A ORIGEM DA SERICICULTURA - · PDF fileAtualmente (safra 2003/2004) o Estado conta com 217...

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  • A ORIGEM DA SERICICULTURA Existem muitas lendas e mitos que contam o surgimento da seda, mas foi na China que tudo comeou. Na cultura chinesa, a Imperatriz HSI LING SHI, venerada como deusa da seda por ter inventado o tear e t-lo utilizado na produo de tecidos de seda. Testemunhos arqueolgicos da poca Shang (sculo XVI ao sculo XI A.C.) mostram que a sericicultura j encontrava em estgio muito avanado. Concretamente h evidncias da existncia de um ideograma para seda, em lngua chinesa, j em torno do ano 2640 A.C. Por muitos sculos apenas a China produzia tecidos de seda. No sculo III A.C., as exportaes chinesas tiveram incio pela Estrada da Seda. Durante a dinastia HAN OCIDENTAL (206 A.C. a 24 D.C.) a seda chinesa j era famosa, em todo o mundo devido ao intenso trfego comercial entre a China e Europa. No imprio romano, o tecido era muito apreciado valendo literalmente seu peso em ouro. Com a diminuio do contato entre a Europa e a sia, foram necessrios alguns sculos para que o bicho-da-seda atingisse a Europa, especialmente a Frana, Itlia e Espanha. Isso aconteceu aps as cruzadas. No sculo XIV, as cidades italianas de Gnova, Florena e Lucca, eram famosas pelas suas tecelagens de seda. A Frana a partir da segunda metade do sculo XV comeou a estimular a indstria local, fazendo com que Lyon, se tornasse um dos maiores centros mundiais de tecelagem de seda, posio mantida at hoje.

    NO BRASIL No Brasil, a seda foi introduzida somente no sculo XIX, durante o reinado de D. Pedro I, no Estado do Rio de Janeiro, no municpio de Itagua, onde foi instalada a primeira indstria de seda nacional Imperial Companhia Seropdica Fluminense. Posteriormente a atividade se desenvolveu em Minas Gerais com a instalao da 1 Estao Experimental de Sericicultura, no municpio de Barbacena, em 1912. Em 1921, a atividade recebeu estmulo para se instalar em So Paulo, com a criao na cidade de Campinas, da S/A Indstria de Seda Nacional. Em 1.940, foi fundada em Bastos So Paulo, pelos imigrantes japoneses, a Sociedade Colonizadora do Brasil Brajiru Takushoku Kumiai, do qual originou a Fiao de Seda BRATAC S.A., hoje a maior indstria de fiao de seda que atua no Brasil.

    NO PARAN

    O bicho-da-seda aparece pela primeira vez em Cambar, em 1932. Na mesma cidade em 1946, surgiu a primeira fbrica paranaense. No final da dcada de 60, incentivados por algumas indstrias paulistas, iniciou-se na regio do Norte Pioneiro, mais especificamente no municpio de Ibaiti e outros municpios vizinhos, a criao do bicho-da-seda em escala comercial. Em 1.972, instalava-se no Paran, no municpio de Cornlio Procpio, a KANEBO SILK DO BRASIL INDSTRIA DE SEDA. Em 1.973 e em 1.984, o sistema cooperativista do Paran, passou a participar da cadeia produtiva da seda, com a implantao de um Projeto da Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Maring Ltda COCAMAR. A partir de 1970, a atividade comeou a crescer no Estado. Na safra 1985/86, o Paran tornou-se o maior produtor nacional de casulos verdes.

  • Atualmente (safra 2003/2004) o Estado conta com 217 municpios produtores, 7.037 criadores, 8.135 barraces, em torno de 17.897 empregos no campo, 20.561 ha com amoreiras, 7.171.000 Kg de casulos verdes e V.B.P. R$39.586.348,00. A regio de Maring, composta por 21 municpios produtores, com 1.223 criadores, 1.674 barraces, 3.614 empregos no campo, 5.204,83 ha com amoreiras, 1.948.809,9 Kg de casulos verdes e um V.B.P. de R$10.757.429,00/ano, representando 27% da produo do Estado; tendo o municpio de Nova Esperana como o maior produtor de casulos verdes do Brasil e do Estado do Paran, com 654 criadores, 899 barraces, 1.977 empregos no campo, 3.172 ha de amoreira, 1.211.420 Kg de casulos verdes com V.B.P. R$6.687.040,60.

    O QUE A SERICICULTURA? A criao comercial do bicho-da-seda chamada de Sericicultura. A atividade inclui desde a obteno dos ovos, que iro originar as lagartas, a sua criao e o cultivo da amoreira, cujas folhas iro alimentar as lagartas at a obteno dos casulos verdes.

    AMOREIRA O nico alimento do bicho-da-seda so as folhas de amoreiras, por isso o nome BOMBYX MORI. MORUS em latim significa amoreira e em ingls MULBERY. As folhas so ricas em protenas e para cada fase da lagarta fornecido um tipo diferente de folhas (considerando o estgio das amoreiras perodos aps a poda). O manejo do amoreiral uma das condies para o sucesso na atividade. Com o passar dos anos, a produo das amoreiras declinam em quantidade e qualidade, por isso, so necessrios investimentos constantes, principalmente em adubao orgnica e qumica. Cultivares de Amoreira: A escolha da cultivar/variedade de amoreira a ser plantada muito importante, considerando a suas caracatersticas e as condies adequadas de solo e clima. Abaixo as principais cultivares/variedades recomendadas para o plantio no Estado do Paran.

