A nova classe média

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Detalhamento sobre o surgimento e a caracterização da chamada nova classe média

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A Nova Classe Média

Coordenação: Marcelo Cortes Neri

Agosto de 2008

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Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões

neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Fundação Getulio

Vargas.

A Nova Classe Média / Marcelo Côrtes Neri (Coord.). - Rio de Janeiro:

FGV/IBRE, CPS, 2008.

[85] p.

1. Classe Média 2. Renda 3. Classe C 4. Mobilidade Social 5. Mobilidade Trabalhista I. Neri, M.C © Marcelo Neri 2008

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A Nova Classe Média

Rio de Janeiro, 05 de agosto de 2008

Versão 2.0 – 08 de agosto de 2008

Centro de Políticas Sociais

Instituto Brasileiro de Economia

Fundação Getulio Vargas

Coordenação: Marcelo Cortes Neri [email protected]

Equipe do CPS: Luisa Carvalhaes Coutinho de Melo

Samanta dos Reis Sacramento André Luiz Neri

Carolina Marques Bastos Celio Maymone Pontes

Ana Lucia Salomão Calçada Ana Beatriz Andari

Celso Henrique Fonseca

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Índice:

1. Motivação

2. Método

3. Média, Desigualdade e Miséria

4. Definindo a Classe Média

5. Mudanças no Bolo Distributivo

6. A Dança Distributiva

7. A Volta da Carteira de Trabalho

8. Conclusões

9. Bibliografia

Anexo I – Retrato da Nova Classe Média

Anexo II – Avaliação Regional

Anexo III – Descrição do Banco de Dados da Pesquisa Panorama (Nova Classe Média e Mobilidade Social) Exercícios Multivariados de Mobilidade Social

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A Nova Classe Média1 Agosto de 2008

1. MOTIVAÇÃO O Brasil foi promovido no primeiro semestre de 2008 a “investiment grade” pelas

agencias internacionais de rating. Em 2007 passou a integrar o grupo de países com

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto pela ONU. O presente estudo revela a

contrapartida disto no dia a dia da parte mais sensível da anatomia humana: o bolso. A

parcela da Classe C subiu 22,8% de abril de 2004 a abril de 2008, neste mesmo período

a nossa Classe A & B subiu 33,6%. Portanto de antemão para quem acha classe média

mais rica que a nossa classe C, a conclusão que a classe média cresceu não é afetada,

pelo contrário. Outro ponto inicial, os indicadores substantivos assim como os

simbólicos indicam a ocorrência de um boom na classe C: casa, carro, computador,

crédito e carteira de trabalho estão nos seus níveis recordes históricos.

A Classe C é a classe central, abaixo da A e B e acima da D e E. A fim de quantificar

as faixas, calculamos a renda domiciliar per capita do trabalho e depois a expressamos

em termos equivalentes de renda domiciliar total de todas as fontes. A faixa C central

está compreendida entre os R$ 1064 e os R$ 4561 a preços de hoje na grande São

Paulo. A nossa classe C está compreendida entre os imediatamente acima dos 50% mais

pobres e os 10% mais ricos na virada do século. Heuristicamente, os limites da classe C

seriam as fronteiras para o lado indiano e para o lado belga da nossa Belíndia. Alguns

olham para a nossa classe C e a enxergam como média baixa e para a nossa classe B e a

enxergam como classe média alta. O mais importante é ter um critério consistente

definido. A nossa classe C aufere em média a renda média da sociedade, ou seja, é

classe média no sentido estatístico. Dada desigualdade, a renda média é alta em relação

a nossa mediana. Em relação ao resto do mundo: 80% das pessoas no mundo vivem em

países com níveis de renda per capita menores que o brasileiro. A classe C ela é a

imagem mais próxima da sociedade brasileira.

1 Este estudo surge de um novo desafio colocado pelo presidente da Fundação Getulio Vargas, Carlos Ivan Simonsen Leal, há dois anos do CPS ir além das estatísticas de pobreza e estudar a classe média brasileira. Queríamos agradecer a direção e as palavras de incentivo sem, no entanto, implicá-lo nas escolhas metodológicas aqui empreendidas e nos resultados encontrados.

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Tal como na metáfora do motorista, do retrovisor e do pára-brisas, se quisermos nos

guiar pela realidade brasileira, é preciso deixar de olhar apenas para os dados defasados

e mirar a cena corrente. Mesmo antes de olhar para o futuro, até por que há muita

incerteza e nebulosidade função da crise americana, ora em curso, é preciso antes

explorar os dados mais atuais disponíveis deste admirável mundo novo que se

descortina a cada instante. Informamos aqui o debate social com dados inéditos para

2007 e 2008 que ainda não foram explorados em bases familiares seja no cálculo de

índices de pobreza, de bem estar ou de mobilidade social. Função da continuidade da

tendência a melhora nas condições sociais sintetizada nas novas reduções da miséria

aqui apresentadas em primeira mão, o estudo revela a emergência de uma nova classe

média no Brasil. A ascensão desta nova classe média é a principal inovação recente

nesta década que se confirma aqui como a da redução da desigualdade e tem sido

propulsionada por ela e agora pela volta do crescimento. O ingrediente fundamental

deste crescimento do bolo com mais fermento para os grupos pobres e agora nos

últimos anos para a classe média é a recuperação do mercado de trabalho, em particular

da ocupação2.

A pesquisa define, quantifica e começa a detalhar o protagonismo econômico desta

nova classe média nas principais cidades brasileiras, a verdadeira caixa de percussão

dos eventos nacionais. A ênfase será na renda domiciliar do trabalho nas seis principais

metrópoles brasileiras, função da maior disponibilidade de microdados recentes (até

abril de 2008) da Pesquisa Mensal do Emprego (PME/IBGE). Argumentamos que a

renda do trabalho e as medidas de mobilidade social a ela associada são elementos

essenciais do espírito da classe média. Por encerrar o que há de mais sustentável hoje

nos padrões de vida conquistado pelas pessoas e nos seus respectivos caminhos em

direção ao futuro. Thomas Friedman, colunista internacional do New York Times em

seu recente best-seller “O Mundo é Plano” define classe média como aquela que tem um

plano bem definido de ascensão social para o futuro. Esta fábrica de realização de

sonhos individuais é o motor fundamental para conquista da riqueza das nações. O

combustível é o anseio de subir na vida já o lubrificante seria o ambiente de trabalho e

negócios.

2 Neste sentido, aqueles que analisam a evolução recente da média e a desigualdade da renda do trabalho no Brasil somente considerando a renda dos ocupados, estão “jogando o bêbe fora junto com a água de banho”.

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Além de mais atuais, os dados aqui analisados permitem acompanhar as mesmas

famílias ao longo do tempo e observar as transições delas para fora e para dentro de

estados de pobreza e de classe média. Mal comparando, enquanto os estudos

tradicionais baseados na PNAD, e mesmo na PME, nos fornecem fotografias estáticas

dos grupos da sociedade em diferentes instantes do tempo. A PME oferece a

possibilidade de captarmos o filme das mesmas famílias, separando os emergentes

daqueles que já pertenciam à classe média. Também permitem identificar os novos

destinos dos que habitavam inicialmente o segmento da classe média, seja de retrocesso

(classe E), seja de ascensão (elite – classe A e B). Por exemplo, desde 2002 a

probabilidade de ascender da Classe C para a Classe A nunca foi tão alta e a de cair para

a Classe E nunca foi tão baixa como nos idos de 2008. Em termos mais agregados, a

pesquisa mostra que apesar dos sinais claros da crise externa no horizonte, 2007 e 2008

são dois dos três melhores períodos em termos de recuperação de renda. O fato de que

ao contrário do outro ano de destaque de 2004, de não estarmos saindo de uma recessão

interna, ou vivendo uma bonança externa torna 2008 surpreendente. Todos os

indicadores, seja do ponto de vista do consumidor, seja do produtor apontam para o

boom na classe C: casa, carro, crédito, computador e carteira de trabalho todos em

meados de 2008 estão nos seus recordes históricos. Por fim para completar o cenário

mais atual também recorremos aos dados do Caged/MTE (Cadastro Geral de Emprego e

Desemprego do Ministério do Trabalho e Emprego) disponível para todo território

nacional até junho de 2008. Estes dados abordam o emprego formal que bate recorde

sobre recorde nos últimos meses frente aos resultados já surpreendentes dos últimos

anos. A volta da carteira de trabalho talvez seja o elemento mais representativo de

ressurgimento da centralidade da classe média brasileira.

Muito tem se falado desta década em termos de redução de desigualdade (desde 2001) e

de pobreza (desde 2004), ênfase foi dada ao papel das transferências de renda oficiais

aos mais pobres, mas poucos aos avanços estruturais decorrentes da expansão

trabalhista observada em todos os segmentos da sociedade. Desde o final de 2006 até

agora acontece aumento da renda do trabalho em geral e da geração de empregos

formais em particular. Isto é, desde o último retrato estatístico do Brasil pintado com as

tintas da PNAD 2006, o que se destaca agora é a geração de renda do trabalho. A

presente pesquisa mostra a partir de dados mais atuais a continuidade com sinais de

aceleração em alguns casos do expressivo movimento de redução da desigualdade e da

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miséria brasileira até o momento. Depois de duas décadas perdidas de avanços de renda

e do trabalho, a combinação de crescimento mais acelerado com marcada redução de

desigualdade por um período mais longo é notável, esta é uma estória cujos novos

capítulos valem a pena ser contatos antes que o livro acabe, dado o seu ineditismo na

História estatisticamente documentada brasileira.

Tem havido deslocamentos das tendências captadas nas diferentes cidades e novidades

na comparação com outras áreas do país. Depois de anos de crise metropolitana, a

principal revelação é o quanto a classe média brasileira está crescendo lá e a miséria

diminuindo, e quanto isto se deve a geração de trabalho privada da população. Em

muitos casos as análises dão ênfase ao papel das altas transferências de renda públicas a

população como expansão do Bolsa-Família e das transferências previdenciárias,

contributivas ou não, associadas aos reajustes reais do salário mínimo. Argumentamos

que pelo menos desde 2004 o aumento de renda do trabalho rivaliza com estas

transferências na explicação das melhoras de renda para o conjunto da população (e que

desde 2001 para os segmentos mais pobres). Isto está bem documentado nas séries da

PNAD que vão até outubro de 2006. O que ainda não foi detalhado é a extensão da

reversão trabalhista recente e o crescimento absoluto dos grupos médios da população.

Além do protagonismo da renda do trabalho vis a vis as rendas públicas, das metrópoles

vis a vis o resto do país, e da emergência da classe média é preciso ter como pano de

fundo a mudança do contexto internacional. Até meados de 2007 apesar de um

crescimento mais forte do PIB brasileiro desde 2004 vis a vis as chamadas duas décadas

perdidas anteriores, corríamos atrás do crescimento das economias centrais em especial

das emergentes como Índia e China. Desde então o PIB brasileiro e as demais

estatísticas econômicas começam fechar a distancia de crescimento frente ao contexto

internacional. Mais do que isso a renda da PNAD já segue o passo do crescimento per

capita chinês desde 2005 sendo 4,3 maior que o do PIB per capita. Será ilusão de ótica

já que não houve qualquer mudança de metodologia estatística, ou será que a boa

colheita de dados sociais antecedeu a safra de dados econômicos? O fato que tem sido

reportado nos principais jornais internacionais o Brasil hoje é a bola da vez, não de

crise, mas de oportunidade em relação ao contexto internacional. Este artigo substancia

com dados mais atuais e alternativos este novo sentimento de prosperidade através de

dados objetivos. Esta melhoria se concentra nos elementos que ocupavam há pouco o

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epicentro da nossa crise, quais sejam: a renda do trabalho, o emprego com carteira, as

metrópoles e a chamada classe média. Outra novidade bem colocada por Mac Margolis

correspondente da Newsweek no Brasil escreveu em seu blog é que a primeira vez nos

seus mais de trinta anos de Brasil que quando a palavra crise pronunciada aqui, refere-se

a alhures.

A presente pesquisa explora os movimentos da distribuição de renda aí entendida no

sentido estatístico, abrangendo tanto mudanças na desigualdade como alterações no

crescimento médio da renda domiciliar. Enfocamos as trajetórias das famílias entre

diferentes estratos sociais, conferindo ênfase à análise de dois segmentos, a saber: a

miséria situada na cauda inferior da distribuição de renda per capita e em especial a

chamada classe média situada no miolo da distribuição de renda total dos domicílios. O

plano do artigo é o seguinte: na segunda seção detalhamos a base da metodologia

utilizada. Na seção seguinte analisamos a evolução recente de indicadores de

distribuição baseados em renda per capita do trabalho como miséria, desigualdade e

média. Na quarta seção, discutimos os conceitos de estrutura social e classe média desde

a perspectiva de medição. (Na quinta seção quantificamos a evolução agregada de

quatro estratos (ou classes) sociais, a saber: classe E, Classe D, Classe Média (C) e Elite

(A e B)). Na seção seguinte tiramos partido do aspecto longitudinal da PME para

quantificar as transições para fora e para dentro de cada um destes segmentos assim

como identificar os destinos específicos assumidos. Algo como me diga para onde vás

que eu te digo quem és. A sexta e última seção apresenta as principais conclusões do

estudo. O sítio da pesquisa www.fgv.br/cps/classe_media oferece amplo banco de dados

onde o usuário pode explorar a extensão dos grupos assim como a mobilidade entre

eles, abertos por uma vasta gama de atributos sócio-econômicos (gênero, raça, idade,

etc), trabalhistas (posse de carteira, educação etc) e espaciais (cidades). O banco de

dados permite, a cada um, ver as trajetórias prováveis de pessoas com os seus atributos.

Uma espécie de espelho retrovisor da trajetória social recente. Apresentamos ao fim do

texto três anexos com a análise de aspectos deste banco. No primeiro, traçamos um

perfil da classe média pelos principais atributos sócio-demográficos. No segundo

comparamos a evolução da classe média e da miséria por cada uma das seis regiões

metropolitanas. No terceiro apresentamos os modelos estatísticos estimados

incorporados nos simuladores.

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2. MÉTODO A tradição entre as instituições de pesquisa como o IBGE é usar os dados da Pesquisa

Mensal do Emprego (PME) em níveis individuais, e não em níveis domiciliares,

particularmente quando se trata de indicadores, como taxa de desemprego e a renda

média do trabalho. Entretanto, a PME é uma pesquisa domiciliar comparável à Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e pode ser usada como tal. Esse ponto

merece destaque, pois a avaliação das condições socioeconômicas deve levar em conta

o processo de repartição de recursos no bojo dos domicílios. Por exemplo, o fato de a

renda do trabalhador adulto poder beneficiar outros membros de sua família, como as

crianças. Nesse sentido, o conceito mais adequado para auferir o nível de pobreza seria

a renda domiciliar per capita dos indivíduos, que corresponde à soma da renda de todas

as pessoas dos domicílios dividida pelo número total de moradores. Similarmente,

quando queremos quantificar a extensão da chamada classe média para, por exemplo,

avaliar o poder de compra de bens familiares tais como a casa própria, o conceito

adequado é a renda total auferida por todos os membros do domicílio. Ambos os

conceitos resumem uma série de fatores operantes sobre os membros da família, tais

como os níveis de ocupação e de rendimento, auferidos de maneira formal ou informal,

mas cujos efeitos sejam rateados ou agregados pelo número total de moradores

(BARROS et al.,1996).

A questão central aqui ensejada é como melhorar o monitoramento das condições de

vida da nossa população. Como avaliar o desempenho social e econômico dispondo

apenas dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), cujo

conhecimento fica, em média, 18 meses defasados em relação dos instantes

mensurados? Por exemplo, hoje estamos há quase dois anos desde a última fotografia

nacional tirada a partir da Pnad. O aumento de velocidade é um requisito necessário

para poder traçar um sistema de avaliação de metas sociais operativo. Isto inclui tanto

sistemas gerenciais feitos no âmbito das administrações públicas, como o

acompanhamento das flutuações da miséria por parte da sociedade. Do ponto de vista

das empresas privadas que querem se adequar as flutuações do ciclo de negócios para

nichar a sua demanda, a urgência requerida não é menor. Função destas necessidades

propomos lançar mão do processamento dos microdados da PME, que, graças a sua

agilidade, nos permite diminuir a defasagem de 18 para cerca de 3 meses (NERI;

CONSIDERA,1996).

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Além do benefício pelo aumento da velocidade de difusão da informação, a utilização

de dados da PME/IBGE em bases mensais permite captar, em detalhe temporal, a

operação dos determinantes da distribuição de renda do trabalho observados no Brasil.

As séries de média da renda domiciliar per capita e de desigualdade captadas pelo índice

Gini, apresentadas nos gráficos 1 e 2 a seguir, e detalhadas mais adiante, indicam que a

maior parte do crescimento da renda do trabalho per capita das classes mais pobres

observado nos primeiro quatro anos se deu entre março e junho de 2004, mas que segue

de maneira ininterrupta desde então3.

GRÁFICO 1 - Séries de Miséria

24,025,026,027,028,029,030,031,032,033,034,035,036,037,038,0

mar-02

jul-02

nov-02

mar-03

jul-03

nov-03

mar-04

jul-04

nov-04

mar-05

jul-05

nov-05

mar-06

jul-06

nov-06

mar-07

jul-07

nov-07

mar-08

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

3 Os dados da parcela de renda apropriada pelos três grupos analisados indicam que a grande queda de desigualdade de 2004 ocorreu entre abril e junho daquele ano. Antes de creditarmos as mudanças ao reajuste do salário mínimo, cabe lembrar que ele foi bastante reduzido em termos reais, fazendo crer que foram outros os fatores, e não o efeito-salário mínimo, que geraram a redução da desigualdade de renda em 2004. Complementarmente, a série mensal demonstra que o reajuste de 9% real dado em maio de 2005 ao salário mínimo e o de cerca de 13% real concedido em abril de 2006 fornecem evidências relevantes. Para aqueles que presenciaram os efeitos dos reajustes do salário mínimo NA DÉCADA DE 90, como o de maio de 1995, sobre dados similares, os resultados indicam uma perda de sincronia entre aumentos do mínimo e redução de pobreza.

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GRÁFICO 2 - Evolução da Desigualdade pelo Índice Gini

0,580

0,585

0,590

0,595

0,600

0,605

0,610

0,615

0,620

0,625

0,630

0,635

0,640

0,645

mar

-02

jun-

02

set-

02

dez-

02

mar

-03

jun-

03

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03

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03

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04

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04

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04

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-05

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05

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05

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mar

-06

jun-

06

set-

06

dez-

06

mar

-07

jun-

07

set-

07

dez-

07

mar

-08

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

Mal comparando, se os cientistas sociais fossem astrônomos e a distribuição de renda

um corpo celeste em movimento, a Pnad seria um super telescópio situado no lugar

certo para registrar a passagem do astro. Porém, para precisar os determinantes da

trajetória de indicadores sociais com base em rendas, como a de pobreza e a de

desigualdade de renda, precisamos de algo mais do que fotografias do fenômeno em

anos distintos, como as fornecidas pela comparação das Pnads ao longo do tempo. Seria

preciso utilizar uma espécie de filme gerado com base numa série de fotografias

mensais, como as oferecidas pela PME, que permitem identificar o efeito de mudanças

discretas sobre variáveis de políticas, como mudanças abruptas na taxa de juros, na taxa

de câmbio ou, de maneira mais contundente, o papel dos reajustes do salário mínimo

(NERI, 1995).

Em terceiro lugar, a PME usa a metodologia de painel rotativo similar àquela adotada

pelo Current Population Survey (CPS) americano, que permite acompanhar as

informações dos mesmos indivíduos e de suas famílias durante algumas observações

consecutivas. Ou seja, na nossa analogia cinematográfica, não estamos apenas

acompanhando a estória agregada da sociedade ou de subgrupos delas, mas elaborando

filmes de cada pessoa na amostra. Em particular, exploramos aqui dados observados em

março, abril, maio e junho de cada ano. Esse período é de especial interesse para

identificar os efeitos do salário mínimo de cada ano e a rápida redução de pobreza e de

desigualdade ocorrida em 2004, supramencionada. A abordagem usada neste trabalho

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consiste em calcular as probabilidades de transição para dentro e para fora da pobreza

trabalhista, bem como as de não-transição entre quatro meses consecutivos. Os

microdados nos permitirão diferenciar indivíduos mais afetados pelo salário mínimo

(incluindo o de 2006) e recuperar as respectivas trajetórias de renda do trabalho

domiciliar per capita (BARROS et al., 1996).

Finalmente, é importante chamar a atenção para duas limitações da PME, a saber: ela

deixa de fora outras rendas não-trabalho, como as advindas de transferência

governamentais de programas para pobres e de juros para os grupos com estoque de

riqueza financeira, além de ela só cobrir as seis áreas metropolitanas do Brasil. Ou seja,

a pesquisa só fornece evidências do trabalho metropolitano (RAMOS; BRITO, 2003).

