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A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) no contexto da produção de
conhecimentos e da saúde pública no Amazonas (1970-2015)
Cláudio de Oliveira Peixoto1
Introdução
Esta apresentação é parte da construção de minha dissertação de mestrado dentro
do Programa Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia-PPGVIDA e do
projeto mais abrangente denominado História das Leishmanioses (1903-2015):
significados, enfrentamento e desafios de uma doença dos trópicos que se tornou risco
global. Os integrantes desta iniciativa, coordenada por meu orientador, professor Jaime
Larry Benchimol, propõem-se a analisar, num quadro geográfico e temporal mais amplo,
os mais relevantes trabalhos sobre as leishmanioses, as controvérsias científicas que
motivaram, as diferentes abordagens nos domínios da clínica, da terapêutica, da profilaxia
e saúde pública em sucessivas conjunturas históricas.
As leishmanioses representam no Amazonas um problema sanitário e científico
relevante. Tal problemática não é refletida de maneira igualitária nas esferas da saúde
pública e da produção do conhecimento. A história da doença é marcada por muitas
controvérsias que abrangem interpretações conflitantes sobre a sua classificação,
etiologia, transmissão e tratamento. Além de preencher lacunas na história regional, um
estudo histórico sobre as leishmanioses, em especial a leishmaniose tegumentar
americana, poderá trazer contribuição relevante para as ciências biomédicas e a saúde,
pois ajudará a compreender como a doença veio a se tornar um dos maiores problemas de
saúde pública na região.
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), as leishmanioses são uma das
mais importantes doenças infeciosas e um problema sanitário de importância global.
Endêmicas em mais de 98 países do mundo, esse complexo de doenças infecciosas
associadas à pobreza e a condições precárias de vida, saúde e desenvolvimento têm
1 Mestrando em Saúde Pública pelo Programa Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia.
afetado a saúde de milhares de pessoas, especialmente na Índia, em Bangladesh, no Brasil
e Sudão. Nestes e em outros países há uma população vulnerável aos parasitos e condições
de fragilidade social e econômica propícias à sua disseminação em larga escala. O
problema ganha dimensões globais com a intensa circulação de pessoas entre países.
(ALVAR et al., 2012) As estimativas apontam para cerca de 350 milhões de pessoas
expostas à doença e 15 milhões infectadas. Classificada entre as doenças tropicais
negligenciadas (DTN),2 a sua expansão geográfica e crescente urbanização não têm sido
acompanhadas por programas de controle eficazes. (WHO, 2010)
O objetivo dessa pesquisa se constitui em analisar os processos econômicos,
socioambientais e políticos envolvidos na mudança do perfil de transmissão das
leishmanioses no Estado do Amazonas, em particular a Leishmaniose Tegumentar
Americana, assim como a dinâmica das redes formadas para a pesquisa da doença na
região, relacionando essa dinâmica às ações das instituições de saúde pública no período
de 1970 a 2015.
O marco inicial deste estudo tem como base a criação de um espaço específico para
diagnóstico, tratamento e pesquisa de doenças tropicais no Amazonas, na década de 1970,
que se materializou como Clínica de Doenças Tropicais3 no Hospital Getúlio Vargas, em
Manaus. Quatro anos depois, mudou-se para prédio próprio, passando a chamar-se
Hospital de Moléstias Tropicais, promovido em 1979 a Instituto de Medicina Tropical de
Manaus, e em 1998, a Fundação; por fim, em 2010, passou a incluir o nome de um dos
seus idealizadores. Hoje a Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado
(FMT/HVD) é o centro de referência no estado para tratamento e pesquisa de doenças
tropicais, dentre estas, as leishmanioses.
Esta pesquisa utiliza o método qualitativo de pesquisa social através da análise da
produção científica e da documentação produzida pela rede de instituições de pesquisa e
de saúde pública locais, assim como a fala de seus atores: pesquisadores especialistas,
administradores, sanitaristas, cientistas e clínicos e/ou profissionais da saúde que atuaram
2 As doenças tropicais negligenciadas são um grupo grande e diverso de doenças que afetam desproporcionalmente a saúde e a vida
da população pobre nos países em desenvolvimento e que normalmente não recebem atenção nem fundos para pesquisa e desenvolvimento. 3 De acordo com relatos foram o professor Heitor Vieira Dourado e o professor Carlos Borborema que criaram um núcleo dentro do
hospital composto por uma enfermaria com 12 leitos, 6 para o sexo masculino e 6 ao feminino por volta de 1970.
na linha de frente dos estudos e ações sobre as leishmanioses. Os recursos metodológicos
são as técnicas próprias da Pesquisa Documental e da História Oral.