    - Mira - SM 14 - Korin - SM 63 - FM 86 - IZ 40 - SK 1 - IZ 56/4 - SK 4 - Tailandesa - Toshiana

    Atualmente o IAPAR possue um Banco de Germoplasma de Amoreira adaptados s condies edafo-climticas do Estado, constituidos por 60 introdues, onde todos esses materiais foram minuciosamente caracterizados botnica e agronmicamente; e esto sendo testados atravs de ensaios quanto a produo, qualidade de casulos, fios de seda e murchamento das folhas aps o corte. Algumas da cultivares/variedades acima relacionadas so resultantes de pesquisa efetuada pelo IAPAR.

  • RECOMENDAES PARA A IMPLANTAO

    Plantio de Amoreira: A poca adequada para o plantio o final de abril a junho, em face de maior disponibilidade de estacas/ramos (maduros), desde que as condies de umidade do solo sejam adequadas. O espaamento de plantio vai depender da fertilidade do solo e do manejo a ser adotado na conduo do amoreiral. A amoreira tem que ser plantada em solos com profundidade mnima de 50 centmetros, uma vez que seu sistema radicular se desenvolve bastante. Os novos cultivares por serem materiais mais nobres e mais sensiveis manipulao, requerem cuidados especiais para se obter um bom ndice de pegamento:

    1- Evitar o plantio em solos midos e pedregosos, pois a amoreira no tolera solos encharcados e que ressecam rapidamente.

    2- Preparar adequadamente o solo, corrigindo problemas qumicos e fsicos. 3- Coletar estacas de ramos maduros, isto , de ramos que tenham mais de seis meses

    da ltima poda e de plantas bem nutridas. 4- Sulcar as linhas de plantio, quebrando a compactao para facilitar o plantio, pois a

    maioria dos novos cultivares possuem casca mole e portanto no suportam impactos de batidas prejudicando o enraizamento.

    Construo do Barraco ou Sirgaria: A sirgaria ou o barraco onde se realiza a criao de lagartas de 3, 4 e 5 idades, o encasulamento, a produo dos casulos e tambm onde so realizados todos os servios de colheita, limpeza, seleo at a entrega final dos casulos. O tamanho do barraco, assim como das camas de criao vai depender da fertilidade do solo, da rea do amoreiral, do nmero de ps de amoreira plantados, da adubao e da mo-de-obra disponvel na propriedade. Para cada 1m2 de cama de criao devem ser colocadas cerca de 1.200 lagartas. Os barraces devero ser construidos no sentido leste/oeste, e quanto aos materiais de construo podero ser: madeira, alvenaria, tela sombrite com cortina avcola e cobertura com telhas francesas (a telha mais recomendvel). A desinfeco do barraco de criao com o uso do produto qumico denominado FORMOL , antes de se iniciar cada criada, fundamental para se ter um ambiente higinico e desinfetado, para evitar a presena de transmissores de doenas. Construo do Depsito para Armazenagem de Ramas de Amoreira: O depsito dever ser de no mnimo 10% do tamanho do barraco, construdo em alvenaria, coberto com telhas francesas e forrado, onde sero armazenadas adequadamente as ramas de amoreira que serviro para a alimentao das lagartas.

  • CRIAO A lagarta do bicho-da-seda considerada um animal domstico, mas requer cuidados especiais na sua criao. Dentro dos barraces, o controle da umidade e da temperatura, desempenha papel fundamental na obteno de lagartas sadias e produtivas. A temperatura limita a produo da seda, o bicho-da-seda se desenvolve melhor entre as temperaturas de 20C 30C. Fora desta faixa a lagarta diminui a capacidade de alimentao, onde abaixo de 13C e acima de 35C, as lagartas param de se alimentar. A umidade tambm fator importante e o ideal est na faixa de 80% de 3 a 5 idades e 60-70% por ocasio em que a lagarta est construindo os casulos. A alimentao adequada, no deixando as lagartas passarem fome, fundamental para a obteno de lagartas sadias e que produziro casulos de melhor qualidade. Algumas medidas de preveno, como o uso de fungicidas, no momento adequado, uma das formas de se prevenir a entrada de doenas, e evitar prejuzos na produo de casulos.

    A SEDA A seda uma fibra de origem animal mais resistente que outras fibras naturais. Quando secos, os filamentos de seda so comparveis em resistncia s fibras sintticas como nylon eo polister. Roupas feitas de seda, apesar de leves, so quentes e absorventes. Tecidos de seda tem excelentes qualidades de acabamento e uma resistncia natural ao amarrotamento. As fibras de seda so altamente receptivos ao tingimento. Os tecidos de seda tingidos e estampados so de uma riqueza rara de se encontrar em outros materiais texteis. O fio de seda composto principalmente de duas protenas: fibroina e sericina. Ele produzido na fase de encasulamento quando a lagarta completa seu ciclo e inicia dentro do casulo a metamorfose em mariposa.

    REFERNCIAS MODULARES DA SERICICULTURA MDULO 1 1. Investimentos: 1.1. Implantao: rea Custo

    Amoreira................................ 4.5