A polêmica dos quadrinhos nas mídias sociais

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A polêmica das mídias sociais Benção ou maldição para o ar- tista? Desde os primórdios de sua criação, as mí- dias sociais foram se tornando parte muito impor- tante na vida de muitos artistas – novos e velhos – da nona arte em nosso país. A facilidade e as varias opções de publi- cação que a internet oferece, combinadas com a acessibilidade e o dinamismo da divulgação en- contrada nas mídias sociais, revelam-se grandes aliadas e podem SIM fazer diferença em uma publi- cação nos dias de hoje; independente de impressa ou On Line (já que em um mundo em que a propa- ganda é a alma do negocio, poder fazê-la de graça pode ser uma boa, afinal). Mas tudo tem os seus dois lados, e claro, com os quadrinhos não seria diferente. As chamadas comunidades e grupos onde desenhistas, aspirantes e amantes de quadrinhos se reúnem são em sua maioria um celeiro de imbe- cilidades (mas claro, não estou generalizando, pois eu disse EM SUA MAIORIA). Mas isso significa que não se deve fazer propaganda de seus trabalhos lá? Claro que deve, sem problema algum. O mais o aconselhável é que não se prenda muito a isso. Especificando melhor, creio que você, caro leitor, apenas se sentirá ofendido com os exemplos que darei, se por um acaso se identificar com eles. Presos a um mundinho. Nessas comunidades ou grupos existem SIM (lembre-se disso, pois mais uma vez afirmo que não generalizo) pessoas experientes, profissionais que podem lhe ceder conselhos valiosos e criticas (às vezes duras, porem necessárias). Mas a verdade é que a grande maioria é dominada por um egocentrismo, um elitismo descabido e uma sensação de superioridade que chega a ser hilária. São indivíduos que ficaram presos ao mundinho criado na comunidade. Que se dão por satisfeitos em fazer ilustrações esporádicas e postarem-nas em busca da avaliação do grupinho, que claro, estará a postos para encher sua bola. Que se divertem achincalhando tudo e todos que não pertencem ao seu precioso mundo pré- definido onde já existem ‘’deuses do desenho e fãs fervorosos’’ dos mesmos. Isso pode ser um veneno para o artista de mente fraca, que na esperança de promover seu trabalho, entre em embate com algum ser desses, e num processo de zumbifição acabe por se transfor- mar em semelhante após ‘’ser mordido’’. Tenho que frisar que muitos desses indi- víduos são SIM artistas de talento. Mas esse talento fica ofuscado pelo egocentrismo idiota gerado pela peregrinação de seus fãs de comunidade. Como exemplo: lembro-me bem de pessoas afirmando que eram sim MELHORES que muitos mestres dos quadrinhos japoneses e que apenas não provavam isso por não estarem afim - que mundo injusto é esse em que artistas de pouco talento tem suas obras lembradas para sempre, e os verdadeiros ‘’gênios’’ são obrigados a passar suas vidas postando seus trabalhos em uma comuni- dade qualquer? Não é justo! OBS> gostaria de avisar aos desavisados sobre o uso de sarcasmo no trecho acima. Em fim. Comunidades assim são apenas grandes casas de massagem coletiva, aonde se vai pra receber massagem no ego em troca de fazer o mesmo por outros do grupo apenas por protocolo. Seria como uma economia auto-sustentável em minha opinião. A exposição prolongada a esses coletivos pode muitas vezes (nem sempre, claro) gerar indi- víduos imbecilmente iludidos, convictos da posse de maior experiência que muitos artistas profis- sionais que de fato passaram boa parte de sua vida trabalhando em cima de quadrinhos. O ideal para o artista é que SIM, use esse meio para fazer propaganda de seus trabalhos,

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A polêmica das mídias sociaisBenção ou maldição para o ar-tista? Desde os primórdios de sua criação, as mí-dias sociais foram se tornando parte muito impor-tante na vida de muitos artistas – novos e velhos – da nona arte em nosso país. A facilidade e as varias opções de publi-cação que a internet oferece, combinadas com a acessibilidade e o dinamismo da divulgação en-contrada nas mídias sociais, revelam-se grandes aliadas e podem SIM fazer diferença em uma publi-cação nos dias de hoje; independente de impressa ou On Line (já que em um mundo em que a propa-ganda é a alma do negocio, poder fazê-la de graça pode ser uma boa, afinal). Mas tudo tem os seus dois lados, e claro, com os quadrinhos não seria diferente. As chamadas comunidades e grupos onde desenhistas, aspirantes e amantes de quadrinhos se reúnem são em sua maioria um celeiro de imbe-cilidades (mas claro, não estou generalizando, pois eu disse EM SUA MAIORIA).

Mas isso significa que não se deve fazer propaganda de seus trabalhos lá? Claro que deve, sem problema algum. O mais o aconselhável é que não se prenda muito a isso.

