A Segunda Epistola Aos Corintios - Hamilton Smith

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    Hamilton Smith

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    PREFCIO

    O apstolo tinha proposto fazer uma segunda visita igreja em Corinto, mas se sentiuguiado a alterar os seus planos. Ele escreve para explicar o porqu nesta segunda epstola, epreparar o caminho para levar a cabo uma terceira proposta de fazer-lhes uma segundavisita.

    O inimigo, mesmo durante aqueles primeiros dias, procurava corromper a confissocrist atravs de falsos apstolos, obreiros fraudulentos, e falsos irmos (2 Co 11). Oapstolo teme que isso tenha feito a sua obra enganosa em Corinto apartando de Cristo ocorao dos santos, apresentando falso ministrio (2 Co 11: 4), depreciando os verdadeirosservos de Cristo, para atrair discpulos aps eles mesmos.

    No decorrer da sua epstola Paulo adverte os santos com relao a essa maldadeanunciando a verdade que expe o mal. Ele apresenta Cristo na glria, Aquele no qualtodas as promessas de Deus so Sim e Amm. Ele apresenta os santos na terra comodeixados aqui para ser a carta de Cristo. Ele anuncia o verdadeiro ministrio do Esprito, eas marcas dos servos verdadeiros do Senhor, atravs dos quais a Sua obra executada.Alm disso, ele exorta os santos em Corinto a servirem a outros em amor dando aonecessitado.

    Tendo anunciado a eles Cristo, Seu servio, Seus servos e a graa de Cristo dando-sea outros, ele expe as falsas pretenses de homens maus que procuravam corromper asassemblias do povo de Deus apresentando-se como anjos da luz e ministros da justia.

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    2CORNTIOS1

    (Versos 1, 2). Ao escrever a sua segunda Epstola aos Corntios o apstolo Paulo ligaa ele Timteo, que lhes era bem conhecido como tendo trabalhado no meio deles; e, em sedirigindo a assemblia inclui os santos na Acaia da qual Corinto era a capital. Ele por essarazo cuida em mostrar que, por um lado, em tudo o que tem a dizer tem a plena comunhocom aqueles que so bem conhecidos deles, e, por outro lado, no os v comoindependentes de outras assemblias do povo do Senhor.

    (Versos 3-6). O apstolo comea a sua epstola com uma referncia s suasprovaes. Tinha sofrido a perseguio do mundo, e muita aflio e angustia de corao porcausa da baixa condio que existia entre os santos em Corinto, o mesmo povo que deveriater sido para ele uma fonte de alegria (Versos 2: 3, 4). Sem embargo, essas provaes, sevindas de dentro ou de fora do crculo cristo, tinham se tornado a ocasio de experimentaras misericrdias e os consolos de Deus. Assim como Davi, nos seus dias, passou porexperincias semelhantes, pois quando o orgulhoso se levantava contra ele, e os homensviolentos buscavam a sua alma, podia dizer: Porm tu, Senhor, s um Deus cheio decompaixo, e piedoso, sofredor, e grande em benignidade e em verdade. Volta-te para mim,e tem misericrdia de mim (Sl 86:14-17).

    A experincia pessoal de Paulo das compaixes e do consolo de Deus teve um efeitotriplo:

    Primeiro, ela se tornou uma ocasio para louvar a Deus, pois ele pode dizer: benditoseja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Tem sido verdadeiro o ditado que diz queDeus sempre o primeiro pensamento daquele que est andando com Deus. Foi assim nosdias de outrora com o servo de Abrao. Tendo experimentado a orientao manifesta deDeus, o seu primeiro ato foi de adorar o SENHOR, dizendo: Bendito seja o SENHORDeus ...quanto a mim, o SENHOR me guiou. (Gn 24:26, 27). Assim, mais uma vez,quando Deus interveio em misericrdia nas provaes de Daniel, o seu primeiro ato foilouvar a Deus, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porquedele so a sabedoria e a fora (Dn 2:19-23).

    Segundo, a experincia do apstolo dos consolos e misericrdias de Deus permitiu-lhe consolar outros que estavam em dificuldade.

    Terceiro, atravs das suas provaes o apstolo experimentou a verdade das palavrasdo Senhor aos Seus: O discpulo no maior do que seu Mestre (Lc 6:40). Se o Mestresofreu ao passar por um mundo de pecado e tristeza, assim os Seus discpulos sofrero. Masse na nossa pequenez provarmos os sofrimentos de Cristo, tambm experimentaremos asconsolaes de Cristo.

    Por essa razo o apstolo est capacitado para ministrar consolao e conforto a essessantos que enfrentavam sofrimentos semelhantes. Por isso, escrevendo aos santosTessalonicenses, que sofriam perseguies e aflies pode encomend-los a Deus Quenos deu consolao eterna que console os seus coraes (2 Ts 1:4; 2 Ts 2:16, 17). Maistarde, quando na priso, ele ainda pode escrever aos santos Filipenses sobre o conforto emCristo e entranhveis afetos e compaixes (Fp 2:1).

    (Verso 7). Assim a esperana do apstolo nesses santos permanecia firme. Ele notemia por eles em razo das suas provaes. Ele compreendia que se eles tivessem quesuportar os sofrimentos tambm desfrutariam de consolao.

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    (Versos 8-10). O apstolo ento se refere s provaes severas pelas quais tinhapassado na sia. A presso que veio sobre ele estava alm do poder humano para suportar;de fato tinha-se desesperado da vida. Sem embargo, descobriu que nenhuma provao,

    nenhuma oposio, que o cristo tem que enfrentar est alm do poder sustentador de Deus.O apstolo pode desesperar-se da vida, mas no se desespera de Deus. Se at mesmo face aface com a morte, e como o Mestre, uma morte violenta nas mos de homens maus,contudo Deus mais forte do que a morte. Assim em suas grandes provaes conheceu asua prpria fraqueza e o poder todo-poderoso de Deus, para que no confiasse nele mesmo,mas em Deus que ressuscita os mortos. Por essa razo, olhando para trs pode dizer: Deuslivrou; olhando ao redor pode dizer: Deus nos livra, e olhando para frente pode dizer:Deus tambm nos livrar. E o que Paulo podia dizer em suas grandes provaes, oprivilgio do mais simples crente de dizer com semelhante confiana em Deus.

    (Versos 11, 12). Alm disso, o apstolo alegremente reconhece a comunho dossantos em Corinto com ele em suas provaes. Eles labutavam juntos com oraes pelo

    apstolo para que o dom conferido a ele pudesse ser usado para abenoar as almas e assimconduzi-los a dar graas a Deus. Ele podia com confiana contar com as oraes delesporque a sua conscincia dava testemunho da pureza dos seus motivos em seu servio. Eleservia em simplicidade com um olhar nico, e com sinceridade perante Deus. O seu serviono era o resultado da sabedoria carnal que muitas vezes pode fazer o que correto pormotivos de poltica humana. Foi pela graa de Deus que ele exerceu o seu dom.

    (Versos 13, 14). Assim, contando com as oraes e o reconhecimento deles da suacarta, pode alegrar-se neles enquanto se alegram nele, ambos tendo em vista o dia doSenhor Jesus.

    (Versos 15-18). Essa confiana mtua o leva a explicar os seus movimentos os quaisalguns poderiam ter pensado que foram levianamente mudados, e por essa razo a

    confiana nele fosse enfraquecida. Ele tencionava fazer-lhes uma segunda visita, e emborativesse modificado os seus planos ele no o fez levianamente como se agisse com aindeciso da carne. Assim ele verdadeiramente pode admitir diante de Deus que a suapalavra para com eles no foi sim e no.

    (Verso 19). Isso conduz os pensamentos do apstolo a Cristo, o padro perfeito detoda conduta crist. Paulo, e os seus cooperadores, pregavam o Filho de Deus, JesusCristo. Com esta Pessoa gloriosa no h nenhuma incerteza, nenhum Sim e no nenhum pode ser ou pode no ser. A verdade apresentada Nele, e por Ele, no muda.Nele tudo Sim seguro e certo.

    Com o seu corao cheio de Cristo o apstolo conduzido, em algumas brevessentenas, dar uma bela apresentao de Cristo, dos privilgios dos cristos, e da forma

    com que Deus tem que ser considerado para que possamos entrar nos nossos privilgios.(Verso 20). Primeiro ele apresenta Cristo como o Sim e o Amm. Ao lermos qualquer

    Epstola importante ver a forma especial na qual Cristo apresentado. Os santos emCorinto estavam em uma condio de baixa moral fazendo uma grande questo de homem,e, correspondentemente, esquecendo-se o que devido a Deus. Para adequar este estado oapstolo, em sua primeira Epstola, proclamada a eles Cristo crucificado, e Cristoressurreto; pois a cruz deixa de lado a glria do homem, e a ressurreio mantm a glria deDeus (1 Co 1:17, 18-23; 1 Co 2:2; 1 Co 16:4). Nesta segunda Epstola, Cristo apresentadoprimeiro, neste verso, como o Sim e o Amm, e em segundo lugar, no captulo quatro,como glorificado para conduzir esses santos a toda plenitude da beno crist como

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    anunciada em Cristo, para que ocupados com Ele na glria possam se tornar mudados naSua imagem.

    Qual ento, podemos perguntar, o significado dessa afirmao acerca de Cristo:

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    Ele entre na morte no pode ser detido pela morte (At 2: 24). Assim finalmente encontrou-se um Homem que, com relao s promessas do Deus, o Sim e o Amm. Como oSim Ele o nico em quem as bem-aventuranas de todas as promessas so mostradas; e,como o Amm, o nico por quem todas as promessas so cumpridas.

    Tal ento a apresentao de Cristo nesta 2 Epstola. Alm do mais, a forma na qualCristo apresentado em qualquer Epstola de acordo com as doutrinas especiais daEpstola. Nesta Epstola a proeminncia dada s grandes verdades do novo conserto (2 Co3), e a reconciliao (2 Co 5). Nas questes dos homens, um testamento, ou Legado,apresenta a disposio do Testador em relao queles que recebem os benefcios doLegado. Assim no Novo Concerto, ou Novo Testamento, aprendemos que Deus est emSua boa vontade para com o homem. A reconciliao apresenta o que o homem para

    Deus. Na verdade ele apresenta o que tudo ser para Deus; pois, no apenas os homensdevem ser reconciliados, mas todas as coisas, sejam as coisas na terra ou as coisas nocu. Considerando uma cena alm da morte ali se levanta diante da nossa viso um vastouniverso de alegria, no qual todas as pessoas e todas as coisas estaro plenamente de acordocom Deus, e por isso uma cena na qual Deus pode descansar com perfeita complacncia. Aforma com a qual Cristo apresentado na Epstola corresponde perfeitamente a essasgrandes verdades, pois em Cristo vemos perfeitamente apresentada a disposio de Deusem direo aos homens; e em Cristo vemos perfeitamente apresentado tudo o que Deusprecisaria que fossemos para Ele; ademais, atravs de Cristo sabemos que todos os desejosdo corao de Deus sero cumpridos.

