A Mãe Natureza (Luiz Guilherme Marques)

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1 A MÃE NATUREZA um anônimo

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natura

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    A ME NATUREZA

    um annimo

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    Dedicatria: Amanda, pela sua generosidade

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    NDICE

    Esclarecimento sobre o desenho da capa

    Introduo

    1 A Natureza segundo Montaigne

    2 A formao da Terra

    3 Gaia

    4 A Me Terra, do Xamanismo

    5 O Criador: Pai ou Me?

    6 Os Espritos influentes na Natureza

    6.1 Espritos cientistas

    6.1.1 Cientistas terrestres

    6.1.2 Cientistas extraterrestres

    6.2 - Elementais

    7 Os quatro elementos

    7.1 Terra

    7.1.1 A experincia de Chico Xavier

    7.2 gua

    7.2.1 Correntes martimas

    7.2.2 Chuva

    7.2.3 Os cursos dgua

    7.2.4 - Banho

    7.3 Ar

    7.3.1 Correntes areas

    7.4 Fogo

    7.4.1 A Lei de Destruio

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    8 Tudo sexo

    8.1 O masculino

    8.2 O feminino

    8.3 A interdependncia entre o masculino e o feminino

    8.4 Tudo me permitido, mas nem tudo me convm

    8.5 As trocas energticas: tudo vida

    8.6 Dominantes e dominados

    9 A integrao do ser humano na Natureza: Sou um com tudo e todos

    9.1 A moratria de Argos

    9.2 Uma cura com elementos retirados da Natureza

    10 As Leis da Natureza

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    ESCLARECIMENTO SOBRE O DESENHO DA CAPA

    O desenho pretende mostrar a Natureza no como os

    olhos de carne a veem, mas sim pelo seu aspecto espiritual,

    vendo-se um cu muito azul, que, na verdade apresenta-se

    dessa cor apenas para os olhos dos encarnados, mas que

    totalmente diferente pela viso dos Espritos Superiores

    desencarnados; no centro desse cu o Sol irradia sua energia

    fecundante, que nada tem de material, sendo desconhecida

    pela Cincia materialista, reducionista: o formato da

    irradiao diferente da simples luminosidade concentrada

    num foco que os olhos materiais no suportam; v-se uma

    quantidade enorme de gua, onde aparecem algumas ilhas;

    retratada uma faixa de terra firme; os seres que atualmente

    habitam a terra firme, segundo Andr Luiz, migraram dos

    oceanos, sendo que a salinidade do seu sangue assim faz crer.

    Esto ali representados os quatro elementos: terra, gua, ar e fogo, que analisaremos adiante.

    Quanto aos seres humanos encarnados precisam

    conhecer toda a realidade espiritual que os cerca, dentre as

    quais as chamadas foras da Natureza, a fim de evoluir, harmonizados com elas, rumo a um padro de conhecimento e

    conduta melhor do que o que tem, no seu geral, adotado at o

    presente momento, a fim da Terra ingressar na categoria de

    mundo de regenerao.

    Viver em desarmonia com a Natureza estar quase

    sempre infeliz, inclinado s doenas de vrios tipos, mesmo

    quando j se pratica a auto reforma moral, porque conhecer

    as Leis da Natureza o primeiro passo para interagir com os seres infra humanos, o que se faz absolutamente necessrio,

    no bastando apenas o relacionamento humano: entendamos

    isso pelos exemplos que os prezados leitores vero, por

    exemplo, de Chico Xavier.

    No consideramos a Natureza composta apenas pelos

    seres que transitam pelos Reinos inferiores, mas inclumos

    tambm os seres humanos, pois, em caso contrrio,

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    estaramos pregando um absurdo, qual seja, a considerao

    pelos animais, vegetais e minerais e a desarmonia com os

    demais seres humanos.

    Infelizmente, h criaturas que preferem a convivncia

    com os bichos e as plantas, mas alimentam averso aos seus

    irmos e irms em humanidade, o que gera a infelicidade,

    certamente.

    Consideremos, portanto, dentro do conceito de Me Natureza tudo que foi criado por Deus.

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    INTRODUO

    Este livro este sendo escrito principalmente para os

    espritas, pois, apesar de contarem com informaes sobre a

    Natureza, algumas concentradas em livros como Evoluo em Dois Mundos e Mecanismos da Mediunidade, de Andr Luiz, psicografados por Francisco Cndido Xavier, alm de

    A Gnese, de Allan Kardec, a maioria costuma se esquecer de um tema que algumas civilizaes muito antigas j vinham

    abordando, mesmo que com os prejuzos para a boa

    compreenso, representados pelos muitos simbolismos e pela

    falta de clareza nas informaes, e que se pode chamar de

    Me Natureza, ou, simplesmente, a Criao, ou mesmo, a Natureza.

    Por que Me? Deus Pai ou Me? A Natureza um ser

    vivo ou apenas matria inerte, que pode ser manipulada ao

    bel prazer dos seres humanos, principalmente os encarnados

    materialistas, egostas e financistas caa de lucros nos seus

    empreendimentos? Por que tm ocorrido hecatombes e

    desastres naturais de vrios tipos nos ltimos tempos, em que

    a Natureza est sendo depredada? Existem realmente

    Espritos encarregados dos fenmenos da Natureza? Esses

    Espritos so superiores ou primitivos?

    Esses e outros temas semelhantes sero tratados, a fim

    de chamar a ateno dos espritas, cuja ndole normalmente

    ocidentalista, normalmente inclinados ao racionalismo

    cartesiano, europeu, ou seja, integrantes da raa branca,

    priorizadores do hemisfrio esquerdo do crebro, ao contrrio

    dos amarelos, negros e vermelhos, que contribuem, sobretudo,

    com revelaes por meio do uso prioritrio do hemisfrio

    direito da mquina viva que o crebro.

    Comearemos com todas as referncias constantes dos

    livros Reflexes de Montaigne para a Vida Diria volumes I, II e III, expresso Natureza, que se constituem em frases do filsofo quando ainda encarnado e os comentrios intuitos

    ao mdium na poca da elaborao desses livros (ao final

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    apresentado um comentrio final desse tpico); em seguida,

    transcrevemos o trecho do livro A Caminho da Luz, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cndido Xavier, na

    parte em que narra sobre a formao do planeta Terra por

    Jesus, seu Divino Governador, e Sua equipe de cientistas

    especializados (ao final tambm expomos um breve

    comentrio); depois, apontamos, mediante transcrio, o que

    a mitologia grega contava sobre Gaia; e, mais adiante, como o

    Xamanismo trata do assunto. Seguem-se tambm outros

    temas correlatos.

    Pedimos a bno de Deus, nosso Pai de Amor e

    Sabedoria, e de Jesus, Sol das nossas vidas, para que este

    estudo seja salutar para a nossa prpria evoluo, bem como

    a dos prezados leitores.

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    1 A NATUREZA SEGUNDO MONTAIGNE

    (esttua representando Scrates, em quem Montaigne se

    baseava)

    O Esprito Montaigne, querendo continuar contribuindo

    para o progresso da humanidade terrena, resolveu aproveitar

    determinadas reflexes constantes do seu livro Ensaios, escrito quando ainda encarnado (1553 1592), e, atravs de um mdium, selecionou-as e induziu-o a comentar tais trechos

    luz da Doutrina Esprita. Assim, surgiram os trs volumes

    de Reflexes de Montaigne para a Vida Diria, disponveis em formato de livro, editado pela Editora AMCGuedes, que

    foram distribudos gratuitamente, principalmente em Juiz de

    Fora MG, e na Internet (disponveis para download no blog luizguilhermemarques.com.br e no valioso portal da

    Biblioteca Virtual Esprita).

    Desses livros extramos tudo que se refere Natureza:

    trata-se de uma viso limitada em termos de realidade

    espiritual, mas bem pode servir como se fosse um introito ao

    tema deste livro, o qual abordar a questo de forma mais

    espiritual.

    Quanto aos excertos, esto numerados apenas para

    facilitar sua consulta:

    1 - A MORTE COMO FONTE DE TRANSFORMAO

    Tudo nos leva a crer que a morte no o fim ltimo. A prpria natureza nos fornece exemplos de misteriosas

    relaes entre o que no mais existe e o que vive ainda. (p. 111 do vol. I)

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    A morte ainda tratada como acontecimento temvel,

    principalmente porque as religies tradicionais assim tm

    procurado inculcar na mente das pessoas.

    Montaigne no avanou muito no esclarecimento desse

    tema, mas instigou as pessoas a estudarem melhor o assunto.

    Para quem acredita que existe vida aps o decesso fsico

    fica a certeza de que a transio no o fim, mas apenas o

    incio de uma nova realidade, cabendo aqui um comentrio

    sobre a crena na reencarnao, segundo a qual se alternam

    periodicamente as vivncias no mundo espiritual e no mundo

    material, visando a evoluo infinita dos seres, rumo a Deus.

    Para aqueles que acham que no h vida depois da morte

    fica a ideia de que o enfraquecimento do corpo chega a um

    ponto tal que no se sustenta mais a vida fsica por uma

    decorrncia fatal da Lei da Natureza.

    O objetivo deste estudo no convencer os Prezados

    Leitores da sobrevivncia da alma, mas sim procurar ajud-los

    a viver bem enquanto esto neste mundo material, o que j

    representa uma grande coisa.

    Quanto a Montaigne, acreditava na vida aps a morte,

    coisa em que tambm este comentarista tem como certa, sendo,

    por isso, a morte encarada como mera transio no-dolorosa

    entre duas realidades.

    2 - A ESSNCIA DA FILOSOFIA

    Mas o ofcio da filosofia serenar as tempestades da

    alma e ensinar a rir da fome e da febre, no mediante um

    epiciclo imaginrio qualquer, mas por meio de razes

    naturais e slidas. Tem por fim a virtude, a qual no est,

    como quer a Escolstica, colocada no cimo de algum

    monte alcantilado, abrupto e inacessvel. Os que dela se

    aproximaram afirmam-na ao contrrio, alojada em bela

    plancie, frtil e florida, de onde se descortinam todas as

    coisas. Pode-se ir at l em se conhecendo o local, por

    caminhos ensombrados, cobertos de relva e suavemente

    floridos, sem esforo e por uma subida fcil e lisa como a

    da abbada celeste. Por no terem frequentado essa

    virtude suprema, bela, triunfante, amorosa, to deliciosa

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    quanto corajosa, inimiga declarada e inconcilivel do

    mau humor, do desprazer, do temor e do

    constrangimento, e que tem por guia a natureza e por

    companheiros a felicidade e a volpia, foi por no a

    frequentarem que, na sua ignorncia a julgaram tola,

    triste, disputadora, aborrecida, ameaadora e a

    colocaram sobre um rochedo afastado, dentro do mato, a

    fim de espantar as gentes como um fantasma. (p. 226 do vol. I)

    A arrogncia de muitos pseudofilsofos fez com que as

    pessoas em geral tomassem verdadeira birra da expresso

    Filosofia.

    Na verdade, filosofar era natural em pessoas como

    Montaigne, Francisco de Assis, Gandhi, Madre Teresa de

    Calcut etc. porque amam a humanidade.

