A intertextualidade entre o poema O Uraguai de Basílio da Gama e o filme A missão de Roland Joffé

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A intertextualidade entre o poema O Uraguai de Basílio da Gama e o filme A missão de Roland Joffé O poema entra em relação de continuidade com o filme a respeito das tentativas das tropas portuguesas e espanholas em impelir violentamente os nativos a cumprirem o que foi estabelecido no Tratado de Madri (1750), que oficializou a troca de terras entre Portugal e Espanha. Enquanto o filme mostra a primeira tentativa de domínio da região das missões jesuíticas (1754) o Uraguai traz a segunda investida (1756) sendo importante ressaltar que não houve sucesso definitivo em nenhuma das duas segundo Antonio Cândido (1970) relata em Vários escritos : [...]Os aldeados, não querendo tornar-se súditos portugueses e com certeza inspirados por jesuítas, pediram prazo para mudar. Não tendo mudado, as duas potências entraram em acordo para os desalojar à força, começando as operações em 1754.[...] a primeira campanha não deu resultado e foi preciso uma segunda, em 1756, que é a descrita no poema. Os índios foram desbaratados, as aldeias foram tomadas com destruição e morticínio, mas sem êxito definitivo (Cândido,1970, p.169). A respeito da figura do índio, o filme mostra um ser dominado e envolto nos costumes cristãos; disposto a defender, em nome de Deus, sua terra e relutante .

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A intertextualidade entre o poema O Uraguai de Basílio da Gama e o

filme A missão de Roland Joffé

O poema entra em relação de continuidade com o filme a respeito das

tentativas das tropas portuguesas e espanholas em impelir violentamente os nativos

a cumprirem o que foi estabelecido no Tratado de Madri (1750), que oficializou a

troca de terras entre Portugal e Espanha. Enquanto o filme mostra a primeira

tentativa de domínio da região das missões jesuíticas (1754) o Uraguai traz a

segunda investida (1756) sendo importante ressaltar que não houve sucesso

definitivo em nenhuma das duas segundo Antonio Cândido (1970) relata em Vários

escritos :

[...]Os aldeados, não querendo tornar-se súditos portugueses e com certeza inspirados por jesuítas, pediram prazo para mudar. Não tendo mudado, as duas potências entraram em acordo para os desalojar à força, começando as operações em 1754.[...] a primeira campanha não deu resultado e foi preciso uma segunda, em 1756, que é a descrita no poema. Os índios foram desbaratados, as aldeias foram tomadas com destruição e morticínio, mas sem êxito definitivo (Cândido,1970, p.169).

A respeito da figura do índio, o filme mostra um ser dominado e envolto nos

costumes cristãos; disposto a defender, em nome de Deus, sua terra e relutante .