandes já que os

passageiros são atendidos para sua viagem de trem e avião simultaneamente e

recebem um bilhete integrado que inclui ambos os transportes, eliminado assim

burocracias e papeladas desnecessárias. A aprovação do sistema pode ser vista

pela porcentagem de passageiros Lufthansa que utilizam este serviço: cerca de

45% dos passageiros que efetuam os referidos trajetos utilizam-se do check-in

integrado (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004). Na figura 8 pode-se observar um painel

com os horários de saída dos trens localizado no aeroporto.

Figura 8 - Painel com os horários de saída dos trens

É importante ressaltar que a bagagem é transportada no mesmo

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trem, acompanhando o passageiro. Na chegada em Frankfurt, a bagagem efetuará

os trâmites de transferência, segurança e alfândega para ser embarcada na

aeronave. No caso do trajeto Frankfurt – Stuttgart ou Frankfurt – Colônia, as

bagagens passam pelo processo de alfândega somente na estação de trem, que

está apta a efetuar os processo aduaneiros que seriam realizados no aeroporto

(FRAPORT, 2006).

O tempo de viagem entre Frankfurt e Colônia é de apenas 57

minutos e operam, aproximadamente, 16 trens neste trajeto diariamente. O trajeto

Frankfurt – Stuttgart leva aproximadamente 73 minutos e cerca de 7 trens diário

efetuam esta conexão. Em ambos os caso os intervalos de saída dos trens resultam

em aproximadamente uma partida para cada vôo Lufthansa que desembarca no

aeroporto, ou seja, as saídas dos trens estão sincronizadas com a chegada dos

vôos (FRAPORT, 2006).

A reserva nos trens de longa distância é feita em conjunto com a

reserva aérea e portanto os assentos nos trens respeitam as classes adquiridas

para o trecho aéreo, portanto passageiros que compraram primeira classe ou

executiva na aeronave terão lugares na primeira classe do trem e passageiros que

adquiriram tarifa econômica viajaram na referida classe no trecho ferroviário

(FRAPORT, 2006).

Para os passageiros de empresas aérea e destinos onde a

transferência de bagagens direta não é possível, balcões de atendimento ao longo

do conector permitem que se efetue o check-in logo após o desembarque para que

os viajantes não precisem carregar suas bagagens até os terminais. Há ainda o

oferecimento dos serviços de carregadores de bagagens tanto na estação

ferroviária como no terminal aeroportuário (ZIV, 2000).

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O projeto piloto de check-in na estação de trem de Stuttgart,

implantado posteriormente também na estação de Colônia, é uma operação

conjunta entre Deutsche Lufthansa, o aeroporto de Frankfurt e DB (German

Railway) e teve início em 1998. O projeto pretende eliminar gradativamente os vôos

de curta distância, substituindo-os por trechos ferroviários. Para isso está prevista a

implantação do modelo em diversas estações de trem em toda Alemanha, como as

estações ferroviárias de Düsseldorf e Bonn (ZIV, 2000).

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5 PANORAMA ATUAL DOS MODAIS AÉREO E FERROVIÁRIO NO BRASIL

Para que se possa estudar a possibilidade de implantação de

ligações aero-ferroviárias no Brasil, é necessário, primeiramente, conhecer a

situação atual de ambos os modais no país, o que será feito com a análise de

dados reais sobre os referidos modais.

5.1 Modal Ferroviário

Uma das causas para a não existência de ligações aero-ferroviária

no Brasil pode ser o estado deficitário em que se encontra atualmente a malha

ferroviária brasileira. Segundo reportagem da revista Exame (2005) a atual situação

do modal ferroviário no Brasil é reflexo direto de anos de investimento no transporte

rodoviário em detrimento a outros modais, como o ferroviário e o hidroviário.

Segundo Nítolo (1999), além da priorização ao modal ferroviário, a

ferrovia no Brasil foi prejudicada ainda pela finalidade com que a mesma foi

implementada, não havendo prioridade em interligar o país.

Rodovias, no Brasil, sempre foram vistas como sinônimo de progresso. Ao longo da história. a expansão da indústria nacional dependeu das estradas, e a fronteira do mercado consumidor foi desenhada pelo alcance dos caminhões. Enquanto governo após governo teimava em estender o asfalto, o transporte naval e o ferroviário enfrentaram uma sucessão de crises e nunca chegaram a ter a relevância que têm em outros países.

(EXAME, 2005)

Para entender a situação de penúria amargada pelo trem no Brasil, ajuda examinar um pouco sua trajetória, que já chega a quase 150 anos. A ferrovia nasceu no país com o claro objetivo de levar os produtos primários do interior para os portos. Isto é, não havia aquele espírito de integração que se viu nos EUA.

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Para Barat (1999) apud Nítolo (1999) "os americanos, ao contrário

dos brasileiros, utilizaram o trem para abrir novas frentes, ligar os pontos cardeais

(...)", o que foi fundamental para integração do país e para o grande uso de

ferrovias visto atualmente nos Estados Unidos.

Somente após o ano de 1996 houveram mudanças no cenário de

abandono das ferrovias, através das privatizações de diversos trechos da malha

ferroviária, buscando a recuperação das vias (dormente e trilhos) e material rodante

(vagões e locomotivas). Para a Confederação Nacional dos Transportes – CNT

(2002), “depois de quatro décadas de sucateamento, pouquíssimos investimentos e

manutenção precária, o sistema ferroviário começou uma nova história a partir da

privatização geral da operação da malha de ferrovias instalada no Brasil”.

Segundo a CNT (2002), atualmente são 10 as principais

concessionárias no transporte ferroviários de cargas no Brasil. Cada concessionária

atende estados específicos do território, sendo estas:

América Latina Logística do Brasil (ALL): Opera nos Estados do

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e interliga-se com a

Ferroban e Ferroeste. Possibilita ainda que o escoamento da

produção se processe até ferrovias do Uruguai e da Argentina. A

extensão da malha no Brasil é de 6.586 Km (CNT, 2002).

Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN): Atende os Estados

do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,

Pernambuco e Alagoas, e conecta-se com a Estrada de Ferro

Carajás. Sua malha tem a extensão de 4.534 Km (CNT, 2002).

Estrada de Ferro Carajás (EFC): Atende os Estados do Pará e

Maranhão e interliga-se com a Companhia Ferroviária do

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Nordeste e a Ferrovia Norte-Sul, tendo sua malha 892 Km de

extensão (CNT, 2002).

Estrada De Ferro Vitória - Minas (EFVM): Serve os Estados de

Minas Gerais e Espírito Santo e possui entroncamento com a

Ferrovia Centro-Atlântica S/A. A extensão da malha soma 898

Km (CNT, 2002).

Ferrovias Bandeirantes S/A (Ferroban): Opera nos Estados de

São Paulo e Minas Gerais e interliga-se com a ALL, Ferrovia

Centro-Atlântica S/A, Ferrovia Novoeste S/A e Ferronorte S/A. A

extensão da sua malha é de 4.236 Km (CNT, 2002).

Ferrovias Norte Brasil (Ferrronorte S/A): Encontra - se em

operação o trecho compreendido entre Aparecida do Taboado -

MS e Alto Taquari - MS, com de 408 Km de extensão. Porém o

projeto de longo prazo da concessionária, cuja extensão prevista

para malha ferroviária é de 3.728 Km, prevê a construção,

operação, exploração e conservação da malha ferroviária que

interligará Cuiabá-MT com os trechos ferroviários da Ferroban e

da Ferrovia Centro-Atlântica S/A no Triângulo Mineiro e no

Estado de São Paulo, alcançando ainda Porto Velho-RO e

Santarém-PA (CNT, 2002).

