A nova cara do João - joaoxxiii.com.br · seguinte trecho do icônico livro: “Desde o momento em...

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www.joaoxxiii.com.br - 2018 Maio Novo prédio terá a “cara” do João, respeitando o conceito da construção sustentável. A obra será feita em 2018 e estará con- cluída no próximo ano. A nova cara do João Imagem: POA Construções LTDA.

Transcript of A nova cara do João - joaoxxiii.com.br · seguinte trecho do icônico livro: “Desde o momento em...

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- 2018Maio

Novo prédio terá a “cara” do João, respeitando o conceito da construção sustentável. A obra será feita em 2018 e estará con-cluída no próximo ano.

A nova cara do João

Imagem: POA Construções LTDA.

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FALA, JOÃO - Jornal do Colégio João XXIIIFechamento em 04/05/2018.

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIPresidente: Laura Maria da C. Eifler SilvaVice-Presidente: José Alencar LummertzDiretora Financeira: Andrea Tabajara Bichinho TrajanoDiretor de Obras e Patrimônio: Alexandre Ozorio KloppemburgDiretora Jurídica: Aline Carraro PortanovaDiretor de Comunicação: Joao Batista Santafé Aguiar

INSTITUTO EDUCACIONAL JOAO XXIIIDiretora Geral: Anelori LangeVice-Diretora Geral: Maria Tereza Coelho

Edição: Joao Batista Santafé Aguiar (DRT/RS 4826)Reportagens e Redação: Rosina DuarteAssessoria de Imprensa e Colaboração: Luana Dalzotto de Castro AlvesDiagramação e editoração: Patrick de MedeirosRevisão: Profa. Carmen Lucia Pacheco de Araújo

Os habitantes do Planeta Literatura 2018 – que acon-tecerá de 3 a 5 de maio no Colégio João XXIII – são os “personagens de todos os tempos”. Eles foram esco-lhidos como tema do evento que envolve uma feira do livro, mas vai bem além, ao apresentar criativos projetos pedagógicos, reunindo os

Planeta Literatura será habitado por personagens de todos os tempos

componentes curriculares de todas as etapas. Personagens são “professo-res” de empatia. “Seja pela identificação ou pelo anta-gonismo, eles podem atingir os leitores de maneira deci-siva. São instrumentos para que possamos viver outras vidas além do nosso coti-diano”, opina a bibliotecária

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“O personagem nos dá a oportunidade de sairmos de nós mesmos para entrar em campos fora de nossa experiência diária”. James Wood, “Como funciona a ficção”

O Planeta Literário é acolhedor. Compareça no dia 5 de maio e traga os amigos para com-partilhar com eles essa incrível viagem ao mundo da Literatura.

Criamos um hotsite simples e informativo para divulgar o grande número de eventos previstos para o Planeta Literatura. Veja a programação em planetaliteratura.joaoxxiii.com.br

Eliane Santa Brígida. Para ela, é fundamental interpre-tá-los de forma mais pro-funda, ultrapassando a mera visualização física: “O ves-tido da Madame Bovary, o boné esquisito e o cachimbo do Sherlock Holmes não são o mais importante e sim as suas experiências”. Nesse sentido, os personagens

maus, amorais, maquiavé-licos e perversos exercem papeis tão importante quan-to os heróis, angélicos e humanitários. Por provoca-rem sentimentos e questio-namentos de toda a ordem, ambos são estratégicos na formação dos valores.Entre os personagens em-blemáticos da Literatura, al-

guns ganharam vida própria, sobresaindo-se à própria obra. “Muita gente desco-nhece que Frankenstein nasceu em um livro escrito pela britânica Mary Shelley”, lembra Eliane. Junto com Frankenstein, estarão pre-sentes no pátio da Escola os personagens de mais de 30 projetos envolvendo todas as etapas, entre eles a boneca Emília e toda a legião do Sítio do Pica pau Amarelo; o Mágico de Oz acompanhado por Dorothy, o Leão, o Homem de Lata e o Espantalho; o temido o Lobo Mau; os trágicos apai-xonados Romeu e Julieta; o ladino Pedro Malasartes; e o falecido mais vivo da litera-tura, Brás Cubas. Mas nem só de personagens ficcionais gravitará o Planeta. Alguns seres de carne e osso inspi-radores de obras impressas igualmente frequentarão a festa dos livros.Reprisado todos os anos, esse evento cultural tem

Traga um amigo

Fique Ligado

como objetivo estimular o imaginário dos estudantes por meio do universo mági-co da leitura. Motivada pelo tema, a comunidade escolar foi convidada a comparecer vestindo a roupagem dos seus personagens prediletos na manhã do dia 5 de maio, transformando o Colégio em uma espécie de parque te-mático literário.

Imagens (montagens - p. 2-3): D. Medeiros

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“Feche os olhos. Qual o personagem dos livros que visita seus pensamen-tos?”. Com esse convite, as professoras regentes da Educação Infantil senta-ram em torno de uma “mesa” de chá à imagem e semelhança da que brincava “Alice no País das Maravilhas”. Naquele momento – idealizado pela coordenado-ra da etapa Márcia Elisa Valiati – estavam sendo gestadas idéias norteadoras do Planeta Literatura.

“Os livros se tornam inesquecíveis por diversos motivos. Mas qual é a história que está sempre em sua memória, passe o tempo que for? Quais os o personagens que, até hoje, vêm fascinando e cativan-do gerações? (...) Quais são os seres in-críveis da ficção literária que desejamos apresentar e recriar junto às crianças de hoje?” As indagações faziam parte de um

o folheto ilustrado com diversas versões históricas de Pinóquio, Alice, Mágico de Oz, Pequeno Príncipe e Emília enviado poucos dias antes pela coordenação a toda a equipe, que também contribuiu com sugestões inspiradoras.

