A Parábola Da Rede

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A Parábola Da Rede

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A parbola da rede (Mt 13:47-50)Um reino perturbador de toda espcieNovamente, O reino dos cus ainda semelhante a uma rede que, lanada ao mar, recolhe peixes detoda espcie. E, quando j est cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e, assentados, escolhemos bons para os cestos e os ruins deitam fora. Assim ser na consumao do sculo: sairo os anjos, esepararoosmausdentreosjustos,eoslanaronafornalhaacesa;alihaverchoroerangerdedentes (Mateus 13:47-50).NaparboladaredeJesusrecorreaoutraimagemfamiliardodiadetrabalhodomundopalestino,umaquetemsidoespecialmentecomumemvoltadoMardaGalilia.Arededearrastoeraumarededepescamuitogrande, com pesos de um lado e bias do outro que, quando arrastada das guas profundas para a praia traziaem suas malhas todas as criaturas da gua. Obviamente, nem tudo era til para alimento, especialmente entreos judeus, e tudo o que no era adequado tinha que ser removido. Jesus diz que em alguns particulares o reinodo cu como uma rede.Esta ltima das sete parbolas contadas junto ao Mar e registrada por Mateus costuma ser ligada intimamentecom a parbola do joio e lhe dada uma interpretao semelhante. To diretas como estas parbolas pareamser,elastmsidoafontedemuitacontrovrsia.Arazoqueelasparecemrejeitarqualquerexercciodedisciplinaespiritualpelaigrejacontraosdiscpulosrebeldes;nenhumjulgamentodaretidooudoerrodecomportamento de cristos sendo feito antes do julgamento final. Este especialmente o caso da parbola dojoio.Luteroresolveuesteproblemaargumentandoqueosesforospararemoverosmpiosdaigrejaeramsomenteproibidosquandosepoderiatambmdesalojarosverdadeirosfilhosdoreino.Masistodiscordadofatoqueaordemdofazendeiroaosseustrabalhadoresparanoremoveremojoioincondicional(Mateus13:29-30). A falha interpretativa est no entendimento do campo na parbola como sendo a igreja antes que omundo.Jindicamosnossacrenaqueaparboladojoionoesttratandodadisciplinadaigrejademodonenhum mas sim do ento surpreendente fato que o reino do cu teria que existir por algum tempo no meio deummundompioeinspito(Ocampoomundo, 13:38).Ojulgamentosendoconsideradonodisciplinacorretiva,masojulgamentofinaloumximo,umjulgamentoquesomenteamentedivinatemdireitoecapacidade de fazer (1 Corntios 4:3-5).AquelesqueopemestepontodevistadograndeimportnciaafirmaodeJesusdequeosanjosajuntaro do seu reino todos os escndalos e os que praticam a iniqidade (13:41).Masosignificadode Seu reino precisa ser entendido no seu contexto. O reino freqentemente fala da igreja, mas s vezes elepegatodaaesferadodomniosoberanodoSenhor,ataquelesqueestoemrebelio(Lucas19:14-15,27;veja Efsios 1:20-23). Cremos que tal seja o caso da parbola do joio. O reino do cu foi destinado a trazer, noa paz imediata e triunfo, mas tribulao (Apocalipse 1:9; Atos 14:22; Mateus 5:10; Joo 16:33; 2 Timteo 3:12).PorestaparbolaoscidadosdoreinosoinstadosaesperarpacientementeporsuavingananaglriadojustojulgamentofinaldoTodo-Poderoso.umaparboladeconfortoedeencorajamentoparaossantosrejeitados e sofredores.Masestenoocasodaparboladarede.Estaumaparbolaescuraeamedrontadora,umaparboladejulgamento e rejeio. Crisstomo (*) chamou-a uma terrvel parbola. E mais, o que negamos da parbola dojoio, cremos ser verdadeiro nesta parbola, que se dirige ao carter da igreja antes que ao mundo em geral, equeelafalamximapurificaodaamizadedossantos.Aquelesapanhadospelaredenestaparbola,norepresentamtodososhomensmasaquelesespecificamentecolhidospeloevangelho.Assimoquenopodeserensinadopelaparboladojoiocertamenteensinadoaqui.AtqueDeusajanojulgamentofinal,misturados