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w =-- ANAIS DA VIII REUNIÃO CIENIiFlCA PUCRS GUERRA,Eleonora. A Presença Francesa no Nordeste do Brasil no Século XVI:Uma Contribuição da História à Arqueologia. Coleção Arqueologia, Porto Alegre, EDIPUCRS,n° 1, voU, p. 79-95,1995-96. A PRESENÇA FRANCESA NO NORDESTE DO BRASil. NO SÉCULO XVI: UMA CONTRIBUIÇÃO DA HISTÓRIA À ARQUEOLOGIA GUERRA., EleonôraJ A compreensexo do processo de exploraçexo e ocupa- çexo do território brasileiro no período colonial presupõe sua inserçexo no contexto europeu do final da Idade Média e início da época Moderna. As transformações sociais, econômicas e políticas. bem como o~ avanços tecnológicos que afetaram a Europa nOs séculos XIV e XV contribuíram decisivamente para a expansexo comercial e colonial européia. Uma série de medidas econômicas e seus desdobramentos políticos e so- ciais - que se convencionou denominar mercantilismo - carac- terizam este período de transiçexo do feudalismo para o capi- talismo. A expansexo comercial européia, impulsionada pelo capital mercantil ascendente, conduziu à constituiçexo de co- lônias que provessem o mercado europeu de matérias- primas, metais preciosos e demais produtos inexistentes no Velho Continente. I Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pemambuco. Coleção Arqueologia 1- Volume 1 79

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PUCRS

GUERRA,Eleonora. A Presença Francesa no Nordeste do Brasil noSéculo XVI:Uma Contribuição da História à Arqueologia. ColeçãoArqueologia, Porto Alegre, EDIPUCRS,n° 1,voU, p. 79-95,1995-96.

A PRESENÇA FRANCESANO NORDESTE DO BRASil. NO

SÉCULO XVI: UMA CONTRIBUIÇÃODA HISTÓRIA ÀARQUEOLOGIA

GUERRA., EleonôraJ

A compreensexo do processo de exploraçexo e ocupa-çexo do território brasileiro no período colonial presupõe suainserçexo no contexto europeu do final da Idade Média e inícioda época Moderna. As transformações sociais, econômicas epolíticas. bem como o~ avanços tecnológicos que afetaram aEuropa nOs séculos XIV e XV contribuíram decisivamentepara a expansexo comercial e colonial européia. Uma série demedidas econômicas e seus desdobramentos políticos e so-ciais - que se convencionou denominar mercantilismo - carac-terizam este período de transiçexo do feudalismo para o capi-talismo.

A expansexo comercial européia, impulsionada pelocapital mercantil ascendente, conduziu à constituiçexo de co-lônias que provessem o mercado europeu de matérias-primas, metais preciosos e demais produtos inexistentes noVelho Continente.

I Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pemambuco.

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É neste contexto que se enquadra o descobrimento,exploração e colonização do Brasil: sua exploração e ocupa-ção pelos portugueses e as investidas por parte de outrospovos europeus. Sabe-se que as diversas tentativas de ocu-pação e exploração das terras pertencentes a Portugal, noNovo Mundo, por outras nações européis, principalmenteFrança. Inglaterra, Holanda e Espanha, estimularam e dire-cionaram as estratégias portuguesas de defesa e ocupaçãode seu território no continente americano. Convém ressaltar

que, dentre as investidas européias - não portuguesas - , du-rante o período quinhentista, destaca-se a ação de franceses,intensa no século XVI e parte do XVII. As atividades de explo-ração destas terras, por franceses, repercutiram não apenassobre as relações diplomáticas e comerciais existentes entrePortugal e França, mas também sobre suas relações com acolônia, no caso, o Brasil, interferindo diretamente em seuprocesso de colonização.

A importância do estudo da presença constante defranceses nas costas do Brasil no período quinhentista con-duziu, entre outras razões, à elaboração e desenvolvimentodeste projeto. Uma questão levada em consideração na esco-lha do tema diz respeito, portanto, a sua importância parauma melhor compreensão do processo de colonização doterritório brasileiro.

