A RELAÇÃO ENTRE A ESCALA E O CUSTO MÉDIO POR ALUNO NO...

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FEAD-MINAS CENTRO DE GESTÃO EMPREENDEDORA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO MODALIDADE: PROFISSIONALIZANTE A RELAÇÃO ENTRE A ESCALA E O CUSTO MÉDIO POR ALUNO NO ENSINO SUPERIOR PRIVADO DE BELO HORIZONTE Carlos Alberto de Souza Belo Horizonte 2006

Transcript of A RELAÇÃO ENTRE A ESCALA E O CUSTO MÉDIO POR ALUNO NO...

FEAD-MINAS CENTRO DE GESTÃO EMPREENDEDORA

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

MODALIDADE: PROFISSIONALIZANTE

A RELAÇÃO ENTRE A ESCALA E O CUSTO MÉDIO POR ALUNO NO ENSINO SUPERIOR PRIVADO DE

BELO HORIZONTE

Carlos Alberto de Souza

Belo Horizonte 2006

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Carlos Alberto de Souza

A RELAÇÃO ENTRE A ESCALA E O CUSTO MÉDIO POR ALUNO NO ENSINO SUPERIOR PRIVADO DE

BELO HORIZONTE

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Administração: Modalidade Profissionalizante da FEAD - Minas – Centro de Gestão Empreendedora, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Administração.

Área de Concentração: Gestão Estratégica de Organizações

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Gontijo

Belo Horizonte FEAD-MINAS

2006

.

Aos meus parentes e à minha eterna Vanda.

AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo dom da vida.

Ao Prof. Amaro da Silva Junior, pelas palavras de motivação e de experiência por

quem já trilhou estes valorosos caminhos.

Aos companheiros da empresa e da docência a quem devo os momentos de

tensão e ausência.

Ao Paulo Lobato, supervisor geral da PUC Minas Barreiro, que auxiliou com

informações preciosas para o desenvolvimento do trabalho.

Ao Augusto, engenheiro da PUC Minas, pelas informações e conversas sobre

projetos, estruturas e afins, importantes para o desenvolvimento do trabalho.

À minha família, em especial minha mãe, que mesmo sem entender o que estava

acontecendo, deu-me força e palavras de incentivo para nunca abandonar o

sonho de me tornar uma pessoa melhor.

À Vanda Dalfior, que com carinho soube entender os momentos de ausência e

sempre me motivou a dar o melhor de mim.

Todo homem por natureza deseja conhecer.

Aristóteles, séc. IV aC.

RESUMO

Esta dissertação teve como principal objetivo verificar se existem economias de

escala na atividade privada de ensino superior tomando-se como base espacial o

Município de Belo Horizonte. Neste sentido desenvolveu-se uma pesquisa

bibliográfica e documental, projetando-se os custos médios por aluno a partir da

estrutura mínima da IESP, concluindo com a análise dos dados a partir de dois

efeitos: (a) o efeito-escala, pressupondo-se uma mesma estrutura organizacional,

e; (b) o organizacional, considerando-se a Faculdade, o Centro Universitário e a

Universidade. As conclusões do estudo indicam que com relação ao efeito-escala,

os valores dos custos médios por aluno apresentaram-se decrescentes a partir do

aumento da escala do estabelecimento, indicando a presença de economia de

escala. Quanto ao efeito organizacional percebeu-se que o custo médio por aluno

se elevou na ocasião da mudança estrutural entre Centro Universitário e

Universidade, entretanto demonstrando a sua redução quando se aumentou a

escala na Universidade, indicando, novamente, a presença de economia de

escala. Por fim, este trabalho evidenciou a possibilidade de se avaliar a relação

entre a escala e o custo médio por aluno de uma instituição de ensino superior de

cunho privado, de forma a produzir informações que possibilitem aos gestores

tomar decisões que resultem em um melhor aproveitamento dos recursos

disponíveis e em uma maior eficiência na alocação dos mesmos.

Palavras-chave: economias de escala, custo médio por aluno, instituição de

ensino superior privada.

ABSTRACT

The main purpose of this work was to verify if exists economies of scale in a

private activity of higher education taking Belo Horizonte as the city base. In this

direction, a bibliographical and a documentary research was developed projecting

the average costs per pupil from the minimum structure of a private institution for

higher education, concluding with the data analysis from two effects: (a) the scale

effect, presupposing the same organizational structure, and; (b) the organizational,

considering the College, the University Center and the University itself. The

conclusions of this study indicate that related to the scale effect, the values of the

average costs per pupil showed up a decrease from the increasing of the scale of

the institution, indicating the presence of a scale economy. Regarding the

organizational effect it was noticed that the average cost per pupil has raised at

the occasion of the structural change between the University Center and the

University, however demonstrating its reduction when the scale in the University

has increased, indicating, again, the presence of a scale economy. Finally, this

work evidenced the possibility of evaluating the relation between the scale and the

average cost per pupil from a private institution of higher education in a way to

generate information which enable the managers to take decisions that result in a

better utilization of the available resources and in a higher efficiency in the

allocation of them.

Keywords: scale economies, average cost per pupil, private institution for higher

education.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEDISI Associação das Empresas Industriais do Jatobá BID Banco Interamericano de Desenvolvimento BM Banco Mundial CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CES Câmara de Ensino Superior CI Conceito Insatisfatório CNE Conselho Nacional de Educação CRA Conselho Regional de Administração CRC Conselho Regional de Contabilidade CUB Custos Unitários Básicos DEAES Diretoria de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior DOU Diário Oficial da União FEAD Faculdade de Estudos Administrativos FHC Fernando Henrique Cardoso FMI Fundo Monetário Internacional FUMEC Fundação Mineira de Educação e Cultura IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IEC Instituto de Educação Continuada IES Instituição de Ensino Superior IESP Instituição de Ensino Superior Privada INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEC Ministério da Educação ONUDI Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial

PBH Prefeitura de Belo Horizonte PROEP Programa de Expansão da Educação Profissional PUC Pontifícia Universidade Católica SAAE Sindicato dos Auxiliares em Administração Escolar SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SESU Secretaria de Educação Superior SINDUSCON Sindicato da Indústria da Construção SINEPE Sindicato das Escolas Particulares SINPRO Sindicato dos Professores UNA Centro Universitário UNA UNESCO Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura

LISTA DOS GRÁFICOS

Gráfico 1

Evolução do número de IESP´s no Brasil, Minas Gerais e Belo

Horizonte – 2002-2003....................................................................... 15

Gráfico 2

Proporção da população por grandes grupos de idade (%) – Brasil

– 1980-2000....................................................................................... 19

Gráfico 3

Projeção da população – Brasil e Minas Gerais – 2000-

2003.................................................................................................... 20

Gráfico 4

Projeção da população – Belo Horizonte – 2000-

2003.................................................................................................... 20

Gráfico 5

Evolução da Ociosidade nas IESP – Brasil, Minas Gerais e Belo

Horizonte-2002-2003.......................................................................... 23

Gráfico 6

Número de alunos matriculados e custo médio por

aluno................................................................................................... 81

Gráfico 7

Gastos médios por aluno: Faculdade, Centro Universitário e

Universidade....................................................................................... 83

Gráfico 8

Total dos gastos por aluno – 1 turma de graduação e pós

graduação(Universidade)................................................................... 86

Gráfica 9

Gastos totais por aluno – representação por

ponto................................................................................................... 88

Gráfico 10

Gastos totais por aluno – representação por

colunas............................................................................................... 89

LISTA DAS FIGURAS

Figura 1 Tipos de Rendimentos por Escala........................................................ 30

Figura 2 Tópicos Metodológicos da Análise de Projetos Tradicional................. 38

Figura 3 Mapa Geográfico de Belo Horizonte, por Regiões Administrativas...... 43

Figura 4

Categorização das Regiões Administrativas segundo classes de

crescimento populacional – Belo Horizonte 1991 –

2000...................................................................................................... 45

Figura 5 Gastos Médios por Aluno x Número de Alunos -Faculdade, Centro Universitário e Universidade................................................................. 84

Figura 6

Custo Médio por aluno de 2 a 5 turmas – custo de oportunidade de

6,06%................................................................................................... 87

Figura 7

Custo Médio por aluno de 2 a 5 turmas – custo de oportunidade de

2,96, 6,06% e 15,5%............................................................................ 90

Figura 8

O Comportamento do custo médio por aluno por cada tipo de

organização.......................................................................................... 92

LISTA DAS TABELAS

Tabela 1 Número de Cursos de Graduação Presenciais por Categoria Administrativa – Brasil – 2003... 16

Tabela 2 Número de Cursos de Graduação Presenciais – Minas Gerais – 2003............................................................................................................................................

16

Tabela 3 Número de Cursos de Graduação Presenciais – Belo Horizonte – 2003................................... 17 Tabela 4 Evolução das matrículas no Ensino Superior (IES) no Brasil - 2003.......................................... 17

Tabela 5 Evolução das matrículas no Ensino Superior Privado (IESP) Minas Gerais.............................. 18

Tabela 6 Evolução das matrículas no Ensino Superior Privado (IESP) por turno - Belo Horizonte,...................................................................................................................................

18

Tabela 7 Divisão da população por situação de domicílio – Brasil – 1980 – 2000.................................... 21

Tabela 8 Vagas Oferecidas, Candidatos Inscritos, Ingressos e Ociosidade – Brasil, Minas Gerais e Belo Horizonte – 2000-2003.......................................................................................................

22

Tabela 9 Evolução do Número de Vagas nos Processos Seletivos, na Graduação Presencial, por Categoria Administrativa–Brasil-1993-2003...............................................................................

24

Tabela 10 Posição ocupada pelos 100 maiores municípios em relação ao Produto Interno Bruto nacional e participações percentuais relativa e acumulada – Municípios e Estados selecionados– 2002....................................................................................................................

27 Tabela 11 Distribuição da população residente segundo sexo, faixa etária e região administrativa –

Belo Horizonte 1996...................................................................................................................

44

Tabela 12 Média dos valores do metro quadrado para bairros de referência de cada regional................. 46

Tabela 13 Características principais dos cursos a serem implantados na IESP. ....................................... 51

Tabela 14 Rentabilidade do PL das 500 maiores empresas não financeiras Brasil – 1994-2004.............. 55

Tabela 15 Taxa Selic e Inflação – Brasil – 1995-2004................................................................................ 55

Tabela 16 Taxas Internacionais de Juros – 1995-2004.............................................................................. 56

Tabela 17 Cálculo do efeito da inadimplência no Capital Circulante.......................................................... 57

Tabela 18 Número máximo de postos de trabalho por tipo de organização............................................... 59

Tabela 19 Parâmetros por posto de trabalho / em M2................................................................................. 60

Tabela 20 Os vários espaços da Escola..................................................................................................... 61

Tabela 21 Percentual médio das áreas dos tipos de ambiente................................................................... 62

Tabela 22 Projeção dos bebedouros e banheiros ...................................................................................... 62

Tabela 23 Taxas de depreciação linear – em % ........................................................................................ 65

Tabela 24 Total dos Investimentos acumulados em 25 anos...................................................................... 67

Tabela 25 Despesas por aluno/ano – em 25 anos...................................................................................... 68

Tabela 26 Plano de Contas – Contas de Resultado................................................................................... 70-71

Tabela 27 Valor de Salário Aula Base vigente entre 01/02/2005 e 31/01/2006.......................................... 72

Tabela 28 Detalhamento dos encargos sociais........................................................................................... 74

Tabela 29 Gastos com Pessoal Direto (professores) e Indireto (técnicos e administrativos) acumulados em 25 anos.................................................................................................................................

74

Tabela 30 Gastos por aluno/ano com Pessoal Direto (professores) e Indireto (técnicos e administrativos............................................................................................................................

76

Tabela 31 Gastos de cunho administrativo, material, financeiro e tributário acumulados em 25 anos............................................................................................................................................

77

Tabela 32 Gastos por aluno/ano de cunho administrativo, material, financeiro e tributário........................ 79

Tabela 33 Gastos totais alunos matriculados e custo por aluno ao final dos 25 anos................................ 80

Tabela 34 Gasto médio por aluno – variando-se o número de alunos e turma por curso...........................................................................................................................................

82

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 13 1.1. Justificativa e Problema................................................................................................ 13 1.2. Objetivos....................................................................................................................... 28 1.2.1. Objetivo Geral............................................................................................... 28 1.2.2. Objetivos Específicos.................................................................................... 28 2. RERENCIAL TEÓRICO......................................................................................................... 28 3. METODOLOGIA DA PESQUISA.......................................................................................... 34 3.1. Avaliação de projetos................................................................................................... 36 3.2. A localização e dependência em relação aos custos................................................... 41 3.3. Perfil e características da Região Administrativa do Barreiro...................................... 47 4. ÁREAS DE ATUAÇÃO E CURSOS DE GRADUAÇÃO OFERECIDOS.................... 49 4.1. A estruturação dos cursos............................................................................................ 50 4.2. Determinação dos custos - os quadros financeiros...................................................... 51 4.2.1. Quadro de investimento................................................................................ 51 4.2.1.1. A projeção do custo de oportunidade de capital.......................................... 53 4.2.1.2. O Capital Circulante...................................................................................... 56 4.2.1.3. A determinação da “quantidade de espaço” necessário.............................. 58 4.2.1.4. O Horizonte do projeto e a projeção dos investimentos da IESP................. 62 4.2.1.5. Cálculo dos custos médios por aluno da IESP............................................. 63 4.2.1.6. Tratamento da depreciação.......................................................................... 64 4.2.1.7. Total dos investimentos................................................................................ 65 4.2.2. A projeção dos custos e despesas operacionais da IESP............................ 69 4.2.2.1. Projeção dos custos de Mão de obra(Gastos com Pessoal)........................ 71

4.2.2.2. Projeção das despesas administrativas, materiais, tributárias e de cobrança....................................................................................................... 77

5. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE............................................................................................. 85 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................. 91 7. REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 94 8. ANEXOS ..................................................................................................................... 103

1. INTRODUÇÃO

“É importante que se produza informações úteis e consistentes com a

filosofia da empresa, particularmente

quanto à sua estrutura.”

Eliseu Martins, 2003.

1.1. Justificativa e Problema

A partir do governo Fernando Henrique Cardoso, o ensino superior brasileiro

experimentou acelerado processo de massificação, assentado na vertiginosa

expansão da rede privada. Tal fato pode ser confirmado através dos dados do

MEC: assim, enquanto em 1993 existiam 439.801 estudantes ingressantes na

educação em nível de graduação no Brasil, em 2003 esse número havia atingido

1.262.954 alunos, o que representa um crescimento de 187% em onze anos,

período em que, estima-se, foram abertas, em média, três instituições de ensino

superior privadas (IESP’s) por semana.

A natureza desordenada deste processo de crescimento e o conseqüente

comprometimento da qualidade do ensino vêm sendo alvo de duras críticas (Ruiz,

2004, p.21), em que pese a escassez de estudos sobre as organizações de

ensino superior, sejam elas de natureza pública ou privada, em seus aspectos

econômicos e organizacionais. De fato, trata-se de um problema complexo, que

demanda análise acurada, para se chegar a soluções que não sejam precárias,

considerando que a IESP está inserida num entorno social e necessita possuir as

estruturas administrativa e acadêmica a fim de prestar um bom serviço de

educação e formação.

Ainda, segundo Lima (2005, p.84), no contexto mundial, as estruturas e sistemas

de educação superior passaram por novas reformas a partir de 1980, em

decorrência da globalização econômica e dos seus fortes impactos nos demais

setores, dentre eles a educação.

Desta forma, é correto afirmar que o setor educacional sofre os efeitos das

mudanças econômicas, políticas e culturais operadas no âmbito do capitalismo,

(Lima, 2005, p. 84, e Ferretti, apud Carvalho, 2004, p. 15). Dentre os impactos

observados, destaca-se a desregulamentação dos mercados, que está

acarretando acirrada concorrência entre os agentes econômicos, com a

conseqüente fusão de empresas monopolistas e oligopolistas e a saída do

mercado daquelas que não conseguirem sobreviver.

Dentro deste contexto, a educação vem sendo encarada como uma das mais

promissoras áreas de mercado deste século (Kotler e Fox, 1994 apud Fiúza,

2004, p.16). De ato meramente pedagógico, como era vista no passado, a

educação tornou-se um negócio altamente rentável, com grandes perspectivas de

crescimento.

A partir deste cenário e sob a óptica de desempenho e conduta das IES, pode-se

afirmar que a atual estrutura de concorrência do ensino superior brasileiro,

analisada pelo lado da oferta de serviços e produtos de ensino superior, revela

dois segmentos diferenciados: 1

��Um segmento caracterizado pela geração de serviços e produtos de

excelência (qualidade de ensino e produção científica teórica e aplicada),

mas com baixo nível de mobilização de investimentos e ampliação de

oferta compatível com o nível de qualidade que apresentam. Este

segmento é, na sua quase totalidade, ocupado pelas denominadas

Universidades Públicas (Federais e Estaduais), concentrando-se

principalmente nas regiões sudeste e sul do país.

��Outro segmento caracterizado por um amplo espectro de instituições

apresentando um desempenho de qualidade baixa na produção científica e

aplicada, e entre média e boa de ensino – com raras constatações de

instituições em nível de excelência neste requisito. Este sub-setor é

predominantemente ocupado por instituições privadas de ensino superior2

e instituições públicas municipais. Neste segmento, constata-se um alto

nível de mobilização de investimentos, principalmente para implantação

(entrada) de novas instituições e ampliação e/ou diversificação de unidades

de ensino existentes. Outra característica típica deste segmento se refere a 1 Esta subdivisão e qualificação dos segmentos se fundamenta nos procedimentos normativos de Avaliação da Educação Superior-Provão- ( Portarias 249,256-M.E.C.) 2 Adota-se ao longo do trabalho uma única terminologia, pela sigla IESP, referindo-se às diferentes entidades mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, e, que quanto à sua organização acadêmica podem ser classificadas em Universidades, Centros Universitários , Faculdades Integradas, Faculdades , Institutos Superiores ou Escolas Superiores ( Conf. Decr.2306 de 19/08/97-D.O .U. 20/08/97).

que geralmente as instituições do mesmo atuam em bases locais e

regionais, procurando atingir específicas áreas de mercado.

Atualmente, conforme afirmado anteriormente, torna-se evidente o alto nível de

turbulência por que passa este último segmento, como efeito do redirecionamento

das políticas públicas brasileiras, que têm priorizado a expansão da rede privada,

em detrimento da pública (M.E.C./I.N.E.P, 1998;1999;2000).

Confirmando este cenário, pode-se perceber, conforme registra o Gráfico 1, que o

número de IESP’s no Brasil cresceu 64,5% em apenas quatro anos, passando de

1.004 instituições em 2000 para 1.652 em 2003. No caso de Minas Gerais, o

aumento foi da ordem de 105,1%, com o número de instituições passando de 118

para 242 no mesmo período, enquanto em Belo Horizonte ocorreu um

crescimento de 46,7%, passando de 75 instituições em 2000 para 110 instituições

em 2003. Este crescimento é fruto da liberalização do mercado de ensino

superior, onde novos empreendedores entraram no segmento, acirrando a

concorrência entre as IESP’s, que começaram a enfrentar a dura realidade

mercadológica de disputar clientes.

Gráfico 1 Evolução do Número de IESP’s

Brasil, Minas Gerais e Belo Horizonte 2000-2003

1.004

1.208

1.4421.652

118 142 185 242

75 83 94 110

-

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

1.800

2000 2001 2002 2003 2000 2001 2002 2003 2000 2001 2002 2003

Fonte: MEC/INEP/Deaes , 2003

Brasil

Minas Gerais

Belo Horizonte

46,67%

105,08%

64,54%

Já o Censo do INEP de 2003 (Tabela 1) registrou um total de 16.453 cursos de

graduação presenciais no país. Em sintonia com o número de instituições, estes

cursos são predominantemente oferecidos pelo setor privado (10.791 cursos). O

aumento do número de cursos presenciais de graduação no setor privado foi de

100,4%, entre 1999 e 2003, com concentração nas áreas de Ciências Sociais

Aplicadas e Ciências Humanas, destacando-se Direito e Administração ( Franco,

1994, p. 231-232 e INEP, 2003). A principal motivação para isso é o baixo custo

de criação e manutenção destes cursos, assim como a elevada procura, derivada,

entre outros fatores, do crescimento do número de concluintes do ensino médio e

a incorporação de novos públicos até então sem acesso ao ensino superior

(INEP, 2003).

Tabela 1 Número de Cursos de Graduação Presenciais por

Categoria Administrativa Brasil, 2003

Categoria Administrativa

Número de Cursos %

Federal 2.392 15 Estadual 2.788 17 Municipal 482 3 Privada 10.791 66 Total 16.453 100

Fonte: MEC/INEP/Deaes , 2003.

Em Minas Gerais, o número de cursos oferecidos pelas IESP’s passou de 974 em

2000 para 1.726 em 2003 (INEP, 2003), o que representa um acréscimo de

77,2%, em quatro anos (Tabela 2).

Tabela 2 Número de Cursos de Graduação Presenciais

Minas Gerais, 2003 Anos Número de Cursos 2000 974 2001 1.107 2002 1.412 2003 1.726

Fonte: MEC/INEP/Deaes , 2003, adaptado pelo autor

Já em Belo Horizonte, o número de cursos oferecidos pelas IESP’s passou de

111 em 2000 para 193 em 2003 (INEP, 2003), o que representa um acréscimo de

73,8%, em quatro anos (Tabela 3).

Tabela 3

Número de Cursos de Graduação Presenciais Belo Horizonte, 2003

Anos Número de Cursos 2000 111 2001 129 2002 154 2003 193

Fonte: MEC/INEP/Deaes , 2003, adaptado pelo autor

Quanto ao número de matrículas, o seu crescimento acumulado no ensino

superior privado brasileiro foi de somente 15% entre 1985 e 1989 e de 1% no

período de 1990 a 1994. Em contrapartida, foi de 45% no período de 1995 a 1999

e de 52% entre 2000 e 2003, atingindo 2.750.652 neste último ano, quando se

matricularam nas instituições públicas somente 1.137.119 alunos, representando

29% do total (Tabela 4).

Tabela 4

Evolução das matrículas no Ensino Superior (IES) Brasil, 2003

Ano Privadas P ú b l i c a s T o t a l

1985 810.929 556.680 1.367.609

1986 840.564 577.632 1.418.196

1987 885.590 584.965 1.470.555

1988 918.209 585.351 1.503.560

1989 934.490 584.414 1.518.904

1990 961.455 578.625 1.540.080

1991 959.320 605.736 1.565.056

1992 906.126 629.662 1.535.788

1993 941.152 653.516 1.594.668

1994 970.584 690.450 1.661.034

1995 1.059.163 700.540 1.759.703

1996 1.133.102 735.427 1.868.529

1997 1.186.433 759.182 1.945.615

1998 1.321.229 804.729 2.125.958

1999 1.537.923 832.022 2.369.945

2000 1.807.219 887.026 2.694.245

2001 2.091.529 939.225 3.030.754

2002 2.428.258 1.051.655 3.479.913

2003 2.750.652 1.137.119 3.887.771 Fonte: MEC/INEP/Deaes, 2003

Já em Minas Gerais, conforme Tabela 5, o número de matrículas no ensino

superior privado demonstrou um crescimento da ordem de 86,3%, entre os anos

de 2000 e 2003, saindo de 154.201 para 287.250 alunos matriculados em apenas

4 anos, demonstrando um crescimento maior do que a média nacional. Entretanto

nas Instituições Públicas percebe-se que as matrículas tiveram uma pequena

retração de (0,88%), no mesmo período analisado, passando de 85.255 em 2000

para 84.502 em 2003.

