A Post i La Psicologia

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Márcia Lilla Psicologia Geral

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  • Mrcia Lilla

    Psicologia Geral

  • com satisfao que a Unisa Digital oferece a voc, aluno(a), esta apostila de Psicologia Geral, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinmico e autnomo que a educao a distncia exige. O principal objetivo desta apostila propiciar aos(s) alunos(as) uma apre-sentao do contedo bsico da disciplina.

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    Nesse contexto, os recursos disponveis e necessrios para apoi-lo(a) no seu estudo so o suple-mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formao completa, na qual o contedo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

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    APRESENTAO

  • INTRODUO ............................................................................................................................................... 5

    1 PEQUENA HISTRIA DA PSICOLOGIA: FASES E ESCOLAS ....................................... 71.1 Definio de Psicologia .................................................................................................................................................71.2 O Senso Comum ..............................................................................................................................................................71.3 As reas do Conhecimento .........................................................................................................................................81.4 Fases e Abordagens ........................................................................................................................................................81.5 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................101.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................10

    2 NVEIS DE ANLISE DO COMPORTAMENTO ................................................................... 112.1 Mtodo - Cincia e Atitude Cientfica em Psicologia ......................................................................................112.2 Os Mtodos da Psicologia Cientfica .....................................................................................................................122.3 Tcnicas Psicolgicas ...................................................................................................................................................132.4 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................142.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................14

    3 FRMULA FUNDAMENTAL DO COMPORTAMENTO ................................................. 153.1 E-R= Frmula ou Esquema do Comportamento ..............................................................................................153.2 Classificao do Comportamento ..........................................................................................................................153.3 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................163.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................16

    4 O BEHAVIORISMO DE WATSON E SKINNER ...................................................................... 174.1 Principais Conceitos do Behaviorismo .................................................................................................................174.2 O Experimento da Caixa de Skinner ...................................................................................................................184.3 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................194.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................19

    5 A PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E INTELIGNCIA .............................................. 215.1 A Aprendizagem e Inteligncia (QI-QE-QA) .......................................................................................................215.2 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................255.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................25

    6 A PSICOLOGIA DA GESTALT ......................................................................................................... 276.1 Gestalt ...............................................................................................................................................................................276.2 Principais Conceitos da Gestalt ...............................................................................................................................286.3 A Abordagem da Boa Forma da Gestalt ..............................................................................................................296.4 A Teoria de Campo de Kurt Lewin ..........................................................................................................................296.5 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................306.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................30

    7 PERCEPO & MOTIVAO (PRINCIPAIS TEORIAS MOTIVACIONAIS) ......... 317.1 Definies de Percepo ...........................................................................................................................................31

    SUMRIO

  • 7.2 Funes da Percepo ................................................................................................................................................317.3 Compreendendo os Processos Motivacionais ..................................................................................................327.4 Principais Teorias Motivacionais .............................................................................................................................327.5 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................337.6 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................33

    8 A PSICANLISE: O INCONSCIENTE, FREUD E SEGUIDORES ................................. 358.1 O Surgimento da Psicanlise ....................................................................................................................................358.2 Principais Conceitos da Psicanlise .......................................................................................................................368.3 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................388.4 Atividades Proposta .....................................................................................................................................................38

    9 A PSICOLOGIA SCIO-HISTRICA DE VYGOTSKY ....................................................... 399.1 O Surgimento da Abordagem com Vygotsky ....................................................................................................399.2 Principais Conceitos .....................................................................................................................................................399.3 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................409.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................40

    10 A PSICOLOGIA INSTITUCIONAL E OS TIPOS DE AGRUPAMENTOS HUMANOS..............................................................................................................................................4110.1 Tipos de Grupos ..........................................................................................................................................................4110.2 Como Evoluem os Grupos de Trabalho .............................................................................................................4110.3 Psicologia Institucional e Processo Grupal .......................................................................................................4210.4 O Processo de Institucionalizao .......................................................................................................................4210.5 Instituies, Organizaes e Grupos...................................................................................................................4310.6 A Importncia do Estudo dos Grupos na Psicologia ....................................................................................4310.7 Resumo do Captulo .................................................................................................................................................4410.8 Atividades Propostas ................................................................................................................................................44

    11 FEEDBACKS & ASSERTIVIDADE ............................................................................................... 4511.1 Dar e Receber Feedbacks .........................................................................................................................................4511.2 A Importncia de Carl Rogers ................................................................................................................................4511.3 Assertividade ...............................................................................................................................................................4611.4 A Conscincia da Agressividade Gera o Comportamento Assertivo .....................................................4711.5 Concepes Atuais e Cientficas sobre Nveis de Conscincia das Emoes Positivas ...................4811.6 Resumo do Captulo .................................................................................................................................................4811.7 Atividades Propostas ................................................................................................................................................48

    12 DISTRBIOS CONTEMPORNEOS E PREVENES POSSVEIS ....................... 4912.1 A Normalidade Existe? .............................................................................................................................................4912.2 Os Agravos Mentais/Transtornos das Personalidades .................................................................................4912.3 Os Transtornos Mentais Relacionados aos Trabalho .....................................................................................5012.4 Os Transtornos Modernos .......................................................................................................................................5012.5 Promovendo a Cura e Aceitando os Limites ....................................................................................................50

    13 AS PRINCIPAIS MEGATENDNCIAS ..................................................................................... 53

    14 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................ 61

    RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 63

    REFERNCIAS ............................................................................................................................................. 65

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    INTRODUO

    Caro(a) aluno(a),

    A disciplina de Psicologia de fundamental importncia para o futuro profissional das Cincias Humanas e Sociais, uma vez que fornece informaes importantes sobre as caractersticas do humano, levando compreenso ampla, profunda e dinmica dos aspectos tanto individuais quanto inter-rela-cionais do homem. Estudando Psicologia Geral, possvel vislumbrar um caminho bem-humorado s nossas caractersticas humanas e tornar mais apreensveis e compreensveis muitos dos nossos estranha-mentos cotidianos, no mundo das relaes pessoais, sociais, entre outras.

    Nesta apostila, a presente disciplina ser abordada de forma ordenada e gradual, a partir do que ser facilitada a absoro dos principais conceitos e contedos necessrios boa formao acadmica e futura aplicao prtica, nos vrios contextos do mundo profissional. Assim, a apostila est didaticamen-te elaborada e dividida em captulos, para que possa ser possvel a sua insero aos conhecimentos es-pecficos, passo a passo, tornando vivel a construo paulatina do seu aprendizado em Psicologia Geral.

    O objetivo maior que o aprendizado da Psicologia possa ser articulado s demais cincias do universo social, uma vez que necessria a promoo de um conhecimento amplo e integrado s diver-sidades culturais, alm de individuais.

    Durante os estudos, voc ir verificar que bem interessante desvendar os caminhos da ampliao da conscincia, que necessariamente percorrem, ao mesmo tempo, as estradas e as encruzilhadas dos conhecimentos que vamos adquirindo, ao ler a apostila, ao integrar as teorias com as prticas de seus au-tores, podendo construir pontes comunicacionais com as coisas que todos ns, de formas diferenciadas, vivemos.

    A jornada cientfica das Psicologias aqui apresentadas, de forma ainda que compacta e didtica, j uma viagem maravilhosa para as mentes mais abertas ao aprendizado contnuo, assim como um cont-nuo convite ao redespertar humano, pois somente dessa forma haver a boa transformao e reconstru-o que intencionamos encontrar.

    Como autora, educadora e psicloga, acredito no bom uso dos seus melhores sentidos, reunidos.

    Aproveite bem o material aqui elaborado, programado como um equipamento de sobrevivncia e aperfeioamento para voc. As referncias indicadas no final da apostila serviro de boa base para aprofundamentos e recortes, de acordo com o seu interesse e disponibilidade.

    Desejo-lhe um excelente aprendizado; e seja muito bem-vindo(a) s pontes que o conduziro s melhores integraes.

    Atenciosamente,

    Profa. Mrcia Lilla

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    Caro(a) aluno(a), neste captulo trataremos da Histria da Psicologia, suas fases e escolas. Vamos iniciar a discusso?

    1.1 Definio de Psicologia

    O termo foi criado em 1550, por Melanchton, enquanto lecionava na Universidade de Witten-berg, na Alemanha, sendo que psique, proveniente

    do grego, significa alma e logos, proveniente do la-tim, significa estudo.

    1.2 O Senso Comum

    No nosso cotidiano, muitas vezes, vivencia-mos a ocorrncia de um manancial de crenas bem populares, algumas receitas psicolgicas de gente que no frequenta o meio acadmico, cientfico, mas que consegue se aproximar de algumas ver-dades, em variados meios, lanando mo de pal-pites, quase todos para ajudar os outros, ao que chamam de melhores das intenes.

    Ser mesmo que possumos um mix de lou-cura e de magia, de mdicos e de insanos? Qual a verdade, se que h apenas uma verdade em tudo o que ouvimos, vemos, sentimos, percebemos, pal-pitamos, entre outras experincias dos viveres exis-tenciais? De certo modo, podemos constatar certo domnio popular em questes usuais, nas quais o acmulo de experincias passadas soma apren-dizado e passado de gerao a gerao. Essa a psicologia do senso comum, mas que fique, a partir dos estudos mais intensos e interessados das Psicologias, bastante esclarecido que se trata apenas de uma sabedoria popular, cultural, bem diferente do que vero na cientificidade da Psico-logia o que a pequena histria dessa importante cincia desvendar.

    O conhecimento espontneo da realidade (uma viso de mundo) bastante diferente da complexidade inerente e consistente da Psicolo-gia Cientfica. O estudante necessitar munir-se de amplos conhecimentos psicolgicos para po-der discernir e no mais cometer o erro do leigo, mesmo que este seja revelador, como muitas vezes pode mesmo ser (sabedorias populares).

    Todo senso comum simplista, reducionista e jamais revelador de vicissitudes reais, nos cam-pos das subjetividades e objetividades, as quais so necessariamente focadas pela Psicologia Cien-tfica, considerando-se mltiplos fatores (determi-nantes e/ou no). Nem mesmo o avano cientfico capaz de esgotar as possibilidades e encontrar compreenso precisa para todos os limites, ainda existentes no mundo moderno. Por um lado, existe o conhecimento que se aprofunda e se desdobra, mas por outro, um abismo, um grande mistrio. Eis o desafio, no limite tnue dessa navalha, em que somente a humildade do aprendiz, no bom cuida-do do conhecimento contnuo, pode e deve culti-var.