Tendo em vista, no entanto, a complexidade e exten-são espaço-temporal da presença francesa no Brasil, res-tringiu-se o tema deste projeto à atual Região Nordeste doBrasil, no século XVI. Convém ressaltar, nesta oportunidade,que não se pretende, em princípio, apresentar uma análiseprofunda de todas as relações e implicações advindas destapresença. Na verdade, este trabalho consiste na concatena-ção de informações relativas ao assunto, que, referentes aoséculo XVI, principalmente, se apresentam, de certa forma,fragmentárias e dispersas. Pretende-se, portanto, como umdos objetivos deste projeto fornecer subsídios para trabalhos

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posteriores, no campo da História, da Arqueologia e de áreasafins. A concatenação de dados, constituindo-se em informa-ções relativas ao tema, possibilitar uma reconstituição histó-rica e arqueológica mais acurada do processo de ocupação ecolonização do território brasileiro.

O estudo da presença francesa no Brasil abre para opesquisador um campo muito vasto de possibilidades de in-vestigação. Considerando-se, então, a complexidade, isto é,as inúmeras variáveis que não podem ser negligenciadas noestudo de uma sociedade, de um grupo humano, uma redu-ção do objeto de estudo faz-se perfeitamente justificável, se-não inevitável. Esta redução, desde que não redunde em umadesvinculação do contexto, não representa qualquer inviabi-lida de ou prejuízo epistemológico. A redução do objeto pos-sibilita a elaboração de um trabalho mais profundo, aindaque mais específico. A especialização apontada por Zubrow,Fritz & Zubrow2 como estratégia científica em voga até recen-temente, permitiu um grande avanço no conhecimento. Talespecificação, entretanto, conforme observam estes autores,promoveu uma grave lacuna de comunicação entre cientistas,em geral e, até mesmo entre aqueles que trabalhavam dentroda mesma área do conhecimento. O pesquisador poderá, eaté deverá, reduzir o seu objeto de estudo, sem, no entanto,desvinculá-lo do contexto mais amplo, ou seja, sem desvincu-lá-Io dos demais componentes e subsistemas do sistema cul-tural em estudo.3

Admitindo-se que a presença francesa no Nordestebrasileiro, no período quinhentista, e suas repercussões nãopoderá ser compreendida sem que haja uma contextualiza-ção prévia, esta será apresentada, em linhas gerais nestaintrodução. Não se pretende, no entanto, abordar em pro-fundidade a conjuntura européia que antecedeu o descobri-

2 ZUBROW, FRITZ & ZUBROW, 19743 ALBUQUERQUE, 1991-; LUCENA, 1991.

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mento do Novo Mundo pelos europeus, pois este não é o ob-jetivo deste trabalho.

No sentido de melhor entender a conjuntura européiano período que antecedeu e culminou com a descoberta, ex-ploração e colonização de novas terras, convém fazer umabreve retrospectiva ao século XI, quando já se pode perceberas primeiras manifestações de desagregação do feudalismona Europa Ocidental. Vários foram os fatores, conforme sesabe, que contribuíram para a sua lenta e contínua deterio-ração.

A partir do século XI, com o renascimento das ativida-des comerciais em centros urbanos da Europa ocidental, omodo de vida feudal começa a apresentar sinais de modifi-cação no âmbito econômico e social. O desenvolvimento davida urbana, de comerciantes, artesãos e outras atividadesespecializadas, de uma maior e crescente circulação mone-tária conduziu a alterações nas formas de pensar ~ de agir,gerando novas necessidades, aspirações e valores.

Entre os séculos XI e XIV, as atividades comerciaisenfrentavam sérias dificuldades quanto ao abastecimento demercadorias que não eram fornecidas regularmente aos co-merciantes. Esta irregularidade no fornecimento de merca-dorias gerava, freqüentemente, instabilidade e crises nosmercados locais. 4

A partir do século XIV, profundas transformações seprocessaram no Mundo europeu, contribuindo para a desco-berta e exploração do continente americano. Foi no decorrerdeste século que as pequenas crises regionais transcederam

4 "A produçãoagrícolaeuropéia,nesteperíodo,era aindaatrasada,rudimen-tar, incapaz de produzir uma quantidade de excedentes suficiente para umabastecimento regular das zonas urbanas. Desta maneira a economia viviamergulhada em sucessivas críses locais, com escassez de mercadorias emalgumas cidades, altas e baixas repentinas de preços, especulação etc."(MENDES JUNIOR; RONCARI & MARANHÃO, 1979:38).

