A PRODUÇÃO DO PROGRAMA DE TELEVISÃO DIÁLOGO … · A entrevista é um instrumento de coleta de...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FASA CURSO: PUBLICIDADE E PROPAGANDA DISCIPLINA: MONOGRAFIA ACADÊMICA PROFESSOR ORIENTADOR: ÉRICO DA SILVEIRA A PRODUÇÃO DO PROGRAMA DE TELEVISÃO DIÁLOGO BRASIL ROGÉRIO BRANDÃO DE CARVALHO MATRÍCULA Nº 20172171 Brasília/DF, Junho de 2005 PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com

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  • CENTRO UNIVERSITRIO DE BRASLIA FACULDADE DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS FASA CURSO: PUBLICIDADE E PROPAGANDA DISCIPLINA: MONOGRAFIA ACADMICA PROFESSOR ORIENTADOR: RICO DA SILVEIRA

    A PRODUO DO PROGRAMA DE TELEVISO

    DILOGO BRASIL

    ROGRIO BRANDO DE CARVALHO MATRCULA N 20172171

    Braslia/DF, Junho de 2005

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  • ROGRIO BRANDO DE CARVALHO

    A PRODUO DO PROGRAMA DE TELEVISO DILOGO BRASIL

    Monografia apresentada como requisito

    para a concluso do curso de bacharelado

    em Comunicao Social, Habilitao em

    Publicidade e Propaganda do UniCEUB

    Centro Universitrio de Braslia

    Prof orientador: rico da Silveira

    Braslia/DF, Junho de 2005

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  • CENTRO UNIVERSITRIO DE BRASLIA FACULDADE DE CINCIAS SOCIAIS APLICADAS FASA CURSO: PUBLICIDADE E PROPAGANDA SUPERVISO DE MONOGRAFIA ACADMICA

    MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

    MEMBROS DA BANCA ASSINATURA 1. COORDENADOR (A) DO CURSO Prof.: Maria Glucia Magalhes

    2. SUPERVISOR (A) DE MONOGRAFIA ACADMICA

    Prof.:

    3. PROFESSOR ORIENTADOR Prof.: rico da Silveira

    4. PROFESSOR (A) CONVIDADO (A) Prof.:

    5. PROFESSOR (A) CONVIDADO (A) Prof.:

    MENO FINAL:

    Braslia/DF, ....... de....................... de 2005

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  • A televiso um invento que permite que

    voc seja entretido na sala por pessoas

    que voc no deixaria entrar em sua casa.

    Davis Frost

    I

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  • A Deus pela presena constante.

    Aos meus pais, irmos, familiares

    e amigos por acreditarem em mim.

    II

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  • Agradecimentos,

    A todas as pessoas que me ajudaram ao

    longo do curso, especialmente o Digenes

    pela boa vontade de ensinar e a equipe do

    programa Dilogo Brasil.

    Ao professor orientador rico da Silveira

    por sua competncia e a professora

    Elis Regina pelo apoio.

    III

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  • SUMRIO Resumo......................................................................................................................V

    Introduo...............................................................................................................

    Definio do objeto de estudo...................................................................................04

    Objetivos...................................................................................................................05

    Metodologia...............................................................................................................06

    1. Telejornalismo........................................................................................................08

    2. A equipe do telejornal e o fluxo de sua produo..................................................12

    3. A produo audiovisual..........................................................................................25

    3.1. Pr-produo e seus componentes....................................................................25

    3.2. Ps-produo e seus componentes ...................................................................26

    4. Concepo do programa de televiso....................................................................33

    5. Dilogo Brasil.........................................................................................................43

    5.1. Preparando o programa......................................................................................44

    5.2. Produo de chamadas......................................................................................51

    6. Entrevista na televiso...........................................................................................53

    6.1. Entrevista............................................................................................................55

    Concluso..................................................................................................................62

    Referncias Bibliogrficas..........................................................................................66

    Anexos........................................................................................................................69

    IV

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  • RESUMO

    Analisando a produo do programa de televiso Dilogo Brasil, um programa da TV Nacional de Braslia, em parceria com a TV Cultura de So Paulo e a TVE Rede Brasil do Rio de Janeiro que discute os temas mais relevantes do cenrio nacional, com a participao de especialistas e convidados em Braslia, Rio de Janeiro e So Paulo. O estudo pretende mostrar a contextualizao, suas inovaes, a produo diria e o seu novo formato. Examina ainda a concepo de como produzir um programa de televiso, os estgios de produo, as subdivises das equipes, os integrantes responsveis, com respectivas funes. Alm disso, tem o propsito de mostrar um breve histrico do telejornalismo, sua estrutura, e o dia-a-dia na redao. Autores como Guilherme Jorge Rezende, Harris Watts, Isabel Travancas, Olga Curado, Pedro Maciel, Valter Bonasio, entre outros, forneceram contribuies bibliogrficas de grande importncia a realizao desta anlise. E por fim, uma entrevista com o mediador Florestan Fernandes Jnior, a diretora Lize Bainy e o presidente da Radiobrs, Eugnio Bucci, que mostram as suas concepes sobre o programa Dilogo Brasil. Ao longo deste trabalho, pode-se concluir o seu modo de produo do referido programa de televiso.

    V

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  • INTRODUO

    Este trabalho uma anlise do processo de produo do programa

    Dilogo Brasil, produzido pela TV Nacional de Braslia, em parceria com a

    TV Cultura de So Paulo e a TVE Rede Brasil do Rio de Janeiro e transmitem ao

    vivo em 20 canais que formam a Rede Pblica de Televiso para 822 pontos em

    todo o pas. O Dilogo Brasil exibido ao vivo nas quartas-feiras, s 22h30 com

    durao de uma hora e reapresentado aos sbados s 22h, somente nas emissoras

    TV Nacional e TV Nacional Brasil - NBR.

    O programa Dilogo Brasil se caracteriza pela diversidade de temas que

    funcionam como um intercmbio de idias, esclarecimentos e conhecimentos com o

    propsito de integrar seus convidados e os telespectadores. O objetivo principal

    manter o pblico bem informado sobre os acontecimentos no cenrio nacional, por

    meio do dilogo aberto. A importncia de reservar um espao para informaes

    divulgadas e acompanhadas pelo Dilogo Brasil a cada semana, uma forma de

    mostrar como est estruturado o programa. (anexo VII).

    O assunto escolhido se deve ao grande interesse e curiosidade sobre

    determinados mecanismos de produo e ps-produo de um programa de

    televiso. Por isso, importante estudar algumas tcnicas utilizadas pelos

    produtores, diretores e jornalistas.

    A pesquisa est dividida em quatro captulos: O primeiro situa o leitor, com

    um breve histrico do telejornalismo, seus integrantes, com respectivas funes, e o

    dia-a-dia na redao de um telejornal. O segundo captulo dedicado

    contextualizao do Dilogo Brasil. Explica o surgimento, suas inovaes, a

    produo diria, e o seu novo formato. Alm de mostrar a importncia das equipes

    de pr e ps-produo, no processo da construo de um programa de televiso.

    No terceiro captulo trata da concepo de como produzir um programa de

    televiso, os estgios da produo, as subdivises das equipes, os integrantes

    responsveis, com respectivas funes. E o quarto e ltimo captulo uma entrevista

    com o mediador Florestan Fernandes Jnior, a diretora Lize Bainy e o presidente da

    Radiobrs Eugnio Bucci, que mostram as suas concepes sobre o programa

    Dilogo Brasil.

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  • Desta forma, o programa poder ser compreendido tanto como um produto de

    telejornalismo, como um programa de televiso.

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  • 4

    DEFINIO DO OBJETO DE ESTUDO

    Compe o corpo deste trabalho compreender o processo de produo de um

    programa de televiso desde sua idia inicial, ou seja, do processo de pr-produo at

    a finalizao na ps-produo. E no campo da literatura especializada, estudar as

    tcnicas de produo audiovisual e de telejornalismo.

    Essa pesquisa, parte do estudo de caso da produo do programa semanal

    Dilogo Brasil que discute os temas mais relevantes do cenrio nacional, com a

    participao de especialistas e convidados em Braslia, Rio de Janeiro e So Paulo.

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  • 5

    OBJETIVOS

    O objetivo deste trabalho observar o programa Dilogo Brasil, verificando sua

    produo diria, o processo de pr e ps-produo, a sua rotina de trabalho. Adquirir

    conhecimentos sobre a parte tcnica, entender a estrutura de roteiro, a linguagem,

    a pauta e todos os aspectos que importam na realizao de um programa de televiso.

    Estudar as teorias e os conceitos de especialistas em telejornalismo, funciona

    como auxilio para o entendimento de termos tcnicos provenientes da linguagem

    jornalstica de televiso, alm de entender como o funcionamento da produo

    diria de um telejornal e sua estrutura formada por duas partes: produo e edio.

    Observar em campo a produo diria do Dilogo Brasil; facilita a compreenso

    das etapas de como produzir um programa de debate e o papel dos integrantes

    envolvidos nas equipes de pr e ps-produo com suas respectivas funes. Esse

    convvio mais prximo com o objeto de estudo, funciona como anlise entre o seu modo

    de produo e a teoria dos especialistas em produo audiovisual.

    Para isso, interessa, ao seu final, compreender como se faz um programa de

    televiso, com enfoque jornalstico, que discute os temas mais relevantes do cenrio

    nacional, com a participao de especialistas e convidados em Braslia, Rio de Janeiro

    e So Paulo.

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  • 6

    METODOLOGIA

    Este trabalho consiste em uma pesquisa de abordagem explicativa, que busca

    esclarecer que fatores contribuem, de alguma forma, para o desenvolvimento do

    programa, realizada sob a forma de estudo de caso, referente ao Dilogo Brasil.

    Segundo Antonio Gil: o estudo de caso uma modalidade de pesquisa que

    consiste no estudo profundo e exaustivo de poucos objetos, de maneira que permita

    seu amplo e detalhado conhecimento.

    A observao em campo o estudo mais adequado para a investigao do

    processo de produo do programa semanal Dilogo Brasil. Esse mtodo facilita a

    compreenso de tcnicas utilizadas pelos produtores, diretores e jornalistas. Para isso,

    o convvio com esses profissionais de televiso so necessrios para a eliminao das

    dvidas e apreenso de novas tcnicas.