    PEQUENA HISTRIA DA PSICOLOGIA: FASES E ESCOLAS1

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    O senso comum deixou o legado de um co-nhecimento intuitivo que, sem dvida, no dava mais conta do desenvolvimento humano, de sua compreenso. O mundo foi ficando mais e mais complexo, e o homem teve que ocupar diversos espaos; assim sendo, o conhecimento de tcni-cas mais precisas passou a fazer parte das preocu-paes. Era necessrio dominar a natureza e tirar desta o melhor dos proveitos. A matemtica dos

    gregos, prxima do sculo IV a.C., foi primordial para questes agrcolas e urgentes da poca (pro-jetos navais e arquitetnicos). E, com o passar dos tempos, a especializao foi buscada at um nvel elevado de complexidade, o que, por exemplo, fez o homem chegar Lua.

    Para interpretar a realidade, o homem, ento, foi fazendo composies, parcerias de conheci-mentos (senso comum somado s cincias), com-preendendo melhor a sua realidade e a de seus semelhantes. As especulaes sobre a origem do significado da existncia humana sempre ocupa-ram o centro das atenes dos gregos (filosofias). Os mistrios, os princpios morais e todos os pen-samentos sobre a origem do prprio homem (as religies: a bblia dos judaicos, a dos cristos e o livro sagrado dos hindus livro dos Vedas); a sen-sibilidade humana representada desde as cavernas (artes) at as criaes mais rebuscadas em tcni-cas, metodologias, entre mltiplos e especficos conhecimentos (cincias); enfim, todas as reas de conhecimento so importantssimas para a Psico-logia, ou melhor dizendo, para as Psicologias. Quo mais vasta em evoluo uma rea do conhecimen-to, mais aproximada s necessidades do homem, por meio dos tempos e de todos os espaos.

    1.3 As reas do Conhecimento

    AtenoAteno

    As especulaes sobre a origem do significado da existncia humana sempre ocuparam o centro das atenes dos gregos (filosofias). Os mistrios, os princpios morais e todos os pensamentos sobre a origem do prprio homem (as religies: a bblia dos judaicos, a dos cristos e o livro sagrado dos hindus livro dos Vedas); a sensibilidade humana representada desde as cavernas (artes) at as criaes mais rebuscadas em tcnicas, metodologias, entre mltiplos e especficos conhecimentos (cincias), enfim, todas as reas de conhecimento so importantssimas para a Psicologia, ou melhor dizendo, para as Psicologias.

    1.4 Fases e Abordagens

    Fase Grega: surgiu com os gregos a Psi-cologia, no perodo anterior era crist, tendo sido uma ramificao das filoso-fias, artes e crenas humanas atreladas ao misticismo da poca. Os principais filsofos que a influenciaram foram: S-crates, Plato e Aristteles, nos perodos de 469 a 322 a.C. Com Scrates, a Psicolo-gia ganha consistncia, uma vez que sua principal preocupao era com o limite

    que separava o homem dos animais, tra-zendo a caracterstica humana da razo, que lhe permitia pensar e sobrepujar-se aos instintos (bases mais irracionais). Com Plato, discpulo de Scrates, a Psicologia cedeu lugar razo, sendo o prprio cor-po, mais precisamente a cabea, o centro de localizao para a alma humana, no qual a medula faria a ligao corpo-mente (elementos importantes, pois Plato con-cebia uma separao entre corpo e men-

  • Psicologia Geral

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    te e acreditava na imortalidade da alma). J com Aristteles, a Psicologia ganhou o seu primeiro tratado, no qual tivemos os primeiros estudos profundos das diferen-as entre a razo, percepo e sensaes (Da anima). Esse pensador acreditava que a alma e o corpo no podiam ser disso-ciados, o que trouxe uma forte evoluo para a compreenso dos fatores huma-nos para a Psicologia da poca;

    Fase Romana: no perodo datado entre 430 a 1274, a Psicologia sofreu a influn-cia direta dos padres e filsofos Santo Agostinho e So Toms de Aquino. O primeiro foi inspirado em Plato, trazen-do a concepo de uma alma pensante, com razo e com manifestao divina (li-gao do elemento humano com Deus), sendo a alma tambm a sede do pensa-mento, havendo a preocupao da Igre-ja em compreend-la. J com So Toms de Aquino, devido ao perodo de ruptura da Igreja com as Revolues Francesa e Industrial, houve a preocupao pela dis-tino entre essncia e existncia, sendo que somente Deus poderia assegurar a perfeio ao homem e no o avano das liberdades e do desenvolvimento huma-no (a inteno era a de garantir Igreja o monoplio do estudo do psiquismo);

    Fase do Renascimento: pouco mais de 200 anos aps a morte de So Toms de Aquino, tem incio uma poca de trans-formaes radicais no mundo europeu. (BOCK, 1996, p. 35). O Renascimento e todo o mercantilismo levam s novas descobertas que propiciam ao homem o acmulo de riquezas e acabam por acirrar novos valores (bens capitais e organiza-

    es mais econmicas e sociais). As trans-formaes ocorrem em todos os setores e d-se a valorizao do homem e de seus inmeros processos. O conhecimento tornou-se independente da f e surgem sociedades mais complexas e a necessi-dade de metodologias, tcnicas capazes de assegurar com maior e melhorada preciso as complexidades humanas. Em outras palavras, o conhecimento trouxe a necessidade de uma remodelagem nos padres vigentes at ento. Como exem-plo: Galileu (1610), com o estudo da que-da dos corpos (primeiras experincias da Fsica moderna); Maquiavel (1513), com a clssica obra poltica O prncipe; e Ren Descartes (1596-1659), renomado filso-fo que postulou a separao entre a men-te e o corpo, deixando o famoso dualis-mo cartesiano de herana cultural, o que, sem dvida, configurou um significativo avano para a Psicologia, como cincia, pois, assim, o corpo humano morto, sepa-rado da alma, poderia, ento, ser melhor observado e pesquisado;

    Fase Cientfica: o sculo XIX trouxe o avano de inmeras cincias, sendo que a Psicologia, ento, para acompanhar seus estudos sobre o homem, teve tambm de se tornar objetiva, a fim de mensur--lo, classific-lo e analis-lo, prestando melhor suas contribuies de compreen-so da espcie humana e social. Com a diviso do trabalho, adventos das revo-lues francesa e industrial, a Psicologia ganha espao cada vez maior, ao ficar pu-ramente libertada das filosofias, soman-do sistematizaes nos procedimentos e padronizando os ajustamentos necess-rios para a sociedade capitalista, passan-do a ser respeitada e utilizada por todos os setores da sociedade humana. Wundt trouxe a concepo de uma Psicologia apartada da alma, na qual o conhecimen-to cientfico poderia ser obtido a partir de medio e observao em laborat-rio, fator de extrema importncia para o avano dos estudos da mente e compor-tamentos humanos.

    Saiba maisSaiba mais

    A fase grega agregou inmeros conhe-cimentos humanidade e de forma extremamente democrtica; por isso, historicamente, houve um movimen-to posterior de represso por parte das conjecturas dominantes, conforme ve-remos a seguir.

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    A Psicologia como cincia vai se configuran-do em diferentes concepes, com as seguintes abordagens:

    o funcionalismo, de William James (1842-1910): corrente americana para a qual im-porta responder o que fazem e por que fazem os homens, na qual a conscincia surge como centro das preocupaes e da compreenso dos funcionamentos, de acordo com as necessidades humanas de adaptao ao meio ambiente (pragmatis-mo americano a servio do desenvolvi-mento econmico da poca);

    o estruturalismo, de Edward Titchner (1867-1927): tal qual o funcionalismo, ocupou-se com a compreenso da cons-cincia, porm com enfoque aos aspectos mais intrnsecos, ou seja, mais estruturais do sistema nervoso central, utilizando o mtodo introspectivo para a observao experiencial em laboratrio;

    o associacionismo, de Edward L. Thorn-dike (1874-1949): basicamente formulou

    a primeira abordagem da aprendizagem para a Psicologia, na qual o processo se daria das associaes entre ideias simples at as mais complexas entre os conte-dos. Thorndike formulou uma lei com-portamentalista em que a repetio do comportamento humano e animal dar--se-ia at o ponto do efeito (recompensa; exemplo: elogio para o bom feito infantil), o que permitia a observao da apren-dizagem bem-sucedida; ou o contrrio, como um efeito ativador da suspenso do comportamento (o castigo; exemplo: o olhar severo do pai em resposta ao ato inadequado da criana). Essa lei ficou co-nhecida como: Lei do Efeito.

    Todas essas abordagens anteriormente des-critas vo dar estruturao e embasamento cient-fico preciosos para o que viria a ser as Psicologias mais contemporneas (Behaviorismo, Gestalt e Psi-canlise, abordagens que veremos com maior des-taque no transcorrer da disciplina, portanto, nesta apostila).

    1.5 Resumo do Captulo

    Caro(a) aluno(a), neste captulo estudamos as primeiras e essenciais fases histricas que foram ori-ginando os primeiros estudos psicolgicos; vimos cada fase, com suas diferentes facetas, compondo a trajetria da Psicologia Cientfica e, principalmente, posicionando-a como o principal objetivo de estudo desta disciplina.

    1.6 Atividades Propostas

    1. Trata-se de um conhecimento popular, simplista, reducionista e jamais revelador de vicissitu-des reais, nos campos das subjetividades e objetividades, as quais so necessariamente foca-das pela Psicologia Cientfica. De qual tipo de conhecimento estamos tratando?

    2. Qual o nome do cientista que trouxe a concepo de uma Psicologia apartada da alma, na qual o conhecimento cientfico poderia ser obtido a partir de medio e observao em labo-ratrio, fator de extrema importncia para o avano dos estudos da mente e comportamentos humanos?