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15

3. MÉDIA, DESIGUALDADE E MISÉRIA MÉDIA O conceito habitual ou normal suaviza flutuações transitórias da renda tal como aquela

advinda do décimo terceiro salário, do bônus de férias e de horas extras feitas de

maneira excepcional. O conceito de renda efetiva também pesquisada pela PME

apresenta marcadas flutuações sazonais na passagem de cada ano como os gráficos

ilustram, mas fora estes picos as séries de dados são relativamente próximos4. Optamos

por trabalhar aqui com o conceito habitual de renda, pois além de eliminar flutuações

erráticas o que pode viesar para cima as medidas de mobilidade a serem discutidas mais

a frente. Uma vantagem deste conceito é a de ser também usado pela PNAD permitindo

comparabilidade direta dos resultados com a principal base de dados do sistema de

pesquisas domiciliares brasileiras.

GRÁFICO 3 - Evolução da Média de Renda Per Capita – 15 a 60 anos Renda Efetiva x Habitual

450

475

500

525

550

575

600

625

650

675

700

725

750

mar

/02

jun/

02

set/0

2

dez/

02

mar

/03

jun/

03

set/0

3

dez/

03

mar

/04

jun/

04

set/0

4

dez/

04

mar

/05

jun/

05

set/0

5

dez/

05

mar

/06

jun/

06

set/0

6

dez/

06

mar

/07

jun/

07

set/0

7

dez/

07

mar

/08

Habitual Efetiva

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Uma primeira abordagem é a de olhar para a evolução da distribuição de renda no

sentido estatístico, aí incluindo a evolução da média e da desigualdade de renda per

capita habitual. Optamos por apresentar o gráfico em média móvel para isolar melhor as

tendências. A média de renda dá continuidade à trajetória de expansão já observada do

fim da recessão de 2003, como já os dados mensais acima já sugeriam. A taxa de

crescimento médio no período de abril de 2003 a abril de 2008 de renda per capita,

4 Neri (1996) detalha as diferenças entre os dois conceitos a partir da comparação entre a PME coletada entre a 1980 e idos de 1982 antes da primeira reformulação. Um outro ponto é que o conceito habitual tende a estar vinculado ao mês em curso da pesquisa enquanto o efetivo ao mês anterior. Neste sentido o coneito efetivo seria mais adequado como indicador líder da PNAD. Por outro lado, o conceito efetivo de renda é o que se adequa as séries da PME entre 1982 e 2002, antes da segunda reforma.

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portanto já descontando o crescimento populacional, é de 5% ao ano. Se isolarmos o

período pós-abril de 2004 esta taxa atinge 6,5% ao ano, mais uma vez já descontado o

crescimento populacional.

GRÁFICO 4 - Evolução da Média de Renda Per Capita - 15 a 60 anos Renda Habitual – Média Móvel de 12 Meses

450

475

500

525

550

575

600

fev/

03

mai

/03

ago/

03

nov/

03

fev/

04

mai

/04

ago/

04

nov/

04

fev/

05

mai

/05

ago/

05

nov/

05

fev/

06

mai

/06

ago/

06

nov/

06

fev/

07

mai

/07

ago/

07

nov/

07

fev/

08

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

TABELA 1 - Renda Per Capita do Trabalho – 15 a 60 anos

6 Regiões Metropolitanas brasileiras Nível (R$)

RENDA PER CAPITA – R$

abr/02 514,85 abr/03 480,51 abr/04 467,47 abr/05 513,04 abr/06 536,07 abr/07 574,69 abr/08 605,42

Evolução

RENDA PER CAPITA M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (R$)

Evolução Anual (12 Meses) abril 03 / abril 02 -6,67 -34,34 abril 04 / abril 03 -2,71 -9,20 -13,04 abril 05 / abril 04 9,75 8,78 45,57 abril 06 / abril 05 4,49 3,87 23,03 abril 07 / abril 06 7,20 7,39 38,62 abril 08 / abril 07 5,35 4,14 30,73 Evolução Acumulada (desde 2002) abril 08 / abril 03 26,00 14,75 124,91 abril 08 / abril 04 29,51 26,37 137,95 abril 08 / abril 05 18,01 16,17 92,38 abril 08 / abril 06 12,94 11,84 69,35 abril 08 / abril 07 5,35 4,14 30,73

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Page 18: A nova classe média

17

Assim como na renda per capita, a renda domiciliar total também apresenta queda nos

dois primeiros anos, especialmente entre 2002 e 2003, quando cai 8,74%. Em 2008,

encontramos o maior nível de toda a série (R$ 1957), 24,76% acima do nível

apresentado em 2004.

TABELA 2 - Renda Domiciliar do Trabalho – 15 a 60 anos

6 Regiões Metropolitanas brasileiras Nível (R$)

RENDA DOMICILIAR – R$

abr/02 1784,08 abr/03 1628,11 abr/04 1568,47 abr/05 1704,74 abr/06 1770,08 abr/07 1886,36 abr/08 1956,90

Evolução

RENDA DOMICILIAR MM Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.)

Evolução Anual (12 Meses) abril 03 / abril 02 -8,74 -155,97 abril 04 / abril 03 -3,66 -10,00 -59,64 abril 05 / abril 04 8,69 7,91 136,27 abril 06 / abril 05 3,83 3,31 65,34 abril 07 / abril 06 6,57 6,87 116,28 abril 08 / abril 07 3,74 2,82 70,54 Evolução Acumulada (desde 2002) abril 08 / abril 02 9,69 172,82 abril 08 / abril 03 20,19 10,25 328,79 abril 08 / abril 04 24,76 22,50 388,43 abril 08 / abril 05 14,79 13,53 252,16 abril 08 / abril 06 10,55 9,89 186,82 abril 08 / abril 07 3,74 2,82 70,54

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Page 19: A nova classe média

18

DESIGUALDADE Antes da análise das medidas de desigualdade cabe frisar que além da menor

abrangência geográfica e de conceito de renda utilizados, o conceito de renda per capita

usada inclui as rendas nulas o que é de fundamental importância para as medidas de

desigualdade. No caso da medida mais popular usada o índice de Gini que varia de 0 a 1

confere pesos as rendas em ordem inversa ao ranking das mesmas. Ou seja, o sujeito

mais rico da sociedade recebe o menor dos pesos que sobe paulatinamente à medida que

caminhamos em direção as menores rendas. Neste sentido a pessoa que tem renda 0

deveria receber o maior dos pesos e não o menor, peso nulo, quando implicitamente os

desconsideramos na análise. Feitas estas ressalvas metodológicas a desigualdade de

renda também apresenta marcada retração, esta durante toda a série. O índice de Gini

cai de 0,627 em abril de 2002 para 0,584 em abril de 2008 o que é considerável dada

escala de variação do índice de Gini, em particular no contexto brasileiro. O índice de

Gini de rendas de per capita de todas as fontes fica estagnado em torno de 0,6 entre os

censos de 1970 e de 2000. A única mudança expressiva de natureza permanente

observada nas séries estatisticamente documentadas do país foi o famoso aumento dos

anos 60 quando o índice de Gini da renda individual sobe cerca de 0,07 ponto em uma

década. Guardadas as diferenças conceitual e geográfica, para efeito de comparação esta

queda absoluta em seis anos 0,0426 está exatamente no mesmo ritmo daquela conhecida

queda dos anos 60.

GRÁFICO 5 - Evolução da desigualdade pelo índice Gini

Média Móvel de 12 Meses

0,59

0,595

0,6

0,605

0,61

0,615

0,62

0,625

0,63

0,635

fev-

03

mai

-03

ago-

03

nov-

03

fev-

04

mai

-04

ago-

04

nov-

04

fev-

05

mai

-05

ago-

05

nov-

05

fev-

06

mai

-06

ago-

06

nov-

06

fev-

07

mai

-07

ago-

07

nov-

07

fev-

08

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Page 20: A nova classe média

19

TABELA 3 - Desigualdade Trabalhista - População Total (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Nível

GINI

abr/02 0,6270 abr/03 0,6284 abr/04 0,6258 abr/05 0,6036 abr/06 0,6011 abr/07 0,5963 abr/08 0,5844

Evolução

GINI

M. Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.) Evolução Anual (12 meses) abril 03 / abril 02 0,22 0,001 abril 04 / abril 03 -0,40 -2,17 -0,003 abril 05 / abril 04 -3,56 -2,10 -0,022 abril 06 / abril 05 -0,41 -1,12 -0,002 abril 07 / abril 06 -0,80 -0,82 -0,005 abril 08 / abril 07 -2,00 -1,33 -0,012 Evolução Acumulada (desde 2002) abril 08 / abril 02 -6,79 -0,043 abril 08 / abril 03 -7,00 -7,32 -0,044 abril 08 / abril 04 -6,62 -5,26 -0,041 abril 08 / abril 05 -3,18 -3,23 -0,019 abril 08 / abril 06 -2,78 -2,13 -0,017 abril 08 / abril 07 -2,00 -1,33 -0,012

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

MISÉRIA A distribuição de renda e a miséria trabalhista melhoram função tanto do crescimento

acelerado da média de renda como da redução da desigualdade de renda. Apresentamos

abaixo estimativas da miséria trabalhista metropolitana usando a linha de miséria de 135

reais mês por pessoa a preços da Grande São Paulo ajustada por diferenças espaciais de

custo de vida do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (Neri 2006 e

Ferreira, Lanjouw e Neri 2003).

Page 21: A nova classe média

20

GRÁFICO 6 - Miséria Trabalhista

Média Móvel de 12 Meses

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

36

37

fev-

03

mai

-03

ago-

03

nov-

03

fev-

04

mai

-04

ago-

04

nov-

04

fev-

05

mai

-05

ago-

05

nov-

05

fev-

06

mai

-06

ago-

06

nov-

06

fev-

07

mai

-07

ago-

07

nov-

07

fev-

08

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

TABELA 4 - Miséria Trabalhista - População Total (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Nível

Taxa de MISÉRIA

abr/02 34,93 abr/03 37,13 abr/04 37,17 abr/05 32,58 abr/06 31,61 abr/07 29,09 abr/08 25,16

Evolução

Taxa de MISÉRIA M. Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.)

abril 03 / abril 02 6,31 2,20 abril 04 / abril 03 0,11 3,60 0,04 abril 05 / abril 04 -12,34 -10,74 -4,59 abril 06 / abril 05 -2,99 -5,81 -0,98 abril 07 / abril 06 -7,97 -6,61 -2,52 abril 08 / abril 07 -13,50 -7,42 -3,93 abril 08 / abril 02 -27,97 -9,77 abril 08 / abril 03 -32,24 -24,70 -11,97 abril 08 / abril 04 -32,31 -27,31 -12,01 abril 08 / abril 05 -22,78 -18,56 -7,42 abril 08 / abril 06 -20,39 -13,54 -6,45

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Page 22: A nova classe média

21

MISÉRIA NA FAIXA DE 15 a 65 ANOS – A Nossa Classe E Em função da nossa classificação se basear em renda do trabalho, restringimos a análise

à renda domiciliar, per capita e total, ao grupo em idade ativa de 15 a 60 anos de idade,

esta restrição adicional nos ajuda a tornar os níveis mais próximos do que se esperaria

numa análise de pobreza e em especial a análise das transições entre estratos sociais

mais permanentes. Para criar a clamada Classe E usamos a linha de miséria de 135 reais

mês por pessoa a preços da Grande São Paulo de hoje conforme já tradicionalmente

usada no Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas. Como veremos a

frente ela será convertida para renda de todas as fontes e expressa em termos familiares

totais para representar o segmento da Classe E. A miséria entre abril de 2004 quando

atingia 30.45% e abril de 2008 passa a 18.39%. Isto corresponde uma queda de - 39%

neste grupo etário de 15 a 60 anos contra uma queda de -32.11% para a população como

um todo.

GRÁFICO 7 - Classe E – 15 a 60 anos

Média Móvel de 12 Meses

18

20

22

24

26

28

30

32

fev/

03

mai

/03

ago/

03

nov/

03

fev/

04

mai

/04

ago/

04

nov/

04

fev/

05

mai

/05

ago/

05

nov/

05

fev/

06

mai

/06

ago/

06

nov/

06

fev/

07

mai

/07

ago/

07

nov/

07

fev/

08

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

TABELA 5 - Classe E – 15 a 60 anos 6 Regiões Metropolitanas brasileiras

Nível

Classe E (%)

abr/02 28,64 abr/03 30,46 abr/04 30,45 abr/05 25,42 abr/06 24,55 abr/07 21,72 abr/08 18,39

Page 23: A nova classe média

22

Evolução

Classe E (%) M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.)

Evolução Anual (12 meses) abril 03 / abril 02 6,34 1,82 abril 04 / abril 03 -0,04 3,71 -0,01 abril 05 / abril 04 -16,51 -14,09 -5,03 abril 06 / abril 05 -3,42 -7,35 -0,87 abril 07 / abril 06 -11,54 -8,96 -2,83 abril 08 / abril 07 -15,30 -9,78 -3,32 Evolução Acumulada (desde 2002) abril 08 / abril 02 -35,78 -10,25 abril 08 / abril 03 -39,61 -32,20 -12,06 abril 08 / abril 04 -39,59 -34,62 -12,05 abril 08 / abril 05 -27,64 -23,90 -7,03 abril 08 / abril 06 -25,08 -17,87 -6,16 abril 08 / abril 07 -15,30 -9,78 -3,32

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Page 24: A nova classe média

23

4. DEFININDO A CLASSE MÉDIA

Definir classe média é como definir um elefante, se você nunca viu um fica difícil

visualizá-lo. Existem pelo menos duas perspectivas para se conceituar Classe Média.

Uma primeira é pela análise das atitudes e expectativas das pessoas. A sondagem do

consumidor divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio

Vargas em bases mensais para o Brasil segue nesta direção. Este tipo de abordagem que

foi bastante desenvolvido nos anos 50 e 60 por George Katona, psicólogo behaviorista

que tinha no economista James Tobin um de seus grandes admiradores. Seguindo, nesta

linha, Thomas Friedman, colunista internacional do New York Times em seu recente

best-seller “O Mundo é Plano” define classe média mais do que pelo nível de vida e de

renda presente, mas o esperar estar numa posição melhor no futuro. Esta mobilidade

social estrutural social-ascendente seria algo como realizar o similar em cada país do

chamado “sonho americano”, da possibilidade de ascensão social.

Complementarmente propomos (mas não divulgamos aqui) o uso de medidas de

qualidade de vida extraídas da nova linha de surveys como o Gallup World Poll, o

similar da IPSOS cuja uma das vantagens é a alta comparabilidade internacional por

aplicar o mesmo questionário a um número grande de países. Esta vantagem também é

compartilhada por surveys feitos em bases regionais, o LatinoBarômetro na América

Latina e o EuroBarômetro no velho continente. Em particular, propomos o uso de

medidas diretas tais como a expectativa de felicidade cinco anos no futuro em

comparação com o nível de felicidade presente. Isto é feito através de perguntas onde a

pessoa atribui diretamente nota subjetiva de 0 a 10 sobre a sua respectiva satisfação com

a vida. Este tipo de análise recai sobre o Índice de Felicidade Futura (IFF)

desenvolvido por nós em projeto para o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento

(BID) a partir de uma amostra de mais de 132 países cobertas pelos microdados do

Gallup World Poll de 2006. Este índice será lançado em breve. O que podemos

antecipar é que os dados indicam que a classe média no Brasil medida pelo diferencial

entre o nível presente e futuro de felicidade é alta vis a vis outros países.

A segunda maneira de se definir as classes sociais (E, D, C, B2, B1, A2 e A1) é pelo

potencial de consumo tal como no chamado Critério Brasil na qual a classe média é

aquela chamada de Classe C. Esta estratificação é implementada a partir do impacto de

Page 25: A nova classe média

24

bens sobre medidas de acesso a bens duráveis e seu respectivo número (TV, rádio, lava-

roupa, geladeira e freezer, vídeo-cassete ou DVD), banheiros, empregada doméstica, e

nível de instrução do chefe de família5. Este critério estima os pesos a partir de equação

minceriana (log da renda familiar total). O CPS propõe conceituação complementar para

medir a evolução da nova classe média no Brasil também do ponto de vista do produtor.

Ou seja, da capacidade de manter de fato este potencial de consumo ao longo do tempo.

Neste trabalho ainda inédito além de testarmos a medição da classe média a partir da

combinação de elementos como renda e acesso a bens de consumo tradicionalmente

utilizada, propomos medir a classe média a partir da capacidade de geração e

manutenção da riqueza a prazo mais longo. No primeiro elemento temos acesso à

universidade pública ou privada, acesso a escola de qualidade (privada?), a elementos

da era da Tecnologia da Comunicação e da Informação como computadores conectados

a internet e além da renda corrente, a renda permanente estimada a partir de

características sócio-demográficas fixas (como sexo, idade, região etc, mas

especialmente estoque de educação). Já no aspecto de manutenção a prazo mais longo

da situação financeira familiar temos desde acesso a emprego formal que garante um

nível de proteção social maior, acesso a previdência privada, acesso a crédito

imobiliário, posse legal de casa própria (com padrão mínimo de qualidade: banheiros,

tipo de construção etc), seguro-saúde. Este tipo de preocupação com educação e

inserção ocupacional consta em critérios aplicados na Inglaterra, Portugal e Índia. O

aspecto inovador da metodologia é a sua capacidade de olhar para aspectos simbólicos

da classe média tais como a carteira de trabalho, a entrada na universidade ou na era da

informática e aliarmos a aspecto de status social ligado a demanda privada por bens que

eram monopólio do Estado como previdência, escola, saúde e crédito imobiliário. Outra

é a capacidade de mensurar em escala nacional cada componente citado, estudar a sua

interação e a agregação dos mesmos em índices sintéticos do tamanho de da distribuição

da classe média, mergulhar nos detalhes da sua determinação (por exemplo, ir além da

estatística de acesso a educação, mas ver quanto se paga pela mesma), agregar a

interação dos diversos componentes e monitorá-los ao longo do tempo.

5 Estas variáveis são medidas pelo Censo Demográfico o que facilita a espacialização do poder de compra das famílias, mas não são bem cobertas pela PNAD, por exemplo. No modelo hierárquico de imputação de rendas faltantes no Censo desenvolvido pelo IBGE e incorporado nos microdados do Censo 2000, a instrução da pessoa de referencia do domicílio e o numero de banheiros são as duas variáveis mais relevantes selecionadas.

Page 26: A nova classe média

25

Exploramos aqui alguns aspectos comuns a definição associados às duas linhas acima

colocadas como a geração de renda do trabalho e a mobilidade trabalhista.

QUANTIFICANDO O TAMANHO DOS ESTRATOS SOCIAIS Ao contrário de análises da distribuição de renda relativa onde mapeamos a parcela

relativa de cada grupo na renda total (como, por exemplo, os 10% mais ricos que se

apropriam de quase 50% da renda etc.) nos fixamos aqui neste estudo na parcela da

população que está acima de determinados parâmetros fixados para todo o período. Ou

seja, estamos preocupados com a renda absoluta de cada pessoa. A presente abordagem

é similar àquela usada na análise de pobreza absoluta, só que estamos preocupados

também com outras fronteiras como aquelas que determinam a entrada na classe média

e a saída deste grupo para o de elite. Na abordagem relativa pura a soma das partes dá

100% de algo relativo ao mês, enquanto na abordagem absoluta aplicada aos diversos

segmentos da pirâmide social são referendados a um valor absoluto válido para todos os

meses. Estes valores absolutos são parâmetros do que é estar na miséria, num grupo

intermediário entre a miséria e a classe média, os remediados, o grupo de classe média e

a elite. Como estamos trabalhando com um período de forte crescimento da renda média

as duas abordagens, a relativa e a absoluta apresentam resultados bastante diferenciados.

cada uma destas situações tendem a acontecer no começo e no fim do período

respectivamente. Fazendo uma analogia, na análise distributiva relativa estamos num

gráfico de pizza de tamanho fixo onde para um grupo ganhar, outro tem de diminuir. Na

análise absoluta aqui utilizada, além da dança distributiva, o tamanho de pizza pode

mudar. O que está por traz do resultado é que além dos de renda mais baixa terem se

apropriado de uma maior parcela relativa da pizza (a redução da desigualdade), a

mesma aumentou de tamanho (o crescimento). Passou digamos de um tamanho brotinho

para média, ou para os que sempre acham que o copo está sempre meio cheio, de pizza

média para a grande. Na presente análise estamos preocupados não só na parcela

relativa, mas seguindo a analogia na quantidade de pizza apropriada por cada estrato da

sociedade.

Em função da nossa classificação se basear em renda do trabalho, restringimos a análise

à renda domiciliar, per capita e total, ao grupo em idade ativa de 15 a 60 anos de idade,

esta restrição adicional nos ajuda a tornar os níveis e em especial a análise das

transições entre estratos sociais mais permanentes.

