A nobreza era constituída pelas principais famílias do reino

7

Click here to load reader

Transcript of A nobreza era constituída pelas principais famílias do reino

Page 1: A nobreza era constituída pelas principais famílias do reino

 

A nobreza era constituída pelas principais famílias do reino, que tinham muita riqueza, grandes propriedades e descendiam das famílias guerreiras dos tempos da Reconquista. Os seus títulos de nobreza tinham sido recebidos, em muitos casos, pelos serviços prestados à Coroa, assim como muitas das suas terras (as  honras). Os nobres também não pagavam impostos e ainda governavam as suas terras como pequenos reis. Viviam nas terras senhoriais, em castelos e palácios.

Divertimentos

As distracções da Nobreza

         Quando no séc. XIII houve Paz no País, a nobreza começou a procurar novas distracções. O senhor nobre administrava o seu senhorio e ocupava grande parte do dia em distracções que, de um modo ou

outro, o preparavam para a guerra. Praticava a caça, a equitação e exercícios desportivos.

         Nas casas dos grandes senhores e na própria corte do rei tornou-se mais usual o convívio com a presença da mulher.

         Esta tinha apesar de tudo, um papel menos importante na Sociedade do que o homem. A dama nobre ocupava-se a bordar, a dar grandes passeios e a governar a casa. Quando não estava o senhor nobre, era ela quem recebia os hóspedes.

         À noite, ao serão, os nobres entretinham-se com jogos de sala - xadrez e dados - e a assistir à actuação dos saltimbancos ( que faziam proezas) e dos jograis (que tocavam e cantavam). Tanto uns como outros eram homens do povo que andavam, de paço em paço ou de castelo em castelo, a divertir os senhores.

          Entre os trovadores destacou-se o próprio rei D. Dinis, que compunha poemas dedicados à sua dama.

As cerimónias e festas religiosas ocupavam muito tempo na vida dos nobres e em todas as casas existia um santuário com imagens de santos.

1

Page 2: A nobreza era constituída pelas principais famílias do reino

 

Os torneios e as justas

    Durante o tempo de paz o cavaleiro tinha de se manter em forma para estar preparado para o caso de ter de entrar em guerra. Por, isso eram organizados torneios e justas nos quais vários cavaleiros combatiam para ver quem era considerado o campeão.

    Nos torneios os cavaleiros organizavam-se, formavam equipas, e lutavam dois a dois na presença de suas damas.

    Nas justas, lutavam também dois cavaleiros entre si com lanças. Para isso cada um colocava-se em cada extremo do recinto e quando era dado o sinal avançavam com os cavalos na direcção um do outro com o objectivo de derrubar o adversário. Se não o conseguiam e as lanças se partiam, continuavam o combate com as espadas. Nestes torneios , havia cavaleiros que ficavam muito feridos e outros que chegavam mesmo a morrer.

 

A Caça : divertimento e treino    As imagens referem-se à caça. A caça era um dos divertimentos

preferidos dos nobres. Ao perseguir os animais, praticavam tácticas de combate e desenvolviam a força física. Os nobres preferiam caça a cavalo. (caça de Montaria) utilizando espadas e lanças compridas perseguiam animais grandes e ferozes e lutavam com eles. Também praticavam a caça de altanaria em que eram utilizadas aves de rapina (açores, gaviões , falcões) treinados para matar pequenos animais (aves e  coelhos).

 

Alimentação

 

 

As refeições de um nobre

 

         As duas principais refeições eram o

2

Page 3: A nobreza era constituída pelas principais famílias do reino

jantar e a ceia. O jantar era a refeição mais forte do dia e acontecia  entre as 10 e as 11 horas da manhã. A ceia dava-se pelas seis ou sete horas da tarde.

         O principal da alimentação dos grupos sociais mais ricos era a carne, que costumava vir da caça e que era assada no espeto e temperada com sal, coentros, salsa, hortelã, cebola, azeite ou vinagre. Usavam-se também especiarias como a pimenta, o açafrão, a canela e os cominhos. Estas especiarias eram muito caras, porque eram vendidas por mercadores que as traziam do Oriente.

         O peixe era comido fresco, salgado, fumado ou seco. Os legumes também eram muito usados- feijões, couves, nabos, alfaces , etc.

         As sobremesas eram feitas à base de queijo, manteiga, fruta e doces, que eram feitos sobretudo com mel.

As bebidas eram a água, vinho branco ou tinto.

 

 

Como os Senhores comiam à mesa .

 

         Antes das refeições, era hábito lavar as mãos.

         Durante muito tempo não se usaram pratos na Idade Média. Comia-se a carne

e o peixe sobre grandes metades de pão, de forma arredondada, postas em frente de cada conviva.

         Mais tarde, a rodela de pão foi substituída pelo talhador de madeira.