Tabela 5 Evolução das matrículas no Ensino Superior Privado (IESP)

Minas Gerais, 2003

Ano Privada Pública T o t a l

2000 154.201 85.255 239.456

2001 180.693 88.326 269.019

2002 221.860 85.035 306.895

2003 287.250 84.502 371.752

Evolução(2000 – 2003) 86,28% (0,88%) 55,25% Fonte: MEC/INEP/Deaes, 2003, adaptado pelo autor

No caso de Belo Horizonte, percebe-se, pela leitura da Tabela 6, que o número de

matrículas nas IESP’s cresceu 64% entre 2.000 e 2003, ano em que se atingiu

81.331 alunos.

Tabela 6

Evolução das matrículas no Ensino Superior Privado (IESP), por turno

Belo Horizonte, 2003

Ano Turno Dia Turno Noite T o t a l

2000 21.633 27.958 49.591

2001 25.749 32.913 58.662

2002 30.468 38.091 68.559

2003 35.264 46.067 81.331

Evolução(2000 – 2003) 63,01% 64,77% 64,00% Fonte: MEC/INEP/Deaes, 2003, adaptado pelo autor

Desta forma, ao que tudo indica, o rápido processo de crescimento do ensino

superior brasileiro iniciado durante o governo Fernando Henrique Cardoso,

fundamentado na expansão da rede privada, deverá sofrer expressiva

desaceleração, em que pese o crescimento populacional, devido ao estreitamento

do mercado resultante do esgotamento do estoque de candidatos que não haviam

passado em exame vestibular em condições de cursar o terceiro grau.

Para começar, apesar de expressivo, o crescimento populacional tem se dado a

um ritmo menos rápido do que a expansão da oferta de vagas. Conforme

salientado por Woiler e Mathias (1996), a taxa de crescimento da população,

acompanhada da composição das faixas etárias e o grau de urbanização,

representam fatores dos mais importantes na análise de mercado educacional. De

acordo com os dados divulgados pelo IBGE, a população em idade de freqüentar

a Universidade (entre 15 e 64 anos) tem crescido sem interrupção (Gráfico 2).

Gráfico 2 Proporção da população por grandes grupos de idade(%)

- Brasil, 1980-2000

38,234,72

31,54 29,6

57,6860,45 62,85 64,55

4,01 4,83 5,35 5,850

10

20

30

40

50

60

70

0-14 anos15-64 anos65 e mais

Fonte: IBGE (2005)

Para completar a informação, é importante apresentar a projeção da população

entre os anos 2000-2003. Percebe-se, conforme retrata o gráfico 3, um

crescimento populacional da ordem de 4,5% em nível Brasil, e de 4,0 %, em

Minas Gerais, durante o período pesquisado.

1980 1990 1996 2000

Gráfico 3

Projeção da População Brasil e Minas Gerais, 2000-2003

-

50.000.000

100.000.000

150.000.000

200.000.000

Brasil Minas Gerais

2.000 2.001 2.002 2.003

Fonte: IBGE (2005)

Já para a cidade de Belo Horizonte, conforme o gráfico 4, o crescimento da

população alcançou o patamar de 3,01%, entre os anos de 2000-2003, ficando,

pois, um pouco abaixo da evolução do país e de Minas Gerais.

Gráfico 4

Projeção da População Belo Horizonte, 2000-2003

-

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

Belo Horizonte

2.000

2.001

2.002

2.003

Fonte: IBGE (2005) (*) Valores estimados para os anos de 2001, 20002 e 2003

4,5%

4,0%

3,01%

Acompanhar a evolução da população é de suma importância, entretanto, é ainda

de grande valia salientar que, a partir dos dados do IBGE, juntamente com a

evolução da população, deve-se perceber uma maior concentração desta na área

urbana, representando, em 2000, 81,25% da população em nível Brasil (tabela 7).

Analisando a mesma informação enquanto Minas Gerais, o índice de urbanização

da população cresceu desde a década de 80, alcançando o patamar de 82%, em

2000; já na Cidade de Belo Horizonte, tem-se o grau de urbanização máximo em

2000, quando os dados do IBGE (tabela 7) demonstram 100% da população na

área urbana. Esta maior concentração da população na área urbana contribui

para o aumento do público alvo das IESP’s, tornando o segmento ainda mais

atrativo.

Tabela 7 Divisão da população por situação de domicílio

Brasil, 1980 – 2000

Ano Brasil, Unidade da Federação e Município

Situação do domicílio

1980 % 1991 % 1996 % 2000 %

Total 119.011.052 100,00% 146.825.475 100,00% 157.070.163 100,00% 169.799.170 100,00%

Urbana 80.437.327 67,59% 110.990.990 75,59% 123.076.831 78,36% 137.953.959 81,25% Brasil

Rural 38.573.725 32,41% 35.834.485 24,41% 33.993.332 21,64% 31.845.211 18,75%

Total 13.380.105 100,00% 15.743.152 100,00% 16.672.613 100,00% 17.891.494 100,00%

Urbana 8.983.371 67,14% 11.786.893 74,87% 13.073.852 78,42% 14.671.828 82,00% Minas Gerais

Rural 4.396.734 32,86% 3.956.259 25,13% 3.598.761 21,58% 3.219.666 18,00%

Total 1.780.839 100,00% 2.020.161 100,00% 2.091.371 100,00% 2.238.526 100,00%

Urbana 1.775.073 99,68% 2.013.257 99,66% 2.080.068 99,46% 2.238.526 100,00% Belo

Horizonte - MG

Rural 5.766 0,32% 6.904 0,34% 11.303 0,54% 0 0,00%

Fonte: IBGE (2005)

Agora, analisando a evolução do número de vagas, de ingressos e da ociosidade,

percebe-se, em nível Brasil, um crescimento de 50% do número de ingressos no

período 2000-2003, tendo o mesmo saltado de 664.474 para 995.873; em

contrapartida, o número de vagas cresceu 77% no mesmo período, passando de

970.655 para 1.721.520. No caso de Minas Gerais, observa-se que o crescimento

do número de ingressos foi de 110% no período 2000-2003, tendo o mesmo

saltado de 54.515 para 114.602; em contrapartida, o número de vagas cresceu

148% no mesmo período, passando de 63.141 para 156.749. Essa diferença

entre a variação da demanda e variação da oferta demonstra a nova realidade do

ensino superior privado em Minas Gerais, onde a evolução do número de

ingressos não está acompanhando a evolução da oferta de novas vagas,

causando um acirramento da concorrência e a necessidade da administração das

IESP’s voltar sua atenção para o gerenciamento da sua estrutura frente ao

aumento da ociosidade (Tabela 8).

A mesma tendência se confirma no caso de analisar Belo Horizonte, pois o

crescimento da oferta foi de 105,0% entre 2000 e 2003, tendo o número de vagas

passado de 18.077 para 37.065 no período; já o número de ingressos cresceu

apenas 78,3%, confirmando, assim, que a evolução da demanda por serviços

educacionais de nível superior na Capital Mineira não está acompanhando a

evolução do número de vagas ofertadas nas IESP’s.

Tabela 8 Vagas Oferecidas, Candidatos Inscritos, Ingressos e Ociosidade

Brasil, Minas Gerais e Belo Horizonte, 2000-2003

Brasil Ano Vagas Ingressos Ociosidade 2003 1.721.520 995.873 725.647 42% 2002 1.477.733 924.649 553.084 37% 2001 1.151.994 792.069 359.925 31% 2000 970.655 664.474 306.181 32%

Minas Gerais Ano Vagas Ingressos Ociosidade 2003 156.749 114.602 42.147 27% 2002 120.730 96.749 23.981 20% 2001 79.324 69.672 9.652 12% 2000 63.141 54.515 8.626 14%

Belo Horizonte Ano Vagas Ingressos Ociosidade 2003 37.065 30.939 6.126 17% 2002 29.857 25.926 3.931 13% 2001 23.432 22.119 1.313 6% 2000 18.077 17.355 722 4%

Evolução 2000 - 2003

105,04% 78,27% 748,48%

Fonte:Deaes/INEP/MEC, 2003

Assim, conforme se depreende da análise da Tabela 8, o nível de ociosidade no

País, definido como a diferença entre as vagas oferecidas por todos os processos

seletivos e o número de ingressos nas IESP’s, apresentou um crescimento

considerável nos últimos anos, passando de 32% em 2000 para 42%, em 2003.

Em Minas Gerais a taxa de ociosidade quase que dobrou no mesmo período,

passando de 14% para 27%, de modo que 42.147 vagas não foram preenchidas

em 2003. Quanto a Belo Horizonte, a taxa de ociosidade saltou de 4% em 2000

para 17% em 2003, quando 6.126 vagas ficaram sem ser preenchidas (ver gráfico

5).

Gráfico 5 Evolução da Ociosidade nas IESP’s

Brasil, Minas Gerais e Belo Horizonte, 2003

Fonte: Adaptado - MEC/INEP/Deaes, 2003

Como se não bastasse, a análise da evolução do número de vagas nos processos

seletivos, representada na Tabela 9, demonstra que em 1993 as IESP’s ofereciam

69% do total das vagas, havendo nos anos seguintes um crescimento contínuo e

acentuado, passando a oferecer 86% do total das vagas disponibilizadas em

2003. Através de uma leitura atenta, ainda na Tabela 9, percebe-se que o

crescimento da participação na oferta de vagas nas IESP’s teve como

contrapartida a redução da oferta pelas Instituições Públicas, registrando, de 2002

para 2003, um decréscimo de 4,8% das vagas ofertadas, que saltaram de

295.354 em 2002 para 281.163, em 2003. Para não ficar na análise apenas

destes dois anos é importante destacar que o crescimento do número de vagas

nas IESP’s entre 1993-2003 foi da ordem de 357%, passando de 377.051 vagas

em 1993, para 1.721.520, em 2003; enquanto que nas IES Públicas, o

crescimento do número de vagas foi de 64%, passando de 171.627 vagas e,

1993, para 281.163 vagas, em 2003 (veja-se a Tabela 9).

4%6%

13%17%

32% 31%

37%

42%

12%14%

20%

27%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

2000 2001 2002 2003

Brasil Minas BH

Tabela 9

Evolução do Número de Vagas nos Processos Seletivos, na Graduação Presencial, por Categoria Administrativa

Brasil, 1993-2003.

Participação Ano Total Pública Privada Pública Privada

1993 548.678 171.627 377.051 31% 69%1994 574.135 177.453 396.682 31% 69%1995 610.355 178.145 432.210 29% 71%1996 634.236 183.513 450.723 29% 71%1997 699.198 193.821 505.377 28% 72%1998 803.919 214.241 589.678 27% 73%1999 969.159 228.236 740.923 24% 76%2000 1.216.287 245.632 970.655 20% 80%2001 1.408.492 256.498 1.151.994 18% 82%2002 1.773.087 295.354 1.477.733 17% 83%2003 2.002.683 281.163 1.721.520 14% 86%

Variação entre 2002 - 2003 12,9% -4,8% 16,5% Fonte:Deaes/INEP/MEC, 2003

Em face desta nova realidade, a evolução da relação candidato/vaga, nos

processos seletivos, por categoria administrativa, no período de 1993-2003 indica

que, enquanto nas Instituições Públicas houve um aumento considerável,

passando de 6,6 candidatos/vaga em 1993 para 8,4 em 2003, nas Instituições

Privadas, por outro lado, houve uma queda ao longo da década, passando de 2,4

em 1993 para 1,5 em 2003.

Pode-se perceber, então, que a expansão da rede privada de ensino superior no

Brasil no período recente, inclusive em Minas Gerais e em Belo Horizonte, com o

conseqüente aumento da oferta de cursos e vagas, deu-se de forma mais rápida

que o crescimento da demanda e, portanto, o não preenchimento integral das

vagas, caracterizando uma nova realidade do segmento educacional superior

privado, que enfrenta um processo de esgotamento do mercado, onde as vagas

oferecidas não preenchidas trazem consigo uma elevação no nível de ociosidade,

com a oferta ultrapassando a demanda.

Como se não bastasse, Braga (2005, p.3) afirma que já está longe o tempo em

que os concorrentes de uma escola eram apenas as outras escolas situadas na

mesma região. Hoje as instituições de ensino começam a enfrentar a

concorrência de diversos novos entrantes, entre eles estão: o ensino a distância;

os cursos livres (universidades abertas), as instituições de ensino corporativas

(universidades corporativas), as instituições de ensino setoriais (universidades

setoriais) e as instituições de intermediação. Desta forma, atualmente o setor de

ensino no Brasil está sendo confrontado por uma ampla gama de desafios

competitivos, entre eles: (i) o crescimento da capacidade instalada e do número

de vagas é muito maior do que o da demanda; (ii) a expansão do setor não foi

planejada, há excesso de IES em determinadas regiões; (iii) o crescimento da

concorrência levou a relação ingresso/vaga despencar nas IES privadas, gerando

um excesso de vagas ociosas; (iiii) o crescimento da renda per capita da

população brasileira não acompanhou o aumento das mensalidades; e (iiiii)

grandes instituições de ensino esgotaram sua capacidade de crescimento em seu

local de origem e agora, buscam uma expansão para todo o território nacional

(Braga, 2005).

Desta forma, ao se depararem com um ambiente de forte competição, as IESP’s

necessitam de fatores diferenciadores em sua oferta para superar os

concorrentes. O sucesso então, passa a depender da identificação e reforço das

habilidades da empresa nesse mercado, estabelecendo-se uma vantagem

competitiva, por meio de estratégias que contribuam para a manutenção e

sobrevivência do negócio.

Sendo assim, no setor educacional, o conceito de competitividade vem se

transformando a cada ano e adquirindo nuances inéditas; a situação de

esgotamento de mercado e sua conseqüente saturação significa que a

despreocupação das IESP’s com os custos e preços dos serviços educacionais é

coisa do passado e o acirramento da concorrência entre as mesmas passou a

impor, de forma crescente, a preocupação com políticas e diretrizes de

administração e redução dos custos.

Segundo Tavares (2005, p. 290-291) e Oliveira (2004, p. 198) o confronto entre a

realidade externa e a interna do negócio deve permitir que a organização defina

uma estratégia que considera mais adequada ao seu estágio de crescimento e

proporcione um posicionamento competitivo adequado. Entre as estratégias mais

usuais relacionadas ao seu estágio de crescimento estão: (i) estratégia de

sobrevivência, (ii) de crescimento; (iii) de manutenção, e; (iiii) de desenvolvimento.

Estando porém as IESP’s inseridas na iminência da situação de sobrevivência,

destaca-se dentre as principais opções disponíveis para uma empresa que deseja

adotar a estratégia de sobrevivência: (i) introdução de inovações tecnológicas; (ii)

racionalização de processos, com o corte de pessoal e despesas operacionais; e

(iii) ampliação da escala produtiva, caso prevaleçam economias de escala que

permitam diminuir os custos com a ampliação das dimensões da empresa. No

entanto, a formulação da estratégia mais adequada depende, entre outros fatores,

do conhecimento da realidade dos estabelecimentos de ensino, tanto no nível

externo ou mercadológico, quanto do nível interno ou estrutural, ou seja, para se

determinar a estratégia a ser adotada é necessário um estudo sobre a situação do

mercado do ensino superior privado no Brasil e além deste, um profundo

conhecimento da estrutura das organizações, sua necessidade de gastos e o

nível de ociosidade frente ao investimento nas instalações. Entretanto, no Brasil,

não existem estudos sobre este assunto neste segmento específico, fato que

pode se confirmado por Cruz, Dias e Luque (2004, p.45), quando diz:

“no Brasil, a discussão acerca das características de custos/produção nas universidades é bastante incipiente (...) não há registro de publicações recentes relacionadas à estimações de funções de custo e mesmo à avaliação da existência de economias de escala e de escopo em instituições de ensino superior.”

Diante desta necessidade, estabeleceu-se o propósito desta pesquisa, que

consiste em investigar a relação entre a escala e o custo médio por aluno em

Instituições de ensino superior de cunho privado em Belo Horizonte; ou seja,

verificar como se comportam os custos médios unitários em relação às dimensões

(escala) do estabelecimento, considerando que, no Brasil, a Faculdade é diferente

do Centro Universitário em função da sua escala e que a Universidade pode ser

considerada uma Faculdade multi-curso, pluridisciplinar, de formação de quadros

profissionais de nível superior, que desenvolve atividades regulares de ensino,

pesquisa e extensão. Além disso também é importante destacar que a escolha

por esta organização acadêmica (Faculdade, Centro Universitário e

Universidade), se deu em função do que foi estabelecido na 2ª versão da

Proposta de Reforma do Ensino Superior, que estabelece as normas gerais da

educação superior, e no seu Art. 15 propõe que as Instituições de educação

superior, quanto à sua organização e prerrogativas acadêmicas, poderão ser

classificadas como: (i) Faculdade; (ii) Centro Universitário; ou, (iii) Universidade.

Também é primordial voltar a atenção para Belo Horizonte, buscando justificar o

por quê de sua escolha neste trabalho. Neste sentido, é importante destacar que,

conforme dados do IBGE, a cidade ocupa o quinto lugar na classificação dos 100

maiores municípios em relação ao Produto Interno Bruto Nacional (tabela 10),

posição de destaque e que a torna uma cidade em franco desenvolvimento

econômico, sendo, pois uma produtora e consumidora de produtos e serviços das

mais variadas naturezas, sobretudo a educação superior. Como se não bastasse,

a decisão em realizar esta pesquisa também levou o pesquisador a escolher,

entre várias áreas, aquela que lhe fosse mais conveniente, haja vista o fato do

mesmo trabalhar como docente na área de administração e contabilidade de

IESP’s, tendo, pois, facilidade em operacionalizar a pesquisa nesta cidade, em

virtude da disponibilidade de acesso aos dados.

Tabela 10 Posição ocupada pelos 100 maiores municípios em relação ao Produto Interno Bruto e

participações percentuais relativa e acumulada Municípios e Estados Selecionados – 2002.

Participação percentual Municípios e respectivas Unidades da Federação

Posição ocupada

Produto Interno Bruto a preços de

mercado (1 000 R$)

Relativa Acumulada

São Paulo/SP 1º 140 066 059 10,41 10,41 Rio de Janeiro/RJ 2º 62 862 104 4,67 15,08 Brasília/DF 3º 35 672 414 2,65 17,73 Manaus/AM 4º 20 355 938 1,51 19,24 Belo Horizonte/MG 5º 18 622 989 1,38 20,62 Duque de Caxias/RJ 6º 14 066 468 1,05 21,67

Fonte: IBGE (2005), adaptada pelo autor.

Este estudo divide-se em 6 partes. No capítulo 2 apresenta-se o marco teórico da

dissertação, discutindo-se, dentre outros, o conceito de economia de escala. No

capítulo 3 explicita-se a metodologia utilizada. Já no capítulo 4 realiza-se a

pesquisa propriamente dita, onde são definidas e demonstradas as áreas de

atuação e cursos de graduação oferecidos, as estruturas mínimas de uma IESP e

elaboradas as projeções dos investimentos, custos e despesas. No capítulo 5 são

realizados testes de sensibilidade, analisando-se os resultados obtidos. No

capítulo 6 são tecidas as conclusões e considerações finais, buscando responder

aos objetivos e questões inicialmente levantadas.

1.2. Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar se existem economias de escala na atividade privada de ensino superior

tomando-se como base espacial o Município de Belo Horizonte.

1.2.2. Objetivos Específicos

1.2.2.1 Identificar a estrutura mínima necessária para o credenciamento de uma

Instituição de Ensino Superior de cunho Privado como Faculdade, Centro

Universitário e Universidade no Município de Belo Horizonte.

1.2.2.2 Determinar o custo médio por aluno considerando a estrutura mínima de

uma Instituição de Ensino Superior de cunho Privado como Faculdade, Centro

Universitário e Universidade no Município de Belo Horizonte.

1.2.2.3 Relacionar o custo médio por aluno à escala da Instituição de Ensino

Superior de cunho Privado como Faculdade, Centro Universitário e Universidade

no Município de Belo Horizonte.

2. RERENCIAL TEÓRICO

Adam Smith (1996, p. 65-80), em sua célebre obra “A Riqueza das Nações”

afirma que “o maior aprimoramento das forças produtivas do trabalho, e a maior

parte da habilidade, destreza e bom senso com os quais o trabalho é em toda

parte dirigido ou executado, parecem ter sido resultados da divisão do trabalho”.

Desta forma, portanto, ele propõe que é possível, através da divisão do trabalho,

aumentar a produtividade do trabalho, incrementando o número de unidades

produzidas sem aumento da força de trabalho, contudo, cabe ressalvar que a

divisão do trabalho somente é possível com a ocorrência ou existência de escala.

Originou-se aí a idéia de rendimento de escala.

Marshall (1982, v. 1, p. 229), por sua vez, contribui para com a teoria dividindo as

economias que se derivam de um aumento da escala de produção em duas

classes: (i) economias externas, correspondendo àquelas que dependem do

desenvolvimento geral da indústria, onde se destacam a própria população, a

riqueza social e a aglomeração das indústrias em determinadas localidades; e (ii)

economias internas, correspondendo àquelas que dependem dos recursos das

empresas que a ela se dedicam individualmente, da organização e eficiência da

administração das mesmas, originando-se, principalmente, da ampliação da

divisão do trabalho, da mecanização crescente do processo produtivo; da

economia de mão-de-obra, de máquinas e de insumos; da concentração da alta

direção da empresa nas questões mais relevantes ao sucesso do

empreendimento; entre outros. Woiler e Mathias (1996), também compartilham da

afirmação de que as economias de escala podem aparecer em virtude de: i) maior

divisão e especialização do trabalho e menor custo unitário na aquisição e

transporte de matéria-prima ou outros insumos que são feitos em grandes

quantidades ou volume, dado o melhor acesso ao mercado de capital das grades

empresas; ii) do uso de tecnologia mais avançada, sobretudo no processo

produtivo e obtenção de melhor utilização de equipamentos indivisíveis e, iii)

menores perdas, maior padronização, melhor uso dos subprodutos.

Ainda Marshall (1982, v. 1, p. 268), corroborando com Pindyck e Rubinfeld (2002)

apresenta os diferentes tipos de rendimentos de escala, onde conta: (i)

rendimentos crescentes por escala, onde a produção, em unidades, cresce mais

que o dobro quando se dobram todos os insumos, ou seja, o nível de produção

aumenta relativamente ao insumo; logo, o custo variável e o custo total caem

relativamente à produção; (ii) rendimentos decrescentes de escala, representando

a situação em que a produção aumenta em menos do que o dobro quando se

dobram todos os insumos, ou seja, o nível de produção diminui relativamente aos

gastos com insumos; logo, o custo total aumenta relativamente à produção; e (iii)

rendimentos constantes de escala, onde a produção dobra quando se dobram

todos os insumos, ou melhor dizendo, uma produção maior é obtida por um

aumento exatamente proporcional de trabalho e de sacrifício. Neste caso,

segundo os autores ocorre uma compensação, onde as ações das leis do

rendimento crescente e do rendimento decrescente se equilibram.

