Apresentação de Ricardo Paes de Barros no Lançamento do 3º caderno Vozes da Nova Classe Média
A nova classe média
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A Nova Classe Média
Coordenação: Marcelo Cortes Neri
Agosto de 2008
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Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões
neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Fundação Getulio
Vargas.
A Nova Classe Média / Marcelo Côrtes Neri (Coord.). - Rio de Janeiro:
FGV/IBRE, CPS, 2008.
[85] p.
1. Classe Média 2. Renda 3. Classe C 4. Mobilidade Social 5. Mobilidade Trabalhista I. Neri, M.C © Marcelo Neri 2008
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A Nova Classe Média
Rio de Janeiro, 05 de agosto de 2008
Versão 2.0 – 08 de agosto de 2008
Centro de Políticas Sociais
Instituto Brasileiro de Economia
Fundação Getulio Vargas
Coordenação: Marcelo Cortes Neri [email protected]
Equipe do CPS: Luisa Carvalhaes Coutinho de Melo
Samanta dos Reis Sacramento André Luiz Neri
Carolina Marques Bastos Celio Maymone Pontes
Ana Lucia Salomão Calçada Ana Beatriz Andari
Celso Henrique Fonseca
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Índice:
1. Motivação
2. Método
3. Média, Desigualdade e Miséria
4. Definindo a Classe Média
5. Mudanças no Bolo Distributivo
6. A Dança Distributiva
7. A Volta da Carteira de Trabalho
8. Conclusões
9. Bibliografia
Anexo I – Retrato da Nova Classe Média
Anexo II – Avaliação Regional
Anexo III – Descrição do Banco de Dados da Pesquisa Panorama (Nova Classe Média e Mobilidade Social) Exercícios Multivariados de Mobilidade Social
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A Nova Classe Média1 Agosto de 2008
1. MOTIVAÇÃO O Brasil foi promovido no primeiro semestre de 2008 a “investiment grade” pelas
agencias internacionais de rating. Em 2007 passou a integrar o grupo de países com
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto pela ONU. O presente estudo revela a
contrapartida disto no dia a dia da parte mais sensível da anatomia humana: o bolso. A
parcela da Classe C subiu 22,8% de abril de 2004 a abril de 2008, neste mesmo período
a nossa Classe A & B subiu 33,6%. Portanto de antemão para quem acha classe média
mais rica que a nossa classe C, a conclusão que a classe média cresceu não é afetada,
pelo contrário. Outro ponto inicial, os indicadores substantivos assim como os
simbólicos indicam a ocorrência de um boom na classe C: casa, carro, computador,
crédito e carteira de trabalho estão nos seus níveis recordes históricos.
A Classe C é a classe central, abaixo da A e B e acima da D e E. A fim de quantificar
as faixas, calculamos a renda domiciliar per capita do trabalho e depois a expressamos
em termos equivalentes de renda domiciliar total de todas as fontes. A faixa C central
está compreendida entre os R$ 1064 e os R$ 4561 a preços de hoje na grande São
Paulo. A nossa classe C está compreendida entre os imediatamente acima dos 50% mais
pobres e os 10% mais ricos na virada do século. Heuristicamente, os limites da classe C
seriam as fronteiras para o lado indiano e para o lado belga da nossa Belíndia. Alguns
olham para a nossa classe C e a enxergam como média baixa e para a nossa classe B e a
enxergam como classe média alta. O mais importante é ter um critério consistente
definido. A nossa classe C aufere em média a renda média da sociedade, ou seja, é
classe média no sentido estatístico. Dada desigualdade, a renda média é alta em relação
a nossa mediana. Em relação ao resto do mundo: 80% das pessoas no mundo vivem em
países com níveis de renda per capita menores que o brasileiro. A classe C ela é a
imagem mais próxima da sociedade brasileira.
1 Este estudo surge de um novo desafio colocado pelo presidente da Fundação Getulio Vargas, Carlos Ivan Simonsen Leal, há dois anos do CPS ir além das estatísticas de pobreza e estudar a classe média brasileira. Queríamos agradecer a direção e as palavras de incentivo sem, no entanto, implicá-lo nas escolhas metodológicas aqui empreendidas e nos resultados encontrados.
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Tal como na metáfora do motorista, do retrovisor e do pára-brisas, se quisermos nos
guiar pela realidade brasileira, é preciso deixar de olhar apenas para os dados defasados
e mirar a cena corrente. Mesmo antes de olhar para o futuro, até por que há muita
incerteza e nebulosidade função da crise americana, ora em curso, é preciso antes
explorar os dados mais atuais disponíveis deste admirável mundo novo que se
descortina a cada instante. Informamos aqui o debate social com dados inéditos para
2007 e 2008 que ainda não foram explorados em bases familiares seja no cálculo de
índices de pobreza, de bem estar ou de mobilidade social. Função da continuidade da
tendência a melhora nas condições sociais sintetizada nas novas reduções da miséria
aqui apresentadas em primeira mão, o estudo revela a emergência de uma nova classe
média no Brasil. A ascensão desta nova classe média é a principal inovação recente
nesta década que se confirma aqui como a da redução da desigualdade e tem sido
propulsionada por ela e agora pela volta do crescimento. O ingrediente fundamental
deste crescimento do bolo com mais fermento para os grupos pobres e agora nos
últimos anos para a classe média é a recuperação do mercado de trabalho, em particular
da ocupação2.
A pesquisa define, quantifica e começa a detalhar o protagonismo econômico desta
nova classe média nas principais cidades brasileiras, a verdadeira caixa de percussão
dos eventos nacionais. A ênfase será na renda domiciliar do trabalho nas seis principais
metrópoles brasileiras, função da maior disponibilidade de microdados recentes (até
abril de 2008) da Pesquisa Mensal do Emprego (PME/IBGE). Argumentamos que a
renda do trabalho e as medidas de mobilidade social a ela associada são elementos
essenciais do espírito da classe média. Por encerrar o que há de mais sustentável hoje
nos padrões de vida conquistado pelas pessoas e nos seus respectivos caminhos em
direção ao futuro. Thomas Friedman, colunista internacional do New York Times em
seu recente best-seller “O Mundo é Plano” define classe média como aquela que tem um
plano bem definido de ascensão social para o futuro. Esta fábrica de realização de
sonhos individuais é o motor fundamental para conquista da riqueza das nações. O
combustível é o anseio de subir na vida já o lubrificante seria o ambiente de trabalho e
negócios.
2 Neste sentido, aqueles que analisam a evolução recente da média e a desigualdade da renda do trabalho no Brasil somente considerando a renda dos ocupados, estão “jogando o bêbe fora junto com a água de banho”.
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Além de mais atuais, os dados aqui analisados permitem acompanhar as mesmas
famílias ao longo do tempo e observar as transições delas para fora e para dentro de
estados de pobreza e de classe média. Mal comparando, enquanto os estudos
tradicionais baseados na PNAD, e mesmo na PME, nos fornecem fotografias estáticas
dos grupos da sociedade em diferentes instantes do tempo. A PME oferece a
possibilidade de captarmos o filme das mesmas famílias, separando os emergentes
daqueles que já pertenciam à classe média. Também permitem identificar os novos
destinos dos que habitavam inicialmente o segmento da classe média, seja de retrocesso
(classe E), seja de ascensão (elite – classe A e B). Por exemplo, desde 2002 a
probabilidade de ascender da Classe C para a Classe A nunca foi tão alta e a de cair para
a Classe E nunca foi tão baixa como nos idos de 2008. Em termos mais agregados, a
pesquisa mostra que apesar dos sinais claros da crise externa no horizonte, 2007 e 2008
são dois dos três melhores períodos em termos de recuperação de renda. O fato de que
ao contrário do outro ano de destaque de 2004, de não estarmos saindo de uma recessão
interna, ou vivendo uma bonança externa torna 2008 surpreendente. Todos os
indicadores, seja do ponto de vista do consumidor, seja do produtor apontam para o
boom na classe C: casa, carro, crédito, computador e carteira de trabalho todos em
meados de 2008 estão nos seus recordes históricos. Por fim para completar o cenário
mais atual também recorremos aos dados do Caged/MTE (Cadastro Geral de Emprego e
Desemprego do Ministério do Trabalho e Emprego) disponível para todo território
nacional até junho de 2008. Estes dados abordam o emprego formal que bate recorde
sobre recorde nos últimos meses frente aos resultados já surpreendentes dos últimos
anos. A volta da carteira de trabalho talvez seja o elemento mais representativo de
ressurgimento da centralidade da classe média brasileira.
Muito tem se falado desta década em termos de redução de desigualdade (desde 2001) e
de pobreza (desde 2004), ênfase foi dada ao papel das transferências de renda oficiais
aos mais pobres, mas poucos aos avanços estruturais decorrentes da expansão
trabalhista observada em todos os segmentos da sociedade. Desde o final de 2006 até
agora acontece aumento da renda do trabalho em geral e da geração de empregos
formais em particular. Isto é, desde o último retrato estatístico do Brasil pintado com as
tintas da PNAD 2006, o que se destaca agora é a geração de renda do trabalho. A
presente pesquisa mostra a partir de dados mais atuais a continuidade com sinais de
aceleração em alguns casos do expressivo movimento de redução da desigualdade e da
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miséria brasileira até o momento. Depois de duas décadas perdidas de avanços de renda
e do trabalho, a combinação de crescimento mais acelerado com marcada redução de
desigualdade por um período mais longo é notável, esta é uma estória cujos novos
capítulos valem a pena ser contatos antes que o livro acabe, dado o seu ineditismo na
História estatisticamente documentada brasileira.
Tem havido deslocamentos das tendências captadas nas diferentes cidades e novidades
na comparação com outras áreas do país. Depois de anos de crise metropolitana, a
principal revelação é o quanto a classe média brasileira está crescendo lá e a miséria
diminuindo, e quanto isto se deve a geração de trabalho privada da população. Em
muitos casos as análises dão ênfase ao papel das altas transferências de renda públicas a
população como expansão do Bolsa-Família e das transferências previdenciárias,
contributivas ou não, associadas aos reajustes reais do salário mínimo. Argumentamos
que pelo menos desde 2004 o aumento de renda do trabalho rivaliza com estas
transferências na explicação das melhoras de renda para o conjunto da população (e que
desde 2001 para os segmentos mais pobres). Isto está bem documentado nas séries da
PNAD que vão até outubro de 2006. O que ainda não foi detalhado é a extensão da
reversão trabalhista recente e o crescimento absoluto dos grupos médios da população.
Além do protagonismo da renda do trabalho vis a vis as rendas públicas, das metrópoles
vis a vis o resto do país, e da emergência da classe média é preciso ter como pano de
fundo a mudança do contexto internacional. Até meados de 2007 apesar de um
crescimento mais forte do PIB brasileiro desde 2004 vis a vis as chamadas duas décadas
perdidas anteriores, corríamos atrás do crescimento das economias centrais em especial
das emergentes como Índia e China. Desde então o PIB brasileiro e as demais
estatísticas econômicas começam fechar a distancia de crescimento frente ao contexto
internacional. Mais do que isso a renda da PNAD já segue o passo do crescimento per
capita chinês desde 2005 sendo 4,3 maior que o do PIB per capita. Será ilusão de ótica
já que não houve qualquer mudança de metodologia estatística, ou será que a boa
colheita de dados sociais antecedeu a safra de dados econômicos? O fato que tem sido
reportado nos principais jornais internacionais o Brasil hoje é a bola da vez, não de
crise, mas de oportunidade em relação ao contexto internacional. Este artigo substancia
com dados mais atuais e alternativos este novo sentimento de prosperidade através de
dados objetivos. Esta melhoria se concentra nos elementos que ocupavam há pouco o
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epicentro da nossa crise, quais sejam: a renda do trabalho, o emprego com carteira, as
metrópoles e a chamada classe média. Outra novidade bem colocada por Mac Margolis
correspondente da Newsweek no Brasil escreveu em seu blog é que a primeira vez nos
seus mais de trinta anos de Brasil que quando a palavra crise pronunciada aqui, refere-se
a alhures.
A presente pesquisa explora os movimentos da distribuição de renda aí entendida no
sentido estatístico, abrangendo tanto mudanças na desigualdade como alterações no
crescimento médio da renda domiciliar. Enfocamos as trajetórias das famílias entre
diferentes estratos sociais, conferindo ênfase à análise de dois segmentos, a saber: a
miséria situada na cauda inferior da distribuição de renda per capita e em especial a
chamada classe média situada no miolo da distribuição de renda total dos domicílios. O
plano do artigo é o seguinte: na segunda seção detalhamos a base da metodologia
utilizada. Na seção seguinte analisamos a evolução recente de indicadores de
distribuição baseados em renda per capita do trabalho como miséria, desigualdade e
média. Na quarta seção, discutimos os conceitos de estrutura social e classe média desde
a perspectiva de medição. (Na quinta seção quantificamos a evolução agregada de
quatro estratos (ou classes) sociais, a saber: classe E, Classe D, Classe Média (C) e Elite
(A e B)). Na seção seguinte tiramos partido do aspecto longitudinal da PME para
quantificar as transições para fora e para dentro de cada um destes segmentos assim
como identificar os destinos específicos assumidos. Algo como me diga para onde vás
que eu te digo quem és. A sexta e última seção apresenta as principais conclusões do
estudo. O sítio da pesquisa www.fgv.br/cps/classe_media oferece amplo banco de dados
onde o usuário pode explorar a extensão dos grupos assim como a mobilidade entre
eles, abertos por uma vasta gama de atributos sócio-econômicos (gênero, raça, idade,
etc), trabalhistas (posse de carteira, educação etc) e espaciais (cidades). O banco de
dados permite, a cada um, ver as trajetórias prováveis de pessoas com os seus atributos.
Uma espécie de espelho retrovisor da trajetória social recente. Apresentamos ao fim do
texto três anexos com a análise de aspectos deste banco. No primeiro, traçamos um
perfil da classe média pelos principais atributos sócio-demográficos. No segundo
comparamos a evolução da classe média e da miséria por cada uma das seis regiões
metropolitanas. No terceiro apresentamos os modelos estatísticos estimados
incorporados nos simuladores.
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2. MÉTODO A tradição entre as instituições de pesquisa como o IBGE é usar os dados da Pesquisa
Mensal do Emprego (PME) em níveis individuais, e não em níveis domiciliares,
particularmente quando se trata de indicadores, como taxa de desemprego e a renda
média do trabalho. Entretanto, a PME é uma pesquisa domiciliar comparável à Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e pode ser usada como tal. Esse ponto
merece destaque, pois a avaliação das condições socioeconômicas deve levar em conta
o processo de repartição de recursos no bojo dos domicílios. Por exemplo, o fato de a
renda do trabalhador adulto poder beneficiar outros membros de sua família, como as
crianças. Nesse sentido, o conceito mais adequado para auferir o nível de pobreza seria
a renda domiciliar per capita dos indivíduos, que corresponde à soma da renda de todas
as pessoas dos domicílios dividida pelo número total de moradores. Similarmente,
quando queremos quantificar a extensão da chamada classe média para, por exemplo,
avaliar o poder de compra de bens familiares tais como a casa própria, o conceito
adequado é a renda total auferida por todos os membros do domicílio. Ambos os
conceitos resumem uma série de fatores operantes sobre os membros da família, tais
como os níveis de ocupação e de rendimento, auferidos de maneira formal ou informal,
mas cujos efeitos sejam rateados ou agregados pelo número total de moradores
(BARROS et al.,1996).
A questão central aqui ensejada é como melhorar o monitoramento das condições de
vida da nossa população. Como avaliar o desempenho social e econômico dispondo
apenas dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), cujo
conhecimento fica, em média, 18 meses defasados em relação dos instantes
mensurados? Por exemplo, hoje estamos há quase dois anos desde a última fotografia
nacional tirada a partir da Pnad. O aumento de velocidade é um requisito necessário
para poder traçar um sistema de avaliação de metas sociais operativo. Isto inclui tanto
sistemas gerenciais feitos no âmbito das administrações públicas, como o
acompanhamento das flutuações da miséria por parte da sociedade. Do ponto de vista
das empresas privadas que querem se adequar as flutuações do ciclo de negócios para
nichar a sua demanda, a urgência requerida não é menor. Função destas necessidades
propomos lançar mão do processamento dos microdados da PME, que, graças a sua
agilidade, nos permite diminuir a defasagem de 18 para cerca de 3 meses (NERI;
CONSIDERA,1996).
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Além do benefício pelo aumento da velocidade de difusão da informação, a utilização
de dados da PME/IBGE em bases mensais permite captar, em detalhe temporal, a
operação dos determinantes da distribuição de renda do trabalho observados no Brasil.
As séries de média da renda domiciliar per capita e de desigualdade captadas pelo índice
Gini, apresentadas nos gráficos 1 e 2 a seguir, e detalhadas mais adiante, indicam que a
maior parte do crescimento da renda do trabalho per capita das classes mais pobres
observado nos primeiro quatro anos se deu entre março e junho de 2004, mas que segue
de maneira ininterrupta desde então3.
GRÁFICO 1 - Séries de Miséria
24,025,026,027,028,029,030,031,032,033,034,035,036,037,038,0
mar-02
jul-02
nov-02
mar-03
jul-03
nov-03
mar-04
jul-04
nov-04
mar-05
jul-05
nov-05
mar-06
jul-06
nov-06
mar-07
jul-07
nov-07
mar-08
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
3 Os dados da parcela de renda apropriada pelos três grupos analisados indicam que a grande queda de desigualdade de 2004 ocorreu entre abril e junho daquele ano. Antes de creditarmos as mudanças ao reajuste do salário mínimo, cabe lembrar que ele foi bastante reduzido em termos reais, fazendo crer que foram outros os fatores, e não o efeito-salário mínimo, que geraram a redução da desigualdade de renda em 2004. Complementarmente, a série mensal demonstra que o reajuste de 9% real dado em maio de 2005 ao salário mínimo e o de cerca de 13% real concedido em abril de 2006 fornecem evidências relevantes. Para aqueles que presenciaram os efeitos dos reajustes do salário mínimo NA DÉCADA DE 90, como o de maio de 1995, sobre dados similares, os resultados indicam uma perda de sincronia entre aumentos do mínimo e redução de pobreza.
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GRÁFICO 2 - Evolução da Desigualdade pelo Índice Gini
0,580
0,585
0,590
0,595
0,600
0,605
0,610
0,615
0,620
0,625
0,630
0,635
0,640
0,645
mar
-02
jun-
02
set-
02
dez-
02
mar
-03
jun-
03
set-
03
dez-
03
mar
-04
jun-
04
set-
04
dez-
04
mar
-05
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05
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05
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05
mar
-06
jun-
06
set-
06
dez-
06
mar
-07
jun-
07
set-
07
dez-
07
mar
-08
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
Mal comparando, se os cientistas sociais fossem astrônomos e a distribuição de renda
um corpo celeste em movimento, a Pnad seria um super telescópio situado no lugar
certo para registrar a passagem do astro. Porém, para precisar os determinantes da
trajetória de indicadores sociais com base em rendas, como a de pobreza e a de
desigualdade de renda, precisamos de algo mais do que fotografias do fenômeno em
anos distintos, como as fornecidas pela comparação das Pnads ao longo do tempo. Seria
preciso utilizar uma espécie de filme gerado com base numa série de fotografias
mensais, como as oferecidas pela PME, que permitem identificar o efeito de mudanças
discretas sobre variáveis de políticas, como mudanças abruptas na taxa de juros, na taxa
de câmbio ou, de maneira mais contundente, o papel dos reajustes do salário mínimo
(NERI, 1995).
Em terceiro lugar, a PME usa a metodologia de painel rotativo similar àquela adotada
pelo Current Population Survey (CPS) americano, que permite acompanhar as
informações dos mesmos indivíduos e de suas famílias durante algumas observações
consecutivas. Ou seja, na nossa analogia cinematográfica, não estamos apenas
acompanhando a estória agregada da sociedade ou de subgrupos delas, mas elaborando
filmes de cada pessoa na amostra. Em particular, exploramos aqui dados observados em
março, abril, maio e junho de cada ano. Esse período é de especial interesse para
identificar os efeitos do salário mínimo de cada ano e a rápida redução de pobreza e de
desigualdade ocorrida em 2004, supramencionada. A abordagem usada neste trabalho
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consiste em calcular as probabilidades de transição para dentro e para fora da pobreza
trabalhista, bem como as de não-transição entre quatro meses consecutivos. Os
microdados nos permitirão diferenciar indivíduos mais afetados pelo salário mínimo
(incluindo o de 2006) e recuperar as respectivas trajetórias de renda do trabalho
domiciliar per capita (BARROS et al., 1996).
