A Prática Cristã Como Sinal Certo de Conversão

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A PRÁTICA CRISTÃ COMO SINAL CERTO DE CONVERSÃO – Mt. 5.14 a 16 O que as Escrituras nos ensinam sobre a saúde espiritual do crente? Como saber se estou bem ou não? Se tais respostas existem, onde encontrá-las? Temos alguns textos que nos falam sobre isto. É o caso de I Jo. 2:3: "sabemos que o temos conhecido por isso: se guardamos os seus mandamentos." O apóstolo faz uma afirmação, mas, com uma condicional. João diz que podemos ter certeza de salvação, mas, se nossas consciências testemunharem sobre nossas obras. (I Jo. 3:18-19). O apóstolo Paulo diz aos gálatas que examinem seu próprio comportamento, de modo que possam se alegrar em sua salvação: "prove cada um o seu labor, e então terá motivo de gloriar-se unicamente em si, e não em outro" (Gal. 6:4). Quando Cristo diz: "pelos seus frutos os conhecereis" (Mat. 7:20), é em primeiro lugar uma regra para julgar os outros; mas Ele também quer que julguemos a nós mesmos por essa regra, como o próximo versículo mostra claramente: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mat. 7:21). A prática cristã certamente não se refere unicamente a ações físicas exteriores. Obediência é um ato do homem como um todo, alma e corpo. De fato, obediência é real e propriamente um ato da alma, uma vez que a alma governa o corpo. Assim, a prática cristã se refere mais à obediência interior da alma do que às ações externas do corpo. O cristão precisa julgar sua própria prática, não somente pelo que faz exteriormente com o seu corpo, e sim pelos motivos interiores de sua alma, que controlam suas ações físicas. É assim que Deus nos julga: Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto de suas ações" (Jer. 17:10). Se entendêssemos que Deus nos julga somente por nossas ações exteriores, por que Ele sondaria nossas mentes e corações? Deus se interessa não somente por nossas ações e obras, mas também pelo espírito que está por trás delas. Uma pessoa que vive de modo exterior pecaminoso não pode usar a desculpa que seu coração está no lugar correto. O coração dum homem não pode ser puro, ao mesmo tempo que seus pés o carregam para um prostíbulo! Isso é absurdo. A prática cristã inclui as duas coisas - os motivos interiores (motivações) e as ações exteriores. “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade" (Mat. 7:21-23). Ora, nem um amo humano toleraria um servo que professasse grande amor e lealdade e no entanto se recusasse a obedecê-lo!

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Resumo do capitulo do livro de J. Edwards

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A PRÁTICA CRISTÃ COMO SINAL CERTO DE CONVERSÃO – Mt. 5.14 a 16

O que as Escrituras nos ensinam sobre a saúde espiritual do crente? Como saber se

estou bem ou não? Se tais respostas existem, onde encontrá-las? Temos alguns textos

que nos falam sobre isto. É o caso de I Jo. 2:3: "sabemos que o temos conhecido por

isso: se guardamos os seus mandamentos." O apóstolo faz uma afirmação, mas, com

uma condicional. João diz que podemos ter certeza de salvação, mas, se nossas

consciências testemunharem sobre nossas obras. (I Jo. 3:18-19). O apóstolo Paulo diz

aos gálatas que examinem seu próprio comportamento, de modo que possam se

alegrar em sua salvação: "prove cada um o seu labor, e então terá motivo de gloriar-se

unicamente em si, e não em outro" (Gal. 6:4). Quando Cristo diz: "pelos seus frutos os

conhecereis" (Mat. 7:20), é em primeiro lugar uma regra para julgar os outros; mas Ele

também quer que julguemos a nós mesmos por essa regra, como o próximo versículo

mostra claramente: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos

céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mat. 7:21).

A prática cristã certamente não se refere unicamente a ações físicas exteriores.

Obediência é um ato do homem como um todo, alma e corpo. De fato, obediência é

real e propriamente um ato da alma, uma vez que a alma governa o corpo. Assim, a

prática cristã se refere mais à obediência interior da alma do que às ações externas do

corpo.

O cristão precisa julgar sua própria prática, não somente pelo que faz exteriormente

com o seu corpo, e sim pelos motivos interiores de sua alma, que controlam suas ações

físicas. É assim que Deus nos julga: Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os

pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto de

suas ações" (Jer. 17:10).

Se entendêssemos que Deus nos julga somente por nossas ações exteriores, por que

Ele sondaria nossas mentes e corações? Deus se interessa não somente por nossas

ações e obras, mas também pelo espírito que está por trás delas.

Uma pessoa que vive de modo exterior pecaminoso não pode usar a desculpa que seu

coração está no lugar correto. O coração dum homem não pode ser puro, ao mesmo

tempo que seus pés o carregam para um prostíbulo! Isso é absurdo. A prática cristã

inclui as duas coisas - os motivos interiores (motivações) e as ações exteriores.

“Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade" (Mat. 7:21-23). Ora, nem um amo

humano toleraria um servo que professasse grande amor e lealdade e no entanto se

recusasse a obedecê-lo!

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Nossas escolhas práticas nessas situações mostram se amamos a Deus acima de tudo,

ou não. "Recordar-te-ás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no

deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava

no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos" (Deut. 8:2). Estes testes

são para nosso benefício, não o de Deus. Eleja sabe o que está em nossos corações. Ele

nos defronta com situações de teste de modo que nós possamos saber o que está em

nossos corações.

Tiago diz que a obediência prática de Abraão aperfeiçoou sua fé. "Vês como a fé

operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se

consumou" (Tg. 2:22). João diz que nossa obediência aperfeiçoa nosso amor por Deus:

"Aquele que diz: eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e

nele não está a verdade.

Assim, a prática cristã aperfeiçoa fé e amor. São como uma semente. A semente não

chega à perfeição por ser plantada na terra. Nem por desenvolver raízes e brotos, ou

por sair do chão, nem por desenvolver folhas e botões. Entretanto, quando produz

frutos bons e maduros, chegou à perfeição - completou sua natureza. O mesmo ocorre

com fé e amor e todos os outros dons. Chegam à perfeição em frutos bons e maduros

da prática cristã. A prática, então, deve ser a melhor evidência de que esses dons

existem.