Page 27: A nova classe média

26

5. MUDANÇAS NO BOLO DISTRIBUTIVO A principal característica da abordagem aqui utilizada é o seu nível de desagregação em

três grupos de renda, olhamos a posição relativa inicial em 2002 para depois aprofundar

a análise dos respectivos movimentos. A elite (o décimo mais rico que se apropria de

quase metade da renda per capita); a metade mais pobre aí incluindo tanto os miseráveis

como os que estão exatamente acima que se apropria de um décimo da renda nacional

(9,95%); e os 40% intermediário, cuja parcela na população e na renda praticamente

coincide (39,78%), constituindo, assim, um país de renda média, similar ao Peru, e

inserido entre a rica Bélgica e a pobre Índia6. Heuristicamente, investigamos aqui as

migrações entre estes diferentes Brasis, estamos preocupados em quantificar quais são

os estratos da população habitando em determinadas condições de vida pré-fixadas e na

sua evolução ao longo do tempo.

Transformando uma longa estória abaixo descrita em números objetivos temos abaixo

os limites das Classes Sociais medidas em renda domiciliar total de todas as fontes por

mês. (a explicação vem logo a seguir):

6 Sob esse aspecto, a distribuição de renda do trabalho metropolitano da PME é mais concentrada do que a da Pnad nacional em todas as fontes de rendimento.

www.fgv.br/cps

Inferior* Superior

Classe E 0 768

Classe D 768 1064

Classe M é dia - C 1064 4591

Elite – A e B 4591

* inclusive

Defini ç ão das Classes Sociais

Renda Domiciliar Total de Todas as Fontes

Limites

Page 28: A nova classe média

27

Definimos os limites das Classes sociais começando pela definição de miséria tal como

calculada tradicionalmente pelo Centro de Políticas Sociais (Ferreira, Neri e Lanjouw

(2003) e Neri (2006)). A renda domiciliar total deste grupo corresponde ao intervalo

ente 0 e 768 reais mês dada à existência de 4,31 pessoas nestes domicílios e da renda de

outras fontes fora trabalho representar cerca de 24,2% da renda deste grupo. Esta é

nomeada aqui como Classe E.

A renda dos demais grupos foi definida a partir de pontos focais da distribuição de

renda domiciliar per capita para o período todo da nova Pesquisa Mensal do Emprego

de 2002 a 2006, pois queremos referencias monetárias fixas em termos reais fixas para

ter grupos variáveis7, qual sejam a mediana e o nono decil que dividem a população a

metade, usamos o conceito, mas expressamos o resultado em renda total do domicílio

que está mais em sintonia com os institutos de pesquisa que calculam a classe média

(vide abaixo). A renda do estrato social mais acima que é um grupo de renda mais alta

que os miseráveis chamada de Classe D, vão da linha de miséria até a mediana do

período todo que corresponde a 214 reais a preços de hoje por pessoa ou 883,7 reais por

domicílio mês. Em suma, a classe D está compreendida entre 768 reais e 1064 de renda

domiciliar total de todas as fontes por mês.

A renda da aqui chamada nova classe média, configurada pelo grupo de Classe C vai da

mediana de renda de todo período até a linha que separa os 10% mais ricos do resto da

população. Em termos per capita isto corresponde à faixa de 214 reais a 923 reais por

pessoa mês. Em termos de renda domiciliar total de todas as fontes a Classe C está

compreendida no intervalo entre 1064 reais a 4591 reais por mês. Este é o intervalo da

Classe média que ocupa o centro da presente análise.

Finalmente, o grupo de Elite formado pelas Classes A e B é dado pelos domicílios cuja

renda domiciliar total de todas as fontes por mês supera o limite superior da classe

média de 4591 reais por mês. Este é o grupo que diferencia mais a concentração de

renda no Brasil frente à de outros países, como os Estados Unidos que não é um país

particularmente igualitário.

7 Apresentamos no site da pesquisa cálculos usando a PNAD e a POF, ambas do IBGE, como referencia.

Page 29: A nova classe média

28

Segue abaixo a classificação das classes por renda domiciliar per capita do trabalho.

Só para certificar: a fim de quantificar as faixas, calculamos a renda domiciliar per

capita do trabalho e depois a expressamos em termos equivalentes de renda domiciliar

total de todas as fontes através da PNAD de 2006. A faixa C central está compreendida

entre os R$ 1064 e os R$ 4561 a preços de hoje na grande São Paulo. As tabelas e os

gráficos, mais abaixo, apresentam os níveis e tendências dessas séries.

TABELA 6 – A Estrutura das Classes Econômicas

Renda per Capita do Trabalho – 15 a 60 anos de idade (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Nível

Classe C (Nova

Classe Média) Classes A e B Classes D e E Classe D

M. Móvel M. Móvel M. Móvel M. Móvel Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%)

abr/02 44,19 12,99 42,82 14,18 abr/03 42,49 43,42 11,59 12,97 45,92 43,61 15,46 14,44 abr/04 42,26 42,80 11,61 11,55 46,13 45,65 15,68 15,40 abr/05 46,70 46,21 12,61 12,57 40,70 41,23 15,28 15,24 abr/06 48,59 48,72 13,60 13,20 37,80 38,09 13,25 14,00 abr/07 48,87 50,11 14,41 14,26 36,73 35,64 15,01 13,71 abr/08 51,89 50,81 15,52 15,19 32,59 33,99 14,20 14,22

Obs: Média Móvel de 12 meses encerrada no período

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

www.fgv.br/cps

Inferior* Superior

Classe E 0 135

Classe D 135 214

Classe M é dia - C 214 923

Elite – A e B 923

* inclusive

Defini ç ão das Classes Sociais

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho

Limites

Page 30: A nova classe média

29

CLASSE C: A NOVA CLASSE MÉDIA O grupo atingia 44.19% da população no começo da série em abril de 2002 passa para

51.89% em abril de 2008, última observação disponível, configurando um aumento de

17.03% da importância da classe média. Se fixarmos o período inicial para depois da

instabilidade de 2002 e da recessão de 2003, a classe média atingia 42.85 da população

em abril de 2004 e sobe cerca de 18,72% até abril de 2008. Ou seja, um crescimento de

quase 4% ao ano acima do crescimento populacional do grupo de referência.

TABELA 7 – Classe C Renda per Capita do Trabalho – 15 a 60 anos de idade

(6 Regiões Metropolitanas brasileiras) Classe C

M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.) Evolução Anual (12 Meses) abril 03 / abril 02 -3,85 -1,70 abril 04 / abril 03 -0,54 -1,42 -0,23 abril 05 / abril 04 10,50 7,96 4,44 abril 06 / abril 05 4,06 5,43 1,90 abril 07 / abril 06 0,57 2,85 0,28 abril 08 / abril 07 6,18 1,41 3,02 Evolução Acumulada (desde 2002) abril 08 / abril 02 17,43 7,70 abril 08 / abril 03 22,13 17,03 9,40 abril 08 / abril 04 22,79 18,72 9,63 abril 08 / abril 05 11,12 9,97 5,19 abril 08 / abril 06 6,79 4,30 3,30 abril 08 / abril 07 6,18 1,41 3,02

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

GRÁFICO 8 - Participação da Classe C (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos

Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)

42

44

46

48

50

52

mar

-02

jun-

02

set-

02

dez-

02

mar

-03

jun-

03

set-

03

dez-

03

mar

-04

jun-

04

set-

04

dez-

04

mar

-05

jun-

05

set-

05

dez-

05

mar

-06

jun-

06

set-

06

dez-

06

mar

-07

jun-

07

set-

07

dez-

07

mar

-08

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Page 31: A nova classe média

30

GRÁFICO 9 - Participação da Classe C (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos – Média Móvel de 12 Meses

Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)

42

44

46

48

50

52

fev-

03

mai

-03

ago-

03

nov-

03

fev-

04

mai

-04

ago-

04

nov-

04

fev-

05

mai

-05

ago-

05

nov-

05

fev-

06

mai

-06

ago-

06

nov-

06

fev-

07

mai

-07

ago-

07

nov-

07

fev-

08

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

TABELA 8 - Classes A e B

Renda per Capita do Trabalho – 15 a 60 anos de idade (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Evolução

Elite

M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.) abril 03 / abril 02 -10,78 -1,40 abril 04 / abril 03 0,19 -10,95 0,02 abril 05 / abril 04 8,57 8,82 0,99 abril 06 / abril 05 7,89 5,01 1,00 abril 07 / abril 06 5,90 8,02 0,80 abril 08 / abril 07 7,73 6,56 1,11 abril 08 / abril 02 19,46 2,53 abril 08 / abril 03 33,89 17,13 3,93 abril 08 / abril 04 33,64 31,53 3,91 abril 08 / abril 05 23,09 20,87 2,91 abril 08 / abril 06 14,09 15,11 1,92 abril 08 / abril 07 7,73 6,56 1,11

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Voltando para o grupo de elite que correspondem às classes A e B dos estudos de

potencial de consumo. Este grupo de elite atingia 12,99% da população no começo da

série em abril de 2002 passa para 15.52% em abril de 2008, configurando um aumento

de 19.46% da importância do grupo refletindo o período de bonança da classe média.

Page 32: A nova classe média

31

GRÁFICO 10 - Participação das Classes A e B (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos

Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)

11

12

13

14

15

16

mar

-02

jun-

02

set-

02

dez-

02

mar

-03

jun-

03

set-

03

dez-

03

mar

-04

jun-

04

set-

04

dez-

04

mar

-05

jun-

05

set-

05

dez-

05

mar

-06

jun-

06

set-

06

dez-

06

mar

-07

jun-

07

set-

07

dez-

07

mar

-08

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

GRÁFICO 11 - Participação das Classes A e B (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos – Média Móvel de 12 Meses

Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)

11

12

13

14

15

16

fev-

03

mai

-03

ago-

03

nov-

03

fev-

04

mai

-04

ago-

04

nov-

04

fev-

05

mai

-05

ago-

05

nov-

05

fev-

06

mai

-06

ago-

06

nov-

06

fev-

07

mai

-07

ago-

07

nov-

07

fev-

08

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

TABELA 9 - CLASSES D e E.

Classe E e D

M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.) abril 03 / abril 02 7,24 3,10 abril 04 / abril 03 0,45 4,67 0,21 abril 05 / abril 04 -11,78 -9,69 -5,43 abril 06 / abril 05 -7,11 -7,62 -2,89 abril 07 / abril 06 -2,85 -6,43 -1,08 abril 08 / abril 07 -11,26 -4,60 -4,14 abril 08 / abril 02 -23,89 -10,23 abril 08 / abril 03 -29,03 -22,05 -13,33 abril 08 / abril 04 -29,35 -25,53 -13,54 abril 08 / abril 05 -19,92 -17,54 -8,10 abril 08 / abril 06 -13,79 -10,74 -5,21 abril 08 / abril 07 -11,26 -4,60 -4,14

Critério: Renda Habitual Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Page 33: A nova classe média

32

Dado o nosso foco em classe média e como já tratamos do grupo de miseráveis na seção

do artigo usando a população total como referencia, nos restringimos aqui à soma dos

grupos de classes E e D) para depois apresentarmos os dados do grupo D isoladamente.

A base da distribuição formada por estes dois grupos correspondia a 42,82% da

população em abril de 2002 caindo para 32,59% no final da série.

GRÁFICO 12 - Participação das Classes D e E (%)

Estrutura de Classes - 15 A 60 anos Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)

32

34

36

38

40

42

44

46

mar

/02

jun/

02

set/0

2

dez/

02

mar

/03

jun/

03

set/0

3

dez/

03

mar

/04

jun/

04

set/0

4

dez/

04

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jun/

05

set/0

5

dez/

05

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jun/

06

set/0

6

dez/

06

mar

/07

jun/

07

set/0

7

dez/

07

mar

/08

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

GRÁFICO 13 - Participação das Classes D e E (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos – Média Móvel de 12 Meses

Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)

32

34

36

38

40

42

44

46

fev/

03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/0

3

dez/

03

fev/

04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/0

4

dez/

04

fev/

05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/0

5

dez/

05

fev/

06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/0

6

dez/

06

fev/

07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/0

7

dez/

07

fev/

08

abr/

08

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Page 34: A nova classe média

33

TABELA 10 - Classe D Remediados

M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.) abril 03 / abril 02 9,05 1,28 abril 04 / abril 03 1,40 6,61 0,22 abril 05 / abril 04 -2,58 -1,05 -0,41 abril 06 / abril 05 -13,24 -8,08 -2,02 abril 07 / abril 06 13,26 -2,08 1,76 abril 08 / abril 07 -5,42 3,68 -0,81 abril 08 / abril 02 0,11 0,02 abril 08 / abril 03 -8,20 -1,56 -1,27 abril 08 / abril 04 -9,47 -7,67 -1,48 abril 08 / abril 05 -7,07 -6,69 -1,08 abril 08 / abril 06 7,12 1,52 0,94 abril 08 / abril 07 -5,42 3,68 -0,81

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Ao separarmos da análise, notamos um comportamento mais errático da classe D ao

longo do tempo espelhando de maneira inversa a trajetória da Classe C, o outro grupo

intermediário analisado. Como conseqüência a participação do grupo na população fica

constante na comparação dos extremos da série: passa de 14.18% em abril de 2002 para

14.2% em abril de 2008.

GRÁFICO 14 - Participação da Classe D (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos

Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)

13

13

14

14

15

15

16

16

17

mar

-02

jun-

02

set-

02

dez-

02

mar

-03

jun-

03

set-

03

dez-

03

mar

-04

jun-

04

set-

04

dez-

04

mar

-05

jun-

05

set-

05

dez-

05

mar

-06

jun-

06

set-

06

dez-

06

mar

-07

jun-

07

set-

07

dez-

07

mar

-08

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Page 35: A nova classe média

34

GRÁFICO 15 - Participação da Classe D (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos – Média Móvel de 12 Meses

Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)

13

14

14

15

15

16

16

17

17

fev-

03

mai

-03

ago-

03

nov-

03

fev-

04

mai

-04

ago-

04

nov-

04

fev-

05

mai

-05

ago-

05

nov-

05

fev-

06

mai

-06

ago-

06

nov-

06

fev-

07

mai

-07

ago-

07

nov-

07

fev-

08

Critério: Renda Habitual

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Page 36: A nova classe média

35

6. A DANÇA DISTRIBUTIVA

A PME usa a metodologia de painel rotativo que busca colher informações nas mesmas

residências nos meses t, t+1 , t+2 , t+3 , t+12 , t+13 , t+14 , t+15, perfazendo um total

de oito entrevistas distribuídas ao longo de um período de 16 meses. A abordagem

inicial usada aqui consiste em calcular as probabilidades de transição para dentro e para

fora dos quatro grupos da sociedade, bem como de não-transição entre estes grupos no

período de quatro meses consecutivos iniciados em Março de 2002. O último dos

grupos analisados começa em janeiro de 2008 e termina em abril de 2008.

O aspecto longitudinal dos dados de renda familiar per capita do trabalho nos fornecerá

a evidência empírica básica sobre o padrão de mobilidade social observado na prática.

Apresentamos inicialmente os dados das pessoas que entram ou saem dos dois estados

principais ao longo do tempo, qual seja classe C (14.87%) e classe E (11.34%). Isto

quer dizer que a cada período de quatro meses de 2002 a 2008 14.87% das pessoas

entram ou saem da classe C e outros 11.34% entram ou saem da E. A maior mobilidade

em relação à classe média era de se esperar, pois inclui pessoas que sobem dos grupos

inferiores para a classe média e desta para grupos superiores assim como as pessoas que

caem seja dos estratos superiores para a classe média como desta para estratos

inferiores. Já as entradas e saídas da classe E só se dão de e para grupos superiores o

que gera menores possibilidades de transição em relação os movimentos relativos à

classe média que encerra quatro possibilidades de mudanças. A tabela abaixo detalha o

índice de mobilidade relativa a cada grupo social e as probabilidades de transição

associadas.

TABELA 11

Índice de Mobilidade da Classe

E

Índice de Mobilidade da Classe

C

Probabilidade de Sair da Classe E*

Probabilidade de Entrar na

Classe E*

Probabilidade de Sair da Classe C*

Probabilidade de Entrar na

Classe C*

Total 11,34 14,87 24,47% 6,88% 14,97% 14,76% Obs: * Dado o estado inicial

Apresentamos abaixo a evolução destes respectivos índices de mobilidade ao longo do

tempo. Estas séries revelam que após um aumento associado às instabilidades de 2002

há queda de ambos índices de mobilidade entre os diversos grupos da sociedade até

dezembro de 2005, depois as séries apresentam alguma flutuação, mas com marcada

tendência de aumento, especialmente na mobilidade da classe média do final de 2007

Page 37: A nova classe média

36

em diante. Estes dados podem estar captando outra forma de risco no caso de renda que

afeta o dia a dia das pessoas. Os picos de mobilidade do final de 2002 e a partir do final

de 2007 coincidem com aumentos de incerteza das condições macroeconômicas.

GRÁFICO 16 - Índice de Mobilidade Econômica (2002 a 2008)

6 Regiões Metropolitanas

7

9

11

13

15

17

19

21

jun/

02

out/0

2

fev/

03

jun/

03

out/0

3

fev/

04

jun/

04

out/0

4

fev/

05

jun/

05

out/0

5

fev/

06

jun/

06

out/0

6

fev/

07

jun/

07

out/0

7

fev/

08

Classe E Classe C

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE

Na análise relativa de mobilidade social entre regiões metropolitanas Rio de Janeiro e

Salvador se apresentam como as menos arriscadas em relação a ambos os segmentos,

enquanto as mais arriscadas diferem. Belo Horizonte e Porto Alegre se destacam na

soma das probabilidades de entrada e de saída da classe C enquanto Recife se destaca

nos movimentos em relação à classe E.

GRÁFICO 17 - Índice de Mobilidade Trabalhista (2002 a 2008)

Por Região Metropolitana

17,8

10,3

14,9

8,511,0

13,9

19,5

10,7

16,1

19,3

16,8

10,3

Rec

ife

Sal

vado

r

Bel

oH

oriz

onte

Rio

de

Jane

iro

São

Pau

lo

Por

toA

legr

e

Classe E Classe C

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE

Page 38: A nova classe média

37

Ao separarmos os movimentos de entrada e saída de cada estado temos uma visão mais

apurada da natureza dos movimentos em questão. Os riscos de entrada na classe E tem

caído levemente ao longo do tempo enquanto os riscos de saída, além de se situarem em

patamares maiores no período flutuam um pouco mais. Cabe ressaltar os dois picos da

série de saída da classe E em meados de 2004 na retomada após a recessão de 2003 e o

recorde positivo observado já em 2008. Ou seja, seguindo o hexagrama chinês de como

a junção de dois trigramas de perigo e oportunidade, 2007 representa paradoxalmente

aumento de risco de boas oportunidades.

GRÁFICO 18 - Probabilidade de Transição Trabalhista (2002 a 2008)

6 Regiões Metropolitanas

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

jun/

02

out/0

2

fev/

03

jun/

03

out/0

3

fev/

04

jun/

04

out/0

4

fev/

05

jun/

05

out/0

5

fev/

06

jun/

06

out/0

6

fev/

07

jun/

07

out/0

7

fev/

08

Sair da Classe E Entrar na Classe E

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE Voltando aos dados regionais abertos por entrada e saída da cauda inferior de

rendimentos. Os riscos dos moradores de Recife em relação à entrada e a saída da classe

E no período estão bastante próximos. Em particular, a probabilidade de entrada na E,

embora menor que a de saída, é cerca de três vezes maior que a do Rio (a menor das 6)

e mais de 60% maior que a de Belo Horizonte (segunda maior probabilidade entrada na

classe E). No lado positivo, a probabilidade de saída da classe E de Porto Alegre, Belo

Horizonte e de São Paulo se situam em patamares bastante superiores a das três outras

metrópoles.

Page 39: A nova classe média

38

GRÁFICO 19 - Probabilidade de Transição Trabalhista (2002 a 2008) por Região Metropolitana

20,4%17,1%

29,4%

19,1%

29,4% 30,8%

15,8%

6,8%9,4%

4,7%6,3%

8,7%R

ecife

Sal

vado

r

Bel

oH

oriz

onte

Rio

de

Jane

iro

São

Pau

lo

Por

toA

legr

e

Sair da Classe E Entrar na Classe E

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE

Apresentamos abaixo a probabilidade de entrada e saída da classe C por região

metropolitana que pela sua bilateralidade é mais complexa de ser analisada que a da E,

onde está mais claro que quem entra perde e quem sai ganha poder de compra.

Brevemente, Recife se destaca com a maior probabilidade de entrada e Porto Alegre

com a maior probabilidade de saída desta classe.

GRÁFICO 20 - Probabilidade de Transição Trabalhista (2002 a 2008)

por Região Metropolitana

12,2%

8,4%

19,4%

11,4%

17,3%

20,6%

27,3%

13,6%

9,9%

18,0%15,0%

19,6%

Rec

ife

Sal

vado

r

Bel

oH

oriz

onte

Rio

de

Jane

iro

São

Pau

lo

Por

toA

legr

e

Sair da Classe C Entrar na Classe C

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE

Page 40: A nova classe média

39

DESTINOS SOCIAIS

Como detalhamento final abrimos a seguir os destinos das transições de cada estrato

social por ano. Mais uma vez 2004 e 2008 se destacam, apenas 71,96% da classe E

continuam classe E quatro meses depois a partir da primeira observação em 2004, esta

estatística cai para 67,57% no último período. 2008 se destacam mais pelas transições

da classe E em direção as classes D e C, enquanto a presença relativa das transições em

relação à classe, acompanhando o mesmo indivíduo durante 4 meses. Ou seja,

analisamos a transição para dentro e fora dos diferentes grupos de renda. Em todos os

casos, 2008 é o melhor ponto da série. O leitor está convidado a olhar os destinos dos

indivíduos de diversos estratos sociais.