Finalmente, é importante chamar a atenção para duas limitações da PME, a saber: ela
deixa de fora outras rendas não-trabalho, como as advindas de transferência
governamentais de programas para pobres e de juros para os grupos com estoque de
riqueza financeira, além de ela só cobrir as seis áreas metropolitanas do Brasil. Ou seja,
a pesquisa só fornece evidências do trabalho metropolitano (RAMOS; BRITO, 2003).
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3. MÉDIA, DESIGUALDADE E MISÉRIA MÉDIA O conceito habitual ou normal suaviza flutuações transitórias da renda tal como aquela
advinda do décimo terceiro salário, do bônus de férias e de horas extras feitas de
maneira excepcional. O conceito de renda efetiva também pesquisada pela PME
apresenta marcadas flutuações sazonais na passagem de cada ano como os gráficos
ilustram, mas fora estes picos as séries de dados são relativamente próximos4. Optamos
por trabalhar aqui com o conceito habitual de renda, pois além de eliminar flutuações
erráticas o que pode viesar para cima as medidas de mobilidade a serem discutidas mais
a frente. Uma vantagem deste conceito é a de ser também usado pela PNAD permitindo
comparabilidade direta dos resultados com a principal base de dados do sistema de
pesquisas domiciliares brasileiras.
GRÁFICO 3 - Evolução da Média de Renda Per Capita – 15 a 60 anos Renda Efetiva x Habitual
450
475
500
525
550
575
600
625
650
675
700
725
750
mar
/02
jun/
02
set/0
2
dez/
02
mar
/03
jun/
03
set/0
3
dez/
03
mar
/04
jun/
04
set/0
4
dez/
04
mar
/05
jun/
05
set/0
5
dez/
05
mar
/06
jun/
06
set/0
6
dez/
06
mar
/07
jun/
07
set/0
7
dez/
07
mar
/08
Habitual Efetiva
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Uma primeira abordagem é a de olhar para a evolução da distribuição de renda no
sentido estatístico, aí incluindo a evolução da média e da desigualdade de renda per
capita habitual. Optamos por apresentar o gráfico em média móvel para isolar melhor as
tendências. A média de renda dá continuidade à trajetória de expansão já observada do
fim da recessão de 2003, como já os dados mensais acima já sugeriam. A taxa de
crescimento médio no período de abril de 2003 a abril de 2008 de renda per capita,
4 Neri (1996) detalha as diferenças entre os dois conceitos a partir da comparação entre a PME coletada entre a 1980 e idos de 1982 antes da primeira reformulação. Um outro ponto é que o conceito habitual tende a estar vinculado ao mês em curso da pesquisa enquanto o efetivo ao mês anterior. Neste sentido o coneito efetivo seria mais adequado como indicador líder da PNAD. Por outro lado, o conceito efetivo de renda é o que se adequa as séries da PME entre 1982 e 2002, antes da segunda reforma.
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portanto já descontando o crescimento populacional, é de 5% ao ano. Se isolarmos o
período pós-abril de 2004 esta taxa atinge 6,5% ao ano, mais uma vez já descontado o
crescimento populacional.
GRÁFICO 4 - Evolução da Média de Renda Per Capita - 15 a 60 anos Renda Habitual – Média Móvel de 12 Meses
450
475
500
525
550
575
600
fev/
03
mai
/03
ago/
03
nov/
03
fev/
04
mai
/04
ago/
04
nov/
04
fev/
05
mai
/05
ago/
05
nov/
05
fev/
06
mai
/06
ago/
06
nov/
06
fev/
07
mai
/07
ago/
07
nov/
07
fev/
08
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
TABELA 1 - Renda Per Capita do Trabalho – 15 a 60 anos
6 Regiões Metropolitanas brasileiras Nível (R$)
RENDA PER CAPITA – R$
abr/02 514,85 abr/03 480,51 abr/04 467,47 abr/05 513,04 abr/06 536,07 abr/07 574,69 abr/08 605,42
Evolução
RENDA PER CAPITA M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (R$)
Evolução Anual (12 Meses) abril 03 / abril 02 -6,67 -34,34 abril 04 / abril 03 -2,71 -9,20 -13,04 abril 05 / abril 04 9,75 8,78 45,57 abril 06 / abril 05 4,49 3,87 23,03 abril 07 / abril 06 7,20 7,39 38,62 abril 08 / abril 07 5,35 4,14 30,73 Evolução Acumulada (desde 2002) abril 08 / abril 03 26,00 14,75 124,91 abril 08 / abril 04 29,51 26,37 137,95 abril 08 / abril 05 18,01 16,17 92,38 abril 08 / abril 06 12,94 11,84 69,35 abril 08 / abril 07 5,35 4,14 30,73
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
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Assim como na renda per capita, a renda domiciliar total também apresenta queda nos
dois primeiros anos, especialmente entre 2002 e 2003, quando cai 8,74%. Em 2008,
encontramos o maior nível de toda a série (R$ 1957), 24,76% acima do nível
apresentado em 2004.
TABELA 2 - Renda Domiciliar do Trabalho – 15 a 60 anos
6 Regiões Metropolitanas brasileiras Nível (R$)
RENDA DOMICILIAR – R$
abr/02 1784,08 abr/03 1628,11 abr/04 1568,47 abr/05 1704,74 abr/06 1770,08 abr/07 1886,36 abr/08 1956,90
Evolução
RENDA DOMICILIAR MM Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.)
Evolução Anual (12 Meses) abril 03 / abril 02 -8,74 -155,97 abril 04 / abril 03 -3,66 -10,00 -59,64 abril 05 / abril 04 8,69 7,91 136,27 abril 06 / abril 05 3,83 3,31 65,34 abril 07 / abril 06 6,57 6,87 116,28 abril 08 / abril 07 3,74 2,82 70,54 Evolução Acumulada (desde 2002) abril 08 / abril 02 9,69 172,82 abril 08 / abril 03 20,19 10,25 328,79 abril 08 / abril 04 24,76 22,50 388,43 abril 08 / abril 05 14,79 13,53 252,16 abril 08 / abril 06 10,55 9,89 186,82 abril 08 / abril 07 3,74 2,82 70,54
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
18
DESIGUALDADE Antes da análise das medidas de desigualdade cabe frisar que além da menor
abrangência geográfica e de conceito de renda utilizados, o conceito de renda per capita
usada inclui as rendas nulas o que é de fundamental importância para as medidas de
desigualdade. No caso da medida mais popular usada o índice de Gini que varia de 0 a 1
confere pesos as rendas em ordem inversa ao ranking das mesmas. Ou seja, o sujeito
mais rico da sociedade recebe o menor dos pesos que sobe paulatinamente à medida que
caminhamos em direção as menores rendas. Neste sentido a pessoa que tem renda 0
deveria receber o maior dos pesos e não o menor, peso nulo, quando implicitamente os
desconsideramos na análise. Feitas estas ressalvas metodológicas a desigualdade de
renda também apresenta marcada retração, esta durante toda a série. O índice de Gini
cai de 0,627 em abril de 2002 para 0,584 em abril de 2008 o que é considerável dada
escala de variação do índice de Gini, em particular no contexto brasileiro. O índice de
Gini de rendas de per capita de todas as fontes fica estagnado em torno de 0,6 entre os
censos de 1970 e de 2000. A única mudança expressiva de natureza permanente
observada nas séries estatisticamente documentadas do país foi o famoso aumento dos
anos 60 quando o índice de Gini da renda individual sobe cerca de 0,07 ponto em uma
década. Guardadas as diferenças conceitual e geográfica, para efeito de comparação esta
queda absoluta em seis anos 0,0426 está exatamente no mesmo ritmo daquela conhecida
queda dos anos 60.
GRÁFICO 5 - Evolução da desigualdade pelo índice Gini
Média Móvel de 12 Meses
0,59
0,595
0,6
0,605
0,61
0,615
0,62
0,625
0,63
0,635
fev-
03
mai
-03
ago-
03
nov-
03
fev-
04
mai
-04
ago-
04
nov-
04
fev-
05
mai
-05
ago-
05
nov-
05
fev-
06
mai
-06
ago-
06
nov-
06
fev-
07
mai
-07
ago-
07
nov-
07
fev-
08
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
19
TABELA 3 - Desigualdade Trabalhista - População Total (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Nível
GINI
abr/02 0,6270 abr/03 0,6284 abr/04 0,6258 abr/05 0,6036 abr/06 0,6011 abr/07 0,5963 abr/08 0,5844
Evolução
GINI
M. Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.) Evolução Anual (12 meses) abril 03 / abril 02 0,22 0,001 abril 04 / abril 03 -0,40 -2,17 -0,003 abril 05 / abril 04 -3,56 -2,10 -0,022 abril 06 / abril 05 -0,41 -1,12 -0,002 abril 07 / abril 06 -0,80 -0,82 -0,005 abril 08 / abril 07 -2,00 -1,33 -0,012 Evolução Acumulada (desde 2002) abril 08 / abril 02 -6,79 -0,043 abril 08 / abril 03 -7,00 -7,32 -0,044 abril 08 / abril 04 -6,62 -5,26 -0,041 abril 08 / abril 05 -3,18 -3,23 -0,019 abril 08 / abril 06 -2,78 -2,13 -0,017 abril 08 / abril 07 -2,00 -1,33 -0,012
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
MISÉRIA A distribuição de renda e a miséria trabalhista melhoram função tanto do crescimento
acelerado da média de renda como da redução da desigualdade de renda. Apresentamos
abaixo estimativas da miséria trabalhista metropolitana usando a linha de miséria de 135
reais mês por pessoa a preços da Grande São Paulo ajustada por diferenças espaciais de
custo de vida do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (Neri 2006 e
Ferreira, Lanjouw e Neri 2003).
20
GRÁFICO 6 - Miséria Trabalhista
Média Móvel de 12 Meses
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
fev-
03
mai
-03
ago-
03
nov-
03
fev-
04
mai
-04
ago-
04
nov-
04
fev-
05
mai
-05
ago-
05
nov-
05
fev-
06
mai
-06
ago-
06
nov-
06
fev-
07
mai
-07
ago-
07
nov-
07
fev-
08
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
TABELA 4 - Miséria Trabalhista - População Total (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Nível
Taxa de MISÉRIA
abr/02 34,93 abr/03 37,13 abr/04 37,17 abr/05 32,58 abr/06 31,61 abr/07 29,09 abr/08 25,16
Evolução
Taxa de MISÉRIA M. Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.)
abril 03 / abril 02 6,31 2,20 abril 04 / abril 03 0,11 3,60 0,04 abril 05 / abril 04 -12,34 -10,74 -4,59 abril 06 / abril 05 -2,99 -5,81 -0,98 abril 07 / abril 06 -7,97 -6,61 -2,52 abril 08 / abril 07 -13,50 -7,42 -3,93 abril 08 / abril 02 -27,97 -9,77 abril 08 / abril 03 -32,24 -24,70 -11,97 abril 08 / abril 04 -32,31 -27,31 -12,01 abril 08 / abril 05 -22,78 -18,56 -7,42 abril 08 / abril 06 -20,39 -13,54 -6,45
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
21
MISÉRIA NA FAIXA DE 15 a 65 ANOS – A Nossa Classe E Em função da nossa classificação se basear em renda do trabalho, restringimos a análise
à renda domiciliar, per capita e total, ao grupo em idade ativa de 15 a 60 anos de idade,
esta restrição adicional nos ajuda a tornar os níveis mais próximos do que se esperaria
numa análise de pobreza e em especial a análise das transições entre estratos sociais
mais permanentes. Para criar a clamada Classe E usamos a linha de miséria de 135 reais
mês por pessoa a preços da Grande São Paulo de hoje conforme já tradicionalmente
usada no Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas. Como veremos a
frente ela será convertida para renda de todas as fontes e expressa em termos familiares
totais para representar o segmento da Classe E. A miséria entre abril de 2004 quando
atingia 30.45% e abril de 2008 passa a 18.39%. Isto corresponde uma queda de - 39%
neste grupo etário de 15 a 60 anos contra uma queda de -32.11% para a população como
um todo.
GRÁFICO 7 - Classe E – 15 a 60 anos
Média Móvel de 12 Meses
18
20
22
24
26
28
30
32
fev/
03
mai
/03
ago/
03
nov/
03
fev/
04
mai
/04
ago/
04
nov/
04
fev/
05
mai
/05
ago/
05
nov/
05
fev/
06
mai
/06
ago/
06
nov/
06
fev/
07
mai
/07
ago/
07
nov/
07
fev/
08
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
TABELA 5 - Classe E – 15 a 60 anos 6 Regiões Metropolitanas brasileiras
Nível
Classe E (%)
abr/02 28,64 abr/03 30,46 abr/04 30,45 abr/05 25,42 abr/06 24,55 abr/07 21,72 abr/08 18,39
22
Evolução
Classe E (%) M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.)
Evolução Anual (12 meses) abril 03 / abril 02 6,34 1,82 abril 04 / abril 03 -0,04 3,71 -0,01 abril 05 / abril 04 -16,51 -14,09 -5,03 abril 06 / abril 05 -3,42 -7,35 -0,87 abril 07 / abril 06 -11,54 -8,96 -2,83 abril 08 / abril 07 -15,30 -9,78 -3,32 Evolução Acumulada (desde 2002) abril 08 / abril 02 -35,78 -10,25 abril 08 / abril 03 -39,61 -32,20 -12,06 abril 08 / abril 04 -39,59 -34,62 -12,05 abril 08 / abril 05 -27,64 -23,90 -7,03 abril 08 / abril 06 -25,08 -17,87 -6,16 abril 08 / abril 07 -15,30 -9,78 -3,32
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
23
4. DEFININDO A CLASSE MÉDIA
Definir classe média é como definir um elefante, se você nunca viu um fica difícil
visualizá-lo. Existem pelo menos duas perspectivas para se conceituar Classe Média.
Uma primeira é pela análise das atitudes e expectativas das pessoas. A sondagem do
consumidor divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio
Vargas em bases mensais para o Brasil segue nesta direção. Este tipo de abordagem que
foi bastante desenvolvido nos anos 50 e 60 por George Katona, psicólogo behaviorista
que tinha no economista James Tobin um de seus grandes admiradores. Seguindo, nesta
linha, Thomas Friedman, colunista internacional do New York Times em seu recente
best-seller “O Mundo é Plano” define classe média mais do que pelo nível de vida e de
renda presente, mas o esperar estar numa posição melhor no futuro. Esta mobilidade
social estrutural social-ascendente seria algo como realizar o similar em cada país do
chamado “sonho americano”, da possibilidade de ascensão social.
Complementarmente propomos (mas não divulgamos aqui) o uso de medidas de
qualidade de vida extraídas da nova linha de surveys como o Gallup World Poll, o
similar da IPSOS cuja uma das vantagens é a alta comparabilidade internacional por
aplicar o mesmo questionário a um número grande de países. Esta vantagem também é
compartilhada por surveys feitos em bases regionais, o LatinoBarômetro na América
Latina e o EuroBarômetro no velho continente. Em particular, propomos o uso de
medidas diretas tais como a expectativa de felicidade cinco anos no futuro em
comparação com o nível de felicidade presente. Isto é feito através de perguntas onde a
pessoa atribui diretamente nota subjetiva de 0 a 10 sobre a sua respectiva satisfação com
a vida. Este tipo de análise recai sobre o Índice de Felicidade Futura (IFF)
desenvolvido por nós em projeto para o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento
(BID) a partir de uma amostra de mais de 132 países cobertas pelos microdados do
Gallup World Poll de 2006. Este índice será lançado em breve. O que podemos
antecipar é que os dados indicam que a classe média no Brasil medida pelo diferencial
entre o nível presente e futuro de felicidade é alta vis a vis outros países.
A segunda maneira de se definir as classes sociais (E, D, C, B2, B1, A2 e A1) é pelo
potencial de consumo tal como no chamado Critério Brasil na qual a classe média é
aquela chamada de Classe C. Esta estratificação é implementada a partir do impacto de
24
bens sobre medidas de acesso a bens duráveis e seu respectivo número (TV, rádio, lava-
roupa, geladeira e freezer, vídeo-cassete ou DVD), banheiros, empregada doméstica, e
nível de instrução do chefe de família5. Este critério estima os pesos a partir de equação
minceriana (log da renda familiar total). O CPS propõe conceituação complementar para
medir a evolução da nova classe média no Brasil também do ponto de vista do produtor.
Ou seja, da capacidade de manter de fato este potencial de consumo ao longo do tempo.
Neste trabalho ainda inédito além de testarmos a medição da classe média a partir da
combinação de elementos como renda e acesso a bens de consumo tradicionalmente
utilizada, propomos medir a classe média a partir da capacidade de geração e
manutenção da riqueza a prazo mais longo. No primeiro elemento temos acesso à
universidade pública ou privada, acesso a escola de qualidade (privada?), a elementos
da era da Tecnologia da Comunicação e da Informação como computadores conectados
a internet e além da renda corrente, a renda permanente estimada a partir de
características sócio-demográficas fixas (como sexo, idade, região etc, mas
especialmente estoque de educação). Já no aspecto de manutenção a prazo mais longo
da situação financeira familiar temos desde acesso a emprego formal que garante um
nível de proteção social maior, acesso a previdência privada, acesso a crédito
imobiliário, posse legal de casa própria (com padrão mínimo de qualidade: banheiros,
tipo de construção etc), seguro-saúde. Este tipo de preocupação com educação e
inserção ocupacional consta em critérios aplicados na Inglaterra, Portugal e Índia. O
aspecto inovador da metodologia é a sua capacidade de olhar para aspectos simbólicos
da classe média tais como a carteira de trabalho, a entrada na universidade ou na era da
informática e aliarmos a aspecto de status social ligado a demanda privada por bens que
eram monopólio do Estado como previdência, escola, saúde e crédito imobiliário. Outra
é a capacidade de mensurar em escala nacional cada componente citado, estudar a sua
interação e a agregação dos mesmos em índices sintéticos do tamanho de da distribuição
da classe média, mergulhar nos detalhes da sua determinação (por exemplo, ir além da
estatística de acesso a educação, mas ver quanto se paga pela mesma), agregar a
interação dos diversos componentes e monitorá-los ao longo do tempo.
5 Estas variáveis são medidas pelo Censo Demográfico o que facilita a espacialização do poder de compra das famílias, mas não são bem cobertas pela PNAD, por exemplo. No modelo hierárquico de imputação de rendas faltantes no Censo desenvolvido pelo IBGE e incorporado nos microdados do Censo 2000, a instrução da pessoa de referencia do domicílio e o numero de banheiros são as duas variáveis mais relevantes selecionadas.
25
Exploramos aqui alguns aspectos comuns a definição associados às duas linhas acima
colocadas como a geração de renda do trabalho e a mobilidade trabalhista.
QUANTIFICANDO O TAMANHO DOS ESTRATOS SOCIAIS Ao contrário de análises da distribuição de renda relativa onde mapeamos a parcela
relativa de cada grupo na renda total (como, por exemplo, os 10% mais ricos que se
apropriam de quase 50% da renda etc.) nos fixamos aqui neste estudo na parcela da
população que está acima de determinados parâmetros fixados para todo o período. Ou
seja, estamos preocupados com a renda absoluta de cada pessoa. A presente abordagem
é similar àquela usada na análise de pobreza absoluta, só que estamos preocupados
também com outras fronteiras como aquelas que determinam a entrada na classe média
e a saída deste grupo para o de elite. Na abordagem relativa pura a soma das partes dá
100% de algo relativo ao mês, enquanto na abordagem absoluta aplicada aos diversos
segmentos da pirâmide social são referendados a um valor absoluto válido para todos os
meses. Estes valores absolutos são parâmetros do que é estar na miséria, num grupo
intermediário entre a miséria e a classe média, os remediados, o grupo de classe média e
a elite. Como estamos trabalhando com um período de forte crescimento da renda média
as duas abordagens, a relativa e a absoluta apresentam resultados bastante diferenciados.
cada uma destas situações tendem a acontecer no começo e no fim do período
respectivamente. Fazendo uma analogia, na análise distributiva relativa estamos num
gráfico de pizza de tamanho fixo onde para um grupo ganhar, outro tem de diminuir. Na
análise absoluta aqui utilizada, além da dança distributiva, o tamanho de pizza pode
mudar. O que está por traz do resultado é que além dos de renda mais baixa terem se
apropriado de uma maior parcela relativa da pizza (a redução da desigualdade), a
mesma aumentou de tamanho (o crescimento). Passou digamos de um tamanho brotinho
para média, ou para os que sempre acham que o copo está sempre meio cheio, de pizza
média para a grande. Na presente análise estamos preocupados não só na parcela
relativa, mas seguindo a analogia na quantidade de pizza apropriada por cada estrato da
sociedade.
