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    A relao gua/cimento (ou fator gua/cimento) o principal parmetro controlado na dosagem, pois

    credita-se a ele a responsabilidade por 95 % das variaes na resistncia do concreto. DUFF ABRAMS

    introduziu o conceito de relao gua/cimento em 1918 ao publicar o primeiro mtodo de estudo de

    dosagem do concreto em que a resistncia no era mais explicada pela simples interao entre os gros

    dos agregados, como se pensava na poca, mas sim pelo espao a ser preenchido pelos produtos da

    hidratao do cimento.

    ABRAMS demonstrou pelo resultado de 50.000 testes que, para um determinado cimento e conjunto

    de agregados, a resistncia do concreto a uma certa idade dependente essencialmente da relao

    gua/cimento. Foi ele tambm quem introduziu o conceito de mdulo de finura para exprimir em um s

    nmero a distribuio granulomtrica do agregado.

    Segundo ABRAMS a resistncia compresso do concreto segue uma curva que pode ser expressa

    pela seguinte forma:

    onde;

    fcj = Resistncia do concreto na idade de j dias ;

    K1 e K2 = Constantes que dependem do cimento e agregados utilizados no concreto;

    a/c = Relao gua/cimento do concreto.

    Essa equao hoje conhecida como Lei de Abrams em funo de sua importncia e da extenso de

    sua validade. Em termos simples o que a Lei de Abrams diz que a resistncia do concreto tanto menorquanto maior for a quantidade de gua adicionada mistura. Por isso cuidado com a gua adicionada

    ao concreto!

    Atualmente existem vrios mtodos para o estudo de dosagem do concreto, mas todos eles baseiam-se

    na Lei de Abrams quando se trata de encontrar a melhor proporo entre os materiais que resulte em um

    concreto com a resistncia especificada em projeto.

    http://www.qualidadedoconcreto.com.br/RelacaoAguaCimento.htm

    4.4 ERROS NA CONCRETAGEM

    O concreto um material que responde muito bem quando tratado

    adequadamente; entretanto, um material que pode sofrer muito desde o seu

    http://www.qualidadedoconcreto.com.br/RelacaoAguaCimento.htmhttp://www.qualidadedoconcreto.com.br/RelacaoAguaCimento.htmhttp://www.qualidadedoconcreto.com.br/RelacaoAguaCimento.htm
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    nascimento e pelo resto da vida, no sendo de se estranhar que termineadoecendo num prazo mais ou menos curto.

    A falta de uniformidade no concreto, conseqncia da falta de anlisesfreqentes do cimento, agregados, umidade dos mesmos etc., pode ser

    prevista ao dosar o concreto; entretanto existe uma srie de erros de execuoque pode diminuir ainda mais as resistncias e ocasionar falta de uniformidadena mistura, com o aparecimento de trincas, fissuras, vazios, bolhas,desprendimentos, etc. A maior parte dos erros e descuidos no concretocorrespondem as fases de aplicao e cura do mesmo.

    No cabe aqui falar da maior ou menor qualidade de um concreto feito em obracom relao ao pr-misturado em centrais. H casos de concretos muito bonse muito maus, procedentes das duas origens assinaladas. Os concretos sobons quando so feitos cuidadosamente e ningum duvida que qualquerconstrutor possa fazer um concreto pssimo com ingredientes de primeira

    qualidade ou, pelo contrrio um concreto extraordinrio; tudo depende docuidado que se tenha.

    J aconteceram falhas importantes em concretos procedentes de centrais, porapresentarem torres de argila em sua massa; outras vezes, foi preciso demoliruma parte de uma estrutura, uma vez que a central havia enviado um concretode 200 kg/m3 de cimento, em lugar de um de 20,00 MPa de resistncia etc.

    Existem centrais muito boas e de grande garantia e outras, felizmente emmenor nmero, que fornecem concretos muito variveis.

    Por outro lado, conveniente assinalar que a responsabilidade que a centraltem sobre a qualidade do concreto, termina com a sua entrega em obra, e podeacontecer que um bom concreto se transforme em deficiente por causa dasoperaes realizadas, e alheias a quem o dosou, transportou e entregou.