No dia do criativo chá, as participan-tes ouviram uma gravação histórica de 1952 com as primeiras palavras da bone-ca Emília no dia em que tomou a pílula falante. E, ainda, refletiram sobre uma frase de Alice, a primeira personagens a questionar o mundo adulto em plena era vitoriana, como lembra Márcia, citando o seguinte trecho do icônico livro: “Desde o momento em que caí por aquela toca de coelho, têm-se dito o que devo fazer e quem devo ser. Fui encolhida, esticada, arranhada e enfiada num bule de chá. Fui acusada de ser a Alice, e não ser a Alice.

Mas este é o meu sonho! Eu decido como é que ele continua a partir de agora.” Assim, a equipe teceu seus próprios sonhos, que resultaram em duas apre-sentações teatrais: “Dorothy no Mundo Mágico de Oz” e “Sítio do Pica-Pau Ama-relo: Emília e a Pílula Falante”, que serão apresentados no Planeta Literatura.

“Ser professora é ser contadora de histórias”, costuma dizer Márcia. E com-pleta: “O mundo é uma grande narrati-va”. Mais do que narrar contos, porém, as professoras compartilharam com seus pequenos o que sentiram quan-do crianças, ao serem apresentadas ao universo simbólico e fascinante das fi-guras literárias. Também os pais e mães foram envolvidos. Eles receberam um convite para representarem seus perso-nagens literários preferidos por meio de

Chá da Alice inspira projetos da Infantil

Ilustração: John Tenniel

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desenhos/colagens e, posteriormente, comparecerem em uma encontro espe-cial com as crianças para brincar, contar histórias e “evocar memórias afetivas e culturais importantes na vida e na sub-jetividade das famílias, considerando e valorizando estas riquezas como uma herança a ser transmitida e ressigni-ficada pelas novas gerações”, destaca Mária Valiati.

O convite, inclusive, ofereceu su-gestões: a Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, pode trazer uma cesta de gos-tosuras para o lanche no maternal, o Me-nino Maluquinho propor uma de suas pe-raltices e Robinson Crusoé contar sobre suas fascinantes aventuras, enquanto o Chapeleiro Maluco poderá confeccionar, junto com as crianças, seus extraordiná-rios chapéus.

Em sentido horário, cenas das histórias mencionadas: Alice no Pais das Maravilhas de Lewis Carrol; Pinóquio de Carlo Collodi; O mágico de Oz de L. Frank Baum e Chapeuzinho Vermelho de Charles Perrault

Ilustração: Carlo Chiostri

Ilustração: W. W. Deslow.

Ilustração: Gustave Doré.

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A comunidade do João passeou pelo Prédio 10 no dia 11 de abril por meio de uma animação virtual. A apresentação oficial da obra aconteceu no prédio 305, das 19 às 21 horas quando familiares, alunos, professores, funcionários, in-tegrantes da direção e da coordenação conheceram o projeto, explicado de-talhadamente pelas arquitetas Carina Moresco e Paula Pereira, e pelo diretor de Obras e Patrimônio e coordenador do Comitê de Infraestrutura, engenheiro Alexandre Ozorio Kloppemburg. Os pre-sentes puderam, inclusive, fazer ques-

tionamentos e encaminhar sugestões. O prédio 10 manterá o padrão arqui-

tetônico horizontal do Colégio João XXIII, respeitando a premissa da sustentabi-lidade e incorporando o conceito das Salas Estúdios. Ele será construído ao longo de 2018 na área do barranco, atrás da etapa 1º ao 5º, e abrigará quatro salas de aula, além do novo Joãozinho Legal. A escolha do local foi cuidadosa guia-da pelo Plano Diretor aprovado em 2015 junto ao Conselho Deliberante.

O conceitos da Construção Susten-tável implica minimizar o impacto ao am-

biente e também integrar a obra ao habi-tat vivo, ao sítio, à sociedade, ao clima, a região e ao planeta. Considera, portanto, as condições climáticas, hidrográfica e os ecossistemas do entorno. Privilegia, também, eficácia e moderação no uso de materiais de construção, dando priorida-de ao baixo consumo de energia.

O Colégio ganhará um espaço amplo, iluminado e integrado à área escolar. A cobertura em curva permitirá o reapro-veitamento da água da chuva e as ja-nelas amplas, assim como tetos trans-lúcidos, proporcionarão uma economia

Prédio 10 é apresentadocom passeio virtual

Um dos espaços de convivência do novo prédio 10 e, ao fundo, as Salas Estúdios

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considerável no consumo de energia. O prédio 10, entre inúmeras soluções criativas e lúdicas, terá arquibancadas e paredes revestidas com plantas; terra-ço; pisos drenantes coloridos; brinque-dos com redes e materiais acrobáticos; sala multiuso com paredes retráteis; e grandes painéis de vinil para acolher a escrita dos professores e dos estudan-tes em aula. A casinha de árvore hoje existente no local será preservada e as duas quadras esportivas ganharão novas localizações.