Em função da nossa classificação se basear em renda do trabalho, restringimos a análise
à renda domiciliar, per capita e total, ao grupo em idade ativa de 15 a 60 anos de idade,
esta restrição adicional nos ajuda a tornar os níveis e em especial a análise das
transições entre estratos sociais mais permanentes.
26
5. MUDANÇAS NO BOLO DISTRIBUTIVO A principal característica da abordagem aqui utilizada é o seu nível de desagregação em
três grupos de renda, olhamos a posição relativa inicial em 2002 para depois aprofundar
a análise dos respectivos movimentos. A elite (o décimo mais rico que se apropria de
quase metade da renda per capita); a metade mais pobre aí incluindo tanto os miseráveis
como os que estão exatamente acima que se apropria de um décimo da renda nacional
(9,95%); e os 40% intermediário, cuja parcela na população e na renda praticamente
coincide (39,78%), constituindo, assim, um país de renda média, similar ao Peru, e
inserido entre a rica Bélgica e a pobre Índia6. Heuristicamente, investigamos aqui as
migrações entre estes diferentes Brasis, estamos preocupados em quantificar quais são
os estratos da população habitando em determinadas condições de vida pré-fixadas e na
sua evolução ao longo do tempo.
Transformando uma longa estória abaixo descrita em números objetivos temos abaixo
os limites das Classes Sociais medidas em renda domiciliar total de todas as fontes por
mês. (a explicação vem logo a seguir):
6 Sob esse aspecto, a distribuição de renda do trabalho metropolitano da PME é mais concentrada do que a da Pnad nacional em todas as fontes de rendimento.
www.fgv.br/cps
Inferior* Superior
Classe E 0 768
Classe D 768 1064
Classe M é dia - C 1064 4591
Elite – A e B 4591
* inclusive
Defini ç ão das Classes Sociais
Renda Domiciliar Total de Todas as Fontes
Limites
27
Definimos os limites das Classes sociais começando pela definição de miséria tal como
calculada tradicionalmente pelo Centro de Políticas Sociais (Ferreira, Neri e Lanjouw
(2003) e Neri (2006)). A renda domiciliar total deste grupo corresponde ao intervalo
ente 0 e 768 reais mês dada à existência de 4,31 pessoas nestes domicílios e da renda de
outras fontes fora trabalho representar cerca de 24,2% da renda deste grupo. Esta é
nomeada aqui como Classe E.
A renda dos demais grupos foi definida a partir de pontos focais da distribuição de
renda domiciliar per capita para o período todo da nova Pesquisa Mensal do Emprego
de 2002 a 2006, pois queremos referencias monetárias fixas em termos reais fixas para
ter grupos variáveis7, qual sejam a mediana e o nono decil que dividem a população a
metade, usamos o conceito, mas expressamos o resultado em renda total do domicílio
que está mais em sintonia com os institutos de pesquisa que calculam a classe média
(vide abaixo). A renda do estrato social mais acima que é um grupo de renda mais alta
que os miseráveis chamada de Classe D, vão da linha de miséria até a mediana do
período todo que corresponde a 214 reais a preços de hoje por pessoa ou 883,7 reais por
domicílio mês. Em suma, a classe D está compreendida entre 768 reais e 1064 de renda
domiciliar total de todas as fontes por mês.
A renda da aqui chamada nova classe média, configurada pelo grupo de Classe C vai da
mediana de renda de todo período até a linha que separa os 10% mais ricos do resto da
população. Em termos per capita isto corresponde à faixa de 214 reais a 923 reais por
pessoa mês. Em termos de renda domiciliar total de todas as fontes a Classe C está
compreendida no intervalo entre 1064 reais a 4591 reais por mês. Este é o intervalo da
Classe média que ocupa o centro da presente análise.
Finalmente, o grupo de Elite formado pelas Classes A e B é dado pelos domicílios cuja
renda domiciliar total de todas as fontes por mês supera o limite superior da classe
média de 4591 reais por mês. Este é o grupo que diferencia mais a concentração de
renda no Brasil frente à de outros países, como os Estados Unidos que não é um país
particularmente igualitário.
7 Apresentamos no site da pesquisa cálculos usando a PNAD e a POF, ambas do IBGE, como referencia.
28
Segue abaixo a classificação das classes por renda domiciliar per capita do trabalho.
Só para certificar: a fim de quantificar as faixas, calculamos a renda domiciliar per
capita do trabalho e depois a expressamos em termos equivalentes de renda domiciliar
total de todas as fontes através da PNAD de 2006. A faixa C central está compreendida
entre os R$ 1064 e os R$ 4561 a preços de hoje na grande São Paulo. As tabelas e os
gráficos, mais abaixo, apresentam os níveis e tendências dessas séries.
TABELA 6 – A Estrutura das Classes Econômicas
Renda per Capita do Trabalho – 15 a 60 anos de idade (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Nível
Classe C (Nova
Classe Média) Classes A e B Classes D e E Classe D
M. Móvel M. Móvel M. Móvel M. Móvel Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%) Taxa (%)
abr/02 44,19 12,99 42,82 14,18 abr/03 42,49 43,42 11,59 12,97 45,92 43,61 15,46 14,44 abr/04 42,26 42,80 11,61 11,55 46,13 45,65 15,68 15,40 abr/05 46,70 46,21 12,61 12,57 40,70 41,23 15,28 15,24 abr/06 48,59 48,72 13,60 13,20 37,80 38,09 13,25 14,00 abr/07 48,87 50,11 14,41 14,26 36,73 35,64 15,01 13,71 abr/08 51,89 50,81 15,52 15,19 32,59 33,99 14,20 14,22
Obs: Média Móvel de 12 meses encerrada no período
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
www.fgv.br/cps
Inferior* Superior
Classe E 0 135
Classe D 135 214
Classe M é dia - C 214 923
Elite – A e B 923
* inclusive
Defini ç ão das Classes Sociais
Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho
Limites
29
CLASSE C: A NOVA CLASSE MÉDIA O grupo atingia 44.19% da população no começo da série em abril de 2002 passa para
51.89% em abril de 2008, última observação disponível, configurando um aumento de
17.03% da importância da classe média. Se fixarmos o período inicial para depois da
instabilidade de 2002 e da recessão de 2003, a classe média atingia 42.85 da população
em abril de 2004 e sobe cerca de 18,72% até abril de 2008. Ou seja, um crescimento de
quase 4% ao ano acima do crescimento populacional do grupo de referência.
TABELA 7 – Classe C Renda per Capita do Trabalho – 15 a 60 anos de idade
(6 Regiões Metropolitanas brasileiras) Classe C
M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.) Evolução Anual (12 Meses) abril 03 / abril 02 -3,85 -1,70 abril 04 / abril 03 -0,54 -1,42 -0,23 abril 05 / abril 04 10,50 7,96 4,44 abril 06 / abril 05 4,06 5,43 1,90 abril 07 / abril 06 0,57 2,85 0,28 abril 08 / abril 07 6,18 1,41 3,02 Evolução Acumulada (desde 2002) abril 08 / abril 02 17,43 7,70 abril 08 / abril 03 22,13 17,03 9,40 abril 08 / abril 04 22,79 18,72 9,63 abril 08 / abril 05 11,12 9,97 5,19 abril 08 / abril 06 6,79 4,30 3,30 abril 08 / abril 07 6,18 1,41 3,02
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
GRÁFICO 8 - Participação da Classe C (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos
Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)
42
44
46
48
50
52
mar
-02
jun-
02
set-
02
dez-
02
mar
-03
jun-
03
set-
03
dez-
03
mar
-04
jun-
04
set-
04
dez-
04
mar
-05
jun-
05
set-
05
dez-
05
mar
-06
jun-
06
set-
06
dez-
06
mar
-07
jun-
07
set-
07
dez-
07
mar
-08
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
30
GRÁFICO 9 - Participação da Classe C (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos – Média Móvel de 12 Meses
Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)
42
44
46
48
50
52
fev-
03
mai
-03
ago-
03
nov-
03
fev-
04
mai
-04
ago-
04
nov-
04
fev-
05
mai
-05
ago-
05
nov-
05
fev-
06
mai
-06
ago-
06
nov-
06
fev-
07
mai
-07
ago-
07
nov-
07
fev-
08
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
TABELA 8 - Classes A e B
Renda per Capita do Trabalho – 15 a 60 anos de idade (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Evolução
Elite
M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.) abril 03 / abril 02 -10,78 -1,40 abril 04 / abril 03 0,19 -10,95 0,02 abril 05 / abril 04 8,57 8,82 0,99 abril 06 / abril 05 7,89 5,01 1,00 abril 07 / abril 06 5,90 8,02 0,80 abril 08 / abril 07 7,73 6,56 1,11 abril 08 / abril 02 19,46 2,53 abril 08 / abril 03 33,89 17,13 3,93 abril 08 / abril 04 33,64 31,53 3,91 abril 08 / abril 05 23,09 20,87 2,91 abril 08 / abril 06 14,09 15,11 1,92 abril 08 / abril 07 7,73 6,56 1,11
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Voltando para o grupo de elite que correspondem às classes A e B dos estudos de
potencial de consumo. Este grupo de elite atingia 12,99% da população no começo da
série em abril de 2002 passa para 15.52% em abril de 2008, configurando um aumento
de 19.46% da importância do grupo refletindo o período de bonança da classe média.
31
GRÁFICO 10 - Participação das Classes A e B (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos
Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)
11
12
13
14
15
16
mar
-02
jun-
02
set-
02
dez-
02
mar
-03
jun-
03
set-
03
dez-
03
mar
-04
jun-
04
set-
04
dez-
04
mar
-05
jun-
05
set-
05
dez-
05
mar
-06
jun-
06
set-
06
dez-
06
mar
-07
jun-
07
set-
07
dez-
07
mar
-08
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
GRÁFICO 11 - Participação das Classes A e B (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos – Média Móvel de 12 Meses
Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)
11
12
13
14
15
16
fev-
03
mai
-03
ago-
03
nov-
03
fev-
04
mai
-04
ago-
04
nov-
04
fev-
05
mai
-05
ago-
05
nov-
05
fev-
06
mai
-06
ago-
06
nov-
06
fev-
07
mai
-07
ago-
07
nov-
07
fev-
08
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
TABELA 9 - CLASSES D e E.
Classe E e D
M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.) abril 03 / abril 02 7,24 3,10 abril 04 / abril 03 0,45 4,67 0,21 abril 05 / abril 04 -11,78 -9,69 -5,43 abril 06 / abril 05 -7,11 -7,62 -2,89 abril 07 / abril 06 -2,85 -6,43 -1,08 abril 08 / abril 07 -11,26 -4,60 -4,14 abril 08 / abril 02 -23,89 -10,23 abril 08 / abril 03 -29,03 -22,05 -13,33 abril 08 / abril 04 -29,35 -25,53 -13,54 abril 08 / abril 05 -19,92 -17,54 -8,10 abril 08 / abril 06 -13,79 -10,74 -5,21 abril 08 / abril 07 -11,26 -4,60 -4,14
Critério: Renda Habitual Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
32
Dado o nosso foco em classe média e como já tratamos do grupo de miseráveis na seção
do artigo usando a população total como referencia, nos restringimos aqui à soma dos
grupos de classes E e D) para depois apresentarmos os dados do grupo D isoladamente.
A base da distribuição formada por estes dois grupos correspondia a 42,82% da
população em abril de 2002 caindo para 32,59% no final da série.
GRÁFICO 12 - Participação das Classes D e E (%)
Estrutura de Classes - 15 A 60 anos Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)
32
34
36
38
40
42
44
46
mar
/02
jun/
02
set/0
2
dez/
02
mar
/03
jun/
03
set/0
3
dez/
03
mar
/04
jun/
04
set/0
4
dez/
04
mar
/05
jun/
05
set/0
5
dez/
05
mar
/06
jun/
06
set/0
6
dez/
06
mar
/07
jun/
07
set/0
7
dez/
07
mar
/08
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
GRÁFICO 13 - Participação das Classes D e E (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos – Média Móvel de 12 Meses
Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)
32
34
36
38
40
42
44
46
fev/
03
abr/
03
jun/
03
ago/
03
out/0
3
dez/
03
fev/
04
abr/
04
jun/
04
ago/
04
out/0
4
dez/
04
fev/
05
abr/
05
jun/
05
ago/
05
out/0
5
dez/
05
fev/
06
abr/
06
jun/
06
ago/
06
out/0
6
dez/
06
fev/
07
abr/
07
jun/
07
ago/
07
out/0
7
dez/
07
fev/
08
abr/
08
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
33
TABELA 10 - Classe D Remediados
M Móvel Variação (%) Variação (%) Diferença (p.p.) abril 03 / abril 02 9,05 1,28 abril 04 / abril 03 1,40 6,61 0,22 abril 05 / abril 04 -2,58 -1,05 -0,41 abril 06 / abril 05 -13,24 -8,08 -2,02 abril 07 / abril 06 13,26 -2,08 1,76 abril 08 / abril 07 -5,42 3,68 -0,81 abril 08 / abril 02 0,11 0,02 abril 08 / abril 03 -8,20 -1,56 -1,27 abril 08 / abril 04 -9,47 -7,67 -1,48 abril 08 / abril 05 -7,07 -6,69 -1,08 abril 08 / abril 06 7,12 1,52 0,94 abril 08 / abril 07 -5,42 3,68 -0,81
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Ao separarmos da análise, notamos um comportamento mais errático da classe D ao
longo do tempo espelhando de maneira inversa a trajetória da Classe C, o outro grupo
intermediário analisado. Como conseqüência a participação do grupo na população fica
constante na comparação dos extremos da série: passa de 14.18% em abril de 2002 para
14.2% em abril de 2008.
GRÁFICO 14 - Participação da Classe D (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos
Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)
13
13
14
14
15
15
16
16
17
mar
-02
jun-
02
set-
02
dez-
02
mar
-03
jun-
03
set-
03
dez-
03
mar
-04
jun-
04
set-
04
dez-
04
mar
-05
jun-
05
set-
05
dez-
05
mar
-06
jun-
06
set-
06
dez-
06
mar
-07
jun-
07
set-
07
dez-
07
mar
-08
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
34
GRÁFICO 15 - Participação da Classe D (%) Estrutura de Classes - 15 A 60 anos – Média Móvel de 12 Meses
Trabalho - 6 Regiões Metropolitanas (Brasil)
13
14
14
15
15
16
16
17
17
fev-
03
mai
-03
ago-
03
nov-
03
fev-
04
mai
-04
ago-
04
nov-
04
fev-
05
mai
-05
ago-
05
nov-
05
fev-
06
mai
-06
ago-
06
nov-
06
fev-
07
mai
-07
ago-
07
nov-
07
fev-
08
Critério: Renda Habitual
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
35
6. A DANÇA DISTRIBUTIVA
A PME usa a metodologia de painel rotativo que busca colher informações nas mesmas
residências nos meses t, t+1 , t+2 , t+3 , t+12 , t+13 , t+14 , t+15, perfazendo um total
de oito entrevistas distribuídas ao longo de um período de 16 meses. A abordagem
inicial usada aqui consiste em calcular as probabilidades de transição para dentro e para
fora dos quatro grupos da sociedade, bem como de não-transição entre estes grupos no
período de quatro meses consecutivos iniciados em Março de 2002. O último dos
grupos analisados começa em janeiro de 2008 e termina em abril de 2008.
O aspecto longitudinal dos dados de renda familiar per capita do trabalho nos fornecerá
a evidência empírica básica sobre o padrão de mobilidade social observado na prática.
Apresentamos inicialmente os dados das pessoas que entram ou saem dos dois estados
principais ao longo do tempo, qual seja classe C (14.87%) e classe E (11.34%). Isto
quer dizer que a cada período de quatro meses de 2002 a 2008 14.87% das pessoas
entram ou saem da classe C e outros 11.34% entram ou saem da E. A maior mobilidade
em relação à classe média era de se esperar, pois inclui pessoas que sobem dos grupos
inferiores para a classe média e desta para grupos superiores assim como as pessoas que
caem seja dos estratos superiores para a classe média como desta para estratos
inferiores. Já as entradas e saídas da classe E só se dão de e para grupos superiores o
que gera menores possibilidades de transição em relação os movimentos relativos à
classe média que encerra quatro possibilidades de mudanças. A tabela abaixo detalha o
índice de mobilidade relativa a cada grupo social e as probabilidades de transição
associadas.
TABELA 11
Índice de Mobilidade da Classe
E
Índice de Mobilidade da Classe
C
Probabilidade de Sair da Classe E*
Probabilidade de Entrar na
Classe E*
Probabilidade de Sair da Classe C*
Probabilidade de Entrar na
Classe C*
Total 11,34 14,87 24,47% 6,88% 14,97% 14,76% Obs: * Dado o estado inicial
Apresentamos abaixo a evolução destes respectivos índices de mobilidade ao longo do
tempo. Estas séries revelam que após um aumento associado às instabilidades de 2002
há queda de ambos índices de mobilidade entre os diversos grupos da sociedade até
dezembro de 2005, depois as séries apresentam alguma flutuação, mas com marcada
tendência de aumento, especialmente na mobilidade da classe média do final de 2007
36
em diante. Estes dados podem estar captando outra forma de risco no caso de renda que
afeta o dia a dia das pessoas. Os picos de mobilidade do final de 2002 e a partir do final
de 2007 coincidem com aumentos de incerteza das condições macroeconômicas.
GRÁFICO 16 - Índice de Mobilidade Econômica (2002 a 2008)
6 Regiões Metropolitanas
7
9
11
13
15
17
19
21
jun/
02
out/0
2
fev/
03
jun/
03
out/0
3
fev/
04
jun/
04
out/0
4
fev/
05
jun/
05
out/0
5
fev/
06
jun/
06
out/0
6
fev/
07
jun/
07
out/0
7
fev/
08
Classe E Classe C
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE
Na análise relativa de mobilidade social entre regiões metropolitanas Rio de Janeiro e
Salvador se apresentam como as menos arriscadas em relação a ambos os segmentos,
enquanto as mais arriscadas diferem. Belo Horizonte e Porto Alegre se destacam na
soma das probabilidades de entrada e de saída da classe C enquanto Recife se destaca
nos movimentos em relação à classe E.
GRÁFICO 17 - Índice de Mobilidade Trabalhista (2002 a 2008)
Por Região Metropolitana
17,8
10,3
14,9
8,511,0
13,9
19,5
10,7
16,1
19,3
16,8
10,3
Rec
ife
Sal
vado
r
Bel
oH
oriz
onte
Rio
de
Jane
iro
São
Pau
lo
Por
toA
legr
e
Classe E Classe C
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE
37
Ao separarmos os movimentos de entrada e saída de cada estado temos uma visão mais
apurada da natureza dos movimentos em questão. Os riscos de entrada na classe E tem
caído levemente ao longo do tempo enquanto os riscos de saída, além de se situarem em
patamares maiores no período flutuam um pouco mais. Cabe ressaltar os dois picos da
série de saída da classe E em meados de 2004 na retomada após a recessão de 2003 e o
recorde positivo observado já em 2008. Ou seja, seguindo o hexagrama chinês de como
a junção de dois trigramas de perigo e oportunidade, 2007 representa paradoxalmente
aumento de risco de boas oportunidades.
GRÁFICO 18 - Probabilidade de Transição Trabalhista (2002 a 2008)
6 Regiões Metropolitanas
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
jun/
02
out/0
2
fev/
03
jun/
03
out/0
3
fev/
04
jun/
04
out/0
4
fev/
05
jun/
05
out/0
5
fev/
06
jun/
06
out/0
6
fev/
07
jun/
07
out/0
7
fev/
08
Sair da Classe E Entrar na Classe E
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE Voltando aos dados regionais abertos por entrada e saída da cauda inferior de
rendimentos. Os riscos dos moradores de Recife em relação à entrada e a saída da classe
E no período estão bastante próximos. Em particular, a probabilidade de entrada na E,
embora menor que a de saída, é cerca de três vezes maior que a do Rio (a menor das 6)
e mais de 60% maior que a de Belo Horizonte (segunda maior probabilidade entrada na
classe E). No lado positivo, a probabilidade de saída da classe E de Porto Alegre, Belo
Horizonte e de São Paulo se situam em patamares bastante superiores a das três outras
metrópoles.
38
GRÁFICO 19 - Probabilidade de Transição Trabalhista (2002 a 2008) por Região Metropolitana
20,4%17,1%
29,4%
19,1%
29,4% 30,8%
15,8%
6,8%9,4%
4,7%6,3%
8,7%R
ecife
Sal
vado
r
Bel
oH
oriz
onte
Rio
de
Jane
iro
São
Pau
lo
Por
toA
legr
e
Sair da Classe E Entrar na Classe E
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE
Apresentamos abaixo a probabilidade de entrada e saída da classe C por região
metropolitana que pela sua bilateralidade é mais complexa de ser analisada que a da E,
onde está mais claro que quem entra perde e quem sai ganha poder de compra.