    Alm disso, o apstolo faz meno dos imensos privilgios do cristo. Se todas as

    promessas esto apresentadas, e cumpridas, em Cristo para a glria de Deus, isso significaque essas promessas so asseguradas aos crentes para a glria de Deus por ns. Por essarazo, no decorrer da Epstola, o apstolo exige o nosso testemunho no mundo como asepstolas de Cristo. A glria de Deus implica na exposio de Deus em Sua natureza.Podemos facilmente entender que toda a glria de Deus apresentada em Cristo, mas amaravilha da graa que o propsito de Deus que a Sua glria deva ser apresentada porns: para que aqueles que uma vez apresentaram os terrveis efeitos do pecado, sejamconduzidos a apresentarem a glria de Deus. Ainda mais, esta apresentao da glria deDeus nos santos no simplesmente no futuro, mas agora mesmo neste mundo. evidenteque quando o apstolo fala um pouco depois (2 Co 3) de ser transformado de glria emglria, tem o presente em vista. Sabemos que o propsito de Deus ter o seu completo

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    cumprimento na igreja da glria, pois a primeira marca da Cidade Santa, quando desce docu, que ela tem a glria de Deus. Mas tambm o propsito de Deus que quando oscrentes passem por este mundo, no qual uma vez foram servos do pecado produzindo frutos

    de injustia, se tornem servos de Deus para apresentarem a glria de Deus.(Versos 21, 22). Nos versos que seguem vemos a forma com que Deus opera para que

    a Sua glria possa ser exposta em ns. Para esse fim Deus nos confirmou em Cristo; ungiu-nos; selou-nos, e nos deu o penhor do Esprito em nosso corao.

    Em primeiro lugar Deus nos confirma em Cristo. H uma obra de Deus no homeminterior com a finalidade de que Cristo possa viver no corao pela f. Reconhecemos anecessidade da energia nas coisas de Deus e do zelo em Seu servio, mas, acima de tudo,precisamos do segredo da energia um corao que atado a Cristo.

    Em segundo lugar, tendo atado o nosso corao a Cristo somos conduzidos aoconhecimento das verdades e das Pessoas divinas, pela uno do Esprito. A uno fala dainteligncia divina dada pelo Esprito Santo, conforme sabemos da Epstola de Joo onde

    lemos: Vs tendes a uno do santo e sabeis todas as coisas (1 Jo 2:20). Alm disso,lemos: A Sua uno vos ensina todas as coisas (1 Jo 2:27). Nas coisas divinas a afeiovem antes da inteligncia. Isso visto na orao do apstolo em Efsios 3 onde eleprimeiro ora para que Cristo possa viver em nosso corao, e que para que estejamosarraigados e fundados em amor. Isso corresponde a Deus nos estabelecendo em Cristo.Ento prossegue na orao: Poderdes perfeitamente compreender. Esta compreenso oefeito de uno pela qual possvel para o crente entrar na largura, comprimento,profundidade e altura, de todos os conselhos de Deus.

    Em terceiro lugar, somos lembrados nesta passagem que os crentes esto selados porDeus. O selo, como muitas vezes tem sido expresso, a marca que Deus coloca sobre ocrente como evidncia de que somos Dele. O mundo no pode ver o Esprito Santo, mas

    eles podem ver na vida mudada do crente o efeito da habitao interior do Esprito. Foiassim no caso dos crentes Tessalonicenses. Eles receberam a palavra em muita aflio ecom a alegria do Esprito Santo, e como resultado se tornaram (1) seguidores do Senhor; (2)exemplos para todos que crem; e (3) a f deles em Deus se espalhou. Este foi o resultadode serem selados e a evidncia de que eles pertenciam a Deus.

    Em quarto lugar, os crentes gozam do penhor do Esprito pelo qual lhes permitidoter um antegozo da bem-aventurana da vasta herana da glria que j deles e para a quallogo sero conduzidos (Ef 1:13, 14).

    Assim aprendemos que Deus nos confirma, nos ungiu, nos selou e nos deu openhor do Esprito. Ao sermos confirmados olhamos para trs para a cruz paraaprendermos tudo do amor de Cristo; pela uno olhamos para cima para a glria de Cristo,

    para sermos feito inteligentes em todos os conselhos divinos; pelo selo nos tornamostestemunhas de Cristo no mundo em nossa volta confirmando assim que pertencemos aDeus; e pelo penhor olhamos para a herana quando estaremos com Cristo e seremossemelhantes a Cristo.

    (Versos 23, 24). Nos dois versos finais o apstolo explica que se no tinha visitadoCorinto uma segunda vez foi para poup-los de mais aflies. Ele no teve nenhum desejode tomar o lugar de algum que dominasse a f dos santos, mas antes de ver a si mesmo eoutros crentes como cooperadores no gozo do servio ao Senhor. pela f no Senhorque estamos em p, no pela f um no outro.

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    (Versos 1-3). Continuando o assunto dos versos finais do captulo 1, o apstoloexpressa o temor de visit-los uma segunda vez, antes de ter ouvido o efeito da sua primeiracarta que devia ter lhes causado tristeza. Normalmente devemos esperar encontrar a alegriados santos, e muito especialmente daqueles a quem podemos ter sido uma bnoespiritual, como no caso do apstolo e os Corntios. Ele, por isso, escreve esta segundaepstola para que tudo o que poderia levantar uma nuvem entre ele e esses crentes pudesseser removido.

    (Verso 4). Foi de fato com verdadeira dor e aflio no corao que escreveu a suaprimeira epstola uma carta regada com muitas lgrimas. Se tivesse de tratar com opecado no meio deles, no seria com um esprito legalista frio que poderia ter exposto oerro, apontado o curso correto a tomar para tratar com ele, e ali encerrando a questo. Ofato de que no tinha vindo a eles poderia conduzir a esta concluso incorreta, mas escrevepara assegurar-lhes que por trs da sua primeira carta havia muita tribulao e angustia decorao, e por trs de sua dor havia o amor profundo por eles.

    (Versos 5-8). Alm do mais, este esprito de amor que tinha animado o apstolo aescrever sua primeira carta, ele esperava que a assemblia em Corinto demonstrasse emrelao ao malfeitor com quem tinham tratado em obedincia s direes apostlicas. Ozelo deles em relao ao mal no os deixa contemplar do alto o amor e a graa para com omalfeitor o qual tinha dado evidncia de verdadeiro arrependimento.

    (Versos 9, 10). Para este fim Paulo tinha escrito esta segunda epstola para assegur-los do seu amor e despertar-lhes o amor. A primeira epstola, de fato, tinha-os posto provapara comprovar o amor deles pela obedincia s direes do apstolo (comparar Jo 14: 21;Jo 15: 10). Comprovando o amor deles pela obedincia, a confiana neles seria restaurada,para que ele pudesse dizer a quem perdoardes alguma coisa tambm eu. Deste modoestariam agindo em nome do apstolo, assim como ele, ao perdoar qualquer deslealdadecontra ele, representava Cristo, por essa razo executando a sua prpria exortao, em outraepstola: Perdoai uns aos outros... assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vstambm (Cl 3: 13).

    (Verso 11). Cultivando assim um esprito de amor santo em seu prprio corao, e nocorao de outros, ele frustraria os esforos de Satans para semear a discrdia entre ossantos, no simplesmente introduzindo o mal entre eles, mas levando-os a tratar com ele deforma incorreta e com um esprito incorreto. Quo freqentemente os santos podem ser deuma mente quanto ao mal, e, contudo a discrdia surge por no concordarem quanto forma de tratar com ele. Como importante estar vigilante contra as artimanhas do inimigopara que no tenha vantagem sobre ns.

    (Versos 12, 13). Em Troas, onde o Senhor tinha aberto uma porta para o apstolopregar o Evangelho, ele esperou encontrar Tito trazendo-lhe notcias encorajadoras doscorntios, mas no o encontrando, no teve descanso em seu esprito; assim dando-lhesadeus seguiu para a Macednia. Ali, como sabemos do captulo 7:5-7, ele encontrou Titoque o consolou ao contar do bom efeito da sua primeira carta.

    (Verso 14). O conforto que tinha recebido conduz o apstolo irromper em louvor:Graas a Deus, que sempre nos conduz em triunfo em Cristo. Se Deus conduzir, ser emtriunfo, triunfo sobre o fracasso dos santos, a oposio dos pecadores, as artimanhas doinimigo, e a presso das circunstncias. Mas ser o triunfo em Cristo. No triunfo na

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    carne ou pela capacidade ou poder humano. Ademais, na medida em que as dificuldades eaflies, de qualquer carter, so triunfadas em e por Cristo, a doura e bem-aventurana doconhecimento de Cristo se tornaro manifestas em todo lugar.

    (Versos 15, 16). Assim possvel apresentar Cristo aos salvos e no-salvos. Issosignificava, contudo, para aqueles que rejeitam a Cristo, morte com a antecipao de umapior morte; mas para aqueles que aceitaram o testemunho, vida com a antecipao daplenitude de vida. Mas se tais questes poderosas, como a vida e a morte, esto ligadas aotestemunho de Cristo, o apstolo pode bem perguntar: E para estas coisas quem idneo?

    (Verso 17). Paulo compreendeu a grandeza da Pessoa que pregou, a necessidadeprofunda daqueles a quem ele pregou, e a imensidade das questes envolvidas. Ele, comomuitos at naqueles dias (e tantos hoje), no comercializou a palavra de Deus. O homemque tem tais pensamentos baixos da palavra de Deus para us-la como um meio decomrcio pregando para viver ter muito pouca sensibilidade da grandeza da palavra, a

    solenidade das questes envolvidas, ou da sua prpria insuficincia. Ele estar em perigopor pensar, para sua prpria destruio, que a educao humana, a habilidade natural e osconhecimentos intelectuais, daro competncia para levar a cabo a obra de Deus. Mas ahabilidade natural e tudo o que vem do homem s daro competncia aos olhos doshomens. Isso no pode dar nem a sinceridade e nem a competncia aos olhos de Deus. Acompetncia do apstolo era de Deus, e ele pregou, no como um bajulador de homemdiante de homens, mas em sinceridade na presena de Deus; e no na carne, mas emCristo.

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    Nos dias do apstolo Paulo, vemos o comeo de dois grandes maus na confissocrist. Primeiro, havia aqueles de que ele chama de Falsos apstolos, obreirosfraudulentos, transfigurados em apstolos de Cristo (2 Co 11:13). Segundo, comoresultado, a palavra de Deus era falsificada (2 Co 2:17). Os ministros corruptos levaram corrupo do ministrio. Isso que vemos comear nos dias do apstolo Paulo foi totalmentedesenvolvido em nossos dias. Para resolver esses dois maus o apstolo coloca diante dens, no captulo 3, o verdadeiro ministrio e os seus resultados, e nos captulos 4 e 5 overdadeiro ministro e as suas marcas. Tendo desta forma o padro de Deus, somos capazesde julgar o solene afastamento da confisso crist, enquanto ao mesmo tempo examinamosa ns mesmos quanto que distncia estamos dos pensamentos de Deus.

    Primeiro, ento, o seu grande alvo, no captulo 3, mostrar que a corporao crist a carta de Cristo, como ela se torna assim atravs do ministrio do Evangelho e como o queest escrito nela mantido legvel para que todos os homens sejam capazes de ler Cristo emSeu povo.

    (Verso 1). Antes de falar deste grande tema Paulo tem o cuidado de mostrar que eleno o faz por algum motivo egosta. Os falsos mestres tinham se oposto ao seu apostolado;o ensinamento falso tinha obscurecido o ministrio. Isso o compeliu a defender overdadeiro ministrio e os verdadeiros ministros; mas, se assim o faz, no para louvar a simesmo, ou como buscando recomendao para os Corntios, ou como tendo de serrecomendado por eles.