Desta forma, considerando que Marshall (1982, vol. 1, p. 138) afirma que o preço

de oferta ou o custo de um bem, representado “pelo sacrifício necessário para

produzir qualquer quantidade de mercadoria” é determinado pelo trabalho e

capital gasto na sua produção, é possível então, derivar três tipos de curvas de

oferta, sendo: rendimentos crescentes (figura 1a), rendimentos decrescentes

(figura 1b) e rendimentos constantes (figura 1c).

Figura 1 – Tipos de Rendimentos por Escala

a) Rendimentos Crescentes Custo

Custo médio

Quantidade

b) Rendimentos Decrescentes Custo

Custo médio

Quantidade

c) Rendimentos Constantes

Custo Custo médio

Quantidade

Fonte: Adaptação – Gontijo - 2004

Diante disso, Sandroni (2002) levanta uma questão muito importante sobre a

determinação das economias de escala, quando afirma que “escala” deve ser

entendida como uma unidade de medida (volume) e que as economias de escala

correspondem ao aproveitamento racional e intensivo dos fatores de produção,

visando queda nos custos unitários dos produtos, caracterizando-se como uma

condicionante tecnológica, aliada a (i) fatores internos, tais como coordenação ou

controle administrativo e a (ii) fatores externos, onde se destaca a oferta de

insumos utilizados pela empresa. Inicialmente, ao estabelecer o negócio, a

empresa incorre em custos variáveis altos por unidade produzida por uma série

de razões: primeiro, porque seu poder de negociação com fornecedores é

pequeno, para compras de pequenos lotes de insumos; depois, porque alguns

recursos empregados no processo produtivo são semivariáveis, como é o caso da

mão de obra – para baixos volumes de produção, sua utilização é menos

eficiente, comparativamente a altos volumes; por último, porque à medida que a

escala de produção vai aumentando, o processo de combinação de recursos

variáveis e semi-variáveis conduz a melhores rendimentos e a mais altos padrões

de produtividade (Sandroni, 2002).

Por sua vez Cruz, Dias e Luque (2004, p.49) consideram que a existência de

economia de escala acontece quando o custo total de uma firma em produzir um

determinado produto ou serviço é menor do que o somatório do custo total de

duas ou mais firmas em produzirem este mesmo produto ou serviço.

Dentro dessa visão, Pindyck e Rubinfeld (2002) afirmam que:

“Economias de escala (Ec) são, freqüentemente, medidas em termos de elasticidade de custo do produto, correspondente ao percentual de mudança no custo de produção devido a um aumento de 1% no nível do produto.Quando uma firma altera seu nível de atividade, economias de escala ocorrem se ela é capaz de diminuir os custos por unidade do produto, permanecendo os outros fatores constantes.”

Desta forma então pode-se afirmar que o conceito de economias de escala

corresponde à propriedade pela qual o custo total médio no longo prazo cai com

os aumentos de produção. Já segundo Sandroni (2002), em produções de

pequena escala, pode-se aumentar o rendimento até com o simples aumento da

produção, mas esse aumento de produção só pode ir até certo nível, pois pode

diminuir o rendimento, decrescendo a eficiência produtiva. De maneira geral, os

aumentos de rendimento de escala são conseguidos pela especialização da mão

de obra e do trabalho realizado. Os trabalhadores concentram-se em menor

número de processos e tarefas, criando-se equipes especializadas. É o que

acontece em produções de grande escala como nas fábricas de automóveis, onde

há equipes especializadas de funcionários para cada fase de produção. Em

produções de pequena escala, isso não pode ser aplicado da mesma forma, tanto

pela indivisibilidade dos fatores de produção como também porque as equipes

especializadas apresentam custos unitários mais altos.

Por sua vez, Sandroni (2002, p. 190) em obra de sua organização e supervisão,

“Novíssimo Dicionário de Economia”, apresenta que:

“ economia de escala – produção de bens em larga escala (...) resultam da

racionalização intensiva da atividade produtiva, graças ao empenho de

processos avançados de automação (...) possibilitando o emprego de amplo

contingente de mão de obra altamente qualificada, capacidade de estocagem

de produção e matéria-prima (...)”

Similarmente, então, pode-se dizer que economia de escala numa empresa

prestadora de serviços ocorre quando os custos unitários caem com o aumento

do nível de atividade da firma. Além disso a obtenção de uma curva em forma de

“U” sugere a existência de ponto de escala ótimo onde os custos dos serviços são

minimizados(Silva e Neto, 2001).

Dentro desta ótica, conforme afirma Abreu (1995) algumas operações ou serviços

apenas são possíveis de ser realizadas sem aumentos significativos de custos

totais da empresa, a partir de um tamanho mínimo da planta, como por exemplo

serviços de operações em pesquisa técnica e de marketing. Samsão e Woiler

(1996) por sua vez, esclarecem que os aspectos locacionais são muito relevantes

em termos de tamanho. Por um lado, a localização será dependente da

distribuição geográfica do mercado e, por outro lado, da existência de economias

de escala. Desta forma, determinar o tamanho, ou seja, a capacidade de

produção a ser instalada é uma questão de grande importância para a empresa,

pois uma fábrica de grande capacidade pode representar um potencial de bons

lucros, se houver economia de escala e se a demanda para o produto crescer a

uma taxa elevada. Já Melnick (1972) apregoa que ao pensar no tamanho da

organização deve-se buscar a solução que conduza ao resultado econômico mais

favorável. Este resultado, ainda segundo o autor, pode ser avalizado através da

apuração de um ou mais dos seguintes coeficientes: i) utilidades por unidade de

capital(rentabilidade); ii) custo unitário mínimo; iii) quociente de vendas a custo; e

iiii) número total de unidades. Dentre algumas relações existentes entre os

diferentes aspectos destaca-se, em primeiro lugar, a relação tamanho-mercado;

em segundo lugar encontra-se a relação entre o tamanho e o custo de produção,

também conhecida como economia de escala. Cada Indústria tem uma curva

característica de custos de produção em função do tamanho e o conhecimento

desta curva é fator condicionante para o sucesso do empreendimento (Melnick,

1972, p. 121).

Ao tratar da dimensão da organização e em face do dinamismo da demanda já

observado neste trabalho, deve-se ter em mente que, para determinado tamanho

de empresa, os custos unitários, serão decrescentes, à medida que se utilize uma

percentagem maior da capacidade instalada. Portanto, o tamanho adequado será

o que leve ao custo mínimo unitário para atender a demanda atual, desde que

tenha capacidade disponível para atender a demanda futura. (Melnick, 1972, p.

121).

Desta forma a determinação da existência da relação entre escala e custos

passa, antes de tudo, pelo entendimento de que as empresas privadas buscam a

maximização de seus lucros, sendo a busca da eficiência econômica um objetivo

implícito. Esta eficiência é definida como a obtenção de determinada quantidade

de produto ao menor custo possível, dado um nível de produção ou um máximo

da quantidade do produto com determinado custo dos fatores de produção, dados

os preços dos fatores de produção. As atividades administrativas e gerenciais das

empresas dependem de um fluxo sistemático e coerente de informações sobre

custos, entre outras, que subsidiem a tomada de decisões para atingir seus

objetivos. Contudo, um dos grandes problemas da economia é determinar o ótimo

para o tamanho de uma unidade produtiva.

Então, determinar se há relação entre escala e custos nada mais é do que

analisar o comportamento dos custos a partir de uma dada estrutura ou fatores

produtivos, pois a existência da economia de escala pressupõe a otimização da

capacidade produtiva, fazendo com que haja uma redução do custo unitário de

produção e ao mesmo tempo uma evolução da capacidade produtiva ou aumento

da estrutura de produção.

Ainda assim é crucial destacar a importância e a contemporaneidade do tema

através dos usos posteriores (atuais) do conceito de rendimentos crescentes de

escala, a começar pela discussão acerca da Lei de Kaldor-Verdoorn que os

utilizaram no âmbito da teoria do desenvolvimento econômico, onde, segundo

Oliveira (2002, p.7), e Marinho, Nogueira e Rosa (2002, p. 4), a chamada lei de

Kaldor-Verdoorn propõe que há uma relação direta entre o crescimento da

produção e da produtividade; já o segundo uso atual do conceito de rendimentos

crescentes de escala se dá por Krugman na teoria da chamada Nova Economia

Internacional, onde conforme Gontijo (2004, p. 23), “parte da idéia de que, na

presença de rendimentos crescentes de escala, o modelo de concorrência

imperfeita mostra que o comércio internacional possibilita o aumento da variedade

de bens disponíveis aos consumidores de cada país.”

Assim, a partir do arcabouço conceitual apresentado, demonstra-se na próxima

parte do trabalho as metodologias e as variáveis utilizadas para o

desenvolvimento deste.

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

Diante da necessidade de não fugir dos preceitos metodológicos, cabe ressaltar

que a pesquisa que ora se apresenta pode ser considerada, quanto aos fins, de

cunho exploratório e descritivo. Exploratória porque, embora as empresas

prestadoras de serviços de ensino superior privado atuem no mercado há

algumas décadas, não se verificou a existência de estudos que abordassem ou

identificassem a relação entre a escala e o custo médio por aluno em uma

Instituição de Ensino Superior Privado, em particular de instituições localizadas

em Belo Horizonte. Neste contexto, Mattar (1996), afirma que a pesquisa

exploratória visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema

ou problema de pesquisa em perspectiva, sendo útil quando ainda não se tem

conhecimento seguro sobre o tema em questão. Com isso, proporciona-se ao

pesquisador um maior aprofundamento e esclarecimento sobre o assunto, além

da possibilidade de se clarificar conceitos. Já quanto ao caráter descritivo da

pesquisa, pode-se destacar características bem específicas que passam pela

definição clara dos objetivos, existência de procedimentos formais, boa

estruturação e direção para a solução de problemas ou a indicação de

alternativas de ação, pois através da pesquisa descritiva torna-se possível

descrever: (i) a estrutura mínima necessária para o credenciamento de uma

Instituição de Ensino Superior de cunho Privado como Faculdade, Centro

Universitário e Universidade; (ii) o relacionamento entre o custo médio por aluno

da Instituição de Ensino Superior de cunho Privado, quanto à sua evolução

acadêmica, iniciando suas operações como Faculdade, transformando-se em

Centro Universitário e Universidade, em relação à escala. Muito precisa é a

abordagem de Mattar(1996, p.23) que ressalta que, para este tipo de pesquisa, é

muito importante que se tenha um planejamento rigoroso, sabendo-se, para o

problema em particular, quais são os dados relevantes a serem coletados. “O

pesquisador precisa saber exatamente o que pretende com a pesquisa, ou seja,

quem (ou) o que deseja medir, quando e onde o fará, como fará e por que deverá

fazê-lo”.

Já quanto aos meios, a pesquisa pode ser classificada como bibliográfica3 e

documental4. Bibliográfica, porque para a fundamentação teórico-metodológica do

trabalho realiza-se uma investigação sobre: economias de escala; a legislação do

ensino superior no Brasil, sua organização e evolução, evolução do mercado de

ensino no Brasil e em Belo Horizonte. Já a investigação documental, acompanha

o proposto por Marconi e Lakatos (2003, p. 65), onde se valendo de documentos

escritos primários (compilados pelo autor), na forma de arquivos públicos,

estatísticas(censos), documentos de arquivos privados, cartas, contratos,

3 Pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias, abrangerá toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais diversos, cuja finalidade será colocar a pesquisa em questão com contato direto com tudo o que foi escrito, oferecendo meios para definir, resolver os problemas, dúvidas existentes.

4 Pesquisa documental escrita primária, através de compilações na ocasião pelo autor(documentos de arquivos privados, cartas, contratos, documentos de órgãos representativos de classe, comunicações, tabelas, informativos e relatos de visitas às instituições).As pesquisas bibliográfica e documental justificam-se, à medida que contribuirão para o levantamento das possíveis divergências entre a formulação, aplicação e a implementação de teorias, leis e contratos. (Gil, 2002)

convenções coletiva, leis, decretos e portarias, relatos de visitas a instituições de

ensino, sindicatos representativos, institutos de pesquisa, planilhas e textos de

controles internos das empresas visitadas, tabelas de preços5 e descrição de

produtos dentre outros, apura-se dados preciosos para o desenvolvimento do

trabalho, alguns destes que ainda não haviam sequer sido formatados e

estruturados de maneira clara e coerente para se transformar em informações

gerenciais úteis e fidedignas.

Duas últimas observações são importantes, pois quanto à natureza, a pesquisa

classifica-se como aplicada, objetivando gerar conhecimentos para uma possível

aplicação prática em empresas prestadoras de serviços educacionais, situada em

Belo Horizonte. E em relação à abordagem do problema, opta-se por uma

abordagem qualitativa, por oferecer possibilidade de interpretar, explicar e

compreender a realidade objetiva, balisando-se em Patton apud Alves-Mazzotti e

Gewandsznajder(1999) que considera:

“(...) a principal característica das pesquisas qualitativas é de fato de que estas seguem a tradição compreensiva ou interpretativa [...] partem do pressuposto que as pessoas agem em função de suas crenças, percepções, sentimentos e valores e que seu comportamento tem sempre um sentido, um significado [...] que precisa ser desvelado”.

3.1 –Avaliação de Projetos

Diante da metodologia de pesquisa especificada, e considerando que a

determinação da escala está ligada ao comportamento dos custos das instalações

e estruturas, a partir das diferentes tecnologias existentes e diferentes padrões de

recursos (trabalho, capital, materiais e energia), a metodologia de construção e

avaliação de projetos caracteriza-se como a melhor forma para elaborar a

projeção dos custos, investimentos e despesas, e analisar o seu comportamento.

Há de se ressaltar que o processo de elaboração e análise de projetos deve-se

ter como ponto de partida a projeção dos dados econômicos e financeiros dos

mesmos para um dado período.

5 Para o desenvolvimento desta pesquisa, várias visitas foram realizadas aos fornecedores de móveis e utensílios, equipamentos e demais componentes cujo custo foi considerado relevante e sua atualização importante para o desenvolvimento do trabalho.

Dentro desta linha de raciocínio, Thiry-Cherques (2004), afirma que a construção

de projetos teve suas origens remotas, tendo documentos datados de pelo menos

6.000 anos, na Mesopotâmia. Entretanto, com a configuração como é praticada

no mundo moderno, a avaliação de projetos tem suas raízes em experiências de

projetos de engenharia, cuja visão foi ampliada nos anos de 1940 e 1960.

Segundo Campos, Roses e Baumgartber (2003); Casarotto Filho, Fávero e Castro

(1999); Clemente et al (1998); Woiler e Mathias (1996); Buarque (1975/1984) e

Melnick (1972); um projeto pode ser entendido como um conjunto de informações,

coletadas e processadas de modo a simular uma dada alternativa de investimento

a fim de verificar a sua viabilidade, podendo variar o grau de necessidade de

informações. Ainda segundo Maximiano apud Campos, Roses e Baumgartber

(2003), “projetos são empreendimentos finitos, que têm objetivo claramente

definido em função de um problema, oportunidade ou interesse de uma pessoa ou

organização”. Esta perspectiva é corroborada por Thiry-Cherques (2004), que

define um projeto como uma organização transitória, compreendendo uma

seqüência de atividades dirigidas à geração de um produto ou serviço, que é

singular em um tempo dado. É importante entender, como regra básica, que para

cada objetivo que a empresa almeja, deve-se ter um projeto, de modo que, como

premissa básica, “o projeto deve ter um único objetivo”, claramente identificável

em termos de custos, prazos e qualidade.

Elaborar um projeto constitui uma atividade criativa que exige que se passe pelas

seguintes fases: a) idealização, quando procura-se ter uma visão geral do

produto-serviço a ser gerado e imagina-se a dimensão aproximada do projeto; b)

a elaboração, que acontece quando delineia-se as diversas fases, estima-se

melhor os recursos, os custos e os riscos envolvidos; c) a formulação, que

acontece quando se dá uma forma final ao documento de apresentação do

projeto.

A elaboração e análise de projetos procura conjugar aspectos econômicos, de

engenharia, financeiros e administrativos, os quais auxiliam na análise e avaliação

das possíveis alternativas de investimento e a possibilidade de construir e analisar

a estrutura e a escala do projeto, propiciando assim a sua análise.

Dentro do raciocínio desenvolvido e de acordo com a metodologia proposta pelas

Nações Unidas, e também adotada por autores brasileiros, destacando-se Woiler

e Mathias (1996), os tópicos da elaboração e análise de projetos, de forma

tradicional, podem ser sintetizados conforme Figura 2.

Figura 2 - Tópicos Metodológicos da Análise de Projetos Tradicional

Fonte: Adaptado de Woiler e Mathias (1996)

A partir do exame da Figura 2, fazer-se-á uma breve descrição dos tópicos

utilizados neste trabalho. Convém, entretanto, esclarecer que alguns tópicos da

figura 2, como (1) receitas; (2) financiamentos; (3) justificativa econômica; e (4)

feedback não são abordados neste trabalho pelo fato de não se estar buscando

conhecer a viabilidade econômica da IESP e sim a relação entre o custo médio

por aluno e a escala, tornado-se, pois, todos estes tópicos citados desnecessários

para tal objetivo.

O primeiro aspecto a ser considerado é a Engenharia, destacando-se a

especificação dos processos de produção, dos equipamentos e da estrutura física

necessária para o projeto, bem como o tipo de tecnologia adotada, a qualidade e

quantidade de insumos requeridos, os espaços existentes e sua ocupação. Para

tanto, faz-se necessário projetar todos os equipamentos, utensílios, recursos

tecnológicos e estruturais necessários para a consecução do projeto, a partir dos

padrões pré-estabelecidos pelos órgãos competentes (MEC). Assim,

correspondendo à primeira fase, desenvolve-se o levantamento dos elementos

que orientem a elaboração do projeto de pesquisa e sua sistematização. Nesta

fase, foram efetuados vários contatos, sobretudo com os funcionários do MEC em

Brasília, examinando-se a legislação educacional pertinente, que tem sofrido

contínuas alterações. Também foram realizados contatos e consultas preliminares

com o Superintendente Geral do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino

Particular de Minas Gerais – SINEPE MG, para se levantar informações sobre o

segmento. Além disso, foram realizadas visitas nas regionais administrativas do

Barreiro e Venda Nova, bem como na Prefeitura e IBGE – Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, a fim de se obter informações mais detalhadas que não

estavam disponíveis. Também ocorreram reuniões com o encarregado geral da

PUC Minas Barreiro a fim de se levantar as principais despesas e sua

periodicidade, bem como se conhecer medidas de espaço físico que serviriam de

base comparativa neste trabalho. De mais a mais, foram realizadas visitas à Pró-

reitoria de Infra-estrutura da PUC Minas para encontros com o engenheiro civil

(Augusto), responsável pela obras na Universidade, levantando-se informações

sobre a estrutura física requerida para um empreendimento escolar. Com a

finalidade de se comparar os dados, visitou-se a FUMEC, a UNA, a FEAD-Minas

e o IEC-PUC.

Ainda para fins desta pesquisa, foi utilizada a análise de documentos internos de

IESP’s já em funcionamento, tais como atas de reunião, jornais, boletins

informativos setoriais, revistas especializadas, anais de seminários, teses e

dissertações que abordaram o tema, programas de ensino, projetos pedagógicos,

convenções (acordo) coletivas; informações e resoluções dos sindicatos e órgãos

representativos (SINPRO- Sindicato dos Professores, SAAE – Sindicato dos

auxiliares em administração escolar, SINEPE – Sindicato das Escolas

Particulares, SEBRAE – Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas,

AEDISI – Associação das Empresas Industriais do Jatobá), bem como dos

documentos dos Conselhos Regionais (Conselho Regional de Contabilidade –

CRC e Conselho Regional de Administração – CRA) e SINDUSCON MG –

Sindicato da construção civil de Minas Gerais. Foram realizadas consultas aos

fornecedores de equipamentos, materiais, móveis e utensílios para escolas com o

objetivo de realizar cotações de preços, marcas e modelos a serem usados nesta

pesquisa.

Outro tópico em destaque refere-se ao Tamanho e a Localização do projeto; a

definição da localização do projeto influencia a dimensão estrutural e, neste

trabalho, torna-se informação essencial, pois faz-se uma projeção de três

ambientes diferentes, mas integrados (Faculdade, Centro Universitário e

Universidade) e somente é possível definir a localização a partir da aferição da

capacidade de suporte de todos os ambientes projetados.

O terceiro tópico não menos importante, mas crucial para o desenvolvimento

deste trabalho refere-se aos Investimentos. Outrossim, é calculado o valor total

dos mesmos, considerando-se a aquisição de ativos fixos e o capital de giro, além

das despesas pré-operacionais.

O quarto tópico diz respeito à projeção dos custos, tendo-se procurado apresentar

uma estimativa dos mesmos nos três níveis propostos (Faculdade, Centro

Universitário e Universidade).

Com base nas informações obtidas referentes aos tópicos citados anteriormente,

elabora-se as análises de sensibilidade, onde as principais variáveis usadas são:

i) custo do terreno em cada região da Cidade de Belo Horizonte, e; ii) custo de

Oportunidade do Capital requerido pelo investidor.

Por último, os dados obtidos são tabulados e recebe, tratamento, compreendendo

as seguintes etapas do processo:

1) O tratamento dos custos obedece o sistema de Acumulação de Custos

denominado Custeio por Absorção6, definido por Martins (2003) e Crepaldi

(1999);

2) A tabulação dos valores segue a metodologia de fluxo de caixa proposta

por Gersdorff (1979) e Thiry-Cherques (2004); 6 No Custeio por absorção os custos tanto fixos como variáveis são absorvidos pelos produtos produzidos ou serviços prestados no período, compondo, assim, o Custo dos Produtos Vendidos ou serviços prestados. Este sistema é aceito pela Legislação brasileira por obedecer às regras ou princípios contábeis.

3) Com o intuito de se obter a caracterização das variáveis investigadas,

realiza-se os cálculos dos Custos Médios Totais, propostos pela Teoria dos

Custos Econômicos (PASSOS, 2001) e por Thiry-Cherques (2004);

4) Os cálculos acontecem a partir da simulação das informações e condições

necessárias para o credenciamento da Instituição, em cada nível

(Faculdade, Centro Universitário e Universidade);

5) Realiza-se a análise dos dados visando estabelecer a relação entre a

escala e o custo médio por aluno.

A estruturação dos dados pesquisados obedece a metodologia proposta pelo

MEC para a elaboração de Projeto Escolar (PROEP, 2001), onde devem ser

consideradas informações relacionadas ao estudo do mercado em que a IESP

pretende atuar, ao levantamento e tratamento de informações de natureza

técnica-pedagógica, bem como à projeção da infra-estrutura física e ambiental, e

às necessidades de investimentos e gastos com a operação.

Desta forma, a partir de agora demonstra-se a determinação da estrutura mínima

das IESP.

3.2 A localização e a sua dependência em relação aos custos

Um dos aspectos de maior importância em qualquer projeto, principalmente em se

tratando de uma instituição de ensino, diz respeito à localização, de modo que

não há de se pensar em um projeto, qualquer que seja a natureza, sem passar

primeiramente pela análise e escolha da localização. Quando as empresas

buscam se posicionar geograficamente elas devem vislumbrar um horizonte de

planejamento de produção considerando longo, pois a mudança da localização

pode gerar gastos desnecessários. O estudo da localização consiste em analisar

as variáveis que podem ser chamadas, segundo Melnick (1972, p. 123), de forças

de localização e tem como objetivo determinar a localização em que a resultante

das referidas forças possam conduzir a uma taxa máxima de lucro ou a um custo

unitário mínimo.