    A pesquisa bibliogrfica, como qualquer outra modalidade de pesquisa, inicia-se

    com a escolha de um tema. Essa escolha constitui importante passo na elaborao de

    uma pesquisa bibliogrfica, que finaliza com a formulao de um problema ou

    sugesto.

    Para realizar este estudo, foi necessria uma pesquisa bibliogrfica referente aos

    assuntos como produo audiovisual e as tcnicas utilizadas no telejornalismo. A

    importncia das obras de especialistas como Harris Watts e Valter Bonasio

    complementam a forma de como produzir um programa de televiso. Alm disso, a

    contribuio de jornalistas que atuam no telejornalismo, tais como Alfredo Jnior,

    Guilherme Jorge Rezende, Herdoto Barbeiro, Isabel Travancas, Nilson Lage, Olga

    Curado, Paulo Rodolfo de Lima, Pedro Maciel e Vera ris Paternostro, contribuem para

    o exerccio de anlise do programa Dilogo Brasil.

    GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. So Paulo. Atlas, 1996. p.57 Idem p.60.

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  • 7

    Aps delimitar o objeto de estudo, aplicam-se as teorias de especialistas que

    trabalham com televiso para complementar a pesquisa. Com isso, ser possvel

    verificar que a equipe de produo do Dilogo Brasil adota algumas teorias baseadas

    nos conceitos de como fazer televiso.

    Segundo Marco Antonio da Costa: no estudo de campo, o pesquisador realiza a

    maior parte do trabalho pessoalmente, pois enfatizada importncia de o pesquisador

    ter tido ele mesmo uma experincia direta com a situao de estudo.

    O interesse em realizar um estudo de campo, provm da observao direta das

    etapas de produo e de focalizar o grupo de entrevistados - integrantes do Dilogo

    Brasil com o objetivo de captar explicaes sobre mtodos, tcnicas, curiosidades, de

    como produzir um programa de debate.

    A entrevista um instrumento de coleta de dados, aplicado quando se quer

    atingir um nmero restrito de indivduos. Sua grande vantagem a interao entre o

    pesquisador e o entrevistado.

    Considerada uma boa prtica de coleta de dados, a entrevista de forma

    aberta e no estruturada, na qual no h um formulrio de entrevista; assim, as

    perguntas so feitas medida que a conversa vai transcorrendo com os principais

    integrantes na formao do Dilogo Brasil, a diretora Lize Bainy, o mediador, Florestan

    Fernandes Jnior e o presidente da Radiobrs, Eugnio Bucci, que relatam as suas

    concepes sobre o programa, suas tcnicas e a importncia do programa para a

    sociedade e na programao da rede pblica de televiso. Para isso, a finalidade da

    entrevista, neste trabalho, compreender o processo de produo do programa.

    COSTA, Marco Antnio da. BARROZO, Maria de Ftima. Metodologia da pesquisa: conceitos e tcnicas. Intercincia. Rio de Janeiro, 2001. p.39. Idem.

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  • 8

    1. TELEJORNALISMO

    A televiso faz parte da vida de milhares de brasileiros, que buscam

    entretenimento, cultura e informao por meio de programas que fazem parte da

    programao de uma emissora.

    A televiso brasileira foi inaugurada oficialmente no dia 18 de setembro de 1950,

    em estdios precariamente instalados em So Paulo, com o pioneirismo do jornalista

    Assis Chateaubriand.

    Segundo Srgio Mattos: ao contrrio da televiso norte-americana, que se

    desenvolveu apoiando-se na forte indstria cinematogrfica, a brasileira teve de se

    submeter influncia do rdio, utilizando sua estrutura e o mesmo formato de

    programao.

    Os veculos de comunicao de massa, principalmente o rdio e a televiso,

    foram utilizados pelos militares para promover a nova ordem social e desenvolvimento.

    O regime utilizou a mdia eletrnica a fim de construir o esprito nacional, baseado na

    preservao das crenas, culturas e valores. Foi tambm, por meio da mdia que as

    aspiraes e conceitos de desenvolvimento, paz e integridade do regime de exceo

    foram impostos populao brasileira. A fim de que suas mensagens atingissem a

    populao inteira e que esta prova de modernidade, a televiso, pudesse se expandir

    no territrio nacional, os governos militares investiram no melhoramento das condies

    tcnicas e operacionais das telecomunicaes. Alm isso, a televiso se tornou o meio

    de maior penetrao da sociedade e, conseqentemente, recebe a maior parte dos

    investimentos publicitrios.

    Segundo Alfredo Eurico Jnior: pode-se entender o telejornal como o meio mais

    simples, cmodo, econmico e acessvel para conhecer e compreender tudo o que

    acontece na realidade e como se transforma a sociedade. A definio, aparentemente

    simples, esconde uma complexidade. O pressuposto de que a informao televisiva

    seja um bem pblico.

    MATTOS, Srgio. Histria da Televiso Brasileira. 2 edio. Editora Vozes. So Paulo, 2002. p.49. JNIOR, Alfredo. Decidindo o que notcia - Os bastidores do telejornalismo. Porto Alegre: Coleo comunicao 2, 2000. p.88.

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  • 9

    No cenrio que envolve a produo jornalstica no pas, o telejornalismo cumpre

    uma funo social e poltica to relevante porque atinge uma grande parte do pblico

    iletrado, no habituado leitura, desinteressado pela notcia, mas que tem de v-la,

    enquanto espera a novela. Enquanto nos meios impressos acontece o contrrio: o leitor

    s l o que lhe interessa. justamente por causa desse telespectador passivo que o

    telejornalismo torna-se mais importante do que se imagina, a ponto de representar a

    principal forma de democratizar a informao, apesar de serem produzidos

    precariamente e carecem de um nvel mnimo de qualidade. As falhas se originavam

    tanto das grandes deficincias tcnicas quanto da inexperincia dos primeiros

    profissionais, a maioria procedente das emissoras de rdio. Por causa dos obstculos

    que impediam as coberturas externas, o jornalismo direto do estdio, ao vivo,

    ocupava-se quase todo o tempo dos noticirios.

    O uso da cmera de filmar de 16 milmetros, sem som direto, principal inovao

    tcnica disposio do telejornalismo brasileiro na dcada de 1950, no bastou para

    atenuar a influncia da linguagem radiofnica sobre os telejornais e caracterizava-se

    pelo aproveitamento insatisfatrio de seu potencial informativo mais expressivo: a

    imagem.

    Segundo Walter Sampaio, 1971: a televiso opera, com uma intensidade maior

    do que qualquer outro veiculo, uma relao direta e imediata com o vivenciado. Dessa

    maneira, cumpre ao extremo das possibilidades a funo referencial prpria da

    narrativa jornalstica, ao transportar para a casa do telespectador as imagens do

    acontecimento acompanhadas dos comentrios verbais que as esclarecem.

    Tendo como uma das caractersticas principais da televiso, a linguagem

    coloquial apresenta um estilo bem prximo da linguagem cotidiana. Por isso, utilizada

    por profissionais de televiso, como exemplo, o jornalista, sempre que for escrever para

    a televiso ou apresentar, deve lembrar que est contando uma histria para algum,

    de forma clara, objetiva, direta, informativa, simples e pausada e esse fato deve ser

    assimilado por milhes de telespectadores.

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  • 10

    Segundo Vera ris Paternostro:

    No telejornalismo, existem trs elementos bsicos: a imagem, a informao e a emoo. Grande parte da preocupao fazer com que texto e imagem caminhem juntos, sem um competir com o outro: ou o texto tem a ver com o que est sendo mostrado. importante ressaltar, que a imagem parte da natureza da televiso, e em telejornalismo preciso casar imagem e informao.

    A linguagem jornalstica na televiso tem um trao especfico que a distingue: a

    imagem. A fora da mensagem icnica to grande que, para muitas pessoas, o que a

    tela mostra a realidade. Por isso, a televiso ocupa um status to elevado, que faz

    com que os telespectadores, especialmente os poucos dotados de senso crtico, lhe

    dem crdito total, considerando-a incapaz de mentir para milhes de pessoas. No

    jornalismo de TV, a cmera pode enfatizar ou revelar novos significados que ajudam a

    esclarecer uma informao. A subjetividade com que a imagem feita economiza muito

    texto, d apoio a uma informao.

    O telejornal faz parte da programao brasileira cumprindo uma determinao

    legal. O decreto lei 52.795 de 31.10.1963, o regulamento dos servios de

    radiodifuso, que estipula que as emissoras dediquem cinco por cento do horrio da

    programao diria ao servio noticioso. Esse programa de notcias tem o intuito de

    oferecer ao pblico, informao sobre os fatos da semana, do dia, da hora, do

    momento.

    Segundo Olga Curado: a notcia a informao a servio do pblico. Ela revela

    como determinados fatos se passaram, identifica personagens, localiza

    geograficamente onde ocorrem ou ainda esto acontecendo, descreve as suas

    circunstncias, e os situa, num contexto histrico para dar-lhes perspectiva e noes da

    sua amplitude e dos seus significados.

    PATERNOSTRO, Vera ris. O texto na TV- Manual de telejornalismo. 12 edio, Rio de Janeiro: Campus, 1999. p. 72-73. CURADO, Olga. A notcia na TV- O dia-a-dia de quem faz telejornalismo. So Paulo: Alegro, 2002. p.24.

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  • 11

    A informao deve colaborar para produzir em ns telespectadores, um

    sentimento de incluso social ou poltica, aumentando a nossa conscincia do que

    acontece no pas e no mundo. Essa misso do telejornal, do programa de notcias e

    do noticirio que est no ar: oferecer esclarecimentos sobre os fatos contribuindo para

    o aperfeioamento democrtico da sociedade.

    Segundo Herdoto Barbeiro: o telejornal o resultado da ao de jornalistas

    sobre o aparente caos onde jazem os acontecimentos transformados em notcias. Ele

    se estrutura de forma semelhante em todos os lugares do mundo enfocando tomadas

    de primeiro plano de pessoas que falam diretamente para a cmera, sejam reprteres

    ou entrevistados.