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o caráter, inicialmente local, atingindo toda a Europa. Guer-ra, fome, epidemias, revoltas camponesas caracterizavam oque se convencionou chamar A Grande Crise Européía doSéculo XIV. Nas primeiras décadas do século XIV, mpa gr~n-de escassez de alimentos atingiu a Europa, provocando, con-seqüentemente, fome e morte; neste período uma série deepidemias, destacando-se a Peste Negra (1348-1350), extin-guiu um terço da população européia; e o empobrecimentodas massas camponesas, oprimidas pelo excesso de tributosexigidos pelos senhores feudais, gerou grandes revoltas.

Um outro acontecimento de grande repercussão naEuropa neste período foi a Guerra dos Cem Anos (1337/1453),entre Inglaterra e França. Este conflito desencadeou o pro-cesso de unificação dos territórios e centralização do podernas mãos do rei nestes dois países, formando-se, então, asmonarquias nacionais inglesa e francesa.5

Além do decréscimo populacional,escassez de mão-de-obra, fome, revoltas de camponeses e servos, pode-seapontar, como reflexo da Grande Crise Euro'péía do SéculoXIVa alteração das rotas comerciais, o crescimento e forta-lecimento da burguesia mercantil, sobretudo a lusitana, aexpansão marítima, a formação dos Estados Nacionais.

O comércio europeu, que, no seco XIII, girava em tomode dois polos: a Itália ao sul e Flandres ao norte, teve suasrotas de comércio alteradas em função das revoltas campo-nesas da fome, da guerra. Os caminhos terrestres, ao se tor-narem perigosos, foram substituídos por trajetos marítimos.

5 Este conflito enquadra-se"... no processo histórico do desmantelamentopolítico do feudalismo (...). Mobilizou um grande número de senhores feu-dais, comerciantes interessados na centralização monárquica e mesmo ser-vos, recrutados para os exércitos, já que as tropas feudais clássicas eraminsuficientes, devido à intensidade do conflito." (MENDES JUNIOR; RON-CARI 7 MARANHÃO, 1979:38).

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As novas rotas comerciais foram favoráveis ao desenvolvi-

mento das atividades comerciais em Portugal. 6

Observa-se, neste período maior crescimento e forta-lecimento da burguesia mercantil, sobretudo a lusitana, quese destacaram como principais agentes da expansão maríti-ma. Comerciantes e banqueiros europeus, conscientes dainstabilidade e limitação do mercado, sentiram a necessida-de de se buscar outros mercados, tanto para o consumoquanto para a aquisição de gêneros escassos ou inexistentesna Europa.

A necessidade de expansão comercial conduziu à ex-pansão marítima. O progresso tecnológico tomou-a possível:retomou-se os estudos de Ptolomeu sobre a esfericidade da

terra; surgiu a caravela possibilitando tanto a navegação emalto mar quanto junto à costa; vários instrumentos náuticosforam inventados ou adaptados (bússola, astrolábio, origi-nários do Orinete); a invenção da imprensa possibilitou adivulgação das novas técnicas e o intercâmbio de informa-ções.

A unificação e centralização do poder nas mãos doRei, constituindo os Estados Nacionais, foi um processo degrande importância para a concretização da expansão co-mercial na época Moderna. O poder, que então se encontra-va subdividido, opunha obstáculos ao desenvolvimento co-

mercial e, por esta razão, a burguesia mercantil ~articipou doprocesso de constituição dos Estados Nacionais.

6 As novas rotas comerciais "... saíam pelo Mediterrâneo, ultrapassavam oestreito de Gibraltar, faziam escalas nos portos portugueses de Évora, Lisboae Porto e rumavampara o Mar do Norte". (COSTA & MELLO, 1990:14).7 É interessanteobservarque MendesJunior;Roncari& Maranhãoressaltam"... que o desenvolvimento comercial e o crescimento dos Estados nacionaissão dois processos, não apenas sincrônicos, mas também inderdependentes".(MENDES JUNIOR; RONCAR! 7 MARANHÃO, 1979:38).

