A PRECE NAS REUNIÕES PÚBLICAS DO CENTRO ESPÍRITA · frequentadores da casa e de outros centros...

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“Se os que falam do Espiritismo, sem conhecê-lo, procurassem estudá-lo, poupariam trabalhos de imaginação e alegações que só servem para demonstrar a sua ignorância e má vontade.– Allan Kardec Nº 118 - ANO XXVI - OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2016 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Frederico Chopin D iz Allan Kardec que a “prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação”; que “está no pensamento o poder da prece, que por nada depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita”; e que “a prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e colimam o mesmo objetivo, porquanto é como se muitos clamassem juntos e em uníssono” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVII). Nas nossas reuniões públicas no Centro Espírita sempre é importante, no início e no fim, elevarmos o nosso pensamento a Deus, a Jesus e aos bons espíritos rogando assistência, inspiração para as atividades e agradecendo pela oportunidade que nos é oferecida. Essa prece, tendo efeito prático, não significa de forma alguma um ritual, uma atitude mística. Diz André Luiz: “Proferir a prece inicial e a prece final nas reuniões doutrinárias, facilitando-se, dessa forma, a ligação com os Benfeitores da Vida Maior. A prece entrelaça os Espíritos” (Condu- ta Espírita, cap. Perante a Oração). Portanto, a prece favorecerá um congraçamento mental e emocional entre os encarnados e entre estes e os espíritos, auxiliando na harmonia e no equilíbrio do ambiente. No entanto, entendemos necessários alguns cuidados, para que a prece pública seja eficaz e represente a comunhão dos pensamentos: 1. O público deve ficar sabendo que no momento será feita uma prece e quem a fará, para preparar-se e acompanhar. É reco- mendável que a pessoa se coloque de pé na frente do público, como referencial e foco de atenção. 2. A escolha da pessoa deve ser prévia, para que esta se prepare para a tarefa. E precisa ser capaz de se expressar adequada- mente, de forma inteligível e em tom de voz que todos possam ouvir e assim acompanhá-la mentalmente. 3. As pessoas não devem ser estimuladas a repetir a prece em voz alta, porque haveria barulho desnecessário no ambiente, atrapalhando a concentração. Voltemos ao ensinamento de André Luiz: “Abster-se de repetir em voz alta as preces que são proferidas por amigos outros nas reuniões doutrinárias. A oração, acima de tudo, é sentimento”. 4. A prece deve ser apropriada para o tipo de atividade e traduzir o ideal e os propósitos dos participantes. Por exemplo: se é uma reunião de estudos, rogar-se a inspiração para o entendimento, a capacidade de compreensão do tema; se é preparatória para a fluidoterapia, pedir a assistência para as nossas necessidades físicas e espirituais. 5. Falando em nome do grupo, quem faz a prece deve se dirigir a Deus, a Jesus e aos bons espíritos. Desse modo, não é adequado conversar com o público para ensinar como se faz a prece, qual a postura física, se deve ou não fechar os olhos, ou fazer preleção sobre qualquer assunto. Muitos vão ao centro espírita buscando consolo e cura, razão pela qual também não se deve pedir que as pessoas deixem de pensar em seus problemas. 6. A prece pode ser acompanhada ou não de música ambiente, desde que esta seja apenas de fundo, suave e instrumental. Apagar ou reduzir a luz não é necessário, pois não interfere na qualidade dos pensamentos e, sendo a prece apenas de abertura ou encerramento, não favorece a concentração. Pelo contrário, pode assustar alguém que esteja comparecendo pela primeira vez e desconheça a prática. 7. A prece deve ser curta, objetiva, numa linguagem simples, pois não é por muito falarmos que seremos ouvidos. Os espíritos dirigentes da casa são seres inteligentes e sabem compreender a nossa intimidade, necessidades e propósitos. Diz o amigo André Luiz: “Prevenir-se contra a afetação e o exibicionismo ao proferir essa ou aquela prece, adotando concisão e espontaneidade em todas elas, para que não se façam veículo de intenções especiosas”. 8. Não há necessidade de acrescentarmos uma prece decorada às nossas próprias palavras, mas se o fizermos devemos respeitar o seu conteúdo, sem alteração, para não confundirmos os pensamentos das pessoas. Isso acontece quando oramos um Pai Nosso modificado. Por isso, recomenda André Luiz: “Quanto possível, abandonar as fórmulas decoradas e a leitura maquinal das preces prontas, e viver preferentemente as expressões criadas de improviso, em plena emotividade, na exaltação da própria fé. Há diferença fundamental entre orar e declamar”. 9. Também é preciso se evitar terminologias próprias de outras crenças ou religiões, referências a santos ou anjos, bem como gestuais ou posturas, guardando a simplicidade do pensamento e os ensinamentos espíritas. Um exemplo do inadequado é o “amém” ao término do Pai Nosso, que deriva do hebraico e significa “assim seja”. Usual no movimento espírita, tem gerado o costume de o público repetir o “assim seja” em voz alta, o que caracteriza um ritual e é desnecessário. 10. Muitos dirigentes reclamam da falta de colaboradores preparados, inclusive para as preces públicas, o que é mesmo muito comum, por causa do medo ou da timidez de alguns. Mas é possível oferecer aos companheiros a oportunidade de treinar fazendo preces em reuniões mais íntimas, nas quais os demais amigos serão capazes de compreender e respeitar o eventual nervosismo ou dificuldade. Isso é o que pensamos a respeito, com o desejo de que os nossos companheiros de ideal reflitam e aproveitem as dicas com as quais concordarem. – Donizete Pinheiro A PRECE NAS REUNIÕES PÚBLICAS DO CENTRO ESPÍRITA

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“Se os que falam do Espiritismo, sem conhecê-lo, procurassem estudá-lo, poupariam trabalhos de imaginação e alegações que só servem para demonstrar a sua ignorância e má vontade.”