    (Verso 2). Para afastar tal pensamento, de forma mais delicada, ele se vira para osCorntios e diz, de certo modo: Se quisemos recomendar a ns mesmos, no deveramosfalar sobre o nosso ministrio ou sobre ns, deveramos falar sobre vs. Vs, ele diz,sois a nossa carta. Eles tinham um lugar to real em seus afetos que se algum seopusesse ao seu apostolado ele estava sempre pronto para apontar a todos os homens aassemblia dos Corntios como aqueles que recomendam tanto ele como o seu ministrio.

    (Verso 3). Mas como foi que a assemblia dos Corntios recomendou Paulo? No foipor eles serem a expresso viva do carter de Cristo que Paulo tinha pregado? Eles eram emsuas vidas prticas uma carta a favor do apstolo, porque eles eram uma carta querecomendava Cristo a todos os homens.

    Paulo pregou Cristo aos Corntios. O Esprito do Deus usou o ministrio para fazerCristo precioso a esses crentes Corntios Ele escreveu a Cristo em seus coraes. O Cristoescrito em seus coraes se tornou vividamente expresso em suas vidas. Sendo expresso emsuas vidas, eles se tornaram testemunhas de Cristo uma carta, por assim dizer, conhecidae lida por todos os homens. Recomendando a Cristo eles se tornaram uma carta pararecomendar a Paulo, um vaso escolhido atravs do qual tinham ouvido de Cristo.

    Aqui, ento, temos uma bela descrio da verdadeira corporao crist, composta decrentes individuais sobre cujo corao Cristo foi escrito, no com tinta, mas com o Espritodo Deus vivo; no em tbuas de pedra, mas nas tbuas de carne do corao. Assim como oshomens do passado podiam ler os dez mandamentos em tbuas de pedra, agora eles devemler Cristo nos crentes. A lei, contudo, foi escrita em tbuas de pedra indiferentes queformavam um testemunho do que os homens deveriam ser, mas deixavam o coraointocado. Atravs do ministrio do Evangelho, o Esprito do Deus vivo escreve Cristo sobreos coraes de homens vivos como um testemunho de tudo o que Cristo .

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    Algumas vezes se diz sobre os cristos: Deveramos ser cartas de Cristo. Oapstolo, contudo, no diz: Devereis ser, mas: Sois... a carta de Cristo. Ento, ele podeacrescentar, vendo que a assemblia dos Corntios tinha sido restaurada a uma condio

    correta: J manifesto que vs sois a carta de Cristo. O apstolo assim distingue entre sera carta de Cristo e ser manifesta como tal, conhecida e lida por todos os homens.Entretendo o pensamento incorreto de que deveramos ser a carta de Cristo, nos pem atrabalhar na diligncia de nos tornarmos assim pelos nossos prprios esforos. Isso noapenas nos conduziria a ocupao legal conosco mesmos, mas tambm deixaria de fora aobra do Esprito do Deus vivo. O fato que nos tornamos a carta de Cristo, no pelosnossos prprios esforos, mas pelo Esprito de Deus que escreve Cristo sobre o nossocorao. Se no formos as cartas de Cristo no somos cristos em absoluto. Um cristo aquele para quem Cristo se tornou precioso por uma obra do Esprito de Deus no corao.No simplesmente um conhecimento de Cristo na cabea que um homem no convertidopode ter que faz um homem ser um cristo, mas Cristo escrito no corao. Como pecadores,

    descobrimos a nossa necessidade de Cristo, e estamos carregados com os nossos pecados.Encontramos o alvio descobrindo que Cristo pela Sua obra propiciatria morreu pelosnossos pecados e que Deus aceitou a obra e assentou Cristo na glria. Os nossos afetos soatrados para Aquele por quem fomos abenoados: Ele se tornou precioso para ns. Poressa razo Cristo est escrito em nosso corao.

    A nossa responsabilidade no procurar andar corretamente para nos tornarmos umacarta, mas, vendo que somos a carta de Cristo, andar corretamente para que ela possa serlida por todos os homens. bvio que se algum escrever uma carta com o propsitoexpresso de ser lida. Se a carta for uma carta de recomendao deve recomendar a pessoamencionada na carta. Assim quando o Esprito de Deus escreve a Cristo no corao doscrentes, para que eles possam se tornar em conjunto uma carta de recomendao para

    recomendar Cristo ao mundo em volta; para que pelo santo e separado caminhar deles, peloamor mtuo de uns com os outros, pela humildade e brandura deles, pela bondade e graadeles, possam apresentar o carter encantador de Cristo.

    Vamos notar que o apstolo no diz que vs sois cartas de Cristo, mas vs sois acarta de Cristo. Ele v toda a corporao dos santos como expressando o carter deCristo. Podemos ser corretamente muito bem exercitados quanto ao nosso caminharindividual, e, contudo desatentos, ou indiferentes condio de uma assemblia.

    Foi assim com os santos Corntios. Eles, de fato, tinham estado andando de umaforma desordenada; mas, como resultado da primeira carta do apstolo, tinham se limpadodo mal para que ele no apenas possa dizer que como uma assemblia eles eram uma cartade Cristo, mas, que eles eram uma carta conhecida e lida por todos os homens.

    Ai! A escrita de uma carta pode ficar indistinta, mas ela no deixa de ser uma cartaporque est manchada e obscurecida. Os cristos muitas vezes se parecem com uma cartaescrita em alguma antiga lpide. H fracas indicaes de alguma inscrio; uma letramaiscula aqui e ali poderia indicar que algum nome foi uma vez escrito sobre a pedra; masest to gasto pelo tempo, e enegrecido pela sujeira, que possvel decifrar apenas a escrita.Assim, ai de ns, isso pode ser conosco mesmo. Quando o Esprito a princpio escreveCristo sobre o corao os afetos esto aquecidos e a vida fala claramente de Cristo. Aescrita da carta estando fresca e clara conhecida e lida por todos os homens; mas, quandoo tempo passa, o mundo tende a escorregar para dentro do corao e Cristo se desvanece davida. A escrita comea a se tornar indistinta at que finalmente os homens vejam tanto domundo e da carne que vem pouco, se de fato algo, de Cristo na vida.

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    Sem embargo, apesar de todos os nossos fracassos, os cristos so a carta de Cristo, esempre permanece a grande inteno de Deus de que os homens devem aprender do carterde Cristo na vida dos Seus. Assim como nas tbuas de pedra, no passado, os homens

    podiam ler o que a justia de Deus exige dos homens sob a lei, agora, na vida do povo deDeus, o mundo deve ler o que o amor de Deus causa no homem sob a graa.

    (Verso 4). O efeito da sua pregao, to alegremente apresentado na vida mudada dosCorntios, feito pelo Esprito, leva o apstolo a falar da sua confiana quanto ao seuministrio. Ele tinha certeza que, pela graa de Deus dada a ele por Cristo, o seu ministrioera a verdade que o Esprito podia usar para dar vida.

    (Verso 5, 6). Ao mesmo tempo ele tem o cuidado de negar qualquer competnciaintrnseca nele mesmo. Ele dependia inteiramente de Deus que pela graa lhe permitiaproclamar a verdade. A sua competncia era de Deus, que tinha feito dos apstolosministros competentes do novo concerto.

    O novo concerto trazido para diante de ns pelo profeta Jeremias (Jr 31:31-34). As

    duas grandes bnos do Novo Concerto so o perdo dos pecados, e o conhecimento deDeus. Essas bnos, assim como todas as outras, vm ao homem com base no sangue deCristo; por isso o Senhor pode dizer, instituindo a ceia: Este o clice do novo concertono meu sangue.

    A verdade de que os santos so uma carta escrita no corao em contraste com escritada lei em tbuas da pedra, naturalmente leva o apstolo a referir-se ao novo concerto, poisno novo concerto a escrita tambm est no corao, como lemos: Porei a minha lei no seuinterior, e as escreverei no seu corao. Mas muito embora ele fale dele mesmo como umministro do novo concerto, tem o cuidado de acrescentar: No da letra, mas do esprito.Ele est escrevendo aos gentios, e para os tais a letra do novo concerto s os mataria, ou,em outras palavras, os excluiria de toda a bno; quanto ao que concerne letra, o novo

    concerto s se aplica casa de Israel e Jud. O esprito do novo concerto, ou a bno queest na mente de Deus da qual o concerto fala, para todos os homens, segundo a comissodo Senhor aos Seus discpulos de que o arrependimento e a remisso devem ser pregadosem Seu nome a todas as naes (Lc 24:47).

    Ento, mudando do esprito do novo concerto para o Esprito Santo, o apstolo diz:O Esprito vivifica. O Esprito Santo d vida atravs de uma obra nas almas pela qual elasso trazidas para um conhecimento do Senhor, e remisso dos pecados (Hb 8:10-12).

    (Versos 7-11). A partir deste ponto do captulo o apstolo, em um longo parntese(versos 7 a 16) traz um contraste entre o velho e o novo concerto. Isso foi muito necessrioporque, como vimos no verso final do captulo precedente havia falsos mestres que estavamcorrompendo a Palavra de Deus, com a conseqncia de que os santos estavam em perigo

    de serem conduzidos do campo da graa para uma mistura de lei e graa. O apstolomostrar no final do captulo que somente podemos ser guardados em nossa almaconscientemente no campo da graa tendo os nossos olhos fixos em Cristo na glria,Aquele atravs do qual toda a graa de Deus flui a ns. Primeiro, contudo, ele fala docarter do velho concerto, e o seu efeito sobre aqueles que vo para debaixo dele.

    Paulo faz vrias afirmaes definidas em relao lei:Primeira: A lei um ministrio de condenao e de morte. Devemos nos lembrar de

    que a lei santa, justa e boa. Ela era uma regra divinamente dada para a conduta doshomens na terra, e no um meio de apontar o caminho para o cu. Mas ela se aplicava a umhomem que era pecador, resultando a comprovao de que ele cometia pecados proibindo

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    as prprias coisas que estava fazendo. Alm disso, ela provava a existncia de uma naturezam que deseja fazer a prpria coisa que proibida. Enquanto nove dos mandamentos sereferem conduta exterior, aquele que resta aplica-se disposio interior, pois ele diz:

    No cobiars. Um homem pode estar externamente inculpvel na conduta, mas aaplicao desta lei aos seus pensamentos interiores comprovar que ele cobiou e por issoviolou a lei.

    A lei, ento, convence dos pecados presentes, e prova a existncia de uma naturezam. Ela se torna assim um ministrio de condenao, e a condenao morte. A lei santa deDeus aplicada a um homem que j um pecador deve se tornar um ministrio decondenao e morte.

    Segunda: A lei foi escrita e gravada em pedras. A lei no escreveu nada no coraodos homens. Ela no disse diretamente aos homens o que eles so, mas antes o quedeveriam ser tanto em seu corao como em sua conduta exterior; mas ela no hes tocou ocorao. Ela disse aos homens o que a vida deles deve ser, mas no deu a eles vida, ou

    fora, ou uma nova natureza. A lei escrita em pedras uma testemunha perfeita do que eudeveria ser como um filho de Ado, tanto em meus relacionamentos com Deus como commeu prximo.

    Se, contudo, ela era um testemunho para mim, era tambm um testemunho contramim, pois comprovava que no sou o que eu deveria ser. A lei escrita em pedras diz: Faaisso e viva. Mas eu sei que no guardei a lei; por isso, a lei gravada em pedras se tormapara mim um ministrio de morte.