“É um projeto pensado por muitas cabeças”, lembrou Carina Moresco, refe-rindo-se às inúmeras consultas à equipe pedagógica e o envolvimento direto dos conselheiros, em especial os integran-tes do Comitê de Infraestrutura. Outra contribuição importante foi a consultoria de um grupo de pais e mães ligados à área. Essa integração prosseguirá até o final da obra, que deverá respeitar to-

das as rotinas da Escola. “É natural uma certa ansiedade por parte das famílias nesse momento, mas podemos garantir que tudo será feito com o maior critério e segurança, com negociação e organi-zação. Temos um compromisso com os alunos e com as famílias de propor es-paços que substituam as quadras e os

pátios pedagógicos durante a obra. Va-mos cuidar bem dos seus filhos”, tranqui-lizou a diretora Anelori Lange. Conforme o cronograma, as obras começarão na metade deste ano. “Até janeiro de 2019, o novo será entregue”, comprometeu-se Alexandre, admitindo que o prazo é aper-tado, mas viável.

As arquitetas Carina Moresco e Paula Pereira e o engenheiro Alexandre O. Kloppemburg

Foto: Audivisual João XXIII Imagens (p. 6-7): POA Construções LTDA

Sala Multiuso com paredes retráteis

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Nem só de argumentos vivem os júris. Eles também se alimentam de números que, por serem pretensa-mente exatos, muitas vezes são utilizados como provas incontentáveis da inocência ou culpabilidade do réu. En-tretanto, em mãos erradas, a Matemática pode ser fatal, Mesmo os números mais sim-ples podem se tornar podero-sas armas quando manipula-dos por jornalistas, políticos ou outras figuras públicas.

No caso da lei, um erro

Matemática e sociologia são argumentos jurídicos

de cálculo custa muito caro”, alerta o livro “A Matemática nos Tribunais - uso e abuso dos números em julgamen-tos” de Cora- lie Colmez e Leila Schneps, com tradução de tradução George Schle-singer. A obra serviu de base para a realização do Júri Si-mulado das turmas de 2ª série do EM ocorrido no Auditório, durante toda a manhã do dia 17 de abril sob responsabili-dade das professoras Adria-ne Ramalho e Maria Aparecida Hilzendeger.

Da esquerda para a direita, os estudantes Catarina, João Filipe e Flávio, todos da 2E, em pleno Júri Simulado

As estudantes Luciana, Júlia, Helena e Joana treinando a argumentação baseada em números proposta pela atividade

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A professora Filosofia e Sociologia Adriane Correa Ramalho (foto acima), uma das responsáveis pelo Júri Simu-lado, destaca a importância do even-to para a reflexão e a argumentação sobre o tema da justiça mediante o raciocínio lógico, a interpretação e a análise dos dados.

O livro “A Matemática nos Tribu-nais - uso e abuso dos números em julgamentos” de Cora- lie Colmez e Leila Schneps, com tradução de George Schlesinger, analisa dez pro-cessos criminais famosos nos quais as evidências foram argumentos ba-seados em princípios matemáticos. Os resultados, porém, revelaram-se desastrosos, ora contribuindo para inocentar criminosos, ora para pren-der inocentes. Sally Clark amargou a terrível acusação de matar seus dois filhos por um médico que desco-nhecia matemática. O militar Alfred Dreyfus padeceu na ilha do Diabo por um cálculo falacioso de proba-bilidade. O assassino atroz de um casal quase por pouco não acabou solto por um erro de multiplicação.No ritmo de uma boa história de mistério, cada um dos casos é inves-tigado em detalhes. Da reconstitui-ção do crime à ação dos principais personagens envolvidos – entre réus, advogados, testemunhas, promotores e peritos –, as autoras conduzem o leitor pelos labirintos forenses e apontam os equívocos cometidos pelo mau uso (ou má compreensão) dos números nos pro-cessos legais.

Júri provoca reflexão e raciocínio lógico

O que representa para um ado-lescente participar de um evento como esse? Ou seja: como a Matemática, uma ciência exata, relaciona-se com os direitos hu-manos e com valores como justi-ça, ética,responsabilidade?

Na perspectiva das professo-ras, existe a possibilidade dos es-tudantes vivenciarem uma situação baseada em fatos reais, refletindo sobre justiça, discriminação: racial, étnica, drogas, violência, gênero, consequências que podem ocorrer pelo fato de ser estudante em um país estrangeiro. Nesse exercício, em Matemática foram abordadas habilidades como raciocínio lógi-co, interpretação e análise de dados através de cálculo de porcentagem e probabilidade. Em Sociologia as habilidades levadas em conta foram o senso de justiça, a reflexão sobre o caso, argumentação e contra-ar-gumentação.

Como foi feita a preparação dos estudantes?

Em aula os estudantes recebe-ram dois materiais de estudo: o ca-pítulo do livro e a indicação do docu-mentário do Netflix: Amanda Knox. Na aula de Sociologia a professora oportunizou a escolha dos persona-gens, por parte dos alunos, sendo estes: juiz, advogados de defesa, promotores, réus, testemunhas e jurados. Após foi disponibilizado um momento para organização dos grupos de trabalho.

Números no tribunal

Os labirintos forenses e os equívocos cometidos pelo mau uso dos números.

Professoras e estudantes logo após a atividade

Fotos (p. 8-9): Audiovisual João XXIII e arquivo pessoal de Adriane Correa Ramalho

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A Matemática esteve em evidência em abril no Colégio João XXIII. Além de inspirar um júri simulado também foi o foco da atenção de 184 es-tudantes, do 5º ano ao Ensino Médio que, no dia 20 de abril, realizaram a prova da “Olimpí-ada Internacional Mathéma-tiques Sans Frontières”. Os estudantes organizados em equipes lotaram nove salas da Escola.