– Allan Kardec –

Nº 118 - ANO XXVI - OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2016 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Frederico Chopin

Diz Allan Kardec que a “prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter por objeto um pedido,

um agradecimento ou uma glorificação”; que “está no pensamento o poder da prece, que por nada depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita”; e que “a prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e colimam o mesmo objetivo, porquanto é como se muitos clamassem juntos e em uníssono” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVII).

Nas nossas reuniões públicas no Centro Espírita sempre é importante, no início e no fim, elevarmos o nosso pensamento a Deus, a Jesus e aos bons espíritos rogando assistência, inspiração para as atividades e agradecendo pela oportunidade que nos é oferecida. Essa prece, tendo efeito prático, não significa de forma alguma um ritual, uma atitude mística.

Diz André Luiz: “Proferir a prece inicial e a prece final nas reuniões doutrinárias, facilitando-se, dessa forma, a ligação com os Benfeitores da Vida Maior. A prece entrelaça os Espíritos” (Condu-ta Espírita, cap. Perante a Oração). Portanto, a prece favorecerá um congraçamento mental e emocional entre os encarnados e entre estes e os espíritos, auxiliando na harmonia e no equilíbrio do ambiente.

No entanto, entendemos necessários alguns cuidados, para que a prece pública seja eficaz e represente a comunhão dos pensamentos:

1. O público deve ficar sabendo que no momento será feita uma prece e quem a fará, para preparar-se e acompanhar. É reco-mendável que a pessoa se coloque de pé na frente do público, como referencial e foco de atenção.

2. A escolha da pessoa deve ser prévia, para que esta se prepare para a tarefa. E precisa ser capaz de se expressar adequada-mente, de forma inteligível e em tom de voz que todos possam ouvir e assim acompanhá-la mentalmente.

3. As pessoas não devem ser estimuladas a repetir a prece em voz alta, porque haveria barulho desnecessário no ambiente, atrapalhando a concentração. Voltemos ao ensinamento de André Luiz: “Abster-se de repetir em voz alta as preces que são proferidas por amigos outros nas reuniões doutrinárias. A oração, acima de tudo, é sentimento”.

4. A prece deve ser apropriada para o tipo de atividade e traduzir o ideal e os propósitos dos participantes. Por exemplo: se é uma reunião de estudos, rogar-se a inspiração para o entendimento, a capacidade de compreensão do tema; se é preparatória para a fluidoterapia, pedir a assistência para as nossas necessidades físicas e espirituais.

5. Falando em nome do grupo, quem faz a prece deve se dirigir a Deus, a Jesus e aos bons espíritos. Desse modo, não é adequado conversar com o público para ensinar como se faz a prece, qual a postura física, se deve ou não fechar os olhos, ou fazer preleção sobre qualquer assunto. Muitos vão ao centro espírita buscando consolo e cura, razão pela qual também não se deve pedir que as pessoas deixem de pensar em seus problemas.

6. A prece pode ser acompanhada ou não de música ambiente, desde que esta seja apenas de fundo, suave e instrumental. Apagar

ou reduzir a luz não é necessário, pois não interfere na qualidade dos pensamentos e, sendo a prece apenas de abertura ou encerramento, não favorece a concentração. Pelo contrário, pode assustar alguém que esteja comparecendo pela primeira vez e desconheça a prática.

7. A prece deve ser curta, objetiva, numa linguagem simples, pois não é por muito falarmos que seremos ouvidos. Os espíritos dirigentes da casa são seres inteligentes e sabem compreender a nossa intimidade, necessidades e propósitos. Diz o amigo André Luiz: “Prevenir-se contra a afetação e o exibicionismo ao proferir essa ou aquela prece, adotando concisão e espontaneidade em todas elas, para que não se façam veículo de intenções especiosas”.

8. Não há necessidade de acrescentarmos uma prece decorada às nossas próprias palavras, mas se o fizermos devemos respeitar o seu conteúdo, sem alteração, para não confundirmos os pensamentos das pessoas. Isso acontece quando oramos um Pai Nosso modificado. Por isso, recomenda André Luiz: “Quanto possível, abandonar as fórmulas decoradas e a leitura maquinal das preces prontas, e viver preferentemente as expressões criadas de improviso, em plena emotividade, na exaltação da própria fé. Há diferença fundamental entre orar e declamar”.

9. Também é preciso se evitar terminologias próprias de outras crenças ou religiões, referências a santos ou anjos, bem como gestuais ou posturas, guardando a simplicidade do pensamento e os ensinamentos espíritas. Um exemplo do inadequado é o “amém” ao término do Pai Nosso, que deriva do hebraico e significa “assim seja”. Usual no movimento espírita, tem gerado o costume de o público repetir o “assim seja” em voz alta, o que caracteriza um ritual e é desnecessário.

10. Muitos dirigentes reclamam da falta de colaboradores preparados, inclusive para as preces públicas, o que é mesmo muito comum, por causa do medo ou da timidez de alguns. Mas é possível oferecer aos companheiros a oportunidade de treinar fazendo preces em reuniões mais íntimas, nas quais os demais amigos serão capazes de compreender e respeitar o eventual nervosismo ou dificuldade.