    Vamos estudar, em seguida, a influncia do lanamento, compactao, curaetc. nas propriedades do concreto.

    4.4.1 Lanamento do concreto:

    Quando se encomenda um concreto, especifica-se a resistncia caracterstica,consistncia e tamanho mximo de agregado; portanto, aceita-se o concretocaso cumpra com o pedido e se recusa em caso contrrio; o que inadmissvel "melhor-lo" em obra devido aos grandes inconvenientes que tem qualquermodificao que se pretenda realizar em campo.

    A adio de gua ao concreto, alm de estritamente necessria, repercutirnuma reduo de suas resistncias mecnicas, em um aumento da retraohidrulica e, no perigo de ataque por agentes agressivos, tanto de tipo fsicocomo qumico, ou seja, numa diminuio de sua durabilidade.

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    A gua, como j vimos, o elemento que mais influncia perniciosa pode tersobre um concreto, sendo a causa de uma infinidade de efeitos patolgicos,tanto por excesso, como por falta.

    preciso ajudar a massa de concreto a penetrar em todos os pontos da frma,

    e que seja compactado adequadamente, e isso especialmente difcil quandoas frmas apresentam geometria complexas e o concreto de consistnciaseca.

    CNOVAS admite que "no se deve lanar um volume maior de concreto queaquele que possa ser compactado de forma eficaz". (op. cit., p. 128)

    Quando se concretam peas altas muito freqente que a parte superior dasmesmas esteja formada por um concreto mais fluido pelo efeito da gua e dapasta que se eleva ao compact-lo. Devido a esse fenmeno a parte superiorda pea apresenta menor resistncia que o resto da mesma. Esse efeito pode

    ser remediado, empregando-se nas ltimas camadas um concreto deconsistncia mais seca do que o resto da pea.

    Conforme descrito nos passos a seguir, RIPPER, E., indica que "a liberao dolanamento do concreto pode ser feita somente depois da verificao peloengenheiro responsvel ou encarregado das frmas, armadura e limpeza." (op.cit., p. 32-33)

    a. A verificao das frmas: se esto em conformidade com o projeto, se oescoramento e a rigidez dos painis so adequados e bemcontraventados, se as frmas esto limpas, molhadas e perfeitamenteestanques a fim de evitar a perda da nata de cimento. Para limpar peasaltas (pilares, paredes, muros de arrimo etc.) devem existir janelas nasbases das frmas, verificando-se se o fundo das peas est bem limpo;isto muito importante para uma boa ligao do concreto com a base(muitas vezes uma camada de serragem de madeira pode isolarcompletamente a pea das bases);

    b. Verificao da armadura: bitolas, quantidades e posio das barras deacordo com o projeto, se as distncias entre as barras so regulares, seos cobrimentos satisfazem as condies de projeto, etc.;

    c. Antes do lanamento do concreto, o armador precisa verificar se no

    houve deslocamento da armadura, principalmente nas lajes emarquises; ed. Antes e durante o lanamento do concreto, as plataformas de servio

    devero estar dispostos de modo a protegerem as armaduras dedeformaes e deslocamentos.

    O concreto dever ser lanado logo aps o amassamento, no sendo permitidoentre o fim deste e o fim do lanamento um intervalo maior do que uma hora.Com o uso de retardadores de pega, o prazo pode ser aumentado de acordocom as caractersticas e dosagem do aditivo. Em nenhuma hiptese pode-selanar o concreto com pega j iniciada.

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    Para manter a homogeneidade do concreto, conforme norma brasileira, a alturade queda livre no pode ultrapassar 2m. Nos casos onde a altura de quedalivre maior do que as mencionadas pelas normas RIPPER, E., recomendaque:

    "para evitar o ricochete de agregados na queda da massasobre o fundo da pea, que pode resultar emdesagregao do concreto, aplica-se por uma janela nabase da frma uma camada de argamassa de cimento eareia 1:1 com aproximadamente 2 cm de espessura, queservir como amortecedor da queda e como envolvimentodos agregados, que caem antes da argamassa doconcreto, por serem mais pesados". (ibid., p. 33-34)

    O lanamento se faz em camadas horizontais de 10 cm a 30 cm de espessura,conforme se trate de lajes, vigas ou muros.