Ao explicar o projeto aos participantes, o professor

Estudantes do João participam de

Olimpíada Internacionalresponsável pelo evento, professor Luciano Stropper da Silva, chamou a aten-ção para os desafios e os aprendizados proporciona-dos pelo projeto. “Mesmo sendo competitiva, a Olim-píada promove a solidarie-dade e a colaboração, pois os concorrentes trabalham em equipes e precisam com-partilhar os conhecimentos”. Além disso, lembrou, mesmo entre grupos competidores há colaboração por meio do

empréstimo de materiais, por exemplo.

Ao tomarem parte da Olimpíada, os estudantes também compreenderam a importância da organização. Já no início da atividade perceberam que, se todos falassem ao mesmo tempo sem estabelecer uma es-tratégia, seria impossível resolver as questões – res-pondidas em Português, Inglês, Francês, Espanhol ou Alemão, de acordo com opção dos grupos. Con-forme Luciano, durante a Olimpíada surgiram lideran-ças espontâneas capazes de serenar os ânimos, identifi-

car atribuições e ordenar o andamento do grupo. Como as equipes reuniam parti-cipantes de turmas mistas, também foi importante a convivência fora do círculo de amizades conhecidas.

O professor ressaltou, ainda, que a competição pode ser saudável se pra-ticada de forma ética, pois incentiva a busca do conhe-cimento e rompe com o ca-sulo da superproteção. “En-frentar desafios e situações delicadas revelam que o erro e a falha não são monstros. São coisas do momento. Com o tempo e com a maturida-de, podem ser superados”. Ou, nas palavras da coorde-nadora pedagógica da Etapa do 6º ao 8º ano Rosa Maria Limongi Ely: “Quebra com a ideia do impossível”.

Vídeo no Youtube (REUNIÃO 5ano 2018)Depoimentos dos participantes (1:33 - 4:29)

Foto: Audiovisual João XXIII

Da esquerda para a direita, as estudantes Laura G. e Lila durante a prova da Olimpíada Mathématiques Sans Frontières

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Palestrantes são emissários de novos conhecimentos, abordagens diferencia-das, focos inusitados, reflexões e inter-pretações aprofundadas da realidade. Eles oxigenam o conhecimento e qua-lificam a educação. O mesmo acontece quando pessoas refletem juntas, apro-fundam e debatem um assunto. Por isso, o Colégio João XXIII investe nas palestras e nos painéis. Em abril, por exemplo, dois abordaram temas palpitantes: “A química das drogas recreativas: história, ações biológicas e responsabilidade ética de cada um” e “Você está (des) conectado? Uma reflexão sobre as redes sociais”.

A preocupante dependência das re-des socias foi abordada no painel realiza-

Reflexões oxigenam o conhecimento

do em 10 de abril, às 18h45 na sala 305. A atividade desmistificou a fantasia de que entre as preocupações da educação contemporânea está o de educar para o bom uso das redes sociais. Dirigida às famílias dos estudantes do 1º ao 5º ano, a conversa fortaleceu a prática do João em construir o conhecimento em con-junto com os estudantes e suas famílias.

O encontro teve mediação da psicó-loga da Escola, Maria Fernanda Henne-mann, e das orientadoras educacionais, Rosa Berrutti e Taís Mariani. Contou, ainda, com a presença dos professores da prática Cibercultura e Ética Digital, Maiara Viegas, Mateus Zanolla e Marina Valenzuela. Conforme lembraram Taís e

Rosa, o encontro fortalece as parceria e amplia a rede de troca com as famílias.

O professor de Química da Universi-dade de Brasília e detentor de diversos prêmios na área da pesquisa Brenno Amaro da Silveira Neto abordou um as-sunto ainda mais polêmico: as drogas re-creativas. Ele participou de uma ativida-des com as famílias dos jovens do 9º ano ao Ensino Médio no dia 19, às 18h45min, na sala 305. Também conversou com os estudantes da 2ª série do EM, no dia 20, às 10h30min, no Auditório. Com os adolescentes, o tema girou em torno de projetos científicos, tema do Dez a Dez deste ano (Matéria a seguir).

Fotos: Audiovisual João XXIII

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Ciências e causas sociais inspiram Projeto Dez a Dez

porém, os organizadores buscaram ins-piração na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) – planejada para ou-tubro – que propôs o tema “Ciência para a Redução das Desigualdades”. Assim, os estudantes estão sendo preparados para desenvolver trabalhos científicos com finalidade de buscar estratégias para aplicar no cotidiano, promovendo uma intervenção social.

O primeiro passo foi a palestra do professor de Química da Universidade de Brasília Brenno Amaro da Silveira Neto quatro dias antes do lançamen-to do projeto. Na sequência, em 30 de abril, participaram de uma aula especial

sobre o tema com o professor de Física Jeferson Barp e a professora de Quími-ca Paula Poli. Além dessas duas linhas de orientação, os participantes poderão contar, ainda, com um tutorial elaborado pelos professores da Escola que ficará disponível no João 24 horas.