Brevemente, Recife se destaca com a maior probabilidade de entrada e Porto Alegre
com a maior probabilidade de saída desta classe.
GRÁFICO 20 - Probabilidade de Transição Trabalhista (2002 a 2008)
por Região Metropolitana
12,2%
8,4%
19,4%
11,4%
17,3%
20,6%
27,3%
13,6%
9,9%
18,0%15,0%
19,6%
Rec
ife
Sal
vado
r
Bel
oH
oriz
onte
Rio
de
Jane
iro
São
Pau
lo
Por
toA
legr
e
Sair da Classe C Entrar na Classe C
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE
39
DESTINOS SOCIAIS
Como detalhamento final abrimos a seguir os destinos das transições de cada estrato
social por ano. Mais uma vez 2004 e 2008 se destacam, apenas 71,96% da classe E
continuam classe E quatro meses depois a partir da primeira observação em 2004, esta
estatística cai para 67,57% no último período. 2008 se destacam mais pelas transições
da classe E em direção as classes D e C, enquanto a presença relativa das transições em
relação à classe, acompanhando o mesmo indivíduo durante 4 meses. Ou seja,
analisamos a transição para dentro e fora dos diferentes grupos de renda. Em todos os
casos, 2008 é o melhor ponto da série. O leitor está convidado a olhar os destinos dos
indivíduos de diversos estratos sociais.
TABELA 12 - Matriz de Destinos - (quem era Classe E inicialment e)
Período 2 (Abril)
Continua Classe E
Classe D
Classe Média C
Classe A ou B
Janeiro 2003 73,38 13,48 11,30 1,85 2004 71,96 14,13 11,52 2,38 2005 77,30 13,20 8,87 0,63 2006 76,86 12,65 9,66 0,83 2007 77,52 11,22 10,22 1,03 2008 67,57 16,46 14,53 1,45
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE
TABELA 13 - Matriz de Destinos - (quem era classe D inicialmente) Período 2 (Abril)
Classe E Classe D
Classe Média
C Classe A ou B
Janeiro 2003 23,66 53,30 22,72 0,33 2004 19,13 56,19 24,27 0,41 2005 16,03 62,28 21,56 0,13 2006 18,58 58,13 22,89 0,41 2007 14,75 65,00 20,26 0,00 2008 15,07 54,92 29,46 0,56
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE
40
TABELA 14 - Matriz de Destinos - (quem era classe média (Classe C) inicialmente) Período 2 (Abril)
Classe E Classe D Continua Classe C
Elite A ou B
Janeiro 2003 8,82 10,02 78,78 2,39 2004 6,26 8,55 81,04 4,15 2005 4,20 6,35 86,95 2,50 2006 5,63 6,17 85,11 3,10 2007 3,76 6,52 86,35 3,37 2008 3,70 6,98 84,58 4,74
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE
TABELA 15- Matriz de Destinos - (quem era classe alta inicialmente) Período 2 (Abril)
Classe E Classe D Classe C
Continua Classe A ou
B Janeiro 2003 4,50 0,39 17,07 78,04 2004 4,68 0,74 16,95 77,64 2005 1,32 0,82 8,75 89,11 2006 1,96 0,19 12,34 85,51 2007 1,00 0,14 11,95 86,91 2008 1,60 0,55 15,47 82,38
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE
41
7. A VOLTA DA CARTEIRA DE TRABALHO
O que é ser de Classe C? computador, celular, carro, casa financiada, crédito em geral e
produtivo em particular, conta-própria e empregadores, contribuição previdenciária
complementar, se sairmos daquelas iniciadas com C temos ainda diploma universitário,
escola privada, plano de saúde, seguro de vida. Mas de todas, a volta da carteira de
trabalho, talvez seja o elemento mais representativo de ressurgimento de uma nova
classe média brasileira. O passo final foi analisar a evolução do emprego formal no país.
Esta informação é particularmente importante, já que o emprego com carteira assinada é
uma das fortes características da classe média. Nesse contexto, as informações mais
recentes são animadores, com 309 mil empregos em apenas um mês, atingimos o
recorde da série histórica agora em junho de 2008, somando 1,881 milhões de novos
postos de trabalho formais nos últimos 12 meses.
GRÁFICO 21 - Geração Líquida de Empregos
-300.000
-200.000
-100.000
0
100.000
200.000
300.000
06_2
008
11_2
007
04_2
007
09_2
006
02_2
006
07_2
005
12_2
004
05_2
004
10_2
003
03_2
003
08_2
002
01_2
002
06_2
001
11_2
000
04_2
000
09_1
999
02_1
999
07_1
998
12_1
997
05_1
997
10_1
996
03_1
996
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.
42
GRÁFICO 22 - Geração Líquida de Empregos
Acumulado de 12 Meses
376.
325
531.
496
564.
069
642.
908
1.11
6.7
30
1.45
4.1
15
1.21
0.1
92
1.39
8.8
30
1.88
1.0
92
-624
.600-2
95.2
69
-45.
617
jun(
1997
)
jun(
1998
)
jun(
1999
)
jun(
2000
)
jun(
2001
)
jun(
2002
)
jun(
2003
)
jun(
2004
)
jun(
2005
)
jun(
2006
)
jun(
2007
)
jun(
2008
)
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.
Em seguida, fazemos um zoom nas 6 principais Regiões Metropolitanas brasileiras. A
proporção de empregos gerados na área vem crescendo, atingindo no primeiro semestre
de 2008, 387 mil vagas, cerca de 28,5% do total, a maior proporção da série histórica
(desde 1992). Em 2003 esse percentual era de apenas 12,45%.
GRÁFICO 23 - Geração Liquida de Empregos (Acumulado em 12 Meses)
298.768
489.641 491.414539.901
738.461
493.672
804.250
956.829
729.148
858.359
1.125.382
145.437
jun(
2003
)
jun(
2004
)
jun(
2005
)
jun(
2006
)
jun(
2007
)
jun(
2008
)
6 REGIÕES M ETROPOLITANAS PM E OUTRAS REGIÕES
Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.
43
Nas próximas tabelas apresentamos um quadro geral da evolução nas diferentes
metrópoles.
TABELA 16 - Geração Liquida de Empregos jan a junho de cada ano
TOTAL OUTRAS REGIÕES
TOTAL RM PME RECIFE SALVADOR
BELO HORIZON
R DE JANEIRO
SAO PAULO
PORTO ALEGRE
2008 1.360.645 973.458 387.187 7.371 19.505 57.108 56.896 217.076 29.231 2007 1.095.249 815.172 280.077 2.703 13.474 38.347 44.949 163.913 16.691 2006 923.937 695.830 228.107 809 5.400 40.190 33.615 138.280 9.813 2005 965.695 716.473 249.222 3.362 13.637 36.944 27.189 157.178 10.912 2004 1.033.289 814.786 218.503 1.305 6.900 30.037 30.708 121.136 28.417 2003 561.866 491.921 69.945 -6.894 -1.777 9.134 7.288 50.627 11.567 2002 680.443 567.642 112.801 -553 7.762 17.113 15.365 66.370 6.744 2001 573.544 443.050 130.494 1.754 4.728 14.026 14.553 80.917 14.516 2000 589.796 448.892 140.904 2.228 6.809 17.470 20.235 73.180 20.982 1999 18.055 104.921 -86.866 -9.660 -6.638 -3.469 -19.719 -42.559 -4.821 1998 61.267 132.495 -71.228 -9.190 -4.504 -2.353 -5.862 -41.926 -7.393 1997 321.989 292.842 29.147 -8.831 4.592 16.710 -3.436 13.740 6.372 1996 95.547 128.475 -32.928 -10.005 -3.983 8.128 4.145 -22.465 -8.748 Total 8.281.322 6.625.957 1.655.365 -25.601 65.905 279.385 225.926 975.467 134.283
Habitantes 183.305.600 135.868.370 47.437.230 3.639.847 3.397.757 4.960.258 11.682.332 19.666.573 4.090.463 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.
TABELA 17 - Geração Liquida de Empregos (% em Relação ao Total de Empregos Formais Gerados no país) jan a junho de cada ano
OUTRAS REGIÕES
TOTAL RM PME RECIFE SALVADOR
BELO HORIZON
R DE JANEIRO
SAO PAULO
PORTO ALEGRE
2008 71,54 28,46 0,54 1,43 4,20 4,18 15,95 2,15 2007 74,43 25,57 0,25 1,23 3,50 4,10 14,97 1,52 2006 75,31 24,69 0,09 0,58 4,35 3,64 14,97 1,06 2005 74,19 25,81 0,35 1,41 3,83 2,82 16,28 1,13 2004 78,85 21,15 0,13 0,67 2,91 2,97 11,72 2,75 2003 87,55 12,45 -1,23 -0,32 1,63 1,30 9,01 2,06 2002 83,42 16,58 -0,08 1,14 2,51 2,26 9,75 0,99 2001 77,25 22,75 0,31 0,82 2,45 2,54 14,11 2,53 2000 76,11 23,89 0,38 1,15 2,96 3,43 12,41 3,56 1999 581,12 -481,12 -53,50 -36,77 -19,21 -109,22 -235,72 -26,70 1998 216,26 -116,26 -15,00 -7,35 -3,84 -9,57 -68,43 -12,07 1997 90,95 9,05 -2,74 1,43 5,19 -1,07 4,27 1,98 1996 134,46 -34,46 -10,47 -4,17 8,51 4,34 -23,51 -9,16 Total 80,01 19,99 -0,31 0,80 3,37 2,73 11,78 1,62
Habitantes 74,12 25,88 1,99 1,85 2,71 6,37 10,73 2,23 Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base no CAGED/ M T E.
44
8. CONCLUSÕES
Este trabalho lança mão do processamento dos microdados da PME pela sua agilidade,
o que nos permitiu diminuir a defasagem média de cerca de 18 meses da Pnad para
menos de 4 meses. Isso nos permitiu levar a avaliação da trajetória dos indicadores
sociais para meados de 2008. O aumento de velocidade é requisito necessário para que
se possa vislumbrar a continuidade, ou não, da melhora distributiva observada desde o
começo da década. Observamos manutenção de ritmo da redução da desigualdade de
renda do trabalho entre o final de 2006 e meados de 2008. Se redução da pobreza fosse
uma competição disputada pelos trabalhadores das seis principais metrópoles
brasileiras, quais seriam os melhores momentos dos últimos seis anos: o podium seria
os últimos 12 meses: 2007-08 (-13,5%) seguidos do mesmo período de 2004-05 (-
12,3%) e depois de 2006-07 (-8%). Cabe lembrar que o primeiro e último ainda não
foram incorporados às estatísticas sociais oficiais.
O foco dado foi nas grandes metrópoles brasileiras função da maior disponibilidade de
dados recentes (até abril de 2008). O ponto central é a revelação de que depois de anos
de crise metropolitana, o quanto a classe média brasileira está crescendo nestes lugares e
quanto isto se deve a geração de trabalho privada da população. A ênfase da análise se
dá nas seis maiores metrópoles brasileiras que revela recuperação da chamada crise de
desemprego metropolitano. A pesquisa também enfatiza o desempenho social das
grandes cidades tomadas isoladamente. Em muitos casos as análises dão ênfase ao papel
das altas transferências de renda públicas a população como expansão do Bolsa-Família
e das transferências previdenciárias contributivas ou não associadas aos reajustes do
salário mínimo. Argumentamos que pelo menos desde 2004 o aumento de renda do
trabalho rivaliza com estas transferências na explicação das melhoras de renda para o
conjunto da população (e que desde 2001 para os segmentos mais pobres da população).
Isto está bem documentado nas séries da PNAD que vão até outubro de 2006. Mas
desde o final de 2006 até agora, o aspecto inédito da presente análise empírica, é o
protagonismo da renda do trabalho em geral e da geração de empregos formais, em
particular. Isto é, desde o último retrato estatístico do Brasil pintado com as tintas da
PNAD 2006 o que se destaca agora é a geração de renda do trabalho.
45
A rigor, cabe ressaltar o descompasso existente entre a renda da PNAD e o das Contas
nacionais no período desde 2004 (Neri 2007 e 2005). No biênio 2005-06, a renda
PNAD cresceu ao ritmo chinês de 16,4%, 4,3 vezes maior que a velocidade haitiana do
PIB per capita. A PNAD não passou por nenhuma mudança metodológica, nem o INPC
utilizado na deflação deste cálculo. Os olhos puxados do crescimento da PNAD se
encontra refletido em outros indicadores do biênio 2005-06 como de vendas do
comércio 11,8%, na valorização das Bolsas de valores, o Ibovespa sobe 60%, e de
geração de trabalho 4,6 milhões de novos postos, em particular nos 2.5 milhões de
novos empregos formais. Desde 2001 o Brasil experimenta crescimento chinês para os
mais pobres (e só para eles), mas vive em 2005 e 2006 comparados a 2004, crescimento
chinês para todos os estratos sociais. Trazemos esta discussão para 2007, 2008 e depois.
Em termos mais gerais, os dados apontam continuidade da queda da miséria e a
expansão da chamada classe média observada depois do fim da recessão de 2003. O
ritmo de redução da desigualdade observado desde 2001, não dá sinais de arrefecimento
sendo comparável em magnitude absoluta a da famosa concentração de renda ocorrida
nos anos 60, época do milagre econômico brasileiro. Já o crescimento da renda média
mantém o ritmo dos anos anteriores, apesar da desaceleração observada em países
centrais, e dos EUA em particular. Em suma, o bolo continua crescendo com mais
fermento nas classes mais pobres há mais de cinco anos, combinação inédita na história
estatisticamente documentada brasileira. Muito tem se falado desta década em termos de
redução de desigualdade e de pobreza, mas tem se dado muita ênfase ao papel das
transferências de renda aos mais pobres e pouco aos avanços estruturais dos demais
segmentos da sociedade.
A pesquisa revela a emergência recente de uma nova classe média apesar dos sinais de
crise externa vindas do EUA se aproximando. De maneira geral, os novos dados da
PME permitem monitorar o desempenho social de diferentes segmentos nas seis
principais regiões metropolitanas do país. Depois de vários anos de crise, as metrópoles
brasileiras estão de volta à cena. Um aspecto regional que chama a atenção é o melhor
desempenho da região metropolitana de Belo Horizonte. Quais das metrópoles
brasileiras tiveram maior redução de miséria nos últimos seis anos? A resposta seria
Belo Horizonte (-40,8%), Rio de Janeiro (-30,7%) seguido de perto de Salvador (-
29,8%). Os movimentos de melhora das séries de indicadores sociais da Grande Belo
46
Horizonte estão relativamente dispersos ao longo do período 2002 a 2008, enquanto o
das demais metrópoles concentram-se em torno do período abril a junho de 2004. Feita
essa ressalva geográfica e temporal, a redução da distância entre média e mediana está
presente em todas as regiões, representando a redução da desigualdade que caracteriza o
período recente.
Mesmo no período já coberto pelas Pnads, os dados da PME nos fornecem detalhes
reveladores de seus determinantes por meio da análise da dinâmica mensal dos
indicadores baseados em renda. Em particular, notamos um marcado crescimento da
renda das classes mais pobres entre março e junho de 2004. Embora essa seja a época de
reajuste do salário mínimo, não houve ganho real do salário mínimo em 2004. A PME,
ao acompanhar a trajetória dos mesmos indivíduos e das respectivas famílias ao longo
do tempo, permite avaliar os detalhes de entrada e de saída de diversos segmentos da
população.
Para completar este cenário mais atual, também recorremos aos dados do Caged/MTE
(Cadastro Geral de Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho e Emprego) em
todo território nacional. Nesse contexto, as informações mais recentes são animadores,
com 309 mil empregos em apenas um mês, atingimos o recorde da série histórica agora
em junho de 2008 e 1,881 milhões de novos postos de trabalho formais nos últimos 12
meses. Em seguida, fazemos um zoom nas 6 principais Regiões Metropolitanas
brasileiras. A proporção de empregos gerados na área vem crescendo, atingindo no
primeiro semestre de 2008, 387 mil vagas, cerca de 28,5% do total, a maior proporção
da série histórica (desde 1992). Em 2003 esse percentual era de apenas 12,45%. Estes
dados evidenciam uma recuperação do protagonismo nacional das principais cidades
brasileiras a caixa de percussão dos eventos nacionais.
Um ponto questionado por alguns é que a renda da nova classe média parece baixa.
Antes de sujarmos sua mão de graxa nas engrenagens da pesquisa: depois de anos de
instabilidade e estagnação, a classe média tupiniquim está crescendo aceleradamente.
Este é o ponto fundamental. A parcela da Classe C subiu 22,8% de abril de 2004 a abril
de 2008, neste mesmo período a nossa Classe A & B subiu 33,6%. Portanto para quem
acha classe média mais rica que a nossa classe C, a conclusão que a classe média
cresceu não é afetada.
47
Partimos na pesquisa de duas perspectivas na classificação das classes. Uma primeira é
pela análise das atitudes e expectativas das pessoas. Este tipo de abordagem
desenvolvida nos anos 50 e 60 por George Katona, psicólogo behaviorista. Seguindo,
nesta linha, Thomas Friedman define classe média como aquela que tem um plano bem
definido de ascensão social para o futuro. O CPS propõe medidas nesta linha subjetiva:
o nosso Índice de Felicidade Futura (IFF) será lançado em breve. Podemos antecipar
que o índice é alto no Brasil vis a vis outros países, consistente com a emergência da
classe média do país.
A segunda forma de definir as classes econômicas E, D, C, B e A é pelo potencial de
consumo. O Critério Brasil usa acesso e número de bens duráveis (TV, rádio, lava-
roupa, geladeira e freezer, vídeo-cassete ou DVD), banheiros, empregada doméstica, e
nível de instrução do chefe de família. Este critério estima os pesos a partir de equação
minceriana de renda. Além de estarmos medindo isso, propomos conceituação
complementar para medir a evolução da nova classe média no Brasil também do ponto
de vista do produtor. Ou seja, da capacidade de manter de fato este potencial de
consumo ao longo do tempo. Desde o clássico trabalho de Robert Hall de 1977 sabemos
que o consumo corrente contém informação sobre os padrões futuros de consumo, já a
análise da composição destas despesas, separando o hedonismo da capacidade de
produção a um mesmo nível de despesas das pessoas é útil. Nos termos da fábula de La
Fontaine há que se distinguir as formigas das cigarras consumistas.
O IBGE sempre atento está realizando agora uma excelente Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF) e já anunciou acompanhamento das despesas de consumo das famílias
em bases regulares. Enquanto não chegamos lá, implementamos metodologia para
explorar os microdados do IBGE. A PME cobre 40 mil domicílios mês nas seis
principais regiões metropolitanas. Além da limitação geográfica, a pesquisa só trata de
renda do trabalho. O ponto forte para além do tamanho da amostra é a sua maior
atualidade enquanto a última POF é de 2002/03, a PNAD é de setembro de 2006,
conseguimos chegar com a PME até abril de 2008. A desigualdade de renda segue na
trajetória de queda observada desde 2001. Não há na história estatisticamente
documentada brasileira (desde 1960) nada similar. Outra vantagem impar da PME é a
medir mudanças de faixas de renda das mesmas famílias ao longo do tempo.
48
A classe C é a classe central, abaixo da A e B e acima da D e E. A nossa classe C sobe
de 42% em 2004 para 52% em 2008. Segundo o Pew Institute, 53% dos norte-
americanos se consideram classe média. O novo critério Brasil classificava para 2005
cerca de 43% dos brasileiros de classe C próximos dos 42% de 2004. A fim de
quantificar as faixas, calculamos a renda domiciliar per capita do trabalho e depois a
expressamos em termos equivalentes de renda domiciliar total de todas as fontes. A
faixa C central está compreendida entre os R$ 1064 e os R$ 4561, a preços de hoje na
grande São Paulo. Os estudos internacionais variam o limite superior mensal de classe
média de U$S 6000 (Banco Mundial) a U$S 300 (Barnajee & Duflo do MIT) passando
por U$S 500 (Goldman Sachs). O nosso está dentro dos limites deles que variam muito
entre si. A nossa classe C está compreendida entre os imediatamente acima dos 50%
mais pobres e os 10% mais ricos na virada do século. Heuristicamente, os limites da
classe C seriam as fronteiras para o lado indiano e para o lado belga da nossa Belíndia.
Não tenho nada contra aqueles que olham para a classe C aqui calculada e a enxergam
como classe média baixa e para a nossa classe B e a enxergam como Classe média alta.