    Os filsofos negativistas representam verdadeiras

    anomalias nessa rea do Conhecimento que deve conduzir a

    Deus e Felicidade.

    H filsofos que mais parecem matemticos do que

    estudiosos da cincia de viver bem, mas esses so interessantes apenas para quem gosta de raciocinar por

    diletantismo e sem contribuio alguma para a melhoria da

    qualidade de vida.

    3 AUTO SUSTENTAO A natureza cuida igualmente de todas as criaturas. No

    h nenhuma que ela no tenha abundantemente provido

    de meios necessrios sua conservao. (p. 189 do vol. II)

    Se todos os seres inferiores detm meios de sobrevivncia,

    quanto mais os seres humanos!

    O que falta, muitas vezes, em algumas pessoas a vontade

    firme de aperfeioar-se e insistir no trabalho.

    Quem se esfora e tem persistncia sempre progride.

    4 - EVOLUO INFINITA

    O tempo muda a face do mundo; uma ordem de coisas substitui outra, necessariamente. Nada estvel, tudo se

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    transforma e a natureza est em contnua metamorfose. (p. 311 do vol. II)

    A frase de Lucrcio e Montaigne a aproveitou como

    reforo para reconhecer que tudo est sujeito s mudanas

    permanentes.

    Na verdade, essas mudanas ocorrem no sentido da

    evoluo, ou seja, aperfeioamento, mesmo quando parea o

    contrrio.

    Por isso, o otimismo no representa entusiasmo ingnuo,

    mas simplesmente o resultado do conhecimento da Lei Divina,

    que rege o universo e todos os seres que o compem, inclusive

    os seres humanos.

    Nenhuma obra mais esclarecedora nesse sentido do que

    a produo filosfico-cientfica de Pietro Ubaldi,

    principalmente a Grande Sntese, que ilumina as inteligncias

    abertas para a Verdade, aquelas que procuram o Conhecimento

    reverentes a Deus.

    A evoluo uma das principais Leis da Criao Divina, a

    qual se processa, todavia, no exatamente conforme a ideologia

    um tanto pessimista de Charles Darwin, que enxergou a

    competio, o dio, como sua mola-mestra, mas sim pela colaborao, detectada por Jean-Baptiste Lamarck, que se traduz no Amor.

    As afirmaes da obra ubaldiana vo sendo cada vez mais

    comprovadas pelas inteligncias libertas dos preconceitos e

    sobretudo da vaidade.

    Tinha razo Montaigne ao afirmar que somente a

    Revelao Divina nos faz chegar Verdade, mas, para tanto, a

    humildade pr-requisito indispensvel.

    5 - S DEUS IMUTVEL

    ...s Deus , no segundo uma medida qualquer do tempo, mas segundo a eternidade imutvel e fixa, que no

    funo do tempo e no est sujeita a variaes. Nada O

    precedeu, nada se Lhe seguir, e nada mais novo ou

    recente; Ele realmente, agora e sempre, o que para Ele

    so a mesma coisa. Nada a no ser Ele existe

    verdadeiramente, de que se possa dizer foi e ser,

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    porquanto Ele no teve comeo e no ter fim. (pp. 311/312 do vol. II)

    A crena em Deus natural no ser humano, tendo apenas

    evoludo da ideia de um deus para cada fenmeno da Natureza

    ou situao especfica da vida para um Deus nico, Criador de

    tudo que existe.

    antinatural o atesmo, fruto do orgulho desmedido de

    alguns homens e mulheres, que se rebelam ideia da

    humildade.

    Como no pode haver efeito sem causa, se o Universo

    regido de forma inteligente, no pode ter sido obra do acaso.

    A observao atenta e sem preconceitos do Universo e da

    prpria realidade humana, dentro do contexto em que se

    desenvolve, mostra que sem a ideia de Deus nada faz sentido.

    J passou o tempo em que a afirmao da existncia de

    Deus ficava nos domnios da Filosofia e da Religio, pois a

    prpria Cincia, principalmente atravs da Fsica, vem

    demonstrar que a perfeio do funcionamento do Universo se

    deve a uma Causa Perfeita.

    6 - O DEVER DE ENSINAR

    A natureza gratificou-nos generosamente com a faculdade de nos isolarmos para refletir; convida-nos no

    raro a faz-lo para nos ensinar que temos obrigaes

    para com a sociedade e principalmente para com ns

    mesmos. A fim de forar nossa imaginao a pr ordem

    no prprio devaneio e conduzi-la na direo de dados

    objetos, impedindo-a de se perder em extravagncias,

    nada melhor do que desenvolver as ideias ocasionais. o

    que faz que d ateno s minhas, pois impus a mim

    mesmo consign-las em meus escritos. Quantas vezes,

    aborrecido por no ter podido criticar abertamente tal ou

    qual ao, por civilidade ou prudncia, eu o fiz nestes

    ensaios com a esperana de contribuir para a edificao

    de algum! (p. 359 do vol. II)

    H quem tenha o dom de escrever, outros so oradores,

    outros bons conversadores e assim por diante.

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    De qualquer forma, cada um pode assumir o dever moral

    de contribuir para a melhoria da sociedade transmitindo-lhe

    suas reflexes, seus conhecimentos e experincia.

    Salvo casos especiais, hoje em dia s vive isolado quem se

    recusa terminantemente em interagir com as demais pessoas.

    O nmero de agremiaes de vrios tipos, entidades

    associativas, filantrpicas, polticas, classistas, religiosas etc.

    muito elevado e espalha-se por todas as localidades, inclusive as

    mais distantes e pobres.

    Cada um deve integrar-se em pelo menos algumas dessas

    entidades e a dar sua contribuio, inclusive ensinando o que

    sabe.

    Esse um dos grandes projetos de vida, preconizado por

    Montaigne atravs da sua pena engenhosa e idealista.

    7 - TUDO TEM UMA RAZO DE SER

    Como quer que encaremos este nosso mundo, vemo-lo cheio de imperfeies; nada intil na natureza, nem

    mesmo as inutilidades. Nada existe que no tenha sua

    aplicao. (p. 131 do vol. III) As imperfeies que existem se devem prpria condio

    humana, uma vez que a Natureza perfeita no seu

    funcionamento, onde cada pea tem uma utilidade determinada

    e imprescindvel no conjunto. O equilbrio ecolgico depende de

    todos os seres, dos mais evoludos e dos menos evoludos dentre

    as espcies. At dos seres inanimados, que compem o conjunto

    e so essenciais para a vida.

    As aparentes inutilidades tm tambm uma finalidade

    maior, que, nem sempre, conseguimos entender, justamente

    pela nossa viso limitada do conjunto, pelo relativo e reduzido

    conhecimento que temos das Leis que regem a Natureza.

    Tudo contribui para a harmonia universal.

    Jean-Baptiste Lamarck, o famoso naturalista francs,

    afirmava que vigora na Natureza o sistema da cooperao e enquanto que o da competio foi preconizado por Charles Darwin. Todavia, at a competio tem sua utilidade, somente

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    sendo de lamentar-se que seja desenfreada e desumana, a qual,

    muitas vezes, aparece nos ambientes humanos, quando se

    esquece a caridade e priorizam-se a fora e a astcia.

    No h razo para a luta de classes, a disputa acirrada

    entre pessoas por situaes de privilgios, o distanciamento dos

    indivduos e a desconsiderao pelos seres inferiores da

    Natureza, pois uns necessitam dos outros, perptua e

    inexoravelmente.

    8 - A SABEDORIA DE SCRATES

    Perguntai a Alexandre o que sabe fazer. Dir: subjugar o mundo. Indagai o mesmo de Scrates e responder:

    viver a vida humana de acordo com as condies

    estabelecidas pela natureza. Cincia bem mais vasta, mas

    pesada e mais digna. (p. 146 do vol. III) O progresso simplesmente material levou a humanidade

    ao vazio existencial, gerando problemas como o medo, a solido,

    a ansiedade e a rotina.

    As pessoas se desenvolveram intelectualmente, passando a

    ter mais tempo para refletir, mas o interior da maioria est

    despreparado para o exerccio do autoconhecimento. Assim,

    muitos sentem os efeitos da depresso, produto da

    inconsistncia interior, que acabar por faz-los partir para o

    autoconhecimento.

    Quando se diz que devemos viver de acordo com as

    condies estabelecidas pela natureza deve-se entender a natureza humana, para tanto sendo necessrio o autoconhecimento, que sinaliza para o auto aprimoramento

    intelecto-moral.

    Sem esse investimento, a vida fica sem sentido, pois

    simplesmente possuir bens materiais gera o desencanto e no

    possu-los produz a revolta.

    O caminho o autoconhecimento.

    9 - OS PRAZERES

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    A filosofia no se ope aos prazeres naturais, conquanto no se abuse deles. Recomenda a moderao e no a

    fuga. E seus esforos visam desviar-nos dos que no so

    naturais ou que, embora vindos da natureza, se

    deturpam. Diz que o esprito no deve intervir com o fim

    de aumentar nossas necessidades fsicas, adverte-nos com

    razo da inconvenincia de excitar nossa fome com

    excessos, aconselha-nos a no nos empanturrarmos em

    lugar de nos alimentarmos, bem como a evitarmos tudo o

    que desperte nossos apetites. No que concerne ao amor,

    convida-nos a somente satisfazermos as solicitaes da

    carne, sem que a alma se perturbe, porque a coisa no

    lhe diz respeito e lhe cumpre apenas assistir o corpo.

    Creio, portanto, estar certo quando observo que esses

    preceitos (que considero entretanto algo excessivos)

    visam um corpo em estado de desempenhar seu papel.

    Quanto a um corpo debilitado, parece-me intil tentar

    aquec-lo e anim-lo mediante processos artificiais, ou

    recorrendo imaginao a fim de lhe devolver o apetite e

    a alegria que j no possui. (pp. 205/206 do vol. III) Montaigne imaginou duas situaes diferentes: aqueles

    que tinham ainda uma disposio, digamos, juvenil e aqueles

    outros que viviam um estgio de maiores limitaes fsicas.

    No primeiro caso, aconselhava a moderao; no segundo,

    a serenidade.

    Hoje em dia, muito mais do que naquela poca, muita

    gente procura retardar o envelhecimento e alguns at o

    rejuvenescimento.

    muito justo recorrer-se aos meios que propiciam a

    longevidade, todavia h recursos que nenhum efeito colateral

    produzem e outros que realmente prejudicam a sade.

    Um grande problema atual so as cirurgias plsticas que

    visam apenas satisfazer a vaidade doentia, tratamentos

    agressivos para manter viva a sexualidade, anabolizantes e

    outras formas de forar o organismo a situaes antinaturais.

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    10 - VIAJAR ADQUIRIR CULTURA

    ... viajar afigura-se-me um exerccio proveitoso, pois o esprito vive ento continuamente solicitado a observar

    coisas novas e desconhecidas; e, como digo amide, no

    sei de melhor escola do que essa que lhe mostra a grande

    diversidade da existncia, ideias e usos entre os homens,

    bem como a contnua variedade de formas da natureza. (p. 259 do vol. III)

    Em cada localidade que visitamos vemos pessoas com

    costumes diferentes, estilos de vida que sequer imaginamos e

    aprendemos a respeitar a diversidade.