Ferrovia Centro Atlântica S/A (FCA): Possui malha com

extensão de 7.080 Km e atende os Estados de Minas Gerais,

Goiás, Bahia Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Distrito

Federal. Interliga-se coma Estrada de Ferro Vitória a Minas,

MRS Logística S/A, Ferroban e Companhia Ferroviária do

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Nordeste (CNT, 2002).

Ferrovia Novoeste S/A: A extensão de sua malha é de 1.621 Km

e opera nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul,

interligando-se com a Ferroban (CNT, 2002).

Ferrovia Teresa Cristina S/A (FTC): Atua no Estado de Santa

Catarina e a extensão de sua malha é de 164 Km (CNT, 2002).

MRS Logística S/A: Possui malha de 1.674km e atende os

Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Possui

entroncamentos com a Ferrovia Centro-Atlântica S/A, Ferrovia

Bandeirantes S/A e Estrada de Ferro Vitória a Minas (CNT,

2002).

Segundo dados do Boletim Estatístico da CNT (2005) a malha

ferroviária brasileira tem, atualmente, uma extensão total de 29.798 quilômetros. O

número total de vagões é 55.472 e o de carros (passageiros urbanos) é de 1.670.

Embora as concessões tenham trazido melhorias ao transporte

ferroviário, a utilização do referido modal, tanto no transporte de cargas como de

passageiros, ainda é insuficiente para atender às necessidades do país por um

sistema de transportes mais completo e interligado.

Bocon (2006) apud Carvalho (2006) afirma que, para melhor

utilização do modal ferroviário "seria necessária aplicação em infra-estrutura, em

ferrovias e maquinário. É um ótimo meio de transporte para cargas e passageiros,

sendo subutilizado hoje em dia".

Segundo a revista Exame (2005) os investimentos necessários para

maior utilização do transporte ferroviário já estão sendo realizados e afirma:

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Estes investimentos, porém, estão ocorrendo somente no transporte

de cargas, advindos das empresas concessionárias que assumiram o controle das

linhas após as privatizações. No transporte de passageiros ainda há uma grande

carência de investimentos.

O volume de passageiros transportados em trechos interurbanos

demonstra a pouca utilização do modal no país, reflexo principalmente das más

condições das linhas, trens e estações. A Confederação Nacional de Transportes –

CNT (2005), em seu Boletim Estatístico de dezembro de 2005, publicou o número

de passageiros transportados em trechos urbanos e interurbanos tanto pelo modal

ferroviário como pelo rodoviário, conforme pode-se ver na tabela 6.

Tabela 6 – Volume de passageiros transportados pelos modais aéreo e ferroviário

Modal Número de passageiros transportados Tipo de transporte

1.114.769.555 Urbano (Metro + Ferrovia) Ferroviário 1.686.017 Interurbano 3.582.300.072 Urbano Rodoviário 132.787.448 Interestadual / Internacional

Fonte: CNT, 2005

Com os números fornecidos pela tabela 6 pode-se observar a

disparidade existente entre os modais rodoviário e ferroviário no Brasil, havendo

predominância da utilização do modal rodoviário.

Visando diminuir esta diferença e trazer mais qualidade ao sistema

de transportes de passageiros existente em nosso país, o Banco Nacional de

Desenvolvimento e Econômico e Social – BNDES vêm realizando uma série de

investimentos no setor metro-ferroviário. Segundo artigo da Associação Brasileira

O renascimento vivido hoje no setor de transportes é similar ao que conheceu o das telecomunicações após a privatização. Há uma onda de investimentos e uma revolução em curso, protagonizada pelas empresas de logística e transporte de cargas, mas que se estende a todo o setor produtivo.

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da Indústria Ferroviária – ABIFER (2005) “o BNDES investiu, entre janeiro e outubro

deste ano, R$ 525 milhões nos setores de transporte metroviário e ferroviário. O

valor é 187% maior do que o investido no mesmo período do ano passado”.

Para Charles Marot, gerente de desenvolvimento urbano do

BNDES, a ampliação do sistema de transportes ferroviário traz diversas vantagens,

como redução de acidentes de trânsito, ganhos ambientais com a redução da

poluição e maior mobilidade da população (ABIFER, 2005). Marot (2005) apud

ABIFER (2005) afirma que:

Esta necessidade se intensifica nas grandes metrópoles, como é o

caso da cidade de São Paulo, onde o transporte ferroviário de passageiros é

efetuado pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM.

5.1.1 Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM

A CPTM, criada em 28 de maio de 1992, possui atualmente 253,2

quilômetros de linhas operacionais que atendem cerca de 1 milhão e 300 mil

usuários por dia, realizando em média 1.620 viagens diariamente. Além de atender

a capital paulista, os trens da CPTM circulam por 22 municípios da Grande São

Paulo, nas 6 linhas que contam com 83 estações em todo o Estado (CPTM, 2005).

A figura 9 demonstra o mapa da rede de transporte metropolitana

da cidade de São Paulo, onde além das linhas de Metrô e trens já existentes, pode-

se observar os planos de expansão da rede metro-ferroviária da cidade.

O crescimento dos transportes ferroviários tem influência direta na produtividade dos trabalhadores das grandes cidades. Com a redução do tempo gasto no trajeto entre a casa e o local de trabalho, o trabalhador tem mais disposição para exercer suas atividades profissionais.

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Figura 9 – Mapa do transporte metropolitano de São Paulo

Fonte: CPTM, 2006

No ano de 2005 ocorreu um aumento de 5,6% no volume de

passageiros transportados com relação a 2004, o que fez com que a CPTM

atingisse a marca de 389,63 milhões de passageiros, contra 368,79 milhões no ano

de 2004. A CPTM atribui este aumento a diversos fatores, mas principalmente aos

investimentos realizados pelo Governo do Estado, que giram em torno de 1 bilhão e

500 milhões de dólares no período compreendido entre 1995 e 2004 (CPTM, 2005).

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Além dos investimentos, que proporcionaram melhorias nos

sistemas de manutenção, outros fatores contribuíram para o aumento da demanda,

tais como a adoção de um modelo de gestão voltado para a prestação do serviço e

o combate à evasão de renda, realizado através da construção de muros e atuação

ostensiva da Segurança Pública Operacional (CPTM, 2005).

Outro fator que ocasionou o aumento da demanda é a integração

das estações da CPTM com outros modais de transporte, mais especificamente

com o Metrô. Hoje, devido à integração com as linhas do Metrô, a CPTM, oferece

transferências gratuitas nas estações Brás, Luz, Barra Funda e Santo Amaro, o que

resulta em um total de 329 quilômetros com uma única tarifa (CPTM, 2006).

Segundo a Secretária dos Transportes Metropolitanos – STM

(2005) a CPTM é a maior empresa de transporte ferroviário de passageiros do

Brasil e a distância percorrida por seus trens diariamente supera uma volta ao

mundo - 40,6 mil Km.

5.2 Modal Aéreo

O modal aéreo representa um fator de integração primordial às

nações. Para o Departamento de Aviação Civil – DAC (2006) “os níveis de atividade

do transporte aéreo refletem diretamente a atividade dos ciclos de negócios do

mundo globalizado e responde de forma quase imediata às políticas conjunturais”.