TABELA 12 - Matriz de Destinos - (quem era Classe E inicialment e)

Período 2 (Abril)

Continua Classe E

Classe D

Classe Média C

Classe A ou B

Janeiro 2003 73,38 13,48 11,30 1,85 2004 71,96 14,13 11,52 2,38 2005 77,30 13,20 8,87 0,63 2006 76,86 12,65 9,66 0,83 2007 77,52 11,22 10,22 1,03 2008 67,57 16,46 14,53 1,45

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE

TABELA 13 - Matriz de Destinos - (quem era classe D inicialmente) Período 2 (Abril)

Classe E Classe D

Classe Média

C Classe A ou B

Janeiro 2003 23,66 53,30 22,72 0,33 2004 19,13 56,19 24,27 0,41 2005 16,03 62,28 21,56 0,13 2006 18,58 58,13 22,89 0,41 2007 14,75 65,00 20,26 0,00 2008 15,07 54,92 29,46 0,56

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE

Page 41: A nova classe média

40

TABELA 14 - Matriz de Destinos - (quem era classe média (Classe C) inicialmente) Período 2 (Abril)

Classe E Classe D Continua Classe C

Elite A ou B

Janeiro 2003 8,82 10,02 78,78 2,39 2004 6,26 8,55 81,04 4,15 2005 4,20 6,35 86,95 2,50 2006 5,63 6,17 85,11 3,10 2007 3,76 6,52 86,35 3,37 2008 3,70 6,98 84,58 4,74

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE

TABELA 15- Matriz de Destinos - (quem era classe alta inicialmente) Período 2 (Abril)

Classe E Classe D Classe C

Continua Classe A ou

B Janeiro 2003 4,50 0,39 17,07 78,04 2004 4,68 0,74 16,95 77,64 2005 1,32 0,82 8,75 89,11 2006 1,96 0,19 12,34 85,51 2007 1,00 0,14 11,95 86,91 2008 1,60 0,55 15,47 82,38

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE

Page 42: A nova classe média

41

7. A VOLTA DA CARTEIRA DE TRABALHO

O que é ser de Classe C? computador, celular, carro, casa financiada, crédito em geral e

produtivo em particular, conta-própria e empregadores, contribuição previdenciária

complementar, se sairmos daquelas iniciadas com C temos ainda diploma universitário,

escola privada, plano de saúde, seguro de vida. Mas de todas, a volta da carteira de

trabalho, talvez seja o elemento mais representativo de ressurgimento de uma nova

classe média brasileira. O passo final foi analisar a evolução do emprego formal no país.

Esta informação é particularmente importante, já que o emprego com carteira assinada é

uma das fortes características da classe média. Nesse contexto, as informações mais

recentes são animadores, com 309 mil empregos em apenas um mês, atingimos o

recorde da série histórica agora em junho de 2008, somando 1,881 milhões de novos

postos de trabalho formais nos últimos 12 meses.

GRÁFICO 21 - Geração Líquida de Empregos

-300.000

-200.000

-100.000

0

100.000

200.000

300.000

06_2

008

11_2

007

04_2

007

09_2

006

02_2

006

07_2

005

12_2

004

05_2

004

10_2

003

03_2

003

08_2

002

01_2

002

06_2

001

11_2

000

04_2

000

09_1

999

02_1

999

07_1

998

12_1

997

05_1

997

10_1

996

03_1

996

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.

Page 43: A nova classe média

42

GRÁFICO 22 - Geração Líquida de Empregos

Acumulado de 12 Meses

376.

325

531.

496

564.

069

642.

908

1.11

6.7

30

1.45

4.1

15

1.21

0.1

92

1.39

8.8

30

1.88

1.0

92

-624

.600-2

95.2

69

-45.

617

jun(

1997

)

jun(

1998

)

jun(

1999

)

jun(

2000

)

jun(

2001

)

jun(

2002

)

jun(

2003

)

jun(

2004

)

jun(

2005

)

jun(

2006

)

jun(

2007

)

jun(

2008

)

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.

Em seguida, fazemos um zoom nas 6 principais Regiões Metropolitanas brasileiras. A

proporção de empregos gerados na área vem crescendo, atingindo no primeiro semestre

de 2008, 387 mil vagas, cerca de 28,5% do total, a maior proporção da série histórica

(desde 1992). Em 2003 esse percentual era de apenas 12,45%.

GRÁFICO 23 - Geração Liquida de Empregos (Acumulado em 12 Meses)

298.768

489.641 491.414539.901

738.461

493.672

804.250

956.829

729.148

858.359

1.125.382

145.437

jun(

2003

)

jun(

2004

)

jun(

2005

)

jun(

2006

)

jun(

2007

)

jun(

2008

)

6 REGIÕES M ETROPOLITANAS PM E OUTRAS REGIÕES

Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.

Page 44: A nova classe média

43

Nas próximas tabelas apresentamos um quadro geral da evolução nas diferentes

metrópoles.

TABELA 16 - Geração Liquida de Empregos jan a junho de cada ano

TOTAL OUTRAS REGIÕES

TOTAL RM PME RECIFE SALVADOR

BELO HORIZON

R DE JANEIRO

SAO PAULO

PORTO ALEGRE

2008 1.360.645 973.458 387.187 7.371 19.505 57.108 56.896 217.076 29.231 2007 1.095.249 815.172 280.077 2.703 13.474 38.347 44.949 163.913 16.691 2006 923.937 695.830 228.107 809 5.400 40.190 33.615 138.280 9.813 2005 965.695 716.473 249.222 3.362 13.637 36.944 27.189 157.178 10.912 2004 1.033.289 814.786 218.503 1.305 6.900 30.037 30.708 121.136 28.417 2003 561.866 491.921 69.945 -6.894 -1.777 9.134 7.288 50.627 11.567 2002 680.443 567.642 112.801 -553 7.762 17.113 15.365 66.370 6.744 2001 573.544 443.050 130.494 1.754 4.728 14.026 14.553 80.917 14.516 2000 589.796 448.892 140.904 2.228 6.809 17.470 20.235 73.180 20.982 1999 18.055 104.921 -86.866 -9.660 -6.638 -3.469 -19.719 -42.559 -4.821 1998 61.267 132.495 -71.228 -9.190 -4.504 -2.353 -5.862 -41.926 -7.393 1997 321.989 292.842 29.147 -8.831 4.592 16.710 -3.436 13.740 6.372 1996 95.547 128.475 -32.928 -10.005 -3.983 8.128 4.145 -22.465 -8.748 Total 8.281.322 6.625.957 1.655.365 -25.601 65.905 279.385 225.926 975.467 134.283

Habitantes 183.305.600 135.868.370 47.437.230 3.639.847 3.397.757 4.960.258 11.682.332 19.666.573 4.090.463 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.

TABELA 17 - Geração Liquida de Empregos (% em Relação ao Total de Empregos Formais Gerados no país) jan a junho de cada ano

OUTRAS REGIÕES

TOTAL RM PME RECIFE SALVADOR

BELO HORIZON

R DE JANEIRO

SAO PAULO

PORTO ALEGRE

2008 71,54 28,46 0,54 1,43 4,20 4,18 15,95 2,15 2007 74,43 25,57 0,25 1,23 3,50 4,10 14,97 1,52 2006 75,31 24,69 0,09 0,58 4,35 3,64 14,97 1,06 2005 74,19 25,81 0,35 1,41 3,83 2,82 16,28 1,13 2004 78,85 21,15 0,13 0,67 2,91 2,97 11,72 2,75 2003 87,55 12,45 -1,23 -0,32 1,63 1,30 9,01 2,06 2002 83,42 16,58 -0,08 1,14 2,51 2,26 9,75 0,99 2001 77,25 22,75 0,31 0,82 2,45 2,54 14,11 2,53 2000 76,11 23,89 0,38 1,15 2,96 3,43 12,41 3,56 1999 581,12 -481,12 -53,50 -36,77 -19,21 -109,22 -235,72 -26,70 1998 216,26 -116,26 -15,00 -7,35 -3,84 -9,57 -68,43 -12,07 1997 90,95 9,05 -2,74 1,43 5,19 -1,07 4,27 1,98 1996 134,46 -34,46 -10,47 -4,17 8,51 4,34 -23,51 -9,16 Total 80,01 19,99 -0,31 0,80 3,37 2,73 11,78 1,62

Habitantes 74,12 25,88 1,99 1,85 2,71 6,37 10,73 2,23 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.

Page 45: A nova classe média

44

8. CONCLUSÕES

Este trabalho lança mão do processamento dos microdados da PME pela sua agilidade,

o que nos permitiu diminuir a defasagem média de cerca de 18 meses da Pnad para

menos de 4 meses. Isso nos permitiu levar a avaliação da trajetória dos indicadores

sociais para meados de 2008. O aumento de velocidade é requisito necessário para que

se possa vislumbrar a continuidade, ou não, da melhora distributiva observada desde o

começo da década. Observamos manutenção de ritmo da redução da desigualdade de

renda do trabalho entre o final de 2006 e meados de 2008. Se redução da pobreza fosse

uma competição disputada pelos trabalhadores das seis principais metrópoles

brasileiras, quais seriam os melhores momentos dos últimos seis anos: o podium seria

os últimos 12 meses: 2007-08 (-13,5%) seguidos do mesmo período de 2004-05 (-

12,3%) e depois de 2006-07 (-8%). Cabe lembrar que o primeiro e último ainda não

foram incorporados às estatísticas sociais oficiais.

O foco dado foi nas grandes metrópoles brasileiras função da maior disponibilidade de

dados recentes (até abril de 2008). O ponto central é a revelação de que depois de anos

de crise metropolitana, o quanto a classe média brasileira está crescendo nestes lugares e

quanto isto se deve a geração de trabalho privada da população. A ênfase da análise se

dá nas seis maiores metrópoles brasileiras que revela recuperação da chamada crise de

desemprego metropolitano. A pesquisa também enfatiza o desempenho social das

grandes cidades tomadas isoladamente. Em muitos casos as análises dão ênfase ao papel

das altas transferências de renda públicas a população como expansão do Bolsa-Família

e das transferências previdenciárias contributivas ou não associadas aos reajustes do

salário mínimo. Argumentamos que pelo menos desde 2004 o aumento de renda do

trabalho rivaliza com estas transferências na explicação das melhoras de renda para o

conjunto da população (e que desde 2001 para os segmentos mais pobres da população).

Isto está bem documentado nas séries da PNAD que vão até outubro de 2006. Mas

desde o final de 2006 até agora, o aspecto inédito da presente análise empírica, é o

protagonismo da renda do trabalho em geral e da geração de empregos formais, em

particular. Isto é, desde o último retrato estatístico do Brasil pintado com as tintas da

PNAD 2006 o que se destaca agora é a geração de renda do trabalho.

Page 46: A nova classe média

45

A rigor, cabe ressaltar o descompasso existente entre a renda da PNAD e o das Contas

nacionais no período desde 2004 (Neri 2007 e 2005). No biênio 2005-06, a renda

PNAD cresceu ao ritmo chinês de 16,4%, 4,3 vezes maior que a velocidade haitiana do

PIB per capita. A PNAD não passou por nenhuma mudança metodológica, nem o INPC

utilizado na deflação deste cálculo. Os olhos puxados do crescimento da PNAD se

encontra refletido em outros indicadores do biênio 2005-06 como de vendas do

comércio 11,8%, na valorização das Bolsas de valores, o Ibovespa sobe 60%, e de

geração de trabalho 4,6 milhões de novos postos, em particular nos 2.5 milhões de

novos empregos formais. Desde 2001 o Brasil experimenta crescimento chinês para os

mais pobres (e só para eles), mas vive em 2005 e 2006 comparados a 2004, crescimento

chinês para todos os estratos sociais. Trazemos esta discussão para 2007, 2008 e depois.

Em termos mais gerais, os dados apontam continuidade da queda da miséria e a

expansão da chamada classe média observada depois do fim da recessão de 2003. O

ritmo de redução da desigualdade observado desde 2001, não dá sinais de arrefecimento

sendo comparável em magnitude absoluta a da famosa concentração de renda ocorrida

nos anos 60, época do milagre econômico brasileiro. Já o crescimento da renda média

mantém o ritmo dos anos anteriores, apesar da desaceleração observada em países

centrais, e dos EUA em particular. Em suma, o bolo continua crescendo com mais

fermento nas classes mais pobres há mais de cinco anos, combinação inédita na história

estatisticamente documentada brasileira. Muito tem se falado desta década em termos de

redução de desigualdade e de pobreza, mas tem se dado muita ênfase ao papel das

transferências de renda aos mais pobres e pouco aos avanços estruturais dos demais

segmentos da sociedade.

A pesquisa revela a emergência recente de uma nova classe média apesar dos sinais de

crise externa vindas do EUA se aproximando. De maneira geral, os novos dados da

PME permitem monitorar o desempenho social de diferentes segmentos nas seis

principais regiões metropolitanas do país. Depois de vários anos de crise, as metrópoles

brasileiras estão de volta à cena. Um aspecto regional que chama a atenção é o melhor

desempenho da região metropolitana de Belo Horizonte. Quais das metrópoles

brasileiras tiveram maior redução de miséria nos últimos seis anos? A resposta seria

Belo Horizonte (-40,8%), Rio de Janeiro (-30,7%) seguido de perto de Salvador (-

29,8%). Os movimentos de melhora das séries de indicadores sociais da Grande Belo

Page 47: A nova classe média

46

Horizonte estão relativamente dispersos ao longo do período 2002 a 2008, enquanto o

das demais metrópoles concentram-se em torno do período abril a junho de 2004. Feita

essa ressalva geográfica e temporal, a redução da distância entre média e mediana está

presente em todas as regiões, representando a redução da desigualdade que caracteriza o

período recente.

Mesmo no período já coberto pelas Pnads, os dados da PME nos fornecem detalhes

reveladores de seus determinantes por meio da análise da dinâmica mensal dos

indicadores baseados em renda. Em particular, notamos um marcado crescimento da

renda das classes mais pobres entre março e junho de 2004. Embora essa seja a época de

reajuste do salário mínimo, não houve ganho real do salário mínimo em 2004. A PME,

ao acompanhar a trajetória dos mesmos indivíduos e das respectivas famílias ao longo

do tempo, permite avaliar os detalhes de entrada e de saída de diversos segmentos da

população.

Para completar este cenário mais atual, também recorremos aos dados do Caged/MTE

(Cadastro Geral de Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho e Emprego) em

todo território nacional. Nesse contexto, as informações mais recentes são animadores,

com 309 mil empregos em apenas um mês, atingimos o recorde da série histórica agora

em junho de 2008 e 1,881 milhões de novos postos de trabalho formais nos últimos 12

meses. Em seguida, fazemos um zoom nas 6 principais Regiões Metropolitanas

brasileiras. A proporção de empregos gerados na área vem crescendo, atingindo no

primeiro semestre de 2008, 387 mil vagas, cerca de 28,5% do total, a maior proporção

da série histórica (desde 1992). Em 2003 esse percentual era de apenas 12,45%. Estes

dados evidenciam uma recuperação do protagonismo nacional das principais cidades

brasileiras a caixa de percussão dos eventos nacionais.

Um ponto questionado por alguns é que a renda da nova classe média parece baixa.

Antes de sujarmos sua mão de graxa nas engrenagens da pesquisa: depois de anos de

instabilidade e estagnação, a classe média tupiniquim está crescendo aceleradamente.

Este é o ponto fundamental. A parcela da Classe C subiu 22,8% de abril de 2004 a abril

de 2008, neste mesmo período a nossa Classe A & B subiu 33,6%. Portanto para quem

acha classe média mais rica que a nossa classe C, a conclusão que a classe média

cresceu não é afetada.

Page 48: A nova classe média

47

Partimos na pesquisa de duas perspectivas na classificação das classes. Uma primeira é

pela análise das atitudes e expectativas das pessoas. Este tipo de abordagem

desenvolvida nos anos 50 e 60 por George Katona, psicólogo behaviorista. Seguindo,

nesta linha, Thomas Friedman define classe média como aquela que tem um plano bem

definido de ascensão social para o futuro. O CPS propõe medidas nesta linha subjetiva:

o nosso Índice de Felicidade Futura (IFF) será lançado em breve. Podemos antecipar

que o índice é alto no Brasil vis a vis outros países, consistente com a emergência da

classe média do país.

A segunda forma de definir as classes econômicas E, D, C, B e A é pelo potencial de

consumo. O Critério Brasil usa acesso e número de bens duráveis (TV, rádio, lava-

roupa, geladeira e freezer, vídeo-cassete ou DVD), banheiros, empregada doméstica, e

nível de instrução do chefe de família. Este critério estima os pesos a partir de equação

minceriana de renda. Além de estarmos medindo isso, propomos conceituação

complementar para medir a evolução da nova classe média no Brasil também do ponto

de vista do produtor. Ou seja, da capacidade de manter de fato este potencial de

consumo ao longo do tempo. Desde o clássico trabalho de Robert Hall de 1977 sabemos

que o consumo corrente contém informação sobre os padrões futuros de consumo, já a

análise da composição destas despesas, separando o hedonismo da capacidade de

produção a um mesmo nível de despesas das pessoas é útil. Nos termos da fábula de La

Fontaine há que se distinguir as formigas das cigarras consumistas.

O IBGE sempre atento está realizando agora uma excelente Pesquisa de Orçamentos

Familiares (POF) e já anunciou acompanhamento das despesas de consumo das famílias

em bases regulares. Enquanto não chegamos lá, implementamos metodologia para

explorar os microdados do IBGE. A PME cobre 40 mil domicílios mês nas seis

principais regiões metropolitanas. Além da limitação geográfica, a pesquisa só trata de

renda do trabalho. O ponto forte para além do tamanho da amostra é a sua maior

atualidade enquanto a última POF é de 2002/03, a PNAD é de setembro de 2006,

conseguimos chegar com a PME até abril de 2008. A desigualdade de renda segue na

trajetória de queda observada desde 2001. Não há na história estatisticamente

documentada brasileira (desde 1960) nada similar. Outra vantagem impar da PME é a

medir mudanças de faixas de renda das mesmas famílias ao longo do tempo.

Page 49: A nova classe média

48

A classe C é a classe central, abaixo da A e B e acima da D e E. A nossa classe C sobe

de 42% em 2004 para 52% em 2008. Segundo o Pew Institute, 53% dos norte-

americanos se consideram classe média. O novo critério Brasil classificava para 2005

cerca de 43% dos brasileiros de classe C próximos dos 42% de 2004. A fim de

quantificar as faixas, calculamos a renda domiciliar per capita do trabalho e depois a

expressamos em termos equivalentes de renda domiciliar total de todas as fontes. A

faixa C central está compreendida entre os R$ 1064 e os R$ 4561, a preços de hoje na

grande São Paulo. Os estudos internacionais variam o limite superior mensal de classe

média de U$S 6000 (Banco Mundial) a U$S 300 (Barnajee & Duflo do MIT) passando

por U$S 500 (Goldman Sachs). O nosso está dentro dos limites deles que variam muito

entre si. A nossa classe C está compreendida entre os imediatamente acima dos 50%

mais pobres e os 10% mais ricos na virada do século. Heuristicamente, os limites da

classe C seriam as fronteiras para o lado indiano e para o lado belga da nossa Belíndia.

Não tenho nada contra aqueles que olham para a classe C aqui calculada e a enxergam

como classe média baixa e para a nossa classe B e a enxergam como Classe média alta.

Não somos os EUA, mas este também é um país livre. O mais importante é ter um

critério consistente definido, mas os nomes (label) de classe média podem ser

compartilhados com outros estratos. A nossa classe C aufere em média a renda média da

sociedade, ou seja, é classe média no sentido estatístico. Dada desigualdade, a renda

média é alta em relação a nossa mediana. Em relação ao resto do mundo: 80% das

pessoas no mundo vivem em países com níveis de renda per capita menores que o

brasileiro. Agora para aqueles que acham a renda da classe C seja baixa, acordem, pois

ela é a imagem mais próxima da sociedade brasileira. A elite que se julga classe média

procure as palavras Made in USA atrás de seu espelho.

Page 50: A nova classe média

49

9 Bibliografia

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Page 52: A nova classe média

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Page 54: A nova classe média

53

ANEXO 1: RETRATO DA NOVA CLASSE MÉDIA (Classe C) Apresentamos nessa seção a evolução da classe média brasileira de acordo com

diferentes características sócio-econômicas desde 2002.