    Bairrismo uma verso do facciosismo, que sempre

    acarreta desunio e demonstra um egosmo condenvel.

    Devemos abrir a mente e o corao para as coletividades

    que no sejam a nossa, assim como ensinava Scrates, que se

    dizia cidado do mundo.

    11 - ESTENDER A ALEGRIA

    Estendamos a alegria e restrinjamos a tristeza. (p. 263 do vol. III)

    Propagar a alegria transforma o panorama interior das

    pessoas e muda para melhor a paisagem exterior do mundo.

    A tristeza uma doena que corri a alma das pessoas

    pessimistas, as quais no valorizam, como deveriam, a luz do

    Sol, o ar, a Natureza em geral, o benefcio da sade, a amizade,

    o lar, os amigos e todas as benesses que felicitam nossa vida.

    Cabe, porm, a cada um contribuir para o prprio bem e o

    bem geral para merecer gozar a bno da alegria de viver.

    12 - O EXEMPLO DE SCRATES

    Os discursos de Scrates, cuja forma e sentido nos foram transmitidos por seus discpulos, s tm a nossa

    aprovao em consequncia do respeito que devotamos

    opinio pblica. Se um homem desse porte nascesse

    agora, muito poucos o louvariam. S apreciamos as

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    graas picantes e artificiais; as que se escondem sob a

    simplicidade e a sinceridade no as percebe nossa viso

    grosseira. (p. 301 do vol. III) Scrates no tinha inteno alguma de complicar o que

    simples. Ensinava que a fonte do Conhecimento est na

    Natureza, criao de Deus, cujas Leis devem ser observadas.

    Sua personalidade luminosa no estava sujeita fora

    rebaixante do orgulho, do egosmo ou da vaidade, que amarram

    o ser humano ao primitivismo e limitam seu desenvolvimento

    interior.

    Por isso, poucos estavam preparados para seguirem sua

    proposta do autoconhecimento, que s inferior de Jesus, que

    lhe foi alm.

    Infelizmente, seus prprios discpulos mais eminentes

    estavam muito abaixo dele, pois influenciados ainda por algum

    dos trs defeitos morais.

    O que eles repassaram posteridade da ideologia do

    mestre deve ser uma plida informao, prejudicada inclusive

    pelas dificuldades lingusticas e tradues, chegando at ns de

    forma insatisfatria.

    Scrates, como Jesus, no se preocupou em escrever, mas

    sim em marcar a fogo as almas que lhe cruzaram o caminho.

    13 - SCRATES

    Scrates exprimia-se de um modo natural e simples; assim fala um campnio, assim fala uma mulher. Refere-

    se continuamente a cocheiros, carpinteiros, sapateiros,

    pedreiros; suas indues e suas analogias so tiradas das

    aes mais vulgares do homem; todos entendem o que ele

    diz. Sob to pobre roupagem no teramos jamais

    compreendido a nobreza e o esplendor de suas admirveis

    concepes, pois julgamos mesquinhas as que a erudio

    no reala e s percebemos a riqueza pelo aparato. Nosso

    mundo feito de ostentao; os homens incham-se de

    vento e andam aos saltos como os bales. Scrates no

    procura fazer que prevaleam ideias quimricas, seu

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    objetivo prover-nos de fatos e preceitos de imediata

    aplicao na vida: controlar suas aes, observar a lei do dever, obedecer natureza. Sempre foi igual e fiel a si mesmo; e no se ergueu por impulsos at perfeio,

    mas pelo seu carter. Ou melhor, no se elevou e sim

    abaixou o homem para aproxim-lo de sua origem, da

    natureza, a que subordinou as aspiraes, as desiluses e

    as dificuldades da vida. (p. 302 do vol. III) As trs metas expostas acima representam o esforo de

    uma vida inteira: controlar suas aes, observar a lei do dever, obedecer natureza. Infelizmente, a maioria dos filsofos tem pecado pela falta de humildade, pela falta de reverncia a Deus

    e, com isso, perdem o fio da meada, que conduz ao conhecimento da Verdade.

    Os orgulhosos, os egostas e os vaidosos no tm a

    conexo necessria para receber a Inspirao Divina, que

    Montaigne apresenta como nica forma da pobre razo

    humana superar seus estreitos limites.

    Scrates s inteligvel para quem j trilha o caminho da

    humildade e da procura sincera pelo auto aperfeioamento

    moral.

    14 - CINCIA SEM AMOR

    No precisamos de muita cincia para vivermos satisfeitos, e Scrates nos ensina que aquilo de que

    necessitamos trazemo-lo em ns mesmos; e oferece-nos o

    mtodo de explor-lo e aproveit-lo. Toda cincia, fora da

    que nos vem da natureza, v e suprflua; e podemos

    considerar-nos felizes se no nos pesa e embaraa mais

    do que nos serve: No preciso saber muito para ser sbio. (p. 303 do vol. III)

    A inteligncia sem o correspondente Amor no muda a

    essncia da sociedade nem das pessoas individualmente: apenas

    as torna mais arrogantes.

    Toda cincia s realmente til se melhora o ser humano

    no trato consigo prprio e com seu semelhante.

  • 20

    Atulhar os crebros com informaes que no mudam a

    essncia humana o que as escolas e os lares tm procurado

    fazer atualmente. O resultado so muitos transtornos

    psicolgicos: pessoas imaturas moralmente passam a no saber

    o que fazer com tanta bagagem cultural, tombando na

    depresso ou nos despautrios, quando no na criminalidade.

    15 - A MORTE

    Por que haveria a natureza de inspirar-nos horror morte, se de to grande utilidade esta na sucesso das

    vicissitudes de suas obras? No concerto universal, a

    morte antes favorece o nascimento e o crescimento das

    criaturas do que sua perda e runa: Assim se renovam as coisas. (p. 315 do vol. III)

    A nica expectativa infalvel na vida de cada um a morte.

    Todavia, por desinformao, muitos so levados a tem-la

    como sendo o fim da vida, quando, na verdade, as prprias

    religies ensinam que se trata apenas da perda do corpo fsico,

    continuando viva a alma no mundo espiritual. No existe uma

    religio sequer que pregue o contrrio. Alis, a crena na

    imortalidade da alma instintiva mesmo nos povos primitivos

    do nvel pr-histrico.

    A f deficiente, oscilante, pouco consistente, que

    proporciona campo para a dvida quanto continuidade da

    vida aps a morte.

    Para os que no acreditam na reencarnao a vida aps a

    morte continuaria perpetuamente no plano espiritual, variando

    quanto a alguns detalhes. Para os que creem na reencarnao,

    as almas viveriam alternadamente como encarnadas e

    desencarnadas, evoluindo intelecto-moralmente rumo

    Perfeio Relativa.

    16 - A MESTRA NATUREZA

    ... adotei o preceito antigo de que sempre acertaremos seguindo a natureza, e entendo que submeter-se a ela

    regra soberana. (p. 318 do vol. III)

  • 21

    Scrates pregava a observao da Natureza, seguindo-se

    seus referenciais.

    A Natureza representa a Criao Divina, que,

    naturalmente, se rege por Leis Perfeitas e Benvolas.

    Contrari-la s traz maus resultados, provenientes dos

    vcios e do desrespeito Ecologia.

    Os homens e mulheres da nossa poca, confiantes demais

    na prpria inteligncia e poder criador, tm violado as regras da

    Natureza, incidindo nos piores resultados, como sejam certas

    doenas orgnicas degenerativas e mentais.

    preciso refletir sobre o assunto e procurar viver

    sabiamente.

    Jean-Baptiste Lamarck afirmava que a Natureza funciona

    em regime de colaborao, enquanto que Charles Darwin,

    posteriormente, enfatizou a competio.

    Cada um opta por uma ou outra corrente, colhendo para si

    mesmo os frutos da prpria escolha, vivendo feliz e

    solidariamente ou estando sempre em p de guerra.

    Quer se adote uma corrente, quer outra, no se deve temer

    a passagem para o mundo espiritual, pois a vida continua

    sempre e nunca se extingue.

    Somos espritos e no corpos e existiremos por toda a

    eternidade.

    17 - AS LEIS

    A natureza cria sempre leis melhores do que as nossas. (p. 322 do vol. III)

    Montaigne, que exerceu o cargo de juiz durante muitos

    anos e terminou por exonerar-se espontaneamente, desenvolveu

    uma opinio desfavorvel em relao s leis do seu pas, no que

    tinha razo, pois estavam, na sua maioria, aqum do ideal da

    verdadeira justia.

    Adepto por inteiro das ideias filosficas de Scrates, o qual

    colocava a Natureza como paradigma para a vida humana,

    entendia que nunca seriam realmente boas as leis humanas que

    contradissessem aquela, no que tambm estava certo.

  • 22

    As leis humanas, infelizmente at hoje, dificultam a

    concretizao da Igualdade, no incrementam a Fraternidade e

    costumam fazem da Liberdade mera palavra sem sentido.

    Considerando-se-a sob a aspecto macroscpico, observa-se

    que na Natureza vigora a cooperao (conforme identificou Jean-Baptiste Lamarck) e no a competio (tese defendida por Charles Darwin). Nesse contexto os seres atuam de forma

    programada e todos vivem da melhor forma possvel para a

    funo que cada um ali desempenha.

    Especificamente no Reino Animal, os instintos levam os

    seres a interagir com utilidade geral, observando-se que at as

    agresses entre as espcies, que chocam nossa sensibilidade, se

    limitam ao indispensvel sobrevivncia.

    Somente nas coletividades humanas ocorrem excessos, por conta dos defeitos morais, representados pelo orgulho,

    egosmo e vaidade, que nos impulsionam colocar os interesses

    pessoais em desacordo com os interesses da coletividade. Nossa

    inteligncia ainda no conseguiu auto impor-se uma tica

    Superior, segundo a qual cada ser deve autolimitar-se para no

    lesar os direitos alheios.

    Caminhamos para um futuro onde tal acontecer, tendo

    como paradigma a mxima do amor ao prximo como a si mesmo.

    As Leis da Natureza so adequadas ao nvel de

    aperfeioamento das espcies: para os humanos a referncia

    aquela referncia do Cristo.

    Sem uma compreenso clara nesse sentido, estaremos

    vivendo em permanente conflito com os demais membros da

    coletividade e com a prpria conscincia.

    18 - OS PRAZERES SAUDVEIS E OS NOCIVOS

    ... to absurdo repelir os prazeres que a natureza nos oferece como se apegar demasiado a eles. (p. 352 do vol. III)

  • 23

    importante distinguir os prazeres que a Natureza nos

    oferece, que so saudveis, daqueles criados pelas pessoas cujo

    padro tico-moral deixa muito a desejar.

    O bom senso que vai ajudar a distinguir uns dos outros.

    19 - A NATUREZA COMO MODELO

    A grandeza dalma consiste menos em se elevar e avanar do que em ordenar e se circunscrever. Grande

    tudo o que suficiente; e h mais elevao em amar as

    coisas comuns do que as eminentes. Nada to legtimo e

    belo como desempenhar o papel de homem em todos os

    seus aspectos. No h cincia mais rdua do que a de

    saber viver naturalmente... (p. 355 do vol. III) A mais importante obra que algum pode realizar

    aprender a viver de acordo com a Natureza, ou seja, as Leis de

    Deus.