Isso é o que pensamos a respeito, com o desejo de que os nossos companheiros de ideal reflitam e aproveitem as dicas com as quais concordarem. – Donizete Pinheiro

A PRECE NAS REUNIÕES PÚBLICAS DO CENTRO ESPÍRITA

edição 118 - página 2

rede de comunicaçãoMARÍLIA ESPÍRITA

-EXPEDIENTE-

Órgão de Divulgação daDoutrina Espírita

Coordenador:Donizete Pinheiro

Correspondência:Rua Mecenas Pinto Bueno, 905Marília/SP - CEP 17.516-030

Telefone: (14) 99762-3768

Internet

[email protected]

“Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece...” (João, XIV: 15 a 17 e 26).

Passados quase 160 anos, o Espiri-tismo ainda continua desconhecido por muitos, inclusive no próprio meio, e conquanto tenha crescido intensamente sua divulgação, não só na media, como na significativa quantidade de obras publica-das, ainda falta o essencial, que é o estudo aprofundado das obras básicas.

Já na introdução de "O Livro dos Espíritos," Kardec deixa claro que a força do Espiritismo não está nos fenômenos, como geralmente se pensa, mas na sua concepção de realidade e que conclama o ser a sua reforma integral, e não apenas em realizar “sessões” onde se buscam fenôme-nos, mas sim lançar um olhar sobre si mesmo, examinar a concepção espírita do mundo e reajustar a ela a sua conduta, e não o contrário.

O Espiritismo se formou ao longo do tempo, através da observação e da pesquisa científica dos fenômenos espíritas, pois quando Kardec iniciou as suas pesquisas na França, em 1855, já havia uma grande bibliografia espírita nos Estados Unidos e na Europa, embora com outra denomina-ção. Mas foi Kardec quem aprofundou e ordenou essas pesquisas, levando-as às necessárias consequências filosóficas, morais e religiosas.

Sem dúvida, apresenta-nos um novo

conhecimento, principalmente demons-trando, como ensina o Professor J. Her-culano Pires, que a fé e a razão constituem elementos essenciais do espírito, girando em torno da vontade, pois esta se representa pelo livre arbítrio, o princípio da liberdade, sem o qual a razão de nada serviria e a fé não teria sentido.

Incita-nos à verdadeira transforma-ção interior com vista ao despertar da consciência divina. Traz-nos uma nova revelação, fundamentada no “O Evangelho segundo o Espiritismo” e em Jesus, no seu Evangelho vivo, que nos lembra do Con-solador Prometido, e por reviver, em sua essência, a Boa Nova do Cristo em espírito e verdade.

Vem revelar ideias novas, restabele-cendo o verdadeiro sentido de justiça e da misericórdia divina, ensinada por Jesus. Novas esperanças para a Humanidade, pois seu fundamento se baseia nos esclareci-mentos dos princípios da justiça, bondade e misericórdia divina, à luz da fé raciocinada, da reencarnação, dos acontecimentos da vida presente e da realidade da vida futura, abordando os ensinamentos de Jesus não só no aspecto religioso de fé, mas também no sentido ético, moral e social.

Trata-se de verdadeiro código de conduta, convidando todos à paz e à feli-cidade, através do esforço contínuo para vencer os entraves e equívocos de nosso comportamento, mas que ainda insistimos em não entender, embora decorridos quase dois mil anos desde a clara e amorosa mensagem do Mestre.

O ilustre palestrante espírita, Harol-do Dutra Dias, quando da homenagem pela

passagem dos 152 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo, definiu, com extrema felicidade: “O Evangelho Segundo o Espiritismo é essa cúpula que há 152 anos vem repercutindo os ensinamentos do Cristo em espírito e verdade. É o sol que ilumina e aquece, à luz da razão, da fé e do amor, a mente e o coração das criaturas, das mais fortalecidas na fé até as mais exigentes no campo da compreensão racional, uma vez que suas reflexões e interpretações nada têm a temer aquelas que fundamentaram os mistérios no passado ou os dogmas ainda existentes na igreja”.

O ESPIRITISMO – NOVOS CONHECIMENTOSEdson Tomazelli

SURGE UM CORAL ESPÍRITA EM MARÍLIA

Há pouco mais de quatro meses foi criado o Coral do Centro Espírita Luz e Verdade, com sede em Marília, na Rua XV de Novembro, 1146, com a participação de frequentadores da casa e de outros centros espíritas, sob a coordenação da regente Cimara Carmo Nascimento. Apesar do pouco tempo, o grupo já alcançou expressiva qualidade vocal e fez algumas apresentações em nossa cidade. Abaixo, foto do grupo quando da participação no Encontro Regional realizado em nossa cidade, em outro passado.

edição 118 - página 3

VALIOSAS RESPOSTAS DE DIVALDO Orson Peter Carrara

Relaciono ao leitor duas respostas de Divaldo Pereira Franco, transcritas de correspondência enviada ao Presidente da FEB

em agosto de 1982, respondendo ao questionário que lhe foi proposto. O texto completo pode ser pesquisado no google com o título: Importância da Evangelização Infantil – Seara Espírita Infantil.

Face à importância das oportunas declarações, torna-se dever de todos nós, palestrantes, dirigentes e trabalhadores espíritas, ampla divulgação e reflexão em torno das valiosas orientações (lembro ao leitor que transcrevo parcialmente):

07. Que orientação os Amigos Espirituais dariam aos pais espíritas em relação ao encaminhamento dos filhos à Escola de Evangelização dos Centros Espíritas?

Informa-me Joanna de Ângelis que, na condição de pais e orientadores, temos a preocupação de oferecer a melhor alimenta-ção aos filhos e aos nossos educandos; favorecê-los com o melhor círculo de amigos; vesti-los de forma decente e agradável; encami-nhá-los aos melhores professores, dentro da nossa renda; proporci-onar-lhes o mais eficiente médico e os mais eficazes medicamentos quando estejam enfermos; conceder-lhes meios para a manutenção da vida; encaminhá-los na profissão que escolham... É natural que, também, tenhamos a preocupação maior de atendê-los com a melhor diretriz para uma vida digna e um porvir espiritual seguro, e esta rota é a Doutrina Espírita. Portanto, encaminhemo-los às Escolas de Evangelização dos Centros Espíritas, ou, do contrário, não estaremos cumprindo com as nossas obrigações.