Sexo A proporção de indivíduos de classe média difere pouco entre os sexos (53,4% nos

homens contra 50% das mulheres). Isso ocorre pelo fato de utilizarmos o conceito de

renda a domiciliar per capita, que assume a perfeita socialização da renda no interior

dos domicílios em sua grande maioria co-habitado por pessoas dos dois gêneros. Tudo

passa como se toda a renda convergisse para um pote comum e daí fosse repartido

igualmente por todos os membros dos domicílios. Olhando para a variação acumulada

nos dois grupos, encontramos maior crescimento relativo da classe média no grupo de

homens (18,89% contra 17,53% das mulheres). Essas informações são consistentes com

os movimentos observados quando analisamos para classe E. Ou seja, os homens são

aqueles que apresentam as menores taxas (16,81% contra 20,96%) e a maior queda

(38,07% contra 30,55%).

Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Classe C (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Sexo Homem 18,89 44,88 44,36 46,18 49,76 51,57 51,74 53,36 Mulher 17,53 42,51 41,75 43,51 46,63 48,45 48,51 49,96

Classe E (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Sexo Homem -38,07 27,14 28,43 25,71 22,50 20,76 18,68 16,81 Mulher -30,55 30,18 31,73 29,30 26,26 24,60 22,52 20,96

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Idade Em geral, encontramos maior proporção de indivíduos na classe média nos grupos de 20

a 29 anos de idade (55,75% entre 20 e 24 seguido por 55% entre 25 e 29 anos), que

também são aqueles com menores participações na classe E (17% e 15,15%). Sendo que

o último (15 a 29 anos) foi o que apresentou as maiores variações relativas do período

(aumento de 21,72% no tamanho da classe média e queda 42,14% na classe E).

Page 55: A nova classe média

54

Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Classe C ((%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Idade 15 a 19 20,01 40,42 38,56 40,24 43,41 46,40 47,01 48,51 20 a 24 19,33 46,72 45,92 47,93 51,68 53,84 54,93 55,75 25 a 29 21,72 45,19 44,83 46,72 49,90 52,03 52,57 55,01 30 a 35 17,17 43,53 42,16 43,93 47,80 49,23 48,81 51,00 36 a 39 16,26 43,85 42,29 43,81 47,56 49,52 49,53 50,99 40 a 44 18,82 44,31 43,68 45,58 48,88 50,98 51,11 52,65 45 a 49 14,90 45,08 45,79 47,62 49,69 50,88 50,96 51,79 50 a 54 16,35 42,65 43,32 45,11 48,64 49,78 48,80 49,62 55 a 59 20,33 37,95 38,96 40,48 43,49 44,07 43,49 45,67

Classe E (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Idade 15 a 19 -28,02 34,83 37,12 34,46 31,63 29,13 26,42 25,07 20 a 24 -37,02 27,01 28,68 26,20 23,16 20,76 18,38 17,01 25 a 29 -42,14 26,19 27,93 25,42 21,94 19,67 17,70 15,15 30 a 35 -37,20 27,44 28,78 26,61 23,42 21,74 19,57 17,23 36 a 39 -29,72 26,88 29,10 26,82 23,32 21,83 20,02 18,89 40 a 44 -35,81 27,06 28,65 25,30 22,32 20,94 18,98 17,37 45 a 49 -31,90 25,56 26,57 23,97 21,71 20,76 18,76 17,41 50 a 54 -34,32 29,92 29,73 27,37 24,05 22,85 21,33 19,65 55 a 59 -28,64 36,90 36,88 33,95 30,35 29,85 27,96 26,33

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Educação Como sempre, o mais relevante determinante da desigualdade e da renda no país é a

educação. A tabela indica que a proporção de indivíduos na classe média aumenta

monotonicamente com os anos de escolaridade (à exceção daqueles com 11 anos ou

mais). A boa notícia é que em geral, a distância entre os extremos diminuiu nos últimos

anos. Conforme podemos ver na tabela abaixo, os grupos com educação mais baixa

foram os que apresentaram as maiores variações acumuladas (32,44% para os sem

instrução, seguido por 22,48% daqueles com 1 a 3 anos de estudo). Só no grupo sem

instrução, a relação indivíduo (classe E / Classe C) que era de 1,8 em 2002, passa a 1,05

em 2008.

Page 56: A nova classe média

55

Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Classe C (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Educação (anos de estudo) Sem instrução e menos de 1 ano 32,44 28,63 27,98 28,68 31,18 33,74 35,04 37,92 De 1 a 3 anos de estudo 22,48 35,88 32,87 34,41 38,07 40,57 41,32 43,95 De 4 a 7 anos de estudo 19,97 41,11 38,74 40,61 43,86 46,51 47,62 49,32 De 8 a 10 anos de estudo 16,10 48,22 46,54 47,67 51,37 53,75 53,80 55,98 11 ou mais anos de estudo 14,51 45,46 46,68 48,43 51,30 52,02 51,22 52,06

Classe E (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Educação (anos de estudo) Sem instrução e menos de 1 ano -23,08 52,12 52,07 51,01 48,74 46,27 43,36 40,09 De 1 a 3 anos de estudo -25,81 43,77 46,48 44,50 40,82 39,27 35,67 32,47 De 4 a 7 anos de estudo -25,23 37,40 39,32 37,00 34,60 32,36 29,61 27,97 De 8 a 10 anos de estudo -26,86 28,02 30,23 28,36 25,58 23,93 21,94 20,49 11 ou mais anos de estudo -34,06 18,24 19,67 17,37 14,49 13,79 13,06 12,03

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Posição na Ocupação Em relação ao status da ocupação, os desocupados e inativos apresentam a menor

proporção de indivíduos na classe média (37,6% e 38,11%). No outro extremo, os

trabalhadores com carteira, que em 64,25% dos casos estão na classe média. Em termos

de crescimento, destacamos os conta-própria e empregados sem carteira (aumentos de

18,77% e 17,12%), enquanto os militares apresentaram queda (2,41%). Em relação à

classe E, os empregados com carteira apresentaram a maior quedas do período.

Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Classe C (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Posição na ocupação Empregados - com carteira 13,69 56,51 56,66 58,48 62,20 63,48 63,23 64,25 Empregados - sem carteira 17,12 49,24 48,09 51,03 53,57 56,18 55,99 57,66 Empregados - militar -2,41 50,78 50,89 52,71 53,99 52,38 49,97 49,55 Conta própria 18,77 47,04 46,45 47,97 51,20 53,63 53,88 55,87 Empregador 8,58 35,85 38,61 40,67 41,55 41,32 39,37 38,93 Trabalhadores não remunerados 10,86 49,91 47,71 49,18 57,00 52,84 52,19 55,33 Desocupado 31,98 28,49 27,20 28,66 30,55 33,32 34,33 37,60 Inativo 14,72 33,21 31,63 32,51 35,45 36,93 36,79 38,11

Page 57: A nova classe média

56

Classe E (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Posição na ocupação Empregados - com carteira -55,11 12,48 13,54 11,05 8,64 7,39 6,42 5,60 Empregados - sem carteira -42,65 21,95 23,65 20,49 17,54 15,58 13,85 12,59 Empregados - militar -54,68 9,63 11,73 9,38 6,06 5,50 5,25 4,36 Conta própria -42,51 23,12 26,00 23,43 19,67 17,75 15,24 13,29 Empregador -50,22 10,78 13,92 10,05 5,77 5,71 6,94 5,37 Trabalhadores não remunerados -30,92 21,40 29,45 25,44 18,16 20,68 17,96 14,78 Desocupado -22,78 51,78 52,80 50,31 49,03 46,15 42,87 39,99 Inativo -17,88 44,40 46,10 44,43 41,82 40,50 38,21 36,46

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Cor ou Raça À exceção dos amarelos que em geral possuem as maiores rendas, e estão mais

presentes nas classes mais altas de renda, observamos aproximação na taxa de

incidência de indivíduos de classe média entre os diferentes grupos de cor ou raça ao

longo dos anos. Isso se deve principalmente ao fato das maiores de negros e pardos

apresentarem as maiores variações do período (29,61% e 26,96% de aumentos da classe

média), acompanhado também das maiores quedas na classe E (38,84% e 36,26%),

Como resultado dessa combinação, a relação classe E por indivíduo de classe média que

era 1,07 para os negros no início da série chega a 0,54 em 2008.

Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Classe C (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Cor ou raça Branca 11,79 45,89 46,07 47,69 50,23 51,15 50,26 51,31 Preta 29,61 39,24 38,80 39,80 44,38 46,81 47,14 50,87 Amarela -1,98 35,92 35,05 38,97 40,03 36,42 35,31 35,21 Parda 26,96 41,31 39,14 41,56 46,03 49,08 50,74 52,44 Indígena 6,84 49,05 47,36 44,70 48,31 48,57 49,17 52,41

Classe E (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Cor ou raça Branca -32,14 22,99 24,16 21,60 18,96 18,22 16,90 15,60 Preta -38,84 38,55 39,33 36,65 32,72 30,21 27,74 23,58 Amarela -17,85 18,47 22,98 14,56 11,88 13,77 15,34 15,17 Parda -35,26 35,50 37,91 34,99 30,95 28,12 24,75 22,98 Indígena -24,57 29,88 28,92 30,81 27,37 29,25 29,65 22,54

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Page 58: A nova classe média

57

Posição na Família Com relação à posição na ocupação, os agregados apresentam menores proporções de

classe média (45,51% contra 53,22% de cônjuges). Em termos de evolução, o maior

crescimento foi apresentado pelo grupo de outros parentes (21,56%).

Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Classe C (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Posição na família Principal Responsável 17,63 42,45 41,97 43,60 46,89 48,40 48,31 49,94 Cônjuge 17,46 45,30 44,31 46,44 49,88 51,36 51,37 53,22 Filho 19,24 43,80 43,35 44,99 48,41 50,76 51,15 52,23 Outro Parente 21,56 42,74 41,29 43,78 46,25 49,08 49,70 51,95 Agregado 1,21 44,96 44,54 43,81 48,94 52,16 48,53 45,51

Classe E (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Posição na família Principal Responsável -32,64 29,26 30,58 28,05 25,12 23,58 21,47 19,71 Cônjuge -38,00 25,71 27,45 24,40 21,40 20,04 17,72 15,94 Filho -33,59 30,07 31,17 28,96 25,55 23,43 21,43 19,97 Outro Parente -29,80 33,19 36,12 33,20 29,66 27,27 25,76 23,30 Agregado -30,55 29,74 26,91 23,08 20,64 19,30 20,20 20,66

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Tamanho do Domicílio Quanto maior o tamanho da família, menor a chance de encontramos indivíduos na

classe média. De acordo com a tabela abaixo, a taxa de incidência da classe média varia

de 24,89% para aqueles com mais de 6 pessoas no domicílio para 52,26% para aqueles

com até 2 pessoas, caminhando em sentido contrário a classe E.

Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Classe C (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Número de pessoas no domicílio De 1 a 2 14,63 45,60 45,87 47,39 50,51 51,68 50,96 52,26 De 3 a 4 20,95 42,71 41,16 43,19 46,64 49,05 50,01 51,66 De 5 a 6 23,16 37,36 34,27 35,66 38,93 41,87 43,39 46,01 Mais de 6 20,44 20,66 17,47 18,65 19,63 23,09 24,36 24,89

Page 59: A nova classe média

58

Classe E (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Número de pessoas no domicílio De 1 a 2 -31,77 25,25 26,26 23,81 21,06 20,03 18,52 17,23 De 3 a 4 -34,85 30,84 32,82 30,21 26,86 24,63 22,12 20,09 De 5 a 6 -28,53 38,28 41,03 39,00 35,99 32,97 29,69 27,36 Mais de 6 -16,63 58,85 62,98 62,72 60,58 56,50 52,79 49,06

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Formalidade A proporção de pessoas na classe média é maior no grupo de contribuintes

previdenciários para todos os anos analisados, porém a distância entre as taxas vem

diminuindo, com aumento de 20,19% para os informais. Nesse mesmo grupo, a relação

Classe E/Classe C cai à metade em 6 anos (0,53 para 0,26).

Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)

Classe C (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Contribui para a previdência Sim 12,31 53,52 53,72 55,58 58,78 59,88 59,36 60,11 Não 20,19 47,71 46,44 48,78 52,11 54,83 55,12 57,34

Classe E (%)

Período

2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Contribui para a previdência Sim -54,55 12,37 13,54 10,97 8,41 7,21 6,46 5,62 Não -39,17 25,23 27,73 24,80 21,36 19,46 17,18 15,35

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Page 60: A nova classe média

59

ANEXO 2: AVALIAÇÃO REGIONAL

Observamos que as tendências gerais de queda na classe E e aumento da classe média

estão presentes em todas as metrópoles brasileiras. De forma geral, a Região

Metropolitana de São Paulo possui os melhores índices em todos os anos, com as mais

baixas taxas indivíduos na classe E, acompanhadas das mais altas proporções de

indivíduos na classe média. Enquanto isso, a Região Metropolitana de Belo Horizonte

apresenta o melhor desempenho relativo, angariando novas posições nos rankings de

(menor) classe E e classe média. A seguir detalhamos a evolução desses dois grupos em

cada uma das 6 Regiões Metropolitanas.

A. Classe Média entre as Regiões Metropolitanas

Com quedas nas taxas da de indivíduos na classe E em todas as metrópoles brasileiras, o

passo agora é analisar, como isso refletiu em outro grupo populacional. Para isso,

vamos analisar o crescimento da classe média em cada uma das metrópoles, que

atingem os maiores níveis de toda a série agora em 2008.

TABELA 1 - Proporção da Classe C (%)

TOTAL 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008* Total 47,01 43,64 42,99 44,77 48,11 49,93 50,04 51,57 Região metropolitana Recife 30,35 27,94 24,69 25,60 31,10 34,00 35,62 36,67 Salvador 35,16 31,69 29,24 31,58 35,65 38,60 40,75 41,28 Belo Horizonte 46,98 40,71 41,00 44,91 47,20 51,09 52,53 53,90 Rio de Janeiro 47,92 43,15 45,44 46,22 48,96 50,76 50,37 52,42 São Paulo 51,00 48,70 47,20 48,96 52,48 53,45 53,17 54,68 Porto Alegre 50,60 48,77 46,50 49,20 52,08 53,30 52,03 53,67

TABELA 2 - Variação (em %) na proporção da Classe C

Variação Anual

2008*/ 2002

2007/ 2002 2003/02 2004/03 2005/04 2006/05 2007/06 2008*/07

Total 18,17 14,67 -1,49 4,16 7,44 3,78 0,22 3,05 Região metropolitana Recife 31,25 27,48 -11,63 3,68 21,48 9,31 4,77 2,96 Salvador 30,28 28,58 -7,73 8,00 12,88 8,30 5,55 1,32 Belo Horizonte 32,39 29,03 0,71 9,52 5,11 8,24 2,82 2,60 Rio de Janeiro 21,48 16,72 5,29 1,72 5,93 3,67 -0,77 4,08 São Paulo 12,26 9,17 -3,08 3,72 7,19 1,86 -0,53 2,83 Porto Alegre 10,05 6,69 -4,66 5,82 5,85 2,34 -2,39 3,15

* até abril Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

Page 61: A nova classe média

60

Região Metropolitana de São Paulo: A Região Metropolitana de São Paulo mantém as maiores proporções de indivíduos de classe média, desde 2006. O grupo que atinge, nos primeiros meses de 2008, 54,68% da população, acumulou crescimento de 12,26% no período, sendo 7,19% em apenas um ano (2004 a 2005).

Região Metropolitana de Belo Horizonte: a Grande Belo Horizonte ocupa o segundo lugar em tamanho da classe média. Com crescimento acumulado de 32,39%, apresenta em 2008, 53,9% da população na classe média, o suficiente para ultrapassar Rio de Janeiro e Porto Alegre. Destacamos os anos 2004 e 2006, onde as variações foram mais pronunciadas, com aumentos de 9,52% e 8,24%, respectivamente.

Região Metropolitana de Porto Alegre: terceiro lugar no ranking, com 53,67% no último período, foi a que experimentou menor crescimento da classe média (10% acumulado, sendo 5,8% em dois anos consecutivos 2004 e 2005).

Região Metropolitana do Rio de Janeiro: na Grande Rio, a classe média ocupa hoje 52,42% da população, patamar superior ao de 2002 em 21,48%. O maior crescimento deu-se entre 2004 e 2005, 5,93%.

Região Metropolitana de Salvador: com o maior crescimento acumulado (30,28%), a Região Metropolitana de Salvador, atinge em 2008 41,28% da sua população na classe média. Apesar do bom desempenho, principalmente em 2005 quando cresceu 13%, ainda é a segunda menor no ranking geral. Com proporção de 41,28% em 2008, é superior apenas a Recife.

Região Metropolitana de Recife: a semelhança de Salvador, a Região de Recife também apresentou bom desempenho em termos de evolução. Acumulou no período crescimento o segundo maior crescimento de 31,25%, sendo 21,48% só em 2005. Apesar disso, ainda é lanterna das 6 metrópoles (36,67% da população na classe média em 2008).

Page 62: A nova classe média

61

B. Classe E nas Regiões Metropolitanas

Apresentamos a seguir a evolução da classe E nas principais metrópoles brasileiras.

Como podemos observar, quando consideramos o período dos últimos seis anos, todas

as metrópoles apresentam queda acumulada na taxa.

TABELA 3 – Classe E (%)

TOTAL 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008* Total 25,20 28,74 30,17 27,60 24,49 22,78 20,70 19,00 Região metropolitana Recife 44,06 46,64 52,26 51,89 42,99 39,15 35,91 34,64 Salvador 33,88 38,19 41,97 39,05 32,59 29,99 26,27 25,12 Belo Horizonte 26,48 33,32 33,56 28,51 26,03 22,37 20,09 18,64 Rio de Janeiro 25,73 31,22 29,38 27,16 25,10 23,59 21,29 19,74 São Paulo 19,93 21,90 24,00 21,70 19,30 18,38 16,83 14,78 Porto Alegre 22,91 24,49 27,81 24,25 21,97 21,25 19,93 18,36

TABELA 4 - Variação (em %) da Classe E

Variação Anual

2008*/ 2002

2007/ 2002 2003/02 2004/03 2005/04 2006/05 2007/06 2008*/07

Total -33,89 -27,97 4,97 -8,51 -11,28 -6,95 -9,13 -8,22 Região metropolitana Recife -25,73 -23,01 12,05 -0,71 -17,14 -8,93 -8,29 -3,53 Salvador -34,24 -31,22 9,89 -6,95 -16,55 -7,96 -12,42 -4,39 Belo Horizonte -44,06 -39,70 0,71 -15,05 -8,68 -14,07 -10,19 -7,22 Rio de Janeiro -36,75 -31,80 -5,87 -7,56 -7,58 -6,02 -9,77 -7,26 São Paulo -32,54 -23,15 9,59 -9,60 -11,07 -4,73 -8,44 -12,21 Porto Alegre -25,03 -18,64 13,54 -12,80 -9,38 -3,30 -6,22 -7,86

* até abril Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Região Metropolitana de São Paulo: mantém os menores níveis durante todo o período. Em 2008, a classe E atinge 14,78% da população, queda de 12,21% em relação ao ano anterior, e de 32,54% no acumulado de seis anos.

Região Metropolitana de Porto Alegre: foi a que apresentou menor variação (com queda de 25% no período), mas ainda é a vice-líder no ranking das seis metrópoles (18,36% em 2008).

Região Metropolitana de Belo Horizonte: experimentando o melhor desempenho relativo do período, a proporção cai 39,7% entre 2002 e 2008 (passa de 33,32% para 20,09%). Os anos 2004 e 2006 se destacam na série, com redução anual de 15,05% e 14,07%, respectivamente. Apesar do pequeno crescimento em 2003, que também foi

Page 63: A nova classe média

62

sentido por outras quatro regiões, a tendência positiva vem se repetindo na região ao longo dos anos, permitindo ultrapassar a Região do Rio de Janeiro.

Região Metropolitana do Rio de Janeiro: única a apresentar queda em todos os anos analisados, obteve o segundo melhor desempenho acumulado (variação de -36,75% na classe E). Apesar disso, a região perde a terceira posição no ranking, totalizando em 2008, 19,74% de sua população na classe E.

Região Metropolitana de Salvador: com 25,12% nos primeiros meses de 2008, acumulou queda de 34,24% em seis anos, sendo quase metade (16,55%) em 2005.

Região Metropolitana de Recife: ainda é a região com nível mais alto de pessoas na classe E (34,64% nos primeiros meses do ano). Com queda acumulada de 25,73%, o melhor desempenho relativo deu-se entre 2004 e 2005, quando a taxa caiu 17,14%. Apesar disso, a região ainda se recupera das fortes quedas de renda sofridas em 2003 e 2004 (o que resultou crescimento de 12,05% na classe E).

Page 64: A nova classe média

63

ANEXO 3: Banco de Dados

A pesquisa dispõe de sistemas de provisão de informação interativos e amigáveis

voltados aos cidadãos comuns, com produtos em linguagem acessível tais como

panoramas geradores de tabulações ao gosto do usuário e simuladores de probabilidades

desenvolvidos a partir de modelos estatísticos estimados. O sítio da pesquisa permite

aos cidadãos (vide próxima páginas) traçar o panorama da extensão e evolução dos

diferentes indicadores sociais baseados em renda. Senão vejamos:

Panorama da Nova Classe Média

Disponibilizamos no site da pesquisa um panorama completo da classe média brasileira.