    No importam os detalhes exteriores: o importante que o

    ser humano se adeque a esse modelo.

    Invenes, tecnologia, conforto, construes, leis, polticas

    governamentais, economia tudo til se obedece s Leis Divinas e prejudicial se est em descompasso com elas.

    20 - OS PRAZERES DO CORPO E OS DO ESPRITO

    Scrates, mestre desses sbios e nosso, no diz o mesmo. Aceita, como deve, o prazer fsico; mas prefere o do

    esprito, que julga mais rico, forte, variado e digno. Este

    ltimo porm no deve isolar-se Scrates no um sonhador mas to-somente controlar o outro; deve atentar para a moderao e no apresentar-se como

    adversrio. A natureza um guia amvel, mas no qual a

    prudncia e a justia superam a doura: preciso penetrar a natureza das coisas e ver exatamente o que ela

    exige. (p. 357 do vol. III) O bom senso e o nvel tico-moral de cada um que

    mostram o espao que cada prazer deve ter na nossa vida.

  • 24

    Alguns se sentem bem com as sensaes mais primitivas,

    enquanto que outros se extasiam com a sensibilidade espiritual

    mais pura. Entre esses dois extremos se coloca a humanidade,

    com a liberdade que cada um tem de escolher seus caminhos.

    Porm, se a sementeira livre a colheita obrigatria.

    COMENTRIO: Michel de Montaigne era um discpulo

    tardio de Scrates e, por isso, os leitores podero ver sempre

    referncias forma socrtica de pensar. Para o grande mestre

    da Filosofia, que foi Scrates, tudo que o ser humano

    consegue fazer de melhor seguir o grande modelo que a

    Natureza.

    Realmente, a Natureza funciona conforme as Leis de

    Deus, pois, tirante os seres humanos, que conseguem

    contrari-la, por conta do seu livre arbtrio, os demais, ou

    sejam, os que ainda no chegaram a essa fase evolutiva,

    seguem-na risca e, portanto, nunca erram.

    Em O Livro dos Espritos, no tpico intitulado As Leis Morais, encontram elencadas as Leis da Natureza no s humana, mas tambm aplicveis a toda a Criao.

    Como essas Leis interessam ao nosso estudo,

    transcrevemos o livro intitulado As Leis Morais em item especfico, logo adiante.

  • 25

    2 A FORMAO DA TERRA

    Nenhuma obra esprita esclarece melhor este tema do

    que A Caminho da Luz, de Emmanuel, psicografada por Francisco Cndido Xavier:

    I

    A Gnese planetria

    A COMUNIDADE DOS ESPRITOS PUROS

    Rezam as tradies do mundo espiritual que na direo

    de todos os fenmenos, do nosso sistema, existe uma

    Comunidade de Espritos Puros e Eleitos pelo Senhor

    Supremo do Universo, em cujas mos se conservam as

    rdeas diretoras da vida de todas as coletividades

    planetrias.

    Essa Comunidade de seres anglicos e perfeitos, da qual

    Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado

    saber, apenas j se reuniu, nas proximidades da Terra,

    para a soluo de problemas decisivos da organizao e

    da direo do nosso planeta, por duas vezes no curso dos

    milnios conhecidos.

    A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se

    desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lanassem,

    no Tempo e no Espao, as balizas do nosso sistema

    cosmognico e os prdromos da vida na matria em

    ignio, do planeta, e a segunda, quando se decidia a

    vinda do Senhor face da Terra, trazendo famlia

    humana a lio imortal do seu Evangelho de amor e

    redeno.

    A CINCIA DE TODOS OS TEMPOS

  • 26

    No nosso propsito trazer considerao dos

    estudiosos uma nova teoria da formao do mundo. A

    Cincia de todos os sculos est cheia de apstolos e

    missionrios. Todos eles foram inspirados ao seu tempo,

    refletindo a claridade das Alturas, que as experincias do

    Infinito lhes imprimiram na memria espiritual, e

    exteriorizando os defeitos e concepes da poca em que

    viveram, na feio humana de sua personalidade.

    Na sua condio de operrios do progresso universal,

    foram portadores de revelaes gradativas, no domnio

    dos conhecimentos superiores da Humanidade.

    Inspirados de Deus nos penosos esforos da verdadeira

    civilizao, as suas ideias e trabalhos merecem o respeito

    de todas as geraes da Terra, ainda que as novas

    expresses evolutivas do plano cultural das sociedades

    mundanas tenham sido obrigadas a proscrever as suas

    teorias e antigas frmulas.

    Lembrando-nos, porm, mais detidamente, de quantos

    souberam receber a intuio da realidade nas

    perquiries do Infinito, busquemos recordar o globo

    terrqueo nos seus primeiros dias.

    OS PRIMEIROS TEMPOS DO ORBE TERRESTRE

    Que fora sobre-humana pde manter o equilbrio da

    nebulosa terrestre, destacada do ncleo central do

    sistema, conferindo-lhe um conjunto de leis matemticas,

    dentro das quais se iam manifestar todos os fenmenos

    inteligentes e harmnicos de sua vida, por milnios de

    milnios? Distando do Sol cerca de 149.600.000

    quilmetros e deslocando-se no espao com a velocidade

    diria de 2.500.000 quilmetros, em torno do grande

    astro do dia, imaginemos a sua composio nos primeiros

    tempos de existncia, como planeta.

    Laboratrio de matrias ignescentes, o conflito das foras

    telricas e das energias fsico-qumicas opera as

    grandiosas construes do teatro da vida, no imenso

    cadinho onde a temperatura se eleva, por vezes, a 2.000

    graus de calor, como se a matria colocada num forno,

    incandescente, estivesse sendo submetida aos mais

  • 27

    diversos ensaios, para examinar-se a sua qualidade e

    possibilidades na edificao da nova escola dos seres. As

    descargas eltricas, em propores jamais vistas da

    Humanidade, despertam estranhas comoes no grande

    organismo planetrio, cuja formao se processa nas

    oficinas do Infinito.

    A CRIAO DA LUA

    Nessa computao de valores csmicos em que laboram

    os operrios da espiritualidade sob a orientao

    misericordiosa do Cristo, delibera-se a formao do

    satlite terrestre.

    O programa de trabalhos a realizar-se no mundo requeria

    o concurso da Lua, nos seus mais ntimos detalhes. Ela

    seria a ncora do equilbrio terrestre nos movimentos de

    translao que o globo efetuaria em torno da sede do

    sistema; o manancial de foras ordenadoras da

    estabilidade planetria e, sobretudo, o orbe nascente

    necessitaria da sua luz polarizada, cujo suave

    magnetismo atuaria decisivamente no drama infinito da

    criao e da reproduo de todas as espcies, nos

    variados remos da Natureza.

    A SOLIDIFICAO DA MATRIA

    Na grande oficina surge, ento, a diferenciao da

    matria pondervel, dando origem ao hidrognio.

    As vastides atmosfricas so amplo repositrio de

    energias eltricas e de vapores que trabalham as

    substncias torturadas no orbe terrestre. O frio dos

    espaos atua, porm, sobre esse laboratrio de energias

    incandescentes e a condensao dos metais verifica-se

    com a leve formao da crosta solidificada.

    o primeiro descanso das tumultuosas comoes

    geolgicas do globo. Formam-se os primitivos oceanos,

    onde a gua tpida sofre presso difcil de descrever-se. A

    atmosfera est carregada de vapores aquosos e as

    grandes tempestades varrem, em todas as direes, a

    superfcie do planeta, mas sobre a Terra o caos fica

    dominado como por encanto. As paisagens aclaram-se,

  • 28

    fixando a luz solar que se projeta nesse novo teatro de

    evoluo e vida.

    As mos de Jesus haviam descansado, aps o longo

    perodo de confuso dos elementos fsicos da organizao

    planetria.

    O DIVINO ESCULTOR

    Sim, Ele havia vencido todos os pavores das energias

    desencadeadas; com as suas legies de trabalhadores

    divinos, lanou o escopro da sua misericrdia sobre o

    bloco de matria informe, que a Sabedoria do Pai

    deslocara do Sol para as suas mos augustas e

    compassivas. Operou a escultura geolgica do orbe

    terreno, talhando a escola abenoada e grandiosa, na

    qual o seu corao haveria de expandir-se em amor,

    claridade e justia. Com os seus exrcitos de

    trabalhadores devotados, estatuiu os regulamentos dos

    fenmenos fsicos da Terra, organizando-lhes o equilbrio

    futuro na base dos corpos simples de matria, cuja

    unidade substancial os espectroscpios terrenos puderam

    identificar por toda a parte no universo galxico.

    Organizou o cenrio da vida, criando, sob as vistas de

    Deus, o indispensvel existncia dos seres do porvir.

    Fez a presso atmosfrica adequada ao homem,

    antecipando-se ao seu nascimento no mundo, no curso

    dos milnios; estabeleceu os grandes centros de fora da

    ionosfera e da estratosfera, onde se harmonizam os

    fenmenos eltricos da existncia planetria, e edificou

    as usinas de ozone a 40 e 60 quilmetros de altitude, para

    que filtrassem convenientemente os raios solares,

    manipulando-lhes a composio precisa manuteno da

    vida organizada no orbe. Definiu todas as linhas de

    progresso da humanidade futura, engendrando a

    harmonia de todas as foras fsicas que presidem ao ciclo

    das atividades planetrias.

    O VERBO NA CRIAO TERRESTRE

    A cincia do mundo no lhe viu as mos augustas e

    sbias na intimidade das energias que vitalizam o

    organismo do Globo. Substituram-lhe a providncia com

  • 29

    a palavra "natureza", em todos os seus estudos e anlises

    da existncia, mas o seu amor foi o Verbo da criao do

    princpio, como e ser a coroa gloriosa dos seres

    terrestres na imortalidade sem fim.

    E quando serenaram os elementos do mundo nascente,

    quando a luz do Sol beijava, em silncio, a beleza

    melanclica dos continentes e dos mares primitivos, Jesus

    reuniu nas Alturas os intrpretes divinos do seu

    pensamento. Viu-se, ento, descer sobre a Terra, das

    amplides dos espaos ilimitados, uma nuvem de foras

    csmicas, que envolveu o imenso laboratrio planetrio

    em repouso.

    Da a algum tempo, na crosta solidificada do planeta,

    como no fundo dos oceanos, podia-se observar a

    existncia de um elemento viscoso que cobria toda a

    Terra.

    Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida

    organizada.

    Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma

    e, com ele, lanara Jesus superfcie do mundo o germe

    sagrado dos primeiros homens.

    II

    A vida organizada

    AS CONSTRUES CELULARES

    Sob a orientao misericordiosa e sbia do Cristo,

    laboravam na Terra numerosas assembleias de operrios

    espirituais.

    Como a engenharia moderna, que constri um edifcio

    prevendo os menores requisitos de sua finalidade, os

    artistas da espiritualidade edificavam o mundo das

    clulas iniciando, nos dias primevos, a construo das

    formas organizadas e inteligentes dos sculos

    porvindouros.