O transporte aéreo torna-se ainda mais importante em países de

grande extensão territorial, como o Brasil, já que torna mais rápido o fluxo de

passageiros e cargas em longas distâncias. Conforme informações do Congresso

Nacional de Aviação Regional – CONAR (2004), o transporte aéreo é a única

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ferramenta eficiente para a sustentação econômica, integração e desenvolvimento

de países de dimensões continentais como Brasil, Estados Unidos, Canadá,

Austrália, China e Rússia, onde as distâncias são muito grandes.

O DAC (2006) afirma ainda que o setor aéreo está diretamente

ligado ao cumprimento dos três maiores objetivos do país, sendo estes a

integração, o crescimento e a segurança nacionais. Neste contexto, o DAC ressalta

a importância do modal aéreo tanto em nível nacional como internacional e afirma:

O surgimento desta importante atividade ocorreu no Brasil por volta

de 1925 e no ano de 1927 foi fundada a primeira empresa aérea comercial

brasileira, a Viação Aérea Rio Grandense – VARIG, que operava em uma rota de

apenas 270 quilômetros, entre Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande (VARIG, 2006).

Segundo dados do DAC (2006) atualmente cerca de 30 empresas

brasileiras realizam o transporte aéreo de cargas e passageiros em nosso pais,

sendo que algumas destas operam também internacionalmente. Dentre estas,

destacam-se, como as três maiores, no mercado doméstico:

GOL Transportes Aéreos Ltda: Iniciou suas operações no ano

de 2001 com o objetivo de proporcionar vôos a preços

acessíveis para a maioria dos brasileiros. Opera em quase todo

território nacional, além de algumas rotas internacionais,

transportando passageiros e cargas (GOL, 2006).

O transporte aéreo é um dos setores mais dinâmicos da economia mundial. Ele cumpre importante papel estimulando as relações econômicas e o intercâmbio de pessoas e mercadorias (tanto dentro do país quanto com outros países) intra e entre as nações. O fenômeno da globalização vem provocando mudanças profundas nos padrões da demanda por mobilidade em escala mundial e alterando o comportamento de consumidores, aumentando continuamente os níveis de tráfego e levando a uma segmentação cada vez maior do transporte aéreo. Dois são os vetores da globalização: a tecnologia da informação e o avião!

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TAM Linhas Aéreas S/A.: A empresa surgiu em 1971 e

atualmente transporta passageiros e cargas em todo território

nacional, além de operar em alguns destinos internacionais

como Paris, Miami e Buenos Aires (TAM, 2006).

VARIG S/A (Viação Aérea Rio-Grandense): Empresa pioneira no

transporte aéreo brasileiros, surgiu em 1927 e realiza o

transporte de cargas e passageiros em todo território nacional e

para aproximadamente 20 destinos no exterior (VARIG, 2006).

As três primeiras posições do mercado doméstico no ano de 2005

pertencem às referidas empresas, sendo o primeiro lugar ocupado pela TAM, com

43,25% dos passageiros do mercado doméstico, a Gol vêm em segundo lugar, com

27,07% do mercado doméstico seguida pela Varig com 26,48% de participação nos

vôos nacionais (AVIAÇÃO BRASIL, 2006).

Na tabela 7 pode-se observar o volume de passageiros

transportados pelas 3 empresas no período compreendido entre janeiro e dezembro

de 2005. Os números da tabela confirmam a liderança da empresa TAM no número

de passageiros transportados no mercado doméstico, seguida pelas empresas Gol

e VARIG, que ocupam respectivamente o segundo e o terceiro lugar.

Tabela 7 - Volume de passageiros transportados em vôos domésticos

Empresa Aérea Volume de passageiros transportados

TAM 13.354.362

Gol 12.350.753

VARIG 8.973.671 Fonte: Aviação Brasil, 2006

Além das empresas nacionais já citadas, operam ainda cerca de 60

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empresas no mercado brasileiro. São empresas originárias de diversos continentes

que realizam vôos de seus países de origem para os principais aeroportos

brasileiros e em alguns casos fazem ainda algumas linhas domésticas (DAC, 2006).

Muitas das empresas internacionais que aqui operam possuem vôos diários, a

tabela 8 lista algumas desta empresas.

Tabela 8 – Principais empresas aéreas internacionais no Brasil Empresa Aérea Nacionalidade

Aerolíneas Argentinas Argentina Aeromexico – Aerovias De México S/A Mexicana Aerosur – Cia Boliviana De Transporte Aereo Privado Boliviana Air Canadá Canadense Air Europa / Air España, S.A. Espanhola Air France Francesa All Nippon Airways Co Ltd – ANA Japonesa Alitalia – Linee Aeree Italiane S.P.A. Italiana American Airlines Inc Americana Avianca – Aerovias Nacionales Da Colombia S.A. Colombiana British Airways Plc Inglesa Continental Airlines Americana Copa – Compañia Panameña De Aviacion – S.A. Panamenha Empresa Consolidada Cubana De Aviacion Cubana Delta Airlines Inc. Americana Federal Express Corporation Americana Ibéria Lineas Aereas De España S.A. Espanhola Japan Airlines International Co. Ltd. Japonesa KLM– Companhia Real Holandesa De Aviação Holandesa Lloyd Aereo Boliviano – LAB Boliviana Lanchile S.A. Chilena Deutsche Lufthansa Alemã Mexicana De Aviacion S.A De C.V. Mexicana Pluna Lineas Aereas Uruguayas S.A. Uruguaia Polar Air Cargo Americana SAA – South African Airways Africana Scandinavian Airlines System – S.A.S Scandinava Surinam Airways Surinamesa Swiss International Air Lines Ltd. Suiça Trans American Air Lines – Taca Peruana T A P – Air Portugal Portuguesa United Airlines Inc. Americana UPS – United Parcel Services Co. Americana

Fonte: DAC, 2006

Na tabela 8 não estão inclusas as empresas aéreas nacionais que

realizam vôos internacionais, sendo estas VARIG, TAM, Gol e BRA. No segmento

internacional, a liderança de mercado é da VARIG, que detém 71% da fatia de

mercado internacional, seguida pela TAM com 22% (AVIAÇÃO BRASIL, 2006).

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O volume de passageiros transportados no mercado internacional

no período de Janeiro á Dezembro de 2005 é demonstrado na tabela 9,

confirmando a posição de liderança da VARIG no mercado internacional.

Tabela 9 - Volume de passageiros transportados em vôos internacionais Empresa Aérea Volume de passageiros transportados

VARIG 3.841.384

TAM 891.360

Gol 286.746 Fonte: Aviação Brasil, 2006

Dentre as 4 maiores empresas aéreas brasileiras operando

atualmente, duas delas estão no mercado a menos de 6 anos e tiveram sua filosofia

de implantação e operação pautada na tendência mundial de empresas aéreas

“low-cost, low-fare”. A Gol linhas aéreas (fundada em 2001) e a Brasil Rodo Aéreo –

BRA (fundada em 2000) surgiram com o intuito de oferecer tarifas aéreas a preços

mais acessíveis para grande parte da população brasileira.

Para alcançar este objetivo, ambas se basearam em modelos já

utilizados por empresas norte – americanas e européias, aplicando o conceito de

“low-cost, low-fare”, que na tradução para o português significa “baixo custo, baixa

tarifa”. O conceito de “low-cost, low-fare”, para Binder (2003) tem como objetivo

“oferecer tarifas a um preço baixo para um usuário que não utilizava o transporte

aéreo”.

A redução de custos e a conseqüente queda no valor da tarifa

provém de oferecer um serviço mais simples e realizar uma operação mais enxuta.

