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¹Pós-graduando em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais ²Orientador A mobilização do tecido mole associado à hidroterapia no tratamento da fibromialgia Walmir Blair Cavalcante Sobrinho¹ [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia² Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais Faculdade Ávila RESUMO O presente artigo de conclusão da Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais, com tema A mobilização do tecido mole associado à hidroterapia no tratamento da fibromialgia” trata de um assunto que envolve a comunidade de Fisioterapia. A fibromialgia é uma síndrome reumática, caracterizada por dor difusa com distribuição somática nos quatros quadrantes do corpo e a presença de dor em pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos anatomicamente padronizados. De caráter totalmente bibliográfico este estudo descreverá sobre a hidroterapia, a definição de fibromialgia, e a relação da mobilização com o tratamento da mesma. Palavras-chave: Fibromialgia; Hidroterapia; Mobilização. 1. Introdução Segundo Alambert e Martinez (2003), a fibromialgia atinge no Brasil cerca de 10% na população, com influência de fatores sócio-econômicos. A causa da síndrome da fibromialgia é desconhecida, mas há evidências de vínculo com a regulação de determinadas substâncias do SNC, (serotonina e noradrenalina). As afecções musculoesqueléticas tendem a ser secundárias às alterações centrais da modulação da dor e com predisposição genética, principalmente em gêmeos idênticos, traços de personalidade herdados. O principal sintoma da Fibromialgia é dor difusa, isto é, por todo o corpo, migratória, com 11 de 18 pontos-gatilhos ativados. Tal dor (acúmulo de tensão em diferentes partes do corpo) é causada por uma diminuição no limiar para dor (CHAITOW, 2002). O presente estudo tem como objetivo realizar, através de revisão bibliográfica, à análise da mobilização dos tecidos moles associado a hidroterapia como método de tratamento da fibromialgia. Calcula-se que a fibromialgia seja a terceira maior causa que levaria um indivíduo a procurar um reumatologista (ROSA FILHO, 2004). A fibromialgia é uma patologia sem cura, onde tendo como objetivo de tratamento o alívio dos sintomas e possui poucas opções para o tratamento. Vendo essa realidade, que optou-se por uma terapia alternativa para o tratamento da fibromialgia. 2. Fibromialgia Segundo Marks; Assunpção e Matsutani (2006), em 1824, Balfour denominou como reumatismo muscular um processo inflamatório no tecido conjuntivo responsável pela dor, sendo que, em 1841, Valleix acrescentou a presença de pontos musculares hipersensíveis à palpação e dor irradiada.

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¹Pós-graduando em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais ²Orientador

A mobilização do tecido mole associado à hidroterapia no tratamento

da fibromialgia

Walmir Blair Cavalcante Sobrinho¹

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia²

Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais – Faculdade Ávila

RESUMO

O presente artigo de conclusão da Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com

Ênfase em Terapias Manuais, com tema “A mobilização do tecido mole associado à

hidroterapia no tratamento da fibromialgia” trata de um assunto que envolve a comunidade

de Fisioterapia. A fibromialgia é uma síndrome reumática, caracterizada por dor difusa com

distribuição somática nos quatros quadrantes do corpo e a presença de dor em pelo menos

11 dos 18 pontos dolorosos anatomicamente padronizados. De caráter totalmente

bibliográfico este estudo descreverá sobre a hidroterapia, a definição de fibromialgia, e a

relação da mobilização com o tratamento da mesma.

Palavras-chave: Fibromialgia; Hidroterapia; Mobilização.

1. Introdução

Segundo Alambert e Martinez (2003), a fibromialgia atinge no Brasil cerca de 10% na

população, com influência de fatores sócio-econômicos.

A causa da síndrome da fibromialgia é desconhecida, mas há evidências de vínculo com a

regulação de determinadas substâncias do SNC, (serotonina e noradrenalina). As afecções

musculoesqueléticas tendem a ser secundárias às alterações centrais da modulação da dor e

com predisposição genética, principalmente em gêmeos idênticos, traços de personalidade

herdados.