“A escolha da localização mais adequada para uma unidade nova produtora deve ser orientada com os mesmos objetivos do tamanho ótimo, isto é, a taxa máxima de lucro, se se trata de investimento privado, e do custo unitário

mínimo, se se considera o problema do ponto de vista social.” (Melnick, 1972, p. 123).

Conforme salientam Woiler e Mathias (1996), “o problema de encontrar a

localização ótima corresponde, em termos de empresa, a achar a localização que

dê a maior diferença entre receitas e custos”. Em outras palavras, procura-se a

localização que dê o maior lucro possível para a empresa, considerando o prazo

de vida útil do empreendimento. Ocorre que as empresas devem levar em conta

os custos e benefícios associados à determinada localização, procurando àquela

que proporcione a melhor razão custo/benefício.

É importante destacar que, na busca pela melhor razão custo/benefício, alguns

fatores quantitativos são relevantes, tais como: (i) fatores que tornam a

localização dependente das entradas – neste caso a empresa busca se

posicionar próximo da fonte de matéria-prima; (ii) fatores que tornam a localização

de dependente das saídas – neste caso a empresa busca se posicionar próximo

ao mercado a ser atendido; (iii) fatores que tornam a localização dependente do

processo – neste caso a empresa busca conhecer e se posicionar próximo de

onde haja, em quantidade suficiente para a operação, água, energia, condições

atmosféricas e ambientais favoráveis, oferta de mão de obra abundante e/ou

especializada, vias de transporte (rodoviário, ferroviário, hidroviário e aéreo); (iv)

impostos, fatores legais e incentivos – neste caso a empresa busca se posicionar

onde haja uma motivação representada pela ausência ou redução da carga

tributária (incentivo fiscal), ausência de leis, doações de terrenos, entre outros.

Diante dessas necessidades e buscando embasar o desenvolvimento desta

pesquisa compara-se as seguintes informações sobre as regiões metropolitanas

administrativas de Belo Horizonte (Figura 3): i) distribuição de atividades

econômicas (voltadas para o comércio e serviço) e centros urbanos; ii) número de

residentes; iii) custo do terreno, por m2; iv) disponibilidade de terreno; v) existência

de concorrentes instalados nas proximidades; e, vi) facilidade de transporte.

Figura 3

Mapa Geográfico de Belo Horizonte, por Regiões Administrativas

'Fonte: www.pbh.gov.br, 2005

Quanto à distribuição das atividades econômicas (voltadas para o comércio e

serviço) e centros urbanos, segundo divulgado no site da Prefeitura Municipal de

Belo Horizonte (www.pbh.gov.br), as regiões do Barreiro e Venda Nova se

destacam como maiores centros urbanos da capital e de maior homogeneidade

de atividades:

“Além do centro principal, os centros do Barreiro e de Venda Nova constituem os dois maiores centros urbanos regionais. Afora esses três, a distribuição do comércio e dos serviços tem como referência a circulação e o transporte, conformando corredores de atividades ao longo das principais vias da cidade. Tais corredores constituem centros urbanos de maior ou menor escala, diferenciando-se sobretudo segundo a hierarquia viária.”

Quanto ao número de residentes, ao se comparar as regiões administrativas,

cumpre destacar que a região do Barreiro, apesar de ser a menor em número de

residentes totais, conforme tabela 11, é uma das regiões que apresentam um

crescimento populacional médio, segundo dados e critérios da Prefeitura

Municipal de Belo Horizonte, demonstrados na figura 4; pois acredita-se,

segundo informações da AEDISI, que com a realização de novos e vultosos

investimentos na região, haverá um processo de valorização do espaço urbano e

o surgimento de novas comunidades. Como exemplo destes investimentos na

região pode-se citar: i) a implantação de duas IESP; ii) a construção do Itaú

Power Center e do Via Shopping, iii) a construção de uma unidade do Via Brasil

Atacado. Além disso, através de visitas à entidade representativa dos

comerciantes e industriais da região (AEDISI), percebeu-se interesse incomum

em organizar estruturalmente a região, tanto em termos de recursos econômicos

quanto humanos, através da criação de pólos específicos de determinados

negócios, além de uma melhor formação técnica e profissionalizante, advinda dos

estudos formais, numa instituição de ensino, e que a implantação das IESP’s foi

interpretada como uma vitória da associação (AEDISI), fortemente atuante. Ainda

através da tabela 11, percebe-se que o público alvo das IESP no Barreiro ( 99.793

pessoas), constituído pela população entre 20 a 44 anos, em termos numéricos,

acompanha a média das outras regiões, garantindo assim, as mesmas

necessidades das regiões que já foram desenvolvidas, como por exemplo a

região Centro-sul que apresenta 103.006 pessoas, a regional Leste com 103.016

pessoas, a regional Nordeste com 105.365 pessoas, e por fim a regional

Noroeste, com 143.032 pessoas.

Tabela 11 Distribuição da população residente segundo sexo, faixa etária e região

administrativa Belo Horizonte, 1996

REGIÃO ADMINISTRATIVA – BELO HORIZONTE

Barreiro Centro-sul Leste Nordeste Noroeste Faixa Etária

Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.

0 a 4 11.411 10.799 7.275 6.909 10.076 9.819 10.329 10.289 12.964 12.691

5 a 9 11.490 11.349 8.211 8.303 10.708 10.353 11.543 11.183 13.994 13.835

10 a 14 12.485 12.381 10.326 10.201 11.423 11.714 12.513 12.744 15.288 15.081

15 a 19 13.248 13.522 12.362 14.243 11.720 12.799 13.029 14.073 16.587 17.382

20 a 24 12.157 12.008 11.302 13.821 10.645 11.762 11.564 12.158 15.489 16.418

25 a 29 10.876 11.170 9.056 11.263 10.366 11.279 10.447 11.485 14.713 15.521

30 a 34 9.850 10.662 8.954 11.059 10.265 12.109 10.198 11.806 14.615 16.376

35 a 39 8.524 9.446 8.180 10.786 9.351 10.798 9.544 10.941 12.646 14.755

40 a 44 7.372 7.728 7.955 10.630 7.419 9.022 8.053 9.169 10.290 12.209

45 a 49 5.618 6.014 7.171 9.185 5.527 6.996 5.917 6.967 8.146 9.880

50 a 54 4.237 4.525 6.029 7.467 4.301 5.736 4.551 5.205 6.488 8.160

55 a 59 3.121 3.439 4.556 5.907 3.624 5.063 3.371 4.148 5.224 6.671

60 a 64 2.290 2.652 3.708 5.243 3.146 4.523 2.708 3.673 4.343 5.970

65 a 69 1.502 1.900 3.100 4.617 2.389 3.818 2.036 3.115 3.315 5.014

70 a 74 878 1.171 2.031 3.611 1.716 2.674 1.338 2.106 2.241 3.555

75 a 79 453 814 1.428 2.662 1.029 1.938 785 1.398 1.379 2.356

80 ou + 447 874 1.417 3.273 1.013 2.136 715 1.642 1.177 2.638

Total 115.959 120.454 113.061 139.180 114.718 132.539 118.641 132.102 158.899 178.512

Total Geral 236.413 252.241 247.257 250.743 337.411 Fonte: IBGE. Contagem Populacional. 1996. Org.: DITPL. 2000.

A partir da Figura 4, é possível então perceber, conforme já comentado

anteriormente, a categorização do crescimento populacional por unidade

administrativa, em crescimento negativo, baixo, médio e alto, entre o ano de 1991

a 2000, conforme critérios e dados publicados pela Prefeitura Municipal de Belo

Horizonte. Percebe-se, também, a partir da figura 4, que a região da Pampulha é

a única a apresentar nível de crescimento alto, já as regionais Barreiro, Norte e

Venda Nova que compõem a terceira categoria (crescimento médio), ostentam

taxas de crescimento populacional superiores à média belo-horizontina.

Figura 4 Categorização das Regiões Administrativas segundo classes de crescimento

populacional Belo Horizonte, 1991 – 2000.

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O custo do terreno foi outro fator relevante para a definição da localização. A

partir de visitas à regional Centro da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, foi

realizado, junto à Gerência de Arrecadação de Tributos Municipais um

levantamento dos valores médios do metro quadrado para bairros representativos

em suas regionais e realizado um resumo do valor por metro quadrado de cada

área escolhida – veja-se a Tabela 12.

Tabela 12.

Média dos valores do metro quadrado para bairros de referência de cada Regional

Belo Horizonte, 2005

Regional Bairro/referência Valor do Terreno(m2)

Centro-sul Centro R$ 1.534,00 Norte Planalto/Floramar R$ 69,00

Venda Nova Laranjeira R$ 162,75 Pampulha São Luíz R$ 77,00 Nordeste São Gabriel R$ 78,00

Leste Esplanada R$ 130,00 Noroeste Inconfidência R$ 104,00

Oeste Estoril/Buritis R$ 121,00 Barreiro Das Indústrias R$ 68,00

Fonte: Dados de pesquisa PBH, 2005

É importante destacar que através da leitura da Tabela 12 , a Região do Barreiro

apresenta o menor valor por metro quadrado de todas as áreas selecionadas,

tornando-se assim, uma das áreas a ser pesquisada, haja vista que o custo do

metro quadrado é uma das variáveis escolhidas neste trabalho para se definir a

localização da IESP.

Já quanto à disponibilidade de terreno, foi constatado, através de visita à

Prefeitura de Belo Horizonte, que apenas as regiões de Venda Nova e Barreiro

apresentavam espaço físico para construção de imóveis nas dimensões

requeridas por uma IESP, com capacidade para circulação de em média 5.000

alunos por dia, e com capacidade de transporte. Cabe ressaltar ainda que, nas

regiões citadas, não há imóveis prontos para receber este tipo de

empreendimento, fato confirmado através de visitas às duas imobiliárias

presentes na região da Praça dos trabalhadores (Barreiro). Quanto à existência

de concorrentes instalados nas proximidades, novamente destacam-se as regiões

do Barreiro e de Venda Nova, por haver apenas duas IESP’s presentes em cada

uma dessas regiões. A facilidade de transporte foi outro tópico de avaliação,

destacando, desta vez, a Região do Barreiro, por ter uma estação de ônibus

(Estação Via Shopping), na principal rua da região, onde as linhas são

interligadas à todas as outras Regiões da capital. A Estação Via Shopping

localiza-se a 100 metros da PUC-Minas do Barreiro, o que facilita a rotina do

estudante que depende do transporte coletivo e precisa se deslocar com rapidez

e segurança, pois os ônibus circulam em horários com intervalos de apenas 3

minutos e o embarque e o desembarque se dá em locais com a presença de

técnicos de segurança pública.

É importante ainda ressaltar que, entendendo a importância da instalação de uma

universidade para o desenvolvimento da região, a Prefeitura de Belo Horizonte

firmou, em dezembro de 2001, um convênio com a Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais, para instalação de uma unidade no Barreiro. Este

convênio efetivou a doação de um terreno para instalação da unidade, o que

ocorreu em 3 de abril de 2002, quando o Prefeito Fernando Damata Pimentel

assinou decreto municipal nº 11.004 concedendo à PUC Minas permissão de uso

do solo de uma área de aproximadamente 36 mil metros quadrados, por 40 anos.

A partir da análise acima, definiu-se a região do Barreiro como localização ótima

para a implantação da Instituição de Ensino Superior de cunho privado.

Apresenta-se, a seguir, um breve histórico da referida região.

3.3. Perfil e características da Região Administrativa do Barreiro

Conforme a Secretaria Municipal da Coordenação de Gestão Regional Barreiro, e

da Lei nº 4158, de 16 de julho de 1985, a Regional Barreiro tem como área

jurisdicionada a formada pela linha perimétrica que tem início no ponto em que a

BR-040 cruza com as divisas dos Municípios de Nova Lima e Belo Horizonte; até

o trevo com o Anel Rodoviário; por este, até o Viaduto sobre a RFFSA – Rede

Ferroviária Federal; pelo leito ferroviário até a divisa com o Município de

Contagem; deste ponto, pelas linhas limítrofes dos Municípios de Contagem,

Ibirité, Brumadinho e Nova Lima, até novamente a BR-040. O Barreiro representa

a maior Região do Município de Belo Horizonte, com uma extensão territorial de

53,58 Km².

Segundo dados do Censo Demográfico de 2000, do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE, a Região Administrativa Barreiro de Belo Horizonte

possui uma população de 262.194 habitantes, sendo 134.470 mulheres e 127.724

homens, o que significa densidade demográfica de 4.893,32 hab./Km.

Quanto à habitação, o Censo Demográfico de 2000 mostrou, também, que a

região possui 69.746 domicílios particulares permanentes, em que cerca de 90%

são casas. Dos responsáveis por esses domicílios, 73% são homens e quase

27% têm entre 30 e 39 anos. A maior parte - 49,65% - tem um rendimento entre ½

e 3 salários mínimos.

Distante 18 km do centro da capital, a Região possui dois distritos industriais e

participa com mais de 38% do VAF (Valor Agregado Fiscal) municipal. Conta com

dez agências bancárias e uma estrutura tradicional de serviços e comércio, de

porte significativo. Na área da educação, a região conta com 27 escolas

municipais, 25 escolas estaduais, diversas escolas particulares de ensino

fundamental e médio e 02 Instituições de Ensino Superior, que oferecem cursos

na área de gestão, instaladas recentemente, a partir de 2002.

Quanto aos aspectos históricos, o processo de formação do Barreiro remonta o

século XVII, quando aí se localizou colônia agrícola. O seu perfil industrial

somente se consolidou na década de 50, com a instalação da Companhia

Siderúrgica Mannesmann, constituindo, desde então, núcleo industrial com forte

concentração de operários. O crescimento da região está diretamente ligado à

instalação de novas unidades industriais que se seguiram à implantação da

Mannesmann.

Como resultado da industrialização e o conseqüente desenvolvimento econômico,

a Região se tornou um centro polarizador de atividades econômicas e sociais

básicas (saúde e educação). Conforme dados da Prefeitura Municipal de Belo

Horizonte, 65% dos atendimentos pediátricos da Unidade de Pronto Atendimento

do Jatobá e 40% das vagas ocupadas no sistema municipal de ensino, refere-se a

moradores de municípios vizinhos, caracterizando assim, o grau elevado de

dependência destes em relação aos centros de prestação de serviços de saúde

localizados na Região do Barreiro.

De fato, a Região conta, na área de saúde, com 28 unidades de prestação de

serviços sob a responsabilidade da Prefeitura, sendo 17 Centros de Saúde, 05

Unidades Especializadas, 01 Unidade de Emergência, 01 Unidade de Pronto

Atendimento - Barreiro, 01 Centro de Referência em Saúde Mental, 01 Centro de

Referência em Saúde Mental para Infância e Adolescência, 01 Centro de

Referência em Saúde do Trabalhador e 01 Farmácia Distrital. Dentro dos limites

da região Barreiro, encontram-se, também, 02 unidades da Fundação Hospitalar

do Estado de Minas Gerais - FHEMIG: os hospitais Eduardo de Menezes e Júlia

Kubitscheck. E ainda dois hospitais privados conveniados com o Sistema Único

de Saúde - SUS: o Hospital Santa Lúcia e o Hospital Infantil de Urgência São

Paulo.

Além de unidades de prestação de serviços na área de saúde, a Região tem, à

sua disposição, duas importantes unidades no segmento de lazer – o Centro de

Apoio Comunitário Barreiro - CAC Barreiro - e o Centro de Apoio Comunitário

Parque das Águas - CAC Parque das Águas - que oferecem atividades culturais,

esportivas e de lazer. Finalmente, a comunidade regional tem acesso ao Núcleo

de Apoio à Família - NAF, que presta assistência psicológica e social às famílias e

a grupos comunitários.

4. ÁREAS DE ATUAÇÃO E CURSOS DE GRADUAÇÃO OFERECIDOS

Ao se definir as áreas de atuação e os cursos a serem oferecidos pela IESP, o

fator decisivo para a escolha dos mesmos corresponde ao baixo custo de

implantação e de operacionalização, conhecido segundo alguns autores pela

expressão “cuspe e giz”, caracterizando-se, sobretudo pelo baixo valor de

investimentos, haja vista a necessidade de uma infra-estrutura bem mais modesta

e de poucos laboratórios (unicamente de informática), a serem implantados, se

comparados com outros cursos, por exemplo, como medicina e engenharia. Desta

forma, determinou-se trabalhar com as seguintes áreas de atuação, considerando

o critério utilizado pela CAPES:

Área do Saber: Ciências Sociais Aplicadas – Cursos: Administração, Ciências

Contábeis e Economia.

Área do Saber: Ciências Humanas e Sociais – Curso: Letras e Pedagogia

4.1. Estruturação dos Cursos

A Faculdade, sendo a primeira unidade acadêmica credenciada, está estruturada

a partir da implantação do Curso de Ciências Contábeis. A escolha deste curso

para iniciar a estruturação da faculdade pode ser explicada pela proximidade dos

Projetos Pedagógicos, onde grande parte da grade curricular pode ser

aproveitada na oportunidade da implantação do curso de Administração e de

Economia, além do laboratório de informática que precisará ser implantado numa

única vez e é o curso que mais o utiliza em função das disciplinas de Gestão

Tributária (Municipal, Estadual e Federal). O Centro Universitário, a segunda

unidade acadêmica credenciada, preocupa-se em atender o Decreto Presidencial

nº 3860, de 09 de julho de 2001, a Resolução nº 10, de 11 de março de 2002 do

Conselho Nacional de Educação, bem como o Decreto Presidencial nº 4914, de

11 de dezembro de 2003, onde dispõem sobre o credenciamento e autorização

dos cursos de graduação e determina os pré-requisitos para o credenciamento de

uma IES como Centro Universitário. O Centro Universitário deste trabalho é

composto dos Cursos de Administração, Economia e Ciências Contábeis(que já

existia enquanto Faculdade), Letras e Pedagogia. Para o recredenciamento da

IESP como Universidade, se supõe a criação de 03(três) cursos de mestrado

(Administração, Economia e Educação) e são observados os preceitos emanados

na LDBEN (1996), na Resolução nº 2, de 7 de abril de 1998, emitida pela Câmara

de Educação Superior, na Resolução nº 10, de 11 de março de 2002, do

Conselho Nacional de Educação e no Decreto Presidencial nº 3860, de 09 de

julho de 2001. Cabe ressaltar que além das leis, dos decretos e das resoluções já

citadas, são importantes fontes de pesquisas: i) Padrões de qualidade

disponibilizados no site do MEC; ii) Parecer emitidos pelo Conselho Nacional de

Educação, especialmente o de nº 329/2004, que versa sobre a Carga horária

Mínima dos cursos de graduação; iii) Diretrizes curriculares dos cursos de

graduação, emitida pela Secretaria de Educação Superior; iv) Formulários de

avaliação in loco dos avaliadores do MEC disponibilizados pelo Ministério da

Educação, quando do processo de avaliação das IESP´s. As principais

características, tomando-se como referência uma turma por curso a ser

implantado estão descritas na Tabela 13.

Tabela 13

Características principais dos cursos a serem implantados na IESP

Natureza Cursos Nº Alunos entrantes CH Total/Meses Períodos Anos

Graduação Ciências Contábeis 50 3000 horas/aulas 8 4 Graduação Administração 50 3000 horas/aulas 8 4 Graduação Economia 50 3000 horas/aulas 8 4 Graduação Letras 50 3000 horas/aulas 8 4 Graduação Pedagogia 50 3000 horas/aulas 8 4

Pós Graduação Mestrado em Administração 35 24 meses 4 2 Pós Graduação Mestrado em Economia 35 24 meses 4 2 Pós Graduação Mestrado em Educação 35 24 meses 4 2

Fonte: Dados da pesquisa - 2005

A partir destas características foram possíveis projetar os quadros financeiros e

iniciar as análises necessárias, que segue à frente.

4.2. Determinação dos Custos – Quadros financeiros

O objetivo primordial deste capítulo é detalhar os quadros financeiros e

econômicos que compõem, segundo Thiry-Cherques (2004)7, “a seqüência

normalmente seguida para se elaborar um projeto de viabilidade”; ou seja,

procurou-se ordenar os elementos previamente coletados à decisão de investir,

de modo que a análise fosse possível. Desta forma a seqüência da análise de

projetos proposta pelos autores citados corresponde à elaboração: i) do quadro

de investimento; ii) do quadro de fontes e aplicações de recursos; e iii) do quadro

de projeção dos resultados. Outrossim, serão demonstrados cada um destes

quadros a partir de agora.

4.2.1 Quadro de investimento

Conforme Buarque (1984, p. 25), dentro do processo de elaboração dos projetos

tem-se dois tipos de custos: (i) os investimentos e as despesas pré-operacionais,

que correspondem aos custos efetivados antes que a empresa comece a

funcionar e; (ii) os custos operacionais, que são aqueles que se repetem a cada

período de tempo considerado – um ano, por exemplo.

7 Vide também “Woiler e Mathias (1996)”

É através dos investimentos que se determinam as necessidades de recursos

financeiros para executar o projeto, pô-lo em marcha e garantir o seu

funcionamento inicial. Os investimentos necessários para a instalação e o

funcionamento inicial do projeto dividem-se em investimentos fixos e

investimentos circulantes, sendo, pois a diferença entre eles apresentada por

Melnick (1972, p. 138), quando afirma que “os recursos necessários para a

instalação, constituem o capital fixo ou o imobilizado do projeto e os necessários

ao funcionamento, o capital de trabalho ou de giro”. Desta forma o cálculo do

capital fixo deve prever, em essência, a especificação e determinação dos

componentes dos investimentos, em termos de: a) custo das pesquisas,

experiências e estudos prévios; b) custo dos terrenos para a instalação; c) custo

dos recursos naturais comprados de uma vez (jazidas minerais e bosques); d)

custo dos equipamentos; e) custo das instalações dos equipamentos; f) custo dos

edifícios industriais; g) custo das instalações complementares; h) custo do estudo

do projeto final; i) custos de organização da empresa; j) custo de patentes e

similares; l) custos de engenharia e da administração durante a montagem e

construção; m) custo do início do funcionamento; n) juros durante a montagem e

construção; o) custo das instalações para início das atividades; p) despesas

extraordinárias. É importante considerar também, que dentre os investimentos

tem-se bens de capital (edifícios, maquinaria, equipamentos, móveis, entre

outros) e estes têm vida útil determinada e precisam ser renovados ao final desta

vida útil, para tanto, além de seu valor a preço de mercado, deve-se também,

considerar a determinação do novo acréscimo nos investimentos para a sua

renovação ao fim de sua vida útil, significando então que periodicamente a

empresa precisa desembolsar recursos para repor o bem de capital depreciado,

possibilitando a continuação do empreendimento. De acordo com Thiry-Cherques

(2004) e Melnick, (1972), as principais fontes de informações para a elaboração

do quadro de investimento são: (a) Experiência passada – neste caso a empresa

pode utilizar-se de seus próprios recursos históricos devidamente inflacionados

para a data de análise e corrigi-los caso necessário; (b) Valores informados pelos

fornecedores – neste caso e empresa realiza consulta aos eventuais

fornecedores, favorecendo com isso, a obtenção de boas estimativas dos valores

a serem levantados; e (c) Uso de firmas de consultoria e/ou de consultores

especializados – neste caso o uso de serviço de consultoria muitas vezes

corresponde à única saída para especificar o valor de um projeto.