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Na medida em que vão se formando os Estados Naci-onais, as nações vão abrindo caminho no ultramar, buscandoexpandir-se comercialmente, inclusive constituir-se em impé-rios coloniais. Portugal e Espanha adiantaram-se nesse pro-cesso, em relação às demais nações européias. Portugal, nofinal do século XIV, com a Revolução de Avis (1383-1385),constituiu-se em Estado Nacional. O processo de unificação ecentralização da Espanha ocorreu na segunda metade doséculo XV. Inglaterra e França, por exemplo, só completaramsua unificação, constituindo-se em Estados Nacionais emmeados do século XV, após a chamada Guerra dos CemAnos, entre as duas nações, e depois de enfrentar tambémconvulsões internas.

No tocante à expansão marítima, Portugal foi pioneirona constituição de um vasto império colonial. Vários fatorescontribuíram para sua primazia nas Grandes Navegações:sua avançada arte náutica; a primazia na criação, com aRevolução de Avis, de um Estado Nacional, unificado e cen-tralizado, associado aos interesses mercantis; ter se tomadoponto de escala comercial, uma vez que sua posiÇãO geográ-fica apresentava um caminho aberto através do Atlântico; ecrescimento da burguesia comercial e marítima, apoiada eincentivada pelo Rei, que teve papel de destaque no proces-so.

Até o final do século XVI, Portugal e Espanha, confor-me se sabe, eram os únicos Estados europeus a possuirgrandes territórios ultramarinos. França, Inglaterra e Holan-da, muito embora já tivessem iniciado sua expansão maríti-ma, não haviam ainda obtido êxitos muito expressivos.

A manutenção de seus territórios no continente ameri-cano, constituía-se em uma preocupação constante paraPortugal e Espanha, sempre ameaçados pelas nações alia-das na divisão das novas terras descobertas, conforme o

Tratado de Tordesilhas. As contínuas investidas do e?'Pansi-

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onismo francês, inglês, holandês, exigia medidas enérgicasno sentido de impedir que outros sistemas incorporassem asterras que, de acordo com o referido tratado, lhes pertenciam.

Desde os primeiros anos do século XVI, conforme sepode constatar em escritos da época, as costas brasileiraseram freqüentadas e exploradas por grupos europeus, nemsempre portugueses. Eram ingleses, holandeses, espanhóis e,principalmente, franceses.

Os contatos estabelecidos entre a França e o Brasildesde os primeiros anos do século XVI - através de navega-dores, aventureiros, comerciantes, soldados missionários ca-tólicos ou protestantes - têm se revelado extremamente cons-tante ao longo da História do Brasil, interferindo direta ouindiretamente na formação da cultura brasileira. Ao longo dotempo, estes contatos apresentaram caráter diferenciado,variando, igualmente, em intensidade.

A influência francesa faz-se presente em inúmeros as-pectos da vida brasileira, podendo ser facilmente identiftca-da, por exemplo, nas representações artísticas e literárias,pensamento político e filosófico, modismos intelectuais, re-gras de etiqueta, preceitos culinários, rituais comemorativos.Topônimos são também testemunhos da presença francesano Brasil.

As repercussões e influências das complexas relaçõesestabelecidas com a França desde os primeiros anos do sécu-lo XVI influenciaram e contribuíram indubitavelmente para aformação e transformação do Brasil. Vale ressaltar, no entan-to, que relações não apresentaram caráter unilateral, ou seja,os contatos entre as duas nações afetaram também a socie-dade francesa.

No caso do Nordeste do Brasil, mais especificamente,tem-se registro da presença de franceses ao longo de toda acosta, desde a Bahia até o Maranhão, durante o século XVI eparte do XVII, destacando-se no entanto, a ação de corsários.

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A presença francesa na costa do Nordeste foi tão intensa eameaçadora para Portugal que apressou sua decisão de efe-tivar a colonização do Brasil, adotando o sistema das capi-tanias hereditárias.

Uma outra questão considerada na escolha do temarefere-se ao contato entre franceses e indígenas. Refere-se,mais especificamente, a ação francesa e seus reflexos sobreas populações ameríndias, brasileiras, com as quais sim-plesmente contatou, utilizou como aliado - contra outros indí-genas ou contra portugueses_, guia, mão-de-obra ou merca-doria, ou combateu direta ou indiretamente. A complexidadedestes contatos inter-étnicos não têm sido suficientementeexplorada, tendo o interesse dos pesquisadores se voltado,na maioria das vezes, para o estudo das relações de escam-bo estabelecidas a partir dos primeiros contatos, visando aexploração do pau-brasil e de outros gêneros da terra de in-teresse mercantil.