Não somos os EUA, mas este também é um país livre. O mais importante é ter um
critério consistente definido, mas os nomes (label) de classe média podem ser
compartilhados com outros estratos. A nossa classe C aufere em média a renda média da
sociedade, ou seja, é classe média no sentido estatístico. Dada desigualdade, a renda
média é alta em relação a nossa mediana. Em relação ao resto do mundo: 80% das
pessoas no mundo vivem em países com níveis de renda per capita menores que o
brasileiro. Agora para aqueles que acham a renda da classe C seja baixa, acordem, pois
ela é a imagem mais próxima da sociedade brasileira. A elite que se julga classe média
procure as palavras Made in USA atrás de seu espelho.
49
9 Bibliografia
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53
ANEXO 1: RETRATO DA NOVA CLASSE MÉDIA (Classe C) Apresentamos nessa seção a evolução da classe média brasileira de acordo com
diferentes características sócio-econômicas desde 2002.
Sexo A proporção de indivíduos de classe média difere pouco entre os sexos (53,4% nos
homens contra 50% das mulheres). Isso ocorre pelo fato de utilizarmos o conceito de
renda a domiciliar per capita, que assume a perfeita socialização da renda no interior
dos domicílios em sua grande maioria co-habitado por pessoas dos dois gêneros. Tudo
passa como se toda a renda convergisse para um pote comum e daí fosse repartido
igualmente por todos os membros dos domicílios. Olhando para a variação acumulada
nos dois grupos, encontramos maior crescimento relativo da classe média no grupo de
homens (18,89% contra 17,53% das mulheres). Essas informações são consistentes com
os movimentos observados quando analisamos para classe E. Ou seja, os homens são
aqueles que apresentam as menores taxas (16,81% contra 20,96%) e a maior queda
(38,07% contra 30,55%).
Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Classe C (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Sexo Homem 18,89 44,88 44,36 46,18 49,76 51,57 51,74 53,36 Mulher 17,53 42,51 41,75 43,51 46,63 48,45 48,51 49,96
Classe E (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Sexo Homem -38,07 27,14 28,43 25,71 22,50 20,76 18,68 16,81 Mulher -30,55 30,18 31,73 29,30 26,26 24,60 22,52 20,96
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Idade Em geral, encontramos maior proporção de indivíduos na classe média nos grupos de 20
a 29 anos de idade (55,75% entre 20 e 24 seguido por 55% entre 25 e 29 anos), que
também são aqueles com menores participações na classe E (17% e 15,15%). Sendo que
o último (15 a 29 anos) foi o que apresentou as maiores variações relativas do período
(aumento de 21,72% no tamanho da classe média e queda 42,14% na classe E).
54
Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Classe C ((%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Idade 15 a 19 20,01 40,42 38,56 40,24 43,41 46,40 47,01 48,51 20 a 24 19,33 46,72 45,92 47,93 51,68 53,84 54,93 55,75 25 a 29 21,72 45,19 44,83 46,72 49,90 52,03 52,57 55,01 30 a 35 17,17 43,53 42,16 43,93 47,80 49,23 48,81 51,00 36 a 39 16,26 43,85 42,29 43,81 47,56 49,52 49,53 50,99 40 a 44 18,82 44,31 43,68 45,58 48,88 50,98 51,11 52,65 45 a 49 14,90 45,08 45,79 47,62 49,69 50,88 50,96 51,79 50 a 54 16,35 42,65 43,32 45,11 48,64 49,78 48,80 49,62 55 a 59 20,33 37,95 38,96 40,48 43,49 44,07 43,49 45,67
Classe E (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Idade 15 a 19 -28,02 34,83 37,12 34,46 31,63 29,13 26,42 25,07 20 a 24 -37,02 27,01 28,68 26,20 23,16 20,76 18,38 17,01 25 a 29 -42,14 26,19 27,93 25,42 21,94 19,67 17,70 15,15 30 a 35 -37,20 27,44 28,78 26,61 23,42 21,74 19,57 17,23 36 a 39 -29,72 26,88 29,10 26,82 23,32 21,83 20,02 18,89 40 a 44 -35,81 27,06 28,65 25,30 22,32 20,94 18,98 17,37 45 a 49 -31,90 25,56 26,57 23,97 21,71 20,76 18,76 17,41 50 a 54 -34,32 29,92 29,73 27,37 24,05 22,85 21,33 19,65 55 a 59 -28,64 36,90 36,88 33,95 30,35 29,85 27,96 26,33
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Educação Como sempre, o mais relevante determinante da desigualdade e da renda no país é a
educação. A tabela indica que a proporção de indivíduos na classe média aumenta
monotonicamente com os anos de escolaridade (à exceção daqueles com 11 anos ou
mais). A boa notícia é que em geral, a distância entre os extremos diminuiu nos últimos
anos. Conforme podemos ver na tabela abaixo, os grupos com educação mais baixa
foram os que apresentaram as maiores variações acumuladas (32,44% para os sem
instrução, seguido por 22,48% daqueles com 1 a 3 anos de estudo). Só no grupo sem
instrução, a relação indivíduo (classe E / Classe C) que era de 1,8 em 2002, passa a 1,05
em 2008.
55
Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Classe C (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Educação (anos de estudo) Sem instrução e menos de 1 ano 32,44 28,63 27,98 28,68 31,18 33,74 35,04 37,92 De 1 a 3 anos de estudo 22,48 35,88 32,87 34,41 38,07 40,57 41,32 43,95 De 4 a 7 anos de estudo 19,97 41,11 38,74 40,61 43,86 46,51 47,62 49,32 De 8 a 10 anos de estudo 16,10 48,22 46,54 47,67 51,37 53,75 53,80 55,98 11 ou mais anos de estudo 14,51 45,46 46,68 48,43 51,30 52,02 51,22 52,06
Classe E (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Educação (anos de estudo) Sem instrução e menos de 1 ano -23,08 52,12 52,07 51,01 48,74 46,27 43,36 40,09 De 1 a 3 anos de estudo -25,81 43,77 46,48 44,50 40,82 39,27 35,67 32,47 De 4 a 7 anos de estudo -25,23 37,40 39,32 37,00 34,60 32,36 29,61 27,97 De 8 a 10 anos de estudo -26,86 28,02 30,23 28,36 25,58 23,93 21,94 20,49 11 ou mais anos de estudo -34,06 18,24 19,67 17,37 14,49 13,79 13,06 12,03
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Posição na Ocupação Em relação ao status da ocupação, os desocupados e inativos apresentam a menor
proporção de indivíduos na classe média (37,6% e 38,11%). No outro extremo, os
trabalhadores com carteira, que em 64,25% dos casos estão na classe média. Em termos
de crescimento, destacamos os conta-própria e empregados sem carteira (aumentos de
18,77% e 17,12%), enquanto os militares apresentaram queda (2,41%). Em relação à
classe E, os empregados com carteira apresentaram a maior quedas do período.
Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Classe C (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Posição na ocupação Empregados - com carteira 13,69 56,51 56,66 58,48 62,20 63,48 63,23 64,25 Empregados - sem carteira 17,12 49,24 48,09 51,03 53,57 56,18 55,99 57,66 Empregados - militar -2,41 50,78 50,89 52,71 53,99 52,38 49,97 49,55 Conta própria 18,77 47,04 46,45 47,97 51,20 53,63 53,88 55,87 Empregador 8,58 35,85 38,61 40,67 41,55 41,32 39,37 38,93 Trabalhadores não remunerados 10,86 49,91 47,71 49,18 57,00 52,84 52,19 55,33 Desocupado 31,98 28,49 27,20 28,66 30,55 33,32 34,33 37,60 Inativo 14,72 33,21 31,63 32,51 35,45 36,93 36,79 38,11
56
Classe E (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Posição na ocupação Empregados - com carteira -55,11 12,48 13,54 11,05 8,64 7,39 6,42 5,60 Empregados - sem carteira -42,65 21,95 23,65 20,49 17,54 15,58 13,85 12,59 Empregados - militar -54,68 9,63 11,73 9,38 6,06 5,50 5,25 4,36 Conta própria -42,51 23,12 26,00 23,43 19,67 17,75 15,24 13,29 Empregador -50,22 10,78 13,92 10,05 5,77 5,71 6,94 5,37 Trabalhadores não remunerados -30,92 21,40 29,45 25,44 18,16 20,68 17,96 14,78 Desocupado -22,78 51,78 52,80 50,31 49,03 46,15 42,87 39,99 Inativo -17,88 44,40 46,10 44,43 41,82 40,50 38,21 36,46
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Cor ou Raça À exceção dos amarelos que em geral possuem as maiores rendas, e estão mais
presentes nas classes mais altas de renda, observamos aproximação na taxa de
incidência de indivíduos de classe média entre os diferentes grupos de cor ou raça ao
longo dos anos. Isso se deve principalmente ao fato das maiores de negros e pardos
apresentarem as maiores variações do período (29,61% e 26,96% de aumentos da classe
média), acompanhado também das maiores quedas na classe E (38,84% e 36,26%),
Como resultado dessa combinação, a relação classe E por indivíduo de classe média que
era 1,07 para os negros no início da série chega a 0,54 em 2008.
Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Classe C (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Cor ou raça Branca 11,79 45,89 46,07 47,69 50,23 51,15 50,26 51,31 Preta 29,61 39,24 38,80 39,80 44,38 46,81 47,14 50,87 Amarela -1,98 35,92 35,05 38,97 40,03 36,42 35,31 35,21 Parda 26,96 41,31 39,14 41,56 46,03 49,08 50,74 52,44 Indígena 6,84 49,05 47,36 44,70 48,31 48,57 49,17 52,41
Classe E (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Cor ou raça Branca -32,14 22,99 24,16 21,60 18,96 18,22 16,90 15,60 Preta -38,84 38,55 39,33 36,65 32,72 30,21 27,74 23,58 Amarela -17,85 18,47 22,98 14,56 11,88 13,77 15,34 15,17 Parda -35,26 35,50 37,91 34,99 30,95 28,12 24,75 22,98 Indígena -24,57 29,88 28,92 30,81 27,37 29,25 29,65 22,54
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
57
Posição na Família Com relação à posição na ocupação, os agregados apresentam menores proporções de
classe média (45,51% contra 53,22% de cônjuges). Em termos de evolução, o maior
crescimento foi apresentado pelo grupo de outros parentes (21,56%).
Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Classe C (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Posição na família Principal Responsável 17,63 42,45 41,97 43,60 46,89 48,40 48,31 49,94 Cônjuge 17,46 45,30 44,31 46,44 49,88 51,36 51,37 53,22 Filho 19,24 43,80 43,35 44,99 48,41 50,76 51,15 52,23 Outro Parente 21,56 42,74 41,29 43,78 46,25 49,08 49,70 51,95 Agregado 1,21 44,96 44,54 43,81 48,94 52,16 48,53 45,51
Classe E (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Posição na família Principal Responsável -32,64 29,26 30,58 28,05 25,12 23,58 21,47 19,71 Cônjuge -38,00 25,71 27,45 24,40 21,40 20,04 17,72 15,94 Filho -33,59 30,07 31,17 28,96 25,55 23,43 21,43 19,97 Outro Parente -29,80 33,19 36,12 33,20 29,66 27,27 25,76 23,30 Agregado -30,55 29,74 26,91 23,08 20,64 19,30 20,20 20,66
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Tamanho do Domicílio Quanto maior o tamanho da família, menor a chance de encontramos indivíduos na
classe média. De acordo com a tabela abaixo, a taxa de incidência da classe média varia
de 24,89% para aqueles com mais de 6 pessoas no domicílio para 52,26% para aqueles
com até 2 pessoas, caminhando em sentido contrário a classe E.
Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Classe C (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Número de pessoas no domicílio De 1 a 2 14,63 45,60 45,87 47,39 50,51 51,68 50,96 52,26 De 3 a 4 20,95 42,71 41,16 43,19 46,64 49,05 50,01 51,66 De 5 a 6 23,16 37,36 34,27 35,66 38,93 41,87 43,39 46,01 Mais de 6 20,44 20,66 17,47 18,65 19,63 23,09 24,36 24,89
58
Classe E (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Número de pessoas no domicílio De 1 a 2 -31,77 25,25 26,26 23,81 21,06 20,03 18,52 17,23 De 3 a 4 -34,85 30,84 32,82 30,21 26,86 24,63 22,12 20,09 De 5 a 6 -28,53 38,28 41,03 39,00 35,99 32,97 29,69 27,36 Mais de 6 -16,63 58,85 62,98 62,72 60,58 56,50 52,79 49,06
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
Formalidade A proporção de pessoas na classe média é maior no grupo de contribuintes
previdenciários para todos os anos analisados, porém a distância entre as taxas vem
diminuindo, com aumento de 20,19% para os informais. Nesse mesmo grupo, a relação
Classe E/Classe C cai à metade em 6 anos (0,53 para 0,26).
Grupos de Renda – Trabalho (6 Regiões Metropolitanas brasileiras)
Classe C (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Contribui para a previdência Sim 12,31 53,52 53,72 55,58 58,78 59,88 59,36 60,11 Não 20,19 47,71 46,44 48,78 52,11 54,83 55,12 57,34
Classe E (%)
Período
2008* / 2002 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Contribui para a previdência Sim -54,55 12,37 13,54 10,97 8,41 7,21 6,46 5,62 Não -39,17 25,23 27,73 24,80 21,36 19,46 17,18 15,35
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE
59
ANEXO 2: AVALIAÇÃO REGIONAL
Observamos que as tendências gerais de queda na classe E e aumento da classe média
estão presentes em todas as metrópoles brasileiras. De forma geral, a Região
Metropolitana de São Paulo possui os melhores índices em todos os anos, com as mais
baixas taxas indivíduos na classe E, acompanhadas das mais altas proporções de
indivíduos na classe média. Enquanto isso, a Região Metropolitana de Belo Horizonte
apresenta o melhor desempenho relativo, angariando novas posições nos rankings de
(menor) classe E e classe média. A seguir detalhamos a evolução desses dois grupos em
cada uma das 6 Regiões Metropolitanas.
A. Classe Média entre as Regiões Metropolitanas
Com quedas nas taxas da de indivíduos na classe E em todas as metrópoles brasileiras, o
passo agora é analisar, como isso refletiu em outro grupo populacional. Para isso,
vamos analisar o crescimento da classe média em cada uma das metrópoles, que
atingem os maiores níveis de toda a série agora em 2008.
TABELA 1 - Proporção da Classe C (%)
TOTAL 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008* Total 47,01 43,64 42,99 44,77 48,11 49,93 50,04 51,57 Região metropolitana Recife 30,35 27,94 24,69 25,60 31,10 34,00 35,62 36,67 Salvador 35,16 31,69 29,24 31,58 35,65 38,60 40,75 41,28 Belo Horizonte 46,98 40,71 41,00 44,91 47,20 51,09 52,53 53,90 Rio de Janeiro 47,92 43,15 45,44 46,22 48,96 50,76 50,37 52,42 São Paulo 51,00 48,70 47,20 48,96 52,48 53,45 53,17 54,68 Porto Alegre 50,60 48,77 46,50 49,20 52,08 53,30 52,03 53,67
TABELA 2 - Variação (em %) na proporção da Classe C
Variação Anual
2008*/ 2002
2007/ 2002 2003/02 2004/03 2005/04 2006/05 2007/06 2008*/07
Total 18,17 14,67 -1,49 4,16 7,44 3,78 0,22 3,05 Região metropolitana Recife 31,25 27,48 -11,63 3,68 21,48 9,31 4,77 2,96 Salvador 30,28 28,58 -7,73 8,00 12,88 8,30 5,55 1,32 Belo Horizonte 32,39 29,03 0,71 9,52 5,11 8,24 2,82 2,60 Rio de Janeiro 21,48 16,72 5,29 1,72 5,93 3,67 -0,77 4,08 São Paulo 12,26 9,17 -3,08 3,72 7,19 1,86 -0,53 2,83 Porto Alegre 10,05 6,69 -4,66 5,82 5,85 2,34 -2,39 3,15
* até abril Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
60
Região Metropolitana de São Paulo: A Região Metropolitana de São Paulo mantém as maiores proporções de indivíduos de classe média, desde 2006. O grupo que atinge, nos primeiros meses de 2008, 54,68% da população, acumulou crescimento de 12,26% no período, sendo 7,19% em apenas um ano (2004 a 2005).
Região Metropolitana de Belo Horizonte: a Grande Belo Horizonte ocupa o segundo lugar em tamanho da classe média. Com crescimento acumulado de 32,39%, apresenta em 2008, 53,9% da população na classe média, o suficiente para ultrapassar Rio de Janeiro e Porto Alegre. Destacamos os anos 2004 e 2006, onde as variações foram mais pronunciadas, com aumentos de 9,52% e 8,24%, respectivamente.
Região Metropolitana de Porto Alegre: terceiro lugar no ranking, com 53,67% no último período, foi a que experimentou menor crescimento da classe média (10% acumulado, sendo 5,8% em dois anos consecutivos 2004 e 2005).
Região Metropolitana do Rio de Janeiro: na Grande Rio, a classe média ocupa hoje 52,42% da população, patamar superior ao de 2002 em 21,48%. O maior crescimento deu-se entre 2004 e 2005, 5,93%.
Região Metropolitana de Salvador: com o maior crescimento acumulado (30,28%), a Região Metropolitana de Salvador, atinge em 2008 41,28% da sua população na classe média. Apesar do bom desempenho, principalmente em 2005 quando cresceu 13%, ainda é a segunda menor no ranking geral. Com proporção de 41,28% em 2008, é superior apenas a Recife.
Região Metropolitana de Recife: a semelhança de Salvador, a Região de Recife também apresentou bom desempenho em termos de evolução. Acumulou no período crescimento o segundo maior crescimento de 31,25%, sendo 21,48% só em 2005. Apesar disso, ainda é lanterna das 6 metrópoles (36,67% da população na classe média em 2008).
61
B. Classe E nas Regiões Metropolitanas
Apresentamos a seguir a evolução da classe E nas principais metrópoles brasileiras.
Como podemos observar, quando consideramos o período dos últimos seis anos, todas
as metrópoles apresentam queda acumulada na taxa.
TABELA 3 – Classe E (%)
TOTAL 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008* Total 25,20 28,74 30,17 27,60 24,49 22,78 20,70 19,00 Região metropolitana Recife 44,06 46,64 52,26 51,89 42,99 39,15 35,91 34,64 Salvador 33,88 38,19 41,97 39,05 32,59 29,99 26,27 25,12 Belo Horizonte 26,48 33,32 33,56 28,51 26,03 22,37 20,09 18,64 Rio de Janeiro 25,73 31,22 29,38 27,16 25,10 23,59 21,29 19,74 São Paulo 19,93 21,90 24,00 21,70 19,30 18,38 16,83 14,78 Porto Alegre 22,91 24,49 27,81 24,25 21,97 21,25 19,93 18,36
TABELA 4 - Variação (em %) da Classe E
Variação Anual
2008*/ 2002
2007/ 2002 2003/02 2004/03 2005/04 2006/05 2007/06 2008*/07
Total -33,89 -27,97 4,97 -8,51 -11,28 -6,95 -9,13 -8,22 Região metropolitana Recife -25,73 -23,01 12,05 -0,71 -17,14 -8,93 -8,29 -3,53 Salvador -34,24 -31,22 9,89 -6,95 -16,55 -7,96 -12,42 -4,39 Belo Horizonte -44,06 -39,70 0,71 -15,05 -8,68 -14,07 -10,19 -7,22 Rio de Janeiro -36,75 -31,80 -5,87 -7,56 -7,58 -6,02 -9,77 -7,26 São Paulo -32,54 -23,15 9,59 -9,60 -11,07 -4,73 -8,44 -12,21 Porto Alegre -25,03 -18,64 13,54 -12,80 -9,38 -3,30 -6,22 -7,86
* até abril Fonte: CPS/IBRE/FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.
Região Metropolitana de São Paulo: mantém os menores níveis durante todo o período. Em 2008, a classe E atinge 14,78% da população, queda de 12,21% em relação ao ano anterior, e de 32,54% no acumulado de seis anos.
Região Metropolitana de Porto Alegre: foi a que apresentou menor variação (com queda de 25% no período), mas ainda é a vice-líder no ranking das seis metrópoles (18,36% em 2008).
Região Metropolitana de Belo Horizonte: experimentando o melhor desempenho relativo do período, a proporção cai 39,7% entre 2002 e 2008 (passa de 33,32% para 20,09%). Os anos 2004 e 2006 se destacam na série, com redução anual de 15,05% e 14,07%, respectivamente. Apesar do pequeno crescimento em 2003, que também foi
62
sentido por outras quatro regiões, a tendência positiva vem se repetindo na região ao longo dos anos, permitindo ultrapassar a Região do Rio de Janeiro.