    Durante o lanamento inicial do concreto nos pilares e paredes, um carpinteirodeve observar a base da frma, se a junta entre a frma e o concreto existenteno penetra nata de cimento, que pode prejudicar a qualidade do concreto nabase destes elementos da estrutura. Em caso de acontecer este vazamento denata de cimento, deve-se aplicar papel molhado (sacos de cimento) paraimpedir a continuao do vazamento.

    4.4.2 Adensamento:

    A finalidade do adensamento do concreto, tambm conhecido comocompactao, alcanar a maior compacidade possvel do concreto. O meiousual de adensamento a vibrao.

    Quando o concreto recm colocado na frma, pode haver um volume debolhas de entre 5 % a 20 % do volume total. Os volumes maiores em concretosde alta trabalhabilidade e os menores nos concretos mais secos, com menor

    abatimento. A vibrao tem o efeito de fluidificar o componente argamassa damistura diminuindo o atrito interno e acomodando o agregado grado tentandodiminuir o chamado efeito parede (fig. 9). A vibrao expele-se quase todo o araprisionado, mas, normalmente, no se consegue a expulso total desse ar.

    Segundo COUTINHO apud HELENE (1986):

    "por efeito parede entende-se a movimentao deargamassa para junto de superfcies contnuas limites que

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    restringem o concreto, tais como frmas e armaduras.Essa movimentao s pode ser conseguida custa doempobrecimento da massa do interior do concreto". (op.cit. p. 23)

    A vibrao deve ser aplicada uniformemente em toda a massa do concreto,pois de outra forma, partes estariam pouco adensadas e outras poderiam estarsegregadas devido ao excesso de vibrao.

    No uso de vibradores de imerso, eles devem ser introduzidos na massa deconcreto em posio vertical ou pouco inclinada, para no prejudicar ofuncionamento dos mesmos mas nunca com inclinao maior do que 45 emrelao vertical. A durao de vibrao depende da plasticidade do concreto,garantindo uma boa mistura de agregados, mas deve-se evitar uma durao

    longa demais, que pode provocar uma desagregao do concreto.

    Fig. 9 Efeito parede (COUTINHO, apud HELENE, 1986)

    CNOVAS afirma que "uma vibrao mal feita pode ocasionar problemas noconcreto os quais aparecero com sintomas patolgicos diferentes, embora osmais freqentes sejam os ninhos de pedras e bolhas". (op. cit., p.129)

    s vezes, o vibrador no costura as camadas subjacentes, como requer a boatcnica de seu emprego; nesse caso, cria-se uma interface entre camadas, decaracterstica pouco uniforme e, em geral, fraca, por estar formada pelaargamassa que sobrenadou ao ser vibrada a camada inferior, e ao agregadoque foi para o fundo da nova capa que est sendo lanada.

    Ainda CNOVAS adverte que:

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    "um efeito indesejvel que tambm pode acontecer durantea vibrao mal efetuada a perda de aderncia doconcreto com as armaduras; outro erro, tambm freqente, colocar gua no concreto, pensando que, embora oconcreto piore com gua, pode melhorar com a vibrao.

    Os que assim atuam conseguem concretos muitosestratificados, com excesso de pasta na superfcie ecamadas inferiores de muito m qualidade". (ibid., p. 129-130)

    A baixa qualidade no processo de adensamento do concreto traz comoconseqncia a diminuio da resistncia mecnica, aumento dapermeabilidade e porosidade e falta de homogeneidade da estrutura.

    4.4.3 Juntas de concretagem:

    O ideal, em toda construo de concreto, que a concretagem seja contnua.Na prtica isso impossvel de conseguir, salvo exceo, e nas obras somuitas as juntas construtivas que preciso deixar, por ter que continuar no diaseguinte, em virtude do trmino da jornada de trabalho, ou por mal tempo, napoca de fortes chuvas, falta de materiais, pouca definio da obra, suspensoda mesma etc. mas, alm dessas interrupes, acontece que uma partedessas juntas pode ser necessria para evitar que se produzam fissuras deretrao.