Já os investimentos circulantes dependem do nível efetivo de produção da

empresa e seu cálculo exige o conhecimento dos recursos financeiros

necessários para por em funcionamento a unidade de produção, garantir este

funcionamento sem risco de escassez de insumos, nem de liquidez (dinheiro),

necessários para todas as suas atividades. Compreendem, portanto, todo o

patrimônio da empresa em conta corrente, ou seja, inventário geral de matérias-

primas, combustíveis e outros materiais, mercadorias terminadas ou em processo

de elaboração, mercadorias em trânsito, contas a cobrar, adiantamentos aos

fornecedores, saldos líquidos em caixa e bancos. Tal conceito é aferido por

Melnick (1972, p. 141) quando apresenta que “chama-se capital de giro ou de

trabalho o patrimônio em conta corrente necessário às empresas para atender as

operações de produção ou distribuição de bens ou serviços, ou ambas”.

4.2.1.1 A projeção do custo de oportunidade de capital da IESP

Segundo Gitman8 (2004, p. 402), o custo de capital corresponde à taxa de retorno

que uma empresa deve conseguir nos projetos em que investe para manter o

valor do mercado de sua ação. Também pode ser considerada a taxa de retorno

exigida pelos fornecedores de capital no mercado para que seus fundos sejam

atraídos, independentemente se os recursos tiveram sua origem no capital próprio

ou de terceiros.

Primeiramente, então, deve-se entender que o conhecimento do custo de

oportunidade de capital é condição essencial para o sucesso de um projeto. Ao

buscar conhecer o custo de oportunidade de capital de uma empresa, deve-se na

verdade tentar responder a seguinte pergunta: Qual é o rendimento mínimo

aceitável do capital de uma empresa?

Segundo Mishan (1976, p. 93), o custo de oportunidade do uso corrente de um

bem ou insumo corresponde ao seu valor no melhor emprego alternativo do

mesmo. Isto significa que, conforme salienta Buarque (1984, p. 108), tomando

como base a metodologia da ONUDI, o custo de oportunidade de um investimento

é igual a quanto a economia deixa de produzir (em termos de consumo), pelo fato

de aplicar esses recursos em um determinado projeto. Por fim, Bacha et al (1974,

8 Ver também Assaf Neto (2003, p.358)

p. 83-84), inspirado na metodologia da OECD9 apresenta que custo de

oportunidade de capital é entendido como aquela taxa de retorno que é obtida

pelos projetos de investimento mais rentáveis dentre aqueles que se deixam de

realizar, devido à exaustão do volume de poupança disponível na economia. Buarque (1984, p. 109), apresenta ainda o conceito de taxa social de desconto,

que significa a taxa de desconto à qual a sociedade está disposta a trocar um

consumo atual por um consumo futuro. A taxa social de desconto, portanto, é a

taxa de desconto com que se devem atualizar os fluxos futuros dos custos e dos

benefícios econômicos. Em temos privados a taxa social de desconto deve ser

igual ao custo de oportunidade do capital, pois representa quanto pode receber o

capitalista na sua melhor alternativa de investimento, estando relacionada à taxa

de juros encontrada no mercado financeiro10. Convém, entretanto salientar que

Gitman (2004, p. 184) propõe que o administrador financeiro não deve avaliar

somente a melhor taxa, mas deve saber avaliar dois fatores importantes, em

busca da maximização da riqueza, que são o risco e o retorno. Ele define risco

como a possibilidade de perda financeira e que os investimentos (ativos) que

possuem maior risco11 devem oferecer maiores possibilidades de ganho (taxa) a

fim de atrair os investidores.

Entretanto, neste trabalho, não foi considerada a variável “risco”, pelo fato de não

haver a possibilidade de desistência do negócio, ou seja, o investimento será

feito, com ou sem risco, além de que para uma mensuração fidedigna deste risco

faltam informações do mercado financeiro, informações estas que a pesquisa não

acredita ter a necessidade de fazer; desta forma então para efeito do cálculo de

sensibilidade, ou seja, para obter a estimativa da taxa que reflete o custo de

oportunidade de capital, seguiu-se o proposto por Bacha et al (1972, p. 84-91),

onde ele apresenta as recomendações do manual da OECD e do trabalho do

Prof. Harberger12, onde se procurou extrair de dados de balanços de empresas as

informações necessárias para o cálculo do custo de oportunidade do capital no

9 I.M.D. Litle e J.A Nirrlees. Manual of Industrial Project Analysis in Developing Countries. Vol II: Social Cost benefit Analysis. (Paris: Developt Centre of the Organization for Economic Co-Operation and Development, 1969 10 Para Melnick (1972), a determinação da taxa real ou social de juros para projetos é uma tarefa muito difícil, pois nos países em desenvolvimento esta taxa deveria equivaler àquelas previstas em regulamentos especiais, entretanto pela escassez de recursos, esses patamares nunca são obedecidos, fato é que, às vezes, ainda segundo o autor, uma estimativa relativamente arbitrária seria preferível ao uso das taxas de mercado. 11 A palavra risco é usada como incerteza, referindo-se à variabilidade dos retornos associados a um ativo. 12 A.C. Harberger, “ Taxa de desconto para análise de custo-benefício”, Revista de Pesquisa e Teoria Econômica (Publicação do Instituto de Pesquisas Econômicas da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo), vol. I, abril 1970, nº 1, pp. 37-54.

Brasil. Desta forma, para este trabalho, foram considerados três diferentes custos

de oportunidade de capital, sendo: (i) 6,06% a.a. calculada a partir da média

aritmética simples das medianas do Retorno sobre o Patrimônio Líquido (Lucro

Líquido dividido pelo Patrimônio Líquido) das 500 maiores empresas de Capital

aberto (Sociedades Anônimas) entre os anos de 1994 a 2004, conforme tabela

14:

Tabela 14 Rentabilidade do PL das 500 maiores empresas não financeiras

Brasil, 1994-2004

Ano Base Rentabilidade do PL -Mediana13 - em %

1994 7,95 1995 3,51 1996 4,83 1997 4,40 1998 4,62 1999 1,23 2000 6,27 2001 5,74 2002 2,76 2003 11,26 2004 14,10

Média 6,06 Fonte: Revista Conjuntura Econômica – 1994 – 2005

(ii) A segunda projeção do Custo de Oportunidade do Capital, conforme tabela 15,

se deu através do cálculo da média aritmética simples da Taxa Selic real, dos

anos de 1995-2004, equivalendo a 15,55% a.a.

Tabela 15 Taxa Selic e Inflação

Brasil, 1995-2004 Taxa Selic Nominal Inflação(INPC) Selic – s/ Inflação

1995 38,92 21,98 16,94 1996 23,94 9,12 14,82 1997 42,04 4,34 37,70 1998 31,24 2,49 28,75 1999 18,99 8,43 10,56 2000 16,19 5,27 10,92 2001 19,05 9,44 9,61 2002 23,03 14,74 8,29 2003 16,91 10,38 6,53 2004 17,50 6,13 11,37

Média 24,78 9,23 15,55 Fonte: www.fgvdados.br -2005 13 A mediana, é uma medida de localização do centro da distribuição dos dados. Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o valor (pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio, isto é, 50% dos elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e os outros 50% são maiores ou iguais à mediana.

(iii) A terceira e última projeção do Custo de Oportunidade do Capital se deu

através do cálculo da média aritmética simples das taxas Internacionais de Juros,

equivalendo a uma taxa média de 2,96% a.a., conforme tabela16, abaixo:

Tabela 16 Taxas Internacionais de Juros.

1995-2004

Anos Taxas Internacionais de Juros – Anuais (%)

1995 3,58 1996 3,62 1997 3,24 1998 4,44 1999 3,76 2000 3,32 2001 4,28 2002 1,23 2003 0,92 2004 1,22

Média 2,961 Fonte: Banco Central do Brasil -2005

4.2.1.2 O capital Circulante

Quanto ao capital circulante, Gersdorff (1979) salienta que “é preciso saber

quanto de dinheiro vamos precisar para tocar a nova fábrica após a instalação de

todos os equipamentos principais e auxiliares, dos móveis e utensílios até o

recebimento das primeiras receitas após as primeiras vendas”. Tal conceito é

complementado e aprimorado por Buarque (1984), quando apresenta que o

capital de trabalho, também conhecido como capital circulante, corresponde ao

montante dos recursos destinados ao financiamento do custo inicial, que permita

à empresa funcionar, vender e receber o pagamento, sendo formado

basicamente pelos: (i) recursos que a empresa deverá manter para fazer face de

caixa na cobertura de necessidades correntes; (ii) custos para manter um

estoque completo de matéria-prima e outros requerimentos necessários para

permitir que a empresa não pare de funcionar; (iii) custo para financiar materiais e

outros insumos necessários à elaboração dos produtos durante o tempo em que

os mesmos estejam sendo processados; (iiii) custo correspondente à certa

quantidade de produtos fabricados que ficarão no estoque de produtos

terminados até a sua venda; (iiiii) custo dos produtos que já foram vendidos, mas

cujo pagamento ainda não foi realizado, pois os compradores assinaram letras

com vencimento posterior.

Desta forma, neste trabalho, para o cálculo do Capital Circulante (investimento no

circulante), utilizou-se a fórmula abaixo (utilizando-se, para demonstração, o custo

de oportunidade de capital de 6,06% e que para aplicação dos demais custos de

oportunidade basta alterá-lo e adaptá-lo):

1,0606 x (Investimentos + despesas pré-operacionais) + Despesas Operacionais

Mensalidade = 1 + 0,0606 x 0,25

Após a aplicação da fórmula acima se deve dividir o resultado (mensalidade) pelo

número de alunos matriculados, e por fim multiplicar por 0,25.

Convém esclarecer que a taxa de 6,06% corresponde ao Custo de Oportunidade

do Capital, calculada a partir da média das medianas da Rentabilidade do

Patrimônio Líquido das 500 Maiores Sociedades Anônimas do Brasil, dos anos de

1994 a 2004, publicadas na Revista Conjuntura Econômica e já devidamente

demonstrada anteriormente.

Já os 25% correspondem à necessidade de capital circulante calculado em face

do impacto da inadimplência sobre o recebimento da mensalidade num semestre.

Para se chegar a este valor foi considerado que: (i) o aluno efetua o pagamento

antecipado da mensalidade; (ii) apenas no primeiro mês, que corresponde ao mês

da matrícula, o aluno paga a mensalidade sem inadimplência; (iii) a partir do

segundo mês de recebimento há uma taxa de inadimplência de 30% e; (iiii) foi

considerada uma mensalidade de R$ 100, no semestre. Desta forma tem-se o

seguinte fluxo de caixa, representado na tabela 17:

Tabela 17 Cálculo do efeito da inadimplência no Capital Circulante

Meses Recebimento Rec. Acumulado

Mensalidade Gerada

Mens. Acumulada

Taxa Inadimplência

Efeito sobre o Cap. Circulante

1 R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 100,00 0,00% 0,00% 2 R$ 70,00 R$ 170,00 R$ 100,00 R$ 200,00 30,00% -15,00% 3 R$ 70,00 R$ 240,00 R$ 100,00 R$ 300,00 30,00% -20,00% 4 R$ 70,00 R$ 310,00 R$ 100,00 R$ 400,00 30,00% -22,50% 5 R$ 70,00 R$ 380,00 R$ 100,00 R$ 500,00 30,00% -24,00% 6 R$ 70,00 R$ 450,00 R$ 100,00 R$ 600,00 30,00% -25,00%

Total R$ 450,00 R$ 600,00 Fonte: Dados simulados - 2005

4.2.1.3 A determinação da “quantidade de espaço” necessário

A decisão de construir (ou investir numa) área comercial capaz de abarcar toda a

estrutura necessária para o funcionamento da IESP considera, primeiramente,

que o pagamento de aluguel representa uma simples transferência interna de

recursos entre os detentores dos fatores de produção, não representando, do

ponto de vista do empreendimento em seu conjunto, um investimento. Em

segundo lugar, através de pesquisa no Sindicato dos Corretores de Imóveis de

Belo Horizonte, chegou-se a conclusão de que não há na Região do Barreiro uma

estrutura comercial que possa abrigar uma IESP, nas dimensões requeridas. Em

terceiro lugar, não existe um padrão homogêneo e oficial de valor fixado de

aluguel para a Região, de modo que qualquer estimativa sobre os custos de

aluguel teria caráter subjetivo se fosse baseada nos preços de mercado14. Como

resultado, em lugar de se considerar os custos com a locação de imóveis, deve-

se computar os custos da construção das instalações necessárias.

Outrossim, o dimensionamento da IESP se dá a partir do primeiro ano de

funcionamento e em função dos cursos a serem oferecidos, da quantidade de

alunos e do número de turnos de funcionamento. É previsto um cronograma de

obras de engenharia seguindo a evolução prevista da demanda. Devido às

técnicas de construção civil hoje disponíveis, estima-se em dois meses o período

de construção das instalações necessárias para o funcionamento do primeiro

curso. É importante esclarecer que a determinação da “quantidade de espaço”

necessário, isto é, “a capacidade instalada” da escola está de acordo com a sua

real necessidade, garantindo racionalização e redução de custos decorrentes,

com índices de ociosidade muito baixos, senão nulos.

Desta forma para projetar a IESP usa-se a metodologia proposta pelo PROEP,

considerando o número de alunos, carga horária dos cursos, número de turnos,

mais precisamente o chamado fator “Aluno x Hora x Ano”, projetado para todo o

projeto. O fator “Aluno x Hora x Ano” reflete o número de horas que cada aluno,

de fato, ocupa espaço na escola, durante o ano letivo. Se considerado apenas o

14 Assim, por exemplo, o valor do aluguel de uma sala comercial com 1 banheiro e 20 m2 poderia variar de R$ 200,00 a R$ 300,00. Projetando-se esse valor para a estrutura necessária para o Curso de Ciências Contábeis (2.797 m2) ter-se-ia um custo de aluguel de R$ 37.299,70 para a Faculdade.

número de alunos não se teria a precisão necessária. Assim, o fator projetado de

aluno x hora x ano é que define o número adequado de “postos de trabalho”.

Posto de trabalho é o espaço físico reservado para que cada usuário desenvolva,

adequadamente, o seu trabalho em um ambiente. Numa sala de aula com 30

carteiras, existem 30 postos de trabalho, mesmo que a escola funcione em 3

turnos (PROEP, 2001). Como o que promove o funcionamento real da IESP são

as suas salas de aula e os seus laboratórios, projetando-se adequadamente o

número de posto de trabalho destes ambientes, ter-se-á os espaços pedagógicos

racionalizados e bem dimensionados. Porém, quanto aos laboratórios, nenhum é

usado todos os horários e as salas de aula também poderão ficar vazias alguns

horários (quando os alunos estarão nos laboratórios). Como resultado, considera-

se, conforme o índice de elegibilidade proposto pelo PROEP, índice de ocupação

mínimo de 60% dos espaços pedagógicos, sendo em torno de 80%, o índice

ideal. Assim, para que a IESP esteja dentro dos parâmetros do PROEP/MEC, ela

deverá ter, no máximo os postos de trabalho demonstrados na tabela abaixo, para

cada turma, conforme as características dos cursos:

Tabela 18 Número Máximo de Postos de Trabalho

Por tipo de Organização

Semestre Faculdade 1 Curso de Graduação

C. Universitário 5 Cursos de Graduação

Universidade 5 Cursos de Graduação

e 3 de Mestrado 1º semestre 83 417 592 2º semestre 167 833 1.183 3º semestre 250 1.250 1.775 4º semestre 333 1.667 2.367 5º semestre 417 2.083 2.783 6º semestre 500 2.500 3.200 7º semestre 583 2.917 3.617 8º semestre 667 3.333 4.033

Fonte: dados da pesquisa - 2005

Através da leitura da Tabela 18, pode-se observar que, se a IESP for projetada

com 50 postos de trabalho no primeiro semestre, estará ocupando 100% de sua

capacidade instalada e se for projetada com 83 postos de trabalho, estará

utilizando 60% da sua capacidade instalada. Cada tipo de ambiente deve estar

associado a um índice que indique a sua capacidade de utilização, sem

desperdício ou excesso no aproveitamento do seu espaço. A análise do

PROEP/MEC respeita o índice de capacidade definido pelo planejador, desde que

não prejudique as atividades pedagógicas por falta ou excesso. Nos estudos

realizados através do PROEP chega-se a alguns índices médios aqui

relacionados na tabela 19, como parâmetros para este trabalho:

Tabela 19 Parâmetros por Posto de Trabalho

Em m2 / posto de trabalho

Equipamento Parâmetro

Sala de Aula 1,4

Laboratório de Informática 2,0

Laboratório de Física 4,0

Laboratório de Eletrônica 4,0

Laboratório de Mecânica 8,0

Laboratório de Construção 10

Fonte: PROEP/MEC – Manual de Planejamento Estratégico Escolar - 2001

Conforme mostra a Tabela 19, há grande variedade de laboratórios e,

conseqüentemente, de índices de capacidade. Por isso, usa-se, neste trabalho,

um índice médio entre 4,0 e 5,0 m2 /posto de trabalho.

Com isto, é possível dimensionar as áreas destinadas as salas de aula e aos

laboratórios necessários. Entretanto, cabe lembrar que as escolas, de acordo com

o manual do PROEP/MEC, são formadas por outras áreas como ambientes

administrativos, espaços complementares e outros, demonstrados na tabela 20,

abaixo:

Tabela 20 Os Vários Espaços da Escola

Nome do ambiente Tipo do ambiente

Sala de aula Pedagógico

Laboratórios Pedagógico

Sala de Diretoria Administrativo

Sala de Coordenação Administrativo

Sala de Professores Administrativo

CPD Administrativo

Secretaria Administrativo

Financeiro/Contabilidade Administrativo

Biblioteca Espaços complementares

Auditório Espaços complementares

Monitoria Espaços complementares

Sala de multimeios Espaços complementares

Circulação/corredores Demais espaços

Banheiros Demais espaços

Copa Demais espaços

Depto Médico(Desde que não componha o laboratório) Demais espaços

Fonte: PROEP/MEC – Manual de Planejamento Estratégico Escolar – 2001 (adaptado pelo autor)

Também a partir do PROEP e através de levantamento de uma amostra de

escolas técnicas federais, estaduais e algumas internacionais, o Manual de

Planejamento Estratégico Escolar definiu parâmetros com relação ao percentual

médio das áreas dos tipos de ambientes que compõem a escola (tabela 21) e que

serão, conseqüentemente, tratados neste trabalho. Estes ambientes compõem a

área básica, que representa 70% aproximadamente do espaço, e a área restante,

destinada para diversos fins.

Tabela 21

Percentual médio das áreas dos tipos de ambientes

Tipo de ambiente % da Área Projetada

Laboratórios 30% da área projetada

Sala de Aula 20% da área projetada

Apoio Administrativo 10% da área projetada

Área Básica(= 70%)

Espaço Complementar 10% da área projetada

Áreas diversas(=30%) Demais espaços 30% da área projetada

Fonte: PROEP/MEC – Manual de Planejamento Estratégico Escolar – 2001 (adaptado pelo autor)

Na Tabela 22 encontram-se as projeções dos banheiros, vestiários e bebedouros,

a partir do que é estabelecido pelas normas da Organização Mundial de Saúde

(PROEP/MEC, 2001):

Tabela 22 Projeções de Bebedouros e Banheiros

Bebedouros – 01 bebedouro para cada 80 alunos

Banheiros Masculinos – 01 vaso e 01 mictório para cada 40 alunos

(considerando por turno), 01 chuveiro para cada 20 alunos e 01 lavatório para

cada 70 alunos

Banheiros Femininos – 01 vaso para cada 25 alunas (considerando por turno),

01 chuveiro para cada 20 alunas e 01 lavatório para cada 70 alunas

Fonte: PROEP/MEC – Manual de Planejamento Estratégico Escolar – 2001 (adaptado pelo autor)

4.2.1.4 O Horizonte de projeção dos investimentos da IESP

O horizonte de um empreendimento, que, segundo Gersdorff (1979, p. 226), é

condição essencial para fins de avaliação econômica de projetos, corresponde à

determinação prévia do número de anos de duração do mesmo, tomando-se o

cuidado de se estabelecer um critério justo, pois um horizonte muito longo pode

ser inconveniente, visto que, à medida que se afasta do instante inicial de

projeção, menor se torna a confiabilidade da mesma; por outro lado, um horizonte

curto demais também pode prejudicar a análise de um projeto cuja maturação é

mais demorada. É necessário, então, estabelecer uma solução baseada no bom

senso e nos indicadores disponíveis.

Um primeiro critério é fixar o horizonte do projeto em função da vida útil média dos

seus bens de capital (Woiler e Mathias, 1996, p. 167). Já Gersdorff (1979, p. 226)

afirma que a vida de um projeto pode ser determinada pela duração do seu ativo

fixo (máquinas e instalações). Desta forma, para este trabalho, sendo as

construções o principal ativo fixo em termos de valor, toma-se a sua vida útil

média, que é de 25 anos, como balizador para definição do horizonte de projeção

dos investimentos da IESP.

Aliado ao horizonte de projeção dos investimentos é importante destacar,

conforme já explicitado no capítulo da metodologia, que o modelo de cálculo para

o alcance dos custos médios por alunos, apresentado neste trabalho, segue a

metodologia de fluxo de caixa proposta por Gersdorff (1979) e Thiry-Cherques

(2004), que a propõem como o método de medição mais afinado e também

dinâmico de se conhecer os comportamentos das entradas e saídas de dinheiro,

permitindo a percepção imediata dos momentos de escassez, deficiência ou

ociosidade de recursos. Neste trabalho deve-se, contudo, lembrar também que

esta metodologia é aliada ao sistema de acumulação de custos (Custeio por

absorção), por ser o único aceito pela legislação fiscal, garantindo, assim, um

procedimento fidedigno para as devidas projeções. Os sistemas de acumulação

de custos determinam a forma como os mesmos são acumulados aos produtos

ou serviços, e a metodologia de fluxo de caixa especifica a ordem de entrada e

saída dos recursos da organização, ou seja, como os dispêndios de recursos

acontecem.

4.2.1.5 Cálculo dos Custos Médios por Aluno da IESP

Desta forma, considerando a metodologia de fluxo de caixa apresentada por

Gersdorff (1979) e Thiry-Cherques (2004), e ainda a partir das estimativas obtidas

por meio dos modelos apresentados por Cruz, Dias e Luque (2004, p.49), tem-se

uma estimativa do custo médio por aluno a partir do quociente entre o somatório

dos gastos anuais durante um período de 25 anos (que corresponde a vida útil

das edificações) e o número de alunos matriculados nos 25 anos de

funcionamento da IESP projetada. Tem-se, assim, a fórmula a seguir:

� Gastos anuais até o 25º ano de atividade

= _____________________________________________________________

Custo Médio por Aluno

Nº de alunos matriculados em 25 anos de atividades

Assim, os dados (gastos) obtidos a partir das projeções anuais, obedecendo à

categoria administrativa (Faculdade, Centro Universitário e Universidade), são

projetados, ano a ano, para um intervalo de tempo equivalente a 25 anos de

atividades da IESP; e após a devida projeção, é realizado um somatório destes

valores, obtendo-se o valor total dos gastos no período. Concomitantemente, são

projetados o número de alunos matriculados, por ano e o total de alunos no 25º

ano de funcionamento. Após a obtenção destas duas informações, procura-se

apurar o quociente entre os gastos totais e o número de alunos matriculados

totais, alcançando-se assim o valor de custo médio por aluno da Faculdade,

Centro Universitário e Universidade. Simulações são realizadas, alterando-se a

região de instalação da IESP, o custo de oportunidade do capital e o número de

turmas a serem abertas a fim de se conhecer o comportamento dos custos

médios por aluno nas diversas situações propostas.