As leishmanioses e a Medicina Tropical
No final do século XIX e início do século XX, a instituição da microbiologia e da
medicina tropical foi determinante para os avanços nos conhecimentos sobre as doenças
classificadas como tropicais como malária, filariose, febre amarela, doença do sono e as
leishmanioses. Estas e outras doenças tornaram-se objetos de grande interesse científico,
buscando-se definir quais eram seus agentes etiológicos, seus modos de transmissão, seus
ciclos biológicos e quais eram, também, as formas de combatê-las ou preveni-las.
A medicina tropical surgiu como campo distinto do saber associado ao
imperialismo europeu. Na busca por soluções para os problemas médico-sanitários que
este enfrentava na Ásia, África e nas Américas, foram construídas escolas, laboratórios e
faculdades dedicadas ao estudo das doenças que afligiam não só as populações locais mas
também os europeus e norte-americanos deslocados para zonas de climas quentes. De
acordo com Kropf, (2009, p. 56) “as duas últimas décadas do século XIX, por
entronizarem o laboratório como espaço por excelência de produção das verdades
científicas, foram uma época de ruptura do pensamento e da prática da medicina
ocidental”.
Exemplo dessa ruptura são as técnicas propostas por Pasteur e Koch, as inovações
que estes cientistas e seus discípulos produziram no campo da microbiologia aliadas a
regras experimentais rigorosas e a descobertas sobre o papel dos insetos na transmissão
de doenças, terreno em que se destacaram Patrick Mason e Alphonse Laveran, assim
como o desenvolvimento do conceito de hospedeiro vivo4, passa a ser crucial como
4 Hospedeiro, segundo a Amer. Assoc. Publ. Health, é a pessoa ou animal vivo, inclusive aves e artrópodes, que, em circunstâncias naturais permitem a subsistência ou o alojamento de um agente infeccioso. O hospedeiro primário ou definitivo é aquele em que o
agente chega à maturidade ou passa por sua fase sexuada. O secundário ou intermediário é aquele que se encontra em fase larvária ou
assexuada.
modelo de investigação para que fossem compreendidos os mecanismos de transmissão
de diversas doenças e as ações sanitárias mais adequadas para combatê-las.
(BENCHIMOL; SILVA, 2008)
O Instituto Pasteur de Paris (1889), a Liverpool School of Tropical Medicine, a
London School of Tropical Medicine (1898-1899), o Instituto Soroterápico de
Manguinhos (1899, Instituto Oswaldo Cruz a partir de 1908), o Instituto de Doenças
Marítimas e Tropicais de Hamburgo (1900) são alguns dos primeiros componentes de
uma rede que permitiria ampla disseminação mundial de conhecimentos sobre tais
patologias, influenciando a criação de outras instituições. As relações estabelecidas por
esta rede que incluía sociedades científicas como a Société de Pathologie Exotique e
periódicos especializados, como as Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, os Annales de
l’Institut Pasteur de Paris, foram importantes para a construção do conhecimento sobre
as leishmanioses.(JORGAS JR, 2014)
No Brasil, microbiologia e medicina tropical ganharam espaço com a criação de
instituições como o Instituto Bacteriológico de São Paulo e o Instituto Oswaldo Cruz e a
participação de seus médicos-cientistas - Adolpho Lutz, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e
muitos outros - tanto no estudo das doenças como na implementação de ações sanitárias
contra elas. Esses personagens híbridos, que desempenhavam funções de médicos,
cientistas e sanitaristas – esferas que iriam se tornar cada vez mais especializadas ao longo
do século XX - tornaram-se “coparticipantes do desbravamento de fronteiras em vários
campos do saber” (BENCHIMOL; SILVA, 2008, p.775)
Estavam assim não somente em sintonia com os conhecimentos produzidos pela
microbiologia e medicina tropical europeias, como também foram responsáveis por
contribuições originais e decisivas ao avanço do saber nesses campos de conhecimento.
Os materiais biológicos e os dados sócio epidemiológicos utilizados na produção desses
conhecimentos originais – a descoberta da Doença de Chagas, por exemplo, em 1909 –
provieram, em parte, de missões e expedições ao interior do Brasil. Expedições que
revelaram um pais doente, ajudando a consolidar um pensamento nacionalista e ações
políticas que iam resultar nas primeiras medidas de saneamento dos sertões, no final dos
anos 1910 (KROPF, 2009; CÂNDIDO; SILVA, 1996; BENCHIMOL, 2008).