Espécie de cerimônia de iniciação da meninada no mundo científico, a saída de campo ao Sítio do Mato proporcionou uma imersão na natureza praticamente intocada. Lá, os estudantes conheceram nascentes de água pura, caminharam por trilhas dentro da Mata Atlântica e colheram frutas no pé. Também assis-tiram a vídeos e ouviram a palestra do

Biodiversidade e microorganismos

ARROIO DILÚVIO: poluentes/ parâmetros físico-químicos e econômicos e sociais

ARROIO DILÚVIO: Localização, relevo, clima

ARROIO DILÚVIO: histórico do local; processo de urbanização

Modelos de despoluição no mundo

A relação do homem e o meio

Violência, criminalidade e o ambiente

ARROIO DILÚVIO: políticas públicas

Educação ambiental

Desenvolvimento sustentável

O edição do projeto Dez a Dez 2018 propõe construir um elo entre a ciência/tecnologia e as causas sociais. O tema desafiador foi oficialmente lançado no dia 24 de abril, quando estudantes, professores e coordenação pedagógica participaram de uma saída de campo ao Sítio do Mato, no bairro Belém Velho. Re-alizado anualmente, o Dez a Dez envolve os alunos da 2ª série do Ensino Médio que, neste ano, deverão desenvolver pesquisas de cunho científico com foco no Arroio Dilúvio.

Integração, trabalho em equipe e re-solução de problemas fazem parte da proposta do Dez a Dez. Nesta edição,

Temas de pesquisa e investigação:

Nathalia e Maria Eduarda na atividade externa do Dez a Dez, em Belém Velho

Os professores Jeferson, Cida e Rogério na saída externa que proporcionou uma imersão na natureza do Sítio do Mato, em Belém Velho

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professor César Matos, de Biologia.Ilustre desconhecido da maioria dos

adolescentes – apesar de atravessar a cidade – o Arroio Dilúvio foi oficialmen-te apresentado pelo professor. “O Dilú-vio não era um tema que eu conhecia apesar dele estar super perto da gente. A desigualdade social também está na volta do Colégio. Então, acho coerente trabalhar as duas coisas juntas”, avaliou Clara Borba Strack (2E). Seu colega de turma João Henrique Oliveira Sager, por sua vez, costuma observar a poluição do arroio, mas sem nunca chegar per-to. “Sempre passo de carro e penso ‘que droga, está ruim’. Por isso acho esse tra-

balho importante. É um começo. Quem sabe cresce para o Rio Grande do Sul, o Brasil. Podemos fazer a diferença”.

A opinião dos dois vai ao encontro do objetivo do projeto. “O Dez a Dez 2018 apresenta desafios com foco no desen-volvimento da cidadania e no protago-nismo dos estudantes”, resume a coor-denadora pedagógica Mirian Zambonato, destacando o caráter transdisciplinar do projeto e a interação entre os participan-tes por meio de equipes que mesclam alunos de várias turmas. Todos os traba-lhos produzidos serão inscritos no Salão Jovem Ufrgs 2018, planeja Mirian.

Maio a setembro: desenvolvi-mento das pesquisas de investi-gação, a partir do tema que cada grupo escolheu.

20 e 21/8: Simulado ENEM, na Escola.

Outubro ou novembro: parti-cipação no Salão Jovem UFRGS – salão de iniciação científica organizado pela UFRGS

15 a 21/10: Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) de 2018 - “A SNCT tem o objetivo de aproximar a Ciência e Tec-nologia da população, promo-vendo eventos que congregam centenas de instituições a fim de realizarem atividades de di-vulgação científica em todo o País. “Ciência para a Redução das Desigualdades” é o tema anunciado para este ano. O tema está relacionado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estipulados pelas Nações Unidas, especificamente o de número 10 – Redução das De-sigualdades. O evento gratuito acontecerá em todo o Brasil de 15 a 21 de outubro.”

Final de outubro: saída de cam-po de encerramento

Próximos passos do projeto:

Fotos (p. 12-13): Professores e Orientadores

Os estudantes Pedro, Anna Laura e Valentina vencendo desafios, uma das propostas do Dez a Dez

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O mundo é uma escola. Por isso, a educação precisa manter as portas abertas. No João, isso acontece de vá-rias formas. Uma das mais reveladoras são as saídas de estudo. Por meio delas, realidades às vezes diferentes do coti-diano vivido entre familiares, amigos e colegas funcionam como portais capa-zes de revelar focos de interesse nunca antes imaginados.

Saídas de campo são passeios ver-dadeiras expedições do conhecimento. Os locais escolhidos relacionam-se com os componentes curriculares, atenden-do às propostas pedagógicas de mais de

Saídas de Campo abrem as portas da educação

Dias 2 e 9 (A): Memorial do Judiciário/TJRS – 5º e 6º ano do EF – Prática Pedagógica Complementar Identidade Cidadã.

Dias 5 e 6: Santander Cultural – 7º ano EF – Prática Pedagógica Complementar Educação Financeira e Consumo Responsável – 7º e 8º ano do EF.

Dia 9 e 10: Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE) – Hidráulica Moinhos de Vento – 3º ano do EF.

Dia 10 (B): Morro da Borússia (Osório) – Projeto “De bem com a vida” – 9º ano

uma área ou mesmo das Práticas Peda-gógicas Complementares. Um cuidado-so planejamento precede cada evento, assim como as atividades propostas. Os estudantes precisam estar atentos para registrar as informações solicita-das por seus professores e, no retorno, desenvolverão trabalhos de aula sobre as aprendizagens vivenciadas.

As saídas de campo costumam ter um impacto significativo em quem participa delas. Para os menores, re-presentam o primeiro voo longe da asa dos pais, sendo um marco importan-te na construção da autonomia. Além

disso, as saídas instigam e estimulam a curiosidade dos jovens e das crian-ças. “Fomos a Minas do Leão e a Pan-tano Grande com os estudantes do 5º ano para conhecer fontes de energia – em especial, o Biogás – e as crian-ças ficaram muito interessadas. Antes da partida, trouxeram materiais, como reportagens, para potencializar nossos debates e perguntaram muito. O des-dobramento se dará na construção de maquetes”, entusiasma-se a professora de Ciências do Marilei Weiss.