Região Metropolitana do Rio de Janeiro: única a apresentar queda em todos os anos analisados, obteve o segundo melhor desempenho acumulado (variação de -36,75% na classe E). Apesar disso, a região perde a terceira posição no ranking, totalizando em 2008, 19,74% de sua população na classe E.
Região Metropolitana de Salvador: com 25,12% nos primeiros meses de 2008, acumulou queda de 34,24% em seis anos, sendo quase metade (16,55%) em 2005.
Região Metropolitana de Recife: ainda é a região com nível mais alto de pessoas na classe E (34,64% nos primeiros meses do ano). Com queda acumulada de 25,73%, o melhor desempenho relativo deu-se entre 2004 e 2005, quando a taxa caiu 17,14%. Apesar disso, a região ainda se recupera das fortes quedas de renda sofridas em 2003 e 2004 (o que resultou crescimento de 12,05% na classe E).
63
ANEXO 3: Banco de Dados
A pesquisa dispõe de sistemas de provisão de informação interativos e amigáveis
voltados aos cidadãos comuns, com produtos em linguagem acessível tais como
panoramas geradores de tabulações ao gosto do usuário e simuladores de probabilidades
desenvolvidos a partir de modelos estatísticos estimados. O sítio da pesquisa permite
aos cidadãos (vide próxima páginas) traçar o panorama da extensão e evolução dos
diferentes indicadores sociais baseados em renda. Senão vejamos:
Panorama da Nova Classe Média
Disponibilizamos no site da pesquisa um panorama completo da classe média brasileira.
Além do número de pessoas, é possível obter também a proporção do grupo na
população total, assim como detalhar a média de renda per capita e o total domiciliar.
As mesmas informações estão disponíveis para o grupo de classe E.
Conteúdo do Panorama:
Período de analise:
Anuais: você pode escolher analisar a evolução através das médias anuais
(lembrando que em 2002 os dados estão disponíveis a partir de março e em 2008 até
abril);
Janeiro a Abril: são médias dos primeiros quatro meses de cada ano.
Grupo populacional:
Escolha entre população total, classe C ou classe E aquele grupo que você quer
analisar.
Análise:
Além da Amostra e População (número de pessoas), você também pode
escolher:
Taxa: proporção de indivíduos do respectivo grupo (classe C ou classe E) na
população total.
64
Vertical: permite obter um perfil desse grupo escolhido por diferentes
características sócio-econômicas.
Média: permite avaliar a evolução da renda dos diferentes grupos. Ao selecionar
essa opção, um novo menu irá aparecer, para que você indique o tipo de conceito de
renda (domiciliar, individual ou per capita).
Panorama da Nova Classe Média
Panorama de Mobilidade
Disponibilizamos no site da pesquisa um Panorama de Mobilidade Social que permite
obter a proporção de indivíduos que entram e saem da classe E/classe média, por
diferentes características sócio-econômicas.
65
Análise Multivariada
A análise multivariada visa proporcionar um experimento melhor controlado que a
análise bivariada. Seu objetivo é captar o padrão de correlações parciais entre as
variáveis de interesse e as variáveis explicativas. No primeiro exercício, captamos as
correlações entre diferentes características populacionais e o acesso aos grupos de
renda. E, em seguida aplicamos a mesma metodologia para captar movimentos de
entrada e saída dos grupos.
Simulador de Mobilidade Social
Ferramenta que permite simular as probabilidades de pertencer a cada um dos grupos de renda,
através da combinação de suas características. Com ele é possível obter também as
probabilidades de entrada e saída da classe E / classe C. Basta selecionar as informações de
acordo com seus atributos ou aqueles que deseja analisar. Depois de preencher o formulário,
clique em Simular.
Passos para a utilização do Simulador: 1- Selecione em as características de acordo com os atributos do “indivíduo” que deseja
analisar. Depois de preencher o formulário, clique em Simular 2- Os gráficos apresentados mostram as probabilidades de pertencer a cada grupos da
população e de mobilidade social. Uma das barras representa o Cenário Atual, com o resultado segundo as características selecionadas; a outra Cenário Anterior apresenta a simulação anterior.
66
Modelos Estatísticos Estimados: Logísticos MultinomiaisLogits multinomiais
Neste apêndice apresentamos o modelo logit multinomial que estimamos por máxima verossimilhança8. O modelo é definido como:
3 ,2,13,2,1,)exp(1
)exp()|(Pr
1
==
∑+==
=
jkx
xxjponto
hk
J
h
jkk
β
β
(2) em que, "ponto" é a variável identificadora de estratos sociais. São dois os tipos de regressões utilizadas9: O vetor jβ é o conjunto de parâmetros para 0=j (Pertence a Classe Média) e 1=j
(rendimento igual ao piso). Como as probabilidades devem somar um, devemos ter:
3,2,,1,)exp(1
1)|2(
1
=
∑+
==
=
kx
xpontoP
hk
J
h
k
β
Deve-se ressaltar que a interpretação da magnitude dos parâmetros estimados deste modelo não é direta10. Além disso, através da razão das probabilidades em relação à base temos:
1,0,2,1),exp()|2(
)|( =====
jkxxpontoP
xjpontoPjk
k
k β
ou ainda:
[ ] jkkk xxpontoPxjpontoP β=== )|2(/)|(log
Ou seja, temos uma interpretação mais direta de uma variação de uma unidade em x, que mostra o quanto varia o log da razão das probabilidades (log-odds), através do parâmetro estimado. Assim, é suficiente, na nossa análise, saber o sinal de jβ , na
análise das regressões.
Além disso, x é o vetor dos controles igual a ( tratamentok , ano , ktratamentoano∗ ,
características dos indivíduos); e � o vetor dos parâmetros.
8 O método de maximização da função de verossimilhança utilizado é o do Newton-Raphson.
9 Para a regressão envolvendo a variável dependente ponto1 , foram rodadas regressões separadamente para cada grupo ocupacional (grupo de tratamento) do
RJ (p1rj, p2rj, p3rj) e do RS (p1rs, p2rs, p3rs, p4rs), comparando como controle as ocupações não definidas na lei.
10Simplificando a notação da probabilidade de resposta como:
)|2(),(
)|(),(
0 xpontoPxp
xjpontoPxp
kkk
kkjk
==
==
ββ
O efeito marginal decorrente de uma mudança em uma variável controle contínua é :
( )( ) 2,1 para,
)exp(1
)exp(1),(
),(
1
1 =
∑+∑+−=
∂∂
=
= kx
xxp
x
xp
hkJh
hkhlkJh
jlkkjl
kj
βββββ
β
67
I) Probabilidade de Estar em Classes (ou Estratos) Sociais
– Base (Classe E)
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
Classe A ou B Intercept -6.5238 0.2336 779.6691 <.0001 .
SEXO Homem 0.6822 0.0319 456.6774 <.0001 1.9783
COR Amarela 1.6670 0.1442 133.5769 <.0001 5.2961
COR Branca 1.4112 0.0661 456.0550 <.0001 4.1008
COR Indígena 0.0404 0.7413 0.0030 0.9566 1.0412
COR Parda 0.0271 0.0706 0.1478 0.7006 1.0275
fxage 15 a 19 -0.3849 0.0789 23.8273 <.0001 0.6805
fxage 20 a 24 -0.5800 0.0717 65.3576 <.0001 0.5599
fxage 25 a 29 -0.3032 0.0677 20.0362 <.0001 0.7385
fxage 30 a 35 -0.2391 0.0650 13.5208 0.0002 0.7874
fxage 36 a 39 -0.3057 0.0713 18.3925 <.0001 0.7366
fxage 40 a 44 0.0264 0.0667 0.1571 0.6919 1.0268
fxage 45 a 49 0.3506 0.0673 27.1312 <.0001 1.4199
fxage 50 a 54 0.2865 0.0684 17.5676 <.0001 1.3318
anoest 11 ou mais anos 3.6702 0.1639 501.2025 <.0001 39.2604
anoest Anos de estudo n 0.1249 0.7820 0.0255 0.8731 1.1330
anoest De 1 a 3 anos de -0.2135 0.2088 1.0464 0.3063 0.8077
anoest De 4 a 7 anos de 0.5091 0.1699 8.9823 0.0027 1.6638
anoest De 8 a 10 anos d 1.8358 0.1670 120.8165 <.0001 6.2704
CONFAM Agregado 0.9877 0.2956 11.1617 0.0008 2.6849
CONFAM Cônjuge 0.6985 0.0403 300.0847 <.0001 2.0107
CONFAM Filho 0.1496 0.0454 10.8802 0.0010 1.1614
CONFAM Outro Parente -0.2280 0.0847 7.2412 0.0071 0.7961
NPES 1 Morador 2.9893 0.1404 453.0755 <.0001 19.8709
NPES 2 Moradores 2.2959 0.1382 275.9951 <.0001 9.9335
NPES 3 Moradores 1.6377 0.1412 134.5386 <.0001 5.1436
REG Recife -1.3906 0.0923 227.1840 <.0001 0.2489
REG Salvador -0.2162 0.0787 7.5491 0.0060 0.8056
REG Belo Horizonte 0.2517 0.0681 13.6604 0.0002 1.2862
REG Rio de Janeiro -0.1368 0.0572 5.7234 0.0167 0.8721
REG São Paulo 0.4516 0.0536 70.8615 <.0001 1.5708
ANO 2003 -0.6273 0.0503 155.6717 <.0001 0.5340
ANO 2004 -0.8833 0.0496 316.6122 <.0001 0.4134
ANO 2005 -0.5676 0.0480 140.0456 <.0001 0.5669
ANO 2006 -0.4815 0.0478 101.4135 <.0001 0.6179
ANO 2007 -0.2421 0.0472 26.2899 <.0001 0.7850
68
Classe C Intercept -1.3926 0.0854 266.0973 <.0001 .
SEXO Homem 0.4522 0.0208 472.6205 <.0001 1.5718
COR Amarela -0.3371 0.1296 6.7654 0.0093 0.7138
COR Branca 0.2297 0.0324 50.1747 <.0001 1.2582
COR Indígena 0.4194 0.2859 2.1528 0.1423 1.5211
COR Parda -0.00558 0.0323 0.0299 0.8627 0.9944
fxage 15 a 19 -0.0742 0.0496 2.2361 0.1348 0.9285
fxage 20 a 24 0.1027 0.0471 4.7587 0.0292 1.1082
fxage 25 a 29 0.2254 0.0454 24.6733 <.0001 1.2528
fxage 30 a 35 0.0919 0.0430 4.5716 0.0325 1.0963
fxage 36 a 39 0.1271 0.0462 7.5807 0.0059 1.1355
fxage 40 a 44 0.2305 0.0441 27.2697 <.0001 1.2592
fxage 45 a 49 0.3612 0.0452 63.8173 <.0001 1.4350
fxage 50 a 54 0.2011 0.0457 19.4061 <.0001 1.2228
anoest 11 ou mais anos 1.6028 0.0544 869.1895 <.0001 4.9669
anoest Anos de estudo n 0.4064 0.2194 3.4322 0.0639 1.5014
anoest De 1 a 3 anos de 0.3927 0.0621 40.0399 <.0001 1.4810
anoest De 4 a 7 anos de 0.6900 0.0540 163.4437 <.0001 1.9937
anoest De 8 a 10 anos d 1.1805 0.0553 455.9569 <.0001 3.2560
CONFAM Agregado 0.5939 0.2196 7.3164 0.0068 1.8111
CONFAM Cônjuge 0.4703 0.0267 310.6814 <.0001 1.6004
CONFAM Filho 0.1106 0.0306 13.0621 0.0003 1.1170
CONFAM Outro Parente 0.0489 0.0485 1.0149 0.3137 1.0501
NPES 1 Morador 0.7923 0.0443 320.1382 <.0001 2.2085
NPES 2 Moradores 0.8848 0.0393 506.9717 <.0001 2.4225
NPES 3 Moradores 0.6237 0.0412 228.6499 <.0001 1.8657
REG Recife -1.0869 0.0501 470.0022 <.0001 0.3373
REG Salvador -0.5646 0.0487 134.3251 <.0001 0.5686
REG Belo Horizonte -0.0228 0.0449 0.2568 0.6123 0.9775
REG Rio de Janeiro -0.0459 0.0389 1.3938 0.2378 0.9551
REG São Paulo 0.1564 0.0372 17.6551 <.0001 1.1693
ANO 2003 -0.5227 0.0338 239.3131 <.0001 0.5929
ANO 2004 -0.7797 0.0331 553.9593 <.0001 0.4585
ANO 2005 -0.4379 0.0328 178.0187 <.0001 0.6454
ANO 2006 -0.3407 0.0331 106.0295 <.0001 0.7113
ANO 2007 -0.1574 0.0333 22.3963 <.0001 0.8544
69
Classe D Intercept -1.1023 0.1033 113.8097 <.0001 .
SEXO Homem 0.2241 0.0265 71.7247 <.0001 1.2512
COR Amarela -1.2238 0.2581 22.4744 <.0001 0.2941
COR Branca -0.0192 0.0405 0.2261 0.6344 0.9809
COR Indígena 0.1164 0.3612 0.1039 0.7472 1.1235
COR Parda 0.00283 0.0393 0.0052 0.9425 1.0028
fxage 15 a 19 0.4296 0.0655 42.9797 <.0001 1.5367
fxage 20 a 24 0.6132 0.0624 96.4759 <.0001 1.8464
fxage 25 a 29 0.5300 0.0609 75.7098 <.0001 1.6989
fxage 30 a 35 0.4956 0.0575 74.3061 <.0001 1.6415
fxage 36 a 39 0.3227 0.0621 26.9741 <.0001 1.3809
fxage 40 a 44 0.3465 0.0598 33.6003 <.0001 1.4141
fxage 45 a 49 0.3360 0.0618 29.5260 <.0001 1.3993
fxage 50 a 54 0.1481 0.0634 5.4608 0.0194 1.1596
anoest 11 ou mais anos 0.3905 0.0644 36.7288 <.0001 1.4777
anoest Anos de estudo n -0.1248 0.2796 0.1992 0.6554 0.8827
anoest De 1 a 3 anos de 0.3319 0.0721 21.1624 <.0001 1.3936
anoest De 4 a 7 anos de 0.3751 0.0630 35.5050 <.0001 1.4552
anoest De 8 a 10 anos d 0.5177 0.0649 63.6556 <.0001 1.6782
CONFAM Agregado 0.3041 0.2682 1.2860 0.2568 1.3555
CONFAM Cônjuge 0.2310 0.0339 46.5183 <.0001 1.2598
CONFAM Filho -0.1514 0.0392 14.9581 0.0001 0.8595
CONFAM Outro Parente -0.0852 0.0605 1.9864 0.1587 0.9183
NPES 1 Morador -0.6166 0.0544 128.3089 <.0001 0.5398
NPES 2 Moradores 0.1255 0.0424 8.7684 0.0031 1.1337
NPES 3 Moradores 0.0856 0.0447 3.6579 0.0558 1.0893
REG Recife -0.2742 0.0607 20.3752 <.0001 0.7602
REG Salvador 0.0214 0.0602 0.1263 0.7223 1.0216
REG Belo Horizonte -0.1582 0.0594 7.0945 0.0077 0.8537
REG Rio de Janeiro 0.0538 0.0509 1.1167 0.2906 1.0553
REG São Paulo 0.0443 0.0490 0.8160 0.3663 1.0453
ANO 2003 -0.4655 0.0429 117.9358 <.0001 0.6279
ANO 2004 -0.4859 0.0413 138.4398 <.0001 0.6151
ANO 2005 -0.4122 0.0418 97.4091 <.0001 0.6622
ANO 2006 -0.3618 0.0423 73.3239 <.0001 0.6964
ANO 2007 -0.1372 0.0418 10.8006 0.0010 0.8718
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME
70
b) com dummy interativa (ano*região)
Apresentamos baixo estimativas similares as anteriores, mas incluindo variáveis
dummies interativas que permitem captar a diferença da diferença entre regiões
metropolitanas ao longo do tempo. A base é Porto Alegre e 2008.
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica
de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
CLASSE A & B
Intercept -6.6631 0.2538 689.2008 <.0001 .
REG Recife -1.2068 0.1975 37.3217 <.0001 0.2991
REG Salvador -0.5404 0.1969 7.5286 0.0061 0.5825
REG Belo Horizonte 0.3765 0.1590 5.6104 0.0179 1.4572
REG Rio de Janeiro 0.0246 0.1312 0.0352 0.8511 1.0249
REG São Paulo 0.6606 0.1258 27.5814 <.0001 1.9360
ANO 2003 -0.5780 0.1708 11.4492 0.0007 0.5610
ANO 2004 -0.5109 0.1663 9.4397 0.0021 0.5999
ANO 2005 -0.3637 0.1717 4.4863 0.0342 0.6951
ANO 2006 -0.3584 0.1644 4.7510 0.0293 0.6988
ANO 2007 -0.1524 0.1616 0.8900 0.3455 0.8586
REG*ANO Recife 0.1311 0.3000 0.1909 0.6622 1.1400
REG*ANO Recife -0.5692 0.3256 3.0548 0.0805 0.5660
REG*ANO Recife -0.0673 0.2964 0.0516 0.8203 0.9349
REG*ANO Recife -0.5665 0.3247 3.0441 0.0810 0.5675
REG*ANO Recife -0.0124 0.2879 0.0018 0.9657 0.9877
REG*ANO Salvador 0.4179 0.2806 2.2183 0.1364 1.5188
REG*ANO Salvador 0.3026 0.2669 1.2850 0.2570 1.3533
REG*ANO Salvador 0.2291 0.2717 0.7111 0.3991 1.2575
REG*ANO Salvador 0.4658 0.2663 3.0583 0.0803 1.5932
REG*ANO Salvador 0.5653 0.2578 4.8069 0.0283 1.7599
REG*ANO Belo Horizonte -0.1106 0.2370 0.2178 0.6407 0.8953
REG*ANO Belo Horizonte -0.3999 0.2325 2.9584 0.0854 0.6704
REG*ANO Belo Horizonte -0.2546 0.2312 1.2128 0.2708 0.7752
REG*ANO Belo Horizonte -0.0416 0.2262 0.0338 0.8541 0.9593
REG*ANO Belo Horizonte 0.0669 0.2226 0.0903 0.7638 1.0692
REG*ANO Rio de Janeiro -0.6103 0.2026 9.0773 0.0026 0.5432
REG*ANO Rio de Janeiro -0.3173 0.1932 2.6965 0.1006 0.7281
REG*ANO Rio de Janeiro -0.00413 0.1952 0.0004 0.9831 0.9959
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1446 0.1888 0.5864 0.4438 0.8654
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1226 0.1853 0.4377 0.5083 0.8846
REG*ANO São Paulo 0.1341 0.1864 0.5175 0.4719 1.1435
REG*ANO São Paulo -0.5002 0.1823 7.5300 0.0061 0.6064
REG*ANO São Paulo -0.3731 0.1864 4.0070 0.0453 0.6886
REG*ANO São Paulo -0.1989 0.1798 1.2238 0.2686 0.8197
REG*ANO São Paulo -0.2056 0.1772 1.3462 0.2459 0.8142
71
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica
de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
CLASSE C
Intercept -1.5841 0.1126 197.9410 <.0001 .
REG Recife -0.7739 0.1194 41.9823 <.0001 0.4612
REG Salvador -0.3549 0.1180 9.0506 0.0026 0.7012
REG Belo Horizonte 0.1645 0.1112 2.1862 0.1392 1.1787
REG Rio de Janeiro 0.0595 0.0955 0.3881 0.5333 1.0613
REG São Paulo 0.4019 0.0934 18.4989 <.0001 1.4946
ANO 2003 -0.3498 0.1160 9.0894 0.0026 0.7048
ANO 2004 -0.4729 0.1166 16.4380 <.0001 0.6232
ANO 2005 -0.0812 0.1175 0.4777 0.4895 0.9220
ANO 2006 -0.1716 0.1165 2.1681 0.1409 0.8423
ANO 2007 -0.0915 0.1174 0.6077 0.4356 0.9125
REG*ANO Recife -0.2681 0.1675 2.5611 0.1095 0.7648
REG*ANO Recife -0.9121 0.1784 26.1446 <.0001 0.4017
REG*ANO Recife -0.5330 0.1671 10.1716 0.0014 0.5868
REG*ANO Recife -0.3064 0.1670 3.3682 0.0665 0.7361
REG*ANO Recife 0.0105 0.1671 0.0039 0.9500 1.0105
REG*ANO Salvador -0.1648 0.1633 1.0187 0.3128 0.8480
REG*ANO Salvador -0.5476 0.1637 11.1848 0.0008 0.5783
REG*ANO Salvador -0.5238 0.1631 10.3181 0.0013 0.5923
REG*ANO Salvador -0.1302 0.1619 0.6468 0.4213 0.8779
REG*ANO Salvador 0.1018 0.1617 0.3965 0.5289 1.1072
REG*ANO Belo Horizonte -0.2880 0.1538 3.5094 0.0610 0.7497
REG*ANO Belo Horizonte -0.2588 0.1533 2.8504 0.0913 0.7720
REG*ANO Belo Horizonte -0.4520 0.1534 8.6778 0.0032 0.6363
REG*ANO Belo Horizonte -0.1540 0.1533 1.0099 0.3149 0.8572
REG*ANO Belo Horizonte 0.0255 0.1542 0.0273 0.8688 1.0258
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1694 0.1325 1.6358 0.2009 0.8441
REG*ANO Rio de Janeiro -0.0115 0.1326 0.0076 0.9307 0.9885
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1826 0.1336 1.8678 0.1717 0.8331
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1104 0.1321 0.6983 0.4034 0.8955
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1595 0.1331 1.4351 0.2309 0.8526
REG*ANO São Paulo -0.1589 0.1290 1.5165 0.2181 0.8531
REG*ANO São Paulo -0.4557 0.1287 12.5323 0.0004 0.6340
REG*ANO São Paulo -0.4629 0.1292 12.8382 0.0003 0.6295
REG*ANO São Paulo -0.2477 0.1289 3.6894 0.0548 0.7806
REG*ANO São Paulo -0.1017 0.1299 0.6128 0.4337 0.9033
72
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica
de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
CLASSE D
Intercept -1.3416 0.1424 88.7670 <.0001 .