Um exemplo da aplicação do conceito “low-cost, low-fare” é o serviço de bordo

oferecido pelas referidas empresas, mais simples e econômico que o das empresas

tradicionais, conforme descreve Estrella (2005) sobre as empresas low-fare:

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A operação das empresas low-cost, low fare representa uma nova

postura na aviação brasileira, onde o mercado está focado cada dia mais no

interesse básico do passageiro - um meio de transporte rápido e o mais barato

possível - e concentra-se agora em operações econômicas, com baixo custo

operacional que resultam em tarifa menor (ESTRELLA, 2005).

Segundo Binder (2003), além da simplificação do serviço de bordo

(não são fornecidas refeições quentes nem variedade de bebidas) diversas

estratégias são adotadas pelas empresas visando reduzir o custo operacional. A

tabela 10 lista algumas destas estratégias.

Tabela 10 – Estratégias adotadas pelas empresas aéreas “low-fare, low-cost” Estratégia adotada Melhoria operacional

Utilização de aviões novos e padronizados Redução do custo de manutenção (os aviões dão menos problemas e a equipe de mecânicos é unificada, o que favorece ganhos de escala)

Menor tempo de parada das aeronaves Os aviões estarão voando mais e a receita média por avião tende a ser maior

Não realizar conexão com outras companhias Evita transferência de bagagens e acordos operacionais

Comercialização das passagens é realizada diretamente com os usuários, sem a intermediação de agentes de viagens (vendas através da Internet ou por telefone)

Reduz o custo na relação cliente-fornecedor

Fonte: Binder, 2003

Todas estas estratégias resultam em uma redução efetiva dos

custos operacionais, o que pode ser repassado aos clientes através do

oferecimento de tarifas aéreas mais baratas do que as empresas convencionais.

O passageiro já não é mais aquele do passado, a pompa cede lugar a serviços rápidos e baratos, onde uma lagosta ao termidor ou um strogonoff de filé mignon, acompanhados de vinhos franceses, cedem lugar a lanches rápidos como um sanduíche de mortadela (ou "peito de peru", na irreverente jocosidade do paulistano), acompanhados de refrigerantes e sucos (às vezes não light, com açúcar mesmo). Low cost ai significa também sem pompa. O avião é agora um veículo democrático de transporte, destinado a todos os que precisam viajar.

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Isto faz com que uma maior parcela da população possa utilizar-se do modal aéreo

para viajar, tanto à turismo como à negócios, conforme descreve Estrella (2005).

Esta maior utilização do modal aéreo conseqüentemente resulta em

maior volume de passageiros transportados, trazendo mais movimento aos

aeroportos, tanto em número de passageiros como em tráfego aéreo. As empresas

aéreas low-cost, low-fare operam em diversos aeroportos brasileiros, levando aos

mesmos um grande contingente de usuários dos serviços aeroportuários. Na figura

10 pode-se observar o intenso tráfego aéreo do Aeroporto de Guarulhos – São

Paulo, reflexo do grande volume de passageiros viajando pelo modal aéreo.

Figura 10 - Tráfego aéreo intenso no Guarulhos

Fonte: Aviação Brasil, 2006

Agregar uma parcela crescente de pessoas com menor poder aquisitivo (ou deselitizar o avião), significou também atrair muitos passageiros de ônibus, especialmente de ônibus-leito de linhas de médias e grandes distâncias. O avião deixa de ser meio de transporte de pessoas com mais recursos ou de executivos ou empresários popularizando-se cada vez mais.

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5.2.1 Aeroportos Brasileiros

Segundo dados do DAC (2006), o sistema aeroportuário brasileiro

possui um total de 2.498 aeródromos, dos quais 739 são públicos. A INFRAERO

administra 66 dos aeroportos públicos, estando presentes dentre estes os maiores

aeroportos do país. Anualmente, circulam pelos aeroportos administrados pela

empresa cerca de 330 milhões de pessoas, inclusos neste número estão cerca de

83 milhões de passageiros em 2005 (INFRAERO, 2006). Na tabela 11 pode-se

observar o desempenho dos dez maiores aeroportos brasileiros em movimentação

de passageiros nos anos de 2004 e 2005.

Tabela 11 – Desempenho dos dez maiores aeroportos brasileiros em movimentação de passageiros nos anos de 2004 e 2005

Aeroporto Movimentação de passageiros em 2004

Movimentação de passageiros em 2005

Congonhas 13.611.227 17.147.628 Guarulhos 12.940.193 15.834.797 Brasília 9.955.287 9.426.569 Galeão 6.024.930 8.657.139 Santos Dumont 4.887.306 3.562.297 Salvador 4.145.371 4.554.572 Porto Alegre 3.215.545 3.521.204 Pampulha 3.194.715 1.281.745 Recife 3.173.672 3.604.652 Curitiba 2.840.349 3.393.079

Fonte: INFRAERO, 2006

Analisando-se a tabela 11 pode-se observas o desempenho dos

dez maiores aeroportos brasileiros em movimentação de passageiros nos anos de

2004 e 2005. Com exceção dos aeroportos de Brasília, Santos Dumont e

Pampulha, todos os aeroportos apresentaram aumento no número de passageiros

embarcando e desembarcando do aeroporto.

No caso específico do aeroporto Santos Dumont, um dos fatores

que pode explicar a queda tanto no movimento de passageiros como de aeronaves,

foi a mudança ocorrido nos vôos domésticos que passaram a operar no aeroporto

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do Galeão, ficando o Santos Dumont somente para atender os vôos da ponte aérea

Rio de Janeiro – São Paulo. Esta ocorrência explica ainda a maior movimentação

de aeronaves registrada no Galeão, conforme pode ser visto na tabela 12.

Tabela 12 – Desempenho dos dez maiores aeroportos brasileiros em movimentação de aeronaves nos anos de 2004 e 2005

Aeroporto Número de aeronaves em 2004

Número de aeronaves em 2005

Congonhas 217.782 228.110 Guarulhos 149.497 154.339 Brasília 133.765 130.885 Salvador 81.365 78.271 Campo de Marte 81.110 83.447 Santos Dumont 79.856 66.335 Galeão 77.530 97.332 Pampulha 76.094 49.467 Porto Alegre 57.740 55.767 Recife 56.551 54.843

Fonte: INFRAERO, 2006

O aumento na demanda de passageiros não ocorreu somente nos

aeroportos maiores. Segundo a INFRAERO, o movimento de passageiros nos 66

aeroportos administrados pela mesma aumentou, somente no primeiro trimestre de

2005, cerca de 16,84% em relação ao mesmo período de 2004. No período de

janeiro a junho de 2005 ocorreram 45 milhões de embarques e desembarques

contra 38,6 milhões em 2004. O movimento de aeronaves apresentou menor

variação, havendo um aumento de 1,12%, o que representa um total de 892,8 mil

pousos e decolagens no período (INFRAERO, 2006).

Os primeiros meses de 2006 apontam diferenças nos resultados de

2004 e 2005, onde alguns aeroportos como o de Curitiba, por exemplo, deixaram a

lista dos dez mais movimentados. Além disto, segundo números da INFRAERO, a

liderança brasileira em movimentação de passageiros nos meses de Janeiro e

Fevereiro de 2006 passou a ser do Aeroporto de Guarulhos, conforme pode ser

visto na tabela 13.

