A MATEMATICA DOS ORNAMENTOS E A CULTURA ARICA · da por duas retas paralelas; ... de uma regiao...

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, A MATEMATICA DOS ORNAMENTOS E A CULTURA ARICA Rodney C. Bassanezi Maria Salett B. Faria UNICAMP Como analisar matematicamente a arte decorativa? Havera rela~c5es entre a historia de um povo e a matematica de sua arte decorativa? Em 1986, 0 professor Rodney Bassanezi participou de um congresso de Analise Matematica em uma universidade do Chile. La, ele p6de apreciar 0 povo da singular regiao de Arica e as riquezas de sua arte. Voltando ao Brasil, ele encontrou na professora Salett Faria uma interlocutora entusiasmada. De infcio, analisaram matematicamente a arte decorativa de Arica e discutiram a hist6ria de suas relal;oes com a matematica. Este artigo foi 0 primeiro resultado do contato com a arte de um povo ea matematica dessa arte. ) ;'ld estilizada de condor (aproximadamente do seculo XII)

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,A MATEMATICA DOS ORNAMENTOS E

A CULTURA ARICARodney C. BassaneziMaria Salett B. Faria

UNICAMP

Como analisar matematicamente a arte decorativa?Havera rela~c5es entre a historia de um povo e a matematica de sua arte

decorativa?

Em 1986, 0 professor Rodney Bassanezi participou de um congresso de Analise Matematicaem uma universidade do Chile. La, ele p6de apreciar 0 povo da singular regiao de Arica e asriquezas de sua arte.

Voltando ao Brasil, ele encontrou na professora Salett Faria uma interlocutora entusiasmada.De infcio, analisaram matematicamente a arte decorativa de Arica e discutiram a hist6ria desuas relal;oes com a matematica. Este artigo foi 0 primeiro resultado do contato com a arte de umpovo e a matematica dessa arte.

)

;'ldestilizada de condor (aproximadamente do seculo XII)

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A regiioArica e uma regiao situada no extremo norte

do Chile fazendo limite com 0 Peru, a Bolivia eoOceano Pacifico. Podemos dividi-Ia em tras areasecol6gicas: a costa, a serra e a puna.

A costa e uma faixa de apenas 60km de largu-ra, em geral bastante arida e quente, apesar dooceano gelado. A serra e a parte central do territ6-rio, ocupada por um macic;o montanhoso da cordi-Iheira dos Andes. Faz muito frio na serra mas,como ocorrem chuvas, ha alguma vegetac;ao adap-tad a a altitude. Avanc;ando para 0 interior, chega-sea puna, com altitude media de 4 OOOme noites taogeladas que impedem 0 crescimento de qualquertipo de planta.

Essa singular regiao de Arica, apesar do climain6spito e dos eventuais terremotos, foi ocupadapelo homem ha cerca de 10 000 anos. Seu povoadaptou-se harmoniosamente aos parcos recursos,conseguindo tirar 0 sustento do mar e da dificilagricultura. Em Arica, as pessoas parecem amar aterra e viver intensamente cad a dia.

Os grupos humanos que viveram na costa,serra e puna, at raves de um intercambio permanen-te e secular, produziram como sintese uma culturabastante expressiva. As primeiras manifestac;6esdessa cultura antecedem a construc;ao das pirami-des do Egito. E mesmo a chegada dos espanh6is,em 1535, nao impediu que ainda hoje encontremostrac;os da cultura Arica no artesanato e nos costu-mes dos habitantes do lugar.

A arte da regiioNa cultura Arica destacou-se a arte do tecido.

A func;ao do tecido ia muito alem da protec;aocontra 0 clima desfavoravel. Ele estava intimamen-te relacionado com a posic;ao economica, social,politica e, principalmente, religiosa das pessoasdaquela sociedade. Isso se reflete nas vestimentase adornos, na qualidade dos tecidos, em suas corese desenhos.