A despeito da constância, complexidade e intensidadedos contatos estabelecidos entre França e Brasil. desde osprimeiros anos do século XVI, o assunto, até o momento, temsido pouco explorado pelos historiadores que se dedicam aoperíodo colonial. Uma outra questão levada em consideraçãona escolha do tema diz respeito, portanto, a desproporciona-lida de existente entre o potencial do tema e a atenção quelhe tem sido dedicada por parte dos pesquisadores, até en-tão.

As fontes que se dispõe a respeito do tema se apresen-tam fragmentárias e repletas de lacunas. As informações,dispersas, fazem referência à ação de corsários franceses, aolongo do litoral nordestino do Brasil, no primeiro século decolonização, dando a impressão de que se tratava de açõesisoladas de pirataria. Destaca-se, entretanto, neste período,como tentativa de ocupação e constituição de colônia, aFrança Antártica 0555-1567}, no Rio de Janeiro. No Nordeste

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do Brasil, no entanto, a exceção da França Equinocial (1612-1615), no Maranhão, não há qualquer referência a preocupa-ção ou interesse em colonizar a área.

É bem verdade que historiografia colonial brasileira,baseada em relatos, muitas vezes não oficiais, de viajantes,cronistas, missionários que estiveram no Brasil no período,apresenta lacunas principalmente no tocante a primeira me-tade do século XVI. Na realidade, a documentação relativaaos primeiros contatos entre o Velho e o Novo Mundo e a in-corporação deste último ao Sistema MundiaIs; ao processode adaptação a às estratégias de ocupação do novo ambien-te adotadas pelos europeus, apresenta inúmeras lacunas. Asfontes textuais apresentam-se, freqüentemente, fragmentári-as, repletas de lacunas e, também, distorções. Vários são osfatores que contribuíram para a ocorrência dos problemasapresentados pela documentação textua1.9.Não se pretende,no entanto, discutir, neste trabalho, as razões que determina-ram o caráter fragmentário da documentação que se dispõe.Todavia, considerando-se o impacto do conhecimento doNovo Mundo sobre os dois grandes sistemas, o europeu e oamericano, e a complexidade dos contatos estabelecidos,convém a importância da ampliação das fontes referentes aoassunto.

Durante muito tempo, conforme observam, por exem-plo, Vieira, Peixoto & KhourylO, muitas vezes formas de regis-

8 WALLERTEIN,1974.9 "Seja por questões de conservação, seja por extravios e donos nos transpor-tes, destruição por fatores naturais, destruições intencionais, enfim todagama de fatores que atingem de um modo geral a documentação histórica.Fragmentária ainda pela própria natureza das informações registradas. Atriagem natural dos temas a serem registrados, que não necessariamenterepresenta uma omissão intencional, mas que quase se relaciona com a pró-pria natureza do fato, restringe significativamente o universo das informa-ções registradas - a memória escrita". (ALBUQUERQUE, 1992: 141-142).10VIEIRA, PEIXOTO KHOURY, 1989.

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tro da atividade humana foram desprezadas enquanto do-cumento histórico. Seu valor e importância no processo dereconstituição e interpretação do funcionamento e das trans-formações de uma determinada sociedade não eram reco-nhecidos. A célebre frase: "A história faz-se com textos", re-

flexo de um período em que se priorizava os documentos es-critos, fetichizando-os, mereceu uma ressalva de LucienFebvrell que convém ser citada: "Os textos, sem dúvida: mastodos os textos. ,,12Não apenas os documentos de arquivo, ostextos escritos, mas documentos humanos de qualquer natu-reza; "...testemunhos de uma história viva e humana, satura-d d t - tA." 13

os e pensamen o e acçao em po encla... .

Registros tais como cerâmicas, moedas, fragmentosde tecidos, utensílios, armas, instrumentos musicais, detritoshumanos, paisagem, estruturas arquitetõnicas, etc., que an-teriormente só eram considerados e valorizados quando sepretendia fazer uma história setorizada, ou quando não sedispunha de documentos escritos, passaram a ser encaradossob uma nova perspectiva quando se ampliou; a noção dedocumento histórico.