Além do número de pessoas, é possível obter também a proporção do grupo na

população total, assim como detalhar a média de renda per capita e o total domiciliar.

As mesmas informações estão disponíveis para o grupo de classe E.

Conteúdo do Panorama:

Período de analise:

Anuais: você pode escolher analisar a evolução através das médias anuais

(lembrando que em 2002 os dados estão disponíveis a partir de março e em 2008 até

abril);

Janeiro a Abril: são médias dos primeiros quatro meses de cada ano.

Grupo populacional:

Escolha entre população total, classe C ou classe E aquele grupo que você quer

analisar.

Análise:

Além da Amostra e População (número de pessoas), você também pode

escolher:

Taxa: proporção de indivíduos do respectivo grupo (classe C ou classe E) na

população total.

Page 65: A nova classe média

64

Vertical: permite obter um perfil desse grupo escolhido por diferentes

características sócio-econômicas.

Média: permite avaliar a evolução da renda dos diferentes grupos. Ao selecionar

essa opção, um novo menu irá aparecer, para que você indique o tipo de conceito de

renda (domiciliar, individual ou per capita).

Panorama da Nova Classe Média

Panorama de Mobilidade

Disponibilizamos no site da pesquisa um Panorama de Mobilidade Social que permite

obter a proporção de indivíduos que entram e saem da classe E/classe média, por

diferentes características sócio-econômicas.

Page 66: A nova classe média

65

Análise Multivariada

A análise multivariada visa proporcionar um experimento melhor controlado que a

análise bivariada. Seu objetivo é captar o padrão de correlações parciais entre as

variáveis de interesse e as variáveis explicativas. No primeiro exercício, captamos as

correlações entre diferentes características populacionais e o acesso aos grupos de

renda. E, em seguida aplicamos a mesma metodologia para captar movimentos de

entrada e saída dos grupos.

Simulador de Mobilidade Social

Ferramenta que permite simular as probabilidades de pertencer a cada um dos grupos de renda,

através da combinação de suas características. Com ele é possível obter também as

probabilidades de entrada e saída da classe E / classe C. Basta selecionar as informações de

acordo com seus atributos ou aqueles que deseja analisar. Depois de preencher o formulário,

clique em Simular.

Passos para a utilização do Simulador: 1- Selecione em as características de acordo com os atributos do “indivíduo” que deseja

analisar. Depois de preencher o formulário, clique em Simular 2- Os gráficos apresentados mostram as probabilidades de pertencer a cada grupos da

população e de mobilidade social. Uma das barras representa o Cenário Atual, com o resultado segundo as características selecionadas; a outra Cenário Anterior apresenta a simulação anterior.

Page 67: A nova classe média

66

Modelos Estatísticos Estimados: Logísticos MultinomiaisLogits multinomiais

Neste apêndice apresentamos o modelo logit multinomial que estimamos por máxima verossimilhança8. O modelo é definido como:

3 ,2,13,2,1,)exp(1

)exp()|(Pr

1

==

∑+==

=

jkx

xxjponto

hk

J

h

jkk

β

β

(2) em que, "ponto" é a variável identificadora de estratos sociais. São dois os tipos de regressões utilizadas9: O vetor jβ é o conjunto de parâmetros para 0=j (Pertence a Classe Média) e 1=j

(rendimento igual ao piso). Como as probabilidades devem somar um, devemos ter:

3,2,,1,)exp(1

1)|2(

1

=

∑+

==

=

kx

xpontoP

hk

J

h

k

β

Deve-se ressaltar que a interpretação da magnitude dos parâmetros estimados deste modelo não é direta10. Além disso, através da razão das probabilidades em relação à base temos:

1,0,2,1),exp()|2(

)|( =====

jkxxpontoP

xjpontoPjk

k

k β

ou ainda:

[ ] jkkk xxpontoPxjpontoP β=== )|2(/)|(log

Ou seja, temos uma interpretação mais direta de uma variação de uma unidade em x, que mostra o quanto varia o log da razão das probabilidades (log-odds), através do parâmetro estimado. Assim, é suficiente, na nossa análise, saber o sinal de jβ , na

análise das regressões.

Além disso, x é o vetor dos controles igual a ( tratamentok , ano , ktratamentoano∗ ,

características dos indivíduos); e � o vetor dos parâmetros.

8 O método de maximização da função de verossimilhança utilizado é o do Newton-Raphson.

9 Para a regressão envolvendo a variável dependente ponto1 , foram rodadas regressões separadamente para cada grupo ocupacional (grupo de tratamento) do

RJ (p1rj, p2rj, p3rj) e do RS (p1rs, p2rs, p3rs, p4rs), comparando como controle as ocupações não definidas na lei.

10Simplificando a notação da probabilidade de resposta como:

)|2(),(

)|(),(

0 xpontoPxp

xjpontoPxp

kkk

kkjk

==

==

ββ

O efeito marginal decorrente de uma mudança em uma variável controle contínua é :

( )( ) 2,1 para,

)exp(1

)exp(1),(

),(

1

1 =

∑+∑+−=

∂∂

=

= kx

xxp

x

xp

hkJh

hkhlkJh

jlkkjl

kj

βββββ

β

Page 68: A nova classe média

67

I) Probabilidade de Estar em Classes (ou Estratos) Sociais

– Base (Classe E)

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

Classe A ou B Intercept -6.5238 0.2336 779.6691 <.0001 .

SEXO Homem 0.6822 0.0319 456.6774 <.0001 1.9783

COR Amarela 1.6670 0.1442 133.5769 <.0001 5.2961

COR Branca 1.4112 0.0661 456.0550 <.0001 4.1008

COR Indígena 0.0404 0.7413 0.0030 0.9566 1.0412

COR Parda 0.0271 0.0706 0.1478 0.7006 1.0275

fxage 15 a 19 -0.3849 0.0789 23.8273 <.0001 0.6805

fxage 20 a 24 -0.5800 0.0717 65.3576 <.0001 0.5599

fxage 25 a 29 -0.3032 0.0677 20.0362 <.0001 0.7385

fxage 30 a 35 -0.2391 0.0650 13.5208 0.0002 0.7874

fxage 36 a 39 -0.3057 0.0713 18.3925 <.0001 0.7366

fxage 40 a 44 0.0264 0.0667 0.1571 0.6919 1.0268

fxage 45 a 49 0.3506 0.0673 27.1312 <.0001 1.4199

fxage 50 a 54 0.2865 0.0684 17.5676 <.0001 1.3318

anoest 11 ou mais anos 3.6702 0.1639 501.2025 <.0001 39.2604

anoest Anos de estudo n 0.1249 0.7820 0.0255 0.8731 1.1330

anoest De 1 a 3 anos de -0.2135 0.2088 1.0464 0.3063 0.8077

anoest De 4 a 7 anos de 0.5091 0.1699 8.9823 0.0027 1.6638

anoest De 8 a 10 anos d 1.8358 0.1670 120.8165 <.0001 6.2704

CONFAM Agregado 0.9877 0.2956 11.1617 0.0008 2.6849

CONFAM Cônjuge 0.6985 0.0403 300.0847 <.0001 2.0107

CONFAM Filho 0.1496 0.0454 10.8802 0.0010 1.1614

CONFAM Outro Parente -0.2280 0.0847 7.2412 0.0071 0.7961

NPES 1 Morador 2.9893 0.1404 453.0755 <.0001 19.8709

NPES 2 Moradores 2.2959 0.1382 275.9951 <.0001 9.9335

NPES 3 Moradores 1.6377 0.1412 134.5386 <.0001 5.1436

REG Recife -1.3906 0.0923 227.1840 <.0001 0.2489

REG Salvador -0.2162 0.0787 7.5491 0.0060 0.8056

REG Belo Horizonte 0.2517 0.0681 13.6604 0.0002 1.2862

REG Rio de Janeiro -0.1368 0.0572 5.7234 0.0167 0.8721

REG São Paulo 0.4516 0.0536 70.8615 <.0001 1.5708

ANO 2003 -0.6273 0.0503 155.6717 <.0001 0.5340

ANO 2004 -0.8833 0.0496 316.6122 <.0001 0.4134

ANO 2005 -0.5676 0.0480 140.0456 <.0001 0.5669

ANO 2006 -0.4815 0.0478 101.4135 <.0001 0.6179

ANO 2007 -0.2421 0.0472 26.2899 <.0001 0.7850

Page 69: A nova classe média

68

Classe C Intercept -1.3926 0.0854 266.0973 <.0001 .

SEXO Homem 0.4522 0.0208 472.6205 <.0001 1.5718

COR Amarela -0.3371 0.1296 6.7654 0.0093 0.7138

COR Branca 0.2297 0.0324 50.1747 <.0001 1.2582

COR Indígena 0.4194 0.2859 2.1528 0.1423 1.5211

COR Parda -0.00558 0.0323 0.0299 0.8627 0.9944

fxage 15 a 19 -0.0742 0.0496 2.2361 0.1348 0.9285

fxage 20 a 24 0.1027 0.0471 4.7587 0.0292 1.1082

fxage 25 a 29 0.2254 0.0454 24.6733 <.0001 1.2528

fxage 30 a 35 0.0919 0.0430 4.5716 0.0325 1.0963

fxage 36 a 39 0.1271 0.0462 7.5807 0.0059 1.1355

fxage 40 a 44 0.2305 0.0441 27.2697 <.0001 1.2592

fxage 45 a 49 0.3612 0.0452 63.8173 <.0001 1.4350

fxage 50 a 54 0.2011 0.0457 19.4061 <.0001 1.2228

anoest 11 ou mais anos 1.6028 0.0544 869.1895 <.0001 4.9669

anoest Anos de estudo n 0.4064 0.2194 3.4322 0.0639 1.5014

anoest De 1 a 3 anos de 0.3927 0.0621 40.0399 <.0001 1.4810

anoest De 4 a 7 anos de 0.6900 0.0540 163.4437 <.0001 1.9937

anoest De 8 a 10 anos d 1.1805 0.0553 455.9569 <.0001 3.2560

CONFAM Agregado 0.5939 0.2196 7.3164 0.0068 1.8111

CONFAM Cônjuge 0.4703 0.0267 310.6814 <.0001 1.6004

CONFAM Filho 0.1106 0.0306 13.0621 0.0003 1.1170

CONFAM Outro Parente 0.0489 0.0485 1.0149 0.3137 1.0501

NPES 1 Morador 0.7923 0.0443 320.1382 <.0001 2.2085

NPES 2 Moradores 0.8848 0.0393 506.9717 <.0001 2.4225

NPES 3 Moradores 0.6237 0.0412 228.6499 <.0001 1.8657

REG Recife -1.0869 0.0501 470.0022 <.0001 0.3373

REG Salvador -0.5646 0.0487 134.3251 <.0001 0.5686

REG Belo Horizonte -0.0228 0.0449 0.2568 0.6123 0.9775

REG Rio de Janeiro -0.0459 0.0389 1.3938 0.2378 0.9551

REG São Paulo 0.1564 0.0372 17.6551 <.0001 1.1693

ANO 2003 -0.5227 0.0338 239.3131 <.0001 0.5929

ANO 2004 -0.7797 0.0331 553.9593 <.0001 0.4585

ANO 2005 -0.4379 0.0328 178.0187 <.0001 0.6454

ANO 2006 -0.3407 0.0331 106.0295 <.0001 0.7113

ANO 2007 -0.1574 0.0333 22.3963 <.0001 0.8544

Page 70: A nova classe média

69

Classe D Intercept -1.1023 0.1033 113.8097 <.0001 .

SEXO Homem 0.2241 0.0265 71.7247 <.0001 1.2512

COR Amarela -1.2238 0.2581 22.4744 <.0001 0.2941

COR Branca -0.0192 0.0405 0.2261 0.6344 0.9809

COR Indígena 0.1164 0.3612 0.1039 0.7472 1.1235

COR Parda 0.00283 0.0393 0.0052 0.9425 1.0028

fxage 15 a 19 0.4296 0.0655 42.9797 <.0001 1.5367

fxage 20 a 24 0.6132 0.0624 96.4759 <.0001 1.8464

fxage 25 a 29 0.5300 0.0609 75.7098 <.0001 1.6989

fxage 30 a 35 0.4956 0.0575 74.3061 <.0001 1.6415

fxage 36 a 39 0.3227 0.0621 26.9741 <.0001 1.3809

fxage 40 a 44 0.3465 0.0598 33.6003 <.0001 1.4141

fxage 45 a 49 0.3360 0.0618 29.5260 <.0001 1.3993

fxage 50 a 54 0.1481 0.0634 5.4608 0.0194 1.1596

anoest 11 ou mais anos 0.3905 0.0644 36.7288 <.0001 1.4777

anoest Anos de estudo n -0.1248 0.2796 0.1992 0.6554 0.8827

anoest De 1 a 3 anos de 0.3319 0.0721 21.1624 <.0001 1.3936

anoest De 4 a 7 anos de 0.3751 0.0630 35.5050 <.0001 1.4552

anoest De 8 a 10 anos d 0.5177 0.0649 63.6556 <.0001 1.6782

CONFAM Agregado 0.3041 0.2682 1.2860 0.2568 1.3555

CONFAM Cônjuge 0.2310 0.0339 46.5183 <.0001 1.2598

CONFAM Filho -0.1514 0.0392 14.9581 0.0001 0.8595

CONFAM Outro Parente -0.0852 0.0605 1.9864 0.1587 0.9183

NPES 1 Morador -0.6166 0.0544 128.3089 <.0001 0.5398

NPES 2 Moradores 0.1255 0.0424 8.7684 0.0031 1.1337

NPES 3 Moradores 0.0856 0.0447 3.6579 0.0558 1.0893

REG Recife -0.2742 0.0607 20.3752 <.0001 0.7602

REG Salvador 0.0214 0.0602 0.1263 0.7223 1.0216

REG Belo Horizonte -0.1582 0.0594 7.0945 0.0077 0.8537

REG Rio de Janeiro 0.0538 0.0509 1.1167 0.2906 1.0553

REG São Paulo 0.0443 0.0490 0.8160 0.3663 1.0453

ANO 2003 -0.4655 0.0429 117.9358 <.0001 0.6279

ANO 2004 -0.4859 0.0413 138.4398 <.0001 0.6151

ANO 2005 -0.4122 0.0418 97.4091 <.0001 0.6622

ANO 2006 -0.3618 0.0423 73.3239 <.0001 0.6964

ANO 2007 -0.1372 0.0418 10.8006 0.0010 0.8718

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME

Page 71: A nova classe média

70

b) com dummy interativa (ano*região)

Apresentamos baixo estimativas similares as anteriores, mas incluindo variáveis

dummies interativas que permitem captar a diferença da diferença entre regiões

metropolitanas ao longo do tempo. A base é Porto Alegre e 2008.

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica

de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

CLASSE A & B

Intercept -6.6631 0.2538 689.2008 <.0001 .

REG Recife -1.2068 0.1975 37.3217 <.0001 0.2991

REG Salvador -0.5404 0.1969 7.5286 0.0061 0.5825

REG Belo Horizonte 0.3765 0.1590 5.6104 0.0179 1.4572

REG Rio de Janeiro 0.0246 0.1312 0.0352 0.8511 1.0249

REG São Paulo 0.6606 0.1258 27.5814 <.0001 1.9360

ANO 2003 -0.5780 0.1708 11.4492 0.0007 0.5610

ANO 2004 -0.5109 0.1663 9.4397 0.0021 0.5999

ANO 2005 -0.3637 0.1717 4.4863 0.0342 0.6951

ANO 2006 -0.3584 0.1644 4.7510 0.0293 0.6988

ANO 2007 -0.1524 0.1616 0.8900 0.3455 0.8586

REG*ANO Recife 0.1311 0.3000 0.1909 0.6622 1.1400

REG*ANO Recife -0.5692 0.3256 3.0548 0.0805 0.5660

REG*ANO Recife -0.0673 0.2964 0.0516 0.8203 0.9349

REG*ANO Recife -0.5665 0.3247 3.0441 0.0810 0.5675

REG*ANO Recife -0.0124 0.2879 0.0018 0.9657 0.9877

REG*ANO Salvador 0.4179 0.2806 2.2183 0.1364 1.5188

REG*ANO Salvador 0.3026 0.2669 1.2850 0.2570 1.3533

REG*ANO Salvador 0.2291 0.2717 0.7111 0.3991 1.2575

REG*ANO Salvador 0.4658 0.2663 3.0583 0.0803 1.5932

REG*ANO Salvador 0.5653 0.2578 4.8069 0.0283 1.7599

REG*ANO Belo Horizonte -0.1106 0.2370 0.2178 0.6407 0.8953

REG*ANO Belo Horizonte -0.3999 0.2325 2.9584 0.0854 0.6704

REG*ANO Belo Horizonte -0.2546 0.2312 1.2128 0.2708 0.7752

REG*ANO Belo Horizonte -0.0416 0.2262 0.0338 0.8541 0.9593

REG*ANO Belo Horizonte 0.0669 0.2226 0.0903 0.7638 1.0692

REG*ANO Rio de Janeiro -0.6103 0.2026 9.0773 0.0026 0.5432

REG*ANO Rio de Janeiro -0.3173 0.1932 2.6965 0.1006 0.7281

REG*ANO Rio de Janeiro -0.00413 0.1952 0.0004 0.9831 0.9959

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1446 0.1888 0.5864 0.4438 0.8654

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1226 0.1853 0.4377 0.5083 0.8846

REG*ANO São Paulo 0.1341 0.1864 0.5175 0.4719 1.1435

REG*ANO São Paulo -0.5002 0.1823 7.5300 0.0061 0.6064

REG*ANO São Paulo -0.3731 0.1864 4.0070 0.0453 0.6886

REG*ANO São Paulo -0.1989 0.1798 1.2238 0.2686 0.8197

REG*ANO São Paulo -0.2056 0.1772 1.3462 0.2459 0.8142

Page 72: A nova classe média

71

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica

de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

CLASSE C

Intercept -1.5841 0.1126 197.9410 <.0001 .

REG Recife -0.7739 0.1194 41.9823 <.0001 0.4612

REG Salvador -0.3549 0.1180 9.0506 0.0026 0.7012

REG Belo Horizonte 0.1645 0.1112 2.1862 0.1392 1.1787

REG Rio de Janeiro 0.0595 0.0955 0.3881 0.5333 1.0613

REG São Paulo 0.4019 0.0934 18.4989 <.0001 1.4946

ANO 2003 -0.3498 0.1160 9.0894 0.0026 0.7048

ANO 2004 -0.4729 0.1166 16.4380 <.0001 0.6232

ANO 2005 -0.0812 0.1175 0.4777 0.4895 0.9220

ANO 2006 -0.1716 0.1165 2.1681 0.1409 0.8423

ANO 2007 -0.0915 0.1174 0.6077 0.4356 0.9125

REG*ANO Recife -0.2681 0.1675 2.5611 0.1095 0.7648

REG*ANO Recife -0.9121 0.1784 26.1446 <.0001 0.4017

REG*ANO Recife -0.5330 0.1671 10.1716 0.0014 0.5868

REG*ANO Recife -0.3064 0.1670 3.3682 0.0665 0.7361

REG*ANO Recife 0.0105 0.1671 0.0039 0.9500 1.0105

REG*ANO Salvador -0.1648 0.1633 1.0187 0.3128 0.8480

REG*ANO Salvador -0.5476 0.1637 11.1848 0.0008 0.5783

REG*ANO Salvador -0.5238 0.1631 10.3181 0.0013 0.5923

REG*ANO Salvador -0.1302 0.1619 0.6468 0.4213 0.8779

REG*ANO Salvador 0.1018 0.1617 0.3965 0.5289 1.1072

REG*ANO Belo Horizonte -0.2880 0.1538 3.5094 0.0610 0.7497

REG*ANO Belo Horizonte -0.2588 0.1533 2.8504 0.0913 0.7720

REG*ANO Belo Horizonte -0.4520 0.1534 8.6778 0.0032 0.6363

REG*ANO Belo Horizonte -0.1540 0.1533 1.0099 0.3149 0.8572

REG*ANO Belo Horizonte 0.0255 0.1542 0.0273 0.8688 1.0258

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1694 0.1325 1.6358 0.2009 0.8441

REG*ANO Rio de Janeiro -0.0115 0.1326 0.0076 0.9307 0.9885

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1826 0.1336 1.8678 0.1717 0.8331

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1104 0.1321 0.6983 0.4034 0.8955

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1595 0.1331 1.4351 0.2309 0.8526

REG*ANO São Paulo -0.1589 0.1290 1.5165 0.2181 0.8531

REG*ANO São Paulo -0.4557 0.1287 12.5323 0.0004 0.6340

REG*ANO São Paulo -0.4629 0.1292 12.8382 0.0003 0.6295

REG*ANO São Paulo -0.2477 0.1289 3.6894 0.0548 0.7806

REG*ANO São Paulo -0.1017 0.1299 0.6128 0.4337 0.9033

Page 73: A nova classe média

72

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica

de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

CLASSE D

Intercept -1.3416 0.1424 88.7670 <.0001 .