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Tabela 13 – Desempenho dos dez maiores aeroportos brasileiros em movimentação de aeronaves nos anos de 2004 e 2005

Aeroporto Movimentação de passageiros Jan/Fev 2006

Número de aeronaves Jan/Fev de 2006

Guarulhos 2.821.761 26.292 Congonhas 2.819.865 37.610 Brasília 1.741.214 21.324 Galeão 1.660.787 17.512 Salvador 930.903 15.388 Recife 686.642 9.972 Porto Alegre 589.625 9.272 Confins 573.993 7.056 Fortaleza 557.938 7.552 Santos Dumont 525.772 10.785

Fonte: INFRAERO, 2006

Apesar das diferenças na lista de aeroportos mais movimentados

quando comparados a 2005, os primeiros meses de 2006 continuam

acompanhando o ritmo de crescimento em volume de passageiros apresentado em

2004 e 2005. O maior volume de passageiros acarreta diversas mudanças ao

aeroporto, bem como ao seu entorno. O aumento na oferta de vôos, que por

conseqüência aumentam os números de pousos e decolagens de aeronaves, afeta

diretamente a operação do aeroporto e seu tráfego aéreo, colocando em risco sua

eficiência e seus níveis de pontualidade.

Conforme mais pessoas fazem uso do modal aéreo, maior será a

movimentação para se chegar e sair do aeroporto. No caso do Brasil, onde o

acesso ao aeroporto é feito predominantemente pelo modal rodoviário, questiona-se

a capacidade das vias de acesso de absorverem este fluxo de novos usuários

trafegando pelas rodovias com a finalidade de chegar ou sair dos aeroportos.

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6 PROPOSTA DE INTERMODALIDADE AERO – FERROVIÁRIA PARA TRANSPORTE DE PASSAGEIROS NO AEROPORTO DE GUARULHOS

Com base no panorama demonstrado no capítulo anterior, torna-se

essencial o desenvolvimento de soluções que complementem o modal aéreo, tanto

para se realizar o acesso aos aeroportos como para realizar viagens de curta

distância, em especial em aeroportos de grande movimentação como é o caso do

aeroporto de Guarulhos. Neste capítulo será analisada a proposta de

intermodalidade existente para o Aeroporto de Guarulhos, denominada Expresso

Aeroporto.

6.1 Dados estatísticos do Aeroporto Internacional de Guarulhos

Inaugurado em 1985, o Aeroporto de Guarulhos foi construído com

a finalidade de atender a grande demanda de viajantes chegando e saindo da maior

cidade do país, São Paulo, considerada a locomotiva do Brasil (BETING, 2006).

Segundo dados da Prefeitura de São Paulo a cidade possui

atualmente mais de 10 milhões de habitantes e é considerada o centro financeiro e

de negócios do Brasil, recebendo empresários de todo o mundo e para dar vasão

ao grande número de executivos e turistas que aqui desembarcam, o Aeroporto

Internacional de São Paulo/ Guarulhos - Governador André Franco Montoro foi

localizado na cidade de Guarulhos, a 30 quilômetros da cidade de São Paulo

(WIKIPEDIA, 2006).

A cidade de Guarulhos é a segunda mais populosa do Estado de

São Paulo e ocupa a 4ª posição no ranking das cidades exportadoras do país e a 5ª

posição das cidades importadoras, onde estão instaladas 700 empresas que

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movimentam US$ 2,3 bilhões ao ano em exportações e importações, que tem como

porta de saída e entrada o terminal de cargas do aeroporto internacional, o que faz

do terminal de cargas de Guarulhos o maior da América do SUL (INFRAERO,

2006).

O aeroporto por si só já é considerado uma cidade, possuindo 136

lojas, restaurantes e cafés, espaço cultural, centro de convenções, capela

ecumênica e viveiro de plantas. O Aeroporto de Guarulhos possui ainda um sistema

próprio de geração de energia e tratamento de esgoto, o que garante a

operacionalidade constante do terminal. Nas proximidades do aeroporto estão

localizados diversos hotéis, industrias e um hospital (INFRAERO, 2006).

Guarulhos é considerado o maior aeroporto da América do Sul e

cerca de 100 mil pessoas circulam por seus dois terminais diariamente, destas 34

mil são passageiros embarcando ou desembarcando, o que fez com que no ano de

2005 o Aeroporto de Guarulhos atingisse o número recorde de 15.834.797

passageiros transportados (INFRAERO, 2006).

Aproximadamente 40 empresas aéreas estão presentes no

aeroporto, ligando o Brasil a 28 países através de 202 cidades em todo o mundo,

das quais 126 são internacionais e 76 brasileiras (PORTAL DE GUARULHOS e

INFRAERO, 2006).

Para atender o elevado número de passageiros e usuários, o

aeroporto dispõe de 260 balcões de check-in distribuídos em dois terminais.

Aproximadamente 370 empresas (empresas aéreas, Infraero e outras) estão

instaladas no aeroporto para melhor servir o público, o que faz com que o aeroporto

gere mais de 22,3 mil empregos diretos e quase 60 mil indiretos (INFRAERO,

2006).

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Duas pistas de pouso e decolagem (uma de 3 mil metros e outra de

3.700 metros) atendem cerca de 400 aeronaves diariamente. As referidas

aeronaves contam ainda com 66 posições para efetuarem suas paradas. No ano de

2005, 154.339 aeronaves de diversas empresas e países utilizaram-se desta infra-

estrutura (INFRAERO, 2006).

O Aeroporto de Guarulhos, que tem capacidade para atender a 17

milhões de passageiros por ano, atende anualmente cerca de 12 milhões de

usuários. No entanto, devido ao aumento na demanda de passageiros apresentado

nos últimos anos, será construído um terceiro terminal de passageiros, que elevará

a sua capacidade para 29 milhões de passageiros/ano (INFRAERO, 2006).

A construção do terminal 3 fará com que o Aeroporto de Guarulhos,

que atualmente é responsável por 30% do trafego aéreo brasileiro, torne-se um dos

maiores do mundo e o principal da América Latina (WIKPEDIA, 2006). A tabela 14

demonstra o aumento no número de passageiros e aeronaves ocorrido entre os

anos de 2004 e 2005, sendo este um dos motivos que justificam a construção do

referido terminal, que já estava previsto no projeto original do aeroporto.

Tabela 14 – Demanda de passageiros e aeronaves no Aeroporto de Guarulhos nos anos de

2004 e 2005 Indicador 2004 2005

Passageiros 12.940.193 15.834.797

Movimento de aeronaves (pousos + decolagens) 149.497 154.339 Fonte: INFRAERO, 2006

Atualmente, o acesso ao aeroporto pode ser realizado somente pelo

modal rodoviário, através da Via Dutra ou Rodovia Ayrton Senna e depois pela

Rodovia Hélio Smidt. Ônibus, táxis, micro-ônibus, vans, veículos particulares e de

aluguel são os únicos meio de se chegar ou sair do aeroporto de Guarulhos pela via

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terrestre, o que limita o deslocamento da grande quantidade de passageiros

demonstrada no quadro acima.

6.2 Aeroporto de Guarulhos: O Hub Airport da América Latina

A grande quantidade de vôos e destinos oferecidos pelo Aeroporto

de Guarulhos faz com que este seja considerado o Hub Airport da América Latina,

já que concentra conexões de diversos países sul-americanos. A grande maioria

dos passageiros procedentes da Europa e Estados Unidos, que tenham conexão

para outros paises sul-americanos ou para outras cidades brasileiras passa

necessariamente por Guarulhos. Na figura 11, pode-se visualizar foto aérea do

aeroporto de Guarulhos.