Apenas no mês de abril, aconteceram 13 saídas de campo. Confira.

Álbum de fotos das saídas de estudo

A

B

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Dia 17 (C): Assentamento Integração Gaúcha (Eldorado) – 7º ano EF

Dia 17 (D): Cânion Itaimbezinho/Torres – 1ª série EM

Dia 17 e 19 (E): Jardim Botânico – “Explorando ambientes construídos e preservados” – 2º ano do EF

Dia 19 e 26 (F): Minas do Leão e Pantano Grande – “Fontes de energia” – 5º ano EF

C

F

D

E

Fotos (p. 14-15): Professores e Orientadores

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ouro, sendo que o 1º lugar, além da me-dalha, recebeu como prêmio uma sessão de cinema junto com os coordenadores Roger Luís Lima dos Santos, Mariana Barcelos Ramos e Fabiana Lisboa

Os participantes da gincana João em Ação – que aconteceu nos dias 24 e 25 de abril – precisaram correr contra o tempo para resolver os desafios propos-tos. E fizeram isso juntos, valendo-se da organização, da criatividades e da cola-boração entre os 19 ou 20 integrantes do 6º e do 8 ano do Ensino Fundamental, agrupados em equipes identificadas com cores diferentes. Cada tom das camise-tas representava um dos objetivos do projeto pedagógico: Interação - vinho, Criação – vermelho, Dedicação – verde limão, Empolgação- laranja, Realização –verde bandeira, Motivação –amarelo, Participação – roxo, Humanização – azul bebê, Idealização – azul pervanche, Va-lorização – azul royal, Integração – azul marinho e Animação – verde água.

Corrida contra o tempo no João em Ação

1º lugar – Humanização (azul bebê)

As tarefas foram instigantes. O de-safio “Trabalhei no João”, por exemplo, solicitava a presença de um ex-professor que tivesse lecionado no Colégio entre 1º de março e 31 de dezembro de 1994. “Compareceram sete professores o que abrilhantou o nosso evento”, comemora Rosa Maria Limongi Ely, coordenadora pedagógica da Etapa. Outro – “Quem sou eu no João?” – fornecia caracterís-ticas pessoais de cinco trabalhadores da Escola e os estudantes precisavam investigar quem eram os funcionários misteriosos. E havia um, batizado “Pre-sente de russo”, no qual os competidores se viam diante de um código a ser deci-frado. Cada tarefa tinha uma pontuação específica e as três equipes vencedoras receberam medalhas de bronze, prata e

2º lugar – Valorização (azul Royal)

3º lugar – Interação (Vinho)

Fotos: Audiovisual João XXIII

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Mariana Menezes, mais conhecida como Mari Mene-zes, porto-alegrense de 14 anos e aluna do 9º Ano do Colégio João XXIII, de Porto Alegre, é campeã brasileira de skate na modalidade pool e está se preparando para competir no STU Qualifying Series 2018, seletiva olímpica do esporte, oficializado pela Confederação Brasileira de Skate (CBSk), que acontece em Florianópolis no final de maio e vai reunir apenas atle-tas ranqueados convidados.

Recentemente, Mari es-teve entre as dez competi-doras do sexo feminino que abriram a temporada anual de skate no país no Park Jam. O evento, que movi-mentou Itajaí/SC de 24 a 28 de janeiro com ampla co-bertura na Globo e SporTV, reuniu grandes ícones do esporte nacional e mundial e contou, pela primeira vez, com a categoria feminina, indicando que as garotas

vêm conquistando espaço na modalidade que passa a integrar as olimpíadas a par-tir de Tóquio em 2020.

Além de sagrar-se cam-peã brasileira de skate pool 2017, Mariana foi também 5ª colocada brasileira na moda-lidade park e 10ª no ranking nacional de bowl. Mesmo jo-vem, ela tem uma extensa ficha de conquistas no ska-te. Praticante desde os três anos de idade, na parceria do pai, também skatista, já com-petiu e conquistou troféus nos mais importantes certa-mes realizados no Rio Grande

do Sul e Santa Catarina.É presença constante nas

pistas de Porto Alegre e ar-redores, dividindo o tempo entre o esporte e os estudos. Mariana conta com o apoio da família para manter-se em evolução e está em busca de patrocínio pois não são pou-cas as despesas com compe-tições, aulas e equipamentos.

No ranking brasileiro da CBSk, o skate feminino apa-rece em sete modalidades: banx (pistas fechadas com altura de até 2,5m), bowl (pistas fechadas com paredes verticais de no mínimo 3,5m

de altura), downhill (descidas de rua em velocidade), park (pistas de grandes dimensões com vários relevos), pool (pis-tas fechadas que imitam as piscinas da Califórnia, onde o skate começou a ser pratica-do nos anos 60), street (skate “de rua”, com manobras em escadas, corrimãos, muretas e outros) e vertical (rampas em formato de U com pelo menos 3,5m de altura). Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, serão disputadas as modali-dades park e street, tanto no masculino quanto no femi-nino, e o país poderá ter até quatro garotas participando das disputas.

Aluna do João é classificada na seletiva olímpica de skate

Essa notícia foi sugerida no espaçopautas.joaoxxiii.com.brTem pautas pra nós? Participe!

