A Mímica Corporal Dramática

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A Mímica Corporal Dramática foi desenvolvida pelo artista francês Étienne Decroux (1898-1991), conhecido como o pai da mímica moderna e de grande influência no teatro contemporâneo. Em 1941 abriu sua própria escola de mímica corporal, trabalhando sobre a análise do corpo desconstruindo-o e reconstruindo-o em três dimensões, inspirando-se em estátuas gregas e do escultor Auguste Rodin. A Mímica Corporal Dramática é basicamente uma técnica voltada para a criação de um corpo expressivo transportando a essência do drama ao movimento, viabilizando a criação de "metáforas visuais", que não deve ser confundida de modo algum com os exercícios de recriação de objetos e ilusões (paredes, cordas, escadas), erroneamente associada ao conceito da técnica. Decroux sintetizou uma gramática corporal própria, um estudo profundo do movimento, suas possíveis significações, correlações com o espaço, articulações e outros corpos, estudos das intenções e intensidades e controle da sua dinâmica, tudo dentro de uma técnica independente, dando ao movimento corporal autonomia como forma de expressão e linguagem e, lamentalmente, força dramática expressiva ao intérprete, elementos pelos quais ele representa situações, emoções, impressões, sensações, sem compromisso algum com a mera cópia da realidade.

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Étienne Decroux

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A Mímica Corporal Dramática foi desenvolvida pelo artista francês Étienne Decroux (1898-1991), conhecido como o pai da mímica moderna e de grande influência no teatro contemporâneo. Em 1941 abriu sua própria escola de mímica corporal, trabalhando sobre a análise do corpo desconstruindo-o e reconstruindo-o em três dimensões, inspirando-se em estátuas gregas e do escultor Auguste Rodin. A Mímica Corporal Dramática é basicamente uma técnica voltada para a criação de um corpo expressivo transportando a essência do drama ao movimento, viabilizando a criação de "metáforas visuais", que não deve ser confundida de modo algum com os exercícios de recriação de objetos e ilusões (paredes, cordas, escadas), erroneamente associada ao conceito da técnica. Decroux sintetizou uma gramática corporal própria, um estudo profundo do movimento, suas possíveis significações, correlações com o espaço, articulações e outros corpos, estudos das intenções e intensidades e controle da sua dinâmica, tudo dentro de uma técnica independente, dando ao movimento corporal autonomia como forma de expressão e linguagem e, lamentalmente, força dramática expressiva ao intérprete, elementos pelos quais ele representa situações, emoções, impressões, sensações, sem compromisso algum com a mera cópia da realidade.