Figura 11 - Foto aérea do aeroporto de Guarulhos

Fonte: Portal de Guarulhos, 2006

Para Beting (2006) o aeroporto de Guarulhos tem potencial para se

tornar o maior da América do Sul, e está cada vez mais próximo disso: “tendo se

estabelecido como hub sul-americano par excellence, Guarulhos Franco Montoro

Internacional tem tudo para continuar por décadas a servir São Paulo e região,

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consolidando-se como maior aeroporto da América do Sul”.

Na tabela 15 são demonstradas as principais empresas aéreas

internacionais que operam no aeroporto de Guarulhos e que o utilizam como ponto

de conexão para seus vôos.

Tabela 15 – Empresas aéreas internacionais que utilizam o aeroporto de Guarulhos como ponto de conexão

Empresa Aérea Rotas partindo e chegando de Guarulhos Aerolíneas Argentinas Buenos Aires-Ezeiza Aeroméxico Cidade do México Aerosur La Paz, Santa Cruz de la Sierra Air Canada Toronto Air France Paris-Charles de Gaulle Alitalia Milão-Malpensa, Roma-Fiumicino American Airlines Dallas/Fort Worth, Miami, Nova York-JFK Avianca Bogotá British Airways Buenos Aires-Ezeiza, Londres-Heathrow Continental Airlines Houston-Intercontinental, Newark Copa Airlines Cidade do Panamá Cubana de Aviación Havana Delta Air Lines Atlanta, Nova York-JFK Iberia Madrid Japan Airlines Nova York-JFK, Tokyo-Narita KLM Amsterdam LAN Airlines Santiago Lloyd Aereo Boliviano Santa Cruz de la Sierra Lufthansa Buenos Aires-Ezeiza, Frankfurt Pluna Montevidéo, Punta del Este South African Airways Johannesburg Swiss International Air Lines Santiago, Zurich TACA Peru Lima TAP Portugal Lisboa United Airlines Chicago-O'Hare, Washington-Dulles, New York-JFK

Fonte: DAC, 2006

As referidas empresas embarcam e desembarcam no Aeroporto de

Guarulhos e seus passageiros que possuem conexão para outros paises sul-

americanos permanecem em trânsito internacional para embarcarem em vôos de

outras companhias aéreas (brasileiras ou internacionais) ou da própria empresa.

No caso das conexões para outros destinos nacionais, os

passageiros embarcam em vôos das empresas aéreas brasileiras que operam em

Guarulhos. Na tabela 16, podem-se visualizar as três principais empresas que

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efetuam as conexões domésticas de passageiros procedentes de vôos

internacionais e quais destinos nacionais e internacionais as mesmas oferecem.

Tabela 16 – Destinos oferecidos pelas principais empresas aéreas nacionais

Empresa Destinos Oferecidos

BRA Aracajú, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Goiânia, Juazeiro do Norte, Maceió, Marília, Palmas, Porto Velho, Recife, Rio Branco, São Luís, Teresina

TAM

Belo Horizonte, Brasília, Buenos Aires - Ezeiza, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Foz do Iguaçu, Londrina, Manaus, Miami, Natal, New York - JFK, Paris - Charles de Gaulle, Porto Alegre, Porto Seguro, Recife, Rio de Janeiro-Galeão, Rio de Janeiro - Santos Dumont, Salvador, Santiago, Vitória, Asunción, Ciudad del Este

VARIG

Aracaju, Asunción, Belo Horizonte, Bogotá, Brasília, Buenos Aires -Ezeiza, Caracas, Copenhagen, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Foz do Iguaçu, Frankfurt, Goiania, Lima, Lisboa, London - Heathrow, Los Angeles, Maceió, Madrid, Manaus, Mexico City, Miami, Milan - Malpensa, Montevidéu, Munich, Natal, Navegantes, New York - JFK, Paris-Charles de Gaulle, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro - Galeão, Rio de Janeiro - Santos Dumont, Salvador, Santa Cruz de la Sierra, Santiago, São Luis

Baseado no exposto, pode-se afirmar que o Aeroporto de

Guarulhos enquadra-se na definição de Hub Airport dada pela Wikipedia (2006) que

afirma que: “dá-se o nome de hub a um aeroporto que destaca-se no contexto de

um país ou região como foco de grande número de vôos”. O Aeroporto de

Guarulhos, é um dos maiores aeroportos brasileiros e o que mais movimenta

passageiros em todo o Brasil, sendo um dos maiores concentradores de conexão

do cone sul.

Pelo fato de Guarulhos ser o único aeroporto internacional da

cidade de São Paulo, ele serve também como ponto de transferência de

passageiros procedentes do exterior que tenham conexões domésticas partindo do

Aeroporto de Congonhas, visto que alguns dos destinos mostrados na tabela 16

partem de Congonhas e não de Guarulhos.

Para estes passageiros a única opção de deslocamento até

Congonhas é pelo modal rodoviário, visto que o aeroporto de Guarulhos não possui

nenhum outro tipo de meio de transporte terrestre. Este fato faz com que o

Fonte: GOL, VARIG e TAM, 2006

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Aeroporto de Guarulhos se diferencie dos hub airports existentes na Europa e

Estados Unidos, onde os aeroportos servem como ponto conexão não só do modal

aéreo, mas também como ponto de transferência para o modal ferroviário.

Com base nas expectativas de crescimento no volume de

passageiros e nos planos de expansão para o Aeroporto de Guarulhos, deve-se

observar que a infra-estrutura para deslocamento existente, já deficitária para o

atual volume de usuários do aeroporto, pode tornar-se insuficiente para atender

todo o público usuário previsto com a expansão do aeroporto.

Um maior volume de passageiros chegando e saindo do aeroporto

resultarão em mais carros, ônibus e táxis circulando pelas vias de acesso ao

aeroporto, causando congestionamentos, maior poluição (tanto sonora como do ar)

e desgaste tanto para os usuários, como para população de modo geral. A criação

do novo terminal de passageiros não resolverá o pior problema do Aeroporto de

Guarulhos atualmente, conforme afirma a CPTM (2006):

Alguns projetos vêm sendo desenvolvidos pelo Governo do Estado

visando a adoção de novos meios de transportes para realizar o trajeto entre a

cidade de São Paulo e o aeroporto. Dentre os projetos existentes, o Expresso

Aeroporto é o que está mais próximo de ser colocado em prática e por este motivo

será estudado a seguir.

A Infraero, iniciou o processo de implementação do terceiro terminal do complexo de Guarulhos, com planos de expansão cerca de 70% de sua capacidade total. Isso porém, não elimina o maior problema: a difícil, além de problemática acessibilidade do centro de São Paulo ao Aeroporto.

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6.3 Expresso Aeroporto

A difícil acessibilidade ao Aeroporto de Guarulhos é um dos

principais problemas apresentados pelo referido aeroporto. Tanto funcionários como

passageiros e acompanhantes tem dificuldades para chegar ao aeroporto, que

dispõe somente do modal rodoviário como meio de acesso.

O Expresso Aeroporto, projeto desenvolvido pelo Governo do

Estado em conjunto com a CPTM e a Infraero, tem como objetivo resolver este

problema através da implantação de uma conexão ferroviária entre o centro da

cidade de São Paulo e o Aeroporto de Guarulhos.

Para isso, será utilizado o traçado já existente da CPTM, sendo

aproveitado, em grande parte, a faixa ferroviária da referida companhia. O trem

circulará em uma nova via exclusiva, havendo a necessidade de efetuar 17 km de

obras em superfície, 6 km de elevados e 8 km de subterrâneos incluindo o

cruzamento da área central de São Paulo (CPTM, 2006).