REG Recife 0.0699 0.1470 0.2260 0.6345 1.0724
REG Salvador 0.3296 0.1450 5.1683 0.0230 1.3905
REG Belo Horizonte -0.0571 0.1485 0.1479 0.7006 0.9445
REG Rio de Janeiro 0.1705 0.1258 1.8370 0.1753 1.1859
REG São Paulo 0.3952 0.1226 10.3924 0.0013 1.4847
ANO 2003 -0.3425 0.1571 4.7547 0.0292 0.7100
ANO 2004 -0.1982 0.1539 1.6582 0.1978 0.8202
ANO 2005 0.0292 0.1535 0.0361 0.8494 1.0296
ANO 2006 -0.1580 0.1563 1.0220 0.3121 0.8538
ANO 2007 0.1506 0.1520 0.9820 0.3217 1.1625
REG*ANO Recife -0.3879 0.2090 3.4435 0.0635 0.6785
REG*ANO Recife -0.4425 0.2030 4.7526 0.0293 0.6424
REG*ANO Recife -0.5336 0.2018 6.9916 0.0082 0.5865
REG*ANO Recife -0.2599 0.2053 1.6023 0.2056 0.7711
REG*ANO Recife -0.3757 0.2039 3.3951 0.0654 0.6868
REG*ANO Salvador -0.1741 0.2031 0.7344 0.3915 0.8403
REG*ANO Salvador -0.7494 0.2016 13.8149 0.0002 0.4727
REG*ANO Salvador -0.5124 0.1985 6.6658 0.0098 0.5990
REG*ANO Salvador -0.0773 0.2002 0.1490 0.6995 0.9256
REG*ANO Salvador -0.2959 0.1978 2.2388 0.1346 0.7439
REG*ANO Belo Horizonte 0.1284 0.2053 0.3913 0.5316 1.1370
REG*ANO Belo Horizonte -0.1865 0.2033 0.8416 0.3589 0.8299
REG*ANO Belo Horizonte -0.2764 0.2025 1.8637 0.1722 0.7585
REG*ANO Belo Horizonte 0.0170 0.2056 0.0068 0.9342 1.0171
REG*ANO Belo Horizonte -0.2341 0.2036 1.3224 0.2502 0.7913
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1736 0.1783 0.9485 0.3301 0.8406
REG*ANO Rio de Janeiro 0.0979 0.1728 0.3208 0.5711 1.1028
REG*ANO Rio de Janeiro -0.2573 0.1742 2.1818 0.1397 0.7732
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1489 0.1763 0.7138 0.3982 0.8616
REG*ANO Rio de Janeiro -0.2415 0.1716 1.9798 0.1594 0.7855
REG*ANO São Paulo -0.1064 0.1727 0.3798 0.5377 0.8990
REG*ANO São Paulo -0.4923 0.1689 8.4953 0.0036 0.6112
REG*ANO São Paulo -0.6584 0.1688 15.2221 <.0001 0.5177
REG*ANO São Paulo -0.3801 0.1722 4.8696 0.0273 0.6838
REG*ANO São Paulo -0.3795 0.1677 5.1238 0.0236 0.6842
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
73
II) Mobilidade Social (Entrada, Saída e Permanencia na Miséria)
– Base Permanece na Miséria
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
CONTINUA NÃO CLASSE E
Intercept -0.7010 0.0859 66.5507 <.0001 .
SEXO Homem 0.5344 0.0220 588.6950 <.0001 1.70642
COR Amarela 0.0658 0.1325 0.2467 0.6194 1.06804
COR Branca 0.2983 0.0343 75.4891 <.0001 1.34757
COR Indígena 0.4955 0.3315 2.2338 0.1350 1.64135
COR Parda -0.0212 0.0337 0.3951 0.5296 0.97906
fxage 15 a 19 0.1102 0.0513 4.6119 0.0318 1.11646
fxage 20 a 24 0.2977 0.0493 36.4707 <.0001 1.34681
fxage 25 a 29 0.3396 0.0473 51.5281 <.0001 1.40434
fxage 30 a 35 0.2459 0.0444 30.6513 <.0001 1.27883
fxage 36 a 39 0.2164 0.0480 20.3271 <.0001 1.24160
fxage 40 a 44 0.3531 0.0459 59.2935 <.0001 1.42349
fxage 45 a 49 0.4879 0.0472 106.8374 <.0001 1.62895
fxage 50 a 54 0.2661 0.0470 32.0624 <.0001 1.30489
anoest 11 ou mais anos 1.8121 0.0524 1197.7525 <.0001 6.12327
anoest Anos de estudo n 0.1620 0.2157 0.5641 0.4526 1.17589
anoest De 1 a 3 anos de 0.4052 0.0597 46.1022 <.0001 1.49964
anoest De 4 a 7 anos de 0.6691 0.0515 168.9233 <.0001 1.95244
anoest De 8 a 10 anos d 1.1897 0.0533 498.7744 <.0001 3.28622
CONFAM Agregado 0.5707 0.2336 5.9667 0.0146 1.76950
CONFAM Cônjuge 0.5379 0.0283 360.1276 <.0001 1.71244
CONFAM Filho 0.0130 0.0325 0.1586 0.6904 1.01304
CONFAM Outro Parente 0.0263 0.0512 0.2648 0.6068 1.02668
NPES 1 Morador 0.6431 0.0436 217.1387 <.0001 1.90243
NPES 2 Moradores 0.8008 0.0383 437.7412 <.0001 2.22735
NPES 3 Moradores 0.4991 0.0403 153.2995 <.0001 1.64727
REG Recife -1.1197 0.0526 453.7187 <.0001 0.32638
REG Salvador -0.5191 0.0514 102.0210 <.0001 0.59504
REG Belo Horizonte -0.0761 0.0497 2.3441 0.1258 0.92673
REG Rio de Janeiro -0.1385 0.0431 10.3446 0.0013 0.87070
REG São Paulo 0.1787 0.0417 18.3170 <.0001 1.19563
ANO 2003 -0.6835 0.0371 339.7259 <.0001 0.50485
ANO 2004 -0.8304 0.0362 527.1496 <.0001 0.43589
ANO 2005 -0.6003 0.0359 280.1069 <.0001 0.54863
ANO 2006 -0.5291 0.0363 212.4855 <.0001 0.58915
ANO 2007 -0.3117 0.0365 72.8737 <.0001 0.73218
74
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
ENTROU NA CLASSE E
Intercept -1.9066 0.1560 149.3652 <.0001 .
SEXO Homem 0.2815 0.0394 51.0180 <.0001 1.32518
COR Amarela -1.4179 0.3984 12.6667 0.0004 0.24223
COR Branca 0.0891 0.0638 1.9484 0.1628 1.09315
COR Indígena 0.8338 0.4698 3.1494 0.0760 2.30207
COR Parda -0.00955 0.0635 0.0226 0.8804 0.99049
fxage 15 a 19 0.1077 0.0950 1.2865 0.2567 1.11372
fxage 20 a 24 0.2811 0.0906 9.6371 0.0019 1.32463
fxage 25 a 29 0.2362 0.0877 7.2611 0.0070 1.26647
fxage 30 a 35 0.2237 0.0826 7.3360 0.0068 1.25070
fxage 36 a 39 0.1772 0.0890 3.9637 0.0465 1.19389
fxage 40 a 44 0.1781 0.0861 4.2825 0.0385 1.19493
fxage 45 a 49 0.2432 0.0885 7.5504 0.0060 1.27527
fxage 50 a 54 0.1955 0.0884 4.8941 0.0269 1.21595
anoest 11 ou mais anos 0.9181 0.0999 84.4287 <.0001 2.50447
anoest Anos de estudo n 0.2874 0.3637 0.6244 0.4294 1.33293
anoest De 1 a 3 anos de 0.3373 0.1135 8.8330 0.0030 1.40121
anoest De 4 a 7 anos de 0.5228 0.0984 28.2094 <.0001 1.68675
anoest De 8 a 10 anos d 0.7094 0.1016 48.7869 <.0001 2.03274
CONFAM Agregado 0.4650 0.3853 1.4564 0.2275 1.59202
CONFAM Cônjuge 0.2968 0.0507 34.3029 <.0001 1.34558
CONFAM Filho 0.0440 0.0582 0.5713 0.4497 1.04500
CONFAM Outro Parente -0.0341 0.0952 0.1283 0.7202 0.96645
NPES 1 Morador 0.1228 0.0830 2.1910 0.1388 1.13067
NPES 2 Moradores 0.4619 0.0706 42.7909 <.0001 1.58705
NPES 3 Moradores 0.4360 0.0734 35.3318 <.0001 1.54657
REG Recife -0.5877 0.0802 53.7520 <.0001 0.55559
REG Salvador -1.2763 0.0940 184.1910 <.0001 0.27906
REG Belo Horizonte -0.3105 0.0776 16.0002 <.0001 0.73310
REG Rio de Janeiro -0.9977 0.0707 199.2343 <.0001 0.36872
REG São Paulo -0.3897 0.0642 36.8005 <.0001 0.67727
ANO 2003 0.0717 0.0624 1.3190 0.2508 1.07435
ANO 2004 -0.2758 0.0639 18.6346 <.0001 0.75894
ANO 2005 -0.5016 0.0667 56.6406 <.0001 0.60556
ANO 2006 -0.1836 0.0642 8.1722 0.0043 0.83225
ANO 2007 -0.3170 0.0670 22.3819 <.0001 0.72835
75
SAIU DA CLASSE E
Intercept -1.6683 0.1428 136.4329 <.0001 .
SEXO Homem 0.3474 0.0367 89.5744 <.0001 1.41535
COR Amarela -0.1979 0.2213 0.7992 0.3713 0.82047
COR Branca -0.0128 0.0577 0.0490 0.8248 0.98731
COR Indígena 0.6975 0.4578 2.3207 0.1277 2.00865
COR Parda -0.0544 0.0569 0.9124 0.3395 0.94706
fxage 15 a 19 0.2208 0.0895 6.0843 0.0136 1.24710
fxage 20 a 24 0.4889 0.0845 33.4422 <.0001 1.63056
fxage 25 a 29 0.3036 0.0830 13.3885 0.0003 1.35473
fxage 30 a 35 0.2894 0.0782 13.6869 0.0002 1.33558
fxage 36 a 39 0.2896 0.0837 11.9766 0.0005 1.33588
fxage 40 a 44 0.3568 0.0802 19.7860 <.0001 1.42868
fxage 45 a 49 0.4274 0.0822 27.0397 <.0001 1.53319
fxage 50 a 54 0.2556 0.0834 9.3810 0.0022 1.29119
anoest 11 ou mais anos 0.8227 0.0884 86.5128 <.0001 2.27654
anoest Anos de estudo n -0.2635 0.4065 0.4203 0.5168 0.76834
anoest De 1 a 3 anos de 0.2591 0.1008 6.6093 0.0101 1.29578
anoest De 4 a 7 anos de 0.3614 0.0872 17.1854 <.0001 1.43539
anoest De 8 a 10 anos d 0.5732 0.0901 40.4345 <.0001 1.77394
CONFAM Agregado 0.0184 0.4205 0.0019 0.9650 1.01860
CONFAM Cônjuge 0.3249 0.0471 47.5334 <.0001 1.38395
CONFAM Filho -0.0172 0.0541 0.1014 0.7502 0.98291
CONFAM Outro Parente 0.1267 0.0835 2.3016 0.1292 1.13511
NPES 1 Morador 0.1443 0.0753 3.6720 0.0553 1.15526
NPES 2 Moradores 0.4489 0.0645 48.4920 <.0001 1.56657
NPES 3 Moradores 0.3014 0.0677 19.8186 <.0001 1.35179
REG Recife -0.6764 0.0807 70.1990 <.0001 0.50842
REG Salvador -0.9339 0.0861 117.5759 <.0001 0.39301
REG Belo Horizonte -0.2278 0.0765 8.8707 0.0029 0.79629
REG Rio de Janeiro -0.6927 0.0680 103.6487 <.0001 0.50021
REG São Paulo -0.1395 0.0633 4.8545 0.0276 0.86980
ANO 2003 -0.2926 0.0586 24.8908 <.0001 0.74634
ANO 2004 -0.2237 0.0561 15.8816 <.0001 0.79958
ANO 2005 -0.5154 0.0590 76.3713 <.0001 0.59724
ANO 2006 -0.4887 0.0599 66.5757 <.0001 0.61342
ANO 2007 -0.5214 0.0615 71.9612 <.0001 0.59366
Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME
76
b) com dummy interativa (ano*região)
Apresentamos baixo estimativas similares as anteriores mas incluindo variáveis
dummies interativas que permitem captar a diferença da diferença entre regiões
metropolitanas ao longo do tempo. A base é Porto Alegre e 2008.
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica
de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
CONTINUA NÃO CLASSE E
Intercept -0.9995 0.1190 70.5240 <.0001 .
REG Recife -0.7829 0.1297 36.4174 <.0001 0.45708
REG Salvador -0.2630 0.1280 4.2209 0.0399 0.76875
REG Belo Horizonte 0.2059 0.1267 2.6405 0.1042 1.22857
REG Rio de Janeiro 0.0507 0.1065 0.2271 0.6337 1.05205
REG São Paulo 0.6053 0.1066 32.2165 <.0001 1.83180
ANO 2003 -0.3854 0.1321 8.5095 0.0035 0.68015
ANO 2004 -0.3202 0.1332 5.7762 0.0162 0.72597
ANO 2005 -0.2227 0.1305 2.9132 0.0879 0.80035
ANO 2006 -0.2740 0.1297 4.4633 0.0346 0.76030
ANO 2007 -0.0712 0.1310 0.2951 0.5869 0.93129
REG*ANO Recife -0.4045 0.1801 5.0429 0.0247 0.66731
REG*ANO Recife -0.8432 0.1825 21.3438 <.0001 0.43031
REG*ANO Recife -0.3679 0.1753 4.4055 0.0358 0.69217
REG*ANO Recife -0.3149 0.1775 3.1498 0.0759 0.72983
REG*ANO Recife -0.0169 0.1804 0.0088 0.9253 0.98323
REG*ANO Salvador -0.2531 0.1752 2.0859 0.1487 0.77641
REG*ANO Salvador -0.7809 0.1744 20.0447 <.0001 0.45798
REG*ANO Salvador -0.3465 0.1725 4.0333 0.0446 0.70714
REG*ANO Salvador -0.0248 0.1730 0.0206 0.8859 0.97549
REG*ANO Salvador -0.0946 0.1729 0.2998 0.5840 0.90970
REG*ANO Belo Horizonte -0.4851 0.1728 7.8811 0.0050 0.61561
REG*ANO Belo Horizonte -0.3894 0.1742 4.9968 0.0254 0.67745
REG*ANO Belo Horizonte -0.4741 0.1703 7.7535 0.0054 0.62245
REG*ANO Belo Horizonte -0.1885 0.1713 1.2113 0.2711 0.82817
REG*ANO Belo Horizonte -0.0997 0.1736 0.3297 0.5658 0.90513
REG*ANO Rio de Janeiro -0.2546 0.1491 2.9151 0.0878 0.77520
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1935 0.1493 1.6790 0.1951 0.82410
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1922 0.1468 1.7152 0.1903 0.82511
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1925 0.1456 1.7488 0.1860 0.82488
REG*ANO Rio de Janeiro -0.3040 0.1467 4.2910 0.0383 0.73788
REG*ANO São Paulo -0.3298 0.1475 4.9992 0.0254 0.71909
REG*ANO São Paulo -0.7377 0.1475 25.0249 <.0001 0.47820
REG*ANO São Paulo -0.5632 0.1448 15.1372 <.0001 0.56940
REG*ANO São Paulo -0.4364 0.1447 9.0909 0.0026 0.64635
REG*ANO São Paulo -0.3864 0.1462 6.9876 0.0082 0.67951
77
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica
de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
ENTROU NA CLASSE E
Intercept -2.3248 0.2073 125.7219 <.0001 .
REG Recife 0.2386 0.1973 1.4635 0.2264 1.26953
REG Salvador -0.4249 0.2233 3.6211 0.0571 0.65382
REG Belo Horizonte 0.1667 0.2045 0.6645 0.4150 1.18143
REG Rio de Janeiro -1.1758 0.2024 33.7388 <.0001 0.30857
REG São Paulo 0.1234 0.1751 0.4970 0.4808 1.13136
ANO 2003 0.4596 0.1990 5.3331 0.0209 1.58341
ANO 2004 0.2567 0.2066 1.5432 0.2141 1.29267
ANO 2005 0.2970 0.2023 2.1568 0.1419 1.34587
ANO 2006 0.1428 0.2052 0.4842 0.4865 1.15350
ANO 2007 0.0114 0.2137 0.0029 0.9574 1.01148
REG*ANO Recife -0.9960 0.2610 14.5630 0.0001 0.36937
REG*ANO Recife -1.2494 0.2733 20.8935 <.0001 0.28669
REG*ANO Recife -1.6819 0.2830 35.3322 <.0001 0.18602
REG*ANO Recife -0.6978 0.2672 6.8205 0.0090 0.49766
REG*ANO Recife -0.3321 0.2776 1.4308 0.2316 0.71742
REG*ANO Salvador -0.7866 0.2941 7.1553 0.0075 0.45540
REG*ANO Salvador -1.1613 0.3080 14.2189 0.0002 0.31307
REG*ANO Salvador -1.7066 0.3461 24.3114 <.0001 0.18149
REG*ANO Salvador -0.6049 0.3068 3.8878 0.0486 0.54613
REG*ANO Salvador -1.0365 0.3368 9.4719 0.0021 0.35470
REG*ANO Belo Horizonte -0.4688 0.2606 3.2349 0.0721 0.62577
REG*ANO Belo Horizonte -0.8110 0.2785 8.4802 0.0036 0.44440
REG*ANO Belo Horizonte -0.8707 0.2720 10.2466 0.0014 0.41866
REG*ANO Belo Horizonte -0.4298 0.2731 2.4774 0.1155 0.65061
REG*ANO Belo Horizonte -0.2581 0.2829 0.8325 0.3616 0.77250
REG*ANO Rio de Janeiro 0.2888 0.2531 1.3024 0.2538 1.33485
REG*ANO Rio de Janeiro 0.5425 0.2576 4.4355 0.0352 1.72024
REG*ANO Rio de Janeiro -0.1585 0.2635 0.3617 0.5476 0.85346
REG*ANO Rio de Janeiro 0.0274 0.2633 0.0108 0.9172 1.02777
REG*ANO Rio de Janeiro 0.0844 0.2719 0.0965 0.7561 1.08810
REG*ANO São Paulo -0.4780 0.2253 4.5034 0.0338 0.62000
REG*ANO São Paulo -0.7610 0.2329 10.6779 0.0011 0.46721
REG*ANO São Paulo -0.9042 0.2301 15.4412 <.0001 0.40488
REG*ANO São Paulo -0.3606 0.2312 2.4334 0.1188 0.69723
REG*ANO São Paulo -0.4440 0.2414 3.3828 0.0659 0.64144
78
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica
de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
SAIU DA CLASSE E
Intercept -2.0984 0.1938 117.2159 <.0001 .