    3. Corrente americana para a qual importa responder o que fazem e por que fazem os homens, na qual a conscincia surge como centro das preocupaes e da compreenso dos funciona-mentos, de acordo com as necessidades humanas de adaptao ao meio ambiente (pragma-tismo americano a servio do desenvolvimento econmico da poca).

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    Caro(a) aluno(a), neste captulo trataremos de explicar os mtodos e as tcnicas psicolgicas, para que voc possa compreender a Psicologia como uma cincia de atitudes cientficas. Vamos iniciar a discusso?

    A Psicologia estuda o comportamento, os processos mentais, a experincia humana e, de um modo especial, a personalidade. Com tcnicas me-tdicas prprias, a Psicologia procura no s des-cobrir novos fatos, nessas reas, mas tenta tambm medi-los.

    A cincia um instrumento de conhecimen-to, de controle e de medida dos fatos. , a um tem-po, conhecimento e poder, por dar a explicao adequada e permitir tanto previso quanto contro-le. Pelo fato de se poder aplicar, na prtica, muitos de seus conhecimentos, confere poder a quem os aplica.

    O mtodo cientfico algo simples, mas no uma atividade que se apresenta espontaneamen-te. Para ser utilizado, preciso que a pessoa esteja predisposta ou treinada. Por exemplo, as experin-

    cias de Galileu estudando a queda dos corpos (que est na origem da Fsica tradicional) poderiam ter sido feitas no Egito Antigo, nas Muralhas de Creta ou em qualquer perodo da Grcia ou de Roma. O esprito da poca, contudo, no predispunha as pessoas para essa atividade mais rigorosa do saber.

    O mtodo cientfico pode ser empregado para a descoberta tanto de grandes quanto de simples fatos da vida ou da cincia. A maneira mais eficiente de se chegar s causas de um fenmeno utilizar o mtodo cientfico. So os seguintes os passos desse mtodo:

    identificao do problema (observao do fenmeno a pesquisar);

    antecedentes histricos; formulao de uma hiptese que expli-

    que o fenmeno. Esta serve para orien-tar o trabalho da pesquisa e , ao mesmo tempo, uma garantia de objetividade. Toda experimentao tem como objeti-vo ver como a hiptese se manifesta;

    experimentao da hiptese; comprovao da hiptese; comunicao dos resultados para conhe-

    cimento do mundo cientfico;

    anlise estatstica; concluses; sugestes para nova pesquisa; crtica.

    AtenoAteno

    O psiclogo Claparde imaginou um mtodo que chamou de reflexo falada: deu um problema a um jovem e pediu a este que o resolvesse e fosse, ao mesmo tempo, descrevendo em voz alta o seu pensamento.

    2.1 Mtodo - Cincia e Atitude Cientfica em Psicologia

    NVEIS DE ANLISE DO COMPORTAMENTO2

  • Mrcia Lilla

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    Portanto, a tarefa dos cientistas consiste em criar teorias que viabilizem nveis comprovada-mente vlidos, para garantir rigor aos aspectos e

    variveis analisados, conforme dita o mtodo cien-tfico. Assim, podemos pensar em formas de anli-se do comportamento humano.

    2.2 Os Mtodos da Psicologia Cientfica

    Os autores costumam dividir os mtodos usados pelos psiclogos em trs grandes grupos:

    introspeco ou mtodo de observao interna;

    extrospeco ou mtodo de observao externa;

    experimentao.

    A introspeco um mtodo subjetivo de ob-servao interior. A pessoa observa suas prprias experincias e as relata (a pessoa relata suas emo-es, percepes, interesses, recordaes etc.). Um exemplo: aumentamos nosso conhecimento da mente humana lendo dirios ntimos, autobiogra-fias ou memrias. Imaginamos que as pessoas fo-ram sinceras ao descrever seus sentimentos, emo-es, recordaes etc., mas no o podemos provar. Para estudar certos traos de personalidade, os psi-clogos tm pedido s pessoas que respondam a um questionrio. Para esse fim, os indivduos tero que observar seu ntimo e dar suas respostas as quais iro revelar aos psiclogos seus interesses, emoes, preferncias etc.

    Para estudar o raciocnio, o psiclogo Cla-parde imaginou um mtodo que chamou de refle-xo falada: deu um problema a um jovem e pediu a este que o resolvesse e fosse, ao mesmo tempo, descrevendo em voz alta o seu pensamento.

    Embora seja impossvel verificar se as pes-soas foram corretas ao relatarem seus fenmenos ntimos, a introspeco tem sido usada para co-lher informaes que no possam ser obtidas de nenhuma outra maneira. Porm, a introspeco no pode ser empregada no estudo de animais, de crianas muito novas, de dbeis mentais etc.

    J a extrospeco um mtodo objetivo de observao externa. O psiclogo procura conhecer as reaes externas dos organismos. Ao observar, por exemplo, uma pessoa, procura conhecer seu modo de agir, seus gestos, suas expresses fision-micas, suas realizaes etc.

    Sempre que possvel, os psiclogos do pre-ferncia extrospeco e procuram torn-la mais exata, usando aparelhos para melhor documentar suas observaes: mquinas fotogrficas e de fil-mar, cronmetros, gravadores de som etc.

    A experimentao consiste em um observa-dor controlando a situao e verificando os dife-rentes nveis de reaes do sujeito.

    Saiba maisSaiba mais

    Em processos seletivos, no caso particu-lar das Dinmicas Grupais, os psiclogos utilizam-se, bem mais, da metodologia da experimentao.

  • Psicologia Geral

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    As tcnicas psicolgicas mais utilizadas so:

    animais em laboratrio: a observao de animais em situaes controladas fa-cilita a compreenso do comportamento das aprendizagens. Os animais mais uti-lizados so: ces, ratos, pombos, gatos e macacos;

    tcnica da medida do tempo de rea-o: esse tempo medido em fraes de segundo, por cronmetros. Esse tempo varia de pessoa para pessoa e de gran-de importncia para provas de aptido para determinadas profisses como: mo-toristas, profissionais de mdia, aviao, entre outros;

    tcnica das associaes determinadas: essa tcnica foi introduzida pelo psiclo-go suo Carl Gustav Jung. Consiste em ler para o paciente, uma a uma, as pala-vras de uma lista, pedindo-lhe que a cada palavra ouvida diga tudo que lhe venha mente, mesmo que lhe parea estranho e absurdo. Essa tcnica possibilita traar um tipo psicolgico do paciente;

    tcnica da associao livre: utilizada por Sigmund Freud, que foi o fundador da Psicanlise. O psicanalista sugere um assunto e deixa que o pensamento flua, na livre associao de ideias que o pa-ciente faz, de acordo com o seu histrico pessoal;

    tcnica de grupos de controle: essa tcnica consiste na comparao de dois ou mais grupos semelhantes, tratados de modo igual, em todos os aspectos da ati-vidade, com exceo de um o aspecto que est sendo estudado. Imagine que todas as crianas de uma creche passa-ram por uma experincia de ataque de cachorros e desenvolveram medo. Essa tcnica poderia ser aplicada de modo a

    controlar esse medo, apresentando um filme no qual aparecessem crianas aca-riciando cachorros dceis e, assim, fazen-do paulatinamente diminuir o medo de cachorros;

    tcnica de comparao de gmeos: consiste em comparar dois gmeos idn-ticos ou univitelinos. Essa tcnica tem sido muito empregada para prever a in-fluncia da hereditariedade e do ambien-te no desenvolvimento da inteligncia e da personalidade, de modo geral;

    tcnicas projetivas: so atividades pro-postas pelos psiclogos nas quais as pes-soas so convidadas a expressarem seus ntimos.

    a) Hermann Rorschach elaborou um teste de borres, com dez cartes, revelando traos significativos da personalidade, como nvel de inteli-gncia, extroverso ou introverso, conflitos emocionais etc.;

    b) Henry D. Murray criou o TAT, conhe-cido como teste de apercepo te-mtica, em que existem 20 quadros que remontam a contos, nos quais a criana pode elaborar a sua prpria histria, baseada em fatores de sua psicodinmica pessoal e familiar;

    c) anlise do brinquedo: Melanie Klein encontrou muita dificuldade para estudar a causa dos problemas emo-cionais apresentados pelas crianas e resolveu observar o modo como as crianas brincavam, por meio de brinquedos, baseando-se na com-preenso de seus vocabulrios ao expressarem o que vinha pelas mentes e formas de construes de brincadeiras, assim como no tipo de brinquedos escolhidos, mais comu-mente; a ludoterapia passou a ser

    2.3 Tcnicas Psicolgicas

  • Mrcia Lilla

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    uma forma teraputica para auxiliar a cura da criana pelo brinquedo;

    d) anlise do desenho: o desenho da figura humana, da casa e da rvo-re, so os mais utilizados, revelando interesses, autoimagem, conflitos emocionais, nvel intelectual, entre outros fatores, muito utilizados em empresas;

    e) testes psicolgicos: de inteligncia, de conhecimentos gerais e/ou espe-cficos, nos quais se observa o tipo de resposta dada e o desempenho, me-dindo aptides dos indivduos (mui-to utilizados em seleo de pessoal).

    Em Psicologia Clnica, estuda-se o compor-tamento de uma nica pessoa, visando ajud-la em seu ajustamento. feito um estudo do caso, procurando compreender as principais foras e influncias que orientaram o desenvolvimento dessa pessoa. Esse estudo consiste em vrias fases, entre as quais: investigar o tipo de vida da pessoa; as condies sociais em que ela vive; aplicar testes de interesses, de aptides, de inteligncia geral, de maturidade emocional, de sociabilidade, de traos de personalidade; e fazer seu levantamento bio-grfico. Aps esse estudo, surge o diagnstico do problema dessa pessoa, recomendada uma tera-putica e o caso acompanhado por um supervi-sor, por algum tempo. A observao de casos par-ticulares permite descobrir algumas caractersticas comuns a muitas pessoas.

    2.4 Resumo do Captulo

    Caro(a) aluno(a), neste captulo estudamos as trs metodologias aplicadas em Psicologia Cientfica; as tcnicas mais utilizadas para o conhecimento do humano, cada uma delas, focando aspectos peculia-res e tornando possvel o levantamento de um vasto nmero de informaes sobre a pessoa, animal ou grupo analisado.

