A REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS -...

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A REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS O BRASIL DO “CAFÉ COM LEITE” (1894 1930)

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ASPECTOS

ECONÔMICOS DA

REPÚBLICA

OLIGÁRQUICA

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Manutenção da dependência econômica em relação à Inglaterra

Manutenção da economia agrária, rural, latifundiária, exportadora

Predomínio do café

Colocação do Estado a serviço da proteção da agricultura

Desenvolvimento do processo de industrialização

grande vinda de imigrantes

Surto da borracha e do cacau

Carregadores de café

Tela de Portinari mostrando os carregadores de café

Avenida Paulista no começo do século XX

A avenida Paulista no começo do século XX era repleta

de mansões de cafeicultores. Hoje abriga escritórios de

grandes empresas

Imigrantes

Os italianos constituíram a maioria dos imigrantes.

Os portugueses e espanhóis chegaram em grandes

quantidades após 1905.

Imigrantes chegados ao Brasil de

1887 a 1930 (% do total)

Italianos

Portugueses

Espanhóis

Alemães

Outros

36

7

15

29

13

CAFÉ

BORRACHA

CACAU

AÇÚCAR

COURO

ALGODÃO

MATE68 53 59

12 26 3,0

1,5 2,7 3,3

6,5 1,9 4,7

2,4 4,2 5,3

2,9 3,42,1

1,1

73

2,8

3,3

0,4

4,5

1,9

2,92,42,7

62

20

2,0

0,3

4,2

2,1

3,1

47

12

4,2

3,9

7,5

1,4

3,4

Principais produtos de exportação (% sobre o total)

1889-97 1898-1910 1911-13 1914-18 1919-23 1924-291889-97 1898-1910 1911-13 1914-18 1919-23 1924-29

Participação da borracha nas exportações

do Brasil (% do total)

Estica e

volta28,2%

2,6%

12,1%

15,0%

1901 - 1910

1891 - 1900

1921 - 1930

1911 - 1920

PRODUÇÃO DE BORRACHA

Atividade extrativa na região Norte

Exploração da mão-de-obra nordestina

Enriquecimento dos seringalistas e miséria dos seringueiros

Atividade favorecida pelo advento da indústria automobilística e ciclística

Entrou em decadência pela concorrência inglesa na Ásia, feita em moldes agrícolas e modernos

Extração do látex da seringueira

Teatro de Manaus

Teatro de Manaus - um dos símbolos da riqueza

gerada pela borracha na Amazônia

Teatro de Manaus

vista interna

CACAU – SUL DA BAHIA

Atividade favorecida por conjuntura do mercado internacional

Organizada nos moldes coloniais (grande propriedade monocultura, exportadora)

Utilizava mão-de-obra livre dos nordestinos fugidos da seca

Sofreu concorrência das colônias européias na Ásia, mais produtivas

A QUESTÃO

FINANCEIRA NA

REPÚBLICA VELHA

A DEPENDÊNCIA ECONÔMICA

DO BRASIL

capitalismo dependente

capitalismo central

Inglaterra

1893 3.710.000,00 2.374.400,00 9.275.000,00

1895 7.442.000,00 5.100.000,00 18.605.000,00

1898 8.613.717,00 8.613.717,00 27.283.208,00

1901 12.000.000,00 12.000.000,00 29.280.000,00

1903 8.500.000,00 7.650.000,00 21.250.000,00

1906 1.100.000,00 1.100.000,00 2.255.000,00

1910 1.000.000,00 1.000.000,00 3.000.000,00

1910 10.000.000,00 8.750.000,00 32.800.000,00

TOTAIS 52.365.717,00 46.588.117,00 143.748.208,00

DATAS QUANTIA

PEDIDA

QUANTIA

RECEBIDA

QUANTIA

PAGA

EMPRÉSTIMOS CONTRAÍDOS PELA REPÚBLICA

VELHA À INGLATERRA (Valor em libras)

CAMPOS SALLES E O

FUNDING-LOAN

Renegociação da dívida externa- 1898

Acordo com banqueiros ingleses:

–suspensão do pagamento dos juros

por 3 anos e das prestações por 13;

–os juros não pagos constituíram nova

dívida;

–nova dívida seria paga em 63 anos -

juros de 5% ao ano;

–hipoteca das rendas da alfândega do

R.J. como garantia.

A POLÍTICA ECONÔMICA DE

CAMPOS SALLES

Combate à inflação, retirando moeda de circulação e emitindo menos

Combate ao déficit orçamentário, reduzindo despesa e aumentando receita

Queda nas atividades econômicas e elevação dos impostos

1898

1906

13.400 réis

16.000.0004.400 réis

4.000.000

ANO Valor da sacaProdução em

sacas

O Declínio do preço do café

A Política de Valorização do CaféConvênio de Taubaté - 1906

Inicialmente adotada por São Paulo, Minas Gerais e Rio

de Janeiro

Garantia de preço mínimo de 55 a 65 francos-ouro por

saca;

o governo compraria os excedentes de café e estocaria,

equilibrando oferta e procura e elevando artificialmente

o preço;

para por em prática o plano, seria feito um empréstimo

externo;

Criava-se uma Caixa de Conversão que receberia ouro e

moeda estrangeira e emitira papel moeda nacional. Se

manteria o câmbio baixo.