MArI MENEzES• 14 anos

• Estudante do João XXIII e Skatista

• Campeã Brasileira na categoria Pool (2017)

Fotos: arquivo pessoal de Mariana Menezes

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Experiências de vida e morte fazem parte da existência humana e permeiam a compreensão de mundos das crianças desde a primeira infância. E foi assim para as crianças do Nível H da Educação Infantil. Elas herdaram um aquário, ganharam um peixinho colorido e o batizaram com o ins-pirado nome de Arco-íris. Mas o pequeno mascote morreu.

Logo um novo peixinho da espécie Beta foi adotado. O Vermelhinho chegou depois que as crianças elaboraram a per-da construindo hipóteses sobre o fato,

refletindo sobre o quanto os seres vivos podem ser frágeis e qual a responsabilidade de tê-los sob os nossos cuidados. Também pesquisaram a forma adequada de tratar um pequeno ser aquático. Durante o proces-so, exploraram e significaram as informações do catálogo de instruções que acompanhava o peixinho. Aqui a breve narrativa dessa experiência na voz de al-gumas crianças da NH.

Lições do Arco-íris

“O Arco-iris era um peixinho co-

lorido. Era o nosso peixinho. Ele

morava no aquário vazio que antes

era da tartaruga e das minhocas.

Mas ele morreu. A gente acha que

foi porque a casa dele já tinha sido

de outros bichos ou porque ele

não gostou da água da torneira.

Aqui (no catálogo m eque fazem

suas próprias leituras) diz que tem

que botar uma gotinha na água.

Aqui diz que ele tem que ter brin-

quedinho e é por isso que a gente

botou uma tartaruguinha e umas

plantinhas para o Vermelhinho. E a

comida é só três bolinhas (alimento

apropriado para peixes). Ah, e tam-

bém não dá para tocar no vidro e

nem gritar porque senão o Verme-

lhinho fica com medo.”

Foto: Rafael Wilhelm

Foto: Profª Luciene Barroso

A laboratorista Juliete auxiliou a pesquisa das crianças da turma NH, da Infantil, sobre cuidados com os peixes. Na foto, de cima para baixo, estão os alunos Iago, Milena e João Gabriel

Fotos: Rafael Wilhelm

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Um totem é um todo e, ao mesmo tempo, são vários. Um coletivo composto de figuras únicas. Uma representação em forma de escultura do cé-lebre lema dos mosqueteiros franceses: “Um por todos, to-dos por um”. Em resumo, um símbolo perfeito para que crianças recém apresenta-das ao contexto escolar se percebam como indivíduos integrantes de um grupo.

Este tesouro pedagógico foi explorado por Renata Gui-marães Martellet, professora do Nível D, quando acompa-nhava as crianças no proces-so inicial de adaptação con-templando a individualidade e a integração da turma. A proposta não aconteceu por acaso, mas revelou-se bem mais valiosa do que imagina-va Renata quando começou um trabalho de leitura visual da obra “Totem”, de Marcia Széliga. Com primorosas ilus-trações, mas sem palavras, o livro conta a história de um indígena empenhado em al-cançar a lua. Como sozinho não consegue realizar essa proeza quase impossível, conta com a ajuda de vários animais que vão se empilhan-do em cima de uma canoa.

O conto funcionou como uma pedra jogada em um lago, provocando círculos concêntricos na água pláci-da. Junto com a professora, as crianças começaram a propor muitas analogias e a construir suas próprias es-culturas experimentando os

Um por todos, todos por um

mais diversos materiais (ma-deira, pedras, papelão, cai-xas, entre outros), inusitadas composições, proporções e equilíbrios.

O primeiro totem infantil foi feito com blocos lógicos

de madeira. Cada menino ou menina escolheu o seu e co-lou ali a própria imagem. Daí para frente, a sala de aula se transformou num grande cenário de esculturas pla-nas, bidimensionais ou tri-

dimensionais. Em algumas experiências, exercitaram e refletiram sobre o papel e a importância de cada um na coletividade que é turma. Por exemplo: analogicamen-te uma das peças poderia ser mais pequena, mas era a base perfeita para que outra, maior e mais pesada, não caísse, re-presentando o equilíbrio ne-cessário.

Outra lição possível dos totens – a ser desenvolvi-da descoberta por meio da pesquisa sobre a origem mí-tica dessas esculturas em diversas culturas e épocas da história – é a ambigui-dade. “Alguns alunos, con-tagiados e curiosos sobre o tema, pesquisaram em casa, com os pais, e trouxeram informações a respeito dos totens”, conta a professora. A partir daí, além de ressig-nificar essas definições, tem sido trabalhado o conflito en-tre o bem o mal. E a gurizada montou mais um totem, esse com pedrinhas de desejos. Antes de equilibrá-las uma sobre a outra, cada um fez um pedido. Mas não pararam por aí. Até onde vão chegar? Renata não responde a esta pergunta. Embora já tenha esquematizado uma série de atividades em torno do tema, são seus pequenos alunos que vão lhe mostrar qual o real potencial educativo dos totens.