    2.5 Atividades Propostas

    1. Trata-se de um mtodo subjetivo de observao interior. A pessoa observa suas prprias ex-perincias e as relata (a pessoa relata suas emoes, percepes, interesses, recordaes etc.). De qual mtodo estamos tratando?

    2. So atividades propostas pelos psiclogos nas quais as pessoas so convidadas a expressarem seus ntimos.

    3. Trata-se de uma forma teraputica, criada por Melanie Klein, para auxiliar a cura da criana pelo brinquedo.

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    Caro(a) aluno(a), neste captulo, trataremos de compreender o estudo da Frmula Fundamen-tal do Comportamento. Vamos iniciar a discusso?

    O comportamento tem sido definido como sendo o conjunto das reaes ou respostas que um organismo apresenta s estimulaes do ambien-te. Todo o organismo est continuamente receben-

    do estimulaes do ambiente e reagindo a elas. Por isso que os cientistas afirmam que o organismo vive em um constante processo de interao com seu ambiente. As relaes que mantemos com o mundo que nos rodeia so de dar e receber. Rece-bemos inmeras estimulaes e damos respostas a elas.

    Para simbolizar a dependncia entre reao e estimulao, muitas vezes tem sido empregado esse pequeno esquema, no qual E significa estmu-lo ou conjunto de estmulos (situao) e R significa reao ou resposta. Os estudiosos do comporta-mento preferem empregar o verbo eliciar no lugar de provocar ou causar.

    Por exemplo: o sumo da cebola elicia a secre-o de lgrimas, pelas glndulas lacrimais.

    Estmulo qualquer modificao do ambien-te que provoque a atividade do organismo. Assim, a luz um estmulo aos olhos, o som, aos ouvidos.

    Reao ou resposta qualquer alterao do organismo (movimentos musculares ou secrees glandulares), eliciada por um estmulo.

    AtenoAteno

    Para simbolizar a dependncia entre reao e estimulao, muitas vezes tem sido empregado esse pequeno esquema, no qual E significa estmulo ou conjunto de estmulos (situao) e R significa reao ou resposta. Os estudiosos do comportamento preferem empregar o verbo eliciar no lugar de provocar ou causar.

    3.2 Classificao do Comportamento

    Comportamento inato: tambm co-nhecido como comportamento natural. H reaes que todos os seres da mesma espcie apresentam todas as vezes que recebem determinada estimulao, sen-do invariveis. Um exemplo: nossas pupi-las se contraem sempre que aumenta a

    intensidade da luz no ambiente em que estamos e se dilatam quando a lumino-sidade diminui (reflexo pupilar). Outro exemplo: nossas plpebras se cerram fortemente sempre que um objeto se aproxima bruscamente de nossos olhos e sempre que ouvimos um som muito

    FRMULA FUNDAMENTAL DO COMPORTAMENTO3

    3.1 E-R= Frmula ou Esquema do Comportamento

  • Mrcia Lilla

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    alto (reflexo palpebral). Essas reaes no precisam ser aprendidas. Todos os seres humanos, em estado normal, as apresentam. So chamadas reaes ina-tas e, tambm, reaes no variveis;

    Comportamento adquirido ou apren-dido: um comportamento varivel. H reaes que alguns seres apresentam e outros, embora da mesma espcie, no apresentam ao receberem determinada estimulao. So reaes que necessi-tam de aprendizagem para se processa-rem, quando o organismo recebe a es-timulao. Um exemplo: o gato de uma determinada casa entra na cozinha todas as manhs ao ouvir o rudo da porta da geladeira. Outros gatos, ao ouvirem esse mesmo som, no reagem desse modo. Outro exemplo: o co de uma certa fa-mlia aproxima-se prontamente, ao ouvir algum dizer Tot. Outros ces, ao ouvi-

    rem esse mesmo som, no reagem desse modo. Essas reaes foram aprendidas. Constituem o comportamento varivel ou adquirido, portanto, aprendido.

    O estudo do desenvolvimento do comporta-mento durante o decorrer de nossa vida tem sido realizado pela Psicologia gentica ou evolutiva. Observou-se que, no incio de nossa vida, apresen-tamos aos estmulos reaes que, em sua maioria, so inatas. medida que amadurecemos, vai au-mentando o nmero de nossas reaes adquiridas ou aprendidas.

    A Psicologia comparativa realiza o estudo do comportamento animal, comparando-o com o comportamento humano. Ela tem demonstrado que, nos animais inferiores, predominam as rea-es inatas, invariveis, ao passo que, no ser hu-mano, predomina o comportamento varivel ou aprendido.

    3.3 Resumo do Captulo

    Caro(a) aluno(a), neste captulo estudamos a Frmula Fundamental do Comportamento, no qual vimos que E = estmulo e R = resposta; sendo que existem os comportamentos inatos e os comporta-mentos adquiridos ou aprendidos; sendo que esses ltimos esto estreitamente ligados quantidade e qualidade das estimulaes do meio ambiente.

    3.4 Atividades Propostas

    1. Qual a definio de comportamento?

    2. Qualquer modificao do ambiente que provoque a atividade do organismo chamada de...

    3. Trata-se de um comportamento varivel, com reaes que necessitam de aprendizagem para se processarem, quando o organismo recebe a estimulao. De qual comportamento estamos tratando?

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    Caro(a) aluno(a), neste captulo, trataremos da Abordagem do Behaviorismo de Watson e de Skinner. Vamos iniciar a discusso?

    O Behaviorismo nasce com Watson e tem um desenvolvimento grande nos Estados Unidos, em funo de suas aplicaes prticas. Tornou-se importante por ter definido o fato psicolgico, de modo concreto, a partir da noo do comporta-mento (behavior, do ingls). Essa abordagem surge com John B. Watson, em 1913, e basicamente traz a ideia de que todo estmulo elicia uma resposta, com a frmula comportamental bsica: E R (sen-

    do que E = estmulo e R = resposta do indivduo). Essa abordagem traz para a Psicologia da poca a serventia da quantificao (mensurao) do com-portamento humano, j que o capitalismo institui a necessidade de um parmetro mais prtico para a anlise humana e suas relaes com o trabalho. Os primeiros experimentos foram feitos com ra-tos brancos em laboratrios, assim como outros animais, tais como: pombos e sapos, por questes ticas e determinantes das cincias biolgicas e humanas.

    Temos com B. F. Skinner um importante ex-perimento com ratos, o que possibilitou o avano da compreenso dos condicionamentos e apren-dizagens humanas. Para os behavioristas, todos os comportamentos podem ser controlveis e contro-lados, uma vez que reconhecem como sendo pas-svel de observao o que emite uma resposta con-creta, visvel e mensurvel no meio ambiente onde est atrelado o indivduo. O Behaviorismo muito utilizado em empresas, escolas, organizaes de diferentes segmentos, por ser eficaz na especifica-o das caractersticas humanas.

    AtenoAteno

    Para os behavioristas, todos os comportamentos podem ser controlveis e controlados, uma vez que reconhecem como sendo passvel de observao o que emite uma resposta concreta, visvel e mensurvel no meio ambiente onde est atrelado o indivduo.

    Comportamento reflexo ou respon-dente: so todos os comportamentos/respostas do organismo vivo/indivduo que no dependem diretamente dos fatores de aprendizagens (piscar o olho mediante a incidncia da luz e afastar a mo do calor do fogo, por exemplo);

    Comportamento instrumental ou ope-rante: diferentemente dos comporta-

    mentos reflexos/respondentes, estes de-pendem da habilidade de aprendizagem e apenas ocorrem mediante condiciona-mentos. Esses condicionamentos podem ser primrios, secundrios ou tercirios, sendo os primeiros ligados s necessi-dades de primeira ordem (bsicas) e os outros associados a elas. Ou seja, para os behavioristas, toda a aprendizagem est

    O BEHAVIORISMO DE WATSON E SKINNER4

    4.1 Principais Conceitos do Behaviorismo

  • Mrcia Lilla

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    diretamente vinculada s habilidades vo-luntrias de um organismo responder s suas urgncias, mediante os estmulos provenientes do meio ambiente, tornan-do assim o esquema E R condicionvel, controlvel (exemplo: ao pressionar uma barra, o rato observa a ocorrncia do surgimento da gua, e isso apenas acon-tece aps inmeras tentativas de obter sucesso recompensa). Assim, para os comportamentalistas, o comportamento e a aprendizagem esto diretamente vin-culados aos sucessivos erros, at que se possa alcanar o acerto;

    Teoria dos reforamentos: podem ser positivos ou negativos, dependendo dos objetivos do meio ou do indivduo.

    No caso do reforo positivo, o indivduo ao ser premiado aprende que para obter satisfao de sua necessidade ou dese-jo, ter de repetir o mesmo mecanismo da experincia passada, aprendida; j no reforo negativo o inverso, ele deses-timulado a repetir o padro aprendido, pois no encontra no meio ambiente o atributo que atende sua necessidade/desejo, sendo esse fator fundamental para que interrompa o padro e apren-da a extinguir o comportamento inde-sejado (para os behavioristas, o simples fato de no se reforar positivamente um comportamento j suficiente para remover uma resposta de um indivduo/organismo).

    4.2 O Experimento da Caixa de Skinner

    Vamos relembrar um conhecido experimen-to feito com ratos em laboratrio. Vale informar que animais como ratos, pombos e macacos para citar alguns foram utilizados pelos analistas ex-perimentais do comportamento (inclusive Skinner) para verificar como as variaes no ambiente inter-feriam nos comportamentos. Tais experimentos permitiram-lhes fazer afirmaes sobre o que cha-maram de leis comportamentais.

