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A melhoria de vida propiciada pelos avanços tecnológicos não é nada fácil mas retroceder pode ser mais difícil ainda.

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O mal funcionamento de um único componente pode levar à falha de todo um conjunto - algo bem mais presente nos sistemas artificiais do que nos naturais. Diminuir essa diferença é um dos grandes desafios da ’tecnologia’.

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“O livro não enguiça” – Millôr Fernandes

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Uma das grandes dificuldades do homem é lidar com realidade e representação

O uso intensivo de tecnologias, e mais ainda das tecnologias da informação, exacerbam o uso da representação em detrimento do contato direto com a realidade

Se informar ou estar informado sobre uma dada realidade não é conhecê-la – a alienação pode estar sendo codificada.

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Sem dúvida que os avanços tecnológicos tornaram o transporte sobre os trilhos não só mais rápido e confortável mas também mas seguro apesar do maior potencial de risco associado ao aumento de velocidade. No entanto, apesar de todas melhorias no funcionamento do trem sua estrutura (‘idéia’ ou conceito de transporte) continua o mesmo.

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O homem usava a régua de cálculo (ferramenta) para calcular – ele calculava. Depois passou a operar a calculadora (máquina), e é ela que calcula. E agora o homem programa o computador (automata), que calcula sem precisar ser operado.

Para que o computador calcule para o homem ele precisa de algoritmos que não produz. O homem precisa do vegetal para se alimentar e sobreviver, porque não é próprio do homem se alimentar do sol. Para o homem o algoritmo é algo que lhe é próprio, próprio de sua natureza.

O computador precisa do homem porque o homem não pode lhe dar algo que lhe seja próprio, produzir algoritmos. Na verdade, o computador poderá até vir a produzir os seus próprios algoritmos para servir ao homem, mas não a necessidade de produzi-los, e muito menos servir ao homem – porque a necessidade continua sendo aquela do homem.

A tecnologia não nos livra de nossas (reais) necessidades – elas nos são próprias.

Por esta razão disse John von Neumann – “o computador não joga, apenas computa a próxima jogada”. Embora, do ponto de vista computacional, tenha sido um senhor feito para o Deep Blue vencer o duelo com Kasparov, tudo não passou da execução de mais um algoritmo entre tantos outros, Para jogar verdadeiramente o computador teria que ter a necessidade de jogar – e isso não podemos lhe dar..