08. Que recursos poderiam ser, ainda, acionados para expandir a tarefa de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?

Maior e mais constante contato entre evangelizadores e pais, a fim de os conscientizar da alta responsabilidade que a estes últimos diz respeito, pedindo ajuda e num intercâmbio frequente, já que ambos são interessados na formação moral e espiritual da criança e do jovem. Seria, também, muito válido, que os resultados da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil fossem mais divulgados nos Centros Espíritas e se insistisse mais na colocação de que todo bem feito à infância se transforma em bênção no adulto.

Éideia corrente entre nós que nunca se viu antes tamanha desordem moral a se expressar pela prática de crimes contra a

humanidade, a vida, o patrimônio, a honra e a dignidade do ser humano, revelando um estado de coisas absurdamente degenerado. Anuncia-se o fim dos tempos e tem-se a impressão de que tudo está perdido.

A nosso ver, entretanto, não nos parece que isso venha ocorrendo. Entendemos que as pessoas em geral são, hoje, muito melhores do que eram décadas e séculos atrás. Compreen-demos que essa impressão generalizada de piora na conduta humana se deve ao enorme crescimento da população encarnada – fruto da sensível melhora da saúde pública – com o adensamento populacional nas cidades e à evolução tecnológica, que permite a rádios, televisões, jornais, revistas – a mídia enfim – divulgar em tempo real e com estardalhaço as suas notícias. Como notícias boas não vendem espaço publicitário, esses meios de comunicação valorizam a divulgação de notícias ruins.

Pois bem: hoje em dia discute-se muito a Educação, a Saúde, a Mobilidade Urbana, a Proteção ao Meio Ambiente, fala-se em desenvolvimento sustentado, em responsabilidade empresarial, social e econômica (aqui entendido também o combate à corrupção ativa e passiva). Antes, tais assuntos não eram constantes e suscita-vam poucos e resumidos comentários. Compare-se o morticínio e a crueldade das duas guerras mundiais (1914/18 e 1939/45) com as guerras localizadas de hoje e se verá que atualmente a crueldade – ainda remanescente – é francamente mais reduzida. Veja-se a legislação: hoje temos a ONU e seus organismos de atuação em escala mundial no combate à fome, à ignorância, à saúde dos povos,

à guerra. As leis que punem os excessos são hoje mais precisas na identificação de tais condenáveis condutas e temos um organismo judicial internacional para punir condutas que atentem contra a Humanidade. No Brasil, a nossa legislação evoluiu muito nos últimos anos, principalmente aquela que identifica e pune condutas criminosas de empresários e políticos (antes impunes), possibilitan-

do que os órgãos policiais investiguem, os promotores públicos denunciem e o Judiciário julgue com mais rigor os infratores.

Muito há ainda a ser feito? Sim, claro que sim. Mas inegavelmente houve avanços signi-ficativos em todos os campos da atividade humana. Nós não percebemos isso porque estamos sempre envolvidos pelo noticiário e pela manipulação midiática. Já ao tempo de Kardec (1857) havia essa percepção errônea, tanto que em O Livro dos Espíritos, questão 784, ele indaga ao Espírito de Verdade: “A perversi-dade do homem é bastante intensa, e não parece

que ele está recuando, em lugar de avançar, pelo menos do ponto de vista moral?”. E a resposta foi: “Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que ele avança, pois vai compreendendo melhor o que é o mal, e dia a dia corrige seus abusos. É preciso que haja excesso do mal, para fazer-lhe compreender a necessidade do bem e das reformas”. Na indagação seguinte, responde o Espírito de Verdade que o maior obstáculo ao progresso são o orgulho e o egoísmo, essas chagas do coração humano que devemos combater em nós mesmos cotidianamente.

A Doutrina Espírita nos convida a esse trabalho intenso e gigantesco (mas ao nosso alcance) de olharmos em nosso interior, identificarmos nossas imperfeições e nos dedicarmos a erradicá-las. Vamos trabalhar?

A HUMANIDADE PROGRIDE? Emanoel Tavares Costa

edição 118 - página 4

Wellington Balbo

CORPO PRESENTE, PENSAMENTO AUSENTE...

Gustavo estava no centro espírita, porém seu pensamento caminhava pelo escritório, o que fez com que perdesse as

partes mais interessantes abordadas pelo orador na palestra da noite. Mariana fazia o almoço em sua casa, mas sua cabeça andava muito longe dali, mais precisamente no trabalho que executaria na faculdade horas mais tarde, por isso não percebeu quando o arroz queimou. Jonas reunira-se com os amigos, mas não prestara atenção em nada do que fora conversado aquela noite, isso ocorreu porque a tela mental de Jonas viajava por uma outra roda de amigos, totalmente diferente daquela em que ele se encontrava.

Três pessoas diferentes, três situações semelhantes: corpo presente, pensamento ausente.

Quantas vezes isto ocorre conosco? Quantas vezes estamos num local mas nosso pensamento está em outro a milhares de quilômetros dali?