    So dois os problemas que podem apresentar as juntas de concretagem e quepodem ser causas de patologias; um a escolha da zona onde vai ser feita ajunta, e outro o tratamento a lhe ser dado.

    No costume dar muita ateno localizao da junta, principalmente porqueessa uma soluo improvisada em obra e est geralmente, nas mos deencarregados ou operrios que pouco conhecem da distribuio de esforosnas estruturas. As juntas de concretagem so to importantes que obrigatrioque estejam previstas.

    Quando no contm no projeto e devem ser realizadas, devem ser feitas noslugares aprovados pelo engenheiro responsvel pela obra;

    Como orientao, DIAS, E. M., (1990) indica os seguintes locais para execuode juntas:

    a. Pilares: Alguns centmetros abaixo do topo, antes da juno com a viga;b. Vigas: No meio do vo ou no tero mdio;c. Lajes armadas em uma s direo e de pequeno vo: localizadas no

    meio e na direo normal ao vo. Se localizadas na direo do vo,devem posicionar-se no tero mdio da laje;

    d. Lajes armadas nas duas direes: dispor a junta no tero mdio (paraambos os vos); e

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    e. Junta entre laje e a viga: necessrio garantir uma boa ligao e senecessrio, utilizar armaduras adicionais para absorverem as tenses decorte.

    As juntas criadas por interrupo da concretagem em suportes inclinados

    devem ser transversais ao eixo do elemento, e dispor de armaduras de costuraadequadas para que absorvam os esforos cortantes em sua superfcie (figura10).

    Fig. 10 Juntas de concretagem em suportes inclinados.(CNOVAS, 1988)

    O tratamento a ser dado a junta tambm importante. Antes de realizar aunio dos concretos na junta, preciso prevenir os efeitos de retrao e, paraisso, esperar o tempo suficiente para que a pea concretada tenha sedeformado livremente.

    A superfcie da junta deve ser tratada, adequadamente, para que adescontinuidade construtiva que a junta cria, no se traduza emdescontinuidade estrutural. A primeira medida a ser adotada empregar, deambos os lados da junta, concretos idnticos.

    Antes de reiniciar-se o lanamento, deve-se remover da superfcie do concretoendurecido a nata de cimento e fragmentos soltos e limp-la bem. No pintar area de contato com nata de cimento, um costume errado e prejudicial para

    uma boa ligao das duas partes, porque forma uma pelcula alisante eisolante. Quando a interrupo entre as duas concretagens bastanteprolongada, recomenda-se aplicar uma fina camada de argamassa de cimento-areia 1:1 imediatamente antes da retomada da concretagem.

    Quando se trata de peas grandes ou essenciais numa estrutura, ou quando setrata de uma ligao entre o concreto existente de uma construo velha econcreto novo, a junta deve ser tratada com um adesivo especfico base deepxi.

    4.4.4 Cura do concreto:

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    Segundo NEVILLE, "a cura a denominao dada aos procedimentos a que serecorre para promover a hidratao do cimento e consiste em controlar atemperatura e a sada e entrada de umidade para o concreto". (op. cit. p. 325)

    Para DIAS, "a cura tem como objetivo manter a gua de mistura do concreto no

    seu interior, at a completa hidratao do cimento". (op. cit., p. 270)

    Mais especificamente, o objetivo da cura manter o concreto saturado, ou omais prximo possvel de saturado, at que os espaos da pasta de cimentofresca, inicialmente preenchidos com gua, tenham sido preenchidos pelosprodutos da hidratao do cimento at uma condio desejvel. No caso doconcreto das obras, quase sempre a cura interrompida bem antes que tenhaocorrido a mxima hidratao possvel.

    Para conseguir um bom concreto, necessrio no s que este seja bemdosado, bem colocado e bem compactado, como tambm que, durante o

    tempo de pega e endurecimento do mesmo, o ambiente em que se encontrepossua condies adequadas de temperatura e umidade para que as reaesde hidratao se realizem com toda a normalidade e sem criar tenses internasque possam ocasionar efeitos patolgicos que se apresentaro, normalmente,em forma de fissuras superficiais ou profundas, ou em diminuies notveisdas resistncias mecnicas.