O principal sintoma da Fibromialgia é dor difusa, isto é, por todo o corpo, migratória, com 11

de 18 pontos-gatilhos ativados. Tal dor (acúmulo de tensão em diferentes partes do corpo) é

causada por uma diminuição no limiar para dor (CHAITOW, 2002).

O presente estudo tem como objetivo realizar, através de revisão bibliográfica, à análise da

mobilização dos tecidos moles associado a hidroterapia como método de tratamento da

fibromialgia.

Calcula-se que a fibromialgia seja a terceira maior causa que levaria um indivíduo a procurar

um reumatologista (ROSA FILHO, 2004).

A fibromialgia é uma patologia sem cura, onde tendo como objetivo de tratamento o alívio

dos sintomas e possui poucas opções para o tratamento. Vendo essa realidade, que optou-se

por uma terapia alternativa para o tratamento da fibromialgia.

2. Fibromialgia

Segundo Marks; Assunpção e Matsutani (2006), em 1824, Balfour denominou como

reumatismo muscular um processo inflamatório no tecido conjuntivo responsável pela dor,

sendo que, em 1841, Valleix acrescentou a presença de pontos musculares hipersensíveis à

palpação e dor irradiada.

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Em 1904, o termo fibrosite foi proposto por Gowers, para designar as síndromes dolorosas

sistêmicas, ou regionais, que cursavam com aumento da sensibilidade músculo-esquelética,

com manifestações inflamatórias, acompanhadas de fadiga e distúrbios do sono.

Nos anos de 1930 foi dado por A. H. Rowe um novo nome a atual fibromialgia, denominada

de toxemia alérgica devido ao fato de estar associada à fadiga, náuseas, cefaléia, sonolência

confusão mental, lentidão do raciocínio, e outros sintomas (LEON, 2002).

Em 1940, foi acrescentado ao termo fibrosite, por Collins, a seguinte definição: um estado

doloroso agudo, subagudo ou crônico de músculos, tecidos subcutâneos, ligamentos, tendões

e aponeuroses.

Smythe e Moldofsky, em 1977, caracterizaram por dor generalizada a presença de pontos

dolorosos à dígito-pressão em várias regiões do corpo, fadiga e distúrbio do sono (TEXEIRA;

FIGUEIRÓ, 2001).

Em 1990, o Colégio Americano de Reumatologia publicou um estudo realizado em 16 centros

especializados localizados nos Estados Unidos e no Canadá, que foi conduzido por um

período de 4 anos, envolvendo 293 pacientes com fibromialgia e 265 controles, os quais

apresentavam condições clínicas facilmente confundíveis com a fibromialgia (WOLFE et al,

1990).

Após análise desta pesquisa, foram propostos que a presença de queixas dolorosas, por um

período maior que três meses, com distribuição somática nos quatros quadrantes do corpo e a

presença de dor em pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos anatomicamente padronizados,

constituindo a fibromialgia.

A palavra fibromialgia é derivada do latim fibro (tecido fibroso, ligamentos, tendões fáscias)

e do grego mio (tecido muscular), algos (dor) e ia (condição); sendo assim, é definida como

uma condição de dor que atinge ligamentos, tendões e músculos.

Define-se fibromialgia como uma síndrome reumática, caracterizada por dor difusa, referida

nos ossos, músculos, tendões e fáscias, de caráter crônico, e que apresenta pontos muito

dolorosos à palpação em locais predeterminados chamados “pontos dolorosos ou tender

points” (GASHU et al, 2001).

Segundo Prado, Ramos e Valle (2001), fibromialgia é definida como síndrome de dor crônica

e difusa pelo corpo; de maneira característica ao exame físico observam-se pontos muito

dolorosos à palpação, em locais anatômicos pré-determinados (tender points).