    O ideal da beleza foi a sua preocupao dos primeiros

    momentos, no que se referia s edificaes celulares das

    origens.

  • 30

    por isso que, em todos os tempos, a beleza, junto

    ordem, constituiu um dos traos indelveis de toda a

    criao.

    As formas de todos os remos da natureza terrestre foram

    estudadas e previstas. Os fluidos da vida foram

    manipulados de modo a se adaptarem s condies fsicas

    do planeta, encenando-se as construes celulares

    segundo as possibilidades do ambiente terrestre, tudo

    obedecendo a um plano preestabelecido pela

    misericordiosa sabedoria do Cristo, consideradas as leis

    do princpio e do desenvolvimento geral.

    OS PRIMEIROS HABITANTES DA TERRA

    Dizamos que uma camada de matria gelatinosa

    envolvera o orbe terreno em seus mais ntimos contornos.

    Essa matria, amorfa e viscosa, era o celeiro sagrado das

    sementes da vida. O protoplasma foi o embrio de todas

    as organizaes do globo terrestre, e, se essa matria, sem

    forma definida, cobria a crosta solidificada do planeta,

    em breve a condensao da massa dava origem ao

    surgimento do ncleo, iniciando-se as primeiras

    manifestaes dos seres vivos.

    Os primeiros habitantes da Terra, no plano material, so

    as clulas albuminoides, as amebas e todas as

    organizaes unicelulares, isoladas e livres, que se

    multiplicam prodigiosamente na temperatura tpida dos

    oceanos.

    Com o escoar incessante do tempo, esses seres

    primordiais se movem ao longo das guas, onde

    encontram o oxignio necessrio ao entretenimento da

    vida, elemento que a terra firme no possua ainda em

    propores de manter a existncia animal, antes das

    grandes vegetaes; esses seres rudimentares somente

    revelam um sentido - o do tato, que deu origem a todos os

    outros, em funo de aperfeioamento dos organismos

    superiores.

    A ELABORAO PACIENTE DAS FORMAS

    Decorrido muito tempo, eis que as amebas primitivas se

    associam para a vida celular em comum, formando-se as

  • 31

    colnias de infusrios, de polipeiros, em obedincia aos

    planos da construo definitiva do porvir, emanados do

    mundo espiritual onde todo o progresso da Terra tem a

    sua gnese.

    Os reinos vegetal e animal parecem confundidos nas

    profundidades ocenicas. No existem formas definidas

    nem expresso individual nessas sociedades de

    infusrios; mas, desses conjuntos singulares, formam-se

    ensaios de vida que j apresentam caracteres e

    rudimentos dos organismos superiores.

    Milhares de anos foram precisos aos operrios de Jesus,

    nos servios da elaborao paciente das formas.

    A princpio, coordenam os elementos da nutrio e da

    conservao da existncia. O corao e os brnquios so

    conquistados e, aps eles, formam-se os prdromos

    celulares do sistema nervoso e dos rgos da procriao,

    que se aperfeioam, definindo-se nos seres.

    AS FORMAS INTERMEDIRIAS DA NATUREZA

    A atmosfera est ainda saturada de umidade e vapores, e

    a terra slida est coberta de lodo e pntanos

    inimaginveis.

    Todavia, as derradeiras convulses interiores do orbe

    localizam os calores centrais do planeta, restringindo a

    zona das influncias telricas necessrias manuteno

    da vida animal.

    Esses fenmenos geolgicos estabelecem os contornos

    geogrficos do globo, delineando os continentes e fixando

    a posio dos oceanos, surgindo, desse modo, as grandes

    extenses de terra firme, aptas a receber as sementes

    prolficas da vida.

    Os primeiros crustceos terrestres so um prolongamento

    dos crustceos marinhos. Seguindo-lhes as pegadas,

    aparecem os batrquios, que trocam as guas pelas

    regies lodosas e firmes.

    Nessa fase evolutiva do planeta, todo o globo se veste de

    vegetao luxuriante, prodigiosa, de cujas florestas

    opulentas e desmesuradas as minas carbonferas dos

    tempos modernos so os petrificados vestgios.

  • 32

    OS ENSAIOS ASSOMBROSOS

    Nessa altura, os artistas da criao inauguram novos

    perodos evolutivos, no plano das formas.

    A Natureza torna-se uma grande oficina de ensaios

    monstruosos.

    Aps os rpteis, surgem os animais horrendos das eras

    primitivas.

    Os trabalhadores do Cristo, como os alquimistas que

    estudam a combinao das substncias, na retorta de

    acuradas observaes, analisavam, igualmente, a

    combinao prodigiosa dos complexos celulares, cuja

    formao eles prprios haviam delineado, executando,

    com as suas experincias, uma justa aferio de valores,

    prevendo todas as possibilidades e necessidades do porvir.

    Todas as arestas foram eliminadas. Aplainaram-se

    dificuldades e realizaram-se novas conquistas. A

    mquina celular foi aperfeioada, no limite do possvel,

    em face das leis fsicas do globo. Os tipos adequados

    Terra foram consumados em todos os reinos da Natureza,

    eliminando-se os frutos teratolgicos e estranhos, do

    laboratrio de suas perseverantes experincias. A prova

    da interveno das foras espirituais, nesse vasto campo

    de operaes, que, enquanto o escorpio, gmeo dos

    crustceos marinhos, conserva at hoje, de modo geral, a

    forma primitiva, os animais monstruosos das pocas

    remotas, que lhe foram posteriores, desapareceram para

    sempre da fauna terrestre, guardando os museus do

    mundo as interessantes reminiscncias de suas formas

    atormentadas.

    OS ANTEPASSADOS DO HOMEM

    O reino animal experimenta as mais estranhas transies

    no perodo tercirio, sob as influncias do meio e em face

    dos imperativos da lei de seleo.

    Mas, o nosso raciocnio ansioso procura os legtimos

    antepassados das criaturas humanas, nessa imensa

    vastido do proscnio da evoluo anmica.

    Onde est Ado com a sua queda do paraso? Debalde

    nossos olhos procuram, aflitos, essas figuras legendrias,

  • 33

    com o propsito de localiz-las no Espao e no Tempo.

    Compreendemos, afinal, que Ado e Eva constituem uma

    lembrana dos Espritos degredados ria paisagem

    obscura da Terra, como Caim e Abel so dois smbolos

    para a personalidade das criaturas.

    Examinada, porm, a questo nos seus prismas reais,

    vamos encontrar os primeiros antepassados do homem

    sofrendo os processos de aperfeioamento da Natureza.

    No perodo tercirio a que nos reportamos, sob a

    orientao das esferas espirituais notavam-se algumas

    raas de antropoides, no Plioceno inferior. Esses

    antropoides, antepassados do homem terrestre, e os

    ascendentes dos smios que ainda existem no mundo,

    tiveram a sua evoluo em pontos convergentes, e da os

    parentescos sorolgicos entre o organismo do homem

    moderno e o do chimpanz da atualidade.

    Reportando-nos, todavia, aos eminentes naturalistas dos

    ltimos tempos, que examinaram meticulosamente os

    transcendentes assuntos do evolucionismo, somos

    compelidos a esclarecer que no houve propriamente

    uma "descida da rvore", no incio da evoluo humana.

    As foras espirituais que dirigem os fenmenos terrestres,

    sob a orientao do Cristo, estabeleceram, na poca da

    grande maleabilidade dos elementos materiais, uma

    linhagem definitiva para todas as espcies, dentro das

    quais o princpio espiritual encontraria o processo de seu

    acrisolamento, em marcha para a racionalidade.

    Os peixes, os rpteis, os mamferos, tiveram suas

    linhagens fixas de desenvolvimento e o homem no

    escaparia a essa regra geral.

    A GRANDE TRANSIO

    Os antropoides das cavernas espalharam-se, ento, aos

    grupos, pela superfcie do globo, no curso vagaroso dos

    sculos, sofrendo as influncias do meio e formando os

    prdromos das raas futuras em seus tipos diversificados;

    a realidade, porm, que as entidades espirituais

    auxiliaram o homem do slex, imprimindo-lhe novas

    expresses biolgicas.

  • 34

    Extraordinrias experincias foram realizadas pelos

    mensageiros do invisvel. As pesquisas recentes da

    Cincia sobre o tipo de Neanderthal, reconhecendo nele

    uma espcie de homem bestializado, e outras descobertas

    interessantes da Paleontologia, quanto ao homem fssil,

    so um atestado dos experimentos biolgicos a que

    procederam os prepostos de Jesus, at fixarem no

    "primata" os caractersticos aproximados do homem

    futuro.

    Os sculos correram o seu velrio de experincias

    penosas sobre a fronte dessas criaturas de braos

    alongados e de pelos densos, at que um dia as hostes do

    invisvel operaram uma definitiva transio no corpo

    perispiritual preexistente, dos homens primitivos, nas

    regies siderais e em certos intervalos de suas

    reencarnaes.

    Surgem os primeiros selvagens de compleio melhorada,

    tendendo elegncia dos tempos do porvir.

    Uma transformao visceral verificara-se na estrutura

    dos antepassados das raas humanas.

    Como poderia operar-se semelhante transio?

    Perguntar o vosso critrio cientfico.

    Muito naturalmente.

    Tambm as crianas tm os defeitos da infncia

    corrigidos pelos pais, que as preparam em face da vida,

    sem que, na maioridade, elas se lembrem disso.

    COMENTRIO: Enquanto cientistas materialistas procuram

    o origem do Universo no acaso, porque no querem falar em Deus, apresentando teorias que vigoram por um tempo,

    cedo ou tarde sendo substitudas por outras, que tambm

    caem, um dia, em descrdito, a verdade vem se patentear aos

    olhos e coraes dos humildes na palavra clara e induvidosa

    de Emmanuel, atribuindo a formao da Terra e sua

    evoluo, bem como o surgimento da vida neste planeta ao

    trabalho de Jesus e Seus assessores, todos, inclusive o Divino

    Mestre, cientistas de altssima competncia.

  • 35

    Assim se esclarece todo o mistrio das origens, todavia, necessrio ser pobre de esprito para algum conseguir aceitar essa verdade.

    Os orgulhosos e os impenitentes, que no sabem crer e

    chorar nos seus arroubos de f e gratido a Deus, duvidam de

    tudo que no venha do seu prprio intelecto intoxicado pelo

    personalismo.

    Nas palavras de Emmanuel encontra-se, afinal, a

    verdade da formao do planeta Terra e do que ocorreu nos

    primeiros tempos do globo terrqueo.

    Eis a a Terra, planeta que se formou para se constituir

    em mais uma das inmeras moradas a que Jesus se referiu: Na Casa do Meu Pai h muitas moradas.

    lamentvel algum pensar que o Universo se formaria

    simplesmente para permanecer vazio, quando, na verdade,

    no h ponto sequer nele onde no palpite a vida, sob

    variadssimas formas, inclusive as dimenses, que coexistem e

    no se entrechocam: quantos Universos existiro, sobrepostos,

    construindo-se em diferentes dimenses?

    preciso abrirmos a mente para a realidade espiritual e

    no estarmos a raciocinar apenas em funo do que

    capacitam os cinco sentidos e do que a pobre razo

    horizontalista entende lgico e admissvel. Jesus disse:

    Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertar. Como Deus a Perfeio, no ter criado um Universo, do qual fazem

    parte todas as Suas criaturas, na figura de uma pobre

    moradia, uma verdadeira choupana, mas sim uma verdadeira

    megalpole com todos os recursos para atender a todas as

    necessidades dos Seus filhos e filhas: o mnimo que se pode

    conceber acerca do Infinito Amor do Pai.