Conforme escrevem Benchimol & Silva (2008, p.727), aqueles médicos-cientistas
Ao colocarem sua expertise a serviço de ferrovias e outros
empreendimentos, iriam deparar com problemas diferentes daqueles
vivenciados nos centros urbanos. Teriam oportunidade de estudar
patologias pouco ou nada conhecidas e de recolher materiais biológicos que
dariam grande amplitude à medicina tropical no Brasil.
Entre essas patologias “pouco conhecidas” sobressai a leishmaniose. Na Bahia,
como dissemos, Juliano Moreira observou a existência da forma cutânea da doença e
descreveu em 1895 o “Botão da Bahia”, relacionando-o ao “botão endêmico dos países
quentes” (PESSOA; BARRETO, 1944). Entretanto, a identificação do parasita se deu
apenas em 1909, durante uma epidemia entre trabalhadores da Estrada de Ferro Noroeste,
que era construída no interior do estado de São Paulo. O professor Adolfo Lindenberg
confirmou o fato e, em seguida, Carine e Paranhos também verificaram formas similares
às leishmanias do Velho Mundo em lesões cutâneas apresentadas por pacientes
acometidos pela doença conhecida na região como “úlcera de Bauru”. (PESSOA;
BARRETO, 1944)
Jorgas Jr (2014) analisa em sua dissertação de mestrado o debate científico
ocorrido nas primeiras décadas do século XX a respeito das “diferentes manifestações
patogênicas que passariam a ser agrupadas, em 1906, sob a denominação de
leishmanioses” (JORGAS JR, 2014,p.8). Tal processo se inicia com a difusão das práticas
da doutrina microbiana, a partir das quais vão sendo construídas novas formas de
compreensão relacionadas à natureza das doenças infecciosas. Os debates científicos que
envolveram muitos personagens, médicos, cientistas e os principais centros de pesquisa
europeus e sul-americanos tiveram como quadro geral as políticas econômicas
imperialistas europeias de colonização e exploração dos territórios onde as doenças de
clima quente dificultavam a fixação do homem europeu (JORGAS JR, 2014).
A leishmaniose como problema de Saúde Pública no Amazonas
No começo do século XX a leishmaniose tegumentar começou a ser apontada
como problema sério de saúde na região e como obstáculo a seu desenvolvimento
econômico. Na época do apogeu e declínio da economia da borracha no Amazonas, a
“ferida brava” que afligia a população ribeirinha começou a ser estudada, juntamente com
a malária, a febre amarela, o beribéri e outras patologias, por médicos da região como
Alfredo da Matta, e por investigadores vindos do Sudeste do Brasil, como Oswaldo Cruz
e Carlos Chagas. A leishmaniose descrita na Amazônia era mais agressiva do que o “botão
do Oriente’ e outras formas cutâneas subsumidas em 1903 na patologia relacionada ao
protozoário Leishmania donovani: causava não apenas lesões dermatológicas com curso
mais grave e deformidades, mas também profundos transtornos sociais e econômicos
(CRUZ, 1972).
Em Manaus, a construção do espaço urbano foi marcada por relações de trabalho
com grande impacto na saúde e no ambiente, advindas da instalação do capitalismo
comercial, financeiro e industrial. Segundo Giatti (2015, p. 67), a dinâmica territorial do
espaço urbano de Manaus contribui para a permanência de um quadro crítico no qual “os
determinantes sociais se sobrepõem a diferentes cargas de fatores de risco de ordem
ambiental”. O resultado disso são prejuízos diretos para a saúde e qualidade de vida de
seus habitantes e a incapacidade de os serviços públicos essenciais acompanharem as
demandas, mantendo-se ou aumentando as precariedades do saneamento e da atenção à
saúde. (GIATTI et al., 2015, p. 67)
Desde o período áureo da borracha a ocupação do território se deu com a
degradação do meio ambiente, especialmente dos igarapés que cortam a cidade, e com
considerável carência de infraestrutura de saneamento básico, “transformando-o em
espaço agressivo às populações que ali residem”. (OLIVEIRA, 2003, p.85)
As intensas transformações urbanas e a explosão populacional foram alimentados
pelo fluxo imigratório atraído pelo mercado de trabalho formal e informal, sobretudo a
partir da criação da Zona Franca de Manaus na década de 60 (SOUZA; OLIVEIRA, 2003,
p.85). Essas transformações tiveram graves consequências para a saúde em toda a região
(ANDRADE, 1998).