    Como a umidade e a temperatura agem como catalisadores das reaes dehidratao, a cura ter como finalidade principal evitar que falte gua aoconcreto e que a temperatura seja a adequada durante os primeiros dias quecompreendem a pega e o primeiro endurecimento.

    Os motivos que levam fissurao do concreto ou a que ele no atinja suasresistncias ou as atinja tardiamente, so as seguintes:

    Temperatura do ar superior massa do concreto;

    Baixa umidade relativa do ar; e

    Superfcies de concreto expostas a vento seco e quente.

    De qualquer forma, conveniente insistir em que os mtodos de cura por meiode molhagem, freqentes no vero, em lugares ensolarados, no sosuficientes, a no ser que se cubram os elementos estruturais com sacos quefiquem constantemente molhados. A cura com gua deve ser contnua e durarpelo menos sete dias, embora seja prefervel chegar aos vinte e oito dias.

    Se a cura com gua feita adequadamente, podem ser evitados problemasque afetaro a estabilidade volumtrica e as resistncias mecnicas doconcreto.

    O no atendimento da cura acarreta diminuio da resistncia final do concreto

    e possibilidade de aparecimento de fissuras na estrutura.

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    O rigor na realizao do processo de cura est diretamente ligado ao climaregional, devendo ser bastante cuidadoso em climas quente, seco e com vento.

    4.4.5 Desfrma e descimbramento:

    Para realizar a desfrma e o descimbramento dos elementos estruturais preciso esperar que o concreto tenha uma resistncia adequada para suportar,por si prprio, a ao do seu peso e mais as das sobrecargas que existamsobre ele.

    Os fundos de vigas, cimbres e apoios devem ser retirados sem vibrao ougolpes na estrutura, recomendando-se que, quando os elementos sejam decerta importncia, sejam empregadas cunhas, caixas de areia etc., paraconseguir uma descida uniforme dos apoios.

    So muito freqentes as falhas produzidas como conseqncia de

    descimbramento com cargas superiores s estimadas ou quando o concretoainda no atingiu o endurecimento e resistncias adequadas nas datasprevistas, devido influncia de baixas temperaturas ou emprego de cimentosinadequados.

    Quando esto sendo descimbradas estruturas que tem balanos, precisoplanejar muito bem o descimbramento e tomar precaues nos vos prximosaos mesmos; assim, fundamental proceder eliminao dos pontaletes nosvos internos e posteriormente ir tirando os pontaletes de fora para dentro,evitando assim fortes rotaes no balano e possveis fissuras junto seo deengastamento do mesmo.

    muito importante no eliminar prematuramente os pontaletes nas frmas deescadas, especialmente quando so circulares e esto fixadas unicamente noincio e no fim.

    Nos encontramos freqentemente com obras que tem um ritmo de construomuito rpido e os meios de escoramentos no so suficientemente abundantespara acompanhar este ritmo construtivo.

    Essa falta de meios auxiliares pode ser objeto de falhas importantes porque,

    para seguir concretando, preciso comear a eliminar elementos dos andaresinferiores e possvel que o concreto no esteja em condies de suportarsozinho.

    Se no tiver sido usado cimento de alta resistncia inicial ou aditivos queacelerem o endurecimento, a retirada das frmas e do escoramento no deverdar-se antes dos seguintes prazos:

    Local da desfrma e descimbramento Durao (dias)

    Faces laterais 03

    Retirada de algumas escoras 07

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    Faces inferiores, deixando-se algumas escoras bem encunhadas 14

    Desfrma total, exceto item abaixo 21

    Vigas e arcos com vo maior do que 10 m 28

    Tabela 4 Idade de desfrma e descimbramento (RIPPER, E. 1996 p. 37)

    4.5 MATERIAIS DE CONSTRUO EM GERAL

    O material mais utilizado em estruturas o concreto armado, entendendo-secomo tal a mistura ntima de cimento, agregados, gua, eventualmente aditivos

    e o ao que vai constituir a fibra ou nervo de que o concreto necessita para serum material estrutural completo.