O trajeto será realizado entre a Estação Barra Funda do Metrô e

uma estação a ser construída no terminal de passageiros do Aeroporto de

Guarulhos. O percurso terá ao todo 31 quilômetros de extensão e o tempo de

viagem estimado é de aproximadamente 25 minutos, já que o trem não efetuará

paradas e circulará em uma via exclusiva, o que permitirá que se atinja a velocidade

O único meio de acesso ao Aeroporto de Guarulhos é por carro ou ônibus, utilizando–se a Marginal Tietê. Um trajeto, a partir da Avenida Paulista, pode levar mais de duas horas. Normalmente o trânsito em horário de pico, apresenta-se engarrafado, podendo chegar a mais de 180 km de lentidão ao longo da cidade. (CPTM, 2006)

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de 100 km/h (MENGOZZI, 2002). A Figura 12 demonstra o traçado desta linha.

Figura 12 – Traçado do Expresso Aeroporto

Fonte: CPTM, 2006

Baseado nos modelos de intermodalidade já existente nos

aeroportos Europeus, como no Aeroporto de Frankfurt, as estações do Expresso

Aeroporto deverão servir como “Terminais Remotos Aeroportuários”, onde haverão

plataformas exclusivas e balcões das companhias aéreas. A intenção é possibilitar

ao passageiro a realização do check-in aéreo na própria estação ferroviária, onde já

poderão despachar a bagagem e emitir seus balcões de embarque (MENGOZZI,

2002).

O valor total do projeto é estimado em US$ 572 milhões e este

deverá ser colocado em prática através do Programa de Parcerias Público-Privadas

do Governo do Estado de São Paulo. As chamadas PPP’s tem como objetivo

implantar projetos através de parcerias entre a iniciativa privadas e a iniciativa

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pública, colocando em prática projetos que não seriam viáveis de serem

implantados somente com recursos Públicos.

Segundo o Governo do Estado se São Paulo (2005) “na modalidade

de PPP, as empresas executam projetos e são ressarcidas pelo Estado em um

prazo máximo de 35 anos”. De acordo com matéria publicada no Portal Terra

(2005), diversas empresas européias demonstraram interesse em investir no projeto

a ser implementado através de PPP:

O interesse de empresas européias na parceria para implantação

do Expresso Aeroporto é justificável visto que as mesmas obterão por 25 anos a

concessão de um serviço que, segundo dados de uma pesquisa realizada pela

CPTM, teria demanda diária inicial de 20.000 passageiros, devendo chegar a

60.000, entre viajantes e acompanhantes (CPTM, 2005).

A pesquisa da CPTM, realizada em 2005, demonstrou que 86% dos

entrevistados (grupo formado por viajantes, acompanhantes e funcionários do

aeroporto) afirmaram que provavelmente ou com certeza usariam o trem (CPTM,

2002). Através da pesquisa estimou-se ainda que o valor médio da tarifa deverá

ficar em torno de R$ 20,00, valor este, segundo Viegas (2002) apud Mengozzi

(2002), é compatível com a tarifa cobrada em países europeus para ligações aero-

ferroviária semelhantes.

O Expresso Aeroporto pretende concorrer com o conforto dos

veículos particulares e táxis oferecendo um serviço de alta qualidade. As

O grupo português Somague, quinze dias atrás, realizou apresentação na secretaria em que seus executivos garantiram o interesse na exploração do serviço pelo regime de parceria público-privada. Os italianos do grupo Fiat também mostraram interesse no negócio. (TERRA, 2005)

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composições terão de seis a nove carros e os trens partirão em intervalos de 12

minutos, tempo que diminuirá para 6 minutos no futuro, o que possibilitará que os

passageiros viajem somente sentados, com um conforto semelhante aos dos ônibus

ou automóveis (CPTM, 2006). Viegas (2002) apud Mengozzi (2002) afirma que “os

passageiros só viajarão sentados, com TV individual nas poltronas e possibilidade

de uso de laptops. Um serviço que lembrará mais um avião do que um trem."

Além disto, segundo a CPTM, a velocidade do Expresso Aeroporto,

muito superior à dos trens metropolitanos, fará com que o trem apresente tempos

de percurso competitivos com outros meios de transporte. O oferecimento de um

serviço desta qualidade tem como objetivo atender o público de empresários e

executivos que usam Cumbica como escala para negócios no Brasil e no exterior

(TERRA, 2005). Para Fernandes (2002) apud Mengozzi (2002):

Embora a pesquisa da CPTM tenha demonstrado que os

funcionários do aeroporto têm interesse em utilizar o trem para chegar ao local de

trabalho diariamente, a própria pesquisa apurou que a tarifa de R$ 20,00 não é

adequada para este público, o que reforçou ainda mais a necessidade de

implantação de um projeto paralelo ao Expresso Aeroporto, denominado Trem de

Guarulhos, que efetuará uma ligação ferroviária de alta qualidade entre as duas

maiores cidades da Região Metropolitana - São Paulo e Guarulhos (SECRETÁRIA

MUNICIPAL DE TRANSPORTES, 2005).

O Trem de Guarulhos utilizará a infra-estrutura construída para o

O que torna o Expresso Aeroporto competitivo, será a oferta paralela ou associada de serviços típicos aeroviários de embarque e desembarque e, especialmente, a confiabilidade, comparativamente ao deslocamento rodoviário, sujeito a imprevisíveis congestionamentos nas vias de acesso ao aeroporto

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Expresso aeroporto, porém, segundo o Governo do estrado de São Paulo “apesar

do Expresso Aeroporto e do Trem de Guarulhos compartilharem a mesma via, o

serviço de Guarulhos será segregado do serviço do aeroporto”. Isto significa que o

Trem de Guarulhos terá paradas exclusivas nas estações Brás, Engenheiro Goulart

e CECAP. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2006).

A demanda para o Trem de Guarulhos é estimada em 100.000

passageiros diariamente e há expectativa de uma demanda adicional estimada em

cerca de 20.000 passageiros/dia, representada pelos empregados do Aeroporto

(CPTM, 2006). Segundo o Governo do estado de São Paulo (2006) como os trens

dos dois projetos circularão pela mesma via, ambos devem ter o mesmo padrão

tecnológico de desempenho, porém com um layout interno diferenciado, adequado

para cada tipo de usuário.

Além do layout, a tarifa também será diferenciada, já que a do Trem

de Guarulhos deverá ficar em torno de R$ 2,00, mais adequada aos padrões dos

funcionários do aeroporto, assim como de outros usuários que efetuam o trajeto

Guarulhos – São Paulo diariamente (MENGOZZI, 2002).

A implantação de ambos os projetos representa uma adequação do

Brasil á serviços já utilizados em outros aeroportos do porte de Guarulhos ao redor

do mundo. Para Mengozzi (2002) somente após a implantação do Expresso

Aeroporto “São Paulo poderá se equiparar a cidades como Nova York e Paris, que,

há muito, têm linhas ferroviários interligando os aeroportos à região central”.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do estudo da intermodalidade praticada no Aeroporto de

Frankfurt pode-se identificar diversos aspectos positivos decorrentes da presença

da ligação ferroviária no aeroporto, a exemplo do que ocorre em diversos outros

aeroportos europeus. Os benefícios da Intermodalidade não se limitam apenas aos

passageiros, estendo-se também ao próprio aeroporto, às empresas aéreas e

operadores ferroviários e também para áreas próximas ao aeroporto.