No museu San Miguel de Azapa, da Universida-de de Tarapaca, encontramos tecidos de todos osperfodos da cultura Arica. Sao fragmentos de man-tas, gorros, bolsas, adornos em cores vivas e dese-nhos variados. Ha indicios de que essa variedadereflete a diversidade dos grupos etnicos que habi-taram a regiao.

Os tipos de desenhos dos tecidos sac caracte-risticos de epocas hist6ricas determinadas, pois,como toda forma de arte, ados tecidos de Aricatambem passou por uma evoluc;ao hist6rica.

Portanto, elementos de uma estrutura social,particularidades etnicas e epocas hist6ricas, tudopode ser visto em uma simples pec;ade tecido. Masha ainda um pouco mais.

Como veremos adiante,e possivel classificar ostecidos a partir de um estudo matematico de seusdesenhos. E a partir dai que podemos ver umpouco mais e levantar quest6es como estas: haverarelac;ao entre as etapas culturais de um povo e 0tipo matematico dos ornamentos utilizados em seuartesanato? Sera possivel visualizar a influancia de

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uma cultura sobre outra analizando matematica-mente seus ornamentos?

As respostas a essas quest6es nao sac simplese, neste artigo, ficarao incompletas. Vamos, noentanto, apontar algumas caracteristicas matema-ticas dos ornamentos de Arica e relaciona-Ios comcada epoca hist6rica. Para isso, antes precisamosesclarecer 0 conceito matematico de ornamentoplano e mostrar como e possivel estuda-Io.

Na decorac;ao de paredes, nos pisos ladrilha-dos, nas estampas dos tecidos, nas grades dasjanelas e em diversos outros lugares, e frequenteencontrarmos ornamentos pianos construfdos apartir de uma figura (motivo) que se repete.

Na matematica, consideramos tn3s tipos deornamentos como esses:- as barras decorativas, nas quais 0 motivo serepete indefinidamente, dentro de uma faixa limita-da por duas retas paralelas;

Barra decorativa extrafda de urn vasa grego de antesde Cristo

- os mosaicos, nos quais 0 motive se repete demaneira a recobrir 0 plano todo;

- as rosetas, nas quais a repetic;ao ocorre dentrode uma regiao limitada do plano.

Consideramos os motivos repetidos como fi-guras planas congruentes (ou seja, de medidasiguais)que ocupam posic;6es distintas. Isto equiva-Ie a fazer desenhos em posic;6es diferentes a partirde um mesmo mol de.

Consideramos ainda que a figura passa deuma posic;ao para outra atraves de um movimentoque nao a deforma. Aparentemente, esses movi-mentos podem ocorrer de infinitas maneiras. Noentanto, matematicamente ha apenas quatro movi-mentos basicos e qualquer outro movimento podeser decomposto nesses quatro movimentos. Va-mos descrever resumidamente cada um deles.

Um primeiro movimento basico e a translaf;io.Nesse caso, a figura desliza sobre uma reta s.Todos os pontos da figura percorrem segmentosparalelos de mesmo comprimento.

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Na proxima ilustrac;:ao encontramos um segun-do movimento basico: a rotacrio. A figura toda giraum certo angulo em torno de um ponto 0 (quepode ou nao pertencer a figura). Todos os pontosda figura percorrem arcos de circunferencias comcentro em 0 e todos esses arcos correspond em auma mesma medida de angulo.

oa b c

Considere a roseta da figura (a). Apos umarotac;:ao de 20°, esse ornamento nao permaneceigual, pois muda de posic;:ao,como vemos na figura(b). Mas, se a roseta sofrer uma rotac;:ao de 90°,como na figura (c), ela "cai" sobre si mesma per-manecendo igual ao que era. Portanto, uma dassimetrias desse ornamento e produzida por umarotac;:aode 90° (1).

Vejamos outro exemplo.

o movimento ilustrado a seguir e um poucomais diffcil de explicar. Neste caso, podemos ima-ginar que a figura foi refletida pela reta e, a qualfunciona como um espelho. A figura obtida nachegada corresponde a imagem especular da figu-ra inicial. Este movimento e chamado reflexio. 0eixo e da reflexao pode ou nao interceptar a figura.Esse eixo e a mediatriz de cada segmento determi-nado por um ponto da figura inicial e seu corres-pondente na figura obtida no final.