    Um ratinho, ao sentir sede em seu habitat, certamente manifesta algum comporta-mento que lhe permita satisfazer a sua ne-cessidade orgnica. Esse comportamento foi aprendido por ele e se mantm pelo efeito proporcionado: saciar a sede. Assim, se deixarmos um ratinho privado de gua durante 24 horas, ele certamente apresen-tar o comportamento de beber gua no momento em que tiver sede. Sabendo dis-so, os pesquisadores da poca decidiram simular esta situao em laboratrio sob condies especiais de controle, o que os levou formulao de uma lei comporta-mental. Um ratinho foi colocado na caixa de Skinner um recipiente fechado no qual encontrava apenas uma barra. Esta

    barra, ao ser pressionada por ele, aciona-va um mecanismo (camuflado) que lhe permitia obter uma gotinha de gua, que chegava caixa por meio de uma pequena haste. Durante a explorao da caixa, o ra-tinho pressionou a barra acidentalmente, o que lhe trouxe, pela primeira vez, uma gotinha de gua, que, devido sede, fora rapidamente consumida. E, por ter obtido gua ao encostar na barra quando sentia sede, constatou-se a alta probabilidade de que, estando em situao semelhante, o ratinho a pressionasse novamente. (BOCK, 1996, p. 48-49).

    Saiba maisSaiba mais

    Quando um beb comea a conseguir se sustentar por suas prprias perninhas e a me vai, paulatinamente, encora-jando-o a dar passinhos para frente, ao mesmo tempo em que oferece suas mos, para suport-lo, caso ele se de-sequilibre, um exemplo de comporta-mento instrumental ou operante.

  • Psicologia Geral

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    Skinner denominou esse comportamento de operante, em que o que propicia a aprendizagem dos comportamentos a ao do organismo sobre o meio e o efeito dela, seus resultados, ou seja, a satisfao de uma necessidade, sendo que a apren-dizagem fica atrelada nessa relao entre ao e efeito.

    Em suma, os behavioristas contriburam enormemente para a sistematizao dos compor-

    tamentos aprendidos, desde esses estudos feitos em laboratrios, deixando claras as questes dos condicionamentos para as aprendizagens huma-nas, em diversas reas do conhecimento e aplica-es (escolas, indstrias, servios em gerais, entre outras tantas atividades ocupacionais do mercado de trabalho).

    4.3 Resumo do Captulo

    Caro(a) aluno, neste captulo estudamos a Abordagem ou Escola Behaviorista de Watson e de Skin-ner, onde voc tomou conhecimento do importante experimento feito com ratos, de Skinner, o qual serviu de base para explicar muitas das aprendizagens condicionveis do humano. Vimos a diferena do comportamento reflexo ou respondente para o comportamento instrumental ou operante; assim como a importncia do reforo positivo, para garantir a manuteno do comportamento desejvel, na apren-dizagem.

    4.4 Atividades Propostas

    1. Qual o nome da abordagem que surgiu com John B. Watson, em 1913, e basicamente trouxe a ideia de que todo estmulo elicia uma resposta, com a frmula comportamental bsica: E R (sendo que E = estmulo e R = resposta do indivduo)?

    2. O que vem a ser o Comportamento reflexo ou respondente?

    3. So comportamentos que dependem da habilidade de aprendizagem e apenas ocorrem me-diante condicionamentos. Esses condicionamentos podem ser primrios, secundrios ou ter-cirios, sendo os primeiros ligados s necessidades de primeira ordem (bsicas) e os outros associados a elas. De qual tipo de comportamento estamos tratando?

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    Caro(a) aluno(a), neste captulo, trataremos da Psicologia da Aprendizagem e das Inteligncias. Vamos iniciar a discusso?

    AtenoAteno

    Quando um beb comea a conseguir se sustentar por suas prprias perninhas e a me vai, paulatinamente, encorajando-o a dar passinhos para frente, ao mesmo tempo em que oferece suas mos, para suport-lo, caso ele se desequilibre, um exemplo de comportamento instrumental ou operante.

    O Processo das Aprendizagens

    Todas as correntes filosficas e cientficas das Psicologias, de forma geral, enfocam a questo da predisposio humana para o crescimento ajustati-vo para com o seu meio ambiente. Existe uma forte tendncia a acreditar na fora criadora das capaci-dades neurais para suplantar as dificuldades mais variadas, pois a inteligncia humana, at hoje, ain-da no foi totalmente disponibilizada, para atingir todo o seu cume e capacidade total de funciona-mento, conforme comprovam os neurocientistas mais debruados em anlises humanas/sociais.

    Um famoso psiclogo, Jean Piaget (1896-1980), desenvolveu uma importante teoria para compreender o desenvolvimento cognitivo, por meio do trabalho que acompanhava crianas, e classificou a aprendizagem a partir de estgios, tais como: a) sensrio-motor (nfase na importncia da estimulao ambiental, at os 18 meses); b) pr--operacional (nfase na intuio, em que o sentido o desenvolvimento das capacidades mais simb-

    licas das crianas, dos 18 meses at os seis anos de idade); c) operaes concretas (nfase nas opera-es mentais e no uso do pensamento lgico es-truturado com as aes e situaes reais, dos sete aos 11 anos); d) operaes formais (nfase no pen-samento complexo, articulado e hipottico-dedu-tivo, envolvendo a imaginao mais rica e intuio, aps os 12 anos de idade).

    Piaget fomentou inmeras pesquisas, con-tribuindo vastamente para posteriores investiga-es de seus inmeros seguidores. Possibilitou a compreenso dos processos atrelados s aprendi-zagens no mundo do trabalho, uma vez que po-demos observar que as dificuldades do indivduo sempre se reportam s fases anteriores, caso estas tenham sido vivenciadas com lacunas e falhas, de-pendendo tanto da maturao cognitiva quanto da qualidade e quantidade das estimulaes do meio ambiente.

    A PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E INTELIGNCIA5

    5.1 A Aprendizagem e Inteligncia (QI-QE-QA)

  • Mrcia Lilla

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    Os Diferentes Enfoques para as Aprendizagens

    Os comportamentalistas acreditam na apren-dizagem condicionada; os gestaltistas nas relaes dinmicas dos contatos humanos internos e exter-nos; j os psicanalistas acreditam na viabilizao de um maximizado acesso ao inconsciente, sendo que este armazena o manancial criativo e faz com que a conscincia emancipe o seu dispositivo maior para aprender o mundo tanto interior quanto exterior. Com Piaget, assim como com outros importantes psicoterapeutas, as Psicologias foram angariando novas vertentes e constatando em testes, pesqui-sas e experimentos, os inmeros atributos das ca-pacidades individuais e grupais para as aprendiza-gens, tanto especficas quanto generalizadas, do potencial humano.

    A Inteligncia Humana

    Fatores hereditrios e adquiridos formam e transformam a inteligncia humana sob e sobre toda a interatividade que j estamos acostumados a verificar em nossas relaes humanas. Para os psi-clogos contemporneos, fatores racionais e emo-cionais so determinantes da evoluda inteligncia, assim como fatores atitudinais e inter-relacionais.

    Inteligncia Racional (QI)

    Binet, Simon e Stern, em 1912, pesquisaram o quociente de inteligncia mediante uma esca-la que media a capacidade do conhecimento de crianas comparando as idades cronolgicas. As-sim sendo, catalogaram diferentes medidas para as inteligncias (at a atualidade so muito utilizadas essas escalas para medio de QI). Consideram o QI saudvel dentro dos parmetros 90-120, sendo que variaes para baixo ou para cima estariam re-lacionadas com defasagens/incapacidades e, por outro lado, genialidades/alta capacitao de ex-panso pessoal.

    Pesquisas e testes de QI em muito facilitam a seleo de pessoal para as organizaes, desde a era industrial at a atualidade, pois vivemos em um

    mundo globalizado e de forte tendncia competi-tiva, fazendo-se necessrios os instrumentos prti-cos de medio de recursos para os conhecimen-tos especficos e gerais da inteligncia humana.

    Inteligncia Emocional (QE)

    Daniel Goleman (1995) traz o conceito de sincronia emocional e nos atenta para as questes das deficincias das conscientizaes dos sentires, to vastamente ignoradas por outras correntes das Psicologias. Por meio de experimentos ricos e com-plexos, tal ideia nos remonta para a integrao de uma inteligncia emocional e racional, na qual haja o contnuo alinhamento da rede neural com todos os mbitos emocionais.

    Goleman foi o criador do termo QE e revo-lucionou a viso fragmentada da inteligncia, tra-zendo uma concepo de ampliada e inquietante constatao de que o controle emocional depen-der sempre de uma profunda e intensa capacida-de de se dar conta do que se sente, sem que isso implique em atuar o sentimento concomitante-mente no meio, na situao vivida.

    Para o autor, o sequestro emocional seria uma ao inadequada do indivduo, comprovando a sua incapacidade de lidar com a emoo perce-bida, ou seja, a inconscincia de um sentimento levando a uma ao inadequada ao contexto. Essa viso da inteligncia explicou o porqu de pessoas com QI elevados no serem as mais bem-sucedidas profissionalmente, por possurem genialidades ou-tras e no emocionais e relacionais. Suponhamos que um profissional de criao, em uma reunio em que esteja apresentando a sua campanha seja tomado por um forte sentimento de ira e resolva agir de forma grosseira e agressiva, ocasionando a perda da conta de um importante cliente para a sua agncia. Com certeza, esse episdio dram-tico seria um tpico sequestro emocional, tpico de quem no lida bem com as prprias emoes, mantendo-as sob controle consciente e ajustativo, conforme exige cada situao das vivncias que se apresentam no dia a dia.

  • Psicologia Geral

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    Inteligncias Mltiplas e Atitudinais

    Howard Gardner, nos anos 60, foi um impor-tante pesquisador e trouxe a contribuio de uma teoria que identificou diferentes inteligncias: a) lgico-matemtica: smbolos numricos e lineares; b) lingustica: smbolos ligados s letras, palavras, assim como expresses da mesma pela palavra e suas manifestaes; c) espacial: ligada aos aspectos mais fsicos de contextualizaes; d) musical: liga-da aos sons, desde a emisso at elaboraes mais avanadas; e) intrapessoal: que diz respeito s ca-pacidades de autoconhecimento e controle emo-cional; e f ) interpessoal: que dita as habilidades de relacionamentos com as outras pessoas, de forma madura, responsvel, tica e assertiva.

    Para Gardner, quanto mais as pessoas pu-derem investir no somente em maximizar suas potencialidades, como tambm em potencializar suas limitaes, mais e mais estaro aptas para de-senvolverem em plenitude suas totais e genricas aptides cognitivas/emocionais. Em outras pa-lavras, o ser inteligente atual e contemporneo aquele que vive a sua inteligncia de maneira ml-tipla, de acordo com os sistemas em que se insere, uma vez que o mundo est cada vez mais criativo, diferenciado e solicitando inmeras capacidades de ajustamentos variados e crescentes.