Totens são tesouros pedagógicos que permitem a reflexão sobre o papel e a importância de cada um na coletividade

Felipe e Nina construindo totens de madeira

Foto: Audiovisual João XXIII

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A primeira prova é um divisor de águas na vida escolar. Por isso, envol-ve uma “trama” que começa no 3º ano, intensifica-se no 4º ano e se consolida no 5º ano, quando, aos poucos, são introdu-zidas provas de diferentes componentes curriculares. Pela mesma razão, os pais são convidados a comparecer na Escola, conversar, ouvir os educadores e expor dúvidas a este respeito em uma reunião que instiga e toca cada um, revivendo sua própria trajetória escolar. (No youtube - REUNIÃO 5ano 2018). Em 2018, a reunião com as famílias para a apresentação do projeto “Ensinar a Estudar” aconteceu no dia 25 de abril e um dos primeiros escla-recimentos foi: a prova não é apenas um instrumento para medir o nível de conhe-cimento das crianças, e sim um momento a mais da aprendizagem. Assim, a primei-ra prova da vida escolar é precedida pelo aprendizado de procedimentos de estudo

e de práticas de organização. Também são aplicados diversos tipos de prova: em dupla, com consulta, com resumos previamente preparados pelo estudante ou mesmo na linha individual.

Até o ano passado, a primeira prova só era aplicada no segundo trimestre. Neste ano, porém, a coordenadora Ian-ne Ely Godoi Vieira e os professores do 5º resolveram desafiar a meninada já nos primeiros três meses do ano letivo com provas em três componentes curricula-res. “Eles querem muito fazer a primeira prova. Estão ansiosos por isso”, garante a professora de Ciências Marilei Weiss. A expectativa tem uma razão de ser. “Eles passam por todo um processo de signifi-cação do que é uma prova. “É um cami-nho encantador ver a compreensão e o entendimento das nossas crianças sobre o que é, como se pensa e como se cons-trói uma prova, além do seu real sentido”,

relata Ianne. Ela explica que as crianças começam sendo esclarecidas a respei-to de como um professor constrói uma prova, refletem porque algumas questões são dissertativas e outras são objetivas, necessitando apenas de um “sim” ou um “não”. Também se exercitam na tarefa de avaliadores, pensando em como avalia-riam se fossem professores.

Passo importante, também, é o apren-dizado dos procedimentos de estudo. A organização e do material escolar, a refle-xão sobre tempo de estudar, a elaboração e os resumos estão entre os desafios pe-dagógicos dos estudantes do 5º ano que irão se deparar com a primeira prova de suas vidas. Mas eles também são prota-gonistas no percurso. “Acompanhar esse caminho e começar a perceber, junto com os professores, o melhor jeito de estudar de cada criança é instigante para nós, conclui Ianne.

Primeira prova é parte de um projeto que ensina a estudar

Foto: Arquivo pessoal de Régis Gonzaga

Fotos: quadros extraidos do vídeo (clique)

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Régis Gonzaga nasceu para ensinar

Como e quando o João en-trou na tua vida?

Lecionei no Joãozinho nos anos 80, já como professor de Matemática. Quando fui convi-dado, tomei um susto. O João era onde estudavam os filhos das famílias mais tradicionais de Porto Alegre, a elite. Fui com um certo medo, confesso. Mas, quando cheguei, vi que não havia motivo para isso. Encontrei famílias que valo-rizavam a educação de seus filhos e alunos bem educados, estudiosos, respeitadores. Nós nos divertíamos muito. No recreio eu preferia ficar jo-gando com a gurizada em vez de descansar. Voltava para a aula todo suado. A equipe de professores também era mui-to unida. Nós defendíamos o Colégio em qualquer situação. Deixei o João com muito pesar porque o cursinho Mauá (onde também lecionava) tinha cres-cido muito e eu não dava mais conta. Mas ainda gosto muito quando me convidam para dar palestra e vou com a maior alegria.

Depois de tantos anos de-dicados à educação, qual o teu recado às famílias?

Às vezes vejo as pessoas fa-lando que a mensalidade do colégio dos filhos está cara, mas essas mesmas pessoas saem para jantar e gastam três vezes mais. A educação é a coisa mais importante que podemos deixar para nossos filhos. Ela muda as pessoas, muda o mundo. Nunca pode-mos esquecer disso.

Professor e fundador do Grupo Unificado de cursinhos pré-vestibular, Régis Gonzaga é quase uma lenda da Matemá-tica. Há mais de 40 anos ele se dedica a ensinar, tendo lecio-nado no Colégio João XXIII nos anos 80. Régis também aposta na conscientização dos jovens, na valorização à vida e na edu-cação para o trânsito por meio da Fundação Thiago Gonzaga, criada por sua mulher, Diza. Para ele, o maior legado que os pais podem deixar para seus filhos é o ensino de qualidade.

Como te tornaste um pro-fessor?

Eu comecei dando aula com 18, 19 anos no Supletivo vincu-lado à Faculdade de Filosofia. Era um cursinho para alunos carentes e a maioria tinha mais idade do que eu. Na épo-ca eu estudava Administração, mas ensinar me fascinou. Ali eu me dei conta que tinha nascido para ensinar, para ser professor. Foi quando me transferi para a Matemática, contrariando os meus pais. Eles não gostaram nem um pouco da idéia.

POVO DO JOÃO

Os vídeos feitos pelos alunos do 3º ano do EF durante a semana de aniversário de Porto Alegre, em março, renderam mensagens e uma exposição, mas não pararam por aí. Eles inspi-raram o projeto pedagógico: “Será que Porto Alegre sempre foi assim? Prós e contras de uma cidade que cresce”. Os detalhes do percurso de estudo estão sendo cutomizados passo a passo. Encontros com a Brigada Militar para discutir a segurança da cidade e uma saída de campo por parques, viadutos e manumentos já estão sendo agendadas. Você pode conferir o recado da gurizada pelo Youtube (Estudantes do 3º Ano mandam recados para Porto Alegre!)

Mensagens sobre Porto Alegre resultam em novo projeto

Leon, Camila e Julia escolheram o Guaíba e a Redenção como tema de seus vídeos