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(b)

Considere a barra decorativa da figura (a), semesquecer que, matematicamente, ela e uma figurailimitada. a direita e a esquerda. Assim, percebe-mos que se ela sofrer uma translac;:ao de compri-mento x sobre a reta s, ela permanecera igual, pois"cai" sobre si mesma. (Note que uma translac;:ao decomprimento x/2 ja nao teria 0 mesmo efeito, comomostra a figura (b).) Portanto, uma das simetriasdessa barra e produzida pela translac;:ao de compri-mento x , sobre a reta s.

Como ultimo exemplo. considere 0 mosaico dafigura (a). Lembre-se que devemos imagina-Io semlimites, estendendo-se por todo 0 plano. Com essa

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e e mediatriz de AA'Finalmente, consideremos 0 movimento com-

posta por uma reflexao de eixo e e uma translac;:aocom direc;:aoe, tambem. Esse movimento e chama-do translacrio refletida (ou reflexao transladada).

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Agora, ja conhecemos os movimentos que pro-duzem a repetic;:ao dos motivos das barras, mosai-cos e rosetas. Podemos entao passar a etapa finalda analise matematica de um ornamento. Isto e,dado um ornamento, devemos descobrir quais mo-vimentos estao presentes nele.

Fazendo isto, estamos determinando as sime-trias do ornamento. Na matematica, dizemos queum ornamento possui simetria quando. aplicando aele algum dos movimentos basicos, ele permaneceigual ao que era antes do movimento. Para enten-der isso, vamos ver exemplos.

(1) A palavra simetria costuma ser utilizada apenas re-ferindo-se as reflex6es. Note que estamos usando essapalavra com um sentido bem mais amplo.

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condi9ao, encontramos aqui simetrias produzidasde varias maneiras. As simetrias produzidas portransla90es sac as mais imediatas. Por exemplo, seo mosaico deslizar horizontalmente um compri-mento x(transla9ao horizontal) ou deslizar vertical-mente um comprimento y (transla9ao vertical) ve-mos que ele permanece igual.

Mas temos ainda simetria produzida por trans-la9ao refletida. Para visualizar essa transla9ao re-fletida, mostramos na figura (b) um trecho de mo-saico que deslizou um comprimento y/2 para baixo.Agora, com a reflexao de eixo 8,0 mosaico voltara aficar igual ao que era antes.

Agora dispomos de informa90es suficientespara uma classifica9ao matematica dos ornamen-tos. Podemos observar quais as simetrias que umornamento contem e verificar como foram produzi-das, ou seja, podemos estabelecer quais os movi-mentos que as produziram.

Podemos ainda falar sobre ornamentos demaior ou menor complexidade: quanto maior aquantidade de simetrias de um ornamento, maior ea sua complexidade.

A matematiea dos ornamentosna hist6 ria de Ariea

Voltemos aos ornamentos da cultura Arica pa-ra analisar alguns exemplos relacionando-os comsua epoca historica. Nessa analise, nao levaremosem conta as cores.

o perfodo arcaico (8000 a. C. - 1 000 a. C.)Nessas epocas remotas, a regiao obrigava uma

sociedade de pescadores (na costa) e ca9adores(na serra). Uma agricultura rudimentar surgiu naserra, apenas no final do periodo, quando ocorreuum certo aumento da popula9ao.

Por cerca de 4 000 anos permaneceu a praticada mumifica9ao indicando que 0 povo de Aricadominou esta tecnica antes mesmos dos egipcios.

Nesta fase, a tecelagem ainda nao havia nasci-do. Os adornos, tang as, mantos etc. eram feitos depenas e fibras vegetais.

o perfodo formativo (1 000 a. C. - 300 d. C.)Nesse perfodo, desenvolve-se a agricultura e

surgem as primeiras aldeias. E quando aparecemos tecidos e seus motivos ornamentais. Aparecemtambem as ceramicas, mas sem ornamentos.