4.2.1.6 Tratamento da Depreciação

Para a projeção dos valores nos 25 anos (horizonte do projeto), os critérios de

depreciação linear aceitos pelo fisco e utilizados neste trabalho são os

apresentados na Tabela 23, sendo que o método de depreciação adotado é o

“Método da depreciação linear ou de linha reta”, apresentado por Gersdorff(1979)

e Woiler e Mathias (1996).

Tabela 23

Taxas de Depreciação Linear

Em %

Item Taxa (% ao ano)

Construção civil 4%

Máquinas e

equipamentos

10%

Acessórios e ferramentas

e veículos

20%

Móveis e utensílios 10%

Fonte: Woiler e Mathias (1996)

Dado o critério de fluxo de caixa escolhido, tornar-se importante explicar a

importância de se calcular os valores da depreciação, haja vista que estes valores

não representam “saída” de recursos, entretanto sua utilidade se dá pelo fato de

que é importante conhecer o valor residual do equipamento no último ano da vida

do ativo, pois neste caso ao final dos 25 anos projetados, este valor residual deve

ser considerado como receita, ou redutor dos investimentos (gastos).

4.2.1.7 Total dos Investimentos

Na projeção dos investimentos num horizonte temporal de 25 anos, é importante

destacar que: i) o valor do terreno obedece aos valores obtidos através de

pesquisa realizada na PBH e constantes na tabela 12, sendo escolhida para a

projeção, a região do Barreiro, cujo valor por metro quadrado de terreno equivale

a R$ 68,00(sessenta e oito reais), sendo o menor de todos os valores

pesquisados; ii) para obras é tomada a média nacional divulgada nos Boletins do

CUB e índices do SINDUSCON, que considera o valor de R$ 552,32

(novembro/2005) para o metro quadrado de construção, padrão normal, ou seja,

prédio comercial; iii) os móveis e utensílios tem os seus valores projetados a partir

de cotações realizadas em lojas e fornecedores diretos, estas cotações

aconteceram presencialmente; iv) o levantamento da bibliografia básica do curso

de Ciências Contábeis aconteceu na seguinte ordem: a) levantamento das

disciplinas que compõem o curso e seu ordenamento por período letivo; b)

verificação na legislação própria sobre a bibliografia básica pré-determinada pelo

Ministério da Educação. Como não há uma lista dos livros exigidos e sim a

quantidade, ou seja, para reconhecimento seriam necessários 800 títulos (Manual

de Verificação em loco do Ministério da Educação), opta-se, neste trabalho, em

alinhar a bibliografia dos Cursos de Ciências Contábeis e Economia com a

bibliografia do Curso de Administração, uma vez que, neste curso há a

determinação mínima da bibliografia, com a relação completa das obras,

disponibilizada pelo MEC; c) pesquisa na editoras e livrarias sobre os valores dos

livros, e em bibliotecas(PUC e FEAD) sobre a ficha catalográfica das obras, e; d)

elaboração de uma planilha com o título da obra, quantidade e valor de mercado

atualizado. Importante destacar que para os demais cursos implantados, utiliza-se

uma média aritmética simples, por semestre, para se chegar ao valor das obras

do curso.

As despesas pré-operacionais referentes aos serviços prestados de recrutamento

e seleção, taxa de credenciamento junto ao MEC, treinamentos, limpeza e

conservação e vigilância são projetadas a partir de dados reais15, oriundos de

consultas às empresas prestadoras de serviços e entrevista com o supervisor

administrativo da PUC Minas, Sr. Paulo Lobato. Para estimar-se os custos

salariais, toma-se a tabela de salários do SAAE – Sindicato dos Auxiliares em

Administração Escolar de Minas Gerais, que será detalhada adiante.

Através dos anexos pode-se projetar e consolidar os valores que compuseram os

investimentos, as despesas pré-operacionais, o Custo de Oportunidade de Capital

e o Capital Circulante da IESP, para implantação de uma turma, por curso,

conforme demonstrado na Tabela 24. Desta forma é de suma importância

esclarecer que a projeção de uma turma representa o mínimo que se pode ter

para cada organização administrativa entrar em atividade, e que uma turma

corresponde a 50 (cinqüenta) alunos na Faculdade, 250 (duzentos e cinqüenta)

alunos no Centro Universitário e por fim, 355 (trezentos e cinqüenta e cinco)

15 Valores contratados e pagos, na época da pesquisa, pelas empresas consultadas.

alunos, enquanto Universidade. Ainda convém esclarecer que os valores de

reposição dos ativos permanentes, constantes nos anexos, são projetados a partir

do vencimento de sua vida útil, sendo, pois calculado e demonstrado, no 25º ano

o valor residual daqueles que não completaram mais um ciclo ao término deste

período (ver anexos).

Tabela 24 Total dos Investimentos Acumulados em 25 anos; ( com custo de oportunidade de

capital de 6,06%)

IESP localizada na Região do Barreiro Rubricas Faculdade Centro Universitário Universidade

Investimentos e Outros Gastos R$ 2.851.821 R$ 4.943.585 R$ 5.520.356 Terreno R$ 198.696 R$ 358.156 R$ 399.500 Construção R$ 1.580.046 R$ 2.813.151 R$ 3.146.044 Móveis R$ 281.150 R$ 651.065 R$ 763.879 Equipamentos R$ 747.670 R$ 926.470 R$ 990.190 Bibliografia R$ 44.260 R$ 194.743 R$ 220.743 Despesas Pré-operacionais R$ 57.924 R$ 60.141 R$ 55.641 Contratação e treinamento R$ 18.000 R$ 40.500 R$ 31.000 Gasto com pessoal R$ 39.924 R$ 19.641 R$ 24.641 Custo de Oportunidade Capital R$ 176.357 R$ 303.271 R$ 337.956 Capital Circulante R$ 10.026.027 R$ 32.977.206 R$ 49.874.446 Total Geral R$ 13.112.130 R$ 38.284.202 R$ 55.788.399 Comparação dos Gastos 100% 292% 425% Alunos Matriculados 18.600 93.000 113.370 Comparação dos alunos 100% 500% 610% Despesas por aluno matriculado R$ 704,95 R$ 411,66 R$ 492,09

Fonte: Dados da pesquisa - 2005

Mister se faz observar os gastos com investimento, despesas pré-operacionais,

custo de oportunidade do capital e capital circulante considerando-se os tipos de

organização (Tabela 24). Assim, enquanto que, no caso de uma Faculdade com

um curso e uma turma tem-se um investimento total de R$ 13.112.130, no caso

de um Centro Universitário com cinco cursos e cinco turmas (uma turma por

curso), o montante dos investimentos alcança R$ 38.284.202. Já no caso de uma

Universidade, com cinco turmas em nível de graduação e três turmas, em nível de

pós-graduação, o total dos gastos com investimentos alcança R$ 55.788.399. A

existência de economias de escala, derivadas do aproveitamento da estrutura

administrativa (sala da diretoria, sala dos professores, CPD, coordenações) e da

estrutura acadêmica (auditório, sala de monitoria, sala de multimeios,

departamento médico, biblioteca, dentre outros), pré-existente, manifesta-se pela

redução do montante dos investimentos por aluno, que é de R$ 704,95 no caso

de uma Faculdade, de R$ 411,66 no caso de um Centro Universitário e de R$

492,09 no caso de uma Universidade, conforme o descrito no texto.

Já na tabela 25, abaixo, estão demonstradas as despesas por aluno/ano,

representadas por: Investimento, Despesas Pré-operacionais, Custo de

Oportunidade de capital e Capital circulante. Percebe-se então, que no primeiro

ano de funcionamento a Faculdade apresenta um gasto por aluno de R$

15.900,54, já no Centro Universitário o gasto se reduz para R$ 4.725,81 e na

Universidade o gasto apresenta-se em R$ 4.288,68. É importante observar que,

em geral, estes gastos por aluno ao decorrer dos anos se apresentam

decrescentes, chegando a ser irrisórios no 25º ano de funcionamento, em função

do reconhecimento, neste ano, do valor residual dos bens de capital, pois estes

valores “entram como receita” no último ano, conforme demonstrados nos anexos.

Tabela 25 Despesas por Aluno/ano, em 25 anos

(com custo de oportunidade de capital de 6,06%)

IESP localizada na Região do Barreiro

Anos Faculdade Centro Universitário Universidade

1 R$ 15.900,54 R$ 4.725,82 R$ 4.288,68

2 R$ 1.122,45 R$ 644,52 R$ 719,64

3 R$ 672,90 R$ 379,16 R$ 372,62

4 R$ 369,51 R$ 237,68 R$ 239,47

5 R$ 147,44 R$ 102,33 R$ 120,71

6 R$ 112,74 R$ 78,25 R$ 93,42

7 R$ 91,27 R$ 63,35 R$ 76,20

8 R$ 76,67 R$ 53,21 R$ 64,34

9 R$ 66,09 R$ 45,87 R$ 55,67

10 R$ 58,08 R$ 40,31 R$ 49,06

11 R$ 119,32 R$ 52,51 R$ 58,50

12 R$ 48,71 R$ 34,40 R$ 42,02

13 R$ 44,38 R$ 31,35 R$ 37,63

14 R$ 40,75 R$ 28,79 R$ 34,60

15 R$ 36,16 R$ 25,10 R$ 30,79

16 R$ 33,63 R$ 23,34 R$ 28,65

17 R$ 31,42 R$ 21,81 R$ 26,79

18 R$ 29,49 R$ 20,47 R$ 25,16

19 R$ 27,78 R$ 19,28 R$ 23,72

20 R$ 26,26 R$ 18,22 R$ 22,43

21 R$ 57,34 R$ 25,23 R$ 28,38

22 R$ 24,65 R$ 17,41 R$ 21,44

23 R$ 23,49 R$ 16,59 R$ 20,06

24 R$ 22,44 R$ 15,85 R$ 19,17

25 R$ 1,71 R$ 7,39 R$ 11,44

Acumulado R$ 704,95 R$ 411,66 R$ 492,09 Fonte: Dados da pesquisa - 2005

4.2.2 A projeção dos custos e despesas operacionais da IESP

Buarque (1984) assinala que o cálculo dos custos operacionais é uma das mais

importantes e detalhadas etapas de um projeto. Os custos são divididos

basicamente em custos fixos e custos variáveis, sendo os custos fixos aqueles

que não dependem, em cada monumento, do nível de produção da unidade; já os

custos variáveis são os que dependem diretamente do nível de produção da

unidade em dado período de tempo. Além destas duas classificações, é

importante conhecer os custos unitários, isto é, os custos para produzir uma

unidade do produto, em diferentes níveis de produção.

Desta forma, após a projeção dos investimentos permanentes, gastos pré-

operacionais, custo de oportunidade de capital e capital circulante, busca-se

projetar os gastos operacionais, ou seja, aqueles gastos que estão relacionados

diretamente com a atividade produtiva da organização. Observe-se que, de

acordo com Campos, Roses e Baumgartber (2003), termos como gastos, perdas,

custos e despesas sempre provocaram alguma confusão quanto ao seu

verdadeiro significado e sua influência nos resultados das organizações. Torna-

se, portanto, importante apresentar algumas das definições que norteia este

trabalho, tais como: i) gasto – corresponde ao sacrifício financeiro para obtenção

de um produto ou serviço; ii) investimento – gasto que deverá proporcionar

benefícios futuros; iii) desembolso – pagamento resultante da aquisição de bens

e/ou serviços; iv) perda – bem ou serviço consumido de forma anormal ou

involuntária; v) custos variáveis – correspondem àqueles que variam numa

relação direta à variação da produção e; vi) custos fixos – são aqueles que não

oscilam de acordo com a produção.

Conforme salienta Melnick (1972),

“(...) para calcular e relacionar os custos de produção de um projeto, começa-se por decompô-los em rubricas parciais(...) nos orçamentos industriais podemos distinguir entre custos diretos, que se relacionam com o processo de produção propriamente dito, e os indiretos, ou seja, os de serviços complementares à produção”.

Deve-se lembrar também os conceitos trazidos por Martins (2003), que trata da

diferença entre custos e despesas e suas respectivas definições: “O Custo

corresponde ao gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros

bens e serviços; são todos os gastos relativos à atividade de produção”. Podem

ser classificados, neste trabalho, como: i) Custos Diretos, sendo aqueles relativos

ao processo de ensino e aprendizado, representados pelos professores, ou

relacionado diretamente ao corpo docente e; ii) Custos Indiretos, sendo àqueles

relativos ao processo de apoio ao ensino e aprendizado, da Diretoria,

Coordenação e demais setores que prestam apoio ao corpo docente. Já as

despesas, ainda segundo Martins (2003), correspondem “à administração geral

da organização, que não têm nenhum contato, direto ou indireto, com o processo

de transformação dos insumos em produtos acabados, ou com a efetiva

prestação de serviço”.

Dessa forma, os custos e despesas são projetados levando-se em consideração

o seu comportamento em relação ao nível de ocupação ou na proporção das

necessidades.

A fim de se estabelecer uma ordem na apresentação das informações,

demonstra-se um modelo de Plano de contas, tabela 26, com uma descrição

reduzida das contas, que é usado na confecção das planilhas.

Tabela 26

Plano de Contas – Contas de Resultado. Denominação Interpretação/Descrição

Custo Operacional Custo Direto Pessoal Salários Remuneração paga ao Professor INSS Parcela da contribuição ao INSS devida pelo empregador FGTS Contribuição do empregador para a formação do FGTS do empregado Provisão 13º Salário Provisão de um doze avos do salário mensal bruto de cada empresado Provisão de Férias Provisão de um doze avos do salário mensal do empregado Gratificação de Férias Provisão de um terço da Provisão de Férias

Recomposição dos Dias Não trabalhados Provisão para cobertura de faltas, férias e aviso prévio

Administrativas Atividades Extra Curriculares Gastos com a finalidade de complemento do ensino ou congraçamento dos alunos Laboratórios Melhoria, conservação de equipamentos bem como material de laboratório Áudio Visual Melhoria, conservação e utilização dos recursos de audiovisual Propaganda e Publicidade Gastos com contratos de publicidade firmados com empresas ou autônomos Materiais Material Didático Gastos de materiais específicos para fins didáticos Material Gráfico Gastos de materiais produzidos pela Gráfica Material Esportivo Gastos de Materiais específicos para fins esportivos - bolas, redes e outros Custo Indireto Pessoal

Continua na próxima página

Salários Remuneração paga ao funcionário Técnico/Administrativo INSS Parcela da contribuição ao INSS devida pelo empregador FGTS Contribuição do empregador para a formação do FGTS do empregado Provisão 13º Salário Provisão de um doze avos do salário mensal bruto de cada empresado Provisão de Férias Provisão de um doze avos do salário mensal do empregado Gratificação de Férias Provisão de um terço da Provisão de Férias

Recomposição dos Dias Não trabalhados Provisão para cobertura de faltas, férias e aviso prévio

Administrativas Deprecações e Amortizações Desvalorização dos bens devido ao seu desgaste conforme legislação específica Manutenção e Reparos Serviços ou materiais utilizados em reparo ou melhoria dos imóveis da empresa Energia Elétrica Gastos com utilização de energia elétrica Água Gastos com pagamento de taxas de água e esgoto Telefone, Fax e Internet Gastos com utilização de telefone, fax e internet Correios e Malotes Gastos com utilização dos serviços postais Assistência Social Gastos com melhoria do bem estar dos funcionários Jornais, Livros e Revistas Gastos com aquisição de jornais, livros e revistas Viagens Gastos com viagens de funcionários e diretores a serviço da escola Manutenção de Veículos Gastos com reparo e manutenção de veículos - inclusive combustíveis Copa, Cozinha e Refeitório Refeições preparadas para alimentação dos funcionários Condução Gastos com transporte de pessoas, não incluídas na viagem Treinamento de Pessoal Gastos visando a melhoria e especialização do quadro de pessoal Serviços Prestados Pessoa Jurídica Pagamento de serviços prestados por terceiros Relações Públicas Gastos com efetivação das relações sociais da empresa com o público e outros Vale Transporte Pagamento de despesas com transporte dos funcionários Participação do Trabalhador no VT Desconto das despesas de transporte dos funcionários Programa de Alimentação Pagamento de despesas com alimentação dos funcionários Participação do Trabalhador no PA Desconto de % referente ao total das despesas com alimentação Reparação de Equipamentos Gastos com reparos de máquinas e equipamentos, inclusive peças de reposição Materiais Material de Consumo Consumo de material de uso administrativo Material de Limpeza Consumo de material para limpeza e higiene Tributárias IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano Impostos e Taxas Impostos e taxas diversas Financeiras Despesas Bancárias Despesas relativas à utilização de serviços bancários Fonte: Manual de Orçamento e Custos e sua Aplicação na Escola, 1997. Nota : Adaptado para este trabalho pelo autor. Estabelecido o Plano de Contas, passa-se a explicar cada grupo de despesas,

com a conseqüente demonstração dos valores apurados através das projeções.

4.2.2.1 Projeção dos custos de mão-de-obra (gastos com pessoal)

Os gastos com pessoal têm uma importância muito grande neste trabalho, pois,

segundo Campos, Roses e Baumgartber (2003), na atividade de prestação de

serviços, o item ”pessoal” assume valor significativo na composição dos gastos. O

seu dimensionamento deve ser bem avaliado, levando-se em consideração as

possíveis terceirizações e o uso de tecnologia. Para o dimensionamento de

pessoal se faz necessário calcular o número de funcionários necessários e o

momento em que será preciso contratar novos empregados, tendo-se em vista as

modificações na estrutura organizacional e o crescimento esperado em termos de

alunos matriculados.

Os gastos com pessoal considera os salários vigentes na região de Belo

Horizonte. Neste sentido, conforme determina a Convenção Coletiva de Trabalho

para 2005/2006, homologada pelo SINPRO/MG e pelo SINEPE/SUDESTE, em

sua Cláusula Quadragésima Terceira - Pisos Salariais, nenhum professor

abrangido por esse “Instrumento contratual” poderia perceber salário-aula-base

inferior aos mínimos estabelecidos na Tabela 27, entre o dia 1º (primeiro) de

fevereiro de 2005 e o dia 31 (trinta e um) de janeiro de 2006. Destaque-se que,

para o docente do Ensino Superior lotado em Belo Horizonte, o salário-aula

estabelecido correspondia a R$ 22,04 (vinte e dois reais e quatro centavos).

Tabela 27 Valor de Salário Aula Base

vigente entre 01/02/2005 a 31/01/2006

Salário-aula-base (R$)

Segmento

a partir de 1/2/05 Educação Infantil (zero a três anos) 5,59 Educação Infantil/Pré-escolar e Ensino Fundamental (1a a 4a séries) 7,00 Ensino Fundamental (5a. a 8a séries) e Ensino Médio 10,24 Ensino Superior e Posterior (Belo Horizonte) 22,04 Ensino Superior e Posterior (Demais Municípios) 16,92 Cursos Livres, Supletivo e Preparatório 12,13 Curso Pré-vestibular 16,49

Fonte: Sindicato dos Professores de Minas Gerais, 2005 – adaptado pelo autor

Quanto ao quadro de docentes este trabalho segue o que determina o Formulário

para Avaliação de Pedidos de Autorização e de Reconhecimento de Cursos de

Graduação, divulgado pelo Ministério da Educação e Secretaria de Educação

Superior. Neste formulário, exige-se, na média, para obtenção do Conceito

Regular, de 20 a 29% do corpo docente em regime de tempo integral e, para o

Conceito Bom, de 30 a 40% do corpo docente em regime de tempo integral. Já no

quesito de Titulação acadêmica, para receber o conceito Regular, a IESP deve ter

no mínimo 100% do corpo docente com pelo menos especialização, e para

Conceito Bom deve-se ter de 30 a 59% do corpo docente com

Mestrado/Doutorado. Para este trabalho, considera-se o conceito Bom, para todas

as projeções.

Em relação aos salários dos técnicos e funcionários administrativos, supõe-se

uma estrutura do corpo técnico composta por: diretor, coordenador, secretária

escolar, técnico em informática, bibliotecária, gerente de CPD, gerente

administrativo e financeiro e auxiliar de enfermagem. Quanto ao quadro

administrativo, assume-se que o mesmo seria composto por: auxiliar de

secretaria, assistente administrativo e financeiro, auxiliar de biblioteca e auxiliar

de áudio e vídeo. Os valores dos salários são estabelecidos a partir dos valores

constantes no “Relatório de pesquisa salarial por 44 horas semanais”, onde

consta os salários médios praticados nos estabelecimentos de ensino no Estado

de Minas Gerais, divulgado pelo SAEE – MG – Sindicato dos Auxiliares em

Administração Escolar do Estado de Minas Gerais, em maio de 2005, com

vigência até fevereiro de 2006.

Os encargos sociais utilizados para cálculo do custo de pessoal, estão

demonstrados na tabela 28, correspondendo a 64,44% do valor da folha. Para se

chegar a esta porcentagem, deve-se tomar em consideração as parcelas básicas

(cota patronal do INSS e FGTS), bem como encargos sociais a serem

provisionados de modo a fazer face às determinações legais (décimo terceiro

salário, gratificação de férias, substituição), bem como estimativas para faltas,

licenças, aviso prévio e outros. O total a ser recolhido de INSS corresponde a

25,50%, sendo formado por 21% de INSS correspondendo à parcela patronal,

mais 2,5% de salário educação, mais 2,0% de SESI, SENAI e SENAC. A alíquota

correspondente ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviços – FGTS - é de

8,5%, sendo que 8% é depositado em conta vinculada do empregado e 0,5% vai

para o Governo. A Provisão de 13º Salário e Provisão de Férias correspondem,

cada uma delas a um mês de salário, o que significa o percentual de 8,33%.

Deve-se lembrar que, conforme a CLT, as Férias são acrescidas de uma

Gratificação, correspondente à 1/3 das mesmas, ou seja, 33,33% do valor das

férias. Por último a Recomposição dos Dias Não Trabalhados14.

16 Percentual médio, encontrado através de cálculos internos, e que tem o objetivo de cobrir as eventuais faltas, avisos prévios e férias, onde um funcionário estará ausente e seu serviço deverá ser realizado por outro; no caso desta pesquisa optou-se trabalhar com o percentual médio apurado no Grupo Pitágoras, em 2001.

Tabela 28

Detalhamento dos encargos sociais.

Natureza %

INSS s/ Salário 25,50%

FGTS s/ Salário 8,50%

Provisão 13º Salário (1/12 avos) do Salário 8,33%

Provisão Férias (1/12 avos do Salário) 8,33%

Provisão Gratificação Férias (1/3 de 1/12 avos do Salário) 2,78%

INSS s/ Provisões 4,96%

FGTS s/ Provisões 1,65%

Recomposição dos Dias Não Trabalhados 4,39%

Total 64,44%

Fonte: Dados da pesquisa – 2005 Os cálculos detalhados encontram-se nos anexos deste trabalho, demonstrando-

se aqui apenas o resultado consolidado (tabela 29) do gasto mensal de salários,

tanto do corpo docente quanto ao meio técnico e administrativo, bem como as

suas variações.