    Terceira: A lei transitria. O apstolo fala da lei como aquela que deve sertransitria. Ela tem de dar lugar quilo que permanece. Ela veio de passagem at que aSemente viesse. Ela provou a runa completa do homem e assim abriu o caminho para Deusmanifestar a Sua graa. Expondo completamente o homem a lei fez a sua obra e d lugar

    graa e verdade que veio por Jesus Cristo.Quarta: A lei introduzida com glria. Para entender a afirmao de que o velho

    concerto comeou com glria devemos nos lembrar de que a glria a exposio deDeus. A glria de Deus declara quem Deus . Tambm temos de ter em mente que a lei foidada em duas ocasies, e que o apstolo se refere segunda ocasio. Na primeira ocasioMoiss desceu do monte com as tbuas de pedra em sua mo, mas sem a glria em sua face(Ex 32:15). Era a lei pura que fazia exigncias sobre o homem desacompanhadas dequalquer revelao da glria de Deus em misericrdia em favor do homem. Quando Moissse aproximou do acampamento encontrou o povo cado na idolatria, e assim quebraram oprimeiro mandamento. Trazer a lei pura para o meio de tal corporao os teria esmagadocom julgamento instantneo. Moiss, por isso, lana as tbuas das suas mos e as

    quebrou. Ele entra no meio deles sem as duas tbuas. A lei pura nunca entrou noacampamento em absoluto.

    Logo depois, Moiss sobe ao monte uma segunda vez e roga a Deus em favor dopovo. A este rogo Deus responde em graa, e d uma revelao parcial Dele em Suabondade, graa e misericrdia. Este um vislumbre da Sua glria: no a lei que exige que ohomem deve ser, mas a glria que revela o que Deus . Assim passando, pois, o SENHORperante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio emirar-se e grande em beneficncia e verdade; que guarda a beneficncia em milhares; queperdoa a iniqidade, e a transgresso e o pecado; que ao culpado no tem por inocente; quevisita a iniqidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos at terceira e quartagerao (Ex 34:6, 7). Evidentemente isto no pura lei; nem pura graa a graa

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    soberana de Deus revelada em Cristo. Ela antes a bondade no governo de Deus sob o qual dito que Deus no inocentar de modo nenhum o culpado, ao passo que, sob a graa Deuspode justificar o descrente.

    O efeito dessa exposio parcial da glria foi que quando Moiss desceu do monte asegunda vez a sua face brilhava (Ex 34:29-35). Mesmo assim, o povo no pode suportar oreflexo dessa exposio parcial da glria de Deus na face de Moiss. Eles no puderamolhar firmemente a face de Moiss para a glria do seu semblante. Nenhum homem podesuportar uma revelao de Deus, embora parcial, se acompanhada da lei. Sob taiscircunstncias, como foi dito: Voc procurar esconder-se de Deus, como fez Ado nojardim do den, ou voc procurar esconder Deus de voc, como Israel fez quando rogarampara que Moiss pusesse um vu sobre o seu rosto (J. N. Darby).

    Est assim comprovado que no podemos suportar o mais leve testemunho da glriade Deus em Sua santidade, graa e bondade, se acompanhado com uma demanda que, pelosnossos prprios esforos, devemos corresponder glria. No, quanto mais a glria de

    Deus revelada, quando acompanhada da demanda que devo corresponder a ela, tanto maisimpossvel para ns suportar a glria.

    Tendo mostrado o carter e o efeito da lei, o apstolo apresenta em contraste oministrio da graa. Ele fala desse ministrio como o ministrio do esprito, o ministrioda justia, o ministrio que permanece, e finalmente como o ministrio que no apenasexcede em glria, mas que subsiste na glria (versos 8-11).

    O ministrio do Esprito. A lei era a escritura de Deus esculpida nas tbuas depedra (Ex 32:16); o Evangelho um ministrio do Esprito de Deus, atravs do qual Cristo escrito no corao. Alm disso, a existncia, comeo e continuao deste ministrio doEsprito dependem da glria de Cristo. A glria na qual Cristo est assentado otestemunho da infinita satisfao de Deus em Cristo e Sua obra. Deus est to totalmente

    satisfeito que h agora um Homem na glria algum inteiramente apropriado revelaoplena de Deus. A vinda do Esprito a resposta Sua glria. Vendo que Cristo est naglria o Esprito Santo pode vir e operar no corao dos pecadores revelando a todos elesque Deus como declarado na face de Jesus.

    O ministrio da justia. Alm disso, aprendemos que o Evangelho da glria de Cristo o ministrio da justia. A lei era um ministrio de condenao porque exigiu a justiado pecador, e o condenou pela sua injustia. O Evangelho, ao em vez da exigir justia dopecador, proclama a justia de Deus para o pecador. Ele nos diz que Cristo morreu como apropiciao para os nossos pecados, e que Deus mostrou a Sua completa satisfao com oque Cristo fez por justamente assent-Lo na glria; e que agora, atravs de Cristo Deus estproclamando justamente o perdo dos pecados para um mundo de pecadores, e, alm disso,

    pode declarar justamente o pecador que cr em Jesus justificado de todas as coisas (Rm3:24, 26). Assim o Evangelho da glria de Cristo, no apenas nos fala do amor e da graade Deus, mas declara a justia da Deus.

    O ministrio que permanece. Em contraste com a lei, o ministrio da graa o quepermanece. A lei veio com o propsito de expor o homem; era apenas para preparar ocaminho para vinda de Cristo. Tendo vindo Cristo, temos Aquele que nunca pode passar,nem a Sua glria ofuscar-se, nem a Sua obra perder a sua eficcia. Por isso, todas asbnos do Evangelho da glria, que dependem da glria de Cristo, devem durar tantoquanto o prprio Cristo.

    O ministrio que subsiste em glria. A lei que morte foi introduzida com umvislumbre de glria; aquilo que permanece no apenas excede em glria, mas subsiste na

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    glria; depende para a sua existncia da revelao plena da glria de Deus em Cristo. Agoraque a glria de Deus foi totalmente satisfeita por Cristo e a Sua obra, a glria de Deus podeser totalmente revelada no Evangelho da glria.

    (Versos 12, 13). Vendo, ento, a bem-aventurana do ministrio do Evangelho quenos d um lugar permanente na glria, podemos usar de grande ousadia no falar. No temoscomo Moiss que colocar um vu sobre a glria. A glria de Deus em Sua santidade e oamor, podem ser totalmente declarados, vendo o que est exposto na face de Jesus, Aqueleque morreu para pr de lado tudo o que contrrio glria. A glria na face de Moiss foivelada, com a conseqncia de que Israel no podia ver nem a medida da glria exposta nalei, nem Cristo o fim para o qual a lei apontava.

    (Versos 14-16). Os pensamentos de Israel foram obscurecidos; e permanea assim athoje. Quando eles lem a lei no podem ver Aquele para quem a lei aponta, por causa daincredulidade do seu corao. O vu que estava sobre a face de Moiss est agora sobre oscoraes de Israel. Quando finalmente Israel voltar-se ao Senhor o vu ser tirado. Assim

    como conosco, somente quando nos voltamos ao Senhor podemos descobrir a cegueira eobscuridade do nosso corao cado.

    (Versos 17, 18). Tendo fechado o parntese dos versos 7 a 16, o apstolo continua oassunto do verso 6. Ali ele estava falando do esprito do novo concerto, que para todos emcontraste com a letra que limita o novo concerto a Israel.

    Continuando este tema o apstolo agora diz: o Senhor Esprito. Provavelmente,conforme indicam os eruditos, a palavra Esprito, nesta clusula, deveria ser em letraminscula ao em vez de maiscula. A letra maiscula faz a palavra referir-se ao EspritoSanto, e isso simplesmente parece ser inteligvel (ver W. Kelly em Corntios). O significadoparece ser que o Senhor Jesus o esprito, ou a essncia, do velho concerto. Todas as suasformas, sacrifcios e cerimnias prefiguraram Cristo de diferentes maneiras. A lei tinha uma

    sombra das boas coisas por virem, mas Cristo a substncia (Hb 10:1; Cl 2:17). Aincredulidade no consegue ver Cristo em todas as Escrituras, mas a f percebe o Senhorem todas as partes da Palavra, e nunca mais claramente do que no tabernculo, seussacrifcios e servios.

    O apstolo passa ento de falar do Senhor como o esprito, como o que d overdadeiro encargo interior daquilo que foi comunicado, para falar do Esprito do Senhor.Aqui, sem dvida a letra maiscula justamente usada, pois todos concordaro que este oEsprito Santo. O apstolo afirma que onde est o Esprito do Senhor ai h liberdade.Aqueles mencionados em 2 Co 2:17, conduziriam os santos em sujeio pelo servio delesmesmos: o Esprito conduz liberdade voltando a alma para Cristo na glria. Estes tais notemem a glria do Senhor. Eles podem contemplar a glria vista na face de Jesus sem um

    vu, pois Aquele em cuja face brilha a glria satisfez as demandas da glria. Alm disso, h um poder transformador na contemplao do Senhor na glria, e este

    poder transformador est disponvel a todos os crentes ao mais jovem bem como ao maisvelho. Todos ns, no simplesmente ns os apstolos, refletimos a glria do Senhor,somos transformados na mesma imagem. Esta mudana no efetuada pelos nossosprprios esforos, nem por nos fadigarmos na diligncia de parecer-se com o Senhor. Nem por procurar imitar algum santo devoto. pela contemplao da glria do Senhor. No hvu em Sua face, e quando O contemplamos, no apenas todo vu de obscuridade passardo nosso corao, mas moralmente nos tornaremos cada vez mais semelhante a Ele, sendomudado de glria em glria.

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    Assim o Esprito Santo no apenas escreve a Cristo no corao, para que nostornemos cartas de Cristo, mas, por ocupar o nosso corao com Cristo na glria, Ele nostransforma na Sua imagem, e por isso mantm clara a carta escrita. Somos assim no

    apenas as cartas de Cristo, mas nos tornamos cartas que so conhecidas e lidas por todos oshomens.

    Ademais o Esprito Santo no nos ocupa com o nosso prprio resplandecer de Cristo.Moiss teve um vislumbre da glria de Deus e imediatamente a sua face brilhou; maslemos: Moiss no sabia que a pele do seu rosto resplandecia (Ex 34:29). Ele no estavaocupado com o seu rosto brilhante, mas com a glria de Deus. A glria est em Cristo, esomente quando estamos ocupados com Ele podemos refletir um pouco da Sua glria.

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    2CORNTIOS4

    Nos captulos 4 e 5, o apstolo passa do ministrio do Evangelho para falar dosministros, ou servos de Cristo. Isso foi necessrio visto que, no apenas tinham surgidomuitos no crculo cristo que corrompiam a Palavra de Deus, mas, houve tambm aquelesque atacavam os servos de Deus, buscando ocasio contra eles, e acusando-os de andarsegundo a carne. Estes eram obreiros enganosos que se transformam em apstolos de Cristo(2 Co 10:3; 2 Co 11:12, 13). Em contraste com esses obreiros enganosos, o apstolo, nessescaptulos, coloca diante de ns as marcas dos verdadeiros servos de Deus.