    Compete, contudo, a estes ltimos procurar conhecer

    quais so os diversos recantos dessa imensa cidade, como

    funciona cada item e tudo que seja importante para bem viver

    nesse ambiente abenoado pelos recursos os mais variados,

  • 36

    sendo que podemos chamar tais recursos de Me Natureza ou outro nome que lhes queiramos dar.

    As disputas por causa de nomenclaturas, classificao,

    definies etc. tm provocado muita perda de tempo e esforo,

    quando o realmente importante so as ideias, uma vez que o importante invisvel, perceptvel apenas pela mente sintonizada no Bem e, normalmente, as palavras so

    insuficientes para traduzi-las.

  • 37

    3 GAIA

    (http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaia_%28mitologia%29)

    Gaia, Geia, Gea ou G a deusa da Terra, a Me Terra,

    como elemento primordial e latente de uma

    potencialidade geradora quase absurda. Segundo

    Hesodo, no princpio surge o Caos, e do Caos nascem

    Gaia, Trtaro, Eros (o amor), rebo e Nix (a noite).

    Gaia gera sozinha Urano, Ponto e as reas (as

    montanhas). Ela gerou Urano, seu igual, com o desejo de

    ter algum que a cobrisse completamente, e para que

    houvesse um lar eterno para os deuses "bem-

    aventurados".

    Com Urano, Gaia gerou os 12 Tits: Oceano, Cos, Crio,

    Hiperio, Jpeto, Teia, Reia, Tmis, Mnemosine, a

    coroada de ouro Febe e a amada Ttis; por fim nasceu

    Cronos, o mais novo e mais terrvel dos seus filhos, que

    odiava a luxria do seu pai.

    Aps, Urano e Gaia geraram os Ciclopes e os

    Hecatnquiros (Gigantes de Cem Mos e Cinquenta

    Cabeas). Sendo Urano capaz de prever o futuro, temeu o

    poder de filhos to grandes e poderosos e os encerrou

    novamente no tero de Gaia. Ela, que gemia com dores

    atrozes sem poder parir, chamou seus filhos Tits e pediu

    auxlio para libertar os irmos e se vingar do pai.

    Somente Cronos aceitou. Gaia ento tirou do peito o ao

    e fez a foice dentada. Colocou-a na mo de Cronos e os

    escondeu, para que, quando viesse Urano, durante a

  • 38

    noite no percebesse sua presena. Ao descer, Urano,

    para se unir mais uma vez com a esposa, foi surpreendido

    por Cronos, que atacou-o e castrou-o, separando assim o

    Cu e a Terra. Cronos lanou os testculos de Urano ao

    mar, mas algumas gotas caram sobre a terra,

    fecundando-a. Do sangue de Urano derramado sobre

    Gaia, nasceram os Gigantes, as Ernias as Melades.

    Aps a queda de Urano, Cronos subiu ao trono do mundo

    e libertou os irmos. Mas vendo o quanto eram

    poderosos, tambm os temia e os aprisionou mais uma

    vez. Gaia, revoltada com o ato de tirania e intolerncia do

    filho, tramou uma nova vingana.

    Quando Cronos se casou com Reia e passou a reger todo

    o universo, Urano lhe anunciou que um de seus filhos o

    destronaria. Ele ento passou a devorar cada recm

    nascido por conselhos do pai. Mas Gaia ajudou Reia a

    salvar o filho que viria a ser Zeus. Reia ento, em vez de

    entregar seu filho para Cronos devorar entregou-lhe uma

    pedra, e escondeu seu filho em uma caverna.

    J adulto, Zeus declarou guerra ao pai e aos demais Tits

    com a ajuda de Gaia. E durante cem anos nenhum dos

    lados chegava ao triunfo. Gaia ento foi at Zeus e

    prometeu que ele venceria e se tornaria rei do universo se

    descesse ao Trtaro e libertasse os trs Ciclopes e os trs

    Hecatnquiros.

    Ouvindo os conselhos de Gaia, Zeus venceu Cronos, com

    a ajuda dos filhos libertos da Terra e se tornou o novo

    soberano do Universo. Zeus realizou um acordo com os

    Hecatnquiros para que estes vigiassem os Tits no fundo

    do Trtaro. Gaia pela terceira vez se revoltou e lanou

    mo de todas as suas armas para destronar Zeus.

    Num primeiro momento, ela pariu os incontveis

    Andrginos, seres com quatro pernas e quatro braos que

    se ligavam por meio da coluna terminado em duas

    cabeas, alm de possuir os rgos genitais femininos e

  • 39

    masculinos. Os Andrginos surgiam do cho em todos os

    quadrantes e escalavam o Olimpo com a inteno de

    destruir Zeus, mas, por conselhos de Tmis, ele e os

    demais deuses deveriam acertar os Andrginos na

    coluna, de modo a dividi-los exatamente ao meio. Assim

    feito, Zeus venceu.

    Em uma outra oportunidade, Gaia produziu uma planta

    que ao ser comida poderia dar imortalidade aos Gigantes;

    todavia a planta necessitava de luz para crescer. Mas ao

    saber disto Zeus ordenou que Hlio, Selene, Eos e as

    Estrelas no subissem ao cu, e escondido nos vus de

    Nix, ele encontrou a planta e a destruiu. Mesmo assim

    Gaia incitou os Gigantes a colocarem as montanhas

    umas sobre as outras na inteno de subir o cu e invadir

    o Olimpo. Mas Zeus e os outros deuses venceram

    novamente.

    Como ltima alternativa, enviou seu filho mais novo e o

    mais horrendo, Tifo para dar cabo dos deuses e seus

    aliados, mas os deuses se uniram contra a terrvel

    criatura e depois de uma terrvel e sangrenta batalha, eles

    conseguem vencer o ltimo filho de Gaia.

    Enfim, Gaia cedeu e acordou com Zeus que jamais

    voltaria a tramar contra seu governo. Dessa forma, ela

    foi recebida como uma deusa Olmpica.

    COMENTRIO: A Mitologia uma forma de ensinar-se a

    Verdade tal como Jesus fez atravs de parbolas, recobrindo

    a essncia com camadas de arte e sonhos. Todavia, quem tem

    olhos de ver e ouvidos de ouvir extrai dela a Verdade. Veja-se na figura de Gaia Jesus e Sua equipe de cientistas,

    apenas que representados em uma personalidade feminina,

    como homenagem aos Espritos tendencialmente maternos.

    Naqueles tempos recuados da Histria no seria

    compreendido que expusesse a Verdade como Emmanuel a

    fez, tanto quanto daqui a dois milnios, por exemplo,

  • 40

    parecero pueris nossas verdades cientficas, religiosas, artsticas e filosficas.

  • 41

    4 A ME TERRA, DO XAMANISMO

    Segue, abaixo, um texto de Rosane Volpatto

    (http://www.xamanismo.com.br/Consciencia/SubConsci

    encia1191766640It003):

    Gaia - A Me Terra

    Antes do homem ser criado, s havia terra e ar e antes

    mesmo de existir o ar e a terra, se necessitava de um

    lugar para estes se manifestarem. Este lugar era o Caos:

    que era o lugar onde existia s a possibilidade de ser. No

    sonho do Caos s existia o Pensamento, que crescia e

    palpitava e este Pensamento estabeleceu a Ordem. To

    poderoso e eficaz foi este Pensamento que chamou a si

    mesmo de Eros, e ao pronunciar aquele nome, o Caos se

    transformou no Momento. Do Caos e Eros surgiram a

    obscuridade chamada Nyx e o movimento chamado

    Boreas, o vento. Em sua primeira dana csmica, Nyx e

    Boreas, giraram em movimento arrebatado e frentico at

    que tudo que era denso e pesado descendeu, e tudo que

    era leve ascendeu. A matria densa era Gaia e de sua

    chuva e de sua semente proveu sua descendncia.

    A princpio, de Gaia nasceu Urano ou o Cu, que uniu-se

    a ela gerando os Tits, os Titnides, incluindo Cronos, o

    Devorador Pai do Tempo. Entretanto, Urano tomou-se de

    averso a todos os seus filhos: desde que nasciam,

    encerrava-os em um abismo e no os deixava ver o dia.

    Tal atitude motivou uma grande revolta e acabou, com o

  • 42

    consentimento de Gaia, castrado pelo seu filho Cronos. O

    sangue de Urano jorrou sobre a terra gerando outros

    Deuses, como as Ernias (Frias), as Meliae (ninfas do

    esprito das rvores) e os Gigantes. Cheio de mgoa e em

    consequncia da mutilao de que fora vtima, Urano

    morreu.

    As representaes de Cronos que se seguiram no so

    muito consistentes; de um lado, dizem que seu reino

    constituiu a Idade do Ouro da inocncia e da pureza, e,

    por outro lado, ele qualificado como um monstro, que

    devorava os prprios filhos. Em grego Cronos quer dizer

    o Tempo. Este Deus que devora os filhos , diz Ccero, o

    Tempo, o Tempo que no sacia dos anos e que consome

    todos aqueles que passam.

    Da unio de Gaia e Urano nasceram tambm: Hiprion,

    Japeto, Ria ou Cibele, Temis, Febe, Tetis, Brontes,

    Steropes, Argeu, Coto, Briareu, Giges.

    Dizia-se que o homem nascera da terra molhada

    aquecida pelos raios de Sol. Deste modo, a sua natureza

    participa e todos os elementos e quando morre, sua me

    venervel o recolhe e o guarda em seu seio.

    A Terra, s vezes tomada pela Natureza, tinha vrios

    nomes: Titia, Ops, Vesta e mesmo Cibele.

    Algumas vezes a Terra representada pela figura de uma

    mulher sentada em um rochedo. As alegorias moderna

    descrevem-na sob traos de uma venervel matrona,

    sentada sobre um globo, coroada de torres, empunhando

    uma cornucpia cheia de frutos. Outras vezes aparece

    coroada de flores, tendo ao seu lado um boi que lavra a

    terra, o carneiro que se ceva e o mesmo leo que est aos

    ps de Cibele. Em um quadro de Lebrum, a Terra

    personificada por uma mulher que faz jorrar o leite de

    seus seios, enquanto se desembaraa do seu manto, e do

    manto surge uma nuvem de pssaros que revoa nos ares.

    Gaia foi tambm, a profetiza original do centro de

    adivinhao da Grcia Antiga: o Orculo de Delfos. O

    Orculo, considerado o umbigo da Terra, situava-se onde

    a sabedoria da terra e da humanidade se encontravam.