Com a ampliação da noção de documento histórico,novas perspectivas se abriram ao estudo de sociedades hu-manas desaparecidas. O acesso a estas sociedades, conse-qüentemente, requer um estudo inter-relacional de elementosde suas chamadas" cultura material" e "cultura imaterial". Em

outras palavras, a reconstituição e compreensão da culturade um determinado grupo humano, depende do estudo doproduto de seu trabalho, socialmente determinado14, inde-

11 FEBVRE, 1977.12 FEBVRE, 1977:31.13FEBVRE, 1977:31.14Deve-se portanto, estar bastante consciente de que "A produção materialde um grupo não se encontra dissociada de sua ontologia histórica. As for-mas pelas quais os elementos do grupo se relacionam, suas necessidades, suaforma de produzir e consumir, seu relacionamento com outros grupos, seu

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pendentemente de sua natureza - quer seja material, querseja imaterial. A transformação do "produto do trabalho hu-mano"em texto legível para o pesquisador, portanto, é o pri-meiro passo a ser dado no sentido de se alcançar a socieda-de em estudo. Pois, conforme Albuquerque,15 é preciso, inici-almente, se estabelecer os "atributos de leitura" da sociedadeque se pretende estudar. Estabelecidos estes atributos, bemcomo a sua captação, poderá, então, o pesquisador se apro-ximar de seu objetivo: recompor e interpretar a sociedade deum determinado grupo humano. Vale ressaltar, contudo, queem se tratando do estudo da cultura material de um determi-

nado grupo social, a transformação de objetos, produto dacultura em questão, em textos "legíveis", ou seja, em docu-mentos históricos, é obtida através de processos indiretos,sofisticados, muitas vezes; e, a medida em que se recua notempo, o acesso aos "atributos de leitura"se toma mais dis-

temte e difícil para o pesquisador, afastando-o pro~orcional-mente da sociedade que ele se propõe a estudar.l Convémainda ressaltar que na produção de seus utensílios, cadagrupo social segue uma lógica operacional própria, cultural-mente condicionada. De modo análogo, segue-se uma lógicacultural na ocupação e estruturação dos espaços. Ressalta,ainda Albuquerque que o pesquisador deverá estar perfeita-mente ciente dos limites de seus documentos, para não ex-t 1, 1 17 .

rapo a- os.

Muito embora a importância das fontes materiais sejamais evidenciada no estudo de sociedades sobre a qual nãose dispõe de fontes escritas. deve-se reconhecer que "Muitas

intercâmbio com o meio ambiente, etc., são únicas e particulares".(ALBUQUERQUE, 1991:121)15ALBUQUERQUE, 19~7.16ALBUQUERQUE, 1987.17Vale salientar que"A análise dos diferentes elementos constantes de umassentamento, contribui para se avaliar os objetivos, as necessidades de cadaperíodo, as suas relações com o meio físico e social, seus temores, suas ati-vidades"ALBUQUERQUE; LUCENA:1995:5).

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das informações do cotidiano estão contidas, implícita ouexplicitamente, na documentação, entretanto outros aspectosdo comportamento destas sociedades não chegam ao presen-te através do registro textual18

Considerando-se a raridade e fragmentação das fon-tes escritas relativas ao tema a ser estudado neste trabalho,a documentação material exercerá um papel de suma impor-tância na reconstituição e compreensão do assunto. Por estarazão, este trabalho se propõe a fornecer subsídios para apesquisa arqueológica, através da concatenação de dadoshistóricos relativos ao tema, transformados em informações.19

Idealmente, os trabalhos deveriam estar engajadosem um amplo programa de pesquisa, porém estrutura dos emprojetos específicos que visassem abordar problemas com-plementares, seguindo a mesma metodologia. Desta feita,pode-se obter resultados muito mais eficazes no que se refereà compreensão e interpretação da sociedade em estudo. Ostrabalhos seriam mais complexos e profundos, conforme sali-enta Albuquerque.2o Sua contribuição será realmente efetiva.A uniformidade e a objetividade dos trabalhos, em termosteóricos, técnicos e metodológicos promoveriam um realavanço científico e, conseqüentemente uma ampliação doconhecimento no campo de estudo, no caso específico desteprojeto, no conhecimento relativo ao processo de colonizaçãodo Brasil. Diante desta perspectiva, convém esclarecer que aescolha do tema deve-se, não apenas a sua importância,conforme justificação mencionada anteriormente e à despro-porcionalidade quanto à atenção recebida por parte doshistoriadores, mas também e sobretudo, por atender a inte-

18 ALBUQUERQUE; LUCENA: 1995:2.19Vale salientar que"(...) a prévia identificação da distribuição das unidades,proporciona um maior grau de segurança na identificação do contexto aoqual estão relacionados os artefatos, e portanto a sua própria identificação".(ALBUQUERQUE; LUCENA:1995:8).20 ALBUQUERQUE, 1987.