Leishmanioses: fatores econômicos, socioambientais e políticos no Amazonas
Com o declínio da época áurea da borracha a partir de 1912, o estado ingressa
numa fase de decadência econômica. À medida que avançamos no século XX, mais
visível é a lacuna de conhecimentos historiográficos sobre as leishmanioses no
Amazonas. Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, foi criado o Serviço Especial
Saúde Pública (SESP), que funcionou até a década de 1990. Este serviço foi um marco
na política pública de saúde do Amazonas, “com destaque para estudos sobre malária,
leishmaniose e tripanossomíases” (SOUSA; SCHWEICKARDT, 2013,p.1647).
No contexto da Segunda Guerra Mundial, a tentativa de reerguer a economia da
região amazônica resultou em intensa migração de mão-de-obra de outras partes do país,
especialmente do Nordeste. Os chamados “soldados da borracha”5 foram trazidos para
trabalhar nos seringais na Amazônia. O aumento da produção atenderia ao interesse dos
Aliados na denominada Batalha da Borracha entre os anos de 1942 e 1945 (MIRANDA,
2013 p. 16 ).
Porém, com o fim da guerra e o fracasso do esforço para restaurar a economia
extrativista, o estado mergulhou em outro período de declínio econômico. A conjuntura
econômica que adveio com o declínio das atividades econômicas e a consequente
dispersão dos trabalhadores que haviam migrado para a região contribuíram para
disseminar a leishmaniose tegumentar em outras partes do Brasil onde já eram
identificados casos ou surtos desde o fins do século XIX, na Bahia, e no início do século
XX, em São Paulo. (VALE; FURTADO, 2005; ALTAMIRANO-ENCISO et al., 2003)
Após o golpe militar de 1964, o Amazonas passou por outro período de migração
intensa sob novas condições políticas e econômicas. Depois que o governo militar
implantou a Zona Franca de Manaus (ZFM), em 1967, o espaço urbano de Manaus sofreu
intensas transformações e chegou ao fim a experiência exótica e emblemática da cidade
sobre as águas, com mais de duas mil casas flutuantes onde viveram quase 12.000
moradores. (SOUZA, 2010). Seu fim foi justificado pela construção do “Novo
5 Nome dados aos brasileiros que entre 1943/1945 foram alistados e transportados para a Amazônia, com o objetivo de extrair borracha para os Estados Unidos da América na II Guerra Mundial. Foi prometido a eles que, após a guerra, retornariam à terra de origem. Na
prática, a maioria deles morreu de doenças como malária. Os sobreviventes ficaram na Amazônia por não terem dinheiro para pagar
a viagem de volta, ou porque estavam endividados com os seringalistas.
Amazonas”, propagandeado pelo governo, cujo símbolo maior de progresso e de futuro
era a Zona Franca de Manaus.
Inicialmente, a Zona Franca tornou-se um vigoroso polo de empregos e atraiu
populações rurais do Amazonas e de estados vizinhos, provocando intensa expansão
urbana e demográfica em Manaus. Sua população de cerca de 300 mil habitantes em 1970
cresceu para 800 mil em 1985, e hoje ultrapassa 2 milhões de pessoas.
A explosão demográfica provocada por esse modelo de desenvolvimento trouxe,
porém, consequências desastrosas para a saúde no Estado e teve implicações diretas sobre
o aumento da transmissão da leishmaniose nas áreas periurbanas. A onda de ocupações
irregulares e a construção de conjuntos habitacionais para a classe trabalhadora, com
desmatamento da floresta primária, favoreceu a ocorrência de surtos epidêmicos em
áreas da cidade, especialmente a Zona Norte. (ANDRADE, 1998).
Concomitantemente, a Amazônia passou a representar área de “interesse
estratégico” para o Estado Nacional “no sentido da incorporação de fronteiras territoriais,
científicas e culturais” (FAULHABER, 2005). Ganharam forma na década de 1970
projetos de ocupação e integração das fronteiras em porções do território nacional
habitadas por índios, caboclos e ribeirinhos. O Plano de Integração Nacional (PIN),
instituído pelo Decreto-Lei 1.106, de junho de 1970, tinha como objetivo o financiamento
de rodovias e outras obras de infraestrutura e programas de colonização do território.
