A Lógica Da Ação Coletiva Cap 2

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A LÓGICA DA AÇÃO COLETIVA – MANCUR OLSON CAP 2 – TAMANHO DE GRUPO E COMPORTAMENTO GRUPAL a) A Coesão e a Eficiência dos Grupos Pequenos A maior eficiência dos grupos relativamente pequenos – os grupos “privilegiados” e os “intermediários” – fica evidente pela experiência, pela observação e pela teoria. Ex de reunião com muitas pessoas (ineficiente porque não conseguem tomar decisões rapidamente – a reunião demora porque ninguém quer abrir mão de seus interesses, gerando impasse) Quando o número de participantes é relativamente alto, o participante típico tem noção de que seus esforços individuais terão pouca influência no resultado final, fazendo com que ele não “se aplique” tanto, não “estude” tanto o assunto em pauta” Mesmo os benefícios da reunião sendo públicos, a contribuição de cada participante para a obtenção ou melhoria desses benefícios diminuirá quanto maior o número de participantes. Dessa maneira, as organizações optam pelos pequenos grupos (comitês, sub comitês), os quais passam a desempenhar papel fundamental. Ex de pesquisa empírica: John James (professor) descobriu que os grupos “ativos”, em instituições públicas e privadas, tendem a ser muito menores do que os grupos que “não agem”, e que o tamanho médio do grupo “ativo” era de 6,5 pessoas, enquanto o “não ativo” era de 14 membros. Estudo feito em um BANCO, e o Secretário proferiu: Chegamos à conclusão de que os comitês devem ser pequenos quando se espera ação, e relativamente grandes quando se buscam pontos de vistas” Ex de experiência controlada: o Professor A. Paul Hare realizou experiências com grupos de 5 e de 12 garotos,

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A LGICA DA AO COLETIVA MANCUR OLSONCAP 2 TAMANHO DE GRUPO E COMPORTAMENTO GRUPALa) A Coeso e a Eficincia dos Grupos Pequenos

A maior eficincia dos grupos relativamente pequenos os grupos privilegiados e os intermedirios fica evidente pela experincia, pela observao e pela teoria.Ex de reunio com muitas pessoas (ineficiente porque no conseguem tomar decises rapidamente a reunio demora porque ningum quer abrir mo de seus interesses, gerando impasse) Quando o nmero de participantes relativamente alto, o participante tpico tem noo de que seus esforos individuais tero pouca influncia no resultado final, fazendo com que ele no se aplique tanto, no estude tanto o assunto em pauta Mesmo os benefcios da reunio sendo pblicos, a contribuio de cada participante para a obteno ou melhoria desses benefcios diminuir quanto maior o nmero de participantes. Dessa maneira, as organizaes optam pelos pequenos grupos (comits, sub comits), os quais passam a desempenhar papel fundamental.Ex de pesquisa emprica: John James (professor) descobriu que os grupos ativos, em instituies pblicas e privadas, tendem a ser muito menores do que os grupos que no agem, e que o tamanho mdio do grupo ativo era de 6,5 pessoas, enquanto o no ativo era de 14 membros. Estudo feito em um BANCO, e o Secretrio proferiu: Chegamos concluso de que os comits devem ser pequenos quando se espera ao, e relativamente grandes quando se buscam pontos de vistasEx de experincia controlada: o Professor A. Paul Hare realizou experincias com grupos de 5 e de 12 garotos, e constatou que o desempenho do grupo de 5 era geralmente superior.EM SUMA: os grupos que realmente fazem o trabalho so grupos pequenos, pois eles agem com mais deciso e utilizar seus recursos com mais eficincia do que os grupos grandes. Ex de economia: parceria em que cada parceiro obtm uma parte preestabelecida dos ganhos: o esforo grupal tende a diminuir quando o nmero de parceiros aumenta, pois o incentivo para trabalhar pelo sucesso da empreitada diminui. CONTUDO: ponto positivo: se eles perderem o negcio, o prejuzo diminui se houver mais membros.

Ex de dificuldade do grande grupo: a gesto das grandes empresas se d por pequenos grupos, por um nmero pequeno de acionistas, que tem condies de promover seus prprios interesses s custas do restante dos acionistas. Mesmo eles tendo poder de depor a administrao, por ser corrupta, ou por gerir mal os negcios, os acionistas no se sentem motivados por que, em uma grande sociedade annima, com milhares de acionistas, qualquer esforo nico ser, provavelmente, mal sucedido. Alm do que, como o indivduo possui uma parte nfima de aes, ele no tem nenhum incentivo para trabalhar pelos interesses do grupo. No caso, ele no teria incentivo em desafiar a direo da empresa, por mais inepta ou corrupta que possa ser.