De acordo com Wolfe et al (1990), a síndrome é decorrente da aplicação de critérios de

classificação desenvolvidos pelo Colégio Americano de Reumatologia, onde são utilizadas

duas variáveis: 1) dor generalizada crônica (com mais de três meses de duração) e 2) dor à

palpação em pelo menos 11 de 18 locais específicos do corpo (pontos dolorosos).

Conforme Snider (2000), a fibromialgia é um distúrbio músculo-esquelético não - articular e

não-inflamatório caracterizado por dor e fadiga musculares generalizadas; contudo, as

articulações são preservadas. São comuns rigidez e distúrbio do sono; mulheres entre os 20 e

60 anos de idade então em maior risco. Keiserman (2001) considera a fibromialgia como

síndrome devido ao número de sintomas e não por ser má função específica.

A fibromialgia afeta, aproximadamente, oito vezes mais mulheres do que homens,

provocando impacto negativo sobre a qualidade de vida e atividades da vida diária dos seus

portadores (WHITE et al, 1999).

Segundo Goldman e Bennett (2001) a fibromialgia atinge, com predominância, as mulheres,

numa razão 9:1 em comparação com os homens. Sendo detectada na maioria dos países e

grupos étnicos, em todos os tipos de clima.

Calcula-se que a fibromialgia seja a terceira maior causa que levaria um indivíduo a procurar

um reumatologista (ROSA FILHO, 2004). Foi descrita uma tendência à agregação familiar

(hereditariedade), tendo sido proposto um padrão de herança autossômica dominante, com

prevalência no sexo feminino (MINHOTO, 1999).

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A fibromialgia tem sido vista como uma das queixas reumáticas mais comuns, afetando 2%

da população onde o predomínio é o sexo feminino cuja idade varia de 25 a 50 anos. É pouco

relatada nos países em desenvolvimento (HIRAKUI, 2004).

A fibromialgia é de distribuição universal, sem predileção por raça. Não há estudos

comparando áreas rurais e urbanas, nem regiões com diferentes condições socioeconômicas e

mesmo culturais (FELDMAN, 1998).

Ainda desconhecida, porém com inúmeras sugestões e vários nomes recebidos, a atual

síndrome da fibromialgia, é estudada há muitos anos e é um assunto complexo e imensamente

discutido (LEON, 2002).

Diferentes fatores isolados ou combinados podem desencadear a fibromialgia. Alguns tipos de

estresses como doenças, traumas emocionais ou físicos, mudanças hormonais, podem gerar

dores ou fadiga generalizada que não melhoram com o descanso e que caracterizam a

fibromialgia.

Sua patogenia, ainda não está bem esclarecida, vários estudos levam a evidencias de que,

alguns fatores interagem para o aparecimento da síndrome da fibromialgia, como:

predisposição genética, disfunção neuroendócrina, doença de Lyme, Epstein-Barr, infecção

pelo parvovírus, HIV, hepatite C, condições externas de estresse e/ou trauma físico, distúrbio

de ansiedade/depressão, estado psicológico alterado que caracteriza sua personalidade como

indivíduos perfeccionista, descondicionamento físico e distúrbio do sono (CHAITOW, 2002).

Cantarelli (2001), afirma que alguns fatores isolados como traumas emocionais ou físicos,

estresses como doenças, mudanças hormonais etc., podem gerar dores ou fadigas que não

melhoram com o descanso e que caracterizam a fibromialgia.

A análise do líquor em indivíduos com fibromialgia revela baixas concentrações do ácido 5-

hidroxi-indol-acético (metabólito do triptofano), bem como um aumento dos níveis da

substância P. Mudanças nos neurotransmissores, tais como a serotonina, endorfina e

substância P, influenciam o ciclo do sono e a percepção e modulação da dor. Os sintomas

ligados à fibromialgia podem ser causados por uma deficiência relativa de serotonina.