    Em linhas gerais, esta a linguagem do jornalismo na televiso. Suas

    caractersticas e objetivos conforme a bibliografia consultada.

    BARBEIRO, Herdoto. LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de Telejornalismo: Os segredos da notcia na TV. Campus. Rio de Janeiro, 2002. p.26.

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  • 12

    2. A EQUIPE DO TELEJORNAL E O FLUXO DE SUA PRODUO

    O telejornalismo tem uma estrutura formada por duas partes: uma a produo,

    que envolve reprteres, pauteiros e produtores. Essa diviso, chefiada pelo Chefe de

    Reportagem, tem a funo de abastecer o veculo de notcias e reportagens. Outra

    parte a edio, que envolve editores de texto e de imagens. Chefiada pelo Chefe de

    Redao, esta diviso tem a funo de fazer a finalizao, editar as notcias e

    reportagens trazidas pelos reprteres, dando a elas a forma com que sero entregues

    aos telespectadores. Essa estrutura ordena os processos de produo e finalizao de

    notcias na rotina de uma emissora de televiso. Entretanto, no se faz jornalismo em

    televiso sem o cumprimento de todas as tarefas relacionadas e a correta distribuio

    de responsabilidades. (anexo II).

    Os integrantes responsveis pela produo de um telejornal so:

    Diretor de Jornalismo pela emissora o responsvel pela linha editorial da emissora. Geralmente tem o cargo de diretor ou gerente de jornalismo e participa,

    juntamente com gerentes e diretores de outras reas, da direo da empresa. A chefia

    faz a ponte do jornalismo com os outros departamentos da empresa, define

    oramentos, critrios de contratao e de promoo funcional junto com a rea de

    recursos humanos. O chefe de jornalismo procura conciliar a liberdade de expresso e

    os interesses econmicos e polticos da empresa. Alm disso, participa do processo de

    produo das notcias, discute a pauta, sugere entrevistados, conversa com reprteres

    e ncoras sobre as matrias que vo para o ar.

    Editor-Chefe de Jornalismo responsvel direto do telejornal. ele quem escolhe as reportagens que vo ao ar e, em ltima anlise, responde pelos erros e

    acertos do programa.

    Segundo Herdoto Barbeiro: a novidade a alma de um bom programa

    jornalstico. Este profissional tem um papel ativo na produo do programa e no

    aprimoramento do telejornal, alm de buscar as melhores notcias junto com a equipe

    aparecendo apenas quando se trata de cobrar possveis falhas muitas delas duvidosas.

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  • 13

    Diretor Executivo ou Chefe de Redao o ponto de equilbrio da redao.

    Acompanha de perto o trabalho da chefia de reportagem, dos editores e dos reprteres.

    D orientaes precisas pauta e produo. Esse profissional possui uma viso geral

    dos assuntos que esto sendo investigados e estabelece a prioridade com que devem

    ser feitos. Repassa as instrues do chefe do departamento chefia de reportagem a

    aos editores. o ponto de consulta imediata para dvidas editoriais.

    Chefe de Reportagem a base operacional do telejornalismo. Tem o completo controle e conhecimento de todos os meios materiais disposio da reportagem: o

    que os editores querem, que reprteres, cinegrafistas esto disponveis para serem

    escalados, (distribui as pautas entre os dois profissionais) e equipamentos (cmeras,

    carros, recursos financeiros que podem ser usados para a reportagem). Mantm-se

    informado a respeito de alteraes na pauta; conhece o enfoque que os editores

    esperam da reportagem e recebe diretamente da chefia de redao a orientao

    editorial.

    Chefe ou Supervisor de Operaes faz a conexo entre as reas tcnicas

    prestadoras de servio para o departamento de jornalismo. Verifica as condies dos

    equipamentos a serem utilizados numa reportagem pr-gravada ou para as

    transmisses ao vivo. Aponta aspectos positivos e negativos numa edio de imagens.

    Para fazer esse juzo compara o que foi editado com o que foi rejeitado pelos editores.

    Faz o controle do trfego de fitas de vt.

    Apurador o plantonista da notcia. Esse profissional faz o acompanhamento dos casos usuais da madrugada: violncia, acidentes. Os meios de apurao so

    compostos por rdio (noticirios), agncias de notcias, rdio-escuta (sistema de

    captura da comunicao entre os carros de polcia, atravs da sintonia de um rdio na

    redao). Assim, realiza o contato de primeiro grau da notcia com a redao. Ele

    trabalha em profunda sintonia com o conjunto da redao. Colabora para complementar

    informaes para a equipe que est na rua; faz a conferncia de dados para editores

    que esto fechando o jornal; supre a chefia de reportagem com informaes

    BARBEIRO, Herdoto. LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de Telejornalismo: Os segredos da notcia na TV. Campus. Rio de Janeiro, 2002. p.55.

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  • 14

    atualizadas sobre eventos que esto se desdobrando e que esto descobertos pela

    reportagem.

    Pauteiro aquele que na imensido dos acontecimentos na sociedade capta o que pode ser transformado em reportagem. Realiza pauta, sendo esta um conjunto de

    dados que do partida a uma reportagem. O texto tem que ser informativo, sucinto, com

    lead (abertura da matria) e sublead (desenvolvimento da notcia, com informaes

    adicionais), uma vez que serve de roteiro para o reprter.

    Segundo Luciana Bistane: a funo do pauteiro marcar entrevistas, pedir

    autorizao para a gravao de imagens, levantar dados por telefone, organizar essas

    informaes e fazer um roteiro de trabalho para a equipe de reportagem.

    A pauta enxerga de longe a notcia, antes que se torne visvel para a maioria.

    Numa pequena nota de jornal ou revista, pode estar uma pista para uma grande

    reportagem. Esse profissional deve se guiar pelo interesse jornalstico e social do

    contedo das pautas sugeridas.

    Produtor de Pauta d o primeiro passo para a materializao da pauta. A pauta passada produo na forma de um texto conciso, direto e claro. A pauta antes de

    ser produzida ter sido discutida pela equipe na reunio de editores que debatem a sua

    abordagem. O produtor oferece o eixo da matria. Marca entrevistas, identifica as

    fontes de imagens, rene o arquivo sobre o assunto, roteiriza a pauta, propondo a

    forma como a matria deve ser estruturada e, finalmente, encaminha essa produo ao

    reprter. Esse profissional deve conseguir autorizaes para que o reprter possa

    entrar no interior de locais pblicos e privados com antecedncia, sob o risco de o

    reprter no conseguir desenvolver sua reportagem.

    Reprter discute as necessidades do trabalho em campo, rene informaes, faz as entrevistas e apronta o texto da reportagem. Este profissional d o formato final

    reportagem, embora a regra geral na maior parte das emissoras seja a diviso desse

    trabalho com o editor de texto. O reprter pode ser: 01) Local faz reportagens que sero

    exibidas na rea de cobertura de uma emissora local. 02) Regional o trabalho do

    BISTANE, Luciana. BACELLAR, Luciane. Jornalismo na TV. Editora Contexto. So Paulo, 2005.p.135.

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  • 15

    reprter aparece em vrias emissoras que retransmitem o programa. As reportagens

    so um pouco mais elaboradas com temtica de interesse mais abrangente. 03) Rede

    Nacional uma denominao que abrange ao grupo de profissionais que atendem a

    uma audincia mais numerosa e diversificada. Esse profissional tem a capacidade de

    executar uma reportagem que reflete autoridade, discernimento e equilbrio.

    04) Correspondente Internacional o profissional que possui mritos adquiridos pelo

    aprendizado contnuo, e que acumula experincias e compreenso do exerccio do

    jornalismo, alm de possuir formao cultural acima da mdia do grupo. 05) Passagem

    na reportagem televisiva a entrada do reprter em algum ponto da narrativa contando,

    em on - em vdeo -, parte da matria. Ele aparece ao fim da reportagem geralmente

    com o objetivo de projetar as conseqncias de terminado fato. 06) Cinematogrfico o

    olho do telespectador. Tem a curiosidade do reprter e a sensibilidade do artista

    fotogrfico. O profissional capta as imagens que iro ao ar. Procura compreender o

    contexto e o enfoque da matria. Ao encaminhar a fita para a edio, o cinegrafista

    conversa com o reprter e com os editores de imagem e de texto sobre as cenas que

    fez e opina sobre o uso de algumas delas.

    importante ressaltar que a reportagem a principal fonte de matrias

    exclusivas do telejornalismo. O reprter pode contar uma histria que no

    necessariamente apresentada nesta ordem da estrutura narrativa: comeo, meio e

    fim. No entanto, deve assegurar sempre de que a matria tenha comunicabilidade e

    preserve as exigncias bsicas de clareza, objetividade e preciso. Alm disso, as

    reportagens feitas para telejornais dirios, possuem normalmente um tempo de 1:05 e

    1:30; assim sendo: o texto do locutor, cerca de 15 que encaminha ou chama a

    reportagem; o texto em off, narrado pelo reprter, entre 20 e 30; sonora ou fala de

    entrevistado, entre 10 e 15; participao de vdeo do reprter entre 15 e 20; sonora

    entrevista ou fala de uma ou mais pessoas, entre 12 e 20; narrao final em off, do

    reprter: entre 10 e 15. Esse tipo de reportagem tende a seguir esse padro.

    A entrevista a maior fonte de informao jornalstica. uma expanso da

    consulta s fontes, objetivando, a coleta de interpretaes e a reconstituio de fatos,

    propiciando uma relao dinmica com a autoridade informativa, que pode esclarecer

    sobre a natureza e a mecnica dos acontecimentos. De todos os gneros jornalsticos,

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  • 16

    a entrevista a que mais se utiliza do estilo coloquial, mais prximo da linguagem

    popular. Ela pode acontecer a partir do momento em que: 01) Definir o assunto pautado

    (a informao que se deseja obter ou que precisa aclarar); 02) Identificar a pessoa

    credenciada a falar sobre o assunto ( a autoridade, tem o conhecimento ou a

    delegao institucional para informar); 03) Pesquisar a respeito do tema e do

    entrevistado (levantamento de materiais publicados a respeito) 04) Planejar as

    perguntas (trata-se de uma ordenao de questes que vo ajudar a introduzir como

    entrevistador e a fazer uma ponte com o entrevistado). Esse carter espontneo e

    improvisado de sua produo, fortalecido pela circunstncia dialogal com que se

    manifesta, tpico do estado de oralidade da lngua.