    A patologia do concreto armado est, portanto, relacionada patologia dosseus componentes que devero reunir uma srie de caractersticas queimpeam a ocorrncia, a curto prazo, de defeitos mais ou menos graves noconcreto.

    Segue-se a apreciao de alguns dos casos mais comuns de utilizaoincorreta de materiais de construo:

    a) utilizao de concreto com fck inferior ao especificado, quer no caso deencomenda errada ou de erro no fornecimento de concreto pronto, quer porerro em concreto virado na prpria obra;

    b) utilizao de ao com caractersticas diferentes das especificadas, quer emtermos de categorias, quer de bitolas;

    c) assentamento das fundaes em camadas de solo com capacidaderesistente ou caractersticas, de uma maneira geral inferior requerida;

    d) utilizao de agregados reativos, instaurando, desde o incio, a possibilidadede gerao de reaes expansivas no concreto, e potencializando os quadrosde desagregao e fissurao do mesmo;

    e) utilizao inadequada de aditivos, alterando as caractersticas do concreto,em particular as relacionadas com resistncia e durabilidade; e

    f) dosagem inadequada do concreto, seja por erro no clculo da mesma, sejapela utilizao incorreta de agregados, do tipo de cimento ou de gua.

    4.5.1 Cimentos:

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    O armazenamento adequado do cimento essencial para garantir aconservao de suas boas qualidades e evitar possveis alteraes em suaspropriedades que possam ocasionar problemas nos concretos com eles

    fabricados.

    Para conservar o cimento devem ser tomadas precaues: o local deve estarcompletamente seco e contar com estrado de madeira feito com tbuasgrossas, 20 a 30 cm acima do solo. A pilha no dever ser constituda de maisde 10 sacos, salvo se o tempo de armazenamento for no mximo 15 dias, casoem que poder atingir 15 sacos.

    Devem ser evitadas as correntes de ar, principalmente em climas midos.

    A caracterstica fundamental predominantemente no momento de escolher um

    determinado tipo de cimento a durabilidade do concreto fabricado com ele;isso obriga a um conhecimento do tipo de obra que vai ser realizada e doambiente no qual exercer sua funo. No ANEXO 1, consta a classificaodos cimentos nacionais elaborada pela ABNT.

    4.5.2 Agregados:

    Os agregados empregados na fabricao de concreto no devem ser reativoscom o cimento e ser suficientemente estveis diante da ao dos agentesexternos com os quais vo estar em contato na obra.

    Os agregados devem estar isentos de substncias prejudiciais, comocorroses, argila, matria orgnica etc., que diminuam sua aderncia pastade cimento ou que prejudiquem as reaes de pega e endurecimento doconcreto.

    Os limites dessas substncias encontram-se indicados no ANEXO 2.

    Os agregados no devem reagir com o cimento dando lugar a produtosexpansivos que possam criar tenses internas na massa de concreto, quealterem ou diminuam as resistncias mecnicas ou durabilidade dos mesmos.

    Os agregados diferentes devero ser depositados em plataformas separadas,de modo que no haja possibilidade de se misturarem com outros agregadosou com materiais estranhos que venham prejudicar sua qualidade; tambm nomanuseio devero ser tomadas precaues para evitar essa mistura.

    4.5.3 gua:

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    Do ponto de vista patolgico, o emprego no amassamento do concreto deguas no potveis e no recomendadas pela prtica, pode criar problemas acurto e longo prazos.

    Embora possam provocar efeitos patolgicos no concreto massa, as guas quecontm impurezas, dentro de certos limites, no tm importncia e inclusivepodem nem aparecer; no acontece o mesmo com as guas utilizadas noconcreto armado, onde a existncia de cloretos pode provocar corrosesimportantes de armaduras alm de manchas e eflorescncias superficiais.

    Se o emprego de guas no adequadas no amassamento de concretos prejudicial, o problema se torna mais grave na cura dos concretos, em virtudede sua mais ou menos constante renovao.

    As guas devem ser analisadas quando no se conheam antecedentes desua utilizao e bom comportamento e no caso de haver dvidas quanto suaidoneidade.