Na visão de Costa et al (2005), agentes bacterianos e virais podem estar relacionados com a

origem desta síndrome, havendo alguma associação entre a doença e a infecção pelo vírus da

hepatite C.

O quadro clínico da fibromialgia costuma ter diversos sintomas, no entanto se faz comum em

todos os pacientes à presença de dor difusa e crônica, englobando o esqueleto axial e

periférico. Sendo que, os sintomas mais presentes são: fadiga, distúrbios do sono, rigidez

matinal, ansiedade e depressão.

Segundo Alarcon (1998), os sintomas da fibromialgia estão descritos a seguir:

a) Ansiedade: sensação de receio e apreensão;

b) Ciclos menstruais doloridos: dor intensa acima do normal;

c) Depressão: distúrbio mental caracterizado por desanimo e sensação de cansaço;

d) Distúrbios do sono: pode adormecer sem muitos problemas, mas seu nível de sono

profundo (ou fase quatro) é constantemente interrompido por “explosões” de atividade

cerebral como se estivesse acordado;

e) Dor abdominal: com períodos de prisão de ventre intercalados com diarréia;

f) Dor muscular nos pontos sensíveis: a dor da fibromialgia não tem limites, é descrita

como uma sensação profundamente dolorosa, ardorosa e pulsante dor muscular;

g) Fadiga: condição que causa grande desconforto e decrescente capacidade física e

mental, podendo ser apresentada de forma branda ou incapacitante;

h) Parestesias: diminuição da sensibilidade das mãos e pés;

i) Problemas de raciocínio e memória: esquecimento, lentidão dos pensamentos, falta

de concentração e compreensão;

j) Sensação de edema: na região das mãos e pés.

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Outros sintomas citados pala literatura como sendo freqüentes na fibromialgia são:

parestesias, adormecimentos, pontadas, câimbra, sensação de edema, palpitação, tontura,

zumbido, dispnéia, epigastralgia, enjôo, dificuldade de digestão, colo irritável, fenômeno

Raynaud, dismenorréira, dor torácica, cefaléia crônica (tanto tensional como enxaquecosa),

ansiedade, depressão, dificuldade de memória e irritabilidade (MARQUES; ASSUNPÇÃO;

MATSUTANI, 2006).

A principal característica é a dor local ou generalizada por todo o corpo, com a presença de

pontos sensíveis à palpação; para um diagnóstico preciso e correto, é necessário que: quando

apalpados os pontos, a dor deve compreender onze das dezoito regiões de pontos sensíveis; a

dor deve estar presente durante pelo menos três meses, deve ser local ou generalizada

(WOLFE et al, 1990).

De acordo com Wolfe et al (1990), o Colégio Americano de Reumatologia, no diagnóstico da

fibromialgia, utiliza como critério duas variáveis:

a) Dor disseminada (com mais de três meses de duração).

A dor é considerada disseminada quando apresentar:

Dor no hemi corpo direito;

Dor no hemi corpo esquerdo;

Dor acima do punho;

Dor abaixo do punho;

E se, em adição, apresentar dor no esqueleto axial:

Coluna Cervical;

Coluna Torácica;

Coluna Lombar.

b) Dor à palpação de pelo menos 11 de 18 locais específicos do corpo (os pontos

dolorosos).

Occipital: inserção do músculo occipital;

Cervical Baixa: face anterior no espaço intertransverso de C5-C7;

Trapézio: ponto médio da borda superior;

Segunda Costela: junção da segunda costocondral;

Supraespinho: acima da borda medial da espinha da escápula;

Epicôndilo Lateral: a 2 cm do epicôndilo;

Glúteos: quadrante lateral e superior das nádegas;

Grande Trocânter: posterior à proeminência trocantérica;

Joelho: região medial próxima à linha do joelho.

Fonte: Clique saúde, 2009

Figura 1: Tender Points (pontos dolorosos)

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A força da palpação digital deve ser de aproximadamente 4 kg correspondendo à pressão

necessária para empalidecer o leito subungueal do polegar ou através do dolorímetro.