Especificando melhor, creio que você, caro leitor, apenas se sentirá ofendido com os exemplos que darei, se por um acaso se identificar com eles.

Presos a um mundinho.

Nessas comunidades ou grupos existem SIM (lembre-se disso, pois mais uma vez afirmo que não generalizo) pessoas experientes, profissionais que podem lhe ceder conselhos valiosos e criticas (às vezes duras, porem necessárias). Mas a verdade é que a grande maioria é dominada por um egocentrismo, um elitismo descabido e uma sensação de superioridade que chega a ser hilária. São indivíduos que ficaram presos ao mundinho criado na comunidade. Que se dão

por satisfeitos em fazer ilustrações esporádicas e postarem-nas em busca da avaliação do grupinho, que claro, estará a postos para encher sua bola. Que se divertem achincalhando tudo e todos que não pertencem ao seu precioso mundo pré-

definido onde já existem ‘’deuses do desenho e fãs fervorosos’’ dos mesmos. Isso pode ser um veneno para o artista de mente fraca, que na esperança de promover seu trabalho, entre em embate com algum ser desses, e num processo de zumbifição acabe por se transfor-mar em semelhante após ‘’ser mordido’’. Tenho que frisar que muitos desses indi-víduos são SIM artistas de talento. Mas esse talento fica ofuscado pelo egocentrismo idiota gerado pela peregrinação de seus fãs de comunidade. Como exemplo: lembro-me bem de pessoas afirmando que eram sim MELHORES que muitos mestres dos quadrinhos japoneses e que apenas não provavam isso por não estarem afim - que mundo injusto é esse em que artistas de pouco talento tem suas obras lembradas para sempre, e os verdadeiros ‘’gênios’’ são obrigados a passar suas vidas postando seus trabalhos em uma comuni-dade qualquer? Não é justo!

OBS> gostaria de avisar aos desavisados sobre o uso de sarcasmo no trecho acima.

Em fim. Comunidades assim são apenas grandes casas de massagem coletiva, aonde se vai pra receber massagem no ego em troca de fazer o mesmo por outros do grupo apenas por protocolo. Seria como uma economia auto-sustentável em minha opinião. A exposição prolongada a esses coletivos pode muitas vezes (nem sempre, claro) gerar indi-víduos imbecilmente iludidos, convictos da posse de maior experiência que muitos artistas profis-sionais que de fato passaram boa parte de sua vida trabalhando em cima de quadrinhos.

O ideal para o artista é que SIM, use esse meio para fazer propaganda de seus trabalhos,

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cos em comunidades ou grupos com sinopses ou duas ou três páginas com a promessa de um lança-mento sabe-se lá quando. Artista permanece em silêncio ate que seu projeto esteja devidamente pronto para a apresen-tação ao seu possível publico. Artista não se mete em discussões vazias de tópicos sobre ‘’quem é melhor que quem’’. Artista FAZ simplesmente...

É importante não se prender a um punhado de besteiras. Pois geralmente o que irá encontrar é 90% de criticas ofensivas, teses profundas de mestrado sobre quadrinhos, autopromoção, rancor com os desamores da profissão e 10% de criticas concisas e cientes.

Então, não se deve dar ouvidos as criticas vindas desse meio? Claro que deve, afinal se você mostra seu trabalho é porque espera ouvir todo tipo de co-mentário. O que se deve ter, como já foi dito, é bom senso para saber a quem ouvir, deixando de lado os ‘’deuses do desenho de fim de semana’’.

Se você quer conselhos técnicos sobre seu trabalho, procure a orientação de quem realmente trabalho ou já trabalhou junto a quadrinhos. Com a vastidão da internet dos dias de hoje, não é mais tão difícil entrar em contato com essas pessoas. Se você quer saber se seu trabalho se comu-nica devidamente com o leitor, mostre a um leitor que não desenhe (isso elimina o fator competição) e ao fim da leitura veja se o que ele entendeu da historia é exatamente o que você quer passar com ela.

No mais, apenas concentre-se em acima de tudo-FAZER UM BOM TRABALHO.

Resumindo-me nesse final = Não tem problema em freqüentar comunidades de desenhistas e aman-tes de quadrinhos. Não há problema em usar das

pois como eu disse, NEM TODOS são como os citados, e se apenas uma pessoa realmente prestar atenção no seu trabalho, já terá valido a pena. É preciso bom senso para ouvir TODAS as críticas (descabidas ou não), mas não entrar em debate com esses indivíduos que apenas procuram auto-promoção às custa dos outros.

Lembre-se de algo importante: Artista elabora projetos e toca-os para frente. Artista NÃO fica de falatório, criando tópi

mesmas pra fazer propaganda de seus trabalhos. Apensa tente não se prender a estagnação que muitas panelinhas estabelecem nesses espaços de convívio virtual.

Tenha um pensamento que se movimenta. obrigado por ler e até a proxíma.