Os ornamentos predominantes nos tecidoseram as rosetas e as barras dos gorros e mantas.Esses ornamentos eram bastante simples, tanto emrela9ao aos motivos, quanta em rela9ao as sime-trias. Estas eram produzidas, nas barras, por trans-la90es e reflexoes perpendiculares a dire9ao datransla9ao e, nas rosetas, por reflexoes. Vemosabaixo um exemplo tipico.

Roseta do per(odo formativo. Desenho dofragmento de uma manta

Nesta roseta, a (mica simetria e a reflexao deeixo vertical v. 0 lade direito da roseta e refletidono esquerdo e vice-versa.

o perfodo Tiwanaku (300-1100)A sociedade de Arica continua progredindo.

Expande-se a agricultura, intensifica-se 0 inter-cambio entre os habitantes da costa, da serra e dapuna.

Na arte, observa-se que as ceramicas ganhamornamentos e cores. Os tecidos, em geral feitosdos pelos dos Ihamas e das alpacas (2), ganhamcores vivas, motivos ornamentais mais elaboradose simetrias mais complexas.

Nas rosetas encontramos simetrias produzidaspor rotac;:oes; nas barras, alem das translac;:oes ereflexoes do periodo anterior, temos agora reflexaocom eixo na dire9ao da translac;:ao. Observemos,por exemplo, a barra da figura a seguir. Temos trastipos de simetria: uma produzida pela translac;:aoindicada pela flecha; outra produzida pela reflexaode eixo horizontal; uma terceira produzida pelareflexao de eixo vertical.

Barra do periodo Tiwanaku. Desenho do detalhede um gorro

No periodo Tiwanaku aparecem ainda os mo-saicos, dos quais mostramos um exemplo a seguir.

(2) Os_lhamas SaD animais t(picos da regiao: fornecemleite e la,alem de servirem de montaria. As alpacas pa-recem-se com os Ihamas, mas SaD urn pouco menores.

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Mosaico do perfodo Tiwanaku.Fragmento de uma tela de Iii.

Neste mosaico, uma das simetrias e produzidapor rotac;:6es de 90° em torno de seu centro.

o perfodo de desenvolvimento regional(1 100-1 470).

as historiadores assinalam nessa epoca umgrande aumento populacional na costa e conflitosentre os habitantes da costa e das regi6es altas.

Mas a arte vai se tornando mais rica ainda,como pod emos ver nos ornamentos de ceramicas etecidos. Eis um belo exemplo: 0 mosaico da ilustra-c;:aoe extremamente elaborado e as mudan9as decolorac;:ao aumentam sua complexidade visual.Destacamos 0 motivo do mosaico e uma das sime-trias, produzida por uma rotac;:ao de 180°.

Mosaico do perfodo de desenvolvimento regional.Decorat;ii.o de uma balsa de Iii.

Nesse perfodo, 0 use de figuras estilizadas deanimais, especial mente 0 condor (passaro - sim-bolo dos Andes), torna-se frequente. Do ponto devista matematico, chama a atenc;:ao 0 aparecimentode simetrias produzidas por translac;:6es refletidas,aumentando a complexidade dos ornamentos.

o perfodo inca (1470 - 1535)

Em 1 470,0 Imperio Inca domina a regiao e trazconsigo sua bem estruturada organizac;:ao social,politica e econ6mica. Muitos camponeses incasestabelecem-se em Arica, trazendo novas tecnicasde ceramica e tecelagem.

Esta transformac;:ao profunda pode ser visual i-zada tambem na arte do tecido. Por um lado, astecnicas de tecelagem introduzidas pelos incas sacmais avanc;:adas; por outro lado, em termos deriqueza e complexidade, nao se nota evoluc;:ao nosornamentos.

Mosaico do perfodo inca. Decorat;ii.o de umabolsa de Iii.

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Aqui, aparecem translac;;oes refletidas e reflexoes.As translac;;oes refletidas podem indicar um altograu de desenvolvimento na arte dos ornamentos.No entanto, 0 mosaico apresentado e bem menosrico que os exemplos encontrados no perfodo an-terior.