    Nos telejornais, os tipos de entrevistas mais usadas so: 01) de estdio

    (obedece a uma pauta e deve estar circunscrita ao tema. As perguntas so pr-

    formuladas e o ponto eletrnico pelo qual fala o editor-chefe d retorno sobre a

    conduo da entrevista); 02) Ao vivo, da rua (o produtor ao vivo tem a incumbncia de

    manter os curiosos a uma distncia segura do reprter e entrevistado. Alm disso,

    tranqilidade que conquistada quando o jornalista tem domnio da informao, o bom

    senso e capacidade de improvisar).

    Assistente / Operador so responsveis pela manuteno do sistema de udio e iluminao. Uma cobertura importante no pode ser comprometida pela m qualidade

    de udio captado ou pela falta de definio de imagens provocada por iluminao

    inadequada. No estdio o operador planeja o ponto eletrnico, um fone encaixado no

    ouvido do apresentador e conectado por cabo ou rdio sala de controle onde est a

    direo do programa. O editor-chefe comunica-se diretamente com o apresentador por

    meio do ponto, mas o retorno do apresentador s pode ser feito utilizando-se do

    microfone da mesa.

    Operador de Vdeo ajuda o diretor a alcanar efeitos visuais especiais. Monitoriza o teleprompter, o que permite o apresentador ler o texto em on, ou seja, a

    cabea ou o p de uma reportagem, ou uma nota diante das cmeras, no estdio

    sem desviar os olhos da objetiva. Este um equipamento tico que reproduz a folha do

    script, em tamanho maior, diante da lente da cmera.

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  • 17

    Coordenador de vivo o responsvel pela coordenao da participao ao

    vivo do reprter. Como instrumento de trabalho, se utiliza um pequeno monitor

    (aparelho de televiso) que mostra as imagens que esto indo ao ar. O uso do monitor

    d mais segurana operao de entrada ao vivo. Alm de recursos de comunicao

    com retorno auditivo permite que o reprter acompanhe a emisso do programa e que

    oua o apresentador, assim dispensando a presena de um coordenador. As entradas

    ao vivo dos reprteres tm como finalidade atualizar a notcia, mostrando imagens do

    local presente. A inteno do editor-chefe jogar com os ao vivo no telejornal para

    cobrir uma eventual falta de tempo ou mesmo quando uma matria prevista acaba

    caindo, porque no deu tempo para realiz-la ou por falta de tempo.

    Produtor de Campo precisa ser gil e focado. Localiza personagens que sero entrevistados pelo reprter. Profissional requisitado nas coberturas locais de tumulto ou

    de difcil acesso e naquelas situaes em que vrios fatos concorrentes se

    desenvolvem. preciso que tenha grande sintonia com a equipe, capacidade de

    sntese para lidar com variadas informaes e bastante objetividade.

    Editor de Texto/ Editor de notcias avalia os dados da reportagem como um todo: imagens e informaes e d formato junto com o reprter ao texto final da matria

    pr-gravada. Escreve o texto que lido pelo locutor apresentador ou prope textos para

    o ncora do programa (apresentador/editor).

    Segundo Luciana Bistane: o editor de texto o jornalista que faz a ponte entre a

    redao e o reprter. Troca idias com a equipe que est na rua, ajuda a na apurao,

    e monta a matria na ilha de edio, junto o editor de imagem.

    Portanto, este profissional verifica a qualidade do material trazido da rua pela

    equipe de reportagem e orienta a equipe de reportagem, a respeito do enfoque da

    cobertura. a ponte entre a reportagem e o telespectador.

    Produtor/Editor so responsveis pelas condies materiais e do contedo do telejornal. Funcionam como elo entre jornalistas e tcnicos e acompanha a edio do

    programa desde o incio. Concretiza a pauta, em alguns casos faz a apurao bsica

    dos dados para reportagem, a pesquisa, o histrico e o contexto; identifica a avalia

    BISTANE, Luciana. BACELLAR, Luciane. Jornalismo na TV. Editora Contexto. So Paulo, 2005.p.135.

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  • 18

    entrevistados, roteiriza a reportagem, acompanha a equipe de filmagem, faz as

    entrevistas, escreve o texto final, as cabeas, e ps de matrias que so lidas pelo

    apresentador e d o gancho ao assunto, e notas que compem o script do telejornal e o

    edita, isto , seleciona palavras e imagens e deixa a reportagem pronta para a exibio.

    Tem a habilidade para lidar com todo o processo que envolve a produo jornalstica

    para TV: da coleta de dados at a edio fazendo inclusive a locuo de reportagem.

    Devem ficar atentos ao enfoque do noticirio de outras emissoras. Esses profissionais

    ficam responsveis por escrever o espelho, as informaes levantadas em tpicos pela

    apurao e pela produo das matrias. Alm disso, faz o script, sendo o planejamento

    e a estrutura de um telejornal em blocos, a ordem das matrias que iro ao ar, bem

    como dos intervalos comerciais, das chamadas e do encerramento, apresentado de

    forma concisa, sendo distribudo a todos os profissionais participantes da operao do

    programa. A linguagem a mais coloquial possvel, como se o narrador estivesse

    conversando com o telespectador, e o texto deve permitir que quem esteja assistindo

    tenha compreenso perfeita do que est acontecendo. (anexo X).

    Editor de Arte trabalha junto com o editor de texto e o reprter, oferecendo solues criativas para ilustrar a notcia com poucos elementos visuais. A arte bem

    coordenada com o texto um elemento importante para dar clareza informao.

    Esse profissional tambm cria e implanta os cenrios dos telejornais, misturando

    imagens e utilizando os recursos da computao grfica.

    Editor de Imagens esse profissional trabalha sob a superviso do editor de texto ou produtor/ editor. responsvel pela montagem das imagens a partir de um roteiro

    estabelecido. Como rotina de trabalho, recebe a fita com todas as imagens feitas pelo

    reprter cinematogrfico, faz a decupagem, selecionando aquelas que estejam

    adequadas ao texto do reprter e do editor de texto. Ter entendimento do papel da

    msica na sonorizao de matrias, domnio dos recursos tcnicos dos equipamentos e

    criatividade so requisitos bsicos para o desempenho do editor de imagens.

    ncora o apresentador do programa que acumula essa atividade com a de editor-chefe ou editor-executivo. Acompanha e participa do processo de confeco do

    telejornal em todas as suas etapas. Nele se apia a identidade editorial do programa, a

    identidade visual e d a cara ao telejornal e as diretrizes que sero seguidas pela

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  • 19

    produo. Geralmente pode ser um editor, um produtor, um pauteiro, um apurador ou

    um reprter. Para se tornar um ncora preciso associar as virtudes intrnsecas do

    bom jornalista, como possuir empatia, segurana, autoridade do reprter de vdeo,

    associadas grande capacidade gerencial, ou seja, contribuir para - ou faz dele prprio,

    a identidade do jornal.

    Um aspecto interessante a ressaltar na trajetria do telejornalismo no Brasil, em

    meados de 1983, foi o surgimento do primeiro jornalista a atuar como ncora na

    televiso brasileira, incorporado por Joelmir Beting. O ncora cumpriu a incumbncia

    durante a metade da dcada de 1980, conduzindo, o Jornal da Bandeirantes.

    Paralelamente s experincias que ocorriam na tcnica de apresentao, o noticirio

    repercutia a efervescncia das mudanas polticas.

    Locutor de Cabine um locutor em off, no aparece diante das cmeras. L textos para os programas que so gravados e editados.

    Coordenador de Jornal confere as pginas do script do programa e as distribui

    a todos que esto diretamente envolvidos na operao de colocar o programa no ar.

    Tambm verifica se as fitas das reportagens foram entregues aos operadores das

    mquinas que vo ser acionadas para a exibio.

    Cmera de Estdio um cinegrafista que opera a cmera de estdio que na maioria das vezes fixa, podendo, em alguns casos, filmar com cmera no ombro.

    Obedece a um plano de enquadramento preestabelecido e seqncia do script.

    Recebe instrues por meio de um fone passadas pela direo do programa.

    Diretor de TV faz os cortes da exibio do jornal. Cortar o jornal significa passar de uma cmera para outra e para os videoteipes ou vivos. Trabalha ao lado do editor-

    chefe do programa para a eventualidade de alguma alterao na seqncia do script.

    Operador de VT revisa as fitas para verificar a qualidade tcnica de udio e de vdeo. Posiciona nas mquinas as fitas para exibio.

    Operador de udio/ Sonoplasta abre o som dos microfones e os modula para a

    exibio. Todo material gravado modulado no momento da exibio e a captao do

    udio ao vivo testada minutos antes da entrada.

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  • 20

    Assistente de Estdio o elo entre o estdio e a sala de controle. Recebe

    informaes por meio de um ponto eletrnico e uma espcie de fiscal do cumprimento

    do script.

    Segundo Herdoto Barbeiro: o script a lauda do telejornalismo. Possui

    caractersticas especiais e espaos que devem ser obedecidos na operao do

    telejornal. Em emissoras informatizadas, o mesmo formato de script foi criado nos

    terminais para serem escritos textos e matrias.

    Esse profissional sinaliza gesticulando para o apresentador os segundos que

    faltam para a entrada do programa no ar, ou quando est preste a terminar. Alm disso,

    indica a que cmera o apresentador ou ncora deve se dirigir.

    Pode-se perceber que no departamento de telejornalismo essa estrutura ordena

    os processos de produo e finalizao de notcias da emissora.

    Segundo Isabel Travancas: para o jornalista, a redao o centro vivo do jornal,

    ou melhor, seu corao que bate e pulsa. Esta associao pertinente na medida em

    que o espao que funciona 24 horas por dia e no qual se encontra a razo da

    existncia do jornal: a produo da informao. Pois a notcia se encontra na rua, sua

    elaborao feita na redao.