Tabela 29 Gastos com Pessoal Direto (Professores) e Indireto (Técnicos e Administrativos)

Acumulados em 25 anos IESP localizada na Região do Barreiro.

Rubricas Faculdade Centro

Universitário Universidade Pessoal (Professores) R$ 19.311.484 R$ 96.557.420 R$ 156.808.302 Comparação 100% 500% 812%Custo (Professores) por aluno R$ 1.038 R$ 1.038 R$ 1.383 Pessoal (Téc/Administrativos) R$ 11.126.812 R$ 16.346.801 R$ 18.334.801 Comparação 100% 147% 165%Custo (Téc/Adm) por aluno R$ 598 R$ 176 R$ 162 Total Geral (Professores+Téc/Adm.) R$ 30.438.296 R$ 112.904.221 R$ 175.143.103 Comparação 100% 371% 575%Custo por aluno(Professores+Téc/Adm) R$ 1.636 R$ 1.214 R$ 1.545

Fonte: Dados da pesquisa - 2005

Conforme se pode perceber através da leitura da Tabela 29, em relação ao re-

credenciamento da Faculdade para o Centro Universitário, o custo por aluno com

pessoal direto (Professores), não sofre nenhuma alteração, permanecendo em R$

1.038; por sua vez, o custo por aluno com pessoal indireto (técnico/administrativo)

sai de R$ 598 para R$ 176, representando uma queda de 70,57%. Desta forma,

considerando-se o somatório dos custos por aluno com pessoal direto e indireto,

tem-se R$ 1.636 no caso de uma Faculdade, passando para R$ 1.214 no caso

de Centro Universitário, denotando um decréscimo de 25,79%. É importante

observar que em relação ao total gasto com os professores, há uma variação de

400%, passando de R$ 19.311.484 para R$ 96.557.420 respectivamente; já nos

custos indiretos a variação fica em apenas em 47%, ou seja, de R$ 11.126.812

para R$ 16.346.801, demonstrando, desta forma, uma maior utilização da

capacidade ociosa que existia enquanto Faculdade, existente em vários setores

como biblioteca, sala de multimeios, auditório, departamento médico, laboratórios

de informática e espaços administrativos (secretaria, sala da diretoria,

coordenação e outros).

Já quando se considera a oportunidade de re-credenciamento do Centro

Universitário para a Universidade, o custo por aluno com pessoal direto

(Professores), sofre um crescimento de 33,24% , saindo de R$ 1.038 para R$

1.383; por sua vez, o custo por aluno com pessoal indireto sai de R$ 176 para R$

162, representando uma pequena queda (7,95%); desta forma, considerando-se o

somatório dos custos por aluno com pessoal direto e indireto, tem-se no Centro

Universitário um valor de R$ 1.214, que sobe para R$ 1.545 quando se tem uma

Universidade, denotando um acréscimo de 27,27%.

É ainda importante observar que, em relação ao total gasto com pessoal,

percebe-se que a variação dos custos diretos é 5 vezes maior (62%) em relação à

variação do custo indireto (12%), pois enquanto os Custos Diretos saltam de R$

96.557.420 (Centro Universitário) para R$ 156.808.302 (Universidade), os

indiretos passam de R$ 16.346.801 para R$ 18.334.801, respectivamente;

demonstrando que a organização chega bem próximo à sua capacidade máxima

de utilização dos custos indiretos ou estruturais, onde que para propiciar maior

crescimento deverá haver incrementos nos custos indiretos, ou seja,

considerados fixos, a fim de continuar mantendo o padrão de qualidade na

prestação de serviços, em cada “fase” de sua implantação.

Já na tabela 30, abaixo, estão demonstradas as despesas com pessoal por

aluno/ano. Percebe-se que, no seu primeiro ano de funcionamento, a Faculdade

apresenta um gasto por aluno de R$ 4.152,34; já no Centro Universitário, o gasto

se reduz a R$ 2.057,02 e no caso da Universidade o gasto é de R$ 3.786,22. É

importante observar que os gastos por aluno se apresentam decrescentes no

decorrer dos anos, chegando a R$ 68,23 na Faculdade, R$ 51,33 no Centro

Universitário e R$ 64,07 na Universidade, no 25º ano de funcionamento.

Tabela 30

Gastos por ano/aluno com Pessoal Direto (Professores) e Indireto (Técnicos e Administrativos)

IESP localizada na Região do Barreiro. Em R$

Faculdade Centro Universitário Universidade Anos

Professores Téc/Adm Total Professores Téc/Adm Total Professores Téc/Adm Total

1 1.185,19 2.967,15 4.152,34 1.185,19 871,83 2.057,02 3.097,59 688,63 3.786,22

2 790,75 890,14 1.680,89 790,75 261,55 1.052,30 1.235,75 206,59 1.442,34

3 581,42 423,88 1.005,30 581,42 124,55 705,97 765,05 102,72 867,77

4 457,77 247,26 705,04 457,77 72,65 530,43 556,69 62,52 619,21

5 316,92 171,18 488,10 316,92 50,30 367,22 394,09 44,26 438,35

6 242,35 130,90 373,25 242,35 38,46 280,81 305,00 34,25 339,25

7 196,19 105,97 302,16 196,19 31,14 227,33 248,76 27,94 276,70

8 164,80 89,01 253,81 164,80 26,15 190,95 210,04 23,59 233,62

9 142,07 76,74 218,80 142,07 22,55 164,62 181,74 20,41 202,15

10 124,85 67,44 192,28 124,85 19,81 144,66 160,17 17,99 178,16

11 111,35 60,14 171,50 111,35 17,67 129,02 143,17 16,08 159,25

12 100,49 54,28 154,76 100,49 15,95 116,44 129,44 14,54 143,97

13 91,55 49,45 141,01 91,55 14,53 106,09 118,10 13,26 131,37

14 84,08 45,42 129,50 84,08 13,34 97,43 108,60 12,20 120,79

15 77,74 41,99 119,72 77,74 12,34 90,07 100,51 11,29 111,80

16 72,28 39,04 111,32 72,28 11,47 83,75 93,54 10,51 104,05

17 67,54 36,48 104,02 67,54 10,72 78,26 87,47 9,82 97,30

18 63,38 34,24 97,62 63,38 10,06 73,44 82,15 9,23 91,37

19 59,71 32,25 91,96 59,71 9,48 69,19 77,43 8,70 86,13

20 56,44 30,48 86,92 56,44 8,96 65,40 73,23 8,22 81,46

21 53,51 28,90 82,41 53,51 8,49 62,00 69,46 7,80 77,26

22 50,86 27,47 78,34 50,86 8,07 58,94 66,06 7,42 73,48

23 48,47 26,18 74,65 48,47 7,69 56,16 62,98 7,07 70,05

24 46,29 25,00 71,30 46,29 7,35 53,64 60,17 6,76 66,93

25 44,30 23,93 68,23 44,30 7,03 51,33 57,60 6,47 64,07

Médio 1.038,25 598,22 1.636,47 1.038,25 175,77 1.214,02 1.383,16 161,73 1.544,88

4.2.2.2 Projeção das despesas administrativas, materiais, tributárias e de

cobrança.

As despesas administrativas, materiais, tributárias e de cobrança correspondem

aos gastos necessários para a gestão das operações da empresa, abrangendo os

gastos relativos ao consumo de água, energia elétrica, telefonia, manutenção e

reparos, serviços terceirizados, viagens, correio, fax, material de escritório e

gráfico, material de limpeza, seguros, taxas, benefícios (assistência médica, vale-

transporte e vale-refeição) entre outros especificados no Plano de Contas (Tabela

26). Estas despesas são quase que exclusivamente relacionadas à administração

da empresa, ao pessoal burocrático e aos gastos de expediente, incluindo custos

comerciais, marketing, custos financeiros e custos tributários.

Os cálculos detalhados encontram-se nos anexos deste trabalho, apresentando-

se aqui, através da tabela 31, apenas os resultados consolidados dos gastos de

cunho administrativo, material, financeiro e tributário, tanto do corpo docente,

quanto ao meio técnico e administrativo.

Tabela 31 Gastos de cunho administrativo, material, financeiro e tributário

Acumulados em 25 anos IESP localizada na Região do Barreiro.

Rubricas Faculdade Centro Universitário Universidade Custo direto R$ 441.000 R$ 2.205.000 R$ 3.510.000 Administrativas R$ 336.000 R$ 1.680.000 R$ 2.670.000 Materiais R$ 105.000 R$ 525.000 R$ 840.000 Comparação dos custos 100% 500% 796%Custo por aluno R$ 23,71 R$ 23,71 R$ 30,96 Custo indireto R$ 6.746.379 R$ 13.491.323 R$ 17.953.573 Administrativas R$ 6.028.379 R$ 11.867.323 R$ 15.509.573 Materiais R$ 177.000 R$ 531.000 R$ 708.000 Tributárias R$ 490.000 R$ 940.000 R$ 1.430.000 Cobrança R$ 51.000 R$ 153.000 R$ 306.000 Comparação dos custos 100% 200% 266%Custo por aluno R$ 362,71 R$ 145,07 R$ 158,36 Custo Total R$ 7.187.379 R$ 15.696.323 R$ 21.463.573 Comparação dos Custos 100% 218% 299%Alunos Matriculados 18.600 93.000 113.370 Custo por aluno R$ 386,42 R$ 168,78 R$ 189,32

Fonte: Dados da pesquisa - 2005 De maneira similar ao que ocorre no caso do custo da mão de obra, nas

projeções dos 25 anos dos gastos administrativos, materiais, tributários e de

cobrança, é possível perceber (Tabela 31), que o custo direto por aluno é o

mesmo (R$ 23,71) considerando-se a Faculdade e o Centro Universitário; por sua

vez, o custo classificado como indireto cai de R$ 362,71 para R$ 145,07,

representando uma redução de 60%; desta forma, considerando-se o somatório

dos custos direto e indireto, por aluno, tem-se um custo por aluno de R$ 386,42

no caso da Faculdade, custo que passa para R$ 168,78 quando se considera o

Centro Universitário, denotando um decréscimo de 56,32%. É importante

observar que, em relação ao total direto gasto, há uma variação de 400%,

passando de R$ 441.000 para R$ 2.205.000; já nos custos indiretos esta variação

não alcança o mesmo percentual, ficando apenas em 100%, ou seja, de R$

6.746.379 para R$ 13.491.323, demonstrando, mais uma vez, a melhor utilização,

no Centro Universitário, da capacidade ociosa que existia na Faculdade, sendo a

capacidade ociosa percebida em setores como biblioteca, sala de multimeios,

auditório, departamento médico, laboratórios de informática e espaços

administrativos (secretaria, sala da diretoria, coordenação e outros).

Já quando se considera a oportunidade de re-credenciamento do Centro

Universitário para a Universidade, o custo direto por aluno sofre um crescimento

de 30,58% , saindo de R$ 23,71 para R$ 30,96; por sua vez, o custo indireto por

aluno sai de R$ 145,07 para R$ 158,36, representando uma pequena elevação de

9,16%. Somando, então, os custos administrativos, materiais, de cobrança e

tributários, tanto diretos como indiretos, apura-se que o custo por aluno é de R$

386,42 no caso da Faculdade, de R$ 168,78 no caso Centro Universitário, ou

seja, 56,32% menor em relação à Faculdade e, na Universidade, é de R$ 189,32,

ou seja 51,01% menor em relação à Faculdade e 12,17% maior em relação ao

Centro Universitário. É ainda importante salientar que, quando se considera a

oportunidade de re-credenciamento do Centro Universitário para a Universidade,

apura-se que a variação dos custos diretos totais é da ordem de 59%, enquanto a

variação dos custos indiretos é de apenas 33%, com destaque para os gastos

financeiros, que dobraram na relação Centro Universitário - Universidade.

Na tabela 32 estão demonstradas as despesas de cunho administrativo, material,

financeiro e tributário, por aluno/ano, onde se percebe então, que no primeiro ano

de funcionamento a Faculdade apresenta um gasto por aluno de R$ 1.916,63; já

no Centro Universitário o gasto se reduz para R$ 837,14 e na Universidade o

gasto apresenta-se em R$ 806,14. É importante observar que estes gastos por

aluno ao decorrer dos anos se apresentam decrescentes, chegando a R$ 15,46

na Faculdade, R$ 6,75 no Centro Universitário e R$ 7,57 na Universidade, no 25º

ano de funcionamento.

Tabela 32 Gastos por ano/aluno de cunho administrativo, material, financeiro e tributário

IESP localizada na Região do Barreiro Em R$

Faculdade Centro Universitário Universidade Anos

Professores Téc/Adm Total Professores Téc/Adm Total Professores Téc/Adm Total

1 117,60 1.799,03 1.916,63 117,60 719,54 837,14 131,83 674,31 806,14

2 35,28 539,71 574,99 35,28 215,86 251,14 39,55 202,29 241,84

3 16,80 257,00 273,80 16,80 102,79 119,59 19,66 100,58 120,24

4 9,80 149,92 159,72 9,80 59,96 69,76 11,97 61,22 73,19

5 6,78 103,79 110,58 6,78 41,51 48,30 8,47 43,34 51,81

6 5,19 79,37 84,56 5,19 31,74 36,93 6,56 33,54 40,10

7 4,20 64,25 68,45 4,20 25,70 29,90 5,35 27,36 32,71

8 3,53 53,97 57,50 3,53 21,59 25,11 4,52 23,10 27,61

9 3,04 46,53 49,57 3,04 18,61 21,65 3,91 19,99 23,89

10 2,67 40,89 43,56 2,67 16,35 19,03 3,44 17,61 21,06

11 2,38 36,47 38,85 2,38 14,59 16,97 3,08 15,75 18,82

12 2,15 32,91 35,06 2,15 13,16 15,31 2,78 14,23 17,02

13 1,96 29,98 31,94 1,96 11,99 13,95 2,54 12,99 15,53

14 1,80 27,54 29,34 1,80 11,01 12,81 2,33 11,94 14,28

15 1,66 25,46 27,12 1,66 10,18 11,85 2,16 11,05 13,21

16 1,55 23,67 25,22 1,55 9,47 11,01 2,01 10,29 12,30

17 1,45 22,12 23,57 1,45 8,85 10,29 1,88 9,62 11,50

18 1,36 20,76 22,12 1,36 8,30 9,66 1,77 9,03 10,80

19 1,28 19,55 20,83 1,28 7,82 9,10 1,66 8,52 10,18

20 1,21 18,48 19,69 1,21 7,39 8,60 1,57 8,05 9,63

21 1,15 17,52 18,67 1,15 7,01 8,15 1,49 7,64 9,13

22 1,09 16,66 17,75 1,09 6,66 7,75 1,42 7,26 8,69

23 1,04 15,87 16,91 1,04 6,35 7,39 1,35 6,93 8,28

24 0,99 15,16 16,15 0,99 6,06 7,05 1,29 6,62 7,91

25 0,95 14,51 15,46 0,95 5,80 6,75 1,24 6,33 7,57

Custo Médio 23,71 362,71 386,42 23,71 145,07 168,78 30,96 158,36 189,32

Tendo discutido os gastos de forma discriminada, é possível , apresentá-los de

forma consolidada (Tabela 33), salientando as diferenças entre Faculdade, Centro

Universitário e Universidade.

Tabela 33

Gastos totais, alunos matriculados e custo por aluno ao final dos 25 anos IESP localizada na Região do Barreiro

Rubricas Faculdade Centro Universitário Universidade

Investimentos e Outros Gastos R$ 2.851.821 R$ 4.943.585 R$ 5.520.356 Terreno R$ 198.696 R$ 358.156 R$ 399.500 Construção R$ 1.580.046 R$ 2.813.151 R$ 3.146.044 Móveis R$ 281.150 R$ 651.065 R$ 763.879 Equipamentos R$ 747.670 R$ 926.470 R$ 990.190 Bibliografia R$ 44.260 R$ 194.743 R$ 220.743 Despesas Pré-operacionais R$ 57.924 R$ 60.141 R$ 55.641 Contratação e treinamento R$ 18.000 R$ 40.500 R$ 31.000 Gasto com pessoal R$ 39.924 R$ 19.641 R$ 24.641 Custo de Oportunidade do Capital R$ 176.357 R$ 303.271 R$ 337.956 Capital Circulante R$ 10.026.027 R$ 32.977.206 R$ 49.874.446 Despesas Operacionais R$ 37.625.676 R$ 128.600.544 R$ 196.606.676 Custo Direto R$ 19.752.484 R$ 98.762.420 R$ 160.318.302 Pessoal R$ 19.311.484 R$ 96.557.420 R$ 156.808.302 Administrativas R$ 336.000 R$ 1.680.000 R$ 2.670.000 Materiais R$ 105.000 R$ 525.000 R$ 840.000 Custo Indireto R$ 17.873.192 R$ 29.838.124 R$ 36.288.374 Pessoal R$ 11.126.812 R$ 16.346.801 R$ 18.334.801 Administrativas R$ 6.028.379 R$ 11.867.323 R$ 15.509.573 Materiais R$ 177.000 R$ 531.000 R$ 708.000 Tributárias R$ 490.000 R$ 940.000 R$ 1.430.000 Cobrança R$ 51.000 R$ 153.000 R$ 306.000 Total Geral R$ 50.737.806 R$ 166.884.746 R$ 252.395.075 Comparação dos Gastos 100% 329% 497%Alunos Matriculados 18.600 93.000 113.370 Comparação dos alunos 100% 500% 610%Gastos por aluno R$ 2.728 R$ 1.794 R$ 2.226 Comparação dos gastos alunos 100% 66% 82% (*) Taxa utilizada para cálculo do Custo de Oportunidade de Capital – 6,06% Fonte: Dados da pesquisa – 2005 Através da leitura da tabela 33, verifica-se que, enquanto o número de alunos é

multiplicado por 5 quando se transita da estrutura correspondente a uma

Faculdade para um Centro Universitário, saindo de 18.600 alunos para 93.000

alunos matriculados, os custos totais crescem apenas 3,29 vezes, passando de

R$ 50.737.806 para R$ 166.884.746, acarretando com isso uma redução no custo

médio por aluno da ordem de 34%, demonstrando-se, desta forma, que o

aumento dos custos não acontece de maneira proporcional ao aumento do

número de alunos, trazendo desta forma uma queda no custo médio por aluno.

Por outro lado, no caso das simulações deste estudo, quando se transita de um

Centro Universitário para uma Universidade, percebe-se que, enquanto o

percentual de incremento de alunos é de 22%, o incremento dos gastos é de

51,24%, fazendo com que o custo médio por aluno suba de R$ 1.794 no caso do

Centro Universitário para R$ 2.226 no caso da Universidade, representando um

aumento de 24%. Em outras palavras, o aumento do número de alunos faz-se

acompanhar por elevação dos custos por aluno quando se transita da estrutura

correspondente a um Centro Universitário para uma Universidade (veja-se o

Gráfico 6). A explicação do aparente paradoxo está nos elevados custos dos

cursos de Pós-graduação implantados no re-credenciamento da IESP enquanto

Universidade, fazendo com que o custo médio por aluno se eleve.

Gráfico 6 Número de Alunos Matriculados e Custo Médio por Aluno

IESP localizada na Região do Barreiro

Custo Médio por Aluno (Barreiro)

R$ 2.728

R$ 1.794

R$ 2.226

R$ 1.700

R$ 1.900

R$ 2.100

R$ 2.300

R$ 2.500

R$ 2.700

Faculdade Centro Universitário Universidade

Fonte: Dados da pesquisa – 2005

Após as análises já realizadas onde foram contempladas as variáveis localização

(Barreiro), custo de oportunidade de capital (6,06%) e apenas uma turma por

curso, se torna essencial, com o objetivo de se alcançar uma compreensão

melhor do assunto, eliminando a variável estrutura, realizar outra simulação, que

tem como base as seguintes premissas: 1) região do Barreiro; 2) custo de

Oportunidade de Capital igual a 6,06% e; 3) número crescente de turmas de

graduação implantadas por curso, iniciando em uma turma e terminando com

-34%

+24%

18.600 alunos

93.000 alunos

113.370 alunos

vinte e cinco turmas e ainda uma turma de cada curso de pós-graduação

(Universidade). O resultado pode ser verificado na tabela 34 e no gráfico 7.

Tabela 34 Gasto Médio por Aluno

Variando-se o número de alunos e turmas por curso (Custo de Oportunidade de Capital de 6,06%)

IESP localizada na Região do Barreiro Nº Turmas/por Curso Nº Alunos Faculdade Nº Alunos Centro Universitário Nº Alunos Universidade 1 Graduação e 1 Pós(*) 18.600 R$ 2.727,84 93.000 R$ 1.794,46 113.370 R$ 2.226,30 2 Graduação e 1 Pós(*) 37.200 R$ 2.060,04 186.000 R$ 1.578,31 206.370 R$ 1.844,76 3 Graduação e 1 Pós(*) 55.800 R$ 1.837,44 279.000 R$ 1.506,26 299.370 R$ 1.700,27 4 Graduação e 1 Pós(*) 74.400 R$ 1.726,14 372.000 R$ 1.470,23 392.370 R$ 1.624,27 5 Graduação e 1 Pós(*) 93.000 R$ 1.659,36 465.000 R$ 1.448,62 485.370 R$ 1.577,40 6 Graduação e 1 Pós(*) 111.600 R$ 1.614,84 558.000 R$ 1.434,21 578.370 R$ 1.545,60 7 Graduação e 1 Pós(*) 130.200 R$ 1.583,04 651.000 R$ 1.423,91 671.370 R$ 1.522,61 8 Graduação e 1 Pós(*) 148.800 R$ 1.559,19 744.000 R$ 1.416,20 764.370 R$ 1.505,22 9 Graduação e 1 Pós(*) 167.400 R$ 1.540,64 837.000 R$ 1.410,19 857.370 R$ 1.491,60 10 Graduação e 1 Pós(*) 186.000 R$ 1.525,80 930.000 R$ 1.405,39 950.370 R$ 1.480,64 15 Graduação e 1 Pós(*) 279.000 R$ 1.481,28 1.395.000 R$ 1.390,98 1.415.370 R$ 1.447,46 20 Graduação e 1 Pós(*) 372.000 R$ 1.459,02 1.860.000 R$ 1.383,77 1.880.370 R$ 1.430,69 25 Graduação e 1 Pós(*) 465.000 R$ 1.445,66 2.325.000 R$ 1.379,45 2.345.370 R$ 1.420,57 (*) Presente apenas na Universidade Fonte: Dados da pesquisa – 2005

Convém salientar que as comparações de custo médio por aluno se dão no

âmbito da turma completa, pois não é possível aceitar uma turma com menos de

50 alunos para a Graduação e de 35 alunos para a Pós-graduação.

Considerando a formação de turmas fechadas, pode-se através da leitura da

Tabela 34 e da representação do gráfico 7, perceber que o custo por aluno

decresce quanto se aumenta o número de alunos e, ainda que, a partir de

determinado número de alunos, os custos associados teoricamente com uma

estrutura “mais cara” (Universidade) se tornam menores do que os custos

associados a uma estrutura “mais barata” (Faculdade), com menos alunos.