RESULTADOS DA POLÍTICA DE

VALORIZAÇÃO DO CAFÉ

Socialização dos prejuízos: através do Estado,

toda a população pagava para que os

cafeicultores não tivessem prejuízo

aumento da inflação.

crescimento da dívida externa.

aumento da produção interna e externa

Apenas jogou-se para a frente a crise inevitável

1915

1925

1927

1929

21.000.000

21.000.00024.000.000

23.000.000 7.300.000

27.000.00023.000.000

36.000.000

38.000.000

20.000.000

9.600.000

-------

ESTOQUES DE

CAFÉ

NO BRASIL

(em sacas)

ANO

PRODUÇÃO

MUNDIAL DE

CAFÉ

( em sacas)

CONSUMO

MUNDIAL DE

CAFÉ

(em sacas)

VIDA E TRABALHO NAS

CIDADES

O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO NA

REPÚBLICA VELHA

O PREDOMÍNIO DOS

GRANDES ESTADOS

ASPECTOS

POLÍTICOS DA

REPÚBLICA VELHA

10 10 16 17 17 22 2237

64

Dis

trito

Fe

de

ral

Ce

ará

Rio

Gra

nd

e

do

Su

l

Pe

rna

mb

uco

Rio

de

Ja

ne

iro

Ba

hia

o P

au

lo

Min

as

Ge

rais

Ou

tro

s

REPRESENTAÇÃO ESTADUAL NO

CONGRESSO EM 1891

Minas e São Paulo (maior número de eleitores)

tinham 29% dos deputados: o domínio deles viria

dos acordos montados entre o presidente da

República e as oligarquias estaduais.

FUNCIONAMENTO DA POLÍTICA

DO CAFÉ COM LEITE

O PRP ( Partido Republicano Paulista) e o PRM ( Partido Republicano Mineiro) mantiveram o poder federal de 1894 a 1930, por serem os estados mais ricos ( café) e com maior representação na Câmara

Coligavam-se com as lideranças oligárquicas dos outros estados em troca de recursos e apoio às oligarquias estaduais

De 11 presidentes da República Oligárquica, 9 foram paulistas ou mineiros

“São Paulo dá café

Minas dá leite

E a Vila Isabel dá samba”

Noel Rosa em “Feitiço da Vila”

“ É de lá (dos estados) que se governa a

República, por cima das multidões que

tumultuam, agitadas, as ruas da capital da

União”

Campos Salles

GOVERNO FEDERAL

CORONÉIS

GOVERNADORES DE ESTADO

VOTOSAPOIO POLÍTICO

E FINANCEIRO

VOTOS BENEFÍCIOS

poder federal

poder municipal

poder estadual

A POLÍTICA DOS GOVERNADORES

OBJETIVOS DA POLÍTICA DOS

GOVERNADORES

Garantir o domínio e sustentação da oligarquia cafeeira no poder federal

Evitar o choque político entre o governo federal e as oligarquias estaduais

POLÍTICA DOS

GOVERNADORES

CARACTERÍSTICA: troca de apoio entre

governo federal e governos estaduais

INSTRUMENTOS DESSA POLÍTICA:

Comissão de Verificação ( que

oficializava os resultados eleitorais)

Coronelismo

Voto de cabresto

A FRAUDE

ELEITORAL NA

REPÚBLICA

VELHA:

a pressão sobre o

eleitor (voto

aberto), a

falsificação das

atas e a troca de

urnas, eram

elementos da

fraude

ELEIÇÕES

FRAUDE

POLÍTICA

VERDADE

Caricatura de Yantok, na Revista Dom

Quixote, de 20-2-1918

Defunto - O cavalheiro que vai à cidade quer ter a

gentileza de me fazer visar este título de eleitor?

Domingos Pacífico Castelo Branco era um fazendeiro do interior do Maranhão, exemplo típico do “coronel” da República Velha.

Certa vez elaborou uma lista dos deveres dos

empregados do coronel.Conheça alguns deles:

– 1º - defender a vida e a propriedade dos proprietários.

– 2º - atender a qualquer chamado de dia ou de noite.

A MENTALIDADE DO “CORONEL”

3º - fazer, mediante pagamento, todo e qualquer

serviço.

4º - repartir qualquer caça com o dono da terra.

5º - manter “ordem e respeito” em suas festas.

6º - não se ausentar “por mais de 15 dias sem

licença”, sob pena de perder a morada.

Obs.: “Qualquer falta será punida conforme a

gravidade, ou não tendo roça durante 1 ano ou

com a expulsão para fora das terras”.

Na República Velha era o coronel que pagava

as despesas que o eleitor tinha para se alistar e

comparecer às urnas.

Os documentos, o transporte, o alojamento, as

refeições, a roupa, a calça, o chapéu para o dia

da eleição. Tudo era pago pelo grande

fazendeiro.

E no Brasil de hoje, isso ainda acontece?

Coronéis da

República Velha

CORONELISMO Os coronéis, em geral grandes proprietários

rurais, comandavam a política municipal durante a República Oligárquica

Cada coronel tinha seu curral eleitoral Os eleitores votavam no candidato do coronel

em troca de benefícios (clientelismo) ou pressionados pelos capangas do coronel

Os eleitores dependiam do coronel para conseguir terras, emprego, proteção contra a política, hospital, etc.

Em troca dos votos que conseguia, o coronel recebia para o seu município verbas, estrada de ferro, direito de indicar os nomeados para juiz, padre ou delegado locais, etc.