    Para os cognitivistas,

    [...] o processo de organizao das informa-es e de integrao do material estru-tura do pensar e refletir, armazenar e pro-cessar, integrar aos processos conscientes

    o que melhor conceitua a aprendizagem. Esta abordagem diferencia a aprendiza-gem mecnica da aprendizagem significa-tiva: a) aprendizagem mecnica refere-se aprendizagem de novas informaes com pouca ou nenhuma associao com con-ceitos j existentes na estrutura cognitiva. O conhecimento assim adquirido fica arbi-trariamente distribudo na estrutura cogni-tiva, sem se ligar a conceitos especficos (ex: decorar um texto); b) aprendizagem signi-ficativa: processa-se quando um novo con-tedo (idias ou informaes) relaciona-se com conceitos relevantes, claros e dispo-nveis na estrutura cognitiva, sendo assim assimilado por ela. Estes conceitos dispo-nveis so os pontos de ancoragem para a aprendizagem. (BOCK, 1996, p. 117-118).

    Um exemplo dessa ltima forma de apren-dizagem: voc integra e aprende o conceito que pode viver na vida real e no se esquece mais do valor significativo da teoria, graas experincia cognitiva aprendida. E isso se aplica em diversas reas, com diferentes pessoas, dos pequenos at grandes grupos.

    A inteligncia , sem dvida, uma das qua-lidades humanas mais desejveis. Cada cientista, ao longo da histria e de suas pesquisas, revelam a inteligncia, sob e entre diferenciados aspectos. Desde Plato, pensar a inteligncia, por si s, j uma representao bastante satisfatria dela, pois o exerccio um indicativo de capacidade reflexiva e pensante.

    O que mais caracteriza o ato inteligente o fato de utilizar vrios elementos da situao de ma-neira original ou criativamente nova. No fundo, em todo ato inteligente h uma pequena descoberta, a estrutura da inteligncia:

    a) cognio: na soluo de um problema ou situao difcil, preciso, em primeiro lugar, reconhecer os elementos dispo-nveis e constitutivos da situao (essa operao a cognio = conhecer, do latim);

    b) memria: alm de levantar os dados do problema, preciso ret-los na memria ou evocar outros elementos para o pro-

    Saiba maisSaiba mais

    Goleman desvelou em suas pesquisas que indivduos com Inteligncia Emo-cional bem desenvolvida eram mais ap-tos para ocuparem cargos de liderana do que os que tinham o QI elevado; essas pesquisas serviram de quebra de paradigmas e mudaram diametralmen-te a viso de muitos empresrios, inclu-sive.

  • Mrcia Lilla

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    cessamento da soluo (reter e evocar so funes da memria);

    c) produo convergente: uma forma de atividade intelectual que processa os elementos mentais de conformidade com os padres convencionais (exemplo: seguir manuais de orientaes nas orga-nizaes, criteriosamente);

    d) produo divergente: uma forma de atividade intelectual que processa os ele-mentos mentais de modo no conven-cional; as descobertas e invenes so produtos divergentes, no convencio-nais da mente, so originalidades expres-sivas do ato singular de se criar, dando um salto qualitativo nas dimenses que convergem;

    e) avaliao: uma forma de atividade mental em que a mente elabora pesos e valores diferentes, julgando a respeito da correo, adequao, desejabilidade, melhor convenincia. Quando um su-pervisor ou coordenador est avaliando mentalmente, est processando elemen-tos mentais que so valores, pesos, rea-es comportamentais adequadas etc. Em todo processo decisrio, cada infor-mao tem uma relevncia e um peso prprios. Nem todos os elementos se apresentam com o mesmo valor; um ato tpico de avaliao.

    As atividades da mente s existem sobre de-terminados contedos; ningum pensa a respeito de nada. O pensamento consiste em elaborar, pro-cessar mentalmente algum contedo. claro que podemos raciocinar sobre inmeras coisas. H um nmero infinito de assuntos sobre os quais pode-mos pensar. Contudo, Guilford, psiclogo america-no, reduziu-os a quatro categorias:

    a) contedos figurativos: elementos con-cretos num espao limitado (inteligncia espacial, concreta e mecnica);

    b) contedos simblicos: inteligncia nu-mrica, musical ou de qualquer outro elemento simblico;

    c) contedos semnticos: inteligncia

    mais verbal (oradores, professores, escri-tores, filsofos);

    d) contedos comportamentais: inteli-gncia social baseada em atitudes, for-mas de proceder, ao, padro de aes das pessoas, formas altamente criativas para lidar com elementos comporta-mentais (exemplo: profissionais das pu-blicidades e marketing necessitam des-sas qualificaes para melhor exercerem suas funes).

    Essncia da Aprendizagem e da Inteligncia

    O que est no cerne do comportamento in-teligente? Para alguns psiclogos, a nfase est no pensamento abstrato e no raciocnio, e, para ou-tros, o foco est nas capacidades que possibilitam a aprendizagem e a acumulao de conhecimentos. Existem correntes que enfatizam a competncia social: se as pessoas conseguem resolver os pro-blemas apresentados por sua cultura. E na poca atual, os psiclogos no sabem sequer se h um nico fator geral (normalmente chamado de G, ini-cial de geral) do qual dependam todas as habilida-des cognitivas.

    Medindo a Inteligncia os Famosos Testes de Inteligncia

    Alfred Binet (1857-1911), destacado psiclo-go francs, foi quem criou a primeira medio pr-tica da inteligncia. De incio, juntamente com seus colaboradores, mediu habilidades sensoriais e mo-toras, da mesma forma que o fez Galton. Logo, eles perceberam que tais avaliaes no funcionariam e comearam a observar as habilidades cognitivas durao da ateno, memria, julgamentos est-ticos e morais, pensamento lgico e compreenso de sentenas bem como medidas de inteligncia.

    O projeto de Binet teve significativa arranca-da em 1904, ano em que foi nomeado para integrar uma comisso do governo para estudar os proble-mas do ensino de crianas retardadas. O grupo concluiu que se deveria identificar as crianas men-

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    talmente incapazes e dirigi-las a escolas especiais. Esse evento possibilitou estudos avanados de dis-tino de nveis intelectuais para a diferenciao de aprendizagens, para crianas com dificuldades cognitivas. O teste de Binet foi importado pelos Es-tados Unidos e por outros pases.

    Lewis Terman, um psiclogo que trabalhava na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, fez uma reviso amplamente aceita do teste de Binet, em 1916. Esse teste ficou conhecido como Stanford-Binet e trouxe o padro mundialmente conhecido para os testes de inteligncias QI (quo-ciente de inteligncia, termo criado por psiclo-gos alemes). Esse teste compara os resultados obtidos por um indivduo com aqueles de outros indivduos da mesma idade, dentro de uma esca-

    la de probabilidades e expectativas para cada fase do desenvolvimento (conforme vimos com Piaget, para as cognies), o que tambm foi um forte cri-trio para que tal escala pudesse ser configurada.

    Os testes de inteligncia atuais ainda seguem as tendncias citadas anteriormente, e somam--se a estas as da Escala de Inteligncia Adulta de Wechsler, revisada em 1981, em que a preocupa-o medir diferentes recursos individuais para lidar com os correspondentes desafios (subtestes verbais e de desempenho avaliam capacidades que exigem a manipulao de objetos ou outros tipos de resposta com as mos, baseando-se no pensamento sem palavras e nas habilidades de re-soluo de problemas prticos, tambm).

    5.2 Resumo do Captulo

    Caro(a) aluno(a), neste captulo estudamos o processo das aprendizagens e voc conheceu a teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget em seus diferentes estgios de desenvolvimento. Vimos que os diferentes enfoques de aprendizagens esto diretamente ligados ao aprimoramento da intelign-cia humana. Estudamos os diferentes posicionamentos sobre a Inteligncia: a racional, de Binet, Simon e Stern; a emocional, de Daniel Goleman; e a Mltipla e Atitudinal, de Howard Gardner. Discorremos sobre as diferenas entre a produo convergente e a divergente; aprendemos diversificadas vises sobre o pensamento inteligente e prticas usuais avaliativas de Aprendizagens e Inteligncias, conforme Alfred Binet e seus colaboradores.

    5.3 Atividades Propostas

    1. Qual o nome do famoso psiclogo que desenvolveu uma importante teoria para compreen-der o desenvolvimento cognitivo, por meio do trabalho que acompanhava crianas, classifi-cando a aprendizagem a partir de estgios?

    2. Conceito de Inteligncia que trata da sincronia emocional e nos atenta para as questes das deficincias das conscientizaes dos sentires, to vastamente ignoradas por outras corren-tes das Psicologias. De qual conceito estamos tratando?

    3. Trata-se de um tipo especfico de aprendizagem que se processa quando um novo contedo (ideias ou informaes) relaciona-se com conceitos relevantes, claros e disponveis na estru-tura cognitiva, sendo assim assimilado por ela. Esses conceitos disponveis so os pontos de ancoragem para a aprendizagem. De qual tipo de aprendizagem estamos nos referindo?

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    Caro(a) aluno(a), neste captulo, trataremos da Abordagem da Gestalt e seus principais concei-tos. Vamos iniciar a discusso?

    AtenoAteno

    Um bom exemplo da viso de Lewin des-carta completamente a viso fragmen-tada do humano nas relaes sociais, ou seja, no devemos julgar com a nossa viso de mundo a forma de vida de um indivduo e/ou um grupo, pois cada um se relaciona com coerncia dentro de seu campo interno e externo (objetiva e subjetivamente), como em se tratando da compreenso dos modos de vida de uma tribo especfica.

    6.1 Gestalt

    Tendo seu bero na Europa, surge como uma negao da fragmentao das aes e processos humanos, realizada pelas tendncias da Psicologia Cientfica do sculo XIX, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade dinmica e processual, sendo, assim, uma aborda-gem de cunho existencial, humanstica e sistmica de fundamental importncia para a compreenso da complexidade humana.