A dolorimetria do limiar de dor é realizada conforme os critérios de classificação da

fibromialgia do Colégio Americano de Reumatologia. A seguir, o procedimento usado na

dolorimetria:

a) Explicar ao paciente sobre o procedimento de avaliação;

b) Sentar o paciente em uma cadeira, tendo os pés apoiados no chão e as mãos apoiadas

no joelho. Em seguida, demarcar com lápis dermatográfico os tender points: Occipital,

Cervical baixa anterior, Trapézio, Supraespinhoso, Segunda articulação costocondral,

Epicôndilo lateral e Borda medial do joelho;

c) Na posição ortostática, demarcar com lápis dermatográfico e avaliar os tender points

de glúteo e trocânter maior;

d) Na avaliação do limiar de dor dos tender points, aplicar uma pressão perpendicular à

superfície da pele, e aumentar gradativamente a cada 0,1 Kg, até o momento que o paciente

referir dor.

3. Hidroterapia

O início da hidroterapia como uma modalidade terapêutica é desconhecido; porém, registros

que datam de 2400 a.C. indicam que a cultura proto-índia construía instalações higiênicas. Foi

observado que os antigos egípcios, assírios e muçulmanos usavam águas curativas para

finalidades terapêuticas. Existe também documentação que os hindus, em 1500 a.C., usavam

água para combater a febre (RUOTI; MORRIS e COLE, 2000).

Segundo Campion (2000), a maioria dos povos antigos respeitava ou cultuava as águas

correntes, especialmente as fontes de águas puras. Homer sugeriu o uso de banhos quentes

para a redução da fadiga, para a promoção da cicatrização das feridas e para o combate da

depressão e melancolia.

Por volta de 339 d.C., alguns desses banhos passaram a ser usados somente com o propósito

de cura e o tratamento era indicado em primeiro lugar para os sintomas de doenças

reumáticas, paralisia e efeitos posteriores a lesões. As queimaduras eram tratadas em banhos

prolongados (CAMPION, 2000).

De acordo com Campion (2000), os pioneiros da hidroterapia foram Sir John Floyer, que

escreveu um tratado em 1697 sobre a utilização correta e o abuso dos banhos quentes, frios e

temperados; John Wesley, fundador do Metodismo, que publicou um livro de hidroterapia em

1747 e o Dr. Wright, que publicou, em 1779, um trabalho sobre o uso do frio no tratamento da

varíola.

As duas guerras mundiais, especialmente a Segunda, salientaram a necessidade do uso da

água para os exercícios e a manutenção do condicionamento e agiram como precursoras para

o ressurgimento atual do uso da piscina de hidroterapia e a utilização da imersão total como

uma forma de reabilitação para uma ampla faixa de doenças (HARRIS, 1963 apud

CAMPION, 2000).

Atualmente, a popularidade e o valor crescente da hidroterapia parecem ser salientados por

um aumento da pesquisa em muitos aspectos diferentes da água, como o estudo da fisiologia

dos exercícios aquáticos e assim por diante (CAMPION, 2000).

É um método terapêutico que faz uso da fisioterapia associando aos princípios físicos da água

(CANDELORO E SILVA, 2003).

Segundo Bates e Hanson (1998), a hidroterapia é a fusão de terapia física e exercícios

aquáticos, tendo em vista a reabilitação de várias patologias, utilizando recursos como:

relaxamento, alongamento, aquecimento, resistência e força muscular.

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De acordo com Ruoti et al (2000), a maioria dos efeitos biológicos da imersão tem relação

direta com os princípios fundamentais da hidrodinâmica e termodinâmica. O ambiente

aquático favorece as atividades físicas, onde é útil explorar a física da água estacionária

(hidrostática) e em movimento (hidrodinâmica). Segundo Vieira (2009), segue abaixo os

princípios físicos da água:

Flutuação: O empuxo é a força exercida pela água de baixo para cima, contra a força

da gravidade, ou seja, flutuação. Um corpo na água está então submetido a duas forças

opostas à gravidade, atuando através do centro de gravidade e a flutuação, através do centro

da gravidade do líquido deslocado.