         É claro que para a sopa e outros alimentos líquidos, se usavam pratos, as chamadas escudelas.

         Conheciam-se e utilizavam-se, se bem que pouco, as colheres. Mas não havia garfos, só muito mais tarde divulgados no Ocidente. Daí a necessidade imprescindível de lavar as mãos antes das refeições. A faca, pontiaguda, era o instrumento por excelência. Mas só excepcionalmente se distribuíam facas aos convidados a um banquete. Eram as próprias pessoas que levavam consigo a faca de que se iriam servir.

 

Habitação

A Casa do Nobre

3

Page 4: A nobreza era constituída pelas principais famílias do reino

       A casa do senhor, nessa época, não era um palácio requintado.

Dispunha, em geral, de dois pisos e de várias divisões. Mesmo nas casas dos grandes senhores, havia poucos móveis. A cama era uma peça de mobiliário rara e por isso para dormir também se utilizavam as arcas.

         Tapetes e almofadas no Chão serviam de assento, principalmente para as mulheres. As cadeiras eram raras. Os bancos eram corridos e a mesa constava apenas de uma tábua montada sobre cavaletes. Daí a expressão, ainda hoje empregue, de pôr e levantar a mesa.

         O mobiliário reduzia-se assim a uma mesa, que podia ser levada de um lado para outro, arcas onde se guardava a roupa e objectos domésticos, poucas cadeiras e alguns bancos chamados escanos.

         De noite, a iluminação fazia-se com lamparinas de azeite ou tochas e velas de cera e sebo. Nos dias frios acendia-se a lareira, o que tornava o ambiente menos soturno.

O vestuário da nobreza

 

         Homens e mulheres vestiam-se mais ou menos da mesma maneira.

         Usavam uma camisa de mangas compridas, sobre ela vestiam uma espécie de colete decotado e sem mangas e por cima, a saia ou saio curto.   

         Em seguida vestiam o pelote (espécie de manto) que tinha grande variedade de formas, comprimentos e materiais. Podia ser forrado no Inverno e sem forro no Verão, enfeitado com galões, peles ou bordados. O cinto era de couro e nele prendiam a faca, as chaves, a bolsa.

O nobre do século XIII usava um saio curto e de mangas justas. Por cima do saio

vestia o pelote apertado ao corpo e com mangas curtas, deixando ver as do saio. Em dias de cerimónia punha um tabardo (manto) e quando saía usava coifas (toucas) de pano ou sombreiros (chapéus). Vestia umas calças muito justas, que pareciam meias, e calçava sapatos bicudos de cabedal ou de pano, se estava em casa.

4

Page 5: A nobreza era constituída pelas principais famílias do reino

A dama e a donzela, sobre a camisa de linho, vestiam o brial, uma espécie de túnica comprida e larga que se ajustava ao corpo na cinta e nas ancas. Por cima, usavam um vestido muito comprido, com cauda, chamado pelote, sobre o qual punham o manto. A crespina, espécie de touca com um véu que passava por baixo do queixo, cobria por completo os cabelos. Calçavam sapatos semelhantes aos dos homens.

 

 

A JUVENTUDE

      Por volta dos sete anos, o futuro cavaleiro era enviado pelo seu pai, um nobre, para o castelo de outro nobre onde iria começar a sua aprendizagem. O jovem fidalgo começava por ser pajem de outro cavaleiro e entre os 14 e os 21 anos tornava-se escudeiro. Durante todo esse período ia aprendendo a arte de guerrear até que, por volta dos 21 anos de idade, era armado cavaleiro.

     Ser cavaleiro, era para a maioria dos jovens fidalgos, o momento mais importante das suas vidas.

 Na Guerra

     O Cavaleiro ocupava grande parte do seu tempo a lutar pelo rei quando isso era necessário. Por isso uma boa parte da sua vida era passada em batalhas combatendo os inimigos do seu senhor.

     O cavaleiro tinha uma armadura muito pesada que demorava cerca de uma hora a ser vestida. Tinha um Pajem às suas ordens que o ajudava a vestir-se e ainda um escudeiro que lhe preparava as armas e as mantinha em boas condições.

      Nas batalhas o cavaleiro combatia normalmente a cavalo. Quando era derrubado continuava a lutar a pé, o que se tornava mais difícil por causa do

peso da armadura.

A VIDA DE UM CAVALEIRO

    Eram tempos muito perigosos e quando menos se esperava, o Reino podia ser

atacado. Por isso os nobres dedicavam a sua vida ao treino para a guerra, preparando-se

para os grandes combates.

A educação de um jovem da nobreza passava obrigatoriamente por aprender a montar a cavalo e a manejar as armas.

5

Page 6: A nobreza era constituída pelas principais famílias do reino

6