    A palavra Gestalt no possui traduo exa-ta, mas representa configurao, forma e em um primeiro momento, na Alemanha, mais especifica-mente com os psiclogos Max Wertheimer, Chris-tian von Ehrenfels, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka adquire importncia em uma sociedade pautada, naquela poca, por concepes puramente racio-nais, cognitivas ou com nfase em aspectos pura-mente inconscientes. Com esses pesquisadores, volta a promover a importncia de uma viso de homem e de mundo mais fenomnica, integrada

    e contextualizada, tal como as exigncias mais cor-rentes demandavam.

    Basicamente, a Psicologia da Gestalt tratou a princpio dos fatores atrelados s percepes hu-manas e suas manifestaes tanto internas quan-to externas, trazendo a contribuio de enfatizar que a relao do indivduo com o meio era o fator de maior impacto, o que mereceria anlise e com-preenso e que tambm traria a constatao da unicidade e da universalidade, fatores fundamen-tais dessa abordagem.

    Kurt Lewin (1890-1947) trabalhou 10 anos com os gestaltistas e elaborou a sua famosa teoria de campo, sendo que esta se reporta s crenas de que todo indivduo somente pode ser compreen-dido se estivermos focando todo o ambiente onde ele est envolvido e, principalmente, como ele est se relacionando em seu campo (as suas crenas, valores, necessidades e limitaes). Para Lewin, o indivduo no pode ser compreendido de forma

    A PSICOLOGIA DA GESTALT6

  • Mrcia Lilla

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    linear, rgida, fixa, mas, sim, dinmica, processual e contextual.

    Os gestaltistas foram ampliando as pesquisas relacionadas s percepes e organizaes huma-nas, percebendo que os elementos biopsicosso-ciais estavam sempre atuando de forma sistmica e variando de acordo com a singularidade de cada pessoa e ambincia envolvida.

    Outro psiclogo surgiu desse movimento, Fritz Perls, tendo sido um marco para o que viria a ser a Gestalt-terapia que conhecemos na atuali-dade. Para Perls, todo comportamento a melhor resposta que um indivduo pode dar num deter-

    minado momento e apenas o presente capaz de faz-lo atualizar-se e promover o ajustamento criativo que lhe dar a satisfao imediata, para que uma nova necessidade ressurja no campo interno e externo, sucessivamente. Para Perls, so-mente existia o presente e como o indivduo agia era o fator mais fundamental para a compreenso de seu modo de estar sendo transformado, proces-sualmente. Essa viso traz uma maior positividade e liberdade na perspectiva que o mundo da poca tinha do carter humano e social, o que sem dvi-da agregou inmeros desenvolvimentos e pesqui-sas para as Cincias Humanas e Sociais da poca.

    6.2 Principais Conceitos da Gestalt

    Os principais conceitos da Gestalt so:

    a) figura-fundo: sendo que a figura a par-te central e mais importante da percep-o, e o fundo, todo o contexto que lhe d destaque;

    b) a busca pela boa forma: a percepo se organiza por meio da intencionalidade de buscar a harmonia e a integrao, as-sim como um sentido satisfatrio para a compreenso do que o indivduo perce-be;

    c) insight: existe a habilidade natural do indivduo para a busca do fechamento do que compreende, buscando em seu repertrio individual parmetros para as solues criativas dos problemas/per-cepes;

    d) espao vital: o indivduo se atualiza no campo situacional onde vive, de acordo com solicitaes externas e recursos in-ternos;

    e) leis da percepo para a Gestalt (simetria, regularidade, proximidade, semelhana e fechamento): condies fundamentais para o processo autorregulativo da boa forma, para a percepo;

    f ) o todo maior do que a soma das par-tes: cada elemento possui uma funo e contribui de formas correlacionais ao todo em que est inserido, sendo que o significado das partes apenas reflete exa-tamente a funo do contexto presente. Porm, a dinmica processual sempre reajustativa, circular e processual, levan-do totalidade e, ao mesmo tempo, al-canando novos rumos e sentidos;

    g) o como mais importante do que os por-qus;

    h) o presente, o aqui e agora, o foco princi-pal para a compreenso da percepo e atualizao do indivduo no seu meio (o passado e o futuro se condensam quan-do existe centragem de percepo e to-mada de deciso, propriamente ditas).

    Saiba maisSaiba mais

    Para os gestaltistas, toda vez que um indivduo expande suas fronteiras de contato e corre o risco de viver algo novo/inusitado, ocorre um ajustamento criativo; em outras palavras, a coragem de se recriar continuamente est diretamente vinculada s nossas relaes de contato com o outro. Na linha divisria de encontrar o outro que eu descubro quem o outro e quem sou eu; cada vez mais e melhor, num crescente contnuo, se o ajustamento criativo for funcional.

  • Psicologia Geral

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    Os pesquisadores da Psicologia da Gestalt, escola que antecipou a corrente da Gestalt-terapia, trouxeram inmeras contribuies para que puds-semos entender como se estrutura todo o campo fenomnico interior que forma o que chamamos de percepo e seu processo ocorre entre as-pectaes de ordens variadas e dentro do que Kurt Lewin denominou como Campo Psicolgico. Este entendido como um campo de fora que nos leva a procurar a boa forma; funciona figurativamente como um campo eletromagntico criado por um m (a fora de atrao e repulso). Esse campo de fora psicolgico tem uma tendncia que garante a busca da melhor forma possvel em situaes que no esto muito estruturadas. Esse processo ocor-re de acordo com os princpios de proximidade, se-melhana e fechamento.

    A proximidade garantiria a melhor percep-o para os elementos dispostos, de acordo com a distncia mais curta, sendo notados devidamente agrupados. J na semelhana, os elementos seriam percebidos como sendo similares/ parecidos ou de um mesmo grupo de referncia (exemplo: perce-ber formas circulares agrupadas mais nitidamen-te do que outras, aps o sujeito ter ficado horas e horas analisando pneus, uma vez que trabalha na indstria de fabricao dos mesmos). E, finalmente, fechamento, quando o sujeito capaz de comple-tar a figura que falta, mediante caracteres armaze-nados na sua conscincia, a fim de garantir a boa forma perceptiva e fechar o seu ciclo de contato de maneira satisfatria.

    6.3 A Abordagem da Boa Forma da Gestalt

    6.4 A Teoria de Campo de Kurt Lewin

    O psiclogo Lewin (1890-1947) trabalhou du-rante 10 anos com Wertheimer, Koffka e Kohler na Universidade de Berlin, e dessa colaborao com os pioneiros da Gestalt foi que germinou o que viria a se tornar essa importante teoria da percepo, vista de uma maneira mais holstica e sistmica. Entre-tanto, sendo ele um pesquisador, mais do que um gestaltista, parte da teoria da Gestalt para cons-truir um conhecimento novo e genuno. Ele aban-dona a preocupao psicofisiolgica (limiares de percepo) da Gestalt, para buscar na Fsica as ba-ses metodolgicas de sua psicologia.

    O principal conceito de Lewin o do espao vital, que ele define como a totalidade dos fatos coexistentes e mutuamente interdependentes que determinam o comportamento do indivduo num certo momento. (LEWIN, 2005, p. 45). O que Lewin concebeu como campo psicolgico foi o espao de vida considerado dinamicamente, em que se levam em conta no somente o indivduo e o meio, mas o todo circunstancial vivido dentro de um espao

    e um tempo. Um bom exemplo da viso de Lewin descarta completamente a viso fragmentada do humano nas relaes sociais, ou seja, no deve-mos julgar com a nossa viso de mundo a forma de vida de um indivduo e/ou um grupo, pois cada um se relaciona com coerncia dentro de seu cam-po interno e externo (objetiva e subjetivamente), como em se tratando da compreenso dos modos de vida de uma tribo especfica.

    Segundo Garcia-Roza (2005, p. 45), o

    [...] campo no deve, porm, ser compreen-dido como uma realidade fsica, mas sim fe-nomnica. No so os fatos fsicos que pro-duzem efeitos sobre o comportamento. O campo deve ser representado tal como ele existe para o indivduo em questo, num determinado momento, e no como ele em si. Para a constituio desse campo, as amizades, os objetivos conscientes e in-conscientes, os sonhos e os medos so to essenciais como qualquer ambiente fsico.

  • Mrcia Lilla

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    Em outras palavras, todo o contexto segue uma coerncia, uma rede de interseces condi-zentes com a pessoa e com o todo, concomitan-temente, sendo necessrio se colocar no lugar e tempo do ser/objeto de observao para melhorar a interpretao e compreenso.

    Os conceitos e ferramentas da Gestalt so fundamentais para viabilizar a compreenso do

    funcionamento das percepes e relaes do hu-mano em diversos contextos sociais, garantindo a boa forma e a satisfao de necessidades perti-nentes e possveis, com a devida contextualizao, tornando-nos mais prximos da realidade e das mltiplas verdades coexistentes do mundo em que vivemos, trabalhamos e nos relacionamos, dinami-camente, processualmente.

    6.5 Resumo do Captulo

    Caro(a) aluno(a), neste captulo estudamos a Psicologia da Gestalt e vimos que se trata de uma abordagem de cunho existencial, humanstica e sistmica. Estudamos os principais conceitos da Gestalt: a) figura-fundo; b) a busca pela boa forma; c) insight; d) espao vital; e) leis da percepo para a Gestalt (simetria/regularidade/proximidade/semelhana/fechamento); f ) o todo maior do que a soma das par-tes; g) o como mais importante do que os porqus; h) o presente, o aqui e agora, o foco principal. Aprendemos, tambm, a importncia da Teoria de Campo de Kurt Lewin, que enfatiza a necessidade de se compreender o ser humano, dentro dos referenciais de seu meio psicolgico e existencial.

    6.6 Atividades Propostas

    1. Qual o significado da palavra Gestalt?

    2. A percepo se organiza por meio da intencionalidade de buscar a harmonia e a integrao, assim como um sentido satisfatrio para a compreenso do que o indivduo percebe. De qual importante conceito gestltico estamos nos referindo?

    3. Lewin concebeu uma teoria onde o campo psicolgico o espao de vida, considerado dinami-camente, em que se levam em conta no somente o indivduo e o meio, mas o todo circunstan-cial vivido dentro de um espao e um tempo. Estamos nos referindo a qual teoria?