São questões que muitas vezes nos passam despercebidas e não paramos para refletir na importância de estarmos de corpo e alma onde quer que estejamos. Para efeito de estudo ampliemos um pouco mais o tema. Não estaremos mais sozinhos, mas integrados num ambiente onde várias pessoas se reúnem para objetivos comuns. Vejamos: imaginemos que numa reunião mediúnica, por exemplo, não apenas um indivíduo, mas a metade deles está ali só de corpo presente, com o pensamento em descompasso dos objetivos da reunião. Será que a reunião obterá o mesmo êxito do que se todos estiverem conectados e vibrando no mesmo diapasão? A resposta está fácil: Não! A reunião não terá o mesmo sucesso porque parte de seus integrantes está ali apenas de corpo presente, mas o pensamento ausente.

A força do pensamento é ampliada sempre pelo número de pessoas que o alimentem e sustentem. Logo, quanto mais pessoas estiverem comungando os mesmos propósitos, mais força ele terá.

Observemos que este comentário foi feito em relação à reunião mediúnica, todavia podemos aplicá-lo dentro de qualquer campo de atuação em que uma assembleia de pessoas se reúne para tratar de determinado tema.

Kardec, na Revista Espírita de dezembro de 1868, tece valiosos comentários sobre a importância da comunhão de pensamentos, ou seja, sobre a relevância de estarmos sintonizados com os propósitos a que se propõe o grupo a que nos ligamos.

E, como sempre, o Codificador constrói uma interessante analogia ao comparar uma assembleia de pessoas a uma orquestra em que cada integrante é responsável por uma nota, de modo que se os integrantes da orquestra produzirem um som harmônico a impressão será agradável, todavia se os sons forem discordantes a impressão será penosa. O mesmo, pois, ocorre com o pensamento. Se o pensamento do grupo está afinado os objetivos serão atingidos, porém, se os pensamentos estiverem viajando por terras estranhas o sucesso não virá.

Compreendemos, então, a importância de estarmos de corpo e alma num local para que a harmonia reine e obtenhamos resultados melhores não apenas em termos individuais, mas também sob o aspecto coletivo.

Seja na reunião mediúnica, no escritório, em casa ou qualquer outro local, é fundamental mantermos nosso pensamento junto ao corpo, a fim de que sozinhos ou em grupo consigamos atingir os objetivos que foram traçados.

Pensemos nisso.

Que a Federação Espírita Brasileira (FEB) é a instituição de caráter nacional que tem por finalidade a divulgação do Espiritismo, a união dos espíritas e a unificação do movimento espírita?

Que a FEB tem sede no Distrito Federal e sua editora fica no Rio de Janeiro, onde inicialmente tinha a sua sede?

Que a FEB é coordenada por um Conselho Federativo Nacional, um Conselho Supe-rior e uma Diretoria Executiva?

Que o Conselho Federativo Nacional é órgão de Unificação e da Organização Federativa da Federação Espírita, sendo integrado por representantes dos órgãos representativos estaduais, tendo funções deliberativas, normativas, orientadoras, coordenadoras e supervisoras?

Que a FEB publica diversas obras espíritas e a revista O Reformador; que mantém um site e uma tv digital (FEBtv)?

Que seu atual presidente é Jorge Godinho Barreto Nery ?

CLUBE DO LIVRO ESPÍRITALUZ E VERDADE

CENTRO ESPÍRITA LUZ E VERDADE

Rua XV de Novembro, 1146 - Marília

telefone: 3454-2071

LIVRO LIDO, ideia renovada.

LIVRO NOBRE, caminho para a ascensão.

(André Luiz)

edição 118 - página 5

O DESTINO DE ÍTALOJosé Benevides Cavalcante

Um colaborador do programa “Momento Espírita”, pela Rádio Universitária de Garça, chamou-nos a atenção sobre uma

crônica do jornalista Antonio Carlos Prado para a revista Isto É, que tratava do triste fim do garoto Ítalo, aquele menino de 10 anos que em julho deste ano morreu num confronto com policiais quando roubava um carro em companhia de um coleguinha apenas um ano mais velho que ele. O trágico fim dessa criança virou manchete nos principais órgãos da imprensa brasileira e chamou a atenção do mundo, mostrando apenas “a ponta do iceberg” de um problema muito presente na sociedade brasileira de nosso tempo.

Quem tiver curiosidade deve ler o artigo da Isto É, intitulado “Ítalo vai morrer”. O autor faz breve paralelo entre a vida dessa criança e a vida de Caryl Chessman, conheci-do como “bandido da luz vermelha”, que acabou sendo executado na câmara de gás, na Califórnia, no ano de 1960, aos 39 anos. O caso Chessman, na época, monopolizou a imprensa mundial. Tratava-se de um homem que teve uma infância semelhante à de Ítalo e que, condenado à morte, desdobrou-se em esforços impressionantes de auto supera-ção para escapar da execução, o que evidentemente não conseguiu. Como Ítalo, ele também nasceu num ambiente hostil, passou fome, sofreu violência, só conheceu maus exemplos. Desde cedo, teve vários confrontos com a polícia, desenvolvendo uma personalidade agressiva, sem medo e sem limites. Conta Antonio Prado que, quando o americano Chessman, estando amarrado na cadeira da câmara de gás e já sentindo os efeitos do gás tóxico que o levaria à morte em instantes, deve ter se lembrado de um episódio de sua infância, quando um certo policial, após algemá-lo, disse que ele não deveria se preocupar com a velhice, pois jamais chegaria a ela. E foi o que realmente aconteceu. Ítalo, porém, teve pior sorte que Chessman, pois nem sequer chegou à adolescência.

O título do artigo “Ítalo vai morrer” é a previsão que qualquer pessoa de bom senso podia fazer, se conhecesse de perto a vida dessa criança, cujo destino já estava irremediavelmente determina-do.