    (Verso 1). Tendo este ministrio do Esprito e da justia, fundados em Cristo naglria, e tendo recebido misericrdia para faz-lo conhecido em face a toda oposio, oapstolo pode dizer: no desfalecemos. Olhando para o Senhor, Pedro pode andar sobre agua mesmo agitada; com seus olhos voltados para a gua comeou a afundar na guamesmo lisa. Assim tambm o apstolo com seus olhos voltados para Cristo na glria, eolhando para a glria do Senhor, pode dizer: no desfalecemos.

    (Verso 2). Alm disso, a vida do apstolo era compatvel com o seu ministrio. Eleno permitia em sua vida nenhuma das coisas escondidas por vergonha enquanto pregavaum Evangelho que as denunciava.

    Ele no andava no engano como alguns dos quais ele fala um pouco adiante comosendo obreiros enganosos. Ele no procurava servir para os seus prprios fins, ou exaltara si mesmo, enquanto tomava o lugar de um servo do Senhor. Nem falsificava a Palavra deDeus. Ele no fez nenhuma tentativa de torcer a Palavra de Deus para atender as teoriashumanas, nem suaviz-la para poupar a carne. Ele no escondia as suas mais plenasafirmaes, fosse expondo a completa runa e a condenao do homem, ou a plenitude dagraa de Deus.

    Os homens no podiam encontrar nenhuma desculpa para recusar o Evangelho quePaulo pregava por causa de algo em sua vida que ofendesse a conscincia; por causa dequalquer motivo baseado na pregao; ou porque ele retinha ou pervertia a verdade.Infelizmente! com os santos corntios tinha sido bem de outra maneira. Como a primeiraepstola mostra, eles tinham permitido muitas das coisas escondidas por vergonha. A obrapartidria entre eles tinha levado a um caminhar no engano. Alguns, tambm, tinhamfalsificado a Palavra de Deus, negando at mesmo a ressurreio. Eles tinham andado, etinham tratado a Palavra de Deus, de uma forma que poderia chocar a conscincia natural.Os verdadeiros servos de Deus recomendam a si mesmos conscincia dos homens paraque possa ser admitido que eles atuem corretamente vista de Deus. Os homens noestavam preparados para seguir ao Senhor; mas tinham de admitir que no encontravamnenhuma falta Nele.

    (Versos 3, 4). Vendo que a vida do apstolo era compatvel com a sua pregao, eque o Evangelho que pregava era uma apresentao plena no corrompida da Palavra deDeus, ele pode dizer: Se ainda o nosso Evangelho est encoberto, para os que se perdemest encoberto. Com Paulo no havia nenhum vu nada para obscurecer o testemunho tanto na pregao como no pregador. Ele entregou a verdade to puramente quanto a tinharecebido. Se sob tal ministrio o Evangelho era rejeitado era porque havia um vu deincredulidade no corao dos ouvintes. Satans, o deus deste mundo, usava a incredulidadedo homem para cegar as suas mentes contra a luz do Evangelho da glria de Cristo. Por issoo resultado era fatal, os deixava em sua condio perdida. Como algum disse: No

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    simplesmente porque Satans a obscurece para eles, mas a prpria incredulidade delesque os conduz sob do poder de Satans.

    Conosco pode haver inconsistncias em nossa vida que diminuem o Evangelho

    pregado; e o Evangelho que pregamos pode estar misturado com a imperfeio; por isso que no podemos dizer definitivamente de ningum que ouve, e se vai sem ser salvo, queele recusou de fato o Evangelho. H uma grande diferena entre ouvir e recusar. Umouvinte do Evangelho pode vir e ouvi-lo novamente e ser salvo.

    Alm disso, o Evangelho que Paulo pregava no era apenas que Cristo tinha morrido,e ressuscitado, mas que Ele est glorificado o Evangelho da glria de Cristo. No apenas que Cristo est na glria, mas que Aquele que plenamente mostra Deus estglorificado, o testemunho eterno da infinita satisfao de Deus em Cristo e Sua obra, bemcomo o lugar para o crente de aceitao e favor, e a base justa da proclamao do perdo esalvao para os pecadores.

    (Verso 5). Tendo apresentado a modo de pregar, e o Evangelho que pregou, o

    apstolo pode verdadeiramente dizer: No pregamos a ns mesmos. Quando a luz doEvangelho da glria de Cristo resplandeceu em seu corao ele descobriu sua prpriainsignificncia. Ele descobriu que apesar de todos os seus alardeados privilgios sob a lei,estava perdido, e apesar de toda a sua inimizade para com Cristo e os Seus, pela graa foisalvo. Depois disso no podia falar dele mesmo, mas apenas de Cristo Jesus o Senhor, e elemesmo o servo. O certa vez orgulhoso fariseu se tornou, por causa de Jesus, o servodaqueles que tinha certa vez perseguido.

    Este servio de fato poderia implicar sofrimento de toda espcie, e levar a ser malentendido, e muitas vezes negligenciado ou at objetado pelos prprios santos, contudo, porcausa de Jesus resistiu a tudo. O interesse pessoal, o ganho temporal, a auto-exaltao e oaplauso dos homens, so todos perdidos de vista no gozo de servir por causa de Cristo.

    Quo verdadeiramente ele pode dizer: No pregamos a ns mesmos.(Verso 6). Esta grande mudana tinha sido ocasionada pela operao de Deus no

    corao do apstolo atravs da qual a luz da glria de Deus na face de Jesus tinhailuminado a sua alma em trevas, exatamente como pela Palavra de Deus a luz fsica tinhaafastado as trevas quando Deus formou a terra para o homem. Alm disso, o resplandecerda luz no corao do apstolo no foi somente para a sua prpria bno, mas tambm pararesplandecer em outros o Evangelho da glria de Cristo.

    (Versos 7-9). Nos Versos que seguem (7-12) o apstolo fala do vaso que Deus usa emSeu servio. Os anjos so servos, mas eles so preteridos e aprendemos que Deusselecionou para o Seu servio homens com corpos sujeitos ao sofrimento, decadncia emorte. O tesouro por isso colocado em vasos trreos. Os homens freqentemente colocam

    os seus tesouros em um porta-jias muito caro; e de vez em quando o porta-jias eclipsa ajia. Deus coloca o Seu tesouro em um vaso de barro perecvel, frgil. Ele assim faz tudodo tesouro, por um lado, e a excelncia do Seu poder por outro. Quo perfeito em sabedoriaso todos os caminhos de Deus! Tivesse Deus posto este tesouro nos gloriosos anjos quesobressaem em fora, no teria o homem sido capturado pela glria do vaso e no pelaglria do tesouro? E que alcance teria tido a exposio do poder de Deus em um serespiritual que sobressai em fora? Na verdade se poderia pensar que o vaso terreno seriaum estorvo para resplandecer a luz. Mas a prpria fraqueza do vaso se torna apenas aocasio para se fazer manifesto a excelncia do poder de Deus. Se a luz brilhar de um pobrehomem dbil evidente que o poder de Deus. Se dois pescadores iletrados e ignorantespuderam fazer de um coxo um homem completamente perfeito, e ento pregarem para que

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    cinco mil homens fossem convertidos, vista de toda a oposio dos lderes religiosos eadministradores sociais deste mundo, evidente que foram supridos por um algum poderexcelente um poder que maior do que todo poder ostentado contra eles. Este poder a

    poderosa fora de Deus presente com o Seu povo pelo Esprito Santo.O vaso terreno, com a resplandecente luz, parece ser uma aluso a Gideo e seus

    trezentos seguidores. Eles tiveram que tomar cntaros vazios, com tochas neles acesas.Ento, no momento certo, eles soaram as suas trombetas, quebraram os seus jarros e a luzresplandeceu (Js 7:16-20). O cntaro vazio no qual a luz foi colocada era, em um sentido,um estorvo para a luz resplandecer. Por isso o cntaro teve de ser quebrado. Neste captulonos permitido ver as circunstncias angustiantes que so permitidas virem sobre o homemexterior, para mostrar que, se o homem exterior perece, para que ele possa manifestar opoder de Deus e a luz brilhe.

    Se um anjo tivesse sido enviado para este servio ele no poderia ter sido atribulado,ou perplexo, ou perseguido; pois ele no teria corpo que pudesse ser afetado pelas

    circunstncias. Um testemunho dado por um anjo teria sido um testemunho dado poralgum com poder irresistvel, como, de fato ser nos dias ainda por virem dos quais lemosem Apocalipse. Um testemunho dado por um homem com um corpo frgil umtestemunho dado em circunstncias de fraqueza. Sem embargo, a prpria fraqueza apenasdemonstra a excelente grandeza do poder de Deus.

    Assim Paulo foi atribulado por todos os lados; este era o vaso de barro. Embora fosseatribulado no estava angustiado isto era o poder de Deus. Ele estava perplexo o vasode barro; mas o seu caminho no estava inteiramente fechado o poder de Deus. Ele foiperseguido o vaso de barro; mas no desamparado o poder de Deus. Ele estava abatido o vaso de barro; mas no destrudo o poder de Deus.

    (Versos 10-12). Em todas essas aflies trazia no corpo a morte de Jesus, para que a

    vida tambm de Jesus pudesse ser manifesta. bom notar que o apstolo no diz a mortede Jesus. A morte de Cristo de fato colocou o crente alm do poder da morte e dojulgamento em um lugar inteiramente novo diante de Deus em Cristo. Aqui, contudo, oapstolo no fala da morte de Jesus como fazendo expiao diante de Deus; mas da mortede Jesus como o santo Mrtir sofrendo nas mos de homens. Morrendo na Cruz Ele foi oobjeto de reprovao e desprezo dos homens Aquele sobre quem eles amontoaram todoinsulto e indignidade. No podemos compartilhar dos sofrimentos expiatrios da Sua mortesob a mo de Deus; mas podemos compartilhar na nossa medida dos sofrimentos de mrtirmorrendo nas mos dos homens. Por levar um testemunho to fiel de Cristo, Paulo teve deenfrentar em certa medida o que o Senhor enfrentou em plenitude quando morreu. O corpode Paulo estava constantemente submetido aos sofrimentos e insultos, e desta forma

    carregava em seu corpo o que o Senhor teve de carregar quando morreu, com o abenoadoresultado de que a vida perfeita de Jesus foi manifesta em seu corpo. Os sofrimentos doSenhor como mrtir quando morreu no trouxeram a tona nenhum murmrio, nemreclamao, dos Seus lbios; ao contrrio eles arrancaram do Seu corao o infinito amorque O levou a orar pelos Seus assassinos. Segundo esse modelo perfeito os sofrimentos e asperseguies s quais o apstolo foi exposto, atravs do seu corpo, se tornaram aoportunidade para anunciar as graas da vida de Jesus. Se o apstolo foi constantementeentregue a morte, no foi como castigo por algo que precisava de correo em sua vida.No foi por causa dele mesmo, mas por causa de Jesus para que a morte fosse abundantenele para que tambm a vida de Jesus pudesse ser manifesta em sua carne mortal. Enquanto

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    Paulo sofria as aflies da morte, outros viam a bem-aventurada vida; assim ele pode dizer:De maneira que em ns opera a morte, mas em vs a vida.

    (Verso 13). O apstolo prossegue para falar do poder que, ao seu lado, o sustentou em

    todas essas provaes. Foi o poder da f. Foi o mesmo esprito de f que sustentou oSalmista quando as tristezas da morte o circundaram, quando enfrentou problemas etristezas, e foi grandemente afligido. Ento pode falar de vida, pois disse: Andarei perantea face do SENHOR na terra dos viventes. Ento ele nos diz como foi que no meio damorte pode falar da vida, pois disse: Cri, por isso falei (Sl 116:3, 9, 10).