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    Caro(a) aluno(a), neste captulo, trataremos de compreender a Percepo e a Motivao, apresen-tando as principais teorias motivacionais. Vamos iniciar a discusso?

    7.1 Definies de Percepo

    a organizao dos elementos captados pe-los sentidos que faz algum fechamento (efeito da Lei de Totalidade da Gestalt). Nunca percebemos estmulos isolados, a tendncia natural a de orga-nizar, dar um fechamento. A Figura a parte predo-minante e central, que emerge de um Fundo.

    Vivemos mais em funo do mundo interior (sentidos, sensaes, pensamentos) do que em funo da realidade objetiva. Cada cabea uma sentena. Por isso, muito importante sempre checarmos bem o que o outro est querendo ex-pressar, para no colocarmos as nossas coisas na boca desse outro (projeo).

    Os sentidos funcionam como receptores (antenas) que levam os estmulos para o crebro, e este se organiza e nos d a percepo. Os cinco sentidos (viso, audio, tato, paladar e olfato) so fundamentais para esse processo e devem estar bem desenvolvidos, no indivduo. A intuio um sentido mais sutil e refinado e ocorre principalmen-te quando temos os cinco sentidos bsicos bem evoludos em ns mesmos. por isso que dizemos que as pessoas criativas, inteligentes e intuitivas tm uma excelente percepo.

    7.2 Funes da Percepo

    So as seguintes: a) funo informativa: man-ter-se em contato constante com o meio, atuali-zao para sobreviver e se desenvolver; b) funo defensiva: captamos o perigo, ameaa, antes que acontea algo de pior. De acordo com os estados internos e a situao, somos capazes de dar um sentido para isso: esquiva ou ataque agimos de acordo com a melhor possibilidade encontrada na-quele momento.

    As percepes, assim como as motivaes, so determinadas tambm pelas necessidades, pois o organismo age de forma intencional volun-

    tria ou involuntariamente, para buscar o opti-mum de equilbrio fisiolgico, social e humano = homoestasia (do grego) Conceito de Walter Can-non (1929), psiclogo, e de Claude Bernard (1895), fisiologista francs.

    PERCEPO & MOTIVAO (PRINCIPAIS TEORIAS MOTIVACIONAIS)7

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    Motivao (conceito): refere-se a um moti-vo, um estado interno que pode resultar de uma necessidade; ele descrito como ativador, ou des-pertador, de comportamento geralmente dirigido para a satisfao da necessidade instigadora. Mo-tivos estabelecidos principalmente pela experin-cia so conhecidos simplesmente como motivos; aqueles que surgem para satisfazer necessidades bsicas relacionadas com a sobrevivncia e deriva-das da fisiologia so geralmente chamados de im-pulsos (drives motivos, do ingls).

    A motivao um tema complexo para a Psi-cologia, uma vez que considera trs tipos de vari-veis (o ambiente, as foras internas no indivduo e o objeto, propriamente dito). A motivao est pre-

    sente como processo em todas as esferas de nossa vida, tanto na rea do trabalho quanto na do lazer e mesmo na de aprendizagens (escola, faculdade, por exemplo).

    AtenoAteno

    A motivao um tema complexo para a Psicologia, uma vez que considera trs tipos de variveis (o ambiente, as foras internas no indivduo e o objeto, propriamente dito). A motivao est presente como processo em todas as esferas de nossa vida, tanto na rea do trabalho quanto na do lazer e mesmo na de aprendizagens (escola, faculdade, por exemplo).

    7.4 Principais Teorias Motivacionais

    Teoria de Abraham Maslow: segundo esse importante psiclogo, as motiva-es humanas obedecem a uma hierar-quia de necessidades e desejos, sendo que cada um de ns estaria sempre bus-cando atingir no meio ambiente os alvos que melhor configurariam essas mesmas necessidades internas, quando estamos mais autoconscientes dos processos in-teriores que nos movem. Essas necessi-dades vo desde fatores que garantem a sobrevivncia at as que nos levam s melhores transformaes e evolues, dentro dos campos situacionais, profis-sionais e existenciais. Os tipos de neces-sidades ento seriam: a) necessidades fisiolgicas (fome, sede, ar, sexo e sono), b) necessidades de segurana (abrigo, proteo e ausncia de perigo), c) neces-sidade de amor (filiao, aceitao e sen-timento de pertencer), d) necessidades de estima (realizao, aprovao, com-

    petncia e reconhecimento), e) necessi-dades de autorrealizao (possibilidades de uso das potencialidades individuais, com contnuo aprimoramento). Para Maslow (1970), quando uma dessas ne-cessidades permanece insatisfeita, pode dominar todas as outras; o que importa o grau das satisfaes, bem mais que sua quantidade, pois ao mesmo tempo temos diferentes grupos de necessida-des em nossas vidas e o organismo ter de eleger a mais urgente para si, sempre, mesmo que o faa de forma impensada. Essa viso explica os interesses e as for-mas de funcionamento das pessoas em geral e faz com que identifiquemos os motivos que levam as pessoas a estarem em diferentes nveis de possibilidades e aspiraes, no campo do trabalho, prin-cipalmente. Maslow e sua teoria motiva-cional vm sendo muito utilizados, em diferentes universos do mundo intelec-

    7.3 Compreendendo os Processos Motivacionais

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    tual, assim como do profissional, pois oferece um valiosssimo instrumental para que o profissional possa identificar os diferentes nveis de necessidades e desejos de seus clientes, em potencial, j que vivemos em uma sociedade de con-sumo, dentro de um regime competitivo e capitalista;

    Teoria de Henry Murray: na dcada de 1930, esse autor se ocupou com o moti-vo das realizaes sociais e observou que as pessoas projetavam suas necessida-

    des, medos, esperanas e conflitos nos personagens de suas figuras histrias (conforme resultados obtidos em testes de apercepes temticas). Com essa teoria e metodologia, fica claro que o importante observar os caminhos dos motivos sociais, medindo, assim, a dispo-nibilidade para a realizao de cada indi-vduo no trabalho;

    Teoria de David McClelland: esse au-tor deu prosseguimento s pesquisas de Murray, focando o grau de realizao a partir das motivaes individuais, e con-firmou, juntamente com outros pesqui-sadores, que, quanto maior fosse o grau de satisfao e realizao, maior tambm seria a motivao humana para o cres-cimento e desenvolvimento social/indi-vidual (desenvolveu mtodos e tcnicas importantes para os cientistas sociais, utilizadas em larga escala no mbito de preparao, colocao e desenvolvi-mento profissionais). Essa teoria trouxe a questo da relao motivacional indiv-duo X meio ambiente.

    Saiba maisSaiba mais

    Maslow muito utilizado em diferentes reas e principalmente pelos profissionais de marketing, uma vez que sua teoria d subsdios para que se possa identificar ade-quadamente os nveis de necessidades das pessoas e, ao mesmo tempo, discriminar os tipos de produtos que estas estariam mais dispostas e motivadas a consumirem.

    7.5 Resumo do Captulo

    Caro(a) aluno(a), neste captulo estudamos a Percepo, sua definio e funes (informativa e de-fensiva) e tivemos a possibilidade de compreender os processos motivacionais, atravs de trs vises di-ferentes: a) Teoria Motivacional de Abraham Maslow, que enfoca a hierarquia de necessidades e desejos; b) Teoria de Henry Murray, que enfoca as realizaes sociais; e c) Teoria de David McClelland, que enfoca o grau de realizao a partir das motivaes individuais.

    7.6 Atividades Propostas

    1. Qual a funo perceptiva que responsvel pela atualizao constante do indivduo com o meio ambiente?

    2. Importante psiclogo que enfatizou o fato das motivaes humanas obedecerem a uma hie-rarquia de necessidades e desejos. De qual psiclogo estamos nos referindo?

    3. Henry Murray, na dcada de 1930, se ocupou com o motivo das realizaes humanas e ob-servou que as pessoas projetavam suas necessidades, medos, esperanas e conflitos nos per-sonagens de suas figuras histrias. Ele comprovou que havia um tipo de realizao bsica, na busca das pessoas; como a denominou?

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    Caro(a) aluno(a), neste captulo, trataremos de abordar uma importantssima Abordagem da Psico-logia, que a Psicanlise: o inconsciente de Sigmund Freud e seus seguidores. Vamos iniciar a discusso?

    8.1 O Surgimento da Psicanlise

    A Psicanlise nasce com Sigmund Freud (1856-1939), na ustria, a partir da prtica mdi-ca, recuperando para a Psicologia a importncia da afetividade e do inconsciente como objetos de estudo, quebrando a tradio da Psicologia como foco de uma cincia com nfase na conscincia e razo. A contribuio dessa abordagem compa-rada a de Karl Marx, na importncia da compreen-so dos processos humanos, sociais e histricos, com investigao aprofundada e sistematizada, conforme tendncias crescentes daquela poca.

    Para compreender a Psicanlise, necess-rio entender o homem por detrs da vasta teoria do inconsciente, o prprio Freud, o qual teve sua formao inicial, em 1881, em Medicina na Univer-sidade de Viena, onde a posteriori especializou-se em Psiquiatria. Trabalhou em fisiologia e em neuro-patologia no Instituto onde desenvolveu pesquisas acadmicas e clnicas, juntamente com outro m-dico, Breuer. Em seguida, j em Paris, com uma bol-sa de estudos, trabalhou com outro psiquiatra re-nomado, o francs Jean Charcot, e, conjuntamente, desenvolveram um importante mtodo de anlise: a hipnose para tratamento de histerias.

    A sociedade da poca era extremamente r-gida e preconceituosa; fazia com que as pessoas reprimissem seus problemas e os somatizassem em grande escala, com profunda dor. Freud perce-beu que seus conhecimentos de Medicina no es-tavam mais dando conta de analisar devidamente

    o paciente humano e resolveu observar mais aten-tamente as reaes dos sintomas, catalogando-os e classificando-os, de acordo com o que acompa-nhava. Tanto a hipnose quanto o mtodo de asso-ciao livre, assim como a anlise de sonhos, fazia parte de sua metodologia de interpretao. Clini-cou durante um vasto perodo e seus principais clientes traziam queixas que no eram possveis de curar apenas com a medicina usual ou mesmo pela co