Quando lemos em O LIVRO DOS ESPÍRITOS o capítulo “Lei de Sociedade”, percebemos que, independentemente da

trajetória que o Espírito tenha feito, a sociedade que o recebe pelas vias da reencarnação (e, quando falamos de sociedade, estamos referindo à família, à comunidade e ao Estado) tem um grande dever para com ele. Aliás, a sociedade tem duas grandes oportunidades de reeducar os Espíritos ainda imaturos e recalcitrantes. A primeira é quando retornam à vida corporal, passando pela infância e pela adolescência; cabe à sociedade cuidar para que sejam bem acolhi-dos, a fim de se sentirem amados e poderem desenvolver suas boas

potencialidades espirituais. Acolhimento, educação e proteção da família é dever da sociedade e de todos os seus cidadãos. A segunda oportunidade é para aqueles que já transgrediram a lei nesta vida – e que, portanto, representam uma ameaça social –, para que a sentença que lhes são impostas pela justiça não se restrinjam apenas à perda da liberdade, mas se amplie para formas

adequadas de reeducação e de reintegração social, com vista à sua possível recuperação.

A despeito do significativo progresso intelectual e material do mundo, nos últimos séculos, ainda nos ressentimos de um grande atraso moral, que pode ser facilmente percebido pelo descompro-misso dos poderes públicos e dos cidadãos em geral, em relação ao descaso e ao abandono das famílias marginalizadas ou excluídas. Se falta respeito, que é o mínimo que a lei humana pode exigir, falta mais ainda o amor, que não aprendemos a exercitar. É de se perguntar, portanto, o que esperamos que aconteça daqui em diante, se as causas dos grandes problemas persistem, se pouco ou quase nada se faz de efetivo para a ressocialização dessa parcela da população.

Com certeza, para melhor nos sensibilizar, precisamos nos voltar para Jesus, pois é em Jesus – como a expressão mais sublime do amor na Terra – que podemos buscar inspiração para descortinar a grande verdade, que é a prática do amor fraterno e solidário, o que só acontecerá quando a sociedade decidir finalmente agir de forma solidária para a proteção de todos. Aliás, essa deveria ser a principal preocupação dos grupos religiosos, na formação espiritual de seus seguidores, tanto quanto das instituições sociais que se dizem interessadas no bem da sociedade.

1º – Todos os fenômenos espíritas têm por princípio a existência da alma, sua sobrevivência ao corpo e suas manifesta-ções.

2º – Fundando-se numa lei da Natureza, esses fenômenos nada têm de maravilhosos, nem de sobrenaturais, no sentido vulgar dessas palavras.

3º – Muitos fatos são tidos por sobrenaturais, porque não se lhes conhece a causa; atribuindo-lhes uma causa, o Espiritismo os repõe no domínio dos fenômenos naturais.

4º – Entre os fatos qualificados de sobrenaturais, muitos há cuja impossibilidade o Espiritismo demonstra, incluindo-os em o número das crenças supersticiosas.

5º – Se bem reconheça um fundo de verdade em muitas crenças populares, o Espiritismo de modo algum dá sua solidarieda-de a todas as histórias fantásticas que a imaginação há criado.

6º – Julgar do Espiritismo pelos fatos que ele não admite é dar prova de ignorância e tirar todo valor à opinião emitida.

7º – A explicação dos fatos que o Espiritismo admite, de suas causas e consequências morais, forma toda uma ciência e toda uma

filosofia, que reclamam estudo sério, perseverante e aprofunda-do.

8º – O Espiritismo não pode considerar crítico sério, senão aquele que tudo tenha visto, estudado e aprofundado com a paciência e a perseveran-ça de um observador conscien-cioso; que do assunto saiba tanto quanto qualquer adepto instruído; que haja, por conse-guinte, haurido seus conheci-mentos algures, que não nos romances da ciência; aquele a quem não se possa opor fato algum que lhe seja desconhecido, nenhum argumento de que já não tenha cogitado e cuja refutação faça, não por mera negação, mas por meio de outros argumentos mais peremptórios; aquele, finalmente, que possa indicar, para os fatos averiguados, causa mais lógica do que a que lhe aponta o Espiritismo.

Tal crítico ainda está por aparecer.

SOBRE OS FENÔMENOS ESPÍRITASRESUMO DE ALLAN KARDEC (O Livro dos Médiuns, cap. II)

edição 118 - página 6

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento... Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” – Jesus ( Mateus, cap. XXII, vv. 37 a 40).

Essa afirmação de Jesus demonstra, de modo inequívoco, a

Religião deixada por Ele em seus ensinamentos: a Religião do Amor.

Há quase dois mil anos, este é o apelo que o Mestre deixou a todos aqueles que tomam conhecimento dos seus ensinamentos. No entanto, os homens têm tomado as suas palavras para manifesta-ção de seu orgulho, vaidade e autoritaris-mo, para criar organizações, grupos, seitas que se prendem às exterioridades, para delimitar “territórios sagrados”, disputan-do, ao longo dos séculos, quem tem o Deus verdadeiro e qual território é o escolhido por Ele.

A história registra guerras sangren-tas e fratricidas em nome do próprio Jesus que cobriram de corpos os campos da Europa e da mesma forma tingiram vales e montes nas Américas.

No entanto, o apelo do Mestre Excelso permanece: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

A nossa convivência fraterna e solidária é um imperativo para a felicidade individual e coletiva.

Para nossa reflexão, recordamos as palavras de Emmanuel no comentário intitulado “No Serviço Assistencial”, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier:

“Desista de brandir o açoite da condenação sobre os aspectos da vida alheia.

Esqueça o azedume da ingratidão em defesa da própria paz.Não pretenda refazer radicalmente a experiência do próximo

a pretexto de auxiliá-lo.Remova as condições de vida e os objetos de uso pessoal,

capazes de ambientar a humilhação indireta.