    A rotina de produo em televiso comea, geralmente, no dia anterior com o

    trabalho do pauteiro, profissional encarregado de relacionar os assuntos previstos para

    o dia seguinte, criar matrias e dar a elas um encaminhamento editorial. Esses

    assuntos no podem deixar de receber cobertura no dia seguinte, pelos produtores, que

    fazem contatos, levantam informaes adicionais e marcam as entrevistas necessrias.

    O editor chefe comea a organizar o jornal, a preparar o espelho. Troca

    informaes com a subchefia de reportagem, referentes s matrias que j esto

    disposio para serem utilizadas de outros telejornais que no foram usadas e as

    realizadas noite. Enquanto os editores esto nas ilhas de edio realizando seu

    trabalho, o editor-chefe verifica o espelho do jornal, faz modificaes, e em seguida

    BARBEIRO, Herdoto. LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de Telejornalismo: Os segredos da notcia na TV. Campus. Rio de Janeiro, 2002. p.197. TRAVANCAS, Isabel Siqueira. O mundo dos jornalistas. 3 edio, vol 43. So Paulo: Summus editorial,1993. p.23.

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  • 21

    passa do terminal para o coordenador, que vai controlar o tempo das matrias, faz o

    somatrio dos tempos para evitar que o jornal estoure seu tempo de produo e

    distribui os scripts. Esses profissionais esto sempre em contato e acompanham at o

    fim da produo, dando apoio na execuo operacional da parte tcnica do telejornal.

    As informaes levantadas pelo pauteiro e pela equipe de produo vo municiar

    o reprter, quando for desenvolver a matria, junto com o cinegrafista, a partir das

    orientaes da pauta e de uma conversa com o chefe de reportagem.

    De volta redao, finalizada a pauta, o reprter passa ao editor a fita com a

    matria e informaes adicionais, que sejam teis, sobre os entrevistados e a matria.

    Em seguida, discute com o editor a ordenao do material gravado.

    Com o material gravado na rua pela equipe de reportagem, o editor de texto faz

    a edio, recontextualiza, ordenando boletins, sonoras, as imagens que vo cobrir os

    offs e redige a cabea da matria, enquanto o reprter escreve a reportagem logo que

    terminar a decupagem da fita bruta. Finalizando esse processo, a matria est pronta

    para ir ao ar dentro do telejornal no qual destinado. Duas horas antes de o jornal

    entrar no ar, os editores esto elaborando suas matrias, enquanto e o editor-chefe vai

    organizando o jornal.

    No final de cada expediente, a redao fica mais movimentada. Comea a

    chegar as matrias produzidas da rua e os editores tm que ir dando conta do trabalho,

    o mais rpido possvel, para que o material dos reprteres seja editado a tempo de

    entrar no jornal. medida que vai se aproximando a hora de entrar o jornal esta tenso

    aumenta e os editores s voltam a ficar tranqilos ao encerramento do jornal.

    Terminada essa fase da edio, os editores voltam para a redao, redigem

    suas matrias, e fazem um breve relato sobre o assunto editado para o editor-chefe,

    que revisa, podendo aprovar imediatamente, ou ento fazer algumas alteraes no

    texto ou at propor que o editor redija uma nova pgina, caso no tenha mencionado o

    solicitado. Aprovada a pgina, a matria dada como pronta, s aguardando o

    momento de entrar no telejornal.

    Esse material aprovado repassado para o apresentador do telejornal que pode

    acrescentar novas informaes as chamadas do jornal que tambm so revisadas pelo

    editor-chefe. O apresentador deve chegar no incio do expediente, j que se maquia

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  • 22

    para apresentar o jornal e acompanha no terminal da redao as notcias que vo

    entrando pelas agncias de notcias.

    constante o entra e sai na redao. O editor-chefe procura administrar o corre-

    corre. Verifica com o apresentador se o VT- previso do tempo j foi gravado. Confere

    os tempos do noticirio com o coordenador do jornal, explicando as alteraes feitas

    no espelho. Enquanto isso, o coordenador toma as providncias imediatas para ir

    acertando os detalhes tcnicos, imprime os scripts e entrega a todas as pessoas

    envolvidas na operao do telejornal: cmeras, operadores de udio, de VT, gerador de

    caracteres, diretor de TV, entre outros. este roteiro que vai guiar os procedimentos

    de cada integrante no decorrer do telejornal.

    Com todo o processo de produo finalizado, o apresentador vai para o estdio

    com o script do jornal na mo, acompanhado do coordenador do jornal, e do editor

    que acompanham ao vivo o telejornal. Enquanto o editor-chefe entra no switcher, lugar

    onde est o controle de uma unidade de produo, normalmente composta por um

    estdio, cmeras, vdeos, geradores de caracteres, monitores de TV e sonoplastia.

    Segundo Luciane Bistane: o switcher a sala de controle com mesa de corte.

    de onde o diretor de TV e o editor-chefe coordenam as entradas das matrias, dos links

    e o movimento das cmeras do estdio.

    No switcher trabalha o editor de TV, que comanda a mesa de cortes e o

    andamento do telejornal, de acordo com o script e o espelho. importante ressaltar que

    todos os tcnicos responsveis por colocar o jornal no ar, devem estar com o script na

    mo, pois este o roteiro que vai guiar os procedimentos de cada funo no decorrer

    do telejornal.

    O espelho a previso do que ser o jornal, com a ordem de entrada das

    matrias e o tempo estipulado para cada uma delas. Ajuda a equipe a visualizar o

    conjunto da obra e o editor-chefe a no estourar o tempo previsto para o jornal.

    BISTANE, Luciana. BACELLAR, Luciane. Jornalismo na TV. Editora Contexto. So Paulo, 2005.p.137. Idem. p.135.

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  • 23

    Um pouco antes do telejornal entrar no ar, o diretor de TV confere as pginas do

    script com toda a equipe sob seu comando com o editor-chefe e o coordenador.

    Qualquer erro pode comprometer toda a operao do jornal. Enquanto isso, o

    apresentador l as primeiras pginas do script, faz os primeiros testes de udio, vdeo,

    posicionamento do teleprompter, que permite ler um roteiro e, ao mesmo tempo, manter

    um contato visual com o telespectador, por meio de uma cmera de circuito fechado.

    O diretor de TV avisa que vai comear o telejornal. O clima de expectativa. O

    noticirio televisivo est no ar. O apresentador l as pginas, os vts se sucedem,

    sucedem-se os blocos, e o jornal chega ao fim.

    Aps o fim do noticirio televisivo, os editores juntamente com o editor-chefe,

    produtores e chefe de reportagem renem-se para uma rpida avaliao do jornal e j

    do incio aos preparativos para o do outro dia. Terminam as atividades. Para a equipe

    de produo uma sensao de dever cumprido.

    importante ressaltar, que os assuntos abordados no telejornal so resultado de

    reunies entre o pauteiro, editores, chefe de reportagem, chefe de redao e diretor de

    jornalismo. As questes como a ordem, a durao e a diviso dos blocos das

    reportagens que vo ao ar, compem o espelho do jornal, e costuma ser resultado de

    nova reunio entre o editor-chefe, o chefe de reportagem, o chefe de redao e o

    diretor de telejornalismo. Por isso, os telejornais se estruturam ao redor na figura do

    editor-chefe, capaz no s de buscar a notcia, mas de editar o material gravado e

    apresent-lo se for necessrio.

    O reprter solicitado a se envolver com a edio do material produzido na

    externa. Assim, mesmo no sendo tcnico, precisa conhecer os equipamentos que usa

    no dia-a-dia para fazer um trabalho com mais qualidade.

    Com a tecnologia nos meios de produo no jornalismo de televiso, a utilizao

    das modernas camcorder, cmeras portteis com um gravador de videocassete

    embutido, facilita o sinal de vdeo e permitem a gravao das imagens e do som,

    eliminando a necessidade de um profissional especifico para operar o gravador de

    videotape. Essa funo atribuda equipe de reportagem resumida ao reprter e ao

    cinegrafista, que este assume uma responsabilidade maior no processo de produo de

    informao.

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  • 24

    Portanto, o ritmo do trabalho em televiso rpido, intenso e a cada dia com

    novos desafios. O noticirio televisivo est associado ao fato da televiso estar

    organizada e apresentada no tempo. A finalizao do material produzido no pode

    atrasar porque os telejornais seguem horrios rigorosos e a reportagem tem de ficar

    pronta. Por isso o jornalista deve tomar as medidas que possam representar facilidade

    de edio e ganho de tempo na redao. A tendncia nas redaes que os reprteres

    no se limitem mais a reportagem. Esto passando a fazer tambm a produo e a

    edio, pois qualquer operao errada na rua vai significar problemas para eles

    mesmos quando tiverem de editar a matria na redao.

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  • 25

    3. A PRODUO AUDIOVISUAL

    Produzir um programa de televiso exige muita interao entre as pessoas

    envolvidas na produo. preciso compreender as etapas de realizao a partir do

    universo da produo audiovisual, sendo composta por duas equipes: de pr-produo

    e ps-produo. Para isso, a importncia de obras de especialistas como Harris Wattis

    e Valter Bonasio complementam a forma de como produzir um programa de televiso.

    3.1. Pr-produo e seus componentes

    A equipe de pr-produo formada por pessoas cujas funes so

    consideradas criativas, como produtor considerado o dono do programa, que desenvolve o conceito, o roteiro do programa, supervisiona e coordena toda a pr-

    produo, sendo responsvel pelos aspectos criativo, tcnico e comercial; diretor geral

    supervisiona todas as atividades de produo, aprova as mudanas que aparecem de

    ltima hora, e assiste a todos os ensaios, como se fosse um telespectador). Com isso,

    anota todas as mudanas necessrias para melhorar os resultados; roteirista trabalha com o produtor e o diretor no desenvolvimento do roteiro ou formato e revisa o roteiro

    at a aprovao; assistente de direo ajuda o diretor a planejar o mtodo de produo; produtor executivo d assistncia ao diretor no que for necessrio; redator desenvolve o roteiro junto com o produtor e diretor do programa, acompanha as

    gravaes para reescrever possveis alteraes; gerente de palco responsvel por todas as atividades no palco ou no cho do estdio; tcnico de udio planeja o mtodo de produo do udio e as facilidades de udio necessrias; cengrafo consulta o diretor/produtor e iluminador/diretor de fotografia sobre a concepo e o desenho geral;

    iluminador desenvolve o mtodo de iluminao e prepara a planta de iluminao para a produo; artista grfico desenha e prepara grficos mecnicos e eletrnicos; operador de cmera opera a cmera durante os ensaios e o operador de vdeo ajuda o diretor a alcanar efeitos visuais especiais, como exemplo, o teleprompter.

