A Mulher e o Amor
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Mulher na poesia de Cames e sua relao com o tema do Amor
Mulher na poesia de Cames e sua relao com o tema do Amor
Beleza contrastante: celestial (celeste formosura) e demonaca (mgico veneno; Circe).
Beleza estereotipada (petrarquista): mais espiritual do que fsica, destacando-se: fisicamente - pele clara, olhos claros, cabelos loiros; psicolgica e moralmente (espiritualmente): serenidade nos gestos; postura suave e recatada/tmida; sensatez de atitudes; discrio; modstia; simplicidade; encanto; comedimento, equilbrio, pacincia, resignao... Exerce um poder mgico e divino sobre o sujeito potico (escravo do seu amor) - os coraes prende/com graa inumana (Helena); Esta a cativa /que me tem cativo (Brbara) - , transformando-o o mgico veneno/que pde transformar meu pensamento - dando-lhe serenidade - Nela enfim descansa/toda a minha pena -, fora para viver E pois nela vivo,/ fora que viva (Brbara). Tal poder estende-se a tudo que se relaciona com o sujeito, principalmente natureza, que o reflexo da sua beleza (Se Helena apartar) ou surge transformada pela sua presena ou ausncia (Enfim, tudo o que a rara natureza/com tanta variedade nos oferece,/me est (se no te vejo) magoando.).
A ausncia da mulher amada ou a no correspondncia amorosa tudo condiciona negativamente (poder transformador e divino): provoca no sujeito e na natureza tristeza mgoas, saudade Sem ti, tudo m enoja e m avorrece;/sem ti, perpetuamente, estou passando/nas mores alegrias, mor tristeza.
O amor/paixo desencadeado por esta mulher fatal causa de desconcerto no sujeito: Tanto do meu estado me acho incerto (...), E tudo quanto sinto um desconcerto (...), s porque vos vi, minha senhora. O amor, tal como a mulher, um sentimento contraditrio, que tenta definir, mas cada definio em si mesma contraditria, portanto, paradoxal e indefinvel - Amor fogo que arde sem se ver; to contrrio a si o mesmo amor. O amor, que dispersou por vrias mulheres, ilusrio, causa de infortnio, breves enganos, mas necessrio sua vida. Poemas camonianos que falam de Natureza, Mulher e Saudade: Aquela triste e leda madrugada e Alegres campos, verdes arvoredos
Em ambos os sonetos se delineia uma relao ntima entre a Natureza (seja de locus horrendus sombria, agreste - ou de lucus amoenus luminosa, suave, buclica, calma) e o sentir do Poeta, que a toma sua testemunha, confidente ou simplesmente cenrio. Quase sempre este sentir (alegria, saudade...) decorre da presena ou ausncia da Mulher amada.