Evite menosprezar os menos felizes à conta de proscritos à fatalidade do sofrimento.

Não espere entendimento e ponderação do estômago vazio.Aceite de boamente os pequeninos favores com que alguém

procure retribuir-lhe os sinais de fraternidade e as lembranças singelas.

Seja pródigo em atenções para com o amigo em prova maior que a sua, desfazendo aparentes barreiras que possam surgir entre ele e você.

Conserve invariável clima de confiança e alegria ao contato dos companheiros.

Não recuse doar afeto, comunica-bilidade e doçura, na certeza de que a violência é inconciliável com a bênção da simpatia.

Mantenha uniformidade de gentileza em qualquer parte, com todas as criaturas.

Recorde que o auxílio inclui bondade e humildade, lhaneza e

solidariedade para ser não somente alegria e reconforto naquele que dá e naquele que recebe, mas também segurança e facilidade no caminho de todos.”

É de se lembrar desse precioso roteiro de luz nestes dias em que desentendimentos e conflitos campeiam desde os lares até entre povos e nações.

A felicidade nunca será encontrada na exteriorização da violência física ou verbal.

Por isso, ao analisarmos a situação político social que estamos experienciando em nossa Pátria e no mundo, é necessário que tenhamos bom senso, cautela, critérios de realidade e verdade e, sobretudo, que possamos divisar o direito do outro de pensar, sentir e se manifestar, desde que respeite o ordenamento jurídico que nos rege.

Que as nossas palavras expressem o objetivo da verdade, da honestidade, da justiça e do Amor.

VIVER COM ENTENDIMENTO E AMORAylton Paiva

* Em outubro, a União Espírita João de Camargo comemorou aniversário com um ciclo de palestras, no qual foram expositores Marília Candeloro, Donizete Pinheiro, Paulo Fernandes e Murillo Altafine.

* Nos dias 5 e 12 de novembro, no Lar Amélie Boudet, o médico Alexandre Perez, ministrou o curso Atendimento Fraterno, com o objetivo de auxiliar na formação de atendentes nos Centros Espíritas.

* De 8 a 11 de novembro, o Departamento de Mocidades da USE Intermunicipal de Marília fez realizar a 3ª SEJEM-Semana dos Jovens Espíritas de Marília. Nesse período, alguns jovens fizeram palestras no C.E. Luz e Verdade, no Hospital Espírita, na Comunhão Espírita e no Núcleo Espírita Amor e a Paz, todos abordando o mesmo tema: Eu não sei na verdade quem sou.

* Na segunda 28 de novembro, o cantor espírita Allan Vilches, de São Paulo, realizou palestra musical no Núcleo Espírita Amor e Paz, com o tema: Cantando por um mundo melhor.

* Nos dias 15, 22 e 29 de novembro, o Centro Espírita Luz, Fé e Caridade comemorou seus 88 anos (é o centro mais antigo de Marília) com palestras proferidas por Paulo César Fernandes, Marília Candeloro e Edson Toledo Silvério.

Até o final do ano a editora EME terá à disposição do público o novo livro de Donizete Pinheiro: GESTÃO DE CRISES EMOCIONAIS. O livro surgiu do curso Gestão de Crises que o autor ministrou no Grupo Espírita Jesus de Nazaré e nele são abordadas as principais situações humanas que, em não sendo enfrentadas corre-tamente, produzem crises aflitivas e variados sofrimentos. Destacam-se as crises existencial, moral, social, afetiva, espiritual, econômica, de identidade, de gênero e gênero sexual, e da velhice. O autor também oferece orientações doutrinárias que auxiliem no gerenciamento das crises, conforme ensinamentos de Allan Kardec, Joanna de Ângelis e outros estudiosos. O livro poderá ser adquirido diretamente na Editora EME ou nas distribuidoras de livros espíritas.

NOVO LIVRO deDONIZETE PINHEIRO

edição 118 - página 7

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"Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa-vontade para com os homens." – Lucas, 2:14.

As legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande Renovador, não apresentaram qualquer palavra de violência.

Glória a Deus no Universo Divino.Paz na Terra.Boa-vontade para com os Homens.O Pai Supremo legando a nova era de segurança e

tranquilidade ao mundo, não declarava o Embaixador Celeste investido de poderes para ferir ou destruir.

Nem castigo ao rico avarento.Nem punição ao pobre desesperado.Nem desprezo aos fracos.Nem condenação aos pecadores.Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso.Nem anátema contra o gentio inconsciente.Derramava-se o Tesouro Divino, pelas mãos de

Jesus, para o serviço da Boa-Vontade.A justiça do "olho por olho" e do "dente por

dente" encontrara, enfim, o Amor disposto à sublime renúncia até à cruz.

Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria, assinalaram júbilo inexprimí-vel...

Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria.

O algoz seria digno de piedade.O inimigo converter-se-ia em irmão transviado.O criminoso passaria à condição de doente.Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a

matança nos circos.Em Sídon, os escravos deixariam de ter os olhos

vazados pela crueldade dos senhores. Em Jerusalém, os enfermos não mais seriam relegados ao abandono nos vales de imundície.

Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento.

Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.

Natal! Boa Nova! Boa-Vontade!...Estendamos a simpatia para com todos e comece-

mos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.