    (Verso 14). Alm disso, o apstolo nos diz o que segurou a sua f. Tinha diante dele afora poderosa de Deus que tinha levantado Cristo dos mortos; pela f ele sabia que aquelemesmo poder estava com ele e o levantaria com Jesus e o apresentaria a Jesus emcompanhia com os santos vivos e transformados. Assim ele podia enfrentar a mortediariamente, sustentado pela f no Deus da ressurreio.

    (Verso 15). Ademais todas as provaes e experincias pelo que o apstolo passou

    foram por causa da igreja e para a glria de Deus. As suas provaes no foramsimplesmente para o seu bem, mas para o bem de todos; desta forma a graa dada a umabunda para muitos, causando o agradecimento de muitos para a glria do Deus.

    (Verso 16). Assim se a glria do Deus era assegurada pelas provaes do apstolo,ele no desmaiou. Muito embora, o homem exterior o homem em contato com esta cena est se corrompendo sob o stress das provaes, a perseguio, a enfermidade e a idade. Ohomem interior o homem em contato com as coisas espirituais e no visveis renovadode dia em dia. H crescimento espiritual no homem interior. As prprias provaes e aenfermidade que enfraquecem e gastam o corpo se tornam a ocasio para fortalecer erenovar o esprito.

    (Verso 17). Vendo ento que nas provaes e aflies o homem interior renovado, o

    apstolo considera as aflies presentes leves e de durao momentnea, e que operampara o bem. Essas provaes momentneas tero uma resposta eterna. As aflies sotemporais, leves e humilhantes, mas produzem um peso eterno de glria.

    (Verso 18). , contudo, somente quando olhamos, no para coisas visveis, mas paraas coisas que no so visveis, que somos sustentados sem desmaiar em meio s provaes.As coisas visveis so apenas por algum tempo; as coisas no visveis so eternas.

    O captulo precedente tinha encerrado com a viso da glria do Senhor: este com aviso das coisas no visveis. L o crente reflete Cristo por ver Cristo em glria, e assimsustentado como uma carta de Cristo conhecida e lida por todos os homens. Aqui ele sustentado em meio s provaes vendo o peso no visvel e eterno da glria ainda por vir.

    No decorrer do captulo vemos uma bela revelao de um servo verdadeiro visto

    como um vaso do Senhor. s vezes falamos em sermos canais de bno. Mas a Escrituraalguma vez fala deste modo? Um canal simplesmente um canal pelo qual algo flui; eleno contm nada. Um vaso contm algo e tem de ser cheio antes que possa comunicar aoutros.

    Primeiro, vemos que o vaso deve ser um vaso limpo para o uso do Senhor colocado parte das coisas vergonhosas (verso 2).

    Em segundo lugar, o vaso deve seresvaziado. Tudo o que do ego deve ser deixadode lado, para que Cristo possa ter o Seu verdadeiro lugar como Senhor, e ns o nossolugar como servos (verso 5).

    Em terceiro lugar, o vaso deve ser cheio. A luz de Cristo na glria deve encher onosso corao para que possamos ser testemunhas de Cristo. Tiago se tornou uma

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    maravilhosa testemunha de Cristo quando, cheio do Esprito Santo, olhou firmemente parao cu, e viu a glria de Deus, e Jesus direita de Deus (verso 6).

    Em quarto lugar, o vaso deve ser quebrado para o poder de Deus seja manifesto.

    Somos apenas vasos de barro, e a prpria fraqueza do corpo se torna a ocasio para aexposio do poder de Deus. Quo notvel foi o poder de Deus exposto em Tiago quandoas pedras quebraram o vaso de barro! (versos 7-9).

    Em quinto lugar, o vaso ao ser quebrado, a luz brilha (versos 10-12). Se a sentena demorte for mantida sobre tudo o que somos quando na carne, a vida de Jesus brilhar.Quando Tiago, em um sentido literal, foi entregues a morte por amor a Jesus, tambm avida de Jesus se tornou manifesta; pois ele orou assim como Cristo fez, e entregou o seuesprito ao Senhor, assim como o Senhor entregou o Seu ao Pai.

    Em sexto lugar, a luz da vida de Jesus que brilha atravs do vaso de barro, o torna umvaso para a glria de Deus (verso 15).

    Em stimo lugar, aquele que usa o vaso para a glria de Deus ter a abenoada

    compreenso de que est transmitindo um peso eterno de glria (verso 17).

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    No ltimo captulo aprendemos que o apstolo foi guardado de desfalecer, sob suasmuitas provaes, olhando alm das coisas temporais e visveis para as eternas e invisveis.No captulo 5 temos o privilgio de aprender algo sobre a bem-aventurana dessas coisaseternas. Olhamos para os cus para ver que h um corpo glorificado que espera todocrente; para que estejamos com o Senhor (verso 8), fazendo parte da nova criao na qualas coisas velhas j passaram e tudo se fez novo (verso 17).

    (Versos 1-4). Utilizando da figura de uma casa, o apstolo contrasta esse corpomortal no qual vivemos com o corpo glorificado que est preparado para ns. A nossahabitao presente terrestre, humana, temporal e mortal. O nosso corpo glorificado docu, de Deus, eterno e imortal. Com a confiana que a f d, o crente pode dizer semuma sombra da incerteza: sabemos da poro abenoada que nos espera quando formoslibertos desse corpo mortal. Com esta poro assegurada para ns, o apstolo pode dizerduas vezes: gememos. Tendo em vista a glria do novo corpo, gememos com o desejoautntico de ser revestido. Sentindo os encargos que pressionam o corpo mortal, gememoscom o desejo de ser despido. Quando aqui, o Senhor gemia quando sentia as tristezas quevinham sobre Si mesmo enquanto nesse corpo mortal (Jo 11:33, 38). Deus permite umgemido, mas nunca uma murmurao.

    Estando vestidos com este corpo glorificado, no seremos encontrados nus, comoAdo cado e exposto ao juzo. Nem o apstolo deseja a morte como tal. Ele simplesmenteno procurava estar despido, e assim escapar das provaes presentes, que seroabenoadas. Ele desejava a plena beno de ter o novo corpo. Ele procurava peloarrebatamento quando o corpo dos crentes vivos ser mudado para corpo glorificado sempassar pela morte; pois aqui ele no fala do corrupto sendo revestido do incorrupto, mas docorpo mortal revestido da imortalidade, e assim absorvido pela vida.

    (Verso 5). Esta abenoada poro ser inteiramente o resultado da obra de Deus. Elenos fez tendo em vista este corpo da nova criao, e, para que possamos entrar agoramesmo na beno do futuro, Ele nos deu o penhor do Esprito.

    (Versos 6-8). Entrando nesta gloriosa perspectiva pelo penhor do Esprito, estamossempre de bom nimo. Se ainda presentes no corpo, e por esta razo ausentes do Senhor,estamos confiantes, porque andamos por f, e no por vista. Se formos chamados parapassar pela morte, antes que o Senhor venha, temos confiana, pois isso significar abem-aventurana de estar com o Senhor.

    (Verso 9). O efeito prtico de entrar na bem-aventurana da poro que est diante dens ser de nos fazer zelosos para sermos agradveis a Deus em toda a nossa caminhada

    e procedimentos; no somente no futuro, mas durante o tempo em que estamos ausentes doSenhor. De fato, podemos mostrar muito zelo buscando viver de uma forma que agradvel a ns, ou em nos fazer agradvel a outros. Mas fazemos bem em nos perguntar:Somos zelosos para que, em todos os nossos pensamentos e palavras, em nossa caminhadae procedimentos, possamos estar agradando a Deus?

    (Verso 10). A meno da nossa caminhada leva o apstolo a falar da nossa linha deconduta responsvel, e do que fizemos em contraste com o que Deus em Sua soberaniaoperou. Por essa razo ele considera o trono do julgamento de Cristo que est no final danossa linha de conduta responsvel. Ele diz: Todos devemos comparecer ante o tribunal deCristo. O contexto poderia parece mostrar que a afirmao do apstolo geral, j que ele

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    inclui os crentes e descrentes. Considerando, contudo, que os crentes estaro ali, ele nodiz: Todos devem ser julgados, mas: Todos devem comparecer. Pela mesma razo,talvez, ele no fale do julgamento das pessoas, mas do que tiver feito por meio do corpo.

    As prprias palavras do Senhor nos dizem que o crente no entra em condenao (Jo5:24). Mais uma vez vamos nos lembrar de que alcanamos o tribunal de Cristo pela vindade Cristo, atravs do qual seremos transformados imagem do celestial. Por essa razoquando estamos ante o tribunal de Cristo teremos um corpo glorioso como Cristo; seremoscomo o Juiz.

    Para os crentes sero os nossos feitos, as coisas feitas na carne, tanto boas como ms,que sero passadas em revista. Quantos dos erros, assim como dos acertos em nossa vida,que nos esquecemos completamente, ou nunca nem mesmo conhecamos, mas todos serorecordados ento, para que nos conheamos assim como somos conhecidos. O efeito noser o de aprofundar na apreciao do amor e graa que, de um lado, j tratou com toda anossa maldade e nos trouxe seguros para casa apesar dos nossos muitos fracassos, e, por

    outro lado, recompensa o menor ato que teve Cristo como seu motivo? No fosse todo opassado recordado, como algum disse, perderamos materiais para a cano de louvor queser nossa para sempre. A manifestao no tribunal de Cristo no para nos ajustar glria, mas para nos capacitar a desfrutar ao mximo da glria.

    (Verso 11). O apstolo passa a falar do efeito presente do conhecimento de que todosns devemos ser manifestados diante o tribunal de Cristo. Os crentes bem como descrentesestaro diante o tribunal de Cristo, embora saibamos de outra Escritura, que ser em temposmuito diferentes e para fins muito diferentes. Para os descrentes, o dia da manifestao serum do terror, pois significar, no apenas a manifestao dos feitos, mas o julgamentodeles. Sabendo isso, o apstolo persuade os homens a fugirem da ira vindoura.

    Alm disso, o efeito do conhecimento de que seremos manifestados no tribunal de

    Cristo ser o de procurar ser manifesto a Deus agora mesmo, e assim viver e caminhar napresena Daquele para quem somos totalmente conhecidos. Alm do mais, a confiana doapstolo era que, andando assim diante de Deus, ele manifestaria um caminhar em direoaos santos que seria aprovado pelas suas conscincias.

    (Verso 12). A sua vida falando desta maneira, no haveria nenhuma necessidade derecomendar a si mesmo; sem embargo, ele confiava que a sua vida daria a eles ocasio parase gloriarem a seu favor, e assim responderem queles que se gloriaram na aparnciaexterior diante dos homens, embora necessitem dos motivos puros e escondidos do coraodiante de Deus.

    (Versos 13, 14). Em contraste com os insensveis jactanciosos na aparncia externa, oapstolo foi movido por afetos divinos que o elevaram para fora de si mesmo na alegria por

    tudo o que Deus , e ainda o fez profundamente racional com relao aos santos. Mas sefora de si mesmo, ou racional, foi o amor de Cristo que o constrangeu. Este amor tinha sidomanifestado em toda a sua plenitude na Cruz. Ali Cristo morreu por todos; o testemunho doamor de Cristo por todos, bem como da necessidade profunda de todos. Por essa razo, napregao de Paulo para o mundo, ele foi movido tanto pelo terror do Senhor, como peloamor de Cristo que constrange.