REG Recife 0.0699 0.1470 0.2260 0.6345 1.0724

REG Salvador 0.3296 0.1450 5.1683 0.0230 1.3905

REG Belo Horizonte -0.0571 0.1485 0.1479 0.7006 0.9445

REG Rio de Janeiro 0.1705 0.1258 1.8370 0.1753 1.1859

REG São Paulo 0.3952 0.1226 10.3924 0.0013 1.4847

ANO 2003 -0.3425 0.1571 4.7547 0.0292 0.7100

ANO 2004 -0.1982 0.1539 1.6582 0.1978 0.8202

ANO 2005 0.0292 0.1535 0.0361 0.8494 1.0296

ANO 2006 -0.1580 0.1563 1.0220 0.3121 0.8538

ANO 2007 0.1506 0.1520 0.9820 0.3217 1.1625

REG*ANO Recife -0.3879 0.2090 3.4435 0.0635 0.6785

REG*ANO Recife -0.4425 0.2030 4.7526 0.0293 0.6424

REG*ANO Recife -0.5336 0.2018 6.9916 0.0082 0.5865

REG*ANO Recife -0.2599 0.2053 1.6023 0.2056 0.7711

REG*ANO Recife -0.3757 0.2039 3.3951 0.0654 0.6868

REG*ANO Salvador -0.1741 0.2031 0.7344 0.3915 0.8403

REG*ANO Salvador -0.7494 0.2016 13.8149 0.0002 0.4727

REG*ANO Salvador -0.5124 0.1985 6.6658 0.0098 0.5990

REG*ANO Salvador -0.0773 0.2002 0.1490 0.6995 0.9256

REG*ANO Salvador -0.2959 0.1978 2.2388 0.1346 0.7439

REG*ANO Belo Horizonte 0.1284 0.2053 0.3913 0.5316 1.1370

REG*ANO Belo Horizonte -0.1865 0.2033 0.8416 0.3589 0.8299

REG*ANO Belo Horizonte -0.2764 0.2025 1.8637 0.1722 0.7585

REG*ANO Belo Horizonte 0.0170 0.2056 0.0068 0.9342 1.0171

REG*ANO Belo Horizonte -0.2341 0.2036 1.3224 0.2502 0.7913

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1736 0.1783 0.9485 0.3301 0.8406

REG*ANO Rio de Janeiro 0.0979 0.1728 0.3208 0.5711 1.1028

REG*ANO Rio de Janeiro -0.2573 0.1742 2.1818 0.1397 0.7732

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1489 0.1763 0.7138 0.3982 0.8616

REG*ANO Rio de Janeiro -0.2415 0.1716 1.9798 0.1594 0.7855

REG*ANO São Paulo -0.1064 0.1727 0.3798 0.5377 0.8990

REG*ANO São Paulo -0.4923 0.1689 8.4953 0.0036 0.6112

REG*ANO São Paulo -0.6584 0.1688 15.2221 <.0001 0.5177

REG*ANO São Paulo -0.3801 0.1722 4.8696 0.0273 0.6838

REG*ANO São Paulo -0.3795 0.1677 5.1238 0.0236 0.6842

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

Page 74: A nova classe média

73

II) Mobilidade Social (Entrada, Saída e Permanencia na Miséria)

– Base Permanece na Miséria

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

CONTINUA NÃO CLASSE E

Intercept -0.7010 0.0859 66.5507 <.0001 .

SEXO Homem 0.5344 0.0220 588.6950 <.0001 1.70642

COR Amarela 0.0658 0.1325 0.2467 0.6194 1.06804

COR Branca 0.2983 0.0343 75.4891 <.0001 1.34757

COR Indígena 0.4955 0.3315 2.2338 0.1350 1.64135

COR Parda -0.0212 0.0337 0.3951 0.5296 0.97906

fxage 15 a 19 0.1102 0.0513 4.6119 0.0318 1.11646

fxage 20 a 24 0.2977 0.0493 36.4707 <.0001 1.34681

fxage 25 a 29 0.3396 0.0473 51.5281 <.0001 1.40434

fxage 30 a 35 0.2459 0.0444 30.6513 <.0001 1.27883

fxage 36 a 39 0.2164 0.0480 20.3271 <.0001 1.24160

fxage 40 a 44 0.3531 0.0459 59.2935 <.0001 1.42349

fxage 45 a 49 0.4879 0.0472 106.8374 <.0001 1.62895

fxage 50 a 54 0.2661 0.0470 32.0624 <.0001 1.30489

anoest 11 ou mais anos 1.8121 0.0524 1197.7525 <.0001 6.12327

anoest Anos de estudo n 0.1620 0.2157 0.5641 0.4526 1.17589

anoest De 1 a 3 anos de 0.4052 0.0597 46.1022 <.0001 1.49964

anoest De 4 a 7 anos de 0.6691 0.0515 168.9233 <.0001 1.95244

anoest De 8 a 10 anos d 1.1897 0.0533 498.7744 <.0001 3.28622

CONFAM Agregado 0.5707 0.2336 5.9667 0.0146 1.76950

CONFAM Cônjuge 0.5379 0.0283 360.1276 <.0001 1.71244

CONFAM Filho 0.0130 0.0325 0.1586 0.6904 1.01304

CONFAM Outro Parente 0.0263 0.0512 0.2648 0.6068 1.02668

NPES 1 Morador 0.6431 0.0436 217.1387 <.0001 1.90243

NPES 2 Moradores 0.8008 0.0383 437.7412 <.0001 2.22735

NPES 3 Moradores 0.4991 0.0403 153.2995 <.0001 1.64727

REG Recife -1.1197 0.0526 453.7187 <.0001 0.32638

REG Salvador -0.5191 0.0514 102.0210 <.0001 0.59504

REG Belo Horizonte -0.0761 0.0497 2.3441 0.1258 0.92673

REG Rio de Janeiro -0.1385 0.0431 10.3446 0.0013 0.87070

REG São Paulo 0.1787 0.0417 18.3170 <.0001 1.19563

ANO 2003 -0.6835 0.0371 339.7259 <.0001 0.50485

ANO 2004 -0.8304 0.0362 527.1496 <.0001 0.43589

ANO 2005 -0.6003 0.0359 280.1069 <.0001 0.54863

ANO 2006 -0.5291 0.0363 212.4855 <.0001 0.58915

ANO 2007 -0.3117 0.0365 72.8737 <.0001 0.73218

Page 75: A nova classe média

74

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

ENTROU NA CLASSE E

Intercept -1.9066 0.1560 149.3652 <.0001 .

SEXO Homem 0.2815 0.0394 51.0180 <.0001 1.32518

COR Amarela -1.4179 0.3984 12.6667 0.0004 0.24223

COR Branca 0.0891 0.0638 1.9484 0.1628 1.09315

COR Indígena 0.8338 0.4698 3.1494 0.0760 2.30207

COR Parda -0.00955 0.0635 0.0226 0.8804 0.99049

fxage 15 a 19 0.1077 0.0950 1.2865 0.2567 1.11372

fxage 20 a 24 0.2811 0.0906 9.6371 0.0019 1.32463

fxage 25 a 29 0.2362 0.0877 7.2611 0.0070 1.26647

fxage 30 a 35 0.2237 0.0826 7.3360 0.0068 1.25070

fxage 36 a 39 0.1772 0.0890 3.9637 0.0465 1.19389

fxage 40 a 44 0.1781 0.0861 4.2825 0.0385 1.19493

fxage 45 a 49 0.2432 0.0885 7.5504 0.0060 1.27527

fxage 50 a 54 0.1955 0.0884 4.8941 0.0269 1.21595

anoest 11 ou mais anos 0.9181 0.0999 84.4287 <.0001 2.50447

anoest Anos de estudo n 0.2874 0.3637 0.6244 0.4294 1.33293

anoest De 1 a 3 anos de 0.3373 0.1135 8.8330 0.0030 1.40121

anoest De 4 a 7 anos de 0.5228 0.0984 28.2094 <.0001 1.68675

anoest De 8 a 10 anos d 0.7094 0.1016 48.7869 <.0001 2.03274

CONFAM Agregado 0.4650 0.3853 1.4564 0.2275 1.59202

CONFAM Cônjuge 0.2968 0.0507 34.3029 <.0001 1.34558

CONFAM Filho 0.0440 0.0582 0.5713 0.4497 1.04500

CONFAM Outro Parente -0.0341 0.0952 0.1283 0.7202 0.96645

NPES 1 Morador 0.1228 0.0830 2.1910 0.1388 1.13067

NPES 2 Moradores 0.4619 0.0706 42.7909 <.0001 1.58705

NPES 3 Moradores 0.4360 0.0734 35.3318 <.0001 1.54657

REG Recife -0.5877 0.0802 53.7520 <.0001 0.55559

REG Salvador -1.2763 0.0940 184.1910 <.0001 0.27906

REG Belo Horizonte -0.3105 0.0776 16.0002 <.0001 0.73310

REG Rio de Janeiro -0.9977 0.0707 199.2343 <.0001 0.36872

REG São Paulo -0.3897 0.0642 36.8005 <.0001 0.67727

ANO 2003 0.0717 0.0624 1.3190 0.2508 1.07435

ANO 2004 -0.2758 0.0639 18.6346 <.0001 0.75894

ANO 2005 -0.5016 0.0667 56.6406 <.0001 0.60556

ANO 2006 -0.1836 0.0642 8.1722 0.0043 0.83225

ANO 2007 -0.3170 0.0670 22.3819 <.0001 0.72835

Page 76: A nova classe média

75

SAIU DA CLASSE E

Intercept -1.6683 0.1428 136.4329 <.0001 .

SEXO Homem 0.3474 0.0367 89.5744 <.0001 1.41535

COR Amarela -0.1979 0.2213 0.7992 0.3713 0.82047

COR Branca -0.0128 0.0577 0.0490 0.8248 0.98731

COR Indígena 0.6975 0.4578 2.3207 0.1277 2.00865

COR Parda -0.0544 0.0569 0.9124 0.3395 0.94706

fxage 15 a 19 0.2208 0.0895 6.0843 0.0136 1.24710

fxage 20 a 24 0.4889 0.0845 33.4422 <.0001 1.63056

fxage 25 a 29 0.3036 0.0830 13.3885 0.0003 1.35473

fxage 30 a 35 0.2894 0.0782 13.6869 0.0002 1.33558

fxage 36 a 39 0.2896 0.0837 11.9766 0.0005 1.33588

fxage 40 a 44 0.3568 0.0802 19.7860 <.0001 1.42868

fxage 45 a 49 0.4274 0.0822 27.0397 <.0001 1.53319

fxage 50 a 54 0.2556 0.0834 9.3810 0.0022 1.29119

anoest 11 ou mais anos 0.8227 0.0884 86.5128 <.0001 2.27654

anoest Anos de estudo n -0.2635 0.4065 0.4203 0.5168 0.76834

anoest De 1 a 3 anos de 0.2591 0.1008 6.6093 0.0101 1.29578

anoest De 4 a 7 anos de 0.3614 0.0872 17.1854 <.0001 1.43539

anoest De 8 a 10 anos d 0.5732 0.0901 40.4345 <.0001 1.77394

CONFAM Agregado 0.0184 0.4205 0.0019 0.9650 1.01860

CONFAM Cônjuge 0.3249 0.0471 47.5334 <.0001 1.38395

CONFAM Filho -0.0172 0.0541 0.1014 0.7502 0.98291

CONFAM Outro Parente 0.1267 0.0835 2.3016 0.1292 1.13511

NPES 1 Morador 0.1443 0.0753 3.6720 0.0553 1.15526

NPES 2 Moradores 0.4489 0.0645 48.4920 <.0001 1.56657

NPES 3 Moradores 0.3014 0.0677 19.8186 <.0001 1.35179

REG Recife -0.6764 0.0807 70.1990 <.0001 0.50842

REG Salvador -0.9339 0.0861 117.5759 <.0001 0.39301

REG Belo Horizonte -0.2278 0.0765 8.8707 0.0029 0.79629

REG Rio de Janeiro -0.6927 0.0680 103.6487 <.0001 0.50021

REG São Paulo -0.1395 0.0633 4.8545 0.0276 0.86980

ANO 2003 -0.2926 0.0586 24.8908 <.0001 0.74634

ANO 2004 -0.2237 0.0561 15.8816 <.0001 0.79958

ANO 2005 -0.5154 0.0590 76.3713 <.0001 0.59724

ANO 2006 -0.4887 0.0599 66.5757 <.0001 0.61342

ANO 2007 -0.5214 0.0615 71.9612 <.0001 0.59366

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME

Page 77: A nova classe média

76

b) com dummy interativa (ano*região)

Apresentamos baixo estimativas similares as anteriores mas incluindo variáveis

dummies interativas que permitem captar a diferença da diferença entre regiões

metropolitanas ao longo do tempo. A base é Porto Alegre e 2008.

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica

de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

CONTINUA NÃO CLASSE E

Intercept -0.9995 0.1190 70.5240 <.0001 .

REG Recife -0.7829 0.1297 36.4174 <.0001 0.45708

REG Salvador -0.2630 0.1280 4.2209 0.0399 0.76875

REG Belo Horizonte 0.2059 0.1267 2.6405 0.1042 1.22857

REG Rio de Janeiro 0.0507 0.1065 0.2271 0.6337 1.05205

REG São Paulo 0.6053 0.1066 32.2165 <.0001 1.83180

ANO 2003 -0.3854 0.1321 8.5095 0.0035 0.68015

ANO 2004 -0.3202 0.1332 5.7762 0.0162 0.72597

ANO 2005 -0.2227 0.1305 2.9132 0.0879 0.80035

ANO 2006 -0.2740 0.1297 4.4633 0.0346 0.76030

ANO 2007 -0.0712 0.1310 0.2951 0.5869 0.93129

REG*ANO Recife -0.4045 0.1801 5.0429 0.0247 0.66731

REG*ANO Recife -0.8432 0.1825 21.3438 <.0001 0.43031

REG*ANO Recife -0.3679 0.1753 4.4055 0.0358 0.69217

REG*ANO Recife -0.3149 0.1775 3.1498 0.0759 0.72983

REG*ANO Recife -0.0169 0.1804 0.0088 0.9253 0.98323

REG*ANO Salvador -0.2531 0.1752 2.0859 0.1487 0.77641

REG*ANO Salvador -0.7809 0.1744 20.0447 <.0001 0.45798

REG*ANO Salvador -0.3465 0.1725 4.0333 0.0446 0.70714

REG*ANO Salvador -0.0248 0.1730 0.0206 0.8859 0.97549

REG*ANO Salvador -0.0946 0.1729 0.2998 0.5840 0.90970

REG*ANO Belo Horizonte -0.4851 0.1728 7.8811 0.0050 0.61561

REG*ANO Belo Horizonte -0.3894 0.1742 4.9968 0.0254 0.67745

REG*ANO Belo Horizonte -0.4741 0.1703 7.7535 0.0054 0.62245

REG*ANO Belo Horizonte -0.1885 0.1713 1.2113 0.2711 0.82817

REG*ANO Belo Horizonte -0.0997 0.1736 0.3297 0.5658 0.90513

REG*ANO Rio de Janeiro -0.2546 0.1491 2.9151 0.0878 0.77520

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1935 0.1493 1.6790 0.1951 0.82410

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1922 0.1468 1.7152 0.1903 0.82511

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1925 0.1456 1.7488 0.1860 0.82488

REG*ANO Rio de Janeiro -0.3040 0.1467 4.2910 0.0383 0.73788

REG*ANO São Paulo -0.3298 0.1475 4.9992 0.0254 0.71909

REG*ANO São Paulo -0.7377 0.1475 25.0249 <.0001 0.47820

REG*ANO São Paulo -0.5632 0.1448 15.1372 <.0001 0.56940

REG*ANO São Paulo -0.4364 0.1447 9.0909 0.0026 0.64635

REG*ANO São Paulo -0.3864 0.1462 6.9876 0.0082 0.67951

Page 78: A nova classe média

77

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica

de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

ENTROU NA CLASSE E

Intercept -2.3248 0.2073 125.7219 <.0001 .

REG Recife 0.2386 0.1973 1.4635 0.2264 1.26953

REG Salvador -0.4249 0.2233 3.6211 0.0571 0.65382

REG Belo Horizonte 0.1667 0.2045 0.6645 0.4150 1.18143

REG Rio de Janeiro -1.1758 0.2024 33.7388 <.0001 0.30857

REG São Paulo 0.1234 0.1751 0.4970 0.4808 1.13136

ANO 2003 0.4596 0.1990 5.3331 0.0209 1.58341

ANO 2004 0.2567 0.2066 1.5432 0.2141 1.29267

ANO 2005 0.2970 0.2023 2.1568 0.1419 1.34587

ANO 2006 0.1428 0.2052 0.4842 0.4865 1.15350

ANO 2007 0.0114 0.2137 0.0029 0.9574 1.01148

REG*ANO Recife -0.9960 0.2610 14.5630 0.0001 0.36937

REG*ANO Recife -1.2494 0.2733 20.8935 <.0001 0.28669

REG*ANO Recife -1.6819 0.2830 35.3322 <.0001 0.18602

REG*ANO Recife -0.6978 0.2672 6.8205 0.0090 0.49766

REG*ANO Recife -0.3321 0.2776 1.4308 0.2316 0.71742

REG*ANO Salvador -0.7866 0.2941 7.1553 0.0075 0.45540

REG*ANO Salvador -1.1613 0.3080 14.2189 0.0002 0.31307

REG*ANO Salvador -1.7066 0.3461 24.3114 <.0001 0.18149

REG*ANO Salvador -0.6049 0.3068 3.8878 0.0486 0.54613

REG*ANO Salvador -1.0365 0.3368 9.4719 0.0021 0.35470

REG*ANO Belo Horizonte -0.4688 0.2606 3.2349 0.0721 0.62577

REG*ANO Belo Horizonte -0.8110 0.2785 8.4802 0.0036 0.44440

REG*ANO Belo Horizonte -0.8707 0.2720 10.2466 0.0014 0.41866

REG*ANO Belo Horizonte -0.4298 0.2731 2.4774 0.1155 0.65061

REG*ANO Belo Horizonte -0.2581 0.2829 0.8325 0.3616 0.77250

REG*ANO Rio de Janeiro 0.2888 0.2531 1.3024 0.2538 1.33485

REG*ANO Rio de Janeiro 0.5425 0.2576 4.4355 0.0352 1.72024

REG*ANO Rio de Janeiro -0.1585 0.2635 0.3617 0.5476 0.85346

REG*ANO Rio de Janeiro 0.0274 0.2633 0.0108 0.9172 1.02777

REG*ANO Rio de Janeiro 0.0844 0.2719 0.0965 0.7561 1.08810

REG*ANO São Paulo -0.4780 0.2253 4.5034 0.0338 0.62000

REG*ANO São Paulo -0.7610 0.2329 10.6779 0.0011 0.46721

REG*ANO São Paulo -0.9042 0.2301 15.4412 <.0001 0.40488

REG*ANO São Paulo -0.3606 0.2312 2.4334 0.1188 0.69723

REG*ANO São Paulo -0.4440 0.2414 3.3828 0.0659 0.64144

Page 79: A nova classe média

78

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica

de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

SAIU DA CLASSE E

Intercept -2.0984 0.1938 117.2159 <.0001 .