NATAL

do livro “FONTE VIVA”psicografia de Francisco Cândido Xavier

ENCONTRO REGIONALEM MARÍLIA

COMO FOI o

O 34º Encontro Regional de Dirigentes e Trabalhadores Espíritas da região de Marília, realizado no domingo 30 de outubro passado, nas dependências do UNIVEM, foi um sucesso. Estiveram presentes quase 400 pessoas de várias casas espíritas das cidades de Marília, Garça, Gália, Lupércio, Vera Cruz, Oriente, Pompéia, Herculândia, Quatá, Quintana, Bastos, Curitiba e Presidente Prudente. Após a abertura, a companheira Rosinha Vernaschi, acompanhada pelo músico Murillo Altafine, motivou o público com a tradicional música espírita Alegria Cristã, e todos cantaram juntos. Na parte da manhã, Donizete Pinheiro, de Marília, desenvolveu o tema “O Evangelho Ontem: de Moisés a Lutero”, em duas partes. Após saboroso almoço de confraternização, Murillo fez uma palestra musical, falando, cantando e tocando num teclado. Na parte da tarde, Cosme Massi, de Curitiba, trabalhou o tema “O Evangelho Hoje: Jesus, Kardec e a sociedade atual”, durante o qual aproveitou para falar do seu trabalho de divulgação das obras de Allan Kardec, no site Kardecpedia. O encerramento ficou a cargo do coral do Centro Espírita Luz e Verdade, que apresentou algumas músicas. O próximo encontro será na cidade de Garça, em 2017, também no mês de outubro.

Donizete

Parcial do público

Cosme com Silvio e Karina, diretores da USE Marília

Alguns voluntários da organização

Cosme Murillo

Há quem espere o NatalPara ganhar um presente,Que seja valioso,Uma coisa que ostenteFeliz e orgulhoso.

Há quem espere o Natal,Para a maior festança,E comer e beberComo criançaPensando no seu prazer.

Há quem espere o Natal,Desejando um carinhoDe quem tanto ama,E com saudade chamaToda noite bem baixinho.

Há quem espere o Natal,Com fé e emoção,Para cantar ao SenhorE orar com fervorCheio de gratidão.

Mas Jesus espera o Natal,Para que o seu nascimentoRepresente, afinal,Convite à humanidade,Para a paz e o entendimento,Para o bem e o perdão,O júbilo, a fraternidade,E o amor no coração.

ESPERANDO O NATAL

Donizete Pinheiro2016

edição 118 - página 8

Histórias deTiamara

João tinha oito anos e morava com sua mãe, Dona Arlete, em uma pequena cidade do interior. Sua mãe havia ficado viúva muito cedo e João sempre perguntava sobre a morte do pai para ela; esta, que era espírita, lhe explicava de maneira simples. João era um garotinho muito inteligente e que gostava de criar histórias para alegrar a sua mãe. Um dia, quando chegou da escola, disse à mãe:

– O Natal está chegando, mamãe, e eu vou pedir a Deus que permita que eu sonhe com o meu pai! Quero dar um abraço bem fortão nele e dizer que eu o amo muito.

Dona Arlete abraçou o filho e respondeu:– Se Deus assim o permitir! Joãozinho exclamou:– Deus vai permitir, a senhora vai ver só, mamãe! Eu tenho

fé! Quando a noite chegou, Joãozinho deitou e elevou seus

pensamentos a Deus e pediu que ELE permitisse que seu pai aparecesse em seus sonhos.

Na manhã seguinte, correu até a cozinha e disse à mãe:– Não foi dessa vez que meu pai apareceu nos meus sonhos!

Mas não perco a fé!Dona Arlete abraçou o garoto e, sorrindo, disse:– Isso mesmo, querido, não perca a sua fé!Assim passou todo o mês de novembro e, quando já estava

próximo o dia de Natal, João falou a sua mãe:– Sabe, mamãe, eu sou persistente, mas creio que Deus está

cansado de tanto eu pedir a mesma coisa e é por isso que não atende o meu único pedido. Não vou mais pedir, agora vou escrever uma carta, o que acha?

Dona Arlete disse:– Calma! Você não pediu para sonhar com ele no Natal?

Ainda falta um dia!Joãozinho, sorridente, levantou os braços para cima num

gesto de conquista e falou:– Isso mesmo!! Eu disse no Natal!!Na véspera do Natal Dona Arlete e João foram à confraterni-

zação do Centro Espírita Esperança. Chegando lá, João foi até a sala de evangelização e deitou-se no colchão para ouvir da evangeliza-dora uma historinha, mas nem bem a historinha começou ele dormiu e sonhou! João foi levado ao um lindo jardim florido e num banco rodeado de flores encontrou um homem. Aproximou-se devagar e, para a sua surpresa, lá estava seu pai, sorrindo e batendo levemente no banco para que ele sentasse. João se lembrou daquele gesto, pois seu pai sempre fazia isso quando precisava conversar com ele no banco do quintal. Era seu pai! Sentou-se e o fitou com carinho, e os dois se abraçaram felizes.

João acordou com um toque suave no rosto.– Vamos, querido, acorde! Vamos para casa!João olhou para sua mãe e disse:– Deus atendeu o meu pedido, mãe! Sonhei aqui com o meu

pai! E contou como havia sido.Dona Arlete chorou emocionada e abraçou seu filho com

carinho.Na saída do centro, o dirigente disse:– Dona Arlete, a senhora foi sorteada com uma pintura, aqui

está! Quando olharam a pintura, mãe e filho começaram a chorar.

Lá estava um homem e um menino sentados, num pequeno banco rodeado de flores, se abraçando. Sim, era a espiritualidade dizendo, com amor, que Deus havia permitido!

Crianças:

Tenham fé! A fé é muito mais do que acreditar. Fé é confiar em Deus. Para aumentar a fé em Deus, é preciso buscar um relacionamento mais próximo com Ele. Orando e agradecendo pelas experiências da vida, vocês verão sua fé em Deus aumentar. Deus nos ama incondicionalmente.

DEUS NOS AMA INCONDICIONALMENTE