  • 43

    Gaia o ser primordial de onde todos os outros Deuses se

    originaram, mas sua adorao entrou em declnio e foi

    suplantada mais tarde por outros deuses. Na mitologia

    romana conhecida como Tellus. Gaia a energia da

    prpria vida, Deusa pr-histrica da Me Terra,

    smbolo da unidade de toda a vida na natureza. Seu poder

    encontrado na gua e na pedra, no tmulo e na

    caverna, nos animais terrestres e nos pssaros, nas

    serpentes e nos peixes, nas montanhas e nas rvores.

    ARQUTIPO DA TERRA

    Quando falamos do arqutipo da Terra, estamos tambm

    inevitavelmente nos referindo ao arqutipo do Cu, e

    relao entre os dois. s depois que separamos o que

    est aqui embaixo com o que est l em cima, que

    entenderemos o simbolismo do que est acima que leve,

    claro, masculino e ativo, e a Terra, que est abaixo e

    pesada, escura, feminina e passiva.

    A humanidade como um todo reunida em torno do

    arqutipo Terra est associada tanto a este mundo que

    corpreo, tangvel, material e esttico, quando ao seu

    simbolismo oposto do Cu que est ligado ao outro

    mundo, incorpreo, intangvel, espiritual e dinmico.

    Para entendermos o arqutipo da Terra e da Deusa Me

    Terra, devemos entrar em contato com as contradies

    Cu e Terra, Esprito e Natureza.

    A imagem patriarcal crist da Terra, durante a Idade

    Mdia, era sem nenhuma ambiguidade, negativa, ao

    passo que o arqutipo positivo do Cu era dominante. A

    parte decada inferior da alma pertencia ao mundo da

    Terra, enquanto que sua verdadeira essncia que o

    "esprito", se originava no lado celestial masculino de

    "Deus", ou do Mundo Superior. O lado terreno ento,

    deveria ser sacrificado em nome do Cu, porque a Terra

    era feminina, pertencendo ao mundo dos instintos,

    representada pela sexualidade, seduo e o pecado.

    Esta autonegao do homem, desperta em ns no

    apenas espanto, mas horror, em virtude da natureza

  • 44

    humana terrena, ser considerada repulsiva e m.

    Depreciao da Terra, hostilidade para com a Terra, que

    nos alimenta e protege, so expresso de uma conscincia

    patriarcal fraca, que no reconhece outro modo de

    ajudar a si mesma a no ser fugir violentamente do

    domnio fascinante e avassalador do terreno.

    Foi somente a partir da Renascena que a Terra libertou-

    se desta maldio, tornando-se Natureza e um mundo a

    ser descoberto que aparece com toda a sua riqueza de

    criatura viva, que j no estava em oposio com um

    Esprito Cu da divindade, mas na qual a essncia divina

    se manifesta. O esprito que de agora em diante ser

    buscado esprito da Terra e da humanidade.

    RECONHECENDO A DEUSA

    As imagens mitolgicas da Grande Me, Criadora do

    Universo, so numerosas, como numerosos so estgios

    da revelao do ser dela, mas a forma mais difundida e

    conhecida de sua manifestao, a forma que define sua

    essncia a de Terra Me.

    Reverenciar os princpios femininos e a conscincia da

    Deusa Gaia, nos ajuda a nos colocar em contato com a

    beleza e a magia da natureza e todas as suas criaturas.

    Reconhecer esta Deusa da Natureza, como nossa Me

    Terra amorosa, ajuda a expandir nosso respeito ao meio

    ambiente e nossa busca do equilbrio entre as energias

    masculinas e femininas, para que, em lugar de competir,

    trabalhemos juntos, para o bem individual e coletivo.

    A maioria das mulheres j lanam mo da sabedoria da

    Deusa, para ocupar seu espao na terra e no presente

    milnio.

    Vamos deixar que a Deusa renasa e se expresse em

    nossas intenes, vontades e desejos, para que possamos

    extrair de nosso corpo os movimentos sagrados de sua

    dana e deixar que embale nossos sonhos.

  • 45

    NUTRI TEU AMOR PELA TERRA

    Reverenciar Gaia no requer nenhuma f, a simples

    conscincia das manifestaes da natureza que ocorrem a

    nossa volta, j o bastante para absorvermos sua

    energia. Nos conectarmos com Gaia mais simples

    ainda:

    Caminhe descalos na terra, areia ou grama, a sensao

    deliciosa;

    Em uma praa ou jardim, feche os olhos e tente

    identificar o cheiro das flores;

    Coma seu alimento de cada dia consciente que tudo

    presente de nossa Me Terra;

    Abrace um beb e admire conscientemente o milagre da

    vida;

    Sente-se na grama e observe as formigas trabalhadeiras

    em seu dirio trabalho de sobrevivncia;

    Coloque os ps descalos na terra e brinque de rvore,

    enraizando-se e sugando a seiva da Terra;

    Voc mesma pode inventar seu ritual, desde que esteja em

    contato com a Natureza, tudo vlido.

    COMENTRIO: Novamente a valorizao dos Espritos

    femininos, vendo-se Gaia recebendo uma outra denominao:

    Me Terra. Entenda-se a essncia da simbologia, sendo importante, ao final de tudo, que se aprenda a dar valor

    sintonia com as foras da Natureza, que proporcionam a evoluo intelecto-moral, a cura, a paz e tudo o mais que

    representa a Felicidade.

    No se deve entender que apenas uma das vrias opes

    filosficas ou religiosas esgota todo o Conhecimento, uma vez

    que cada uma focaliza mais alguns pontos do que outros e,

    somadas todas, tem-se a Verdade. Deus no d toda a

    Verdade a uns filhos, mas divide-a entre todos: assim,

    completam-se o Hindusmo, o Budismo, o Xamanismo, as

    vrias correntes do Cristianismo, o Islamismo, o Judasmo, a

    Antroposofia, a Teosofia, o Taosmo, a Logosofia etc. etc.

  • 46

    Mencionamos apenas duas correntes fora da Doutrina

    Esprita, mas com a inteno de exemplificar, mas nunca

    defender uma superioridade de uma corrente em detrimento

    das demais, pois o que vale o Amor Universal que cada

    criatura j consiga viver e no sua forma de crer em Deus.

    Por isso Jesus disse: Reconhecereis Meus verdadeiros discpulos pelo muito Amor que manifestarem.

  • 47

    5 O CRIADOR: PAI OU ME?

    Jesus chama Deus de Pai: Eu trabalho e Meu Pai tambm trabalha.

    No Tao Te King, Lao Ts afirma que se trata da Me:

    O Tao sobre o qual se pode discorrer no o eterno Tao; o Nome que pode ser dito no o eterno Nome; o

    no-ser nomeia a origem do cu e da terra. O ser nomeia

    a me das dez-mil-coisas. Por isto, no no-ser contempla-

    se o deslumbramento; no ser contempla-se sua

    delimitao. Ambos, o mesmo com nomes diversos, o

    mesmo diz-se mistrio. Mistrio dos mistrios, portal de

    todo deslumbramento.

    Pode-se notar que Deus, atravs das Suas Leis,

    estabeleceu a existncia dos aparentes opostos. Poderia ter deliberado de forma diferente, mas, se assim o fez, porque

    pretende a aproximao compulsria entre as criaturas, o que

    no ocorreria se se sentissem autossuficientes.

    Deus est acima de qualquer dualidade: portanto, no se

    Lhe aplica qualquer classificao.

  • 48

    6 OS ESPRITOS INFLUENTES NA NATUREZA

    A prpria narrativa de Emmanuel, acima transcrita,

    mostra a atuao dos Espritos cientistas na formao da

    Terra.

    Pergunta-se: - Cientistas desencarnados param de

    trabalhar? evidente que continuam no mister que sua

    especialidade e, assim, atuam nos fenmenos geolgicos,

    biolgicos etc.

    H Espritos de vrios nveis de evoluo especializados

    em cada rea, evidentemente.

    Veremos, a seguir, algo mais a respeito desse tema.

    H quem tenha dificuldade de aceitar a ideia da

    existncia dos chamados elementais, que outros chamam de gnomos, duendes etc.

    O receio de reconhecer certas verdades ainda impede

    muita gente de abrir a mente para novos conhecimentos, o

    que lhes tornaria a vida muito mais feliz.

  • 49

    6.1 ESPRITOS CIENTISTAS

    O nmero de encarnados pesquisadores nos vrios

    setores da Cincia quase incalculvel: basta ver o que se

    realiza nas universidades mais avanadas do mundo inteiro.

    Esses cientistas continuam, naturalmente, estudando no

    mundo espiritual e contribuem para melhorar a qualidade de

    vida da humanidade.

    Assim, no de espantar que as revelaes do mundo

    espiritual aos encarnados sempre se ampliem, apesar de,

    infelizmente, muita coisa ficar restrita a um pequeno nmero

    de pessoas, porque a maioria no acredita em muitas

    verdades, principalmente porque ou descrente da realidade

    espiritual ou, como si acontecer, s confia em si prprio e

    no acredita em nada que venha dos outros.

    Quando Chico Xavier recebeu os livros da srie Nosso Lar, muitos disseram que ele estava obsidiado, pois no

    mundo espiritual no poderia haver rios, fbricas,

    laboratrios, hospitais, universidades, moradias, banheiros

    etc.

    O prprio Andr Luiz um cientista, cujo nome da

    ltima reencarnao ainda objeto de controvrsias.

  • 50

    6.1.1 CIENTISTAS TERRESTRES

    Albert Einstein um Esprito terrestre? E Leonardo da

    Vinci e Isaac Newton?

    Cada Esprito se especializa em determinada rea do

    Conhecimento, que tem, basicamente, quatro vertentes:

    Cincia, Filosofia, Arte e Religio.

    Os cientistas se subdividem em vrias especialidades,

    havendo aqueles encarregados de aperfeioar as espcies,

    outros dedicados aos fenmenos geolgicos e assim por diante,

    como evidente.

    A Natureza, no caso do planeta Terra, o conjunto de

    seres que aqui vivem, inclusive os chamados minerais, que tm, sim, vida. Quando os prezados leitores lerem o item A experincia de Chico Xavier (7.1.1) entendero melhor esta afirmativa.

    No apenas os cientistas tm acesso aos chamados

    segredos da Natureza, mas qualquer pessoa que resolva investir nesse estudo, principalmente os mdiuns, cuja

    percepo espiritual mais apurada e lhes possibilita

    vivenciar experincias inusitadas quando visam realizar o

    Bem, a Caridade, a Fraternidade.

    Chico Xavier e Yvonne do Amaral Pereira, por exemplo,

    divulgaram alguns fenmenos incomuns com o cuidado de

    no falarem tudo que viram e viveram para no serem tidos

    como alucinados, neuropatas ou coisa semelhante. Divaldo

    Pereira Franco outra fonte inesgotvel de informaes desse

    tipo.

  • 51

    6.1.2 CIENTISTAS EXTRATERRESTRES

    Devido desinformao e, at, um certo medo,

    proveniente das vivncias na Idade Mdia europeia, em que

    toda e qualquer ideia mais avanada era punida pelos

    temveis Tribunais do Santo Ofcio, muita gente se sente

    perturbada com a ideia de que h outros planetas habitados e,

    por via de consequncia, que Espritos de outros planetas

    venham ajudar na evoluo da Terra.