Sob o slogan nacionalista “integrar para não entregar”, estradas cortaram a
Amazônia de norte a sul, como a Cuiabá-Santarém (BR-163), e de leste a oeste: a
Transamazônica (BR-230). Foram também construídas a Manaus-Porto Velho (BR-319)
e a Manaus-Boa Vista (BR-174). Nunca foi concluída a Perimetral Norte (BR-210),
projetada no auge do desenvolvimentismo militar, e que deveria ligar os estados do
Amazonas, Roraima, Pará e Amapá
Djalma Batista6 na obra O complexo da Amazônia – Análise do processo de
desenvolvimento afirmou que “A abertura de estradas na Amazônia tem aumentado muito
o número de vítimas de leishmaniose, exatamente porque os mosquitos transmissores têm
nicho ecológico no aceiro das matas, figurando como reservatórios
6 Médico, escritor, membro da Academia Amazonense de Letras (AAL) e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, vice-
presidente do Conselho Estadual de Cultura de 1968 a 1972 e diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) de 1959
a 1968. Faleceu em 20 de agosto de 1979.
naturais...”(BATISTA, D.,2007). As relações entre a abertura de rodovias e a incidência
da doença são apontadas, neste e em outros estudos.
A rodovia Manaus-Boa Vista (BR-174) foi construída para ser uma via atrelada à
exploração de minério em terras indígenas e para escoamento da produção da Zona Franca
de Manaus para os mercados do Norte, integrando os estados do Amazonas, Roraima e
Venezuela. Essa rodovia cortou por inteiro o território da etnia indígena Waimiri-Atroari,
num enredo que envolveu conflitos, massacres, antropofagia e doenças. Aldeias inteiras
foram dizimadas “pela ação de expedições militares ou matadores profissionais, porque
sua população era tida como empecilho à livre exploração das riquezas naturais existentes
nas terras que ocupavam” (RODRIGUES, 2013).
Analogamente, a construção da Usina Hidrelétrica de Balbina, inaugurada
parcialmente em 1988, inundou 2.360 km2 de floresta e causou um dos maiores desastres
ambientais do Brasil, além de desestruturar o modo de vida principalmente daquela etnia,
mas também das populações que ali habitavam (RODRIGUES, 2013). O cenário dessa
tragédia ecológica foi o Rio Uatumã, no meio da floresta amazônica.
Dentro da Reserva Indígena Waimiri-Atroari foi instalada a Vila Pitinga para
abrigar os trabalhadores recrutados para extrair vários minerais, como estanho, ferro,
nióbio, tântalo e cassiterita. Pertencia aquela área de exploração mineral à mineradora
Taboca do grupo Paranapanema, ligado à empresa Vale do Rio Doce. Nessa vila a
leishmaniose tegumentar foi um sério problema de saúde devido aos frequentes surtos
epidêmicos entre os trabalhadores e moradores.
A Fundação de Medicina Tropical (FMT/HVD) e outras instituições realizaram,
no período demarcado (1970-2015), importantes investigações entomológicas,
biológicas, médicas e epidemiológicas em áreas modificadas pelos empreendimentos
relacionados acima. Algumas investigações foram realizadas em assentamentos à
margem dos ramais da BR-174. Um exemplo é a comunidade São João, no Km 4 desta
rodovia, bairro periférico de ocupação recente, sem saneamento básico, sem redes de
esgotos e água, com residências construídas de modo precário próximas à floresta
primária, e que se tornou uma área endêmica para leishmaniose (GUERRA et al., 2006).
Os pesquisadores da FMT-HDV também realizaram estudos epidemiológicos e
clínicos no Km 21 da mesma rodovia, em lugar conhecido como Ramal do Pau Rosa,
sub-ramal da Cooperativa. Estas áreas de assentamentos dentro da reserva de
desenvolvimento sustentável do Tarumã Mirim7 tornaram-se endêmicas para a
leishmaniose e hoje ainda têm casos constantes.
Essa afirmação vale para diversos assentamentos agrários instalados ao longo da
rodovia Manaus-Itacoatiara (AM 010) no município de Rio Preto da Eva. O INPA, em
parceria com secretarias de saúde municipal e estadual, investigou pacientes atendidos na
Unidade Básica de Saúde e no Hospital do Município entre os anos de 2005 e 2012.
Verificou que os casos eram originários e tinham sido infectados ao longo da rodovia e
de seus ramais, sabendo-se que “grande parte dos casos de LTA atendidos pela Fundação
de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM), em Manaus, é oriunda das cercanias
desta área” (FIGUEIRA et al., 2014, p.177).
Investigações similares foram feitas na microrregião do Médio Solimões, na
província de Urucu8, no município de Coari, pólo da exploração de petróleo e gás natural
pela Petrobras. Este estudo demostrou que aí a LTA está associada à exposição dos
trabalhadores durante a execução de suas atividades para a indústria petrolífera. Ao
entrarem na mata fechada para realizar levantamentos geofísicos, diagnósticos
ambientais, geotécnicos, projetos sísmicos terrestres e sondagens diversas contraem a
doença (ALECRIM et al., 2014, p.77).