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resses do Laboratório de Arqueologia do Departamento deHistória do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Uni-

versidade Federal de Pernambuco, ao qual a autora destetrabalho se encontra vinculada. Ressalte-se, nesta oportuni-dade, que o objetivo do Laboratório de Arqueologia consiste,em linhas gerais, no estudo do contato entre o sistema ameri-cano e o sistema colonial europeu, através da pesquisa ar-queológica. O estudo histórico deste processo de interaçãoentre sistemas culturais distintos contribuirá para o desen-volvimento das pesquisas arqueológicas que vêm sendo con-duzidas pelo Laboratório, especificamente, e para a Arqueo-logia, de uma forma mais ampla.

A abordagem do objeto de estudo dependerá, obvia-mente, da metodologia utilizada pelo pesquizador em seutrabalho, que por sua vez deverá estar inteiramente vincula-da aos objetivos da pesquisa, viabilizando, no final a con-frontação de suas hipóteses iniciais e a elaboração de novas.No caso específico deste projeto, Não se pretende trabalharmediante uma hipótese previamente estabelecida. Seu dire-cionamento deverá estar voltado para a solução de um pro-blema observado na historiografia: grandes lacunas existen-tes no conhecimento relativo ao assunto e a natureza hetero-

gênea, dispersa e fragmentária dos dados.

A partir da concatenação das informações, inúmerasquestões poderão mais facilmente ser levantadas e explora-das não apenas pelo historiador mas também por pesquisa-dores de áreas afins como, por exemplo, da Arqueologia, An-tropologia, Etnologia, Lingüística, entre outras, tendo em vistaa interdisciplinaridade do trabalho científico.

Com o desenvolvimento da pesquisa interdisciplinar,soluções similares para problemas igualmente similares, em-bora em diferentes especialidades passaram a ser aplicadas.A inderdisciplinaridade, portanto, no caso específico das Ci-ências Humanas, tem contribuído fundamentalmente para areconstituição, interpretação e compreensão de processos e

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contextos culturais. Através da interação entre disciplinas, opesquisador visa ampliar seus dados e, conseqüentemente,aprofundar suas conclusões. Convém ressaltar, no entanto,conforme observa Lucena21, que o estudo interdisciplinar so-mente será realmente válido quando o pesquisador, ao apli-car teorias e técnicas específicas de outras disciplinas emseus trabalhos, procurar ajustá-Ias, evitando a transposiçãodireta.

Os dados, que se encontram, de certa forma dispersosna Historiografia Colonial Brasileira, serão apresentados emblocos cronologicamente organizados em ordem crescente,respeitando assim a seqüencia 60S acontecimentos; serãotratados de modo a possibilitar uma melhor visualização, nãoapenas temporal, mas também espacial, no que se refere àpresença de franceses no litoral nodeste do Brasil.

E, como produto final deste trabalho, pretende-se rea-lizar o mapeamento cronológico e geográfico das estruturasfrancesas, locais de conflitos- tanto terrestres quanto na-vais_, pontos de contato com indígenas, enfim, de qualquerindicação desta presença.

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Texto disponibilizado pelo site Brasil Arqueológico - Equipe do Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco - http://www.magmarqueologia.pro.br/ Conteúdo protegido pela lei de direitos autorais. É permitida a reprodução parcial ou total deste texto, sem alteração de seu conteúdo original, desde que seja citada a fonte e o autor.

COMO CITAR ESTA OBRA: GUERRA, Maria Eleonôra. A presença francesa no Nordeste do

Brasil no século XVI: uma contribuição da História à Arqueologia. Revista de Arqueologia - Coleção Arqueologia, Porto Alegre, v.1, n.1, p. 79-85, 1996. Número dedicado à VIII Reunião Científica da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), Porto Alegre, 1995.