    Assim, at muitos espritas ficaram alarmados quando

    Divaldo Pereira Franco falou nas crianas ndigo, que so Espritos muito intelectualizados provenientes de outro

    planeta, os quais reencarnaram na Terra principalmente para

    aperfeioar os genes terrestres a fim de, daqui a algum tempo,

    reencarnarem aqui Espritos de alta hierarquia.

    Tudo isso parece meio surrealista para alguns, mas a

    pura realidade, alis, correspondente ao que Jesus disse h

    dois milnios: Na Casa de Meu Pai h muitas moradas.

    Yvonne do Amaral Pereira, a mdium extraordinria,

    dizia que Wolfgang Amadeus Mozart um Esprito habitante

    de um planeta muito superior Terra e reencarnou aqui para

    impulsionar a Arte da Msica.

    Na atualidade, por exemplo, h uma falange de Espritos

    trabalhando pela evoluo da Terra aqui acampados,

    conforme afirma Manoel Philomeno de Miranda, no seu livro

    Amanhecer de uma Nova Era, psicografado por Divaldo Pereira Franco.

    Estamos vivendo a era em que todas as verdades

    necessrias esto sendo reveladas, a fim de que a transio da

    Terra para mundo de regenerao ocorra, estando as

    criaturas humanas conscientizadas do que so, do que tm

    condies de ser e do futuro maravilhoso que as espera,

    somente dependente da sua vontade de aprenderem o Amor

    Universal. Afinal, Jesus disse: Vs sois deuses; vs podeis fazer tudo que Eu fao e muito mais ainda.

  • 52

    6.2 - ELEMENTAIS

    O que so os elementais seno Espritos que esto

    vivendo a transio para a fase da humanidade? Por que a

    estranheza quanto ao assunto? Ou se acredita na evoluo ou

    no se acredita nela?

    Andr Luiz fala, em Evoluo em Dois Mundos, que entre o vrus ou a bactria e o ser iniciante na fase humana h

    um intervalo temporal de cerca de um bilho e meio de anos:

    ento, isso serve para convencer algum que tenha dvidas

    quanto aos elementais?

    O trabalho desses Espritos compatvel com suas

    possibilidades. Se Jesus disse: "Eu trabalho e Meu Pai tambm

    trabalha esses Espritos estaro isentos de dever de trabalhar, se at os animais, vegetais e minerais trabalham,

    cada um sua moda?

  • 53

    7 OS QUATRO ELEMENTOS

    Os chamados quatro elementos, na verdade, representam os trs estados da matria (slido, lquido e gasoso), passando de um ao outro, nessa sequncia, por

    induo do calor, que provm do fogo. Assim se encadeiam os

    quatro elementos: terra, gua, ar e fogo.

    O surgimento dessa ideia no se deve ignorncia dos

    seres humanos de milnios atrs, mas do conhecimento que

    lhes foi revelado pela Espiritualidade Superior.

    Quem pensa que a Cincia somente comeou a realizar

    grandes descobertas depois da inveno de complicados

    aparelhos, como o computador e outros que o antecederam,

    est enganado, pois, acima de qualquer equipamento material

    est a mediunidade, que possibilita o conhecimento direto das

    realidades do mundo espiritual, de onde promanam todas as

    informaes realmente importantes para a evoluo humana.

    Estudemos, portanto, este tema com o respeito que

    merece e no considerando-o como crendice de pocas

    remotas.

    Agradeamos aos Orientadores Espirituais de todos os

    tempos, pois eles encaminham o progresso individual e

    coletivo dos habitantes do planeta Terra, Governado pelo

    Esprito Puro que Jesus Cristo, a quem rendemos

    homenagens e a quem servimos, em prol da evoluo humana!

  • 54

    7.1 TERRA

    A faixa de terreno onde se erguem as civilizaes desde

    pocas imemoriais representa uma bno divina, pois o

    suporte para a vivncia de todas as experincias societrias,

    de inter-relacionamento humano, bem como o contato com os

    demais seres, durante as reencarnaes.

    No importa que sejamos ricos ou pobres, intelectuais ou

    analfabetos, saudveis ou doentes, o simples fato de termos a

    oportunidade de estarmos periodicamente reencarnados j ,

    por si s, um grande benefcio, pois no mundo dos

    encarnados que consolidamos nossas virtudes e o

    conhecimento das Grandes Verdades aprendidas no mundo

    espiritual: como o aluno que tem de submeter-se a exames

    peridicos, a fim de avaliar o quanto aprendeu e o que ainda

    precisa assimilar.

    O terreno slido o palco dessas vivncias, onde

    aparecemos um sem nmero de vezes, aprendendo e

    ensinando uns com os outros, visando, ao final, assimilar, em

    definitivo, o Amor Universal, que o smbolo da perfeio

    relativa, que apenas Jesus alcanou em grau elevado e que

    mostrou em cada minuto da Sua encarnao na Terra.

    A reflexo que temos a oferecer neste tpico sobre a

    gratido a Deus e ao Divino Governador da Terra por conta

    das oportunidades que nos so dadas neste planeta, formado

    como se constri uma casa, a fim de albergar os filhos muito

    queridos, que tambm uma escola, um hospital, um presdio,

    conforme nossa opo de vida.

    Mas, sempre, a inteno do Pai Celestial e do Sublime

    Governador de que a construo seja uma casa, no sentido

    mais amoroso da palavra.

    Graas!

  • 55

    7.1.1 A EXPERINCIA DE CHICO XAVIER

    Certa feita Chico Xavier estava caminhando pelo quintal

    da sua casa, sentindo na alma uma angstia muito grande,

    quando, ento, lhe aconteceu uma situao surpreendente:

    comeou a ouvir, pela acstica espiritual, os sons

    inarticulados da Terra. A partir da nunca mais a angstia o

    atingiu, porque entendeu no estar sozinho.

    Para quem j atingiu um grau de Amor Universal como

    Chico Xavier e Francisco de Assis, a percepo da presena

    de todas as criaturas de Deus ao seu redor, vibrando e

    permutando energia, umas sustentando as outras, nunca

    existe solido, depresso, tristeza intransponvel, dio,

    averso, frieza moral e, portanto, razo para pensamentos,

    sentimentos e atitudes negativas.

    Veja-se porque se afirma que h vida em todos os pontos

    do Universo: tudo tem vida, tudo vibra, tudo irradia energia,

    tudo se comunica, tudo importante para merecer ateno,

    contanto que se tenha olhos de ver e ouvidos de ouvir.

    necessrio abrir o corao e a mente para a Criao, a

    qual transmite a Voz de Deus para cada alma! Deus se

    comunica com umas criaturas atravs das outras, porque Ele,

    como Bom Pai, quer que uns filhos valorizem os outros. A

    parbola do servo infiel mostra claramente isso.

    Ouvir os sons inarticulados da Terra: nonilhes ou mais

    de molculas, que, na verdade, so conjuntos de tomos, que

    nada mais so que energia pulsante, vibrante, tudo isso emite

    sons perceptveis para os Espritos Superiores, que interagem

    com essas energias vivas.

    Jesus disse: Vs sois deuses; vs podeis fazer tudo que Eu fao e muito mais ainda.: procuremos conhecer a Me Natureza e, gradativamente, penetraremos, com a percepo espiritual, essas correntes invisveis de energia e

    interagiremos com elas.

  • 56

    7.2 GUA

    Sem necessidade de repetir que a maior parte da

    superfcie terrestre coberta pela gua dos oceanos e que

    cerca de 65% do corpo humano composto de gua, ela

    mais importante para a vida dos seres humanos que o prprio

    ar, pois que j habitamos o seio dos oceanos, onde

    respirvamos a gua.

    A vida dos seres terrestres comeou no seio dos oceanos,

    como se sabe: a importncia da gua vital.

    Sua simbologia valorizada desde tempos imemoriais,

    inclusive podendo-se destacar o prprio batismo de Jesus com gua.

    Tanto quanto a energia que se irradia dos elementos

    slidos do solo, a potncia energtica que pode ser veiculada

    pela gua incalculvel.

    Jesus poderia ter simplesmente pego um pouco de terra e

    esfregado nos olhos do cego, para cur-lo, mas acrescentou a

    gua contida na Sua saliva.

    Outras consideraes teceremos adiante sobre a gua, a

    qual existe, inclusive, no mundo espiritual, conforme se pode

    ver no livro Nosso Lar, de Andr Luiz.

    Aprendamos a utilizar a gua com conhecimento do que

    ela representa e no como um mero lquido para ser ingerido

    nos momentos de sede, para lavar os objetos ou o prprio

    corpo e outras finalidades puramente materiais.

    No meio esprita utiliza-se a gua fluidificada como potente meio de cura, o que, por si s, j um indicativo do

    quanto ela importante.

    Conhecer os variados recursos da gua representa o

    estudo de uma vida inteira e, assim mesmo, chega-se mesma

    concluso de Scrates: S sei que nada sei.

  • 57

    7.2.1 CORRENTES MARTIMAS

    Por que existem as correntes martimas? O que as

    provoca? Qual sua utilidade? Nada no planeta intil e, quando lemos as informaes de Emmanuel sobre a formao

    da Terra, podemos ter certeza de que tudo foi planejado nos

    mnimos detalhes.

    Por isso, devemos agradecer pelas benesses da vida como

    encarnados, sejam quais forem as condies externas em que

    vivamos, pois s de algum estar encarnado j tem por que

    agradecer.

    A fila dos candidatos reencarnao grande, sabendo-

    se que o nmero de desencarnados cerca de dez vezes maior

    que a dos encarnados.

    Pensemos, tambm, que, por trs dos fenmenos da

    Natureza, h trabalhadores invisveis dos mais variados graus

    evolutivos e que tais fenmenos no se processam ao acaso,

    aleatoriamente. Respeitemos, portanto, a Natureza, pois ela

    segue os melhores e mais teis referenciais.

    Apenas para fazermos um pouco de humor, lembremos a

    jocosa historieta de Monteiro Lobato intitulada O Reformador do Mundo, que, insatisfeito e arrogante, fez a abboda nascer em rvores altas e acabou recebendo uma

    terrvel pancada quando uma delas caiu em sua cabea...

    Valorizemos a Natureza como ela e sigamos seus ciclos

    e, assim, viveremos felizes, como Scrates ensinava.

    Graas!

  • 58

    7.2.2 CHUVA

    A bno que a chuva representa entendida por todos

    aqueles que rezam sua espera, vitimados pela estiagem.

    Enquanto h quem se aborrea porque prefere um dia

    ensolarado h outros que danam na chuva, rindo e cantando

    de alegria.

    Agradecer preciso pela chuva que a Espiritualidade

    Superior providencia, inclusive utilizando o trabalho dos

    elementais, pois as chuvas representam o trabalho de seres

    especialistas e no mero fenmeno mecnico da Natureza.

    Graas!

  • 59

    7.2.3 OS CURSOS DGUA

    Tanto quanto necessrio que haja guardas de trnsito e

    policiais nas ruas das nossas cidades, preciso que os cursos

    dgua tenham seus cuidadores, bem como todas as demais utilidades.

    Graas igualmente!

  • 60

    7.2.4 BANHO

    Andr Luiz informa sobre a bno que o banho

    representa para a limpeza da aura e no apenas para a

    higienizao