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  • 26

    importante ressaltar que essa fase a mais importante e mais repleta de

    atividades para o produtor, quando o conceito do programa desenvolvido e o mtodo

    de produo planejado e organizado.

    3.2. Ps-produo e seus componentes

    A ps-produo responsvel pela verso final da edio (por um sistema no-

    linear sendo feita por um computador pessoal equipado com hardware e software que

    permite digitalizar o udio e o vdeo e o armazenamento em disk, provendo o editor de

    acesso quase imediato a todo material gravado, avalia cada exibio, para saber se o

    programa est atingindo todos os objetivos. Alm disso, coordena juntamente com a

    divulgao da emissora a promoo e publicidade. importante ressaltar que a equipe

    da ps-produo reduzida, porm exerce algumas funes da pr-produo, com

    atividades diferenciadas. Os integrantes responsveis so: produtor aprova a verso final editada, avaliando o programa para verificar se alcanou o objetivo proposto;

    diretor supervisiona a edio; assistente de direo ajuda o diretor na direo, monitorando o tempo, durante a edio; diretor de imagens opera o switcher-

    transies livres de problemas, mudando entre fontes de vdeo no intervalo vertical em

    dois campos entrelaados do vdeo, durante a ps-produo; tcnico de udio opera a mesa de udio durante a ps - produo e melhora a qualidade do udio; artista grfico providencia grfico eletrnico para serem adicionados durante a edio. Essas atividades incluem a aprovao da verso final da fita editada do programa, o trabalho

    com a promoo e a publicidade, para atrair a maior audincia possvel e avaliar a

    reao do pblico em relao ao programa.

    Segundo Valter Bonasio: o processo de produo 60% de organizao e 40%

    de criatividade. Isso quer dizer que sem habilidade organizacional existe muito pouca

    chance de conseguir transformar um conceito criativo em um programa de sucesso.

    BONASIO, Valter. Televiso: Manual de Produo & Direo. Editora Leitura. Belo Horizonte. 2002.p.60.

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  • 27

    A esttica aplicada na mdia eletrnica um fator essencial no processo de

    produo; afinal, televiso uma forma de arte que representa a realidade por meio da

    viso e da audio. A esttica um guia para o produtor e o diretor manipularem

    imagens para reapresentar a realidade ou criar uma nova. A vinheta do programa foi

    criada com o objetivo de englobar as variedades dos temas que seriam discutidos, de

    interesse pessoal e social, por meio de vrios quadros com imagens de pessoas,

    Braslia, trnsito, dinheiro, meio ambiente e o Congresso Nacional. Os meios utilizados

    pelos designers Abimael Jnior e Saulo Morete na composio da vinheta, foram o

    Sofware 3D Max usado para modelar os monitores que percorrem o cenrio da

    abertura; e o photoshop, para a criao do plano de fundo. O uso das cores azul

    (fundo) e branco (tipografia), foi pensado pelo sentido que nos remete: clareza,

    objetividade e credibilidade. A escolha da trilha foi perfeita sintonia do udio com o

    movimento das imagens.

    Todo o processo comunicacional da televiso deve ser feito com os conceitos da

    dimenso do vdeo e a dimenso do udio. As dimenses do vdeo e udio constroem

    um tom apropriado, estabelecem o ambiente desejado e complementam os objetivos do

    programa; afinal, o objetivo bsico de qualquer programa comunicar idias e

    mensagens audincia com sucesso. Esse uso efetivo das dimenses de vdeo e de

    udio permite tirar o mximo de vantagem das muitas capacidades que a mdia de

    televiso oferece.

    O editor de imagem tem uma grande influncia na comunicao e na qualidade

    final de um programa. A edio se tornou um elemento to essencial no processo de

    produo, pelo resultado do recurso que a edio oferece. As imagens so escolhidas

    pelo prprio editor, mas o editor de texto, geralmente sugere algumas imagens para

    montar o programa, a matria ou a notcia televisiva. Alm disso, a importncia da

    imagem tanto no telejornalismo quanto em um programa, ressaltada pelos editores de

    textos e pelo editor-chefe sendo associada necessidade que a informao televisiva

    tem de representar de forma sinttica, breve, visualmente coerente e significativa o

    objeto do assunto.

    A televiso uma mdia audiovisual, por isso o som nas suas variadas

    manifestaes (dilogos, msica e efeitos sonoros) considerado uma parte primria e

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  • 28

    integrante desse meio. O som instrumento que d informao mais precisa do que a

    imagem, por isso a utilizao do microfone, sendo um meio de captao feito para

    servir situao de udio especfica. O sistema de udio usado na produo do

    Dilogo Brasil, atravs do microfone de lapela, que permite liberdade de movimentos,

    captao de udio com qualidade, no exige profissionais para operar e no causa

    problemas de iluminao que o boom (microfones montados em suportes que ficam

    fora do alcance das cmeras, captando todos os sons da posio onde ele est) causa

    em produo, so imperceptveis quando presos gravata ou na lapela do palet.

    Cores, pisos, colunas, mveis, cortinas, paredes so compostos de maneira

    prpria que constituem o cenrio do programa. A montagem se refere a como esses

    elementos so desenhados, arrumados e integrados no estdio, criando um ambiente

    fsico para a ao. Os cenrios e a montagem so elementos visuais importantes que

    contribuem para a dimenso do vdeo, proporcionando as oportunidades suficientes

    para o diretor explorar os ngulos de cmera e ainda estabelece o ambiente necessrio

    para aguar a percepo do telespectador. O diretor trabalha com trs elementos

    visuais relacionados: 01) ngulo da cmera se divide em dois ngulos: baixo e alto. O

    primeiro sugere um sujeito forte, dominante, enquanto, que o segundo, faz um sujeito

    parecer menos forte e fisicamente menor. Em programas de televiso com enfoque

    jornalstico no muito utilizado o ngulo baixo. 02) Tamanho e contedo da tomada

    ajudam a estabelecer a nfase visual. As tomadas abertas apresentam elementos

    visuais em relacionamento, o que transmite os motivos do impacto emocional nos

    limites da moldura visual. A nfase est diretamente relacionada ao tamanho do sujeito

    na tomada. 03) Movimento da cmera ou do sujeito classificam em trs principais tipos

    de movimentos: Primrio (sempre ocorre na frente da cmera, tipo de movimento do

    apresentador), Secundrio (so aqueles em que a cmera ou a lente se movimenta,

    como ex: zoom) Tercirio (conseguido na edio, atravs do uso de cortes ou fuses).

    Esses trs elementos so utilizados para a produo do Dilogo Brasil. Sua estrutura

    composta por 4 cmeras, sendo uma conversvel, mais leve, prtica, que pode ser

    utilizada na sua configurao porttil, podendo ser conectada sua unidade de controle

    de cmera e operada como qualquer cmera de estdio. No programa, o cinegrafista

    responsvel por captar ngulos diferenciados no momento em que o apresentador est

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  • 29

    mais prximo do entrevistado e as demais, na verso estdio sendo fixas, montadas

    em pedestais, sustentadas por um trip que permitem ao operador mov-las atravs do

    estdio, e adaptadas ao monitor de teleprompter no qual os nveis de vdeo so

    regulados por um tcnico de vdeo durante a produo. Pelo fato de ser um programa

    de debate, esse monitor utilizado pelo apresentador, apenas na abertura.

    As cores utilizadas em um cenrio apresentam quatro tcnicas que so de

    extrema importncia para o ambiente do programa. Ela pode informar podendo distinguir objetos, apresentando um valor simblico, que parte da funo de informao

    que ela tem na composio de um ambiente; compor trazer energia em alguns elementos e a balancear em outros, harmonizando composies; expressar faz com que ns sintamos de determinada forma o que nos apresentado; dimensionar uma cor escura contra um fundo brilhante parece menor do que na realidade, enquanto as

    cores quentes, parecem ser maiores e estar fisicamente mais prximas que cores frias;

    balancear separar as cores neutras que no vo interferir com os nveis de cor. preciso evitar cores saturadas, pois parecem visualmente mais pesadas e mais slidas.

    importante ressaltar que as cores devem variar no s em matiz e saturao como

    tambm em relao aos diferentes valores de brilho. Outro aspecto que merece

    destaque a ruim combinao do vermelho com o azul, pois essas cores tm diferentes

    tamanhos de ondas, e o olho humano rapidamente se cansa, deixando o telespectador

    com um sentimento de irritao psicologicamente fundado.

    No programa Dilogo Brasil, o cenrio branco, com 8 colunas, sendo utilizadas

    nas pontas, na vertical, lmpadas florescentes de non lils, para dar um efeito,

    alterando na esttica visual. (anexo VI).