Pressão hidrostática: a pressão hidrostática é a pressão exercida pelas moléculas de um

líquido sobre a superfície de um corpo imerso por igual. É denominada através da Lei de

Pascal. A Lei de Pascal estabelece que a pressão do fluido seja exercida igualmente sobre

todas as áreas de um corpo imerso a uma profundidade. A pressão hidrostática é semelhante a

uma meia de compressão elástica.

Viscosidade: o atrito interno do liquido em contato com nosso corpo realiza

resistência. Todos os líquidos compartilham dessa propriedade chamada viscosidade. Quando

um objeto move-se através de um líquido de alta viscosidade, há um aumento da turbulência,

portanto maior resistência ao movimento.

Metacentro: O princípio do metacentro preocupa-se com o equilíbrio na água e está

sujeito a duas forças opostas: gravidade e flutuação. Se o peso do corpo flutuante fosse igual

ao peso do líquido deslocado e as duas forças estivessem na mesma linha vertical, não haveria

movimento, estando o corpo em equilíbrio. Entretanto, quando essas forças estão

desalinhadas, haverá movimento, que será sempre em rotação. A rotação se faz importante

quando falamos de atividades na água.

Arrasto: Quando um objeto move-se em relação a um líquido ele é submetido aos

efeitos resistivos do líquido. A essa força chamamos de força de arrasto, causada pela

viscosidade do líquido e da turbulência quando presente.

Densidade Relativa: a densidade de uma substância é a relação entre sua massa e seu

volume. Além da densidade, as substâncias são definidas pela sua gravidade específica, ou

melhor, a relação entre a densidade da substância e da água.

Refração: A luz ao atravessar um meio diferente, sofre um desvio na sua direção de

propagação exatamente na fronteira entre esses meios (água/ ar). A este fenômeno chamamos

de refração. Essa é a razão pela qual a piscina aparenta ser mais rasa do que realmente ela é, e

nossas pernas parecerem mais curtas do que realmente são. Precisamos desse princípio para

trabalhar com estímulo visual; em contra- partida, pela refração deixamos de observar defeitos

na realização de exercícios, então precisamos observar com cuidado toda a execução dos

movimentos realizados pelo paciente, nem que seja submerso.

Tensão Superficial: É a força de atração atribuída às moléculas da água na superfície

da piscina, pois as superfícies dos líquidos comportam-se de uma maneira diferente do corpo

do líquido. A força é provavelmente devido à coesão entre as moléculas e se manifesta sob a

forma de uma pele elástica na superfície de um líquido (ou similar a uma membrana).

Segundo Bruschini (1998), a hidroterapia promove ao paciente uma maior liberdade de

movimento e sustentação, e em contrapartida, facilita o fisioterapeuta a exercer suas técnicas,

relatando alguns efeitos como: alívio da dor, relaxamento, manutenção ou aumento da

amplitude de movimento das articulações, reeducação dos músculos paralisados, previne

contraturas e deformidades, além do fortalecimento muscular e desenvolvimento de força

muscular e resistência.

Os efeitos fisiológicos dos exercícios combinados com aqueles que são causados pelo calor da

água. O resultado da imersão na água é semelhante em adultos e crianças e está relacionado à

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temperatura do corpo, à circulação e à intensidade dos exercícios, com variações permitidas

dependendo do tamanho (CAMPION, 2000).