No sul do estado, as ocorrências de leishmaniose estão associadas a problemas
causados pela ocupação desordenada e exploração predatória do solo e subsolo em
municípios com grandes áreas desmatadas, como Lábrea, Humaitá, Boca do Acre e Apuí,
devido à forte expansão da fronteira agrícola e pecuária da região centro-oeste e à
descoberta de reservas de ouro em Novo Aripuanã, desde 2006.9 Nos municípios de Novo
Aripuanã e Apuí o intenso fluxo migratório, a exploração ilegal de ouro e as precárias
condições de trabalho dos garimpeiros provocaram, além do desmatamento e da
contaminação dos rios por mercúrio, o alastramento de doenças como malária, febre
7 PAD (Projeto de Assentamento Dirigido) Tarumã Mirim localizado entre as bacias hidrográficas do Tarumã Mirim e Tarumã Açu,
tendo acesso via ramal do pau rosa, km 21 da BR 174 e por via fluvial pelo igarapé Tarumã Mirim. O assentamento foi criado em 1992, mas a implantação e assentamento dos beneficiários iniciaram em 1997, em função do litígio envolvendo o governo do estado
e INCRA. Está dividido em 1.042 lotes e 3 reservas florestais. 8 O Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, localizado na província petrolífera de Urucu, distante cerca de 650 km de Manaus foi construído com a finalidade de abastecer Manaus, segundo maior polo industrial do país e as usinas termelétricas de sete cidades amazonenses. 9 RODRIGUES, R. A. Vidas despedaçadas - Impactos Socioambientais da construção da Hidrelétrica de Balbina (AM)Amazônia
Central. [s.l.] UFAM, 2013.
amarela, doenças sexualmente transmissíveis, alcoolismo e leishmaniose (GUERRA et
al., 2015).
As considerações feitas acima mostram que os surtos epidêmicos da doença estão
relacionados ao impacto socioambiental de grandes projetos e a outras atividades
realizadas no meio da selva, pois o contato entre trabalhadores, turistas, cientistas e
militares com os reservatórios naturais de leishmanias aumenta as chances de exposição
à infecção.(MACIEL, 2012)
Instituições de pesquisa e a saúde pública no Amazonas
Desde a Belle Époque, a malária domina a agenda de saúde pública no Amazonas.
Entretanto, a leishmaniose adquiriu lugar cada vez mais importante para grupos de
pesquisa interessados na fauna local de vetores e hospedeiros, na parasitologia, etiologia,
caracterização clínica e epidemiológica da doença, assim como em seu tratamento.
A partir de 1965 Ralph Lainson e Jeffrey Shaw, ingleses associados ao Instituto
Evandro Chagas,10 no Pará, produziram contribuições notáveis ao estudo das
leishmanioses e da Doença de Chagas na Amazônia. Lainson, um parasitologista com
grande reconhecimento internacional, falecido em 2015, deixou uma revisão dos mais
importantes eventos históricos que levaram à atual taxonomia das espécies neotropicais
de Leishmania.
Seus estudos sobre a “taxonomia e a ecoepidemiologia das Leishmania e
leishmanioses do Novo Mundo o projetaram definitivamente no cenário científico
mundial”(SILVEIRA, 2015). Igual prestígio têm os trabalhos de outra autoridade mundial
em parasitologia, Philipi Daves Marsden, inglês falecido em 1997 em Brasília, onde era
professor de medicina tropical.
O laboratório de Leishmaniose e Doença de Chagas do Instituto Nacional de
Pesquisas na Amazônia (INPA), criado em 197811, abriga linhas de pesquisa sobre a
distribuição geográfica da doença, dos vetores, dos protozoários, identificação e
10 Um dos principais centros produtores de conhecimentos sobre as leishmanioses no Brasil. 11 Em 1976, em editorial da revista Acta Amazônica, intitulado “Ciência, desenvolvimento e felicidade’ escrito por Warrick Estevam
Kerr, nos dá pistas de como o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) começou a formar a linha de pesquisa que
possivelmente iria se transformar no atual Laboratório de Leishmaniose e Doença de Chagas.
taxionomia de vetores, perfil epidemiológico, métodos diagnósticos e terapêuticos.