    A intensidade de suas cores e de seus movimentos atinge aspectos estticos e

    psicolgicos, conseguindo reaes desejadas. Por isso, a finalidade da iluminao de

    manipular e articular a percepo do ambiente, pois a imagem da televiso

    processada atravs da luz. A tcnica de iluminao triangular utiliza instrumentos em

    trs posies de iluminao bsicos: a primeira a luz-chave sendo uma fonte principal de iluminao para uma cena, posicionada, em frente ao apresentador, um

    pouco para o lado e num ngulo elevado. Essa tcnica apresenta duas caractersticas:

    desmotivadas: quando no h necessidade de considerar a direo exata da luz, como

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  • 30

    exemplo, o programas realizados em estdio de televiso. Enquanto a motivada

    posicionada de forma que a iluminao provenha da direo ou fonte determinada pela

    cena ou roteiro; a segunda a luz de trs utilizada para jogar a luz em volta da cabea e dos ombros, separando o sujeito do fundo e aumentando-lhe a definio; e por fim,

    a luz difusa ou de preenchimento uma luz complementar usada para clarear ou

    reduzir sombras causadas por fontes de luz mais duras ou ampliar o alcance de

    contraste. A intensidade da luz pode ser medida por meio de um instrumento

    denominado Light Meter. Esse medidor foi feito para medir a quantidade de luz que vem

    de uma fonte especfica ou de diversas fontes juntas. A tcnica para a medio de luz

    mais usada nas produes televisivas a leitura de luz incidental. Essa tcnica incidental tem a vantagem de ser relativamente simples, dando uma leitura-padro da

    iluminao do cenrio, permitindo ao diretor de iluminao medir o nvel de luz antes

    dos atores chegarem ao cenrio. A iluminao do Dilogo Brasil no robotizada,

    sendo controlada por um controle de luz, tanto na sua intensidade como na sua

    distribuio. O controle se d atravs de telas, difusores, potncia e distncia da

    lmpada, tipo de aparelho e refletores. Adicionada pelo computador, que tem sido muito

    til para os iluminadores e diretores de fotografia, permite montar e controlar uma

    complexa operao de iluminao. Esse sistema define a capacidade da luz, de

    acordo com o cenrio, pois em cada pgina gravada a controle de iluminao de

    todos os programas.

    Alm disso, na pr-produo h um espao reservado para a monitorao do

    jornalismo, conhecida como switcher onde rene uma srie de profissionais. A diretora

    do Dilogo Brasil, acompanha o programa pelo script e espelho; controla o tempo; faz

    uma comunicao direta pelo sistema de intercom que estabelece uma

    intercomunicao pelo microfone que fica na mesa de operaes e facilita que Lize

    Bainy possa orientar os operadores de cmera no posicionamento dos planos e

    enquadramentos; o mediador Florestan Fernandes Jnior no estdio, por meio do ponto

    eletrnico, sendo este um receptor de udio colocado dentro do ouvido do apresentador

    com o intuito de alertar a entrada do convidado no programa; expor novas perguntas,

    de acordo com as respostas dos seus convidados e a equipe de palco, atravs do alto-

    falante no estdio.

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  • 31

    Segundo Valter Bonasio: uma vez que tudo acontece to rapidamente durante a

    produo, o diretor deve se comunicar com sua equipe de forma precisa, rpida e

    eficiente, por isso foi criada uma nomenclatura que simplificasse e agilizasse a

    comunicao entre diretor e os operadores de cmera.

    Dessa forma, a comunicao passa a ser simultnea com todos os membros do

    elenco e da equipe que no esto usando os fones de ouvido. Enquanto, o operador de

    udio faz os pr-ajustes na mesa de udio e dos microfones de todos os integrantes; o

    assistente de operao responsvel pela montagem de todos os crditos do vdeo,

    que incluem os telejornais e o Dilogo Brasil. Esses crditos so de responsabilidade

    das pessoas envolvidas na produo, como forma de reconhecimento, mostrados no

    incio ou final do programa. Cada um desses comandos se refere s operaes de

    produo especificas e so seguidos pela equipe durante o ensaio e a produo.

    A interao das equipes de ps e pr- produo so fundamentais para a

    execuo de um telejornal ou um programa de televiso. Vrias pessoas fazem parte

    desta estrutura. O trabalho em equipe facilita a integrao entre os integrantes e

    contribui para o desenvolvimento do programa.

    As rotinas de trabalho desses profissionais comeam com muita antecedncia.

    O processo comea antes e depois do programa. Duas horas antes de entrar no ar

    com transmisso ao vivo, toda a estrutura do programa montada: cenrios, palco,

    iluminao, ngulos das cmeras, sistema de udio, e o monitor de televiso,

    teleprompter.

    Por ter uma estrutura ampla, uma parte do estdio compartilhada com o

    telejornal Reprter Nacional, edio da noite, que reserva um espao para realizar um

    link entre o apresentador e o jornalista Florestan Fernandes Jnior, que ao vivo, relata

    os assuntos que sero debatidos no Dilogo Brasil.

    Quando finaliza o programa Dilogo Brasil, os trabalhos no estdio no param.

    Exatamente 20 minutos depois da apresentao, os cenrios comeam a ser

    desmontados. O gerente de palco embala os objetos de decorao. Vrios ambientes

    BONASIO, Valter. Televiso: Manual de Produo & Direo. Editora Leitura. Belo Horizonte. 2002.p.86.

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  • 32

    so desmontados ao mesmo tempo, e levados para o almoxarifado. Em seguida, so

    levados e montados os novos cenrios, e adereos do primeiro telejornal do dia, o

    Reprter Nacional, edio da manh. Essa a rotina do dia a dia dos programas de

    televiso, que no tm uma estrutura prpria e separada.

    Portanto, entender televiso conhecer suas capacidades e limitaes, tcnicas

    e equipamentos. Esse meio de comunicao uma mistura de arte com cincia, e

    todos os profissionais integrados tm um componente de criatividade a ser aplicado por

    intermdio dos equipamentos ou de suas reas.

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  • 33

    4. CONCEPO DO PROGRAMA DE TELEVISO

    A idia de produzir um programa de televiso requer uma equipe de profissionais

    com conhecimentos tcnicos e que estejam envolvidos para atuar no processo de

    produo. A cada edio, um novo tema, uma nova maneira de se comunicar com seu

    pblico.

    Segundo Valter Bonasio: a televiso depende da integrao de muitas funes,

    que devem ser executadas e coordenadas perfeitamente. No importa se o diretor

    competente, talentoso e experiente; se ele no tiver uma equipe igualmente competente

    e principalmente bem entrosada, dificilmente o programa sair bom.

    Por isso, so necessrios muitos profissionais para se fazer um programa de

    televiso, como tcnicos, operadores, supervisores, colaboradores, alm de dois

    integrantes fundamentais para a execuo do processo de produo: o produtor e o

    diretor. importante ressaltar que o diretor trabalha do inicio at o trmino da

    realizao do programa.

    Segundo o artigo 221 estabelecido na Constituio Federal de 1988, a produo

    e a programao das emissoras de rdio e televiso atendero os seguintes princpios:

    I - preferncia a finalidades educativas, artsticas, culturais e informativas; II - promoo

    da cultura nacional e regional e estmulo produo independente que objetive a sua

    divulgao; III - regionalizao da produo cultural, artstica e jornalstica, conforme

    percentuais estabelecidos em Lei; IV - respeito aos valores ticos e sociais da pessoa e

    da famlia.

    Esse controle social de produzir um programa que atenda os requisitos

    presentes no artigo 221, uma forma de evitar que as emissoras fiquem limitadas pela

    disputa de patrocinadores, no se importando com a qualidade do que veiculado na

    programao. No entanto, a televiso um servio pblico, que tem a finalidade de

    atender aos interesses da sociedade brasileira.

    BONASIO, Valter. Televiso: Manual de Produo & Direo. Editora Leitura. Belo Horizonte. 2002. p.23.

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  • 34

    A produo de televiso se opera em quatro estgios: 01) Pr-produo: h

    uma reunio com os membros-chave da equipe de produo, com o produtor, diretor,

    iluminador, cengrafo, diretor tcnico, tcnico de udio, para desenvolver todo o

    conceito de produo, que inclui objetivos, mtodos, formato e organizao.

    02) Montagem e ensaios: a montagem do estdio, realizada em etapas: construo do

    cenrio, afixao e ajuste de luz, montagem de udio e preparao de inserts. Segundo

    Pedro Maciel: os inserts so imagens ou sons colocados em pontos de corte na

    matria editada para permitir uma transio suave, sem pulos de imagem, ou para

    acrescentar uma informao sem interferir no resto da matria. Alm disso, so

    preparados para a produo e todos os elementos do programa so ensaiados e

    coordenados como exemplo posicionamento das cmeras. 03) Produo: fundamental para o programa gravado ou ao vivo. O procedimento de gravao pode

    ser direto ou em segmentos com cada cmera alimentando separadamente o gravador.

    04) Ps-produo: Toda edio feita quando o programa gravado.

    A equipe pode ser dividida em dois grupos: 01) Equipe de produo que inclui produtor, diretor, assistente de direo, diretor de iluminao ou diretor de fotografia,

    cengrafo e assistentes de produo. 02)Equipe tcnica inclui diretor de imagens ou televiso, sonoplasta, operadores de udio, vdeo, cmera; gerente de palco e o

    restante da equipe tcnica e operacional. A ps-produo conta tambm com o

    complexo de um estdio de televiso composto por duas reas definidas pela sala de

    switcher. O centro de comando do programa coordenado pelo diretor e todos os

    elementos que compem o cho de estdio, onde acontece a produo.

    Os integrantes responsveis pela equipe de produo, com suas respectivas

    funes so:

    Produtor Executivo o dono do programa, desenvolve o conceito e o roteiro com o redator, aprova as mudanas que aparecem de ltima hora, e as escolhas do

    diretor em relao luz, ao cenrio, assiste todos os ensaios, como se fosse o mais

    exigente telespectador. Sendo responsvel pela viabilizao do programa, avalia a

    MACIEL, Pedro. Jornalismo na televiso. Sagra. Porto Alegre,1995. p.109.

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  • 35

    cada exibio, se o programa est atingindo todos os objetivos e aprova a verso final

    da edio.

    Produtor supervisiona e coordena todas as fases de produo, do roteiro e da ps-produo. Decide juntamente com o diretor do programa e produtor executivo o

    oramento e a logstica necessria para a realizao do programa. Aprova mtodo do

    diretor, a iluminao e o cenrio. Nos programas ao vivo, ajuda o diretor quando

    necessrio, enquanto, nos programas gravados, decide com o diretor qual as tomadas

    sero utilizadas, pois esta uma imagem continua e uma necessidade bsica de

    comunicao para conduzir a nossa mensagem e qual o plano de enquadramento usar.

    Na produo de televiso, a fase de pr-produo considerada a mais

    importante para o produtor, pois quando o conceito do programa desenvolvido e o

    mtodo de produo planejado e organizado.

    Assistente de Produo responsvel pela realizao das tarefas do produtor, providencia mudanas solicitadas pelo diretor e pelo produtor executivo.