    Assim aqui passa diante de ns, nesses versos examinados, o efeito prtico doconhecimento de que todos ns devemos comparecer ante o tribunal de Cristo. (1) Comrelao ao mundo, isso levou o apstolo a persuadir os homens. (2) Com relao a elemesmo, isso o levou a caminhar, como sob o olhar de Deus, sendo manifesto a Ele. (3)Com relao aos santos, isso o levou a caminhar de uma forma que o recomendaria

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    conscincia deles. Por isso, em seu caminhar e proceder, ele considerou a necessidade domundo, o temor de Deus, e a conscincia dos santos.

    (Verso 15). O apstolo prossegue para falar do amor de Cristo como o poder que

    constrange a nova vida do crente. Se, em Seu grande amor, Cristo morreu e ressuscitou porns, nos convm que no vivamos mais para ns mesmos, mas para Ele.

    (Versos 16-18). Mas se Cristo morreu e ressuscitou, Ele Aquele que no podemosmais conhecer na terra, e na carne, mas como Aquele que tem um corpo glorificado, em umlugar inteiramente novo na glria. Isso leva o apstolo a falar da nova criao. A morte o fim da velha criao, e a ressurreio o comeo da nova. Na velha criao o mundomaterial foi criado primeiro, e ento Ado, o cabea desta criao. Na nova, Cristo, oCabea, vem primeiro, ento aqueles que so de Cristo, e finalmente o novo cu e a novaterra na qual as coisas velhas j passaram o pecado, a tristeza, a dor, as lgrimas e amorte; e onde todas as coisas so novas, e tudo isto provm de Deus. Todas as coisasnaquela cena formosa sendo de Deus, sero ajustadas a Deus, e por isso uma cena na qual

    Deus pode descansar com perfeita complacncia. Entrementes Deus j reconciliou oscrentes Consigo mesmo por Jesus Cristo. Pela obra de Cristo somos colocados diante deDeus em Cristo, livres da penalidade do pecado e em todo favor que repousa sobre Cristona glria, e com o amor de Deus derramado em nosso corao.

    (Versos 19-21). Sendo reconciliado, o apstolo pode dizer que nos dado oministrio da reconciliao, com o qual podemos ir ao mundo. Quando Cristo estava aqui,Deus estava em Cristo proclamando o amor e a graa de Deus. Mas Cristo foi rejeitado e sefoi do mundo. Mas, ainda assim, durante o tempo da Sua ausncia, a graa de Deus enviaos Seus servos como embaixadores de Cristo rogando ao pobre mundo, no lugar de Cristo,que se reconcilie com Deus. Notar-se- no verso 20 que o ns e vs, repetido duasvezes, devem ser omitidos. A insero desses pronomes limita a verdade aos crentes; ao

    passo que o apelo ao mundo.O crente est reconciliado, e sabe que isso foi efetuado pela morte de Cristo, na qual

    Ele foi feito, aquilo que ramos diante de Deus, na cruz, para que pudssemos nos tornar oque Ele diante de Deus na glria, e assim nos tornou perfeitamente apropriado para Deus.Em vista do julgamento vindouro, o apstolo persuade os homens; em vista da graa deDeus, que proclama a obra de reconciliao, ele roga aos homens. Se os homensrecusarem a graa reconciliadora, no h nada mais para eles alm do terror do julgamento.

    Resumindo as grandes verdades deste captulo, que passam diante de ns, primeiro, acasa que do cu, que nos livra do temor quanto ao que pode acontecer com esses corposenquanto aqui em baixo (versos 1-8); em segundo lugar, o tribunal de Cristo, que nos leva aprocurar ser agradvel a Cristo, e persuadir os homens (versos 9-12); em terceiro lugar, o

    amor de Cristo, que nos constrange a viver para Ele e no para ns (versos 13-15); emquarto lugar, a nova criao, que nos livra de conhecer os homens segundo a carne (versos16, 17); e, em quinto lugar, a reconciliao que nos leva a rogar a outros que se reconciliemcom Deus.

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    (Verso 1) No final do captulo 5 o apstolo nos diz que ele roga aos pecadores que sereconciliem com Deus. Este captulo abre com um apelo aos santos, os exortando a noreceberem a graa de Deus em vo. Nesta exortao no h nenhuma inteno de colocarem questo a segurana do crente, nem qualquer sugesto de que a graa uma vez recebidapossa ser perdida. O contexto, no verso 3, mostra claramente que este um apelo quelesque receberam a graa de Deus, que traz a salvao, para terem cuidado de permitirem algoem sua prtica inconsistente com esta graa. Uma exortao a qual fazemos bem tomarconhecimento, mas isso teve uma aplicao especial para aqueles cuja conduta os tinhaexposto a severa repreenso.

    (Verso 2) Para mostrar a grandeza da graa de Deus, que proclama a salvao a ummundo de pecadores, o apstolo cita Isaas 49. Nesta profecia aprendemos que, emboraCristo fosse rejeitado pelo homem, contudo, Deus glorificado em Cristo, e Cristo glorioso aos olhos de Jeov (3-5). Ento, sendo Deus glorificado, aprendemos que no futuroIsrael ser restaurada, e a bno fluir para os gentios, levando salvao aos confins daterra (6). Isso leva passagem citada pelo apstolo que nos diz que toda esta bno vematravs de Cristo que ouvido, aceito, e socorrido por Deus. Com base em tudo o queCristo , e fez, a graa de Deus pregada aos gentios durante o tempo em que Cristo oHomem aceito na glria, e os crentes aceitos Nele, introduzindo assim o dia quando asalvao proclamada aos pecadores.

    (Verso 3) Quo importante, ento, no dia da salvao, que aqueles que receberam estagraa no permitam alguma coisa inconsistente em sua vida que faria tropear aqueles aquem a graa proclamada, ou desprezam a pregao. O cristianismo deve se tornarconhecido, no apenas pela proclamao de grandes verdades, mas tambm pela vidatransformada daqueles que pregam as verdades.

    (Verso 4) Por essa razo, em uma passagem que chama a ateno, o apstolo levadoa colocar a vida vivida por ele mesmo e pelos seus co-obreiros, na presena de provaes, eoposio, as quais no apenas no trazem censura para o ministrio, mas exibem qualidadesmorais que recomendam os ministros.

    Em primeiro lugar, o apstolo fala de circunstncias de provao que so comuns humanidade: as aflies que tocam o corpo; as necessidades que resultam dasnecessidades dirias; e as angstias pela falta de recursos para cumprirem essasnecessidades. Todas essas coisas foram recebidas na muita pacincia, ou perseverana,que recomendaram os servos.

    (Verso 5) Em segundo lugar, eles se recomendaram pela pacincia com a qualreceberam as provaes especiais que vieram sobre eles como servos do Senhor - aoites,prises e tumultos.

    Em terceiro lugar, alm disso, eles se recomendaram pela pacincia com a qualreceberam todos os exerccios com relao obra do Senhor, e ao povo do Senhor -trabalhos, viglias e jejuns.

    (Versos 6-10) Em quarto lugar, estes servos se recomendaram por exibirem algumasqualidades morais encantadoras que marcaram a Cristo em Sua caminhada neste mundo -pureza, cincia, longnime, e benignidade.

    Em quinto lugar, eles tambm se recomendaram pelo poder e pelos motivos que osanimaram em seu servio. Ele foi executado, no na carne, mas no Esprito Santo; no na

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    malcia e na inveja, mas no amor; no segundo as especulaes do homem, mas napalavra da verdade; no em poder humano, mas no poder de Deus.

    Em sexto lugar, eles se recomendaram por uma vida de justia prtica em relao aos

    homens em qualquer das mos, fossem tratados com honra ou desonra e atravs de boa oum reputao. Assim, tendo a couraa da justia, eles estavam armados contra todo ataquedo inimigo.

    Em stimo lugar, eles se recomendaram como servos de Deus por seguirem, dentro desuas possibilidades, o caminho que Cristo tinha trilhado em perfeio. Em um mundo comoeste, o verdadeiro servo de Deus ser de vez em quando tratado como enganador por algunse como verdadeiro por outros. Foi assim com o Senhor, pois alguns ousaram dizer: Eleengana o povo, enquanto os outros disseram que era um bom Homem (Jo 7:12). Assim,tambm, em Seu caminho o Senhor foi tratado como desconhecido, pois os fariseusdisseram: Quanto a este, no sabemos de onde Ele , ao passo que o homem com osolhos abertos pode dizer: sabemos que Ele de Deus (Jo 9:29-32). Ele tambm, muitas

    e muitas vezes, encarava a morte, e, contudo permanecia vivo (Lc 4:29, 30; Jo 8:59). Emtudo isso o discpulo no est acima do seu Mestre, nem o servo acima do seu Senhor. suficiente para o discpulo ser como o seu Mestre, e o servo como o seu Senhor.

    Alm disso, em nossa caminhada, temos de encarar o que no foi conhecido peloSenhor. Para manter nossos ps no caminho deveremos ser disciplinados pelas provaescircunstncias, ainda que no permitamos sermos mortos. Em tais provaes os servos doSenhor podem se aprovar pela sua submisso, assim como J que em sua grande provaopode dizer: O SENHOR o deu, e o SENHOR o tirou; bendito seja o nome do SENHOR(J 1:21). Tal tratamento do Senhor nos preparar de algum para entrarmos nasexperincias do Senhor, que foi, de fato, o Homem de dores, e, contudo, com umaescondida exploso de alegria (Lc 10:21). Ele, tambm, se tornou pobre para que pela Sua

    pobreza pudssemos ser ricos (2 Co 8:9); e Ele passou por este mundo como no tendonada e possuindo tudo. Sem dinheiro para pagar o tributo, Ele ainda pode comandar ospeixes do mar (Mt 17:24-27).

    Assim, seja nas circunstncias que passaram, ou nas provaes que tinham queencarar, nos exerccios espirituais envolvidos no servio deles, nas qualidades morais queexibiram, na justia prtica que os marcara, ou no caminho que trilharam seguindo oMestre, o apstolo e seus co-obreiros recomendaram a si mesmos como servos de Deus.

    (Versos 11-13) Mas ao passar diante da assemblia dos Corntios uma revista da vidaque ele viveu, estava abrindo-lhes o seu corao com grande plenitude, e o fato de queassim o fez era uma prova do seu amor para com eles. O seu corao estava dilatado paracom eles. Eles no tinham lugar estreitado em seus afetos, mesmo se tivessem perdido o

    seu afeto pelo apstolo. Ainda mais, por ele abrir o seu corao a eles procurou umavivificao do amor deles por ele, e conseqentemente para que seu amor fosserecompensado. Eles eram os seus filhos na f, e ele, por isso, poderia bem contar com osseus coraes dilatados de amor para com ele.

    (Verso 14) Tendo apelado para o corao deles, o apstolo agora se dirige conscincia deles. Os seus limitados afetos em relao ao apstolo podiam ser rastreadospelas associaes negligentes deles com os incrdulos. Como sempre, as associaesmundanas despojam os crentes dos afetos espirituais, e os incapacitam para a comunhocom Cristo, e o gozo do crculo cristo. Com um olho simples para com Cristo os nossosps sero mantidos no caminho estreito da separao do mundo, enquanto os nossoscoraes estaro alargados para tudo o que de Cristo.