Gráfico 7

Gastos Médios por Aluno Faculdade, Centro Universitário e Universidade (Custo de Oportunidade de Capital de 6,06%)

IESP localizada na Região do Barreiro

R$ 2.727,84

R$ 2.060,04

R$ 1.837,44

R$ 1.726,14

R$ 1.659,36

R$ 1.794,46

R$ 1.578,31

R$ 1.506,26R$ 1.470,23 R$ 1.448,62

R$ 2.226,30

R$ 1.844,76

R$ 1.700,27

R$ 1.624,27R$ 1.577,40

R$ 1.400,00

R$ 1.600,00

R$ 1.800,00

R$ 2.000,00

R$ 2.200,00

R$ 2.400,00

R$ 2.600,00

R$ 2.800,00

1 Graduação e 1 Pós 2 Graduação e 1 Pós 3 Graduação e 1 Pós 4 Graduação e 1 Pós 5 Graduação e 1 Pós

Faculdade

Centro Universitário

Universidade

Fonte: Dados da pesquisa – 2005 Ainda sob a análise de turmas fechadas, o Gráfico 7 também revela que, o melhor

aproveitamento da capacidade instalada, refletido pela racionalização dos

recursos e espaços se dá quando a IESP está organizada como um Centro

Universitário, onde apresenta os menores custos por aluno, tendo seu ápice

quando chega à 465.000 alunos matriculados, apresentando um custo por aluno

de R$ 1.448,62.

Entretanto, é importante estabelecer outro tipo de análise, que leva em

consideração não somente a possibilidade do efeito-escala, pressupondo-se uma

mesma estrutura, mas também o efeito organizacional, considerando Faculdade,

Centro Universitário e Universidade. Desta forma, através da Figura 5, tem-se o

custo (linha do y - vertical), o número de alunos (linha do x - horizontal) e o custo

médio por aluno, classificados em três categorias: Faculdade, Centro Universitário

e Universidade. Ainda por meio de sua leitura, pode-se afirmar que existe um

padrão de comportamento entre as variáveis apresentadas, onde o custo médio

por aluno da Universidade apresenta-se, em geral, maior que o custo médio por

aluno do Centro Universitário e este superior ao da Faculdade, sendo possível

perceber ainda que quando o número de alunos cresce o Custo médio por aluno

se apresenta decrescente.

Figura 5 Gastos Médios por Aluno x Número de Alunos Faculdade, Centro Universitário e Universidade (Custo de Oportunidade de Capital de 6,06%)

Fonte: Dados da pesquisa – 2005

R$ 1.794,46

R$ 1.578,31

R$ 1.506,26R$ 1.470,23

R$ 1.448,62

R$ 1.659,36

R$ 1.726,14

R$ 1.837,44

R$ 2.226,30

R$ 1.844,76

R$ 1.700,27

R$ 1.624,27

R$ 1.577,40

R$ 2.727,84

R$ 2.060,04

R$ 1.400,00

R$ 1.500,00

R$ 1.600,00

R$ 1.700,00

R$ 1.800,00

R$ 1.900,00

R$ 2.000,00

R$ 2.100,00

R$ 2.200,00

R$ 2.300,00

R$ 2.400,00

R$ 2.500,00

R$ 2.600,00

R$ 2.700,00

R$ 2.800,00

- 18.600 37.200 55.800 74.400 93.000 111.600 130.200 148.800 167.400 186.000 204.600 223.200 241.800 260.400 279.000 297.600 316.200 334.800 353.400 372.000 390.600 409.200 427.800 446.400 465.000 483.600

R$ 1. 7 9 4 , 4 6

R$ 1. 5 7 8 , 3 1

R$ 1. 5 0 6 , 2 6R$ 1. 4 7 0 , 2 3 R$ 1. 4 48 , 62

R$ 1. 6 5 9 , 3 6

R$ 1. 72 6 , 14

R$ 1. 83 7 , 44

R$ 2 . 2 2 6 , 3 0

R$ 1. 8 44 , 7 6

R$ 1. 7 00 , 2 7

R$ 1. 6 24 , 27R$ 1. 5 77 , 40

R$ 2 . 72 7 , 84

R$ 2 . 06 0 , 0 4

R$ 1.400,00

R$ 1.500,00

R$ 1.600,00

R$ 1.700,00

R$ 1.800,00

R$ 1.900,00

R$ 2.000,00

R$ 2.100,00

R$ 2.200,00

R$ 2.300,00

R$ 2.400,00

R$ 2.500,00

R$ 2.600,00

R$ 2.700,00

R$ 2.800,00

- 18.600 37.200 55.800 74.400 93.000 111.600 130.200 148.800 167.400 186.000 204.600 223.200 241.800 260.400 279.000 297.600 316.200 334.800 353.400 372.000 390.600 409.200 427.800 446.400 465.000 483.600

Universidade Centro Universitário Faculdade

5. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Os cálculos realizados até o presente momento, utilizaram-se de informações

consideradas como constantes durante todo o período da simulação. Entretanto,

com o objetivo de verificar se existem economias de escala na atividade de

ensino superior em Belo Horizonte, toma-se o proposto por Buarque (1984, p.

182), quando afirma que vale a pena, incluir um passo a mais no procedimento de

análise para que permita ao avaliador conhecer de que forma as variações de

cada uma das variáveis podem influir nos resultados esperados, seja do projeto

ou da análise de desempenho de um ativo. Noutras palavras, qual é a

sensibilidade do resultado do projeto a cada uma das duas variáveis principais.

Conforme Assaf Neto (2003, p. 334), a análise de sensibilidade corresponde a

uma metodologia de avaliação do risco que revela em quanto o resultado se

modificará diante de alterações em variáveis utilizadas para se montar o fluxo de

caixa. A análise de sensibilidade envolve os resultados líquidos de caixa para

cada modificação possível do valor das variáveis consideradas relevantes,

auxiliando o processo de decisão de investimento em condições de risco. Através

da análise de sensibilidade, é possível conhecer em que medida as variáveis

consideradas relevantes influenciam os resultados de um projeto.

Nesta mesma direção, Buarque (1984) salienta que, através da análise de

sensibilidade, é possível determinar em que medida um erro ou modificação de

uma das variáveis incide nos resultados finais do projeto, definindo, desta forma,

quais elementos devem ser melhor estudados. Noutras palavras, trata-se de se

determinar qual é a sensibilidade do projeto em relação a cada variável

considerada relevante.

Considerando-se os objetivos deste estudo, as principais variáveis usadas para a

análise de sensibilidade foram: i) custo do terreno em cada região da Cidade de

Belo Horizonte e ii) custo de Oportunidade do Capital requerido pelo investidor.

i) A localização

Dentro do proposto, a primeira simulação considera que a IESP pode ser

instalada em qualquer uma das regiões de Belo Horizonte, mantendo-se

inalterado o custo de oportunidade de capital (igual a 6,60% ao ano), e que se

teria uma turma de 50 alunos para cada curso de graduação e uma turma com 35

alunos em cada curso de pós-graduação da IESP (Universidade). Os resultados

desta primeira simulação são apresentados no gráfico 8, abaixo:

Gráfico 8 Total dos Gastos por Aluno

(1 turma de Graduação e de Pós-graduação(Universidade), Custo de Oportunidade de Capital de 6,06%)

IESP localizada em todas as Regiões de Belo Horizonte

R$ 2.748

R$ 3.032

R$ 1.802

R$ 1.904

R$ 2.233

R$ 2.327

R$ 2.741R$ 2.739R$ 2.735R$ 2.730R$ 2.730R$ 2.728 R$ 2.728

R$ 1.794 R$ 1.795 R$ 1.795 R$ 1.795 R$ 1.797 R$ 1.798 R$ 1.799

R$ 2.226 R$ 2.226 R$ 2.227 R$ 2.227 R$ 2.229 R$ 2.230 R$ 2.231

R$ 1.700

R$ 1.900

R$ 2.100

R$ 2.300

R$ 2.500

R$ 2.700

R$ 2.900

R$ 3.100

Barreiro Norte Pampulha Nordeste Noroeste Oeste Leste Venda Nova Centro-Sul

Faculdade

Centro Universitário

Universidade

Fonte: Dados da pesquisa – 2005

Percebe-se, através da leitura do gráfico 8, que o menor custo médio por aluno se

dá na região do Barreiro, sendo R$ 1.794 no Centro Universitário, R$ 2.226 na

Universidade e R$ 2.728 na Faculdade. Quanto ao maior custo médio por aluno,

ele é encontrado na região Centro-sul, apontando R$ 1.904 no Centro

Universitário, R$ 2.327 na Universidade e R$ 3.032 na Faculdade. Considerando

as regiões analisadas a variação dos custos médios por aluno entre a Faculdade

e o Centro Universitário é da ordem de -34% e entre o Centro Universitário e a

Universidade de +24%. Também é importante analisar que, através da Figura 6,

onde mesmo variando a escala, a relação entre os gastos médios por aluno e a

escala não se altera, ou seja, o Centro Universitário continua apresentando a

melhor relação de aproveitamento e racionamento dos gastos em função do

número de alunos matriculados, seguida da Universidade e, por fim, da

Faculdade.

Figura 6

Custo Médio por aluno de 2 a 5 turmas - (Custo de oportunidade de 6,06%)

IESP localizada em todas as Regiões de Belo Horizonte

.

C ust o M édio p or A luno ( t o das as reg io nais) co m 2 t urmas d e Graduação e 1 t uams d e Pós g rad uação

R$ 2 . 0 7 5

R$ 2 . 2 8 7

R$ 1. 5 8 4

R$ 1. 6 7 1

R$ 1. 8 5 1

R$ 1. 9 3 4

R$ 2 . 0 7 0R$ 2 . 0 6 8R$ 2 . 0 6 6R$ 2 . 0 6 2R$ 2 . 0 6 1R$ 2 . 0 6 0 R$ 2 . 0 6 0

R$ 1. 5 7 8 R$ 1. 5 7 8 R$ 1. 5 7 9 R$ 1. 5 7 9R$ 1. 5 8 1 R$ 1. 5 8 2 R$ 1. 5 8 2

R$ 1. 8 4 5 R$ 1. 8 4 5 R$ 1. 8 4 5 R$ 1. 8 4 5 R$ 1. 8 4 7 R$ 1. 8 4 8 R$ 1. 8 4 9

R$ 1. 5 0 0

R$ 1. 6 0 0

R$ 1. 7 0 0

R$ 1. 8 0 0

R$ 1. 9 0 0

R$ 2 . 0 0 0

R$ 2 . 10 0

R$ 2 . 2 0 0

R$ 2 . 3 0 0

Bar r eir o Nor t e Pampulha Nor dest e Nor oest e Oest e Lest e Ven da Nova Cen t r o- Sul

Faculdade

Cen t r o Un iver sit á r io

Un iver sidade

Custo Médio por Aluno (todas as regionais) com 3 turmas de Graduação e 1 tuams de Pós graduação

R$ 1.850

R$ 2.038

R$ 1.512

R$ 1.593

R$ 1.706

R$ 1.785

R$ 1.846R$ 1.845R$ 1.842R$ 1.839R$ 1.839R$ 1.837 R$ 1.838

R$ 1.506 R$ 1.506 R$ 1.507 R$ 1.507 R$ 1.508 R$ 1.509 R$ 1.510

R$ 1.700 R$ 1.700 R$ 1.701 R$ 1.701 R$ 1.702 R$ 1.703 R$ 1.704

R$ 1.400

R$ 1.500

R$ 1.600

R$ 1.700

R$ 1.800

R$ 1.900

R$ 2.000

R$ 2.100

Barreiro Norte Pampulha Nordeste Noroeste Oeste Leste Venda Nova Centro-Sul

Faculdade

Centro Universitário

Universidade

Custo Médio por Aluno (todas as regionais) com 4 turmas de Graduação e 1 tuams de Pós graduação

R$ 1.738

R$ 1.914

R$ 1.476

R$ 1.554

R$ 1.630

R$ 1.707R$ 1.734R$ 1.733R$ 1.731R$ 1.727R$ 1.727R$ 1.726 R$ 1.726

R$ 1.470 R$ 1.470 R$ 1.471 R$ 1.471 R$ 1.472 R$ 1.473 R$ 1.474

R$ 1.624 R$ 1.624 R$ 1.625 R$ 1.625 R$ 1.626 R$ 1.627 R$ 1.628

R$ 1.400

R$ 1.500

R$ 1.600

R$ 1.700

R$ 1.800

R$ 1.900

R$ 2.000

Barreiro Norte Pampulha Nordeste Noroeste Oeste Leste Venda Nova Centro-Sul

Faculdade

Centro Univ ersitário

Univ ersidade

Custo Médio por Aluno (todas as regionais) com 5 turmas de Graduação e 1 tuams de Pós graduação

R$ 1.671

R$ 1.839

R$ 1.454

R$ 1.531

R$ 1.583

R$ 1.658R$ 1.667R$ 1.666R$ 1.664R$ 1.661R$ 1.660R$ 1.659 R$ 1.659

R$ 1.449 R$ 1.449 R$ 1.449 R$ 1.449 R$ 1.451 R$ 1.452 R$ 1.452

R$ 1.577 R$ 1.577 R$ 1.578 R$ 1.578 R$ 1.578 R$ 1.580 R$ 1.581

R$ 1.400

R$ 1.450

R$ 1.500

R$ 1.550

R$ 1.600

R$ 1.650

R$ 1.700

R$ 1.750

R$ 1.800

R$ 1.850

Barreiro Norte Pampulha Nordeste Noroeste Oeste Leste Venda Nova Centro-Sul

Faculdade

Centro Universitário

Universidade

Fonte: Dados da pesquisa – 2005

ii) Custo de Capital

A segunda simulação considera que a IESP será instalada na região do Barreiro,

ainda que é requerido um custo de oportunidade de capital igual a 2,96%, ou

6,06% ou então de 15,55%, conforme já calculado e detalhado anteriormente, e

que se term uma turma de 50 alunos para cada curso de graduação e uma turma

com 35 alunos em cada curso de pós-graduação da IESP(Universidade). Os

resultados desta primeira simulação são apresentados nos gráficos 9 e 10 abaixo:

Gráfico 9

Gastos Totais por aluno (Diversos Custos de Oportunidade de Capital)

IESP localizada na Região do Barreiro

R$ 2.726 R$ 2.728 R$ 2.734

R$ 1.795 R$ 1.794 R$ 1.793

R$ 2.228 R$ 2.226 R$ 2.222

R$ 1.700

R$ 1.900

R$ 2.100

R$ 2.300

R$ 2.500

R$ 2.700

R$ 2.900

0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00% 16,00% 18,00%

Faculdade

Centro Universitário

Universidade

Fonte: Dados da pesquisa – 2005

Percebe-se, através da leitura dos gráficos 9 e 10, que o menor custo médio por

aluno é apurado na região do Barreiro, com a IESP classificada como Centro

Universitário, ficando os custos médios por aluno entre R$ 1.793 e R$ 1.795, para

os custos de oportunidade de capital considerados. Já para a Universidade tem-

se o custo por aluno entre R$ 2.222 e R$ 2.228, dados os custos de oportunidade

de capital; por último, apresenta-se a Faculdade com o custo médio por aluno

entre R$ 2.726 e R$ 2.734, dados os custos de oportunidade de capital. Mais uma

vez, cabe ressaltar que ao analisar a relação entre os gastos médios por aluno e

a escala percebe-se que a mesma não se altera, ou seja, o Centro Universitário

continua apresentando a melhor relação de aproveitamento e racionamento dos

gastos em função do número de alunos matriculados, seguida da Universidade e,

por fim, da Faculdade.

Gráfico 10 Gastos Totais por Aluno

(Diversos Custos de Oportunidade de Capital) IESP localizada na Região do Barreiro

2,96%6,06%

15,55%

Centro Universitário

Universidade

Faculdade

R$ 2.726 R$ 2.728 R$ 2.734

R$ 2.228 R$ 2.226 R$ 2.222

R$ 1.795 R$ 1.794R$ 1.793

R$ -

R$ 500

R$ 1.000

R$ 1.500

R$ 2.000

R$ 2.500

R$ 3.000

Fonte: Dados da pesquisa – 2005

Percebe-se ainda, através da leitura do gráfico 10, que a seqüência dos custos

médios por aluno se dá, do mais baixo para o mais alto: (1) Centro Universitário,

em torno de R$ 1.793; (2) Universidade, R$ 2.222 em média, e; (3) Faculdade,

por volta de R$ 2.726. Mais uma vez, cabe ressaltar que ao analisar a relação

entre os gastos médios por aluno e a escala percebe-se que a mesma não se

altera, ou seja, o Centro Universitário continua apresentando a melhor relação de

aproveitamento e racionamento dos gastos em função do número de alunos

matriculados, seguida da Universidade e, por fim, da Faculdade.

Por fim, considerando a região do Barreiro, variando a escala (de 2 a 5 turmas de

graduação por curso e 1 turma de Pós-graduação por curso (Universidade)), e

variando o custo de oportunidade de capital é possível, através da Figura 6,

abaixo, projetar os custos por aluno, e ao analisar a relação entre os gastos

médios por aluno e a escala, concluir que a mesma não se sofre alteração em

nenhuma das situações apresentadas, ou seja, o Centro Universitário continua

apresentando o menor custo por aluno, demonstrando uma melhor relação de

aproveitamento e racionamento dos gastos em função do número de alunos

matriculados, seguida dos custos por aluno da Universidade e, por fim, da

Faculdade.

Figura 7 Custo Médio por aluno de 2 a 5 turmas

(Custo de oportunidade de 2,96%, 6,06% e 15,55%) IESP localizada no Barreiro

R$ 2.059

R$ 1.579

R$ 1.846

R$ 2.060

R$ 1.578

R$ 1.845

R$ 2.063

R$ 1.576

R$ 1.841

R$ - R$ 500 R$ 1.000 R$ 1.500 R$ 2.000 R$ 2.500

2,96%

6,06%

15,55%

2 T u r ma s d e G r a d u a ção e 1 d e P ós - g r a d u a ção

Universidade

Cent ro Universit ário

Faculdade

R$ 1.837

R$ 1.507

R$ 1.701

R$ 1.837

R$ 1.506

R$ 1.700

R$ 1.839

R$ 1.504

R$ 1.697

R$ - R$ 200 R$ 400 R$ 600 R$ 800 R$ 1.000 R$ 1.200 R$ 1.400 R$ 1.600 R$ 1.800 R$ 2.000

2,96%

6,06%

15,55%

3 Turmas de Graduação e 1 de Pós-graduaçãoUniversidade

Centro Universitário

Faculdade

R$ 1.726

R$ 1.471

R$ 1.625

R$ 1.726

R$ 1.470

R$ 1.624

R$ 1.728

R$ 1.468

R$ 1.621

R$ 1.300 R$ 1.350 R$ 1.400 R$ 1.450 R$ 1.500 R$ 1.550 R$ 1.600 R$ 1.650 R$ 1.700 R$ 1.750

2,96%

6,06%

15,55%

4 Turmas de Graduação e 1 de Pós-graduação

Universidade

Centro Universitário

Faculdade

R$ 1.659

R$ 1.450

R$ 1.578

R$ 1.659

R$ 1.449

R$ 1.577

R$ 1.660

R$ 1.446

R$ 1.574

R$ 1.300 R$ 1.350 R$ 1.400 R$ 1.450 R$ 1.500 R$ 1.550 R$ 1.600 R$ 1.650 R$ 1.700

2,96%

6,06%

15,55%

5 Turmas de Graduação e 1 de Pós-graduação

Universidade

Centro Universitário

Faculdade

Fonte: Dados da pesquisa – 2005

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.

A pesquisa apresentada na presente dissertação buscou fundamentalmente

verificar se existem economias de escala na atividade de ensino superior privado,

tomando-se como base espacial o Município de Belo Horizonte. Para tanto se fez

necessário analisar os dados a partir de dois efeitos: a) o efeito-escala,

pressupondo-se uma mesma estrutura organizacional, e; b) o organizacional,

considerando Faculdade, Centro Universitário e Universidade.

Relativamente ao efeito-escala, onde foi considerada uma mesma estrutura

organizacional, deve-se ressaltar que no caso da IESP, os valores dos custos

médios por aluno apresentaram-se decrescentes (ver figura 8), demonstrando

desta forma o aproveitamento racional e intensivo dos fatores de produção, a

partir do aumento da escala do estabelecimento, com a conseqüente queda nos

custos por aluno, indicando, por fim, a presença de economia de escala.

Pressupondo-se a análise sob o efeito organizacional, conclui-se que o custo

médio por aluno da Universidade apresenta-se, em geral, maior que o custo

médio por aluno do Centro Universitário e este superior ao da Faculdade, sendo

possível perceber ainda que quando o número de alunos cresce o Custo médio

por aluno se apresenta decrescente. Contudo, considerando turmas fechadas, a

partir da mudança estrutural, quando se transita do Centro Universitário para a

Universidade, percebe-se que há uma alteração considerável do custo médio por

aluno, apesar da ampliação da escala. Esta elevação do custo médio por aluno

pode ser justificada principalmente em função do custo direto, especialmente com

despesas de pessoal (professores) que, em relação ao Centro Universitário

apresentou um crescimento de 62%, bem superior à ampliação da escala

(incremento ao número de alunos), que foi de 22%, passando de 93.000 alunos,

para 113.370 alunos. Deve-se a isto o fato de que na Universidade, além do

número de alunos por turma ser menor, apenas 35 alunos, os professores do

curso de Pós-graduação têm dedicação exclusiva, recebendo por uma carga

horária de 30 horas/semana, ficando todos estes custos embutidos no curso,

sendo que, estes fatos acumulados aos outros gastos, que também cresceram,

divididos por um menor número de alunos, fez com que o custo médio por aluno

se elevasse na ocasião da mudança estrutural entre Centro Universitário e

Universidade, entretanto demonstrando a sua redução quando se aumenta a

escala na Universidade, indicando, novamente, a presença de economia de

escala.

Figura 8 O comportamento do custo médio por aluno por cada tipo de organização

(Custo de oportunidade de 6,06%) IESP localizada no Barreiro

O comportamento do custo médio por aluno na Faculdade

R$ 2.727,84

R$ 2.060,04

R$ 1.837,44

R$ 1.726,14R$ 1.659,36

R$ 1.600,00

R$ 1.800,00

R$ 2.000,00

R$ 2.200,00

R$ 2.400,00

R$ 2.600,00

R$ 2.800,00

18600 alunos 37200 alunos 55800 alunos 74400 alunos 93000 alunos

O com portam ento do custo m édio por aluno na Centro Universitário

R$ 1.794,46

R$ 1.578,31

R$ 1.506,26R$ 1.470,23

R$ 1.448,62

R$ 1.400,00

R$ 1.450,00

R$ 1.500,00

R$ 1.550,00

R$ 1.600,00

R$ 1.650,00

R$ 1.700,00

R$ 1.750,00

R$ 1.800,00

93000 aluno s 186000 aluno s 279000 aluno s 372000 aluno s 465000 alunos

O comportamento do custo médio por aluno na Universidade

R$ 2.226,30

R$ 1.700,27

R$ 1.624,27R$ 1.577,40

R$ 1.844,76

R$ 1.500,00

R$ 1.600,00

R$ 1.700,00

R$ 1.800,00

R$ 1.900,00

R$ 2.000,00

R$ 2.100,00

R$ 2.200,00

R$ 2.300,00

113370 alunos 206370 alunos 299370 alunos 392370 alunos 485370 alunos

Fonte: dados da pesquisa - 2006

Finalmente, este trabalho evidenciou a possibilidade de se avaliar a relação entre

a escala e o custo médio por aluno de uma mesma instituição de ensino superior

de cunho privado de forma a produzir informações que possibilitem aos gestores

tomar decisões que resultem em um melhor aproveitamento dos recursos

disponíveis e em uma maior eficiência na alocação dos mesmos.

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8. ANEXOS

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