    Diretor responsvel pela esttica do programa. Participa de todas as reunies de pr-produo, trabalha com o produtor executivo, produtor e roteirista no

    desenvolvimento do mesmo. O trabalho de direo exige a habilidade de coordenar

    diversas reas simultaneamente, executando a produo e supervisionando a edio.

    Segundo Valter Bonasio: o diretor deve estabelecer um sentimento de

    cooperao, de trabalho de equipe e de respeito mtuo entre todos os membros da

    equipe de produo. A responsabilidade bsica do diretor supervisionar a equipe de

    produo para conseguir transformar a idia, conceito ou roteiro nos elementos

    audiovisuais que compem um programa.

    O diretor no precisa estar presente durante a montagem do cenrio, estdio,

    iluminao e equipamentos, porm devem ser checados e aprovados antes do ensaio

    para que quaisquer mudanas e correes possam ser feitas a tempo.

    BONASIO, Valter. Televiso: Manual de Produo & Direo. Editora Leitura. Belo Horizonte. 2002. p.113.

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  • 36

    Assistente de Direo colabora na integrao de toda equipe tcnica e de

    produo. O assistente ajuda o diretor na edio, antecipa os problemas e sugere

    solues, monitora o ritmo do programa, e o tempo durante a edio.

    Diretor de Imagens trabalha como consultor do produtor e do diretor. Ensaia as

    cmeras na pr-produo, opera o switcher durante a produo, e a qualidade tcnica

    do programa.

    Redator/Roteirista desenvolve o roteiro junto como diretor do programa e

    produtor. Esse profissional acompanha as gravaes para reescrever possveis

    alteraes. Trabalha com o produtor e o diretor no desenvolvimento do roteiro. Revisa o

    roteiro at a aprovao.

    Segundo Valter Bonasio: escrever para televiso um processo de equipe no

    qual indivduos trabalham juntos para se comunicar com o telespectador. A primeira

    tarefa do redator pegar a idia de um programa e transform-la em palavras, sons e

    imagens.

    Iluminador/Diretor de Fotografia na ps-produo, prepara o mapa de iluminao do programa.

    Segundo Harris Watts: ao se falar de iluminao, no basta dizer que o trabalho

    do iluminador limita-se a providenciar a luz suficiente para captar a imagem. Tambm a

    uma arte, e uma arte muito prpria do operador.

    O diretor de iluminao trabalha o roteiro do programa, as informaes sobre

    posicionamento de cmeras, apresentador, convidados, a planta de estdio, o

    inventrio dos equipamentos disponveis e desenvolve o mapa de iluminao, que

    mostra os instrumentos determinados para cada funo, a posio, o balanceamento e

    a intensidade, e, se houver algum efeito especial, seu funcionamento. Nos ensaios,

    supervisiona toda a colocao dos projetores de luz, monta os efeitos de luz e ajustes

    necessrios para obter o melhor resultado. Enquanto, em produo coordena todas as

    marcaes de luz e opera o dimmer, dispositivo utilizado para variar a quantidade de

    BONASIO, Valter. Televiso: Manual de Produo & Direo. Editora Leitura. Belo Horizonte. 2002. p.33. WATTS, Harris. On cmera O curso de produo de filme e vdeo da BBC. So Paulo: Summus editorial, 1990. p.195.

    PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com

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  • 37

    energia eltrica alcanando determinado instrumento de iluminao.

    Segundo Valter Bonasio: a luz o ingrediente-chave da percepo visual e a

    orientao no tempo e espao, alm de afetar nossas emoes. Uma boa iluminao

    uma mistura de cincia e arte, que requer domnio das tcnicas e criatividade.

    A intensidade de suas cores e de seus movimentos atinge aspectos estticos e

    psicolgicos, conseguindo reaes desejadas, assim como a msica, a luz pode ter um

    efeito intuitivo, influenciando nossas emoes. Sem iluminao adequada, a televiso

    no pode operar. A cmera no vai reproduzir uma boa imagem tcnica.

    Segundo Harris Watts: a iluminao de estdio mais fcil porque costuma ter

    um grande nmero de luzes disponveis (na locao o maior problema costuma no ter

    luz suficiente). mais difcil porque a maior parte do trabalho num estdio feita em

    seqncia contnua e assim voc no consegue fazer as mudanas de luzes

    necessrias para cada tomada-de-cena.

    Portanto a maior parte da iluminao de estdio tem de ser um meio-termo entre

    as exigncias de cada cmera. Por isso, o cengrafo pode auxiliar na montagem do

    cenrio, o posicionamento da bancada, do apresentador, do entrevistado, tendo em

    vista, a noo do ponto referencial de iluminao; com o propsito de eliminar os

    elementos que so possveis de causar sombras.

    Cengrafo desenvolve ambientes cenogrficos e a maneira como sero construdos. Para isso, consulta o diretor, produtor, iluminador, diretor de fotografia

    sobre a concepo, supervisiona o pessoal na montagem e construo de cenrios.

    Os cenrios e a montagem so elementos visuais importantes que contribuem

    para a dimenso do vdeo. As trs funes do cenrio so: providenciar o fundo ou

    ambiente fsico onde a ao acontece; fixar a poca, o local e dar ao programa um

    estilo nico que rene todos os elementos visuais; e funciona como um elemento

    eficiente de produo que complementa os objetivos do programa.

    BONASIO, Valter. Televiso: Manual de Produo & Direo. Editora Leitura. Belo Horizonte. 2002. p.337. WATTS, Harris. On cmera O curso de produo de filme e vdeo da BBC. So Paulo: Summus editorial, 1990. p. 198.

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  • 38

    As tcnicas das cores utilizadas em cenrios tm o intuito de informar: o uso

    simblico da cor parte da funo de informao que ela tem na composio de um

    ambiente; compor: trazer energia em alguns elementos e a balancear em outros,

    harmonizando composies; expressar: a funo da cor faz com que ns sintamos de

    determinada forma em relao ao que nos apresentado; dimensionar: a cor escura

    parece mais forte quando posicionada contra um fundo escuro; balancear: cores

    altamente saturadas parecem visualmente mais pesadas e mais slidas que pastel-

    claro com pouca saturao.

    Enquanto na equipe tcnica, os profissionais envolvidos na produo so:

    Operador de Cmera em pr-produo prepara as cmeras para a produo. Nos ensaios e produo, opera a cmera, ensaia os movimentos e enquadramentos. O

    operador de cmera tem de se preocupar enquadramentos interessantes que, s

    vezes, o diretor no tenha percebido.

    Segundo Harris Watts:

    O aspecto mais importante sobre o enquadramento decidir qual o centro de interesse principal na imagem e, em seguida engradar de tal forma que a viso do espectador seja conduzida para ele. Seu centro principal pode estar no meio da tela, no plano de frente ou no de trs: sua correlao com as outras coisas na imagem, a angulao de cmera, a iluminao, a forma da cmera se movimentar e as coisas tambm, tudo pode ser usado para dirigir o olhar do telespectador para onde voc deseja.

    A importncia do trabalho do operador de cmera resulta tambm na

    imparcialidade dos fatos. Esse poder da imagem em falar o que est acontecendo.

    Para isso, essa qualidade utiliza-se de meios tcnicos como iluminao, som,

    angulao, movimento de cmera, posicionamento das pessoas e coisas, que

    conduziro o olhar do pblico para as coisas importantes na imagem televisiva.

    WATTS, Harris. On cmera O curso de produo de filme e vdeo da BBC. So Paulo: Summus editorial, 1990. p.229.

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  • 39

    A cmera de televiso a principal ferramenta usada na captao de imagens,

    sendo o equipamento bsico para a produo de televiso. Para isso, so divididas

    em duas categorias: cmeras de estdio, montada em pedestais que permitem o

    operador move-las atravs do estdio; e cmeras portteis que no requerem uma

    unidade de controle de cmera e alimentam o sinal de vdeo diretamente para o

    videocassete e a maioria possui controles automticos de ganho que permitem ao

    operador de cmera cobrir a ao sem se preocupar tanto com o nvel de vdeo.

    Operador de udio em pr-produo, trabalha como consultor do diretor e

    equipe. Monta o mapa de udio, seleciona materiais, como cds, que tenham trilhas

    sonoras que faro parte do programa. No ensaio, responsvel pela equipe de udio,

    faz todos os pr-ajustes na mesa de udio e o balano dos microfones. Em produo,

    responsvel por toda a mixagem do udio do programa.

    Segundo Valter Bonasio: o som um aspecto importante na televiso. Alm do

    seu papel como elemento primrio na programao de entretenimento, a msica

    usada para temas de abertura e encerramento, assim, como para msica de fundo para

    ajudar a estabelecer o clima ou a atmosfera do programa.

    Os efeitos sonoros so teis para ajudar a dar forma dimenso do udio e

    destacar a imagem visual. Alm disso, a importncia da msica na abertura deve ser

    selecionada para prender a ateno e preparar o clima ou tom do programa. A

    utilizao da msica de fundo - BG age inconscientemente, no com o intuito de

    chamar a ateno, o telespectador s percebe que a msica est presente no programa

    quando presta ateno especial nela, que se torna uma referncia para o programa.

    Operador de Caracteres na pr-produo, trabalha como consultor do produtor e redator. Prepara a parte grfica necessria para a produo do programa, como

    definir os crditos: as cores, a velocidade, tamanho. No ensaio e produo, esse

    profissional opera o gerador de caracteres. Enquanto, na ps-produo, opera o

    gerador de caracteres e computador grfico para inserir caracteres e grficos na edio.

    BONASIO, Valter. Televiso: Manual de Produo & Direo. Editora Leitura. Belo Horizonte. 2002. p.200.

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    Operador de Vdeo o responsvel pela busca do melhor alinhamento das

    cmeras. Esse profissional trabalha com o iluminador/diretor de fotografia, que resolve

    todos os problemas de luminosidade que afetam a operao da cmera.

    Segundo Valter Bonasio: em televiso cada vez mais voc pode criar uma

    realidade completamente nova, virtual, para os telespectadores. possvel usar certas

    tcnicas para produzir uma realidade na dimenso de vdeo que na verdade no

    existe.

    Muitos operadores de vdeo utilizam o mtodo Chroma Key, um cenrio virtual,

    que facilita a construo de um novo cenrio, conforme os interess