Significativa produção foi desenvolvida por pesquisadores como Jorge Arias, Roberto e
Maricleide Naiff e o entomologista Toby Barret, outro inglês que se fixou na Amazônia,
este contratado pelo INPA a atualmente Antonia Maria Franco. As publicações do grupo
constituem referências importantes para o estudo da história das leishmanioses na
Amazônia.
Outra equipe de pesquisadores que se destacou, teve sua atuação ligada a
Fundação de Medicina Tropical (FMT-HVD) e foi constituída por Marcus Luiz Barroso
Barros12, Marcilene Paes, Marcus Vinítius Guerra, Maria das Graças Vale Barbosa,
Sinésio Talhari, Jorge Augusto de Oliveira Guerra, entre outros. Esses profissionais
orientaram e desenvolveram importantes estudos sobre doenças infecciosas e parasitárias,
principalmente leishmaniose tegumentar americana, co-infecção HIV/Leishmaniose,
tratamento da leishmaniose com pentamidina e antimoniais e Doença de Chagas na
Amazônia. O início do trabalho da Fundação está ligado aos trabalhos pioneiros
realizados em dois bairros da periferia da cidade, São José Operário e Cidade Nova.
(GUERRA et al., 2015)
Ator importante nos estudos sobre leishmaniose foi o Instituto Oswaldo Cruz,
incorporado em 1970 à Fundação Oswaldo Cruz, e instituições que vieram a fazer parte
de suas unidades regionais, como o Instituto René Rachou, em Minas Gerais e o Instituto
Leônidas e Maria Deane. O laboratório de leishmanioses criado na instituição mineira em
1958 pelo Dr. Celso Afonso de Oliveira desenvolveu pesquisas sobre vários aspectos da
doença. Na década de 1960, pesquisadores do laboratório, em colaboração com o
professor Saul Adler13, da Universidade Hebraica de Jerusalém, realizaram trabalhos
pioneiros de infecção experimental de flebotomíneos por leishmanias. A unidade possui
o Centro de Referência em Leishmanioses que desenvolve atividades de atendimento
ambulatorial, diagnóstico e tratamento das leishmanioses desde 1989 e passou a integrar
12 Médico do Hospital Universitário Getúlio Vargas (AM), foi reitor da Universidade do Amazonas, de 1989 a 1993 e Diretor do INPA
(2002) e do IBAMA 13Adler Shaul Aaron, Pesquisador em parasitologia da Universidade hebraica de Jerusalém, departamento de Microbiologia, atuou como médico militar, oficial do exército britânico na Mesopotâmia, estudou na Escola de Medicina Tropical de Liverpool, foi
assistente do laboratório de pesquisa Sir Alfred Lewis Jones (Serra Leoa e foi Diretor do Departamento de Parasitologia da faculdade,
até outubro 1965 quando se aposentou. Faleceu em 1966. Fonte: http://bcrfj.revues.org/4512 Acesso em: 20/07/2016
em 1998 a Rede Internacional de Estudos de Co-infecção Leishmania/HIV da
Organização Mundial da Saúde.
No Rio de Janeiro, a área da biologia molecular ganhou grande dinamismo na
década de 1970, tendo sobressaído o Laboratório de Doenças Parasitárias do
IOC/Fiocruz, onde atuam José Rodrigues Coura14 e seus colaboradores. Entraram, depois,
em cena o Laboratório de Leishmanioses, criado 1978, e outras unidades da Fiocruz que
estabeleceram parcerias com instituições do Amazonas, motivadas pelo interesse dos
cientistas do Rio de Janeiro pelas patologias da região. Esse interesse, juntamente com as
motivações de médicos e pesquisadores locais deu origem ao Escritório Técnico da
Amazônia (ETA) em 1994 que se transformou em Centro de Pesquisas Leônidas e Maria
Deane (CPqLMD) em 2002, cujo primeiro diretor foi Marcus Barros, médico e
pesquisador da Fundação de Medicina Tropical.
No campo da saúde pública, durante o governo de Álvaro Botelho Maia, foi criada
a Secretaria de Educação, Cultura e Saúde15, mas somente em 1955, durante o mandato
de Plinio Ramos Coelho, foi desmembrada, criando-se a Secretaria de Assistência e
Saúde16. A administração municipal, por sua vez, delegou em outubro de 1970, à
Secretaria de Desenvolvimento (SEDECO) as ações preventivas em geral e ás ações de
vigilância epidemiológica.