Para os passageiros, a conexão ferroviária significa uma opção

mais econômica se comparado com o valor da mesma conexão pelo modal aéreo.

Além disso, a qualidade do serviço prestado faz com que a transferência para o

modal ferroviário seja muito semelhante a uma transferência entre aeronaves com

relação aos trâmites de atendimento e despacho de bagagem. A linha ferroviária de

alta velocidade proporciona uma viagem rápida e confiável e no caso de algumas

conexões, compatível em tempo com o modal aéreo.

Para o aeroporto, as linhas ferroviárias com conexão para toda

Europa fazem com que haja uma grande fluxo de usuários não somente do modal

aéreo, mas também do modal ferroviário. A facilidade para transferir-se para o

modal ferroviário apresentada pelo Aeroporto de Frankfurt atrai passageiros que

poderiam realizar suas conexões por outros aeroportos europeus, mas optam por

Frankfurt em função da fácil acessibilidade às principais linhas ferroviárias que

cortam a Europa. O oferecimento de diversas opções de modais em complemento

ao modal aéreo fazem de Frankfurt um terminal multimodal de passageiros, e não

somente um hub airport, concentrador apenas de conexões aéreas.

As empresas aéreas, ao substituírem vôos de curta duração por

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trajetos ferroviários, podem operar para mais destinos de larga distância, que

apresentam-se mais rentáveis e lucrativos que os vôos menores. Os vôos

internacionais normalmente apresentam maior ocupação e portanto melhores

resultados para as empresas, que ao operarem trechos menores e com lugares

ociosos, teriam os mesmos gastos operacionais (taxas de pouso e decolagem e de

permanência nos aeroportos) e menos receita.

Ao entorno aeroportuário, as melhorias são basicamente de caráter

ambiental, já que a maior utilização de conexões ferroviárias diminui os índices de

poluição sonora decorrente dos fortes ruídos de pouso e decolagem das aeronaves,

assim como da poluição do ar emitida pelos aviões em suas operações. O uso de

trens também diminui a necessidade de se utilizar o modal rodoviário nos trajetos

de e para o aeroporto, o que resultará em menor tráfego de veículos, menos

congestionamentos e conseqüente menor poluição do ar e sonora, proporcionando

maior qualidade de vida tanto a população local, como aos próprios viajantes e

trabalhadores do aeroporto.

No Brasil, observou-se que um dos maiores aeroportos da América

Latina, o Aeroporto de Guarulhos, vêm se estabelecendo como Hub Airport

regional, porém apresenta somente a ligação rodoviária, o que faz com que todos

os passageiros que chegam ou saem do aeroporto sejam obrigado a fazê-lo por

ônibus, táxi, caros particulares ou alugados.

Tal fator limita as opções de escolha dos cidadãos e faz com que

qualquer imprevisto ocorrido nas vias de acesso traga conseqüências imediatas

para as operações do aeroporto, uma vez que o acesso de passageiros, tripulantes

e funcionários depende somente está sujeito ao bom andamento das rodovias que

levam ao aeroporto. Para o passageiro a situação é ainda mais grave, visto que o

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mesmo pode chegar a perder seu vôo caso o trânsito esteja intenso.

O modal rodoviário já apresenta deficiências para atender a

demanda atual de usuários do Aeroporto de Guarulhos, situação está que se

agravará com a construção do 3º terminal de passageiros, que elevará o número de

12 milhões de passageiros / ano para 29 milhões de passageiros / ano.

A implantação do Expresso Aeroporto, projeto de conexão

ferroviária entre o Aeroporto de Guarulhos e a cidade de São Paulo, tem como

objetivo atender a demanda futura e já existente de passageiros e colocar o

aeroporto de Guarulhos no mesmo patamar dos hubs europeus em termos de

intermodalidade. Trata-se de um projeto inovador, já que a utilização do modal

ferroviário ainda é limitada, em especial no transporte interurbano de passageiros,

onde as conexões ferroviárias são praticamente inexistentes.

Tendo como base os benefícios trazidos aos aeroportos europeus,

a intermodalidade aero-ferroviária também poderá trazer diversos benefícios ao

Aeroporto de Guarulhos, desde esta seja implantada de maneira correta, visando

proporcionar aos passageiros uma viagem sem interrupções. Para isso será

necessária uma integração efetiva entre a CPTM, as empresas aéreas e a Infraero,

para que questões críticas, com as transferências de bagagem e o deslocamento

dos passageiros até o terminal ferroviário sejam realizados sem falhas, prestando-

se um serviço confiável.

A implantação do Expresso Aeroporto representa não somente o

atendimento às exigências dos cidadãos, mas também uma nova modalidade de

transferência ainda inexistente em nosso país. Se implantado de modo correto e

eficaz, o Expresso Aeroporto poderá tornar-se o primeiro de muitos projetos aero -

ferroviários no Brasil, estimulando a utilização da intermodalidade não só nos

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aeroportos, mas em todo o sistema de transportes brasileiro.

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8 REFERÊNCIAS

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Aeroporto Internacional de São Paulo. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Aeroporto_Internacional_de_S%C3%A3o_Paulo-Guarulhos>. Acesso em: 02/02/2006.

Aeroportos Brasileiros. Disponível em: < http://www.infraero.gov.br/impr_noti_prev.php?ni=655&menuid=impr>. Acesso em: 20/02/2006.

BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. Die Bahn. Bahnreisen Angebote Services. Frankfurt: Deutsche Bahn AG, 2005. BETING, Gianfranco. Guarulhos: Hub Sulamericano. Disponível em: < http://www.jetsite.com.br/2006/mostra_aeroporto.asp?codi=41>. Acesso em: 01/03/2006. BNDES aumenta em 187% o crédito para metrôs e ferrovias. Disponível em: <http://www.abifer.org.br/principal.htm >. Acesso em: 13/01/2006. BINDER, Marcelo P. Discussão da Cadeia de Valor e Estratégias Genéricas de Michael Porter a Partir do Caso Gol Transportes Aéreos. Disponível em: <http://www.ppga.ufrgs.br/pos_graduacao/especializ/turmas/Cursos2003/ge2003t14/DownloadLivre/artigo%20GOL%20ENANPAD%202002.doc>. Acesso em: 13/12/2005. Boletim Estatístico CNT – Dezembro de 2005. Disponível em: <http://www.cnt.org.br/cnt/downloads/becnt/becnt_122005.pdf>. Acesso em: 20/04/2006. Capital às margens do Meno. Disponível em: <http://www.goethe.de/ges/spr/prj/tor/sus/fra/ptindex.htm>. Acesso em: 15/004/2006. CARVALHO, Joyce. Ferrovias ainda são subutilizadas. Disponível em: <http://www.intelog.net/site/default.asp?TroncoID=&SecaoID=&SubsecaoID=&Templ

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ANEXO A – PANFLETO DE DIVULGAÇÃO DA INTERMODALIDADE PARA VIAGENS DE NEGÓCIOS

Fonte: Die Bahn, 2005

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ANEXO B – PANFLETO DE DIVULGAÇÃO DA INTERMODALIDADE PARA VIAGENS À PASSEIO

Fonte: Die Bahn, 2005

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ANEXO C – PANFLETO DE DIVULGAÇÃO DA INTERMODALIDADE PARA VIAGENS À PASSEIO

Fonte: Die Bahn, 2005

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ANEXO D - MAPA DA REDE FERROVIÁRIA ALEMÃ COM CONEXÕES PARA OUTROS PAÍSES DA EUROPA

Fonte: Die Bahn, 2005