    A qualidade da gua tem um papel importante: impurezas contidas na guapodem influenciar negativamente a resistncia do concreto ou causar manchasna sua superfcie, ou, tambm, resultar em corroso da armadura. Por essasrazes, deve-se dar ateno qualidade da gua para amassamento e paracura do concreto.

    A gua de amassamento no deve conter matrias orgnicas indesejveis nemsubstncias inorgnicas em teores excessivos. Os limites dessas substncias eimpurezas encontram-se indicados no ANEXO 3.

    4.5.4 Aditivos:

    Conforme NEVILLE, A. M.:

    "um aditivo pode ser definido com um produto qumico que,exceto em casos especiais, adicionado mistura deconcreto em teores no maiores do que 5 % em relao massa de cimento durante a mistura ou durante umamistura complementar antes do lanamento do concreto,com a finalidade de se obterem modificaes especficas,ou modificaes das propriedades normais do concreto".(op. cit., p. 251)

    O motivo do grande crescimento do uso dos aditivos a capacidade de

    proporcionar ao concreto considerveis melhorias fsicas e econmicas. Essasmelhorias incluem o uso em condies nas quais seria difcil ou at impossvel

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    usar concreto sem aditivos. Eles tambm tornam possvel o uso de uma grandevariedade de componentes na mistura.

    Os aditivos embora nem sempre baratos, no representam necessariamenteum custo adicional porque podem resultar economias, como, por exemplo, no

    custo do trabalho necessrio para o adensamento, na possibilidade de reduodo teor de cimento ou na melhoria da durabilidade sem outras providncias.

    Deve se lembrar que, embora usados corretamente, sejam benficos para oconcreto, os aditivos no so um remdio para a falta de qualidade dosingredientes do concreto, para propores no adequadas da mistura, ou paradespreparo da mo de obra para transporte, lanamento e adensamento.

    Os aditivos podem ser classificados de diversas maneiras. A classificao dosaditivos e suas caractersticas encontram-se no ANEXO 4.

    Como normas gerais no emprego de aditivos podemos salientar as seguintes:

    a. Sempre que possvel deve-se evitar o emprego de aditivos, recorrendoao uso de materiais, dosagem, fabricao, posta em obra e curacorretas para conseguir concretos com as propriedades desejadas.

    b. Quando seja necessrio empregar aditivos por motivos particulares,nunca utiliz-los sem realizar ensaios prvios e sem um controlerigoroso de sua dosagem:

    c. preciso procurar aditivos de boa qualidade e dos quais se tenhamreferncias, ou seja, que estejam provados na prtica, desconfiando dosfabricantes que fornecem aditivos que s possuem vantagens e servempara tudo. Os aditivos costumam apresentar efeitos secundrios que preciso conhecer e controlar, pois os prejuzos que possam ocasionartalvez sejam maiores que as vantagens que podem trazer.

    d. Os aditivos escolhidos devem ser protegidos adequadamente. Se emforma de p devem ser conservados em lugares secos evitando apossvel formao de torres por efeito da umidade, bem como aalterao de suas propriedades; quando em estado lquido devem serprotegidos do calor e agitados antes de usar para evitar que assedimentaes produzidas tirem a uniformidade do aditivo.

    e. preciso, ao empreg-los, assegurar-se de que esto dentro de seu

    prazo de validade.f. preciso tomar as precaues indicadas pelo fabricante no caso, poucofreqente, de serem txicos.

    g. preciso evitar os erros que possam ter origem na confuso de tantopor cento a tanto por mil, por exemplo.

    h. Sero tomadas precaues para que a repartio do aditivo em toda amassa de concreto seja uniforme pois a falta de homogeneidade podeocasionar efeitos indesejveis.

    i. Pode existir incompatibilidade de alguns tipos de aditivos com oaglomerado empregado; assim, um aditivo que d bom resultado comdeterminado tipo de cimento, no o d com outro, isso refora a

    necessidade de realizar ensaios prvios em laboratrio antes de optarpelo emprego de um determinado aditivo.

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    j. No esquecer que um mau concreto no pode converter-se em bom,pelo emprego de aditivos.

    O emprego de vrios aditivos num mesmo concreto pode ocasionar tambmimportantes problemas devido as incompatibilidades em sua mistura.