Na verdade, 0 exame de varios outros exem-plos do perfodo Inca revela uma grande similarida-de com os ornamentos do periodo Tiwanaku: hamotivos parecidos e as simetrias predominantessac as mesmas. Em resumo, do ponto de vistaartistico (e matematico) 0 perfodo Inca parece re-presentar uma involuc;;ao.

Por que isso teria ocorrido? Seria por queforam introduzidas novas tecnicas? Ou por que aarte dessa epoca e a arte de um povo dominado?Estas questoes ficam para os historiadores.

As conclusoesNeste artigo, examinamos a matematica dos

ornamentos em geral e destacamos os ornamentosde uma sociedade bem distante da nossa. Fizemosum estudo incompleto de nosso tema, mas acredi-tamos ter mostrado significativas relac;;oesentre 0desenvolvimento cultural de um povo e a matemati-ca de seus ornamentos. Acreditamos ainda que,aprofundando este tipo de estudo, deve ser possi-vel obter conclusoes mais fortes e surpreendentes.

Os ornamentos aqui e agoraNo entanto, ao escrever este artigo nao tive-

mos apenas intenc;;oes de natureza hist6rica ouarqueol6gica.

A matematica e os ornamentos que estavampresentes na cultura de Arica e de outros povosdo passado continuam nos acompanhando hoje emdia. 0 leitor pode encontrar arte ornamental logoao despertar: e s6 observar as ramagens de len90ise toalhas de rosto. Alem disso, as rota90es, transla-90es e reflexoes dos ornamentos sac cada vezmais estudadas. Sabe-se que e possivel construirtoda a Geometria Plana, que faz parte dos currfcu-los de 7" e 8" series, a partir de rota90es, transla-90es e reflexoes. E muito especialistas supoem queseja esse 0 caminho mais eficaz e interessante parao ensino da Geometria.

Estas ideias revelam as segundas intenc;;oesdeste artigo: atrair professores de matematica paraum tema novo, importante, repleto de situac;;oesatraentes.

Alguns terao sua curiosidade despertada parao estudo dos movimentos das figuras planas, paraa analise dos ornamentos e suas simetrias e leva-rao esses temas a sala de aula. Com isso, ficaremosfelizes.

Dissemos que este artigo foi um primeiro resu/-tado das conversas e reflexoes dos professoresRodney e Sa/ett sobre a arte de Arica.

Tudo isso teve uma continuay8.o: a professoraSa/ett /evou a sa/a de au/a 0 estudo dos movimen-tos e a construy8.o de ornamentos, obtendo apren-dizado matematico e rea/izayoes artisticas.

Mas esta e uma hist6ria que fica para umDr6ximo numero desta revista.

Maringa (PR), cidade bela e acolhedora, foi a sededo 2° Encontro Nacional de Educayao Matematica (2°ENEM), no mes de jaheiro deste ano. Cerca de 1.200professores,pesquisadores e interessados em educac;:aomatematica reuniram-se para 60 minicursos e 200comu-nicac;:6escientificas, alt~mde palestras e mesas-redon-das que debateramos temas mais importantes da educa-c;:aomatematica desde a pre-escola ate 0 3° grau. Aorganizac;:ao,praticamente perfeita, esteve a cargo daUniversidade Estadual de Maringa.

Alem da qualidade cientlfica do acontecimento, este

2° ENEM deixou mais uma marca: a fundac;:aoda Socie-dade Brasileira de Eduyac;:aoMatematica (SBEM).A pri-meira diretoria da SBEM foi eleita por aclamayao e ecomposta pelos professores Nilza Bertoni (UnB/RN -secretaria-geral), Cristiano Alberto Muniz (UFRN/RN),Antonio Pinheiro Araujo (UFRN/RN),Tadeu Oliver Gon-c;:alves(UFPAlPA)e Daniel de F. Barbosa (UEM/PR).Sevoce quiser entrar em contato com a SBEM,escrevaparaProf" Nilza Bertoni - UnB - Depto. de Matematica -CAMPUS UNIVERSITAAIOS- Brasilia OF- 70910.

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