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    Referindo-se lei, que proibia animais diferentes como um boi e um asno seremjungido juntos no arado (Dt 22:10), o apstolo nos adverte contra sermos presos a um jugodesigual com os infiis. O apstolo ento expe quatro razes que mostram a completa

    inconsistncia do jugo desigual.Em primeiro lugar, os crentes e os infiis so governados por princpios opostos. A

    justia no pode ter nenhuma comunho com a injustia, nem a luz com as trevas. Oapstolo no sugere que o incrdulo necessariamente desonesto em seu procedimentocom o seu prximo; mas ele age segundo a sua prpria vontade sem a referncia de Deus, eanda na ignorncia de Deus.

    (Verso 15) Em segundo lugar, os crentes e os infiis esto sob lideranas muitodiferentes. O crente controlado por Cristo; o infiel dirigido pelo prncipe deste mundo -Belial, um nome que significa uma pessoa indigna, ou sem lei, e por essa razo usadocomo um nome prprio para indicar Satans. Que concrdia pode haver entre Cristo eBelial?

    Em terceiro lugar, se no h nenhum acordo entre Cristo e Belial, no pode haverparte entre os seus seguidores - fiis e infiis.

    (Verso 16) Em quarto lugar, os santos de Deus vistos coletivamente, como o templode Deus, no podem estar em acordo com aqueles que adotam qualquer objeto idoltricoque ignora Deus. A Escritura mostra claramente que at sob a lei a inteno de Deus era deviver entre o Seu povo (Ex 29:45: Lv 26:12). Em um sentido muito mais profundo e maisespiritual isso verdade quando o Esprito Santo veio, pois o apstolo pode dizer: Vssois o templo do Deus vivente.

    (Verso 17) Visto ento que os crentes so marcados pela justia e luz, sob a lideranade Cristo, e do templo de Deus, h a obrigao imperativa de sair do mundo e ser separadodo mal. O apstolo intensifica a sua exortao aludindo a Isaas 52:11, onde lemos:

    Retirai-vos, retirai-vos, sa da, no toqueis coisa imunda; sa do meio dela, purificai-vos,os que levais os vasos do SENHOR

    (Verso 18) Mais uma vez o apstolo cita o Velho Testamento para mostrar que notrio exterior - na separao do mundo e sua impureza - os crentes podem gozar do seurelacionamento com Deus como Pai. A graa, de fato, na base da obra de Cristo assegurouesse relacionamento dos crentes, mas somente quando estamos na separao do mundo e dasua maldade, ele pode ser desfrutado. O Pai algumas vezes est pronto para manifestar oSeu amor, mas Ele no pode comprometer a Sua santidade.

    Assim o apstolo procura despertar a nossa conscincia quanto a toda associaoinconsistente com a nossa poro e privilgios como cristos para que os nossos pspossam ser mantidos no caminho estreito da separao com nosso corao alargado para

    abraar todo o povo de Deus andando no temor de Deus.(Captulo 7: 1) O apstolo resume a sua exortao suplicando a esses santos como

    caro amado, a atuarem sobre essas promessas e limparem-se de toda a imundcia da carne edo esprito. Podemos, meu Deus! ter cuidado em manter uma vida exteriormente sem culpa,e, contudo, sermos desatentos quanto aos nossos pensamentos. Andando na separao damaldade exterior e interior, haver crescimento na santidade quando andamos no temor deDeus.

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    Tendo exposto a vida consistente dele mesmo e de seus co-obreiros, e exortado aassemblia em Corinto a ser compatvel com a graa de Deus em seu viver e associar-se, oapstolo agora procura retirar qualquer impresso incorreta a seu respeito que poderiasurgir em seus coraes, seja atravs do seu tratamento fiel para com eles, ou pelasinsinuaes maliciosas daqueles que procuravam depreci-lo para se exaltarem (2 Co 10).Ele procura mostrar que em todas as suas cartas e aes fiis, em relao a aquelaassemblia, ele foi movido pelo cuidado dos santos diante de Deus (Verso 12).

    (Verso 2) Ele deseja que o recebessem sem suspeita ou reserva. Ele no tinhaofendido nenhum deles, ou tinha usado a sua posio ou ministrio para obter lucro, eassim defraudar algum.

    (Verso 3) Mas, ao falar assim ele no teve nenhum desejo de conden-los; mas antesremover qualquer estorvo para o fluir do amor que desejava a plena comunho deles tantona morte como na vida.

    (Verso 4) Apesar da condenao, ele, com a maior ousadia no discurso, se gloria arespeito deles, j que foi consolado quanto a eles. O seu corao, que de fato tinha sidofechado pela tristeza, foi agora aberto para em alegria expressar, sem reserva, o seu afetopor eles.

    (Versos 5-7) Ele gostaria que soubessem que a fonte da sua alegria era o Deus detodo consolo, que tinha usado a vinda de Tito para consol-lo com o relato da lamentaodeles quanto a tudo o que tinha condenado no meio deles, bem como do amor frvido quetinham mostrado para com ele. Assim o apstolo no apenas se voltaria para ospensamentos e afetos deles para com ele, mas tambm para Tito que tinha falado to bemdeles, e acima de tudo, para a fonte de toda bno - o Deus de todo consolo.

    (Versos 8-11) Ele reconhece que a primeira epstola os tinha entristecido, e por issotinha lamentado: mas desde que ouviu de Tito o efeito que ela produziu, no teve maisqualquer pesar. Pois agora descobriu que isso tinha operado o arrependimento, e que atristeza deles foi de acordo com um carter divino, no a desprezvel tristeza do mundo queopera a morte. Assim Paulo pode alegrar-se, no de fato pela tristeza, mas naquilo que atristeza produziu. Esta tristeza foi s por um perodo; foi uma tristeza segundo Deus; sendoa tristeza de um tipo divino, ela operou o arrependimento para a salvao, da qual no searrepende; e ele produziufrutos dignos de arrependimento exposto no modo srio pelo qualeles trataram com o assunto e se afastaram do mal. Alm disso, eles no tinham apenastratado do presente mal, mas tinham se afastado da sua prpria lassido. Quo diferente atristeza deste mundo conforme visto no caso solene de Judas, cuja tristeza ao em vez de serpor um perodo para a eternidade; ao em vez de ser divina foi apenas humana, e ao emvez de opera o arrependimento, conduziu apenas morte.

    (Verso 12) Alm disso, o apstolo asseguraria a esses santos que ao escrever a suaprimeira epstola, teve em vista, no simplesmente o malfeitor, ou at mesmo o sofredor doagravo, mas o cuidado dos crentes diante de Deus.

    (Versos 13-16) Alm do mais, ele foi consolado porque eles foram consolados, e sealegrou naquilo que Tito tinha sido renovado no esprito por todos eles. Por isso ele no seenvergonhou de ter falado bem deles para Tito, pois tudo o que tinha dito provou serverdadeiro; e o amor de Tito fluiu para eles mais abundantemente quando se lembrou daobedincia deles; e a confiana do apstolo neles foi confirmada.

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    Quo belo ver esse cuidado piedoso dos crentes diante de Deus se expressando emfidelidade com relao quilo que est errado; em amorque chora pelas tristezas dos santose se alegra na alegria deles; e em confiana neles quando obedientes s direes da palavra.

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    Tendo procurado assegurar assemblia dos Corntios o seu cuidado pelos crentesdiante de Deus (2 Co 7:12), o apstolo agora procura encorajar o cuidado deles pelaspessoas necessitadas do Senhor.

    (Versos 1-5) Ele procura no incitar o afeto deles por outros, apresentando diantedeles o exemplo das assemblias na Macednia, que tinham ajudado a satisfazer asnecessidades dos seus irmos perseguidos em Jerusalm e Judia. Se, contudo, eles tinhamse dado a outros, foi a graa de Deus que lhes permitiu ajudar os necessitados, muitoembora eles mesmos passassem por aflies e em pobreza profunda. Muito emborapassassem por aflies nas coisas temporais tiveram abundncia de alegria nas bnosespirituais. Essa alegria nas coisas espirituais os fez quererem ser doadores das coisastemporais queles por quem tinham recebido as bnos espirituais. Por isso, tinham pedidoao apstolo, com muitos rogos, para terem comunho com eles incumbindo ao ministro oseu dom para os santos na Judia.

    Alm disso, por trs dos seus dons para com os santos, havia o fato abenoado de quej tinham se dado ao Senhor. Isso tornou simples o levar a cabo a vontade de Deus aoporem-se nas mos do apstolo para ministrar o seu dom. A alegria no Senhor os levou adarem-se inteiramente ao Senhor para a Sua vontade, e por essa razo darem-se queles queso do Senhor. O servio deles nas coisas materiais teve um motivo espiritual.

    (Versos 6, 7) Agora o apstolo deseja que a graa vista nas reunies macedniaspossa ser considerada tambm na assemblia em Corinto. Para esse fim ele esperava queTito fosse usado no meio deles. Ele reconhece de quantas formas eles foram enriquecidoscomo uma assemblia, tendo f, elocuo, conhecimento, toda a diligncia, e amor paracom ele: mas deseja que eles tambm possam abundar na graa que cuida das pessoasnecessitadas de Deus.

    (Verso 8) Todavia, ao assim exort-los no estava em nenhum sentido os ordenando adar, mas antes usando da liberalidade de outros para encoraj-los a atuarem com a mesmagraa, e assim provar a sinceridade do seu amor pelo povo do Senhor.

    (Verso 9) Para despertar este amor o apstolo os lembra que em Cristo temos oexemplo mais transcendente de oferta. Os ricos podem dar da abundncia das suas riquezas;outros, como os crentes macednios, podem da abundncia de sua alegria, dar a outrosquando eles mesmos esto em profunda pobreza; mas em Cristo vemos Aquele que erarico, contudo, por nossa causa se tornou pobre para dar a outros as verdadeiras riquezas.

    (Versos 10-15) Tendo apresentado diante deles um exemplo de oferta nas assembliasda Macednia, e acima de tudo o supremo exemplo do Senhor Jesus, e tendo deixado bemclaro que no estava dando uma ordem apostlica, agora d o seu parecer. O que eles jtinham comeado a fazer desde o ano passado para ajudar os seus irmos judeusnecessitados, que agora concluam. Mas que a oferta deles seja segundo princpios corretos.

    Primeiro, que seja com prontido de vontade pois, como lhes diz o apstolo umpouco depois: Deus ama ao que d com alegria (2 Co 9: 7).

    Em segundo lugar, que a sua oferta seja segundo o que tendes. No h uma idia desatisfazer a necessidade de um convertendo outro em necessitado, e assim aliviar a cargasobre um pondo a carga sobre outro.

    Em terceiro lugar, a oferta deve produzir uma igualdade. No necessariamente umaigualdade na riqueza, ou posio social, mas que todos possam ser igualmente livres da

  • 7/29/2019 A Segunda Epistola Aos Corintios - Hamilton Smith

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    necessidade. O apstolo d um exemplo desta igualdade referindo-se ao man. Podia terhavido uma grande diferena entre o montante de man juntado pelos diferentes indivduos,pois alguns juntavam muito e outros pouco, mas todos eram parecidos nisto que toda

    necessidade era satisfeita.(Versos 16-24) No restante do ca