    4.5.5 Armaduras:

    As barras empregadas como armaduras em concreto armado no devemapresentar defeitos superficiais, fissuras nem bolhas. A fim de evitar possveiserros que ocasionariam efeitos patolgicos, recomendvel empregar em obrao menor nmero possvel de dimetros diferentes e, que esses dimetros,

    entre si, se diferenciem o mais possvel. Isso pois, quando for previsto oemprego de barras de ao com qualidades diversas (dimetro), devero sertomadas as necessrias precaues para evitar a troca involuntria.

    As barras de ao devero ser convenientemente limpas de qualquer substnciaprejudicial aderncia, retirando-se as escamas eventualmente destacadaspor oxidao.

    Antes e durante o lanamento do concreto, as plataformas de servio deveroestar dispostas de modo a no acarretarem deslocamentos das armaduras.

    As barras de espera devero ser devidamente protegidas contra a oxidao; aoser retomada a concretagem devero elas ser perfeitamente limpas de modo apermitir boa aderncia.

    Por fim, a execuo das obras dever ser a mais cuidadosa a fim de que asdimenses, a forma e a posio das peas e, as dimenses e posio daarmadura obedeam s indicaes do projeto com a maior preciso possvel.

    4.6 CONTROLE DE QUALIDADE DE EXECUO

    Sendo a ltima, esta , talvez, a maior de todas as causas relacionadas comfalhas na construo, posto que, se existir controle de qualidade adequado, ascausas relacionadas anteriormente, na sua grande maioria, terosubstancialmente reduzidas as possibilidades de virem a ocorrer, ou, pelomenos, tero atenuadas suas conseqncias, em termos do quadro patolgicoresultante.

    Na Tabela 5, indica-se as operaes que devem ser controladas, devendoentender-se que aquelas citadas no quadro so as principais e de carter geral,

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    podendo, consequentemente, existir algumas outras e, inclusive, essasindicadas serem suprimidas por outras, de acordo com o carter particular daobra.

    Fase de controle de

    execuoOperaes que se controlam

    Antes da concretagem

    a. Reviso das plantas de projeto e de obra;b. Comprovao de betoneiras, vibradores,

    equipamentos de transporte, frmas para oscorpos de prova, medidas de Segurana etc;

    c. Andaimes e cimbras;d. Frmas e moldes;e. Dobramento, transpasse e posio de

    armaduras;f. Previso de juntas;

    g. Previso de concretagem em tempo frio;h. Previso de concretagem em tempo quente;i. Previso de concretagem sob chuva.

    Durante a concretagem

    a. Preparo, transporte e lanamento do concreto;b. Adensamento do concreto;c. Juntas;d. Concretagem em tempo frio;e. Concretagem em tempo quente;f. Concretagem sob chuva.

    Posterior a concretagem

    a. Cura;b. Retirada de escoramento e desfrma;c. Flechas e contraflechas;d. Acabamento de superfcies;e. Transporte e colocao de peas pr-

    fabricadas;f. Previso das aes mecnicas durante a

    execuo;g. Reparao de defeitos superficiais.

    Tabela 5 Fases de controle de execuo (CNOVAS, 1988 p. 95)

    assim uma questo fundamental, um ponto de mxima importncia, a deque, de forma a se diminuir a possibilidade de deteriorao precoce daestrutura, se tenha, durante toda a fase de execuo da obra, a assistncia deum engenheiro tecnologista e se preste total obedincia s Normas, no que dizrespeito composio e confeco do concreto.

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    A limpeza inadequada dos equipamentos antes do uso para transporte doconcreto, pode provocar contaminaes ao mesmo, proporcionando queda daresistncia ou manchas.

    Durante o uso destes equipamentos no processo de concretagem deve-se

    tomar o cuidado de lav-los periodicamente com jatos de gua, a fim de evitara formao de pelculas de argamassa endurecida em sua superfcie. A guautilizada na lavagem no deve permanecer no interior do equipamento.

    http://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br/causas.htm

    http://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br/causas.htmhttp://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br/causas.htmhttp://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br/causas.htm