com os justos haver aqueles que so mpios.Estaumamensagemdifcil deaceitar.istoqueJesusestdizendo?Istosignificaqueigrejaslocaisnopodemexcluircompletamenteosinfiiseprofanosdoseunmero?Aacusaocomumdequeaigrejaoviveirodahipocrisiatemqueseraceitacomoinevitvel?Estaremosdestinadosaterqueviverfacilmentenoreino com todos os tipos de heresia e imoralidade? So justamente tais questes como estas que nosso estudodesta parbola precisa responder.A parbola da rede: pura finalmente!Enquanto a parbola do joio pode ser suspeita de falar da questo da disciplina na igreja (contudo estamosfortemente persuadidos de que no fala), nenhuma tal possibilidade existe com a parbola da rede. Ela falasomente da remoo final do reino de todos os que no so verdadeiros discpulos. O reino de Deus no sersempre um lugar onde o motivo impuro, a tenebrosa concupiscncia e a frieza espiritual podem disfarar-se nomeio dos justos, mas finalmente ser limpo de tudo o que pecaminoso. Os peixes jogados fora da parbolaso os mpios, e aqueles que os removem so anjos, e o tempo o fim do mundo. O propsito de limpar arede no redime. A rejeio final. O julgamento divino.A imagem ideal do reino celestial vista nas parbolas do tesouro escondido e da prola de alto valor. Nestasparbolas, todos os que se tornam parte do reino o fazem ao nvel de absoluta devoo. Todas as coisas soentregues ao domnio de Cristo. Mas a realidade que muitos que se ligam ao reino no esto totalmentecomprometidos ou no esto nada comprometidos. A parbola do semeador torna isto evidente. Entre aquelesque recebem o evangelho, alguns sero o solo raso e outros sero frios (o solo pedregoso e o terrenoespinhento). H vrias ilustraes desta verdade no Novo Testamento a igreja de Corinto com suaimoralidade e desunio carnal, as igrejas da Galcia com seus judaizantes, mestres de justia pela lei, asigrejas a quem Joo escreveu suas epstolas, com seus profetas gnsticos de um evangelho novo eincrementado e cinco das sete igrejas da sia infestadas por vrias maneiras de idolatria, imoralidade, falsoensinamento, insensibilidade e presunosa complacncia. Quanto ao presente, no preciso muita observaonas igrejas do Senhor, no sculo vinte, para se saber que as coisas no mudaram. Ainda estamos perturbados,no simplesmente com a fraqueza momentnea ou com a ignorncia daqueles que esto fazendo sua jornadapara a maturidade espiritual, mas com arraigada mundanalidade e orgulho e uma consciente determinao decorromper a doutrina de Cristo.Pode ser justamente objetado que, no Novo Testamento, tais aberraes espirituais nas igrejas ou nos santosindividuais no foram aceitas com resignao. Paulo instou com a igreja de Corinto para que pusesse sua casaem ordem. (1 Corntios 1:10), a no ter convivncia com aqueles cristos que estavam determinados a praticarmodos pecaminosos (1 Corntios 5:11-13). De fato, ele diz, usando a prpria palavra grega escolhida porMateus para registrar a parbola da rede (o impuro, ponerous), afastai de vs a m pessoa [poneron]. Osmestres judaizantes perturbando as igrejas da Galcia eram anatematizados por Paulo como pervertedores doevangelho (Glatas 1:6-9) e Joo exortou os leitores de suas epstolas a no dar santurio aos falsos profetas(1 Joo 4:1-3; 2 Joo 9-11). O prprio Senhor advertiu as cinco igrejas da sia moralmente e espiritualmenteperturbadas a se arrependerem (Apocalipse 2, 3). Outras passagens indicam que as igrejas e os santosindividuais no deviam suportar cristos corruptos e infiis entre eles (Romanos 16:17; 1 Timteo 1:3-4; 6:3-5;Tito 1:9-13; 3:9-11).A partir disto julgamos que o Senhor pretende que seu povo mantenha, da melhor maneira que puder, a simesmo e s igrejas das quais fazem parte, livres de corrupo e impurezas. De outro modo, como poderemosser o sal da terra e a luz do mundo, trazendo glria ao nosso Pai atravs de nossas vidas corretas? (Mateus5:13-16). E como podemos ser vistos como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida?(Filipenses 2:15-16).E ainda que muito desejemos manter as igrejas dos santos livres de qualquer um que no seja comprometidoscom Cristo, uma meta que as limitaes humanas no permitiro atingir plenamente. Conforme Pauloobservou a Timteo, Os pecados de alguns homens so notrios e levam a juzo, ao passo que os deoutros s mais tarde se manisfestam (1 Timteo 5:24). As mesmas limitaes que tornam impossvel parans levarmos julgamento final contra outros, tornam igualmente impossvel para livrarmos a igrejaabsolutamente de todos os seus simuladores. Podemos e devemos agir em relao s atitudes e condutapecaminosas e abertas, mas, diferentes de Deus, no somos oniscientes. Os homens podem esconder suavergonha de nossos olhos. Portanto, a limpeza final da igreja deixada para Aquele que sabe todas as coisas.Por falar em julgamento final, Paulo adverte que ... nada julgueis antes do tempo, at que venha o Senhor,o qual no somente trar plena luz as coisas ocultas das trevas, mas tambm manifestar osdesgnios dos coraes; e, ento, cada um receber o seu louvor da parte de Deus (1 Corntios 4:5). Apureza perfeita do reino para Deus cumprir, no para ns.A Pedra Rejeitada (Mt 13:53-58)Vocs j leram nas Escrituras que a pedra rejeitada pelos construtores passou a ser a mais importante doedifcio? Isto obra do Senhor e uma coisa admirvel de se ver. S. Mar. 12:10 (A Bblia Viva).Durante milnios, uma pedra permaneceu sem ser tocada por mos humanas no leito de um riacho no Estadoda Carolina do Norte, Estados Unidos. Certo dia, um homem ergueu a pedra, viu que seu peso era fora docomum e decidiu us-la como retentor de porta em sua casa. Ali ficou durante anos. Um dia, um gelogopassou por aquele caminho e percebeu a pedra. Seus olhos experientes reconheceram nela uma pepita deouro - o maior volume de ouro nativo encontrado a leste das Montanhas Rochosas.Uma antiga tradio rabnica diz que, quando foi construdo o templo de Salomo, as pedras macias para asparedes e os alicerces foram cortadas da rocha viva e modeladas na prpria pedreira, sendo depoistransportadas para o monte onde se erguia o templo. De acordo com a histria, uma pedra de tamanhoincomum foi levada para o local, mas os construtores no encontraram o lugar certo para coloc-la, de modoque ficou de lado, sem uso. Enquanto continuavam o trabalho do alicerce, aquela pedra parecia estar sempreno caminho deles. Durante longo tempo permaneceu negligenciada e at rejeitada.Ento, um dia, os construtores chegaram ao local onde devia ser colocada a pedra angular. Para podersuportar o tremendo peso do templo, a pedra precisava ter tamanho e resistncia enormes. Tentaram colocarvrias pedras, mas nenhuma era apropriada. Por fim, a ateno deles foi chamada para a pedra rejeitada faziatanto tempo. Exposta s intempries durante aqueles anos todos, ela no revelava nenhum defeito ourachadura e, quando colocada no devido ngulo, encaixou-se perfeitamente.O salmista, em nosso texto, alude a essa tradio, e os rabis reconheciam que fazia referncia ao Messias.