De acordo com Ruoti; Morris e Cole (2000), os efeitos fisiológicos estão descritos a seguir:

a) Efeitos no Sistema Vascular: Os efeitos combinados da densidade da água,

incompressibilidade e pressão hidrostática criam uma compressão significativa sobre todos os

tecidos do organismo na imersão. A compressão depende da profundidade: com imersão até o

pescoço, aproximadamente 700 cm³ de sangue são desviados das extremidades e vasos

abdominais para dentro das grandes veias do tórax e do coração, causando um aumento

significativo na pressão atrial direita, no volume de ejeção e no débito cardíaco. Há um efeito

sobre a resistência vascular sistêmica, a qual cai dramaticamente, e sobre a circulação

muscular, que aumenta várias vezes.

b) Efeitos no Tecido Mole: Todos os tecidos moles são comprimidos de modo que o

retorno linfático aumenta bastante. A pressão linfática normal é um sistema de pressão

negativa, de modo que mesmo a imersão em uma profundidade mínima produz uma pressão

hidrostática sobre o vaso que excede a pressão linfática. Mesmo no caso de linfedema

importante, as pressões dentro dos vasos linfáticos são apenas de poucos milímetros de

mercúrio. A imersão pode assim, ajudar no processo de resolução de edema.

c) Efeitos nas Articulações: Quando o corpo imerge gradualmente, a água é deslocada,

criando a força da flutuação. Isso retira a carga das articulações imersas progressivamente e,

com imersão até o pescoço, somente cerca de 7,5 Kg de força compressiva é exercida sobre a

coluna, quadris e joelhos. Para um corpo suspenso ou flutuando na água, os efeitos da

gravidade, para baixo, são essencialmente contrabalanceados pela força da flutuação, para

cima. Esse efeito pode ser de grande utilidade terapêutica, permitindo intervenção

reabilitadora quando o movimento articular sujeito à carga condicionada pela gravidade é

proibido.

Segundo Campion (2000), os efeitos terapêuticos estão relacionados:

a) Ao alívio da dor e espasmos musculares;

b) À manutenção ou aumento da amplitude de movimento das articulações;

c) Ao fortalecimento dos músculos enfraquecidos e aumento na sua tolerância de

exercícios;

d) À reeducação dos músculos paralisados;

e) À melhoria da circulação;

f) Ao encorajamento das atividades funcionais;

g) À manutenção e melhoria do equilíbrio, coordenação e postura.

A água fornece o potencial para que sejam realizados exercícios em três dimensões, os quais

não podem ser realizados no solo. Existe também a possibilidade de uma considerável

estimulação da percepção:

a) Visualmente;

b) Auricularmente;

c) Via proprioceptores cutâneos;

d) Pelo calor.

Ser independente na água, melhora a auto-estima do paciente que por alguma patologia se

encontra impossibilitado de exercer suas atividades de vida diária. (VIEIRA, 2009).

4. Tratamento

O tratamento da SFM objetiva mais uma redução dos sintomas do que a cura da doença em si.

A melhoria da dor e a melhoria do sono são consideradas resultados indicadores de sucesso

no tratamento, pois eles ajudam o paciente a lidar com as tarefas da vida diária de maneira

mais eficiente (BATES E HANSON, 1998).

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“O tratamento seria dirigido para condicionamento geral, alívio da

dor, melhora dos padrões do sono através do esforço físico e

relaxamento e melhoria postural para corrigir adaptações a longo

prazo, secundárias a dor. O relaxamento obtido a partir do exercício e

suporte fornecidos pela água são capazes de levar a importantes

melhoras nos relatos subjetivos de dor e rigidez” (RUOTI, MORRIS E

COLE, 2000).

O conceito principal da mobilização do tecido mole é o do reestabelecimento da mobilidade

entre os planos fasciais, reduzindo dessa forma aderências fibrosas e devolvendo o

deslizamento neural e miofascial natural entre os tecidos. A técnica utiliza sempre que

possível a função ativa do paciente. A maior justificativa para a técnica de tecidos moles é

palpar e eliminar restrições teciduais tanto superficiais quanto profundas.