As transformações socioeconômicas, demográficas e urbanas decorrentes da Zona
Franca de Manaus levaram em 1975 à criação da Secretaria Municipal de Saúde de
Manaus-SEMSA,17 de cuja estrutura fazia parte a Divisão de Saúde Pública, incluindo a
Fiscalização Sanitária e a Direção de Socorro de Urgência. Sucessivas mudanças de
estrutura estabeleceram três outras divisões: a de Saúde Pública; a de Vigilância Sanitária
(que absorveu a Fiscalização Sanitária) e a Divisão Médico Hospitalar, que substituiu a
Divisão de Socorro de Urgência. Em 2006, na esfera estadual, foi instituída a Fundação
de Vigilância em Saúde (FVS/AM) vinculada à Secretaria de Estado da Saúde do
Amazonas (Susam), que passou atuar nas ações de vigilância epidemiológica, sanitária e
ambiental, no controle de doenças, assim como na educação, capacitação e pesquisa. O
14Professor, pesquisador titular emérito autor e de muitas publicações relevantes para este estudo; 15 (Lei nº12 de 09/05/1952) 16 (Lei nº 108 de 26/08/1955) 17 (Lei nº1240 de 20 de novembro de 1975)
impacto dessas mudanças no tocante às ações e estudos concernentes à leishmaniose
ainda precisa ser avaliado.
Considerações finais
Encontram-se informações sobre as leishmanioses no Amazonas, no período de
1970 a 2015, em diversos artigos e relatórios técnicos ou científicos, mas apresentadas de
forma fragmentada e dispersa. Alguns trabalhos estabelecem interessantes relações entre
as leishmanioses, seus parasitas, vetores e/ou hospedeiros e os contextos socioeconômico
e ambiental, mas em áreas específicas do Amazonas, em sua maioria próximas à capital
do Estado. Muita informação relevante está na memória de cientistas e de outros atores
que estiveram ou ainda estão à frente de pesquisas e ações políticas ou médico-
terapêuticas relevantes.
O estudo da história das políticas e das redes de pesquisa relacionadas às
leishmanioses no Amazonas, no período 1970 a 2015 requer, assim, não apenas a pesquisa
com fontes primárias e secundárias ainda não analisadas pela historiografia, mas também
incursões pela história oral, a realização de entrevistas com atores que podem oferecer
valiosos testemunhos sobre os processos transcorridos no tempo presente.
A variação na ocorrência dos casos da doença parece estar relacionada sobretudo
à crescente urbanização e à ocupação de áreas florestais onde proliferam vetores e
reservatórios dos agentes da doença. A grande maioria dos casos diz respeito a habitantes
de áreas desmatadas na periferia de Manaus e em cinco principais municípios do interior
do estado, com concentração de notificações em: Rio Preto da Eva (AM-010), Presidente
Figueiredo (BR-174), Itacoatiara (AM-010), Humaitá (BR-319) e Coari - quase todos
ligados a Manaus por estradas (Coari é a exceção). Manaus concentra o maior número de
notificações, provavelmente por ser a localidade de referência para o diagnóstico e
tratamento de LTA no estado.
Ao observar o campo da saúde em termos de ações e serviços e o campo da
produção dos conhecimentos percebe-se um descompasso na abordagem de tais
problemas, com uma sinergia maior entre ciência e assistência médico-terapêutica a
pacientes humanos na rede pública de saúde e especialmente em instituições como a
Fundação de Medicina Tropical, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
e a Fundação Alfredo da Matta (FUAM).
A produção de conhecimento entre os grupos de pesquisa nas instituições do
Amazonas tem avançado no estudo dos vetores e mecanismos de transmissão das
leishmanioses, entretanto tais patologias ainda permanecem como um sério problema de
saúde pública no estado. Um dos exemplos relevantes para a compreensão da mudança
do perfil de transmissão da LTA acontece na década de 1970, no período militar, onde
foram implementadas ações desenvolvimentistas como a construção de rodovias,
hidrelétricas e da Zona Franca de Manaus, que causaram devastação ambiental, migração
populacional e influenciaram o aumento da transmissão da LTA nas áreas periurbanas.
Assim, percebe-se que há vários aspectos histórico-sociais envolvidos na mudança de
transmissibilidade dessa patologia.
Portanto, este estudo poderá trazer contribuições importantes para uma vertente
ainda pouco explorada pela historiografia na Amazônia: a relação entre doença, políticas
públicas, instituições de pesquisa e produção do conhecimento em saúde. Além do mais
a investigação em curso poderá contribuir para as ciências biomédicas e a saúde, pois
ajudará a compreender como a leishmaniose tegumentar americana veio a se tornar um
dos maiores problemas de saúde pública na região.
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