a pena e o tinteiro

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A Pena e o Tinteiro Uma pena presumida De escrever grandes sentenças, Falava das suas obras Tão sublimes como extensas. "Sem mim, disse ela ao tinteiro, Pouca figura farias: Cheio de um licor imundo, Sem mim, triste, que serias?" O tinteiro, injuriado, Vazou logo a tinta fora, E voltou-se para a pena, Dizendo-lhe: "Escreve agora!" Assim responde aos ingratos, Muitas vezes, a razão; Muita gente há como a pena, Como o tinteiro outros são. Marquesa de Alorna

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"Sem mim, disse ela ao tinteiro, Pouca figura farias: Cheio de um licor imundo, Sem mim, triste, que serias?" Assim responde aos ingratos, Muitas vezes, a razão; Muita gente há como a pena, Como o tinteiro outros são. Marquesa de Alorna A Pena e o Tinteiro

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A Pena e o Tinteiro

Uma pena presumida De escrever grandes sentenças,Falava das suas obrasTão sublimes como extensas.

"Sem mim, disse ela ao tinteiro,Pouca figura farias:Cheio de um licor imundo,Sem mim, triste, que serias?"

O tinteiro, injuriado,Vazou logo a tinta fora,E voltou-se para a pena,Dizendo-lhe: "Escreve agora!"

Assim responde aos ingratos,Muitas vezes, a razão;Muita gente há como a pena,Como o tinteiro outros são.

Marquesa de Alorna