Com isso segue abaixo algumas mobilizações de tecidos moles associados a hidroterapia no

tratamento da fibromialgia:

Fonte: Vieira, 2009

Figura 2: Balanceio pélvico

Colocar sua mão no lado do paciente, próximo ou na pélvis. Gentilmente, mover o paciente de

um lado para o outro, conforme caminha para trás.

Fonte: Vieira, 2009

Figura 3: Elevação

Colocar a mão (D) no sacro e a mão (E) abdome inferior do paciente. Na expiração

suavemente puxar para baixo e para dentro com a mão (E). Na inspiração, elevar e puxar

caudalmente no sacro com a mão (D).

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Fonte: Vieira, 2009

Figura 4: Balanceio de glúteo

Colocar ambas as mãos nos glúteos. Elevar o paciente com os dedos. Permitir a queda do

paciente após cada elevação. Massagem com movimentos circulares.

Fonte: Vieira, 2009

Figura 5: Deslizar a coluna I

Fonte: Vieira, 2009

Figura 6: Deslizar a coluna II

Puxar caudalmente com a mão (E) no sacro. Fazer um “C” com a mão (D), puxando a coluna

para cima com pressão nos paravertebrais, dos dois lados da coluna. Deslizar duas vezes

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parcialmente a coluna, movendo mais alto no segundo deslizamento. Com o terceiro

deslizamento, subir a coluna até que a mão (D) esteja apoiando o occipital do paciente.

Fonte: Vieira, 2009

Figura 7: Ombro, braço e mão

Trabalho de tecido mole e alongamento suave.

Fonte: Vieira, 2009

Figura 8: Escápula

Trabalho e mobilização de tecido mole.

Fonte: Vieira, 2009

Figura 9: Trabalho de tecido mole

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Permitir que a cabeça do paciente descanse no seu ombro (E). Realizar a mobilização de

tecidos moles com a sua mão (D). Pode realizar a mobilização de tecidos moles em qualquer

parte do corpo nesta posição.

4. Metodologia

Este estudo adotou o método qualitativo descritivo em uma revisão bibliográfica, na qual,

foram utilizados artigos, livros e trabalhos monográficos dos anos de 1992 a 2011 através da

utilização de dados na internet e da biblioteca da Universidade Paulista (UNIP), Universidade

Nilton Lins (UniNiltonLins) e Faculdade Metropolitana de Manaus (FAMETRO). Foram

utilizadas como palavras-chave na pesquisa ao banco de dados na internet: Fibromialgia,

Hidroterapia, Mobilização.

5. Conclusão

O estudo em questão trouxe como resultados a descrição da fisiopatologia da fibromialgia,

considerando a sua etiologia, incidência, manifestações clínicas, e seu diagnóstico. Estudou-se

o assunto com o intuito de conhecer o contexto da hidroterapia, ressaltando sua história, os

princípios físicos da água e seus benefícios.

Como método de tratamento, escolheu-se a mobilização do tecido mole associado à

hidroterapia, pois como foi abordada, a maior justificativa para a técnica de tecidos moles é

palpar e eliminar restrições teciduais tanto superficiais quanto profundas.

A hidroterapia é a fusão entre terapia física e os princípios físicos da água, nesse contexto,

foram apresentados algumas mobilizações associados à hidroterapia, sendo descritas as

posições do fisioterapeuta e paciente, e o mecanismo de mobilização, onde o paciente relata

um alívio imediato das dores.

Conforme o estudo, com bases em revisão bibliográfica, verificou-se que a associação da

mobilização dos tecidos moles a hidroterapia desenvolve um papel significativo no tratamento

da fibromialgia, agindo na melhora dos sintomas, proporcionando assim, uma melhor

qualidade de vida dos mesmos.

Ressaltando que, torna-se imprescindível a elaboração de um estudo em pesquisa de campo

para que se torne possível a análise dos resultados da técnica utilizada no tratamento da

fibromialgia, onde será relatada sua eficácia, e, portanto, surgirá mais um método para o

tratamento da mesma.

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