A palmatória betina

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UNIVERSIDADE FEDERALDO RIO GRANDE DO SUL Física Licenciatura Betina Lima Zigue (00217934) PALMATÓRIA Porto Alegre Dezembro / 2012

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UNIVERSIDADE FEDERALDO RIO GRANDE DO SUL

Física – Licenciatura

Betina Lima Zigue (00217934)

PALMATÓRIA

Porto Alegre

Dezembro / 2012

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A palmatória, por vezes também chamada férula, é um artefato

geralmente de madeira formado por um círculo e uma haste. Foi muito utilizada

no passado nas escolas pelos professores a fim de castigar alunos

indisciplinados, golpeando-a na palma da mão do aluno castigado. Algumas

palmatórias podem conter furos no círculo, a fim de aumentar a sensação

dolorosa. Os furos servem para vencer a resistência do ar e aumentar a

velocidade do golpe, aumentando assim a dor e vestígio deixado na pele por

cada golpe.

Antigamente, nas festas de formatura, no Brasil, era costume, os alunos

presentearem seus professores com palmatórias, como sinal de submissão à

autoridade. Esse tipo de tortura era utilizado para impor autoridade, não

permitindo que os alunos pensassem ou se comportassem de outra maneira

que não fosse conforme o professor desejasse. Havia então uma ditadura de

medo entre os alunos, pelo temor da educação violenta.

A utilização dessa violência como forma de educação gera muitos

problemas na formação tanto acadêmica quanto pessoal dos alunos. O uso da

palmatória foi um recurso da ditadura militar no Brasil para impor repressão e

seus interesses ideológicos aos estudantes.

Atualmente, seu uso é considerado crime na maioria dos países

ocidentais, entre eles Portugal e Brasil, bem como qualquer castigo físico

infligido a estudantes. O último país ocidental a abolir o uso da palmatória foi a

Inglaterra, em 1989. Recentemente, contudo, o parlamento inglês voltou a

debater a legitimidade do uso dos castigos físicos como medida educacional

corretiva em crianças, gerando grandes discussões.

Engano nosso pensar que a utilização de violência física nas escolas é

de caráter histórico e não mais presente. Segundo Renata de Luca, uma

psicóloga especialista em psicanálise infantil, nos Estados Unidos ainda há

cerca de vinte estados que fazem uso da palmatória como metodologia

educacional. Ela argumenta que a autoridade dos professores não está mais

garantida por si só nas escolas brasileiras como era antigamente, porque havia

um status que sustentava a importância do professor. Acredito que esse

“status” era fruto de uma educação ditatorial baseada na violência e imposição

do medo, “tradição” que silenciava os alunos para ouvirem os professores.

A educação brasileira passou por uma transformação e o professor

passou da pessoa autoritária que disseminava medo para um mediador do

ensino/aprendizado fundamental para a construção da identidade dos jovens. E

os estudantes que antes eram vistos como baderneiros revolucionários por

expressarem suas ideias, agora fazem parte de um modelo educacional que

tem uma percepção construtivista e de interação social, em que as ideias e

expressões dos alunos são fundamentais.

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Acredito, por fim, que apesar de várias instituições acreditarem no uso

da palmatória como parte de uma metodologia de educação pautada na

violência, obediência e medo, no cenário atual de tantos movimentos sociais e

liberdade de expressão, as formas metodológicas de educação devem estar

mais aberta para debates que também são de interesse dos alunos e fazem

parte da construção da identidade dos mesmos. Temas como Meio Ambiente,

educação, violência, temas políticos e de sexualidade, hoje, também fazem

parte da educação e devem ser discutidas de maneira aberta, acredito na troca

de aprendizado aluno-professor pautada no diálogo e não mais através de

castigos.

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Bibliografia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Palmat%C3%B3ria

http://www.sinomar.com.br/portal/conteudo.asp?codigo=7361&page=81

http://educador.brasilescola.com/orientacoes/autoridade-professor.htm

http://advivo.com.br/blog/luisnassif/os-efeitos-da-ditadura-na-educacao-

publica