REG Recife -0.2001 0.2008 0.9933 0.3189 0.81867

REG Salvador -0.3185 0.2077 2.3505 0.1252 0.72724

REG Belo Horizonte 0.2356 0.1941 1.4729 0.2249 1.26562

REG Rio de Janeiro -0.3200 0.1719 3.4654 0.0627 0.72614

REG São Paulo 0.3791 0.1652 5.2681 0.0217 1.46102

ANO 2003 0.2971 0.1956 2.3060 0.1289 1.34595

ANO 2004 0.4467 0.1942 5.2908 0.0214 1.56319

ANO 2005 -0.2054 0.2104 0.9525 0.3291 0.81436

ANO 2006 -0.1232 0.2058 0.3584 0.5494 0.88409

ANO 2007 -0.0464 0.2074 0.0501 0.8228 0.95463

REG*ANO Recife -0.6803 0.2676 6.4650 0.0110 0.50647

REG*ANO Recife -0.9778 0.2661 13.4997 0.0002 0.37613

REG*ANO Recife -0.6321 0.2863 4.8740 0.0273 0.53148

REG*ANO Recife -0.3777 0.2794 1.8278 0.1764 0.68544

REG*ANO Recife 0.0268 0.2788 0.0093 0.9234 1.02718

REG*ANO Salvador -0.9573 0.2859 11.2082 0.0008 0.38393

REG*ANO Salvador -1.1942 0.2770 18.5856 <.0001 0.30295

REG*ANO Salvador -0.2484 0.2881 0.7432 0.3886 0.78008

REG*ANO Salvador -0.1767 0.2857 0.3826 0.5362 0.83801

REG*ANO Salvador -1.1262 0.3185 12.4999 0.0004 0.32426

REG*ANO Belo Horizonte -0.9991 0.2626 14.4727 0.0001 0.36819

REG*ANO Belo Horizonte -0.5308 0.2528 4.4100 0.0357 0.58812

REG*ANO Belo Horizonte -0.5028 0.2729 3.3960 0.0654 0.60482

REG*ANO Belo Horizonte -0.3728 0.2696 1.9122 0.1667 0.68884

REG*ANO Belo Horizonte -0.2692 0.2713 0.9848 0.3210 0.76396

REG*ANO Rio de Janeiro -0.2282 0.2273 1.0084 0.3153 0.79594

REG*ANO Rio de Janeiro -0.5432 0.2266 5.7448 0.0165 0.58091

REG*ANO Rio de Janeiro -0.3766 0.2468 2.3296 0.1269 0.68617

REG*ANO Rio de Janeiro -0.4454 0.2410 3.4163 0.0646 0.64056

REG*ANO Rio de Janeiro -0.6373 0.2445 6.7926 0.0092 0.52870

REG*ANO São Paulo -0.7505 0.2193 11.7097 0.0006 0.47215

REG*ANO São Paulo -0.7942 0.2151 13.6361 0.0002 0.45193

REG*ANO São Paulo -0.3028 0.2307 1.7220 0.1894 0.73876

REG*ANO São Paulo -0.4879 0.2285 4.5599 0.0327 0.61392

REG*ANO São Paulo -0.6135 0.2312 7.0416 0.0080 0.54146

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

Page 80: A nova classe média

79

III) Mobilidade Trabalhista (Entrada e Saída da Cla sse Média) -

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

CONTINUA NÃO CLASSE C

Intercept 1.5723 0.0814 372.6682 <.0001 .

SEXO Homem -0.2583 0.0181 203.4517 <.0001 0.77237

COR Amarela 1.0103 0.1050 92.6249 <.0001 2.74652

COR Branca 0.0989 0.0291 11.5502 0.0007 1.10391

COR Indígena -0.1902 0.2757 0.4757 0.4904 0.82682

COR Parda 0.0242 0.0294 0.6779 0.4103 1.02453

fxage 15 a 19 0.1827 0.0444 16.9177 <.0001 1.20051

fxage 20 a 24 -0.1345 0.0415 10.4887 0.0012 0.87413

fxage 25 a 29 -0.1591 0.0396 16.1146 <.0001 0.85290

fxage 30 a 35 -0.00013 0.0381 0.0000 0.9973 0.99987

fxage 36 a 39 -0.1053 0.0410 6.5973 0.0102 0.90005

fxage 40 a 44 -0.1293 0.0390 10.9621 0.0009 0.87875

fxage 45 a 49 -0.2043 0.0398 26.3844 <.0001 0.81519

fxage 50 a 54 -0.1172 0.0407 8.2949 0.0040 0.88943

anoest 11 ou mais anos -0.9111 0.0545 279.5938 <.0001 0.40207

anoest Anos de estudo n -0.2422 0.2306 1.1033 0.2935 0.78489

anoest De 1 a 3 anos de -0.4118 0.0629 42.8457 <.0001 0.66248

anoest De 4 a 7 anos de -0.6483 0.0550 138.7110 <.0001 0.52296

anoest De 8 a 10 anos d -1.0154 0.0557 331.8562 <.0001 0.36227

CONFAM Agregado -0.1677 0.1697 0.9764 0.3231 0.84564

CONFAM Cônjuge -0.2743 0.0230 142.7288 <.0001 0.76012

CONFAM Filho -0.1935 0.0263 54.0140 <.0001 0.82404

CONFAM Outro Parente -0.1484 0.0436 11.5998 0.0007 0.86211

NPES 1 Morador -0.6381 0.0420 230.3326 <.0001 0.52831

NPES 2 Moradores -0.8462 0.0384 486.8656 <.0001 0.42904

NPES 3 Moradores -0.6830 0.0401 290.5224 <.0001 0.50509

REG Recife 1.1455 0.0488 551.7870 <.0001 3.14389

REG Salvador 0.6525 0.0435 225.4463 <.0001 1.92041

REG Belo Horizonte 0.1207 0.0400 9.1224 0.0025 1.12826

REG Rio de Janeiro 0.0779 0.0338 5.3065 0.0212 1.08104

REG São Paulo 0.000543 0.0324 0.0003 0.9866 1.00054

ANO 2003 0.3265 0.0290 126.8949 <.0001 1.38604

ANO 2004 0.4884 0.0286 291.5099 <.0001 1.62973

ANO 2005 0.2124 0.0273 60.5157 <.0001 1.23665

ANO 2006 0.1557 0.0274 32.2816 <.0001 1.16847

ANO 2007 0.0862 0.0270 10.2309 0.0014 1.09003

Page 81: A nova classe média

80

ENTROU NA CLASSE C

Intercept -0.8878 0.1471 36.3984 <.0001 .

SEXO Homem -0.0852 0.0316 7.2838 0.0070 0.91833

COR Amarela 0.5765 0.1746 10.9008 0.0010 1.77986

COR Branca 0.0120 0.0524 0.0527 0.8184 1.01211

COR Indígena 0.1575 0.4369 0.1300 0.7185 1.17059

COR Parda 0.0295 0.0535 0.3037 0.5816 1.02993

fxage 15 a 19 0.1363 0.0798 2.9185 0.0876 1.14607

fxage 20 a 24 0.1856 0.0736 6.3645 0.0116 1.20397

fxage 25 a 29 -0.0508 0.0722 0.4953 0.4816 0.95047

fxage 30 a 35 0.0331 0.0696 0.2259 0.6346 1.03361

fxage 36 a 39 -0.0118 0.0748 0.0248 0.8748 0.98829

fxage 40 a 44 0.0355 0.0707 0.2521 0.6156 1.03616

fxage 45 a 49 0.0816 0.0711 1.3159 0.2513 1.08501

fxage 50 a 54 0.0746 0.0734 1.0325 0.3096 1.07746

anoest 11 ou mais anos -0.3593 0.0991 13.1527 0.0003 0.69818

anoest Anos de estudo n -0.8260 0.5494 2.2602 0.1327 0.43779

anoest De 1 a 3 anos de 0.0500 0.1120 0.1993 0.6553 1.05129

anoest De 4 a 7 anos de -0.2040 0.1000 4.1600 0.0414 0.81549

anoest De 8 a 10 anos d -0.3652 0.1011 13.0598 0.0003 0.69407

CONFAM Agregado -0.8523 0.4249 4.0236 0.0449 0.42642

CONFAM Cônjuge -0.1033 0.0404 6.5232 0.0106 0.90186

CONFAM Filho 0.0167 0.0458 0.1326 0.7158 1.01681

CONFAM Outro Parente 0.0500 0.0753 0.4417 0.5063 1.05129

NPES 1 Morador 0.0434 0.0817 0.2823 0.5952 1.04438

NPES 2 Moradores 0.0673 0.0752 0.8006 0.3709 1.06964

NPES 3 Moradores -0.0837 0.0786 1.1342 0.2869 0.91971

REG Recife 0.3507 0.0758 21.3877 <.0001 1.42003

REG Salvador -0.6334 0.0800 62.7296 <.0001 0.53079

REG Belo Horizonte -0.1762 0.0618 8.1350 0.0043 0.83842

REG Rio de Janeiro -0.7392 0.0543 185.5055 <.0001 0.47750

REG São Paulo -0.3480 0.0490 50.5037 <.0001 0.70608

ANO 2003 0.0814 0.0476 2.9197 0.0875 1.08481

ANO 2004 0.2673 0.0461 33.6806 <.0001 1.30645

ANO 2005 -0.3292 0.0483 46.4616 <.0001 0.71949

ANO 2006 -0.2388 0.0472 25.5815 <.0001 0.78754

ANO 2007 -0.3270 0.0469 48.6995 <.0001 0.72110

Page 82: A nova classe média

81

SAIU DA CLASSE C

Intercept -0.8390 0.1475 32.3761 <.0001 .

SEXO Homem -0.1110 0.0323 11.7873 0.0006 0.89492

COR Amarela 0.6437 0.1813 12.6050 0.0004 1.90344

COR Branca 0.1241 0.0555 5.0018 0.0253 1.13216

COR Indígena 0.9166 0.3453 7.0448 0.0079 2.50084

COR Parda 0.1382 0.0563 6.0255 0.0141 1.14825

fxage 15 a 19 0.0184 0.0810 0.0516 0.8203 1.01858

fxage 20 a 24 -0.0628 0.0757 0.6884 0.4067 0.93909

fxage 25 a 29 -0.0493 0.0725 0.4632 0.4961 0.95188

fxage 30 a 35 -0.0159 0.0703 0.0510 0.8213 0.98425

fxage 36 a 39 -0.0126 0.0750 0.0284 0.8663 0.98745

fxage 40 a 44 -0.0217 0.0716 0.0920 0.7617 0.97851

fxage 45 a 49 -0.0249 0.0727 0.1174 0.7319 0.97541

fxage 50 a 54 -0.0493 0.0755 0.4274 0.5133 0.95185

anoest 11 ou mais anos -0.2909 0.1016 8.1985 0.0042 0.74762

anoest Anos de estudo n 0.3476 0.3568 0.9490 0.3300 1.41560

anoest De 1 a 3 anos de -0.1082 0.1172 0.8525 0.3558 0.89746

anoest De 4 a 7 anos de -0.1562 0.1025 2.3247 0.1273 0.85535

anoest De 8 a 10 anos d -0.3339 0.1037 10.3748 0.0013 0.71610

CONFAM Agregado -0.0983 0.3118 0.0994 0.7525 0.90634

CONFAM Cônjuge -0.1159 0.0414 7.8520 0.0051 0.89055

CONFAM Filho 0.0237 0.0468 0.2577 0.6117 1.02403

CONFAM Outro Parente 0.0257 0.0779 0.1089 0.7413 1.02603

NPES 1 Morador -0.3780 0.0766 24.3754 <.0001 0.68522

NPES 2 Moradores -0.2889 0.0686 17.7505 <.0001 0.74910

NPES 3 Moradores -0.3618 0.0721 25.2116 <.0001 0.69639

REG Recife 0.6395 0.0744 73.8645 <.0001 1.89549

REG Salvador -0.4604 0.0803 32.8630 <.0001 0.63105

REG Belo Horizonte 0.0287 0.0624 0.2112 0.6458 1.02908

REG Rio de Janeiro -0.7085 0.0568 155.8132 <.0001 0.49238

REG São Paulo -0.3532 0.0513 47.4403 <.0001 0.70242

ANO 2003 0.3656 0.0483 57.3732 <.0001 1.44136

ANO 2004 0.2441 0.0498 23.9783 <.0001 1.27642

ANO 2005 -0.2132 0.0507 17.6668 <.0001 0.80796

ANO 2006 -0.0428 0.0488 0.7687 0.3806 0.95814

ANO 2007 -0.1488 0.0486 9.3742 0.0022 0.86177

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.

Page 83: A nova classe média

82

b) com dummy interativa (ano*região)

Apresentamos baixo estimativas similares as anteriores mas incluindo variáveis

dummies interativas que permitem captar a diferença da diferença entre regiões

metropolitanas ao longo do tempo. A base é Porto Alegre e 2008.

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica

de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

CONTINUA NÃO CLASSE C

Intercept 1.6710 0.1017 269.9544 <.0001 .

REG Recife 0.8301 0.1096 57.3526 <.0001 2.29348

REG Salvador 0.4726 0.1011 21.8632 <.0001 1.60416

REG Belo Horizonte -0.1076 0.0951 1.2798 0.2579 0.89803

REG Rio de Janeiro 0.0301 0.0785 0.1469 0.7015 1.03053

REG São Paulo -0.0532 0.0764 0.4848 0.4863 0.94819

ANO 2003 0.1538 0.1034 2.2090 0.1372 1.16621

ANO 2004 0.2924 0.1037 7.9545 0.0048 1.33963

ANO 2005 0.0618 0.0998 0.3833 0.5359 1.06375

ANO 2006 0.0776 0.0990 0.6138 0.4333 1.08067

ANO 2007 0.1148 0.0989 1.3468 0.2458 1.12165

REG*ANO Recife 0.4992 0.1664 9.0000 0.0027 1.64737

REG*ANO Recife 0.8879 0.1775 25.0213 <.0001 2.43006

REG*ANO Recife 0.3682 0.1554 5.6173 0.0178 1.44515

REG*ANO Recife 0.4018 0.1599 6.3156 0.0120 1.49449

REG*ANO Recife -0.0601 0.1552 0.1502 0.6984 0.94163

REG*ANO Salvador 0.3259 0.1482 4.8379 0.0278 1.38531

REG*ANO Salvador 0.4491 0.1492 9.0626 0.0026 1.56695

REG*ANO Salvador 0.3370 0.1419 5.6365 0.0176 1.40075

REG*ANO Salvador 0.1578 0.1405 1.2603 0.2616 1.17089

REG*ANO Salvador -0.0895 0.1375 0.4242 0.5148 0.91436

REG*ANO Belo Horizonte 0.5057 0.1389 13.2653 0.0003 1.65817

REG*ANO Belo Horizonte 0.2653 0.1379 3.7017 0.0544 1.30378

REG*ANO Belo Horizonte 0.3910 0.1334 8.5909 0.0034 1.47842

REG*ANO Belo Horizonte 0.2448 0.1326 3.4051 0.0650 1.27731

REG*ANO Belo Horizonte -0.0222 0.1323 0.0282 0.8667 0.97802

REG*ANO Rio de Janeiro 0.0178 0.1171 0.0231 0.8792 1.01796

REG*ANO Rio de Janeiro 0.0316 0.1161 0.0739 0.7857 1.03208

REG*ANO Rio de Janeiro 0.1184 0.1121 1.1157 0.2908 1.12569

REG*ANO Rio de Janeiro 0.0280 0.1110 0.0634 0.8012 1.02835

REG*ANO Rio de Janeiro 0.0877 0.1106 0.6285 0.4279 1.09167

REG*ANO São Paulo 0.1467 0.1127 1.6956 0.1929 1.15800

REG*ANO São Paulo 0.1995 0.1129 3.1215 0.0773 1.22076

REG*ANO São Paulo 0.0712 0.1084 0.4316 0.5112 1.07381

REG*ANO São Paulo 0.0369 0.1080 0.1172 0.7321 1.03764

REG*ANO São Paulo -0.0973 0.1075 0.8188 0.3655 0.90727

Page 84: A nova classe média

83

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica

de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

ENTROU NA CLASSE C

Intercept -1.0433 0.1717 36.9384 <.0001 .

REG Recife 0.4193 0.1620 6.6986 0.0096 1.52097

REG Salvador -0.2966 0.1677 3.1292 0.0769 0.74333

REG Belo Horizonte 0.0512 0.1361 0.1419 0.7064 1.05258

REG Rio de Janeiro -0.8450 0.1259 45.0251 <.0001 0.42956

REG São Paulo -0.0859 0.1121 0.5868 0.4437 0.91773

ANO 2003 0.2391 0.1477 2.6207 0.1055 1.27009

ANO 2004 0.4217 0.1451 8.4409 0.0037 1.52450

ANO 2005 -0.2645 0.1558 2.8824 0.0896 0.76758

ANO 2006 -0.2035 0.1529 1.7697 0.1834 0.81591

ANO 2007 0.1294 0.1434 0.8136 0.3671 1.13810

REG*ANO Recife -0.1844 0.2499 0.5446 0.4605 0.83158

REG*ANO Recife 0.2514 0.2496 1.0147 0.3138 1.28586

REG*ANO Recife -0.3125 0.2592 1.4536 0.2280 0.73163

REG*ANO Recife 0.2416 0.2459 0.9653 0.3259 1.27326

REG*ANO Recife -0.2508 0.2321 1.1671 0.2800 0.77820

REG*ANO Salvador -0.4396 0.2602 2.8538 0.0912 0.64430

REG*ANO Salvador -0.2387 0.2485 0.9230 0.3367 0.78766

REG*ANO Salvador -0.1562 0.2627 0.3537 0.5520 0.85537

REG*ANO Salvador 0.0900 0.2442 0.1357 0.7126 1.09413

REG*ANO Salvador -1.4263 0.2826 25.4756 <.0001 0.24020

REG*ANO Belo Horizonte -0.3599 0.2066 3.0364 0.0814 0.69771

REG*ANO Belo Horizonte -0.5290 0.2009 6.9316 0.0085 0.58921

REG*ANO Belo Horizonte 0.0135 0.2074 0.0042 0.9481 1.01361

REG*ANO Belo Horizonte -0.1256 0.2050 0.3758 0.5399 0.88193

REG*ANO Belo Horizonte -0.3696 0.1930 3.6699 0.0554 0.69098

REG*ANO Rio de Janeiro 0.4228 0.1784 5.6144 0.0178 1.52627

REG*ANO Rio de Janeiro 0.2433 0.1751 1.9305 0.1647 1.27545

REG*ANO Rio de Janeiro 0.1377 0.1918 0.5152 0.4729 1.14759

REG*ANO Rio de Janeiro 0.1597 0.1863 0.7344 0.3915 1.17315

REG*ANO Rio de Janeiro -0.3962 0.1823 4.7256 0.0297 0.67286

REG*ANO São Paulo -0.3771 0.1640 5.2862 0.0215 0.68583

REG*ANO São Paulo -0.2975 0.1607 3.4288 0.0641 0.74268

REG*ANO São Paulo -0.1467 0.1706 0.7386 0.3901 0.86359

REG*ANO São Paulo -0.1444 0.1681 0.7372 0.3905 0.86557

REG*ANO São Paulo -0.5782 0.1592 13.1975 0.0003 0.56091

Page 85: A nova classe média

84

Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro

Padrão Estatistica

de Wald

Nível Descritivo

(p) Razão

condicional

SAIU DA CLASSE C

Intercept -1.0248 0.1781 33.1248 <.0001 .

REG Recife 0.8246 0.1647 25.0649 <.0001 2.28093

REG Salvador -0.0392 0.1754 0.0501 0.8230 0.96152

REG Belo Horizonte 0.2606 0.1459 3.1932 0.0739 1.29774

REG Rio de Janeiro -1.0888 0.1468 55.0004 <.0001 0.33664

REG São Paulo -0.0127 0.1240 0.0105 0.9184 0.98738

ANO 2003 0.4742 0.1564 9.1937 0.0024 1.60665

ANO 2004 0.4081 0.1610 6.4276 0.0112 1.50403

ANO 2005 0.1333 0.1592 0.7016 0.4023 1.14262

ANO 2006 0.0164 0.1622 0.0103 0.9193 1.01657

ANO 2007 0.2060 0.1567 1.7281 0.1886 1.22880

REG*ANO Recife -0.0761 0.2381 0.1023 0.7491 0.92669

REG*ANO Recife -0.5862 0.2824 4.3087 0.0379 0.55642

REG*ANO Recife -0.7193 0.2521 8.1427 0.0043 0.48710

REG*ANO Recife 0.2345 0.2389 0.9636 0.3263 1.26427

REG*ANO Recife -0.1848 0.2299 0.6465 0.4214 0.83126

REG*ANO Salvador -0.1194 0.2451 0.2373 0.6262 0.88745

REG*ANO Salvador -0.4604 0.2680 2.9507 0.0858 0.63103

REG*ANO Salvador -1.0792 0.2962 13.2711 0.0003 0.33987

REG*ANO Salvador -0.2958 0.2567 1.3276 0.2492 0.74396

REG*ANO Salvador -0.8147 0.2541 10.2812 0.0013 0.44277

REG*ANO Belo Horizonte -0.2420 0.2070 1.3670 0.2423 0.78504

REG*ANO Belo Horizonte -0.5231 0.2143 5.9572 0.0147 0.59267

REG*ANO Belo Horizonte -0.2816 0.2095 1.8078 0.1788 0.75454

REG*ANO Belo Horizonte -0.1121 0.2090 0.2878 0.5917 0.89392

REG*ANO Belo Horizonte -0.2678 0.2016 1.7651 0.1840 0.76502

REG*ANO Rio de Janeiro 0.6575 0.1947 11.4106 0.0007 1.93004

REG*ANO Rio de Janeiro 0.6205 0.1982 9.7987 0.0017 1.85993

REG*ANO Rio de Janeiro 0.4751 0.1994 5.6745 0.0172 1.60816

REG*ANO Rio de Janeiro 0.4275 0.2026 4.4546 0.0348 1.53343

REG*ANO Rio de Janeiro -0.0846 0.2034 0.1730 0.6774 0.91888

REG*ANO São Paulo -0.3736 0.1725 4.6919 0.0303 0.68823

REG*ANO São Paulo -0.2915 0.1773 2.7016 0.1002 0.74714

REG*ANO São Paulo -0.6298 0.1768 12.6890 0.0004 0.53267

REG*ANO São Paulo -0.2232 0.1779 1.5744 0.2096 0.79996

REG*ANO São Paulo -0.5489 0.1728 10.0867 0.0015 0.57759

Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.