EVIDNCIAS HISTRICAS: No nvel do pequeno grupo, a sociedade humana, ao longo de milnios, conseguiu se manter coesa. Esses grupos tem tendido a produzir um excedente dos benefcios que caracterizam uma organizao bem sucedida. Ex: Egito antigo, Mesopotmia, civilizao greco-romana, ndia e China clssicas. CONTUDO, no porque as sociedades pequenas duraram mais que as sociedades modernas hoje (e maiores) precisam reter algum trao dos pequenos grupos para se manter. Esse argumento invlido porque no grande grupo os incentivos que concernem ao grupo no concernem tambm, automaticamente, aos indivduos do grupo e, portanto, no se segue que, pelo fato do pequeno grupo ter sido historicamente mais eficiente, o grande grupo possa evitar o fracasso copiando os mtodos do pequeno.

b) Problemas das Teorias tradicionais

Muitos socilogos, cientistas e psiclogos presumem que o pequeno e o grande grupo so to parecidos, tirando o tamanho, que eles devem se comportar de acordo com leis parecidas. Contudo, o autor diz que essa pressuposio incerta, se considerar as distines dos grupos feitas por ele.Ademais, a Teoria Tradicional pressupe afirma que a prevalncia da participao na associao voluntria moderna se deve ao fato de que, medida que os grupos pequenos das sociedades primitivas declinaram ou se tornaram mais especializados, as funes que a mirade desses grupos costumava desempenhar foram assumidas por grandes associaes voluntrias. ENTRETANTO: se rejeitarmos a noo de instinto grupal universal, como se d o aliciamento de membros nessas grandes associaes voluntrias?No importa quo vantajosas e benficas possam ser as funes desempenhadas por essas grandes associaes, no h nenhum incentivo filiao para qualquer membro de um grupo latente. Pois, por mais importantes que possam ser essas funes no h porque supor que um grupo latente conseguir agir no sentido de desempenhar tais funes. Enquanto os pequenos grupos se organizariam para desempenhar tais funes que seriam vantajosas para si mesmos. Por isso, um EQUVOCO da Teoria tradicional das associaes voluntrias em supor de forma implcita que os grupos latentes agiro para cumprir propsitos funcionais da mesma forma que os grupos pequenos fariam. Constata-se, assim, que a Teoria precisa ser reformulada, utilizando os estudos empricos j feitos.

c) Incentivos Sociais e Comportamento Racional

Econmicos, Prestgio, respeito, amizade e outros de fundo social e psicolgico.

A presso social muitas vezes influncia na deciso de agir ou no em prol de um grupo, pois a observao do cotidiano mostra que a maioria das pessoas valoriza o status social, prestgio pessoal e autoestima.Status social e aceitao social so benefcios individuais, no coletivos. Sanes e recompensas so incentivos seletivos, ou seja, so incentivos que podem servir para mobilizar um grupo latente.RESSALTAR: no possvel obter provas empricas das motivaes que se escondem por trs da ao de qualquer pessoa. Presso social, em geral, funciona s em grupos pequenos, no qual todos possam se conhecer. EX DO FAZENDEIRO QUE INCREMENTA SUA PRODUO.No grupo grande cada membro to pequeno em relao ao total que seus atos no contaro muito de um modo ou de outro. E, tambm, ningum tem como conhecer todos os outros membros, e o grupo no ser, de fato, um grupo de amigos. Assim, os fatos sociais no afetaro o indivduo em um grupo latente.

CONTUDO, h um exemplo em que os benefcios sociais podem provocar a ao grupal em um Grupo Latente. CASO DO GRUPO FEDERATIVO: um grupo grande, mas dividido em uma srie de grupos pequenos, que possuem, cada um, suas razes para se unirem em federao. E, por isso, que os incentivos sociais funcionam.

FALAR DA PRESSO SOCIAL lavagem cerebral - USANDO OS MEIOS DE MASSA (REDE GLOBO).

No importa se os grupos grandes ou pequenos sejam maximizadores de lucros, egostas e afins, desde que sejam racionais, no sentido de que seus objetivos, sejam eles egostas, ou no, sero perseguidos por meios eficientes e adequados sua consecuo.

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