REG Recife -0.2001 0.2008 0.9933 0.3189 0.81867
REG Salvador -0.3185 0.2077 2.3505 0.1252 0.72724
REG Belo Horizonte 0.2356 0.1941 1.4729 0.2249 1.26562
REG Rio de Janeiro -0.3200 0.1719 3.4654 0.0627 0.72614
REG São Paulo 0.3791 0.1652 5.2681 0.0217 1.46102
ANO 2003 0.2971 0.1956 2.3060 0.1289 1.34595
ANO 2004 0.4467 0.1942 5.2908 0.0214 1.56319
ANO 2005 -0.2054 0.2104 0.9525 0.3291 0.81436
ANO 2006 -0.1232 0.2058 0.3584 0.5494 0.88409
ANO 2007 -0.0464 0.2074 0.0501 0.8228 0.95463
REG*ANO Recife -0.6803 0.2676 6.4650 0.0110 0.50647
REG*ANO Recife -0.9778 0.2661 13.4997 0.0002 0.37613
REG*ANO Recife -0.6321 0.2863 4.8740 0.0273 0.53148
REG*ANO Recife -0.3777 0.2794 1.8278 0.1764 0.68544
REG*ANO Recife 0.0268 0.2788 0.0093 0.9234 1.02718
REG*ANO Salvador -0.9573 0.2859 11.2082 0.0008 0.38393
REG*ANO Salvador -1.1942 0.2770 18.5856 <.0001 0.30295
REG*ANO Salvador -0.2484 0.2881 0.7432 0.3886 0.78008
REG*ANO Salvador -0.1767 0.2857 0.3826 0.5362 0.83801
REG*ANO Salvador -1.1262 0.3185 12.4999 0.0004 0.32426
REG*ANO Belo Horizonte -0.9991 0.2626 14.4727 0.0001 0.36819
REG*ANO Belo Horizonte -0.5308 0.2528 4.4100 0.0357 0.58812
REG*ANO Belo Horizonte -0.5028 0.2729 3.3960 0.0654 0.60482
REG*ANO Belo Horizonte -0.3728 0.2696 1.9122 0.1667 0.68884
REG*ANO Belo Horizonte -0.2692 0.2713 0.9848 0.3210 0.76396
REG*ANO Rio de Janeiro -0.2282 0.2273 1.0084 0.3153 0.79594
REG*ANO Rio de Janeiro -0.5432 0.2266 5.7448 0.0165 0.58091
REG*ANO Rio de Janeiro -0.3766 0.2468 2.3296 0.1269 0.68617
REG*ANO Rio de Janeiro -0.4454 0.2410 3.4163 0.0646 0.64056
REG*ANO Rio de Janeiro -0.6373 0.2445 6.7926 0.0092 0.52870
REG*ANO São Paulo -0.7505 0.2193 11.7097 0.0006 0.47215
REG*ANO São Paulo -0.7942 0.2151 13.6361 0.0002 0.45193
REG*ANO São Paulo -0.3028 0.2307 1.7220 0.1894 0.73876
REG*ANO São Paulo -0.4879 0.2285 4.5599 0.0327 0.61392
REG*ANO São Paulo -0.6135 0.2312 7.0416 0.0080 0.54146
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
79
III) Mobilidade Trabalhista (Entrada e Saída da Cla sse Média) -
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
CONTINUA NÃO CLASSE C
Intercept 1.5723 0.0814 372.6682 <.0001 .
SEXO Homem -0.2583 0.0181 203.4517 <.0001 0.77237
COR Amarela 1.0103 0.1050 92.6249 <.0001 2.74652
COR Branca 0.0989 0.0291 11.5502 0.0007 1.10391
COR Indígena -0.1902 0.2757 0.4757 0.4904 0.82682
COR Parda 0.0242 0.0294 0.6779 0.4103 1.02453
fxage 15 a 19 0.1827 0.0444 16.9177 <.0001 1.20051
fxage 20 a 24 -0.1345 0.0415 10.4887 0.0012 0.87413
fxage 25 a 29 -0.1591 0.0396 16.1146 <.0001 0.85290
fxage 30 a 35 -0.00013 0.0381 0.0000 0.9973 0.99987
fxage 36 a 39 -0.1053 0.0410 6.5973 0.0102 0.90005
fxage 40 a 44 -0.1293 0.0390 10.9621 0.0009 0.87875
fxage 45 a 49 -0.2043 0.0398 26.3844 <.0001 0.81519
fxage 50 a 54 -0.1172 0.0407 8.2949 0.0040 0.88943
anoest 11 ou mais anos -0.9111 0.0545 279.5938 <.0001 0.40207
anoest Anos de estudo n -0.2422 0.2306 1.1033 0.2935 0.78489
anoest De 1 a 3 anos de -0.4118 0.0629 42.8457 <.0001 0.66248
anoest De 4 a 7 anos de -0.6483 0.0550 138.7110 <.0001 0.52296
anoest De 8 a 10 anos d -1.0154 0.0557 331.8562 <.0001 0.36227
CONFAM Agregado -0.1677 0.1697 0.9764 0.3231 0.84564
CONFAM Cônjuge -0.2743 0.0230 142.7288 <.0001 0.76012
CONFAM Filho -0.1935 0.0263 54.0140 <.0001 0.82404
CONFAM Outro Parente -0.1484 0.0436 11.5998 0.0007 0.86211
NPES 1 Morador -0.6381 0.0420 230.3326 <.0001 0.52831
NPES 2 Moradores -0.8462 0.0384 486.8656 <.0001 0.42904
NPES 3 Moradores -0.6830 0.0401 290.5224 <.0001 0.50509
REG Recife 1.1455 0.0488 551.7870 <.0001 3.14389
REG Salvador 0.6525 0.0435 225.4463 <.0001 1.92041
REG Belo Horizonte 0.1207 0.0400 9.1224 0.0025 1.12826
REG Rio de Janeiro 0.0779 0.0338 5.3065 0.0212 1.08104
REG São Paulo 0.000543 0.0324 0.0003 0.9866 1.00054
ANO 2003 0.3265 0.0290 126.8949 <.0001 1.38604
ANO 2004 0.4884 0.0286 291.5099 <.0001 1.62973
ANO 2005 0.2124 0.0273 60.5157 <.0001 1.23665
ANO 2006 0.1557 0.0274 32.2816 <.0001 1.16847
ANO 2007 0.0862 0.0270 10.2309 0.0014 1.09003
80
ENTROU NA CLASSE C
Intercept -0.8878 0.1471 36.3984 <.0001 .
SEXO Homem -0.0852 0.0316 7.2838 0.0070 0.91833
COR Amarela 0.5765 0.1746 10.9008 0.0010 1.77986
COR Branca 0.0120 0.0524 0.0527 0.8184 1.01211
COR Indígena 0.1575 0.4369 0.1300 0.7185 1.17059
COR Parda 0.0295 0.0535 0.3037 0.5816 1.02993
fxage 15 a 19 0.1363 0.0798 2.9185 0.0876 1.14607
fxage 20 a 24 0.1856 0.0736 6.3645 0.0116 1.20397
fxage 25 a 29 -0.0508 0.0722 0.4953 0.4816 0.95047
fxage 30 a 35 0.0331 0.0696 0.2259 0.6346 1.03361
fxage 36 a 39 -0.0118 0.0748 0.0248 0.8748 0.98829
fxage 40 a 44 0.0355 0.0707 0.2521 0.6156 1.03616
fxage 45 a 49 0.0816 0.0711 1.3159 0.2513 1.08501
fxage 50 a 54 0.0746 0.0734 1.0325 0.3096 1.07746
anoest 11 ou mais anos -0.3593 0.0991 13.1527 0.0003 0.69818
anoest Anos de estudo n -0.8260 0.5494 2.2602 0.1327 0.43779
anoest De 1 a 3 anos de 0.0500 0.1120 0.1993 0.6553 1.05129
anoest De 4 a 7 anos de -0.2040 0.1000 4.1600 0.0414 0.81549
anoest De 8 a 10 anos d -0.3652 0.1011 13.0598 0.0003 0.69407
CONFAM Agregado -0.8523 0.4249 4.0236 0.0449 0.42642
CONFAM Cônjuge -0.1033 0.0404 6.5232 0.0106 0.90186
CONFAM Filho 0.0167 0.0458 0.1326 0.7158 1.01681
CONFAM Outro Parente 0.0500 0.0753 0.4417 0.5063 1.05129
NPES 1 Morador 0.0434 0.0817 0.2823 0.5952 1.04438
NPES 2 Moradores 0.0673 0.0752 0.8006 0.3709 1.06964
NPES 3 Moradores -0.0837 0.0786 1.1342 0.2869 0.91971
REG Recife 0.3507 0.0758 21.3877 <.0001 1.42003
REG Salvador -0.6334 0.0800 62.7296 <.0001 0.53079
REG Belo Horizonte -0.1762 0.0618 8.1350 0.0043 0.83842
REG Rio de Janeiro -0.7392 0.0543 185.5055 <.0001 0.47750
REG São Paulo -0.3480 0.0490 50.5037 <.0001 0.70608
ANO 2003 0.0814 0.0476 2.9197 0.0875 1.08481
ANO 2004 0.2673 0.0461 33.6806 <.0001 1.30645
ANO 2005 -0.3292 0.0483 46.4616 <.0001 0.71949
ANO 2006 -0.2388 0.0472 25.5815 <.0001 0.78754
ANO 2007 -0.3270 0.0469 48.6995 <.0001 0.72110
81
SAIU DA CLASSE C
Intercept -0.8390 0.1475 32.3761 <.0001 .
SEXO Homem -0.1110 0.0323 11.7873 0.0006 0.89492
COR Amarela 0.6437 0.1813 12.6050 0.0004 1.90344
COR Branca 0.1241 0.0555 5.0018 0.0253 1.13216
COR Indígena 0.9166 0.3453 7.0448 0.0079 2.50084
COR Parda 0.1382 0.0563 6.0255 0.0141 1.14825
fxage 15 a 19 0.0184 0.0810 0.0516 0.8203 1.01858
fxage 20 a 24 -0.0628 0.0757 0.6884 0.4067 0.93909
fxage 25 a 29 -0.0493 0.0725 0.4632 0.4961 0.95188
fxage 30 a 35 -0.0159 0.0703 0.0510 0.8213 0.98425
fxage 36 a 39 -0.0126 0.0750 0.0284 0.8663 0.98745
fxage 40 a 44 -0.0217 0.0716 0.0920 0.7617 0.97851
fxage 45 a 49 -0.0249 0.0727 0.1174 0.7319 0.97541
fxage 50 a 54 -0.0493 0.0755 0.4274 0.5133 0.95185
anoest 11 ou mais anos -0.2909 0.1016 8.1985 0.0042 0.74762
anoest Anos de estudo n 0.3476 0.3568 0.9490 0.3300 1.41560
anoest De 1 a 3 anos de -0.1082 0.1172 0.8525 0.3558 0.89746
anoest De 4 a 7 anos de -0.1562 0.1025 2.3247 0.1273 0.85535
anoest De 8 a 10 anos d -0.3339 0.1037 10.3748 0.0013 0.71610
CONFAM Agregado -0.0983 0.3118 0.0994 0.7525 0.90634
CONFAM Cônjuge -0.1159 0.0414 7.8520 0.0051 0.89055
CONFAM Filho 0.0237 0.0468 0.2577 0.6117 1.02403
CONFAM Outro Parente 0.0257 0.0779 0.1089 0.7413 1.02603
NPES 1 Morador -0.3780 0.0766 24.3754 <.0001 0.68522
NPES 2 Moradores -0.2889 0.0686 17.7505 <.0001 0.74910
NPES 3 Moradores -0.3618 0.0721 25.2116 <.0001 0.69639
REG Recife 0.6395 0.0744 73.8645 <.0001 1.89549
REG Salvador -0.4604 0.0803 32.8630 <.0001 0.63105
REG Belo Horizonte 0.0287 0.0624 0.2112 0.6458 1.02908
REG Rio de Janeiro -0.7085 0.0568 155.8132 <.0001 0.49238
REG São Paulo -0.3532 0.0513 47.4403 <.0001 0.70242
ANO 2003 0.3656 0.0483 57.3732 <.0001 1.44136
ANO 2004 0.2441 0.0498 23.9783 <.0001 1.27642
ANO 2005 -0.2132 0.0507 17.6668 <.0001 0.80796
ANO 2006 -0.0428 0.0488 0.7687 0.3806 0.95814
ANO 2007 -0.1488 0.0486 9.3742 0.0022 0.86177
Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.
82
b) com dummy interativa (ano*região)
Apresentamos baixo estimativas similares as anteriores mas incluindo variáveis
dummies interativas que permitem captar a diferença da diferença entre regiões
metropolitanas ao longo do tempo. A base é Porto Alegre e 2008.
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica
de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
CONTINUA NÃO CLASSE C
Intercept 1.6710 0.1017 269.9544 <.0001 .
REG Recife 0.8301 0.1096 57.3526 <.0001 2.29348
REG Salvador 0.4726 0.1011 21.8632 <.0001 1.60416
REG Belo Horizonte -0.1076 0.0951 1.2798 0.2579 0.89803
REG Rio de Janeiro 0.0301 0.0785 0.1469 0.7015 1.03053
REG São Paulo -0.0532 0.0764 0.4848 0.4863 0.94819
ANO 2003 0.1538 0.1034 2.2090 0.1372 1.16621
ANO 2004 0.2924 0.1037 7.9545 0.0048 1.33963
ANO 2005 0.0618 0.0998 0.3833 0.5359 1.06375
ANO 2006 0.0776 0.0990 0.6138 0.4333 1.08067
ANO 2007 0.1148 0.0989 1.3468 0.2458 1.12165
REG*ANO Recife 0.4992 0.1664 9.0000 0.0027 1.64737
REG*ANO Recife 0.8879 0.1775 25.0213 <.0001 2.43006
REG*ANO Recife 0.3682 0.1554 5.6173 0.0178 1.44515
REG*ANO Recife 0.4018 0.1599 6.3156 0.0120 1.49449
REG*ANO Recife -0.0601 0.1552 0.1502 0.6984 0.94163
REG*ANO Salvador 0.3259 0.1482 4.8379 0.0278 1.38531
REG*ANO Salvador 0.4491 0.1492 9.0626 0.0026 1.56695
REG*ANO Salvador 0.3370 0.1419 5.6365 0.0176 1.40075
REG*ANO Salvador 0.1578 0.1405 1.2603 0.2616 1.17089
REG*ANO Salvador -0.0895 0.1375 0.4242 0.5148 0.91436
REG*ANO Belo Horizonte 0.5057 0.1389 13.2653 0.0003 1.65817
REG*ANO Belo Horizonte 0.2653 0.1379 3.7017 0.0544 1.30378
REG*ANO Belo Horizonte 0.3910 0.1334 8.5909 0.0034 1.47842
REG*ANO Belo Horizonte 0.2448 0.1326 3.4051 0.0650 1.27731
REG*ANO Belo Horizonte -0.0222 0.1323 0.0282 0.8667 0.97802
REG*ANO Rio de Janeiro 0.0178 0.1171 0.0231 0.8792 1.01796
REG*ANO Rio de Janeiro 0.0316 0.1161 0.0739 0.7857 1.03208
REG*ANO Rio de Janeiro 0.1184 0.1121 1.1157 0.2908 1.12569
REG*ANO Rio de Janeiro 0.0280 0.1110 0.0634 0.8012 1.02835
REG*ANO Rio de Janeiro 0.0877 0.1106 0.6285 0.4279 1.09167
REG*ANO São Paulo 0.1467 0.1127 1.6956 0.1929 1.15800
REG*ANO São Paulo 0.1995 0.1129 3.1215 0.0773 1.22076
REG*ANO São Paulo 0.0712 0.1084 0.4316 0.5112 1.07381
REG*ANO São Paulo 0.0369 0.1080 0.1172 0.7321 1.03764
REG*ANO São Paulo -0.0973 0.1075 0.8188 0.3655 0.90727
83
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica
de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
ENTROU NA CLASSE C
Intercept -1.0433 0.1717 36.9384 <.0001 .
REG Recife 0.4193 0.1620 6.6986 0.0096 1.52097
REG Salvador -0.2966 0.1677 3.1292 0.0769 0.74333
REG Belo Horizonte 0.0512 0.1361 0.1419 0.7064 1.05258
REG Rio de Janeiro -0.8450 0.1259 45.0251 <.0001 0.42956
REG São Paulo -0.0859 0.1121 0.5868 0.4437 0.91773
ANO 2003 0.2391 0.1477 2.6207 0.1055 1.27009
ANO 2004 0.4217 0.1451 8.4409 0.0037 1.52450
ANO 2005 -0.2645 0.1558 2.8824 0.0896 0.76758
ANO 2006 -0.2035 0.1529 1.7697 0.1834 0.81591
ANO 2007 0.1294 0.1434 0.8136 0.3671 1.13810
REG*ANO Recife -0.1844 0.2499 0.5446 0.4605 0.83158
REG*ANO Recife 0.2514 0.2496 1.0147 0.3138 1.28586
REG*ANO Recife -0.3125 0.2592 1.4536 0.2280 0.73163
REG*ANO Recife 0.2416 0.2459 0.9653 0.3259 1.27326
REG*ANO Recife -0.2508 0.2321 1.1671 0.2800 0.77820
REG*ANO Salvador -0.4396 0.2602 2.8538 0.0912 0.64430
REG*ANO Salvador -0.2387 0.2485 0.9230 0.3367 0.78766
REG*ANO Salvador -0.1562 0.2627 0.3537 0.5520 0.85537
REG*ANO Salvador 0.0900 0.2442 0.1357 0.7126 1.09413
REG*ANO Salvador -1.4263 0.2826 25.4756 <.0001 0.24020
REG*ANO Belo Horizonte -0.3599 0.2066 3.0364 0.0814 0.69771
REG*ANO Belo Horizonte -0.5290 0.2009 6.9316 0.0085 0.58921
REG*ANO Belo Horizonte 0.0135 0.2074 0.0042 0.9481 1.01361
REG*ANO Belo Horizonte -0.1256 0.2050 0.3758 0.5399 0.88193
REG*ANO Belo Horizonte -0.3696 0.1930 3.6699 0.0554 0.69098
REG*ANO Rio de Janeiro 0.4228 0.1784 5.6144 0.0178 1.52627
REG*ANO Rio de Janeiro 0.2433 0.1751 1.9305 0.1647 1.27545
REG*ANO Rio de Janeiro 0.1377 0.1918 0.5152 0.4729 1.14759
REG*ANO Rio de Janeiro 0.1597 0.1863 0.7344 0.3915 1.17315
REG*ANO Rio de Janeiro -0.3962 0.1823 4.7256 0.0297 0.67286
REG*ANO São Paulo -0.3771 0.1640 5.2862 0.0215 0.68583
REG*ANO São Paulo -0.2975 0.1607 3.4288 0.0641 0.74268
REG*ANO São Paulo -0.1467 0.1706 0.7386 0.3901 0.86359
REG*ANO São Paulo -0.1444 0.1681 0.7372 0.3905 0.86557
REG*ANO São Paulo -0.5782 0.1592 13.1975 0.0003 0.56091
84
Resposta Parâmetro Nível Estimativa Erro
Padrão Estatistica
de Wald
Nível Descritivo
(p) Razão
condicional
SAIU DA CLASSE C
Intercept -1.0248 0.1781 33.1248 <.0001 .
REG Recife 0.8246 0.1647 25.0649 <.0001 2.28093
REG Salvador -0.0392 0.1754 0.0501 0.8230 0.96152
REG Belo Horizonte 0.2606 0.1459 3.1932 0.0739 1.29774
REG Rio de Janeiro -1.0888 0.1468 55.0004 <.0001 0.33664
REG São Paulo -0.0127 0.1240 0.0105 0.9184 0.98738
ANO 2003 0.4742 0.1564 9.1937 0.0024 1.60665
ANO 2004 0.4081 0.1610 6.4276 0.0112 1.50403
ANO 2005 0.1333 0.1592 0.7016 0.4023 1.14262
ANO 2006 0.0164 0.1622 0.0103 0.9193 1.01657
ANO 2007 0.2060 0.1567 1.7281 0.1886 1.22880
REG*ANO Recife -0.0761 0.2381 0.1023 0.7491 0.92669
REG*ANO Recife -0.5862 0.2824 4.3087 0.0379 0.55642
REG*ANO Recife -0.7193 0.2521 8.1427 0.0043 0.48710
REG*ANO Recife 0.2345 0.2389 0.9636 0.3263 1.26427
REG*ANO Recife -0.1848 0.2299 0.6465 0.4214 0.83126
REG*ANO Salvador -0.1194 0.2451 0.2373 0.6262 0.88745
REG*ANO Salvador -0.4604 0.2680 2.9507 0.0858 0.63103
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Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE.