A Superstição e o Estereótipo

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 S I D  A P A   A SUPERSTIÇÃO E O ES TEREÓTIPO Nello de Moura Rangel Neto “Em cada signo dorme este monstro: um estereti!o" Roland #art$es % Aula &i'em (ue) no e*ato momento em (ue a +om+a caia so+re ,iro*ima um -a!on.s) (ue aca+ara de ir ao +an$eiro) a!ert a/a di st raidamente o +ot 0o da descarga1 E e*clamou: % Ai meu &eus2 O (ue 3i'24  Anedota !o!ular Em te m!os de c$ u!a %ca+ras) di sco s /oadores) !ro li3era5 0o de se itas) astrlogos (ue orientam !residentes) !oderes de%mentes) +ru*as) !rogramadores cere+rais) duendes e magos) !ensar a su!ersti50o se torna necess6rio1 7ontudo) trata%se de em!reendimento delicado) !osto (ue as !essoas n0o est0o) em geral) dis!ostas a a+rir m0o da !seudo%seguran5a (ue suas cren5as su!ersticiosas 3ornecem1  Para ilustrarmos esta $i!tese dese-amos lem+rar entre/ista recentemente !u+lic ada na re/ista 8E9A) com o 3sico ingl.s Ro+ert Matt$e; s1 Ele !es(ui sou a “lei de Mur!$<") a(uela segundo a (ual) se algo tem c$ance de dar errado) /ai dar errado mesmo1 Estudou assim as torradas (ue insistem em cair com a manteiga /irada !ara +ai*o) a c$a/e (ue insiste em n0o ser a correta !ara a 3ec$adura) a 3ila escol$ida (ue insiste em ser mais lenta (ue as outras111 E com!ro/ou (ue nossas c$atea5=es cotidianas n0o decorrem de “uma grande cons!ira50o contra o +em estar da $umanidade) mas de !rinc!ios cient3icos sim!les") 3rutos n0o da sorte ou a'ar ) mas de !ro+a+ilidades matem6ticas e leis da 3sic a1 E a!esar deste ser/i5o em !rol da desmisti3ica50o 3oi agraciado com o !r.mio Ig No+el) !ara !es(uisas consideradas in>teis1

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S I D

  A P A

 

 A SUPERSTIÇÃO E O ESTEREÓTIPO

Nello de Moura Rangel Neto

“Em cada signo dorme este monstro: um estereti!o"

Roland #art$es % Aula

&i'em (ue) no e*ato momento em (ue a +om+acaia so+re ,iro*ima um -a!on.s) (ue aca+ara de ir ao +an$eiro) a!erta/a distraidamente o +ot0o dadescarga1

E e*clamou:% Ai meu &eus2 O (ue 3i'24

 Anedota !o!ular 

Em tem!os de c$u!a%ca+ras) discos /oadores) !roli3era50o de seitas)astrlogos (ue orientam !residentes) !oderes de%mentes) +ru*as) !rogramadorescere+rais) duendes e magos) !ensar a su!ersti50o se torna necess6rio1 7ontudo)trata%se de em!reendimento delicado) !osto (ue as !essoas n0o est0o) em geral)dis!ostas a a+rir m0o da !seudo%seguran5a (ue suas cren5as su!ersticiosas3ornecem1

 Para ilustrarmos esta $i!tese dese-amos lem+rar entre/ista recentemente

!u+licada na re/ista 8E9A) com o 3sico ingl.s Ro+ert Matt$e;s1 Ele !es(uisou a“lei de Mur!$<") a(uela segundo a (ual) se algo tem c$ance de dar errado) /ai dar 

errado mesmo1 Estudou assim as torradas (ue insistem em cair com a manteiga/irada !ara +ai*o) a c$a/e (ue insiste em n0o ser a correta !ara a 3ec$adura) a 3ilaescol$ida (ue insiste em ser mais lenta (ue as outras111 E com!ro/ou (ue nossasc$atea5=es cotidianas n0o decorrem de “uma grande cons!ira50o contra o +emestar da $umanidade) mas de !rinc!ios cient3icos sim!les") 3rutos n0o da sorte oua'ar) mas de !ro+a+ilidades matem6ticas e leis da 3sica1 E a!esar deste ser/i5oem !rol da desmisti3ica50o 3oi agraciado com o !r.mio Ig No+el) !ara !es(uisasconsideradas in>teis1

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Por (ue esse !r.mio4 ?em+remos (ue l$e 3oi concedido !or im!ortanteuni/ersidade americana1 Ser6 (ue n0o !erce+eram nen$uma ser/entia nadesmisti3ica50o (ue a !es(uisa sugeria4 Ser6 se estereoti!adamenteconsideraram o assunto im+ecil % estudar torradas com manteiga111 % e n0o sederam ao tra+al$o de considerar a e*tens0o de suas conse(@.ncias4 O autor 

a!arentemente n0o se o3endeu1 icou satis3eito com a di/ulga50o ines!erada deseu tra+al$o1 Mesma sorte n0o te/e Es!inosa) como /eremos adiante1

O !ensamento su!ersticioso B +aseado em idBias !rontas e cren5as C !riori)n0o su-eitas C re3uta50o !ela e*!eri.ncia1 Transita !or conceitos categricos)ta*ati/os e totali'antes1 Na su!ersti50o n0o e*iste es!a5o !ara o tal/e'1 E nessesentido a su!ersti50o B uma 3orma de !ensar estereoti!ado1

 A !ala/ra estereotipia  /em do 3ranc.s stBre) deri/ado do grego steresDslido) 3irme1 &i' res!eito a tBcnicas de im!ress0o) onde se con/ertem em3ormas slidas Dclic$. as !6ginas (ue !rimeiramente 3oram com!ostas emcaracteres m/eis1 Ou se-a) remete a uma trans3orma50o do (ue era m/el emuma 3orma com!acta) 3i*a1 Estereoti!ar tem nesse conte*to o signi3icado de tornar 3i*o) inalter6/el1 Na estereoti!ia) o as!ecto da realidade (ue n0o se encai*ar no -6!reconce+ido B e*cludo) n0o B considerado1

 A su!ersti50o tem caractersticas de um modo de !ensar estereoti!ado: lidacom caractersticas 3i*as e imut6/eisF nega a com!le*idade e muta+ilidade darealidade Dneste sentido) a su!ersti50o 3oi de3inida !or Adorno como “o!ini0oin3ectada") (ue se re/ela nas a3irma5=es categricas irres!ons6/eis) do ti!o “todamul$er B dirige mal") ou “todas as !essoas s0o egostas"1F !ri/ilegia a +usca do(ue -6 est6 !rB%determinado num 3uturo (ual(uer) em detrimento da incerte'a eindetermina50o do !or /ir $umanoF re3uta altera50o dos seus !reconceitos (uandocon3rontada com uma realidade di/ersa da (ue !rega/a1

 A su!ersti50o !ressu!=e a conce!50o de um mundo go/ernado !or 3or5asmisteriosas) onde tudo est6 de3inido e 3a' !arte de um destino !reesta+elecido1 Gdeste modo um !ensamento conser/ador) (ue /isa manter uma ordem$ier6r(uica) considerada como 3ora do tem!o $umano e da $istria) uma ordemsagrada e in(uestion6/el1

Na su!ersti50o as coincid.ncias s0o $i!er/alori'adas e tomadas como sinaise a/isos1 Acontecimentos 3ortuitos) como 3a'er ani/ers6rio no mesmo dia (ueoutra !essoa) s0o considerados indcios marcantes de algo misterioso e es!ecial1G um !ensamento reducionista) (uando considera (ue os 3atos t.m uma >nicacausa su3iciente) (ue tudo e*!lica e -usti3ica) negando assim a multi3atoriedade1Onde $6 alguma contig@idade a su!ersti50o /. logo uma rela50o de causa%e3eito1Se a !essoa mel$ora da gri!e 3oi em /irtude da +en'edeira e n0o de umaremiss0o es!ontHnea de seus sintomas1 O $omem su!ersticioso se agarra ares!ostas sim!li3icadoras ao in/Bs de !arar e !ensar as !er!le*idades da /ida 1

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Na +ase da su!ersti50o est6 a cren5a no !oder da /ontade denominada!ensamento m6gico1 A !essoa cr. (ue !ensamentos) /er+ali'a5=es e gestos!odem) de alguma 3orma m6gica) le/ar C reali'a50o dos dese-os ou aoa3astamento do a'ar1 A anteci!a50o B +lo(ueada !ois) !risioneiros da oni!ot.nciado !ensamento % (uando acreditamos (ue o !ensamento !ode 3a'er acontecer as

coisas % tememos anteci!ar e nos -ulgamos cul!ados (uando acontece algo deruim (ue $a/amos imaginado antes1 Assim) 3icamos com medo de !ensar e+lo(ueamos a nossa consci.ncia e nossa imagina50o1

O +lo(ueio da anteci!a50o B tema antigo da $istria $umana1 O conceito desortilégio) !or e*em!lo) est6 intimamente ligado ao im!edimento C memria do3uturo1 SortilBgio /em do latim medie/al JsortilegiuK) e signi3ica “escol$a de sortes")ou se-a) escol$a de o+-etos destinados a !redi'er o 3uturo1 G associado C +ru*aria)C 3eiti5aria e aos !ress6gios1 E en(uanto tentati/a de mani!ular o 3uturo remete Cma(uina50o e a trama1 Na idade mBdia alguns estatutos da in(uisi50omenciona/am o sortilBgio como sendo os delitos de 3a'er adi/in$a5=es. Anteci!ar)!ensar e considerar o nosso 3uturo) tem !ois em nossa cultura im!edimentos) (ueremetem estes atos a atos !ecaminosos) !ass/eis de !uni50o e !ersegui50o1 Ser dono de si) !ensar com a !r!ria ca+e5a !ara lidar com a !r!ria sorte B (uaseum sacrilBgio) B me*er em terreno !erigoso1 Luem n0o se lem+ra do -ogo do co!oadi/in$atrio) e do clima de mistBrio e temor (ue o acom!an$a4 No nossoimagin6rio anteci!ar tem a m0o do dia+o1

 A !roi+i50o de !ensar tr6s em si mitos anteriores atB C no50o de sortilBgio1Est6 no n>cleo do mito do Bden1 Na #+lia J.nesis QK /emos: “Tomou) !ois)o Sen$or &eus o $omem) e colocou%o no !araso das delcias) !ara (ue oculti/asse e guardasse1 E deu%l$e este !receito) di'endo: come de todas as6r/ores do !araso) mas n0o comas do 3ruto da 6r/ore da ciência do bem e domalF !or(ue) em (ual(uer dia (ue comeres dele) morrer6s indu+ita/elmente"1

 “(...) Mas nem sei dizer quantas vezes negamos ou bloqueamos a voz da vontade e da vida em nós! Ou seja,quantas vezes abafamos a voz da vida que nos faz remeter à noço de que somos seres de esol"a! # voz davida em nós que estabelee ligaç$es om o ao redor , de modo que nos redimensiona no tem%o, no es%aço erealça o que "& de vivo  tanto em nosso %assado quanto nos aorda %ara o vivo  que "& no nosso futuro.'ituados assim, nessas ondiç$es, nos sentimos sem %erigo e sem mal.O nasimento da onsi*nia est& diretamente relaionado ao que sentimos a res%eito de nós mesmos + e domundo em determinada situaço.O bloqueio da onsi*nia em %rimeiro lugar faz remeter ao bloqueio do mundo subjetivo, ao mundo dosnossos sentimentos. - o im%edimento de nos toarmos, de saber dos nossos %ró%rios sentimentos, da nossa

 %ró%ria %ere%ço de nós mesmos.

m %ilar desse bloqueio / um ol"ar fi0o %ara um determinado dever ou id/ia %ronta. 1uiados %or umdeveria (ondiço ideal que deveramos alançar) qualquer ines%erado ou situaço diversa da es%erada fazom que voltemos ontra nós %ró%rios, num misto de raiva e temor. 3ntramos %ara um estado de m&0imaignomnia em que fiamos reduzidos ao aqui e agora, sem %ers%etiva alguma.O "omem %or definiço / %almeiro de realidade. 4ai %almo a %almo, toando, toandose e dei0andose toar,num %roesso ontnuo de interrelaço re%roa. (...) 3 nesse es%aço que e0iste entre ele e o diverso no ir evir nase o que / es%eifiamente "umano5 a onsi*nia.O bloqueio da onsi*nia / %ro%orional ao bloqueio do reon"eimento do sentimento de si mesmo. 

M&ria Madureira #lvarenga, in # %ro%ósito das mos.

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Nem mesmo a 6r/ore da /ida) (ue daria a imortalidade) era de tal maneira!roi+ida1 A !roi+i50o era da ci.ncia) do -u'o) do !ensar1 Pensar) considerar)con$ecer) !onderar) anteci!ar e) !or isso mesmo) agir e*igiti/amente) s0ointerditados1 Esses atos le/am necessariamente C di3erencia50o entre eu e o

outro) e amea5ando assim o mito da unidade) a 3us0o incondicional entre as!essoas) t0o comum em nossos dias1

O !ensamento su!ersticioso B uma 3orma de !ensamento estereoti!adoen(uanto se mostra resistente C altera50o e a re3uta50o1 Neste caso) (uandodiante de 3atos (ue nos 3or5ariam a re/er nossa !osi50o o!eramos o mecanismoda dissonHncia cogniti/a) “(ue torna a mente $umana im!erme6/el Cs /erdadesno/as nos casos de con3lito entre a ideologia (ue se de3endeu atB a(ui e os 3atos(ue a re3utam"1 A m0e (ue di': “Eu te a/isei2" (uando /. o 3il$o mac$ucado sees(uece) !or e*em!lo) (ue -6 $a/ia a/isado mil$ares de /e'es antes) e nadaacontecera1 &este modo) em o+stinada recusa) a realidade n0o se coloca comocontraste !ara ns1 Su!ersticiosos) oscilamos entre o otimismo de Pol<ana e o!essimismo das leis de Mur!$<1 Permanecemos !resos aos estereti!os) nosrecusando a a+rir os ol$os e !ensar !or conta !r!ria1 A estereoti!ia !ode ser !ensada neste conte*to como uma 3orma de dissonHncia cogniti/a (ue /isaim!edir o !ensar%anteci!ar) e manter a estrutura social1

 

“Pela decis0o dos an-os e -ulgamento dos santos)e*comungamos) e*!ulsamos) e*ecramos e maldi'emos#aruc$ de Es!inosa111Maldito se-a de dia e maldito se-a denoiteF maldito se-a (uando se deita e maldito se-a (uando sele/antaF maldito se-a (uando sai e maldito se-a (uandoregressa111Ordenamos (ue ninguBm manten$a com elecomunica50o oral ou escrita) (ue ninguBm l$e !reste 3a/or algum) (ue ninguBm !ermane5a com ele so+ o mesmo teto oua menos de (uatro -ardas) (ue ninguBm leia algo escrito outranscrito !or ele1"

Te*to de e*comun$0o de Es!inosa Amsterd0) Q de -ul$o de

 Em sua 3iloso3ia Es!inosa critica todas as 3ormas de su!ersti50o: religiosa)

!oltica e 3ilos3ica D,o-e ele !ro/a/elmente incluiria a su!ersti50o cient3ica17om+atendo a(uilo (ue considera/a “a ser/id0o su!rema") n0o sur!reende (ueten$a sido e*comungado1

 A su!ersti50o !ressu!=e uma conce!50o de mundo 3ortemente$ierar(ui'ada1 A no50o de destino como 3im ine/it6/el B conser/adora e /isamanter a ordem $ier6r(uica) conce+ida como sagrada e inalter6/el1 Em um mundo

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assim as rela5=es entre os $omens se +aseiam na cum!licidade) no3a/orecimento e na +usca de uma e(@idistHncia enco+ridora1 A(uele (ue tentadesmisti3icar a su!ersti50o B uma amea5a e como tal B tratado1 rente amentalidade su!ersticiosa a di3erencia50o B (uase uma a3ronta1

Nascida) segundo Es!inosa) de uma oscila50o entre o medo e a es!eran5a)a su!ersti50o su!=e a cren5a numa !ot.ncia ou 3or5a distante) num ser su!remo eTodo%Poderoso) ca!a' de +ens ou males) diante dos (uais o $omem seria um

 -oguete1 Alguns $omens a!ro/eitam !ara se di'er !ortadores das res!ostas e dos!oderes) inter!retes da /ontade di/ina) engendrando assim um !oder religioso+aseado no temor1 Poder este (ue se metamor3oseia em !oder militar e !oltico)se alimentando do temor das massas1

Es!inosa !rocura des3a'er a no50o de mistBrio su+-acente a su!ersti50o1IgnorHncia tra/estida como se 3osse con$ecimento) a su!ersti50o -ulga%se sa+er secreto e restrito aos iniciados1 7ondu' assim ao temor su!ersticioso 3rente a um!oder incom!reens/el e !erigoso1

“Se os $omens !udessem go/ernar suas /idas seguindo umadeli+era50o segura) ou se a ortuna l$es 3osse sem!re 3a/or6/el) -amaissucum+iriam a su!ersti50o1 PorBm) ami>de redu'idos C ang>stia) -6 n0osa+em (ue resolu50o tomar e) arrastados !or a!etite desmedido !elos +ensincertos da ortuna) oscilando misera/elmente entre o medo e a es!eran5a)t.m o Hnimo inclinado C mais e*trema credulidade1"

Es!inosa % Tratado Teolgico%Poltico

Podemos su!or) +aseados no te*to acima) (ue a rai' da su!ersti50o est6 naincerte'a diante da ortuna D7asualidade) e/entualidade) acaso) 3ado) sorte17ontudo) n0o B certo (ue !ri/ilegiaremos a credulidade (uando diante daincerte'a1 ,o 7$i Min usou -ustamente da ca!acidade de decidir em cima ded>/idas !ara conseguir alguma /antagem na guerra do 8ietn0) !osto (ue os EUAs agiam cercados de certe'a1 N0o B a incerte'a (ue !ro/oca necessariamente asu!ersti50o1 G a sede de demais certe'a1 G a !ouca dis!osi50o !ara se $a/er coma realidade) considerando os limites e !ossi+ilidades) os acasos e incerte'as) asorte ou o re/Bs) !r!rias da /ida e c$a/es da li+erdade $umana1 G -usto naincerte'a nasce a !ossi+ilidade da escol$a !ro!riamente $umana) !ois n0o somosde3initi/amente de3inidos) n0o estamos !rontos e aca+ados1 Antes somos umaes!Bcie (ue se caracteri'a !ela incom!letude e !elo se 3a'er durante a /ida1 N0oB certo o (ue ser6 de ns1 ,6 !or/ir em nossas /idas1

O termo su!ersti50o /em do latim Su!erstitione e signi3ica crendice) cren5aem !ress6gios tirados de 3atos !uramente 3ortuitos) ou a!ego e*agerado eouin3undado a (ual(uer coisa1 No latim 3oi usado !or Luintiliano como o+ser/a50odemasiado escru!ulosa1 Este signi3icado diluiu%se no tem!o) mas ainda se re/elana !assi/idade !r!ria do !ensar su!ersticioso1 Em um mundo go/ernado !or 

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3or5as misteriosas nada !odemos 3a'er1 Resta%nos es!erarmos !assi/amente (ueas coisas aconte5am) acreditando (ue elas s0o 3ruto da sorte ou re/Bs1

N0o era ele dos mais su!ersticiosos) !orBm os modos estran$os dosertane-o1111 des!ertaram em seu es!rito as a+us=es da B!oca"1

9osB de Alencar 

 A+us0o &o lat1 A+usioneV tem /6rios sentidos: indica engano) ilus0o e erro)mas tam+Bm tr6s os signi3icados de su!ersti50o) crendice) a+uso e !atran$amentiraV1 G muito rele/ante a liga50o (ue a!arece a(ui entre a su!ersti50o e oa+uso1 O a+uso B mais (ue um sim!les uso1 G o consumo de alguma coisa da(ual s era !ermitido o uso) B e*tinguir atB o 3im) inde/idamente1 Podemos di'er (ue a su!ersti50o B um grande a+uso) uma dissi!a50o  sem 3im1 Presos Cscren5as su!ersticiosas dissi!amos nossos talentos1 Prisioneiros da !assi/idade

2# dissi%aço diz res%eito a uma atitude de esbanjamento, dis%erso e aniquilamento de bens simbólios que

onsumidos at/ à e0austo, transgridem as regras da troa generalizada e im%edem a irulaço de riquezas.3sbanjar um bem seja ele material ou no, / agir omo se a %arte de ada um na omunidade fosse ilimitada, oque %or um lado om%romete a troa e %or outro questiona o valor dos bens irulantes.9undado numa one%ço de mundo determinista e imut&vel, o om%ortamento dissi%ador leva o indivduo à

 %assividade e submisso dissolvendoo no  status quo. :m%edido de ser autor da %ró%ria vida des%erdiçatalentos e riquezas onstrudas ao longo da e0ist*nia "umana, numa revolta muda ontra o destino que no

 %ode mudar. 3sbanja %orque tudo j& est& determinado, restando a ele a%enas sugar o m&0imo da vida e do outroomo um parasita.

;an<a =itangu< de =aula in  Da Submissão”.

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!r!ria do !ensar su!ersticioso !aralisamosW  nosso !rocesso de altera50o edesen/ol/imento1

Neste conte*to os dese-os) !ro-etos) e es!eran5as -6 n0o nos !ertencem1 96

3oram de3inidos) e resta es!erar (ue o destino se 3a5a cum!rir1 &e!endem dealgum !oder e*terno ou circunstHncia ca!ric$osa) mas n0o 3undamentalmente dens mesmos1 A su!ersti50o B uma 3orma de aliena50o) no seu sentido maisrigoroso: estar 3ora de si mesmo) eXnico e dissociado1

 A su!ersti50o tam+Bm se a!lica como categoria (uando analisamos ocon$ecimento1 A su!ersti50o cient3ica se re/ela (uando su!omos (ue !odemossa+er tudo so+re um determinado assunto) e*aurir um tema1 Essa 3ormaestereoti!ada de se considerar a ci.ncia im!lica numa atitude re!roduti/a 3renteao con$ecimento1 Luando !ensamos assim “n0o sa+emos) e n0o sa+emos (ue

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=aralisar5 tornar %araltio, %aralitiar. ;ornar inerte, entor%eer (falta de aço, marasmo, tor%or,entor%eimento). 3nfraqueer a aço ou energia de? neutralizar. 7. 9azer %arar, essar, o funionamento de. 8.;ornar %araltio? %aralitiar (se). >. 'ofrer %aralisia. @. Ao %rogredir? estaionar. B& duas maneiras de %aralisar frente o ine0istente imagin&rio5 se dissi%ar na an&lise (%ar&lise)? ou ansaço,fadiga, e de%resso. Ao %odemos entrar nisso? se "egarmos a, temos que rir. 'e entro na %ar&lise, d& umansaço, uma fadiga, uma viv*nia de re%etiço omo a do relógio5 %ara sem%re, nuna mais...Cuando estou %lanejando, antei%ando a realidade, estou no ine0istente imagin&rio. # atitude raional tem queomeçar om o sorriso? ela no %ode vir om o t/dio e o enfado.9oalizando o t/dio e enfado, desgosto, aborreimento, nojo + e mais outros signifiados de abusado intrometido, %rovoador e briguento "egamos ao s/rio de es%rito, mal"umorado, aborreido, ontrariado,que se desvia da saud&vel agressividade, raiz do amor, tornandose vtima do im%uso ol/rio. ;raz onsigo aseriedade da inonsi*nia, que tem uma destinaço à %riori, om ódio ou ira esarneedora, ressentimento quedisjunta a realidade. #garrase ento, na one%ço de mundo omo inobre e mereedor do des%rezo. #%areea o t/dio, que / definido omo desres%eito %elo mundo, e om ele o desd/m, o des%r*zo, a difamaço + e oonvenimento de que no vale a %ena se envolver om ele. - o mundo da ino*nia e do loo% (Di.ingl*s5arobaia a/rea, na qual o avio desreve um rulo no %lano vertial) de %essoas s/rias que so d/beis eenfrentam ingenuamente as agress$es do destino. Ao %rimeiro momento a %essoa tem a %ere%ço de que temuma armadil"a, e tem uma reaço imediata a ela + sem distaniamento ou mediaço + e / assim que disjunta omundo e o %ró%rio self. # %essoa fia om ódio do mal suedido e reage de maneira violenta. B& uma fuso eonfuso entre a %essoa e o mundo inobre.Cuando %ensamos em ira, indignaço, im%ulso agressivo (ou im%ulso lEdio) %ensamos na re%resso e na lutaontra ela, ludiamente, isto /, om gozo om a autolimitaço. 30iste uma definiço de situaço que o%rime euma tentativa de sair disso. # m&sara da seriedade que aqui se im%$e / a da ino*nia e inonsi*nia, quetem a insensibilidade do s/rio, dado ao endureimento do es%rito e do sentir. #, a %oesia %assa a ser %erda detem%o o brinar om temas tais omo a ariatura de BoFard / %erda de tem%o o s/rio se o%$e aqui aoriso, %ela ul%a, esrE%ulo, vergon"a que arrega. #usa tudo e todos, a%esar de saber que / a %ró%ria, a mesma

 %essoa que ausa / a que no %ode avançar, alterarse, entrar em metamorfose que l"e / %roibida. O jogo que

ento faz, que tem omo atributo b&sio o desgosto e t/dio om a auto limitaço tem omo finalidade dissi%arse, mantendo grande volubilidade, tida omo volubilidade de aço! =ara quem vive atr&s das grades de umonvento, de uma %riso o mundo / inobre e a Enia oisa que a %essoa no vai %ensar / sobre o amor, odesejo e a re%resso. B& uma trivialidade nesta situaço + trivialidade que diz res%eito ao óbvio, aoinonsiente, ao dado.- im%ortante om%reender estas %enosas trivialidades. O %enoso tem que ser reu%erado + se imbrio amor "umor tem dimenso de es%era, es%erança. - na trivialidade que tem a dimenso da es%era.'omos muito mais %resos, atr&s das grades, do que %ensamos! =ara rom%er a re%resso, a entrega ao destino, /

 %reiso tem%o, um tem%o largo, uma imensa jornada!Meiga Maria Gibeiro =ires, in O lEdio, o s/rio e o lEdrio

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radical1 Particularmente a no50o de destino como imut6/el e !redeterminado Bmuito im!ortante no estudo da su!ersti50o) !ois B caracterstico da !essoasu!ersticiosa tentar negar a incerte'a e a indetermina50o da /ida1

 A interdi50o ao con$ecimento di3iculta (ue nos alteremos diante da /ida) com

3le*i+ilidade) /isto (ue im!ede o con$ecimento /inculado C /ida) ao resol/er%se econ$ecer%seF o con$ecimento como dis!osi50o !ara a altera50o) !ara !erce+er ocontraste entre o (ue su!>n$amos ser e o (ue B1 Trata%se do con$ecimento diantedo no/o) do ines!erado) do di/erso) (ue nos d6 ao mesmo tem!o 3undamento econ3ian5a1

  A su!ersti50o) em sua nega50o da incerte'a e do indeterminado) nos le/a a

uma classi3ica50o a!ressada dos acontecimentos) re!rodutora da ordem social ecaracterstica do !ensar estereoti!ado) (ue aca+a !or ser o !r!rio n0o !ensar1Nessa discrimina50o com a !arcela incerta da /ida muitas /e'es corremos de3antasmas mas n0o en*ergamos os !ro+lemas reais1 A su!ersti50o culti/a o medo)e o 3a' irradiar) tomando 6reas onde na /erdade n0o $a/ia nada a se temer1Pri/ilegiamos o es!anto) e desconsideramos o !ensar e !onderar1 “Muito do (ueamedronta) n0o !assa de 3antasia1 Muito do (ue ani(uila) n0o c$ega a ser !erce+ido"]1

“,a/ia um $omem (ue 3ica/a t0o !ertur+ado aocontem!lar sua som+ra e t0o mal%$umorado com as suas!r!rias !egadas (ue ac$ou mel$or li/rar%se de am+as1 OmBtodo encontrado !or ele 3oi o da 3uga) tanto de uma) como deoutra1

?e/antou%se e !^s%se a correr1 Mas) sem!re (ue coloca/ao !B no c$0o) a!arecia outro !B) en(uanto a sua som+ra oacom!an$a/a) sem a menor di3iculdade1

 Atri+uiu o seu erro ao 3ato de (ue n0o esta/a correndocomo de/ia1 Ent0o) !^s%se a correr) cada /e' mais) sem !arar)atB (ue caiu morto !or terra1

O erro dele 3oi o de n0o ter !erce+ido (ue) se a!enas!isasse num lugar som+rio) a sua som+ra desa!areceria e) sese sentasse 3icando im/el) n0o a!areceriam mais as suas!egadas1"

7$uang T'u _ A 3uga da som+ra

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 3l< Ionini 1aria, in  Da obediência Diabólica Devida à Liberdade Dialógica Devida”. Aeess&rio se torna o retorno da %essoa sobre seus %ró%rios %assos, %egadas, sombras + no sentido de"umor que diz res%eito a %roessos mentais nolineares, om simultaneidade de sentidos e0%ressos %or uma mentalidade %lural, que e0ige uma busa de %ositividade, %ara inteligir verdadeiramente. Jomoonebe Kulian Marias, no seu livro ;ratado sobre a onviv*nia5 'em uma onsider&vel dose de

 bondade se %ode ter lisura, mas no ser verdadeiramente inteligente... a intelig*nia onsiste sobretudo emabrirse %ara a realidade, dei0ar que ela %enetre na mente e seja aeita, reon"eida, %ossuda. -araterstio do "omem inteligente o es%erar, no %rei%itarse, dei0ar que o que a%aree ante os ol"os ou

 %roura %enetrar %elo ouvido se manifeste %or inteiro, e0iba seus ttulos de justifiaço, seja e0aminado %or v&rios lados, desde distintos %ontos de vista.

L

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Na caricatura de ,o;ard D3ig1 ) 91 #1 Priestle< ironi'a algumas su!erti5=esestereoti!adas !r!rias de nossos dias: a !ressa constanteF a corridadesen3reada) sem rumo e nem sentidoF a ri/alidade $ier6r(uicaF os mecanismos

 -usti3icadores (ue di3icultam o !rocesso de tomada de consci.ncia1

O "umorismo, nos diz =irandello, onsiste no (íntimo) sentimento do ontr&rio, %rovoado %or uma es%/ie derefle0o que no se onverte numa forma de sentimento seno em seu ontr&rio, ainda que seguindo %asso a

 %asso o sentimento omo a sombra segue ao or%o. O "umorista se fi0a no or%o e na sombra, e, às vezes,mais na sombra que no or%o. 3ssa sombra do "umorista / o outro mbito, o mbito irNnio, alusivo,im%resindvel %ara as invers$es e ontrastes.O "umor, de natureza ientfia, busa o real %ela minEia desritiva, %ara desvend&lo. # tomada deonsi*nia / simultnea à transfiguraço, transend*nia na realidade, à ru%tura om o trabal"o de 'sifo(ondenaço a reomeçar inessantemente uma mesma oisa, uma re%roduço sem fim do mesmo), à imitaçoinovadora da realidade que / a sada da prisão da lógia do modelo %ara a fluidez  da lógia do %roesso.

Meiga Maria Ri+eiro Pires) in “O l>dico) o sBrio e o l>drico"

P

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fig.

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O desen$o de caricatura) !or sua linguagem 3ormal e es(uem6tica) B uma3orma de e*!ress0o !l6stica intimamente relacionada com a estereoti!ia1Ressaltando) de3ormando ou omitindo alguns as!ectos) ele re/ela as 3ormasenri-ecidas caractersticas do !ensar estereoti!ado1

7omo caricatura) o tra+al$o de Priestle< tem uma linguagem !r!ria1 Algunsas!ectos dessa linguagem merecem ser ressaltados1

O !rimeiro desen$o retrata ,o;ard) (ue di': “Estou correndo) mas n0o /oua nen$uma !arte"1Esta a3irma50o inicial encontra%se ressaltada !or algunselementos gr63icos !resentes na caricatura1

3ig1,o;ard B o >nico !ersonagem (ue tem som+ra D3ig11 Isso ressalta a

sensa50o de (ue ele n0o sai do lugar1 Tam+Bm B o >nico !ersonagem (ue n0otem tra5os cinestBsicos) (ue indicam mo/imento Dsugerindo (ue a !assagem do!ersonagem dei*ou uma manc$a !ara tr6s) taman$a sua ra!ide'1 Esta 3alta deindicati/os de mo/imento) somada C !resen5a de som+ra e Cs !osi5=es dos

 Os estereóti%os, enquanto maneiras de %ensar, sentir e agir %adronizados e orrentes, relaionamse om aomiidade. Os estereóti%os Nmios onstituiriam um setor da onsi*nia oletiva (DurQ"eim), o onjuntode atitudes e reaç$es, mais ou menos %adronizados, em fae a erto nEmero de objetos, %essoas, instituiç$es,valores, smbolos, et. =ortanto, os estereóti%os Nmios so o Nmio ristalizado, onsagrado %elasoiedade e suse%tvel, omo tal, de ertas re%eruss$es soiais. (e0. a figura da sogra, o marido enganado,o avarento, as ariaturas %oltias (Mussolini, Bitler, et) .4itoroff enara os estereóti%os Nmios omo uma reaço de defesa ontra a dor e a frustraço. ;aisestereóti%os %ossuem um ar&ter freqRentemente ambguo (SEdio 0 'eriedade 0 SEdrio + 9le0ibilidade 0Gigidez ada%tativa 0 #mbigRidade) + ao mesmo tem%o que %rovoam uma "ilaridade geral, %areem estar orrelaionados a fatos que inquietam e irritam %rofundamente a o%inio %Eblia. Aa verdade, eles tendem adestruir a %ró%ria realidade a que se ligam ou, mais %reisamente, destruir as re%resentaç$es oletivas que afazem ser vista omo %erniiosa ou insu%ort&vel, e, %or isso mesmo, %ro%iiam invulnerabilidade aosataques e frustraç$es que emanam dessa realidade. Da a sua evidente funço de tera%*utia soial.O temor do ridulo, susitado %ela sanço satria usada %ela soiedade %ara obter ontrole soial visadesenvolver atitudes omuns, manifestar a%rovaço e desa%rovaço, indiar segurança e amizade, e0%ressar 

rejeiç$es ou "ostilidades, et. ;odavia, se %or um lado o Nmio ou o risvel %ode ser usado %elos que det*mo %oder e a autoridade, em todos os nveis, omo uma forma de manutenço do quadro normativo ea0iológio de uma soiedade, %or outro lado, / mais freqRente que outras amadas ou gru%os soiaisutilizemno omo um meio de failitaço soial e mudança, e at/ omo instrumento de luta e o%osiço. ... #

 %ersonalidade autorit&ria ou a moralista se revestem quase sem%re de um manto de sisudez e no su%ortam oNmio e o "umor %orque %$em a nu a sua insegurança e infle0ibilidade ou a sua "i%orisia. # intolerniaderiva de um es%rito geom/trio, ao %asso que o riso e o Nmio originamse do es%rito de finesse.

Meiga Maria Gibeiro =ires, in Do riso e do s!rio”

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+ra5os e !ernas de ,o;ard % (ue indicam uma corrida % transmitem com !er3ei50oa sensa50o de (ue ele realmente est6 correndo) mas n0o sai do lugar1

 A !resen5a dos tra5os cinestBsicos nos outros !ersonagens % Murra<)?ucille e Ir;in % indicam (ue eles !assam /elo'mente !or ,o;ard D3ig1%a)+) c1 Os

tra5os cinestBsicos mais 3ortes e ao mesmo tem!o mais 3inos) s0o de Ir;in D3ig1%c1 Isto real5a a im!ress0o de (ue ele B o mais /elo'1 O desen$o de seu cor!oc$ega a ser aerodinHmico sugerindo a 3orma de uma +ala) o (ue indu' C!erce!50o de uma /elocidade ainda maior1

ig1 _ a

ig1 _ +

ig1 % c

 A !ostura de ,o;ard B inicialmente alti/a: costas retas) cor!o “em!inado")+ra5os e !ernas em !osi50o de resoluta corrida1 Luando ele B ultra!assado !or Ir;in) sua !ostura se altera1 Seus ol$os se arregalam e seu desen$o a!arenta

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estar incom!leto) como se 3osse um rascun$o1 Sua !ostura se inclina !ara 3rente)cur/ada) !erdendo a alti/e' anterior1 A am!litude dos mo/imentos de suas !ernasdiminui) seus !assos s0o menores) indicando !erda de /elocidade D3ig1W1

3ig1W

No >ltimo (uadro D3ig1]) ol$eiras !ro3undas indicam o desHnimo ede!ress0o (ue se a+ateram so+re ,o;ard1

ig1]

 A estrutura /ertical descendente escol$ida !elo caricaturista contri+ui naconstru50o dos signi3icados1 A /erticali'a50o do desen$o insinua a !resen5a da$ierar(uia com seus !ressu!ostos de su!eriorin3erior1 O mo/imento descendentede leitura do desen$o insinua a decad.ncia) (ue culmina no >ltimo desen$o) onde,o;ard) com e*!ress0o de de!ress0o !arece !r*imo do “3undo do !o5o"1

O autor rom!e com a con/en50o das $istrias em (uadrin$os de se!ara50oem telas retangulares1 Os desen$os a!arecem sem nen$uma se!ara50o) e*ceto o/a'io (ue os circula1 Tam+Bm n0o utili'a outra con/en50o: os +al=es onde 3icamos te*tos1 Isto ressalta ainda mais o /a'io da caricatura1

Todos esses elementos gr63icos transmitem com !ro!riedade o clima dacaricatura: a a+surda !ressa em (ue /i/emos) numa a+surda corrida desen3reada(ue n0o sai do lugar) em +usca de lugar algum1 Uma corrida sem sentido (uecondu' C imo+ilidade a3lita) como se) ao mesmo tem!o) c$icote6ssemos e3re6ssemos um ca/alo de montaria1

Nesse clima) o tem!o galo!a e esca!a de nossas m0os1 icamos a3litos)com medos su!ersticiosos do (ue !ode nos acontecer1 Tomados de !ressa e

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medo) e com a sensa50o de (ue estamos 3icando !ara tr6s) sendo sucateados)aca+amos !or !erder a !rud.ncia e a 3le*i+ilidade1 Entramos em co+i5a) “em+usca do tem!o !erdido") e na /oracidade) n0o 3a'emos se(uer os !e(uenos atosestratBgicos (ue eram !oss/eis1 7omo (ue em um crculo /icioso) a !r!ria!ressa decorrente da /i/.ncia (ue estamos atrasados) aca+a !or !aralisar ainda

mais nosso mo/imento1Por tr.s /e'es na caricatura) ,o;ard se -usti3ica) com leituras r6!idas !ara

as ultra!assagens (ue so3re1 Somente (uando ultra!assado !or Ir;in ele sealteraQ1 Neste momento ,o;ard !oderia ter e/itado a -usti3ica50o lamentadora1Poderia ter entrado em !asmo%sur!resa%admira50o) !arado e !erguntado !eloa+surdo da situa50o1 Assim !oderia se a!ro*imar do con$ecimento) sair dainconsci.ncia -usti3icadora e se alterar1 Poderia !erce+er o mal em si mesmo) sua!r!ria in/e-a) ri/alidade) !ressa ou medo1 Poderia !erce+er (ue $a/ia ido longedemais1 Mas n0o1 ,o;ard n0o 3icou em sil.ncio1 Entrou em !asmo%temor)interditando o con$ecer1 E) em seguida) em !asmo%des!re'o) caindo no/amenteem lamenta5=es -usti3icadoras e !ro-eti/as1 Ir;in /ira assim uma “m6 !essoa")de!osit6rio e*clusi/o do mal (ue ,o;ard recusa a !erce+er em si1

 A caricatura em (uest0o tra+al$a um !arado*o: desde o incio ,o;ard di'(ue n0o consegue sair do lugar) “n0o /ai a lugar nen$um"1 Mas em nen$ummomento ele cogita !arar) sus!ender mesmo (ue momentaneamente odeses!ero) tomar consci.ncia do dis!arate1 Re/ela%se deste modo o estereti!o) asu!rema rigide' e imuta+ilidade1 A situa50o B a+surda) mas n0o se considera a!ossi+ilidade de mudan5a de dire50o) ou de 3undamento1 ,o;ard continua+rigando com o tem!o) correndo atr6s de n0o se sa+e o (ue) e dissi!ando suas!ossi+ilidades de altera50o) como (ue !reso su!ersticiosamente a um destino!redeterminado e imut6/el1

Para !oder sair do estereti!o) ele teria (ue !arar e !ensar1 ,ou/e umac$ance (uando ele entrou em !asmo1 Neste momento ele !oderia ter recu!eradoa !r!ria e*!eri.ncia) !arado e se !erguntado so+re o a+surdo de sua situa50o1Mas n0o1 Numa atitude t!ica do !ensar estereoti!ado) ele entrou em !ressa dede3inir logo a situa50o) sem dei*ar sil.ncio ou /a'io1 Entrou em !asmo%temor%des!re'o e) com receio de re/elar (ual(uer mal em si mesmo) caiu emlamenta50o e rancor) cul!ando !ro-eti/amente Ir;in !or sua in3elicidade1

Para nos li+erarmos das amarras da estereoti!ia) B !reciso !arar e !ensar1N0o temer a tomada de consci.ncia do mal (ue nos ca+e) considerar a !r!riae*!eri.ncia e ter os ol$os a+ertos !ara /er a realidade1

Q Aotese que a dita alteraço que BoFard teve em seu "umor foi uma alteraço lEdria, em que a %essoa %erde a isenço do lEdio, fia s/ria de es%rito e faz ada%taço algo o%ortunstia de ajustes e gan"osseund&rios, que se define omo fazer o jogo astuto, o que %rioriza o engano, o oultamento, aobsuridade.

Meiga Maria Gibeiro =ires, in Do lEdio brinar do menino ao lEdrio jogar do menino.

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“7omo se ti/esse em /e' de ol$os +inculos ao contr6rio) o mundose distancia e !essoas) 6r/ores) ruas) tudo diminui) mas nada)nada !erde a clare'a) 3ica mais denso1D111S agora estou sadio) e era doente) !or(ue meu tem!o

galo!a/a e a3ligia%me o medo do (ue /iria1D111Sentindo 3isicamente) ao alcance da m0o) cada momento) amansoo so3rimento e n0o su!lico a &eus (ue (ueira a3ast6%lo de mim:!or (ue o a3astaria de mim se n0o o a3asta dos outros4Son$ei (ue me encontra/a numa estreita +orda so+re o oceanoonde se /iam nadando enormes !ei*es martimos1Ti/e medo (ue se ol$asse) cairia1 8irei ent0o)agarrei%me nas as!ere'as da !arede roc$osa)e mo/endo%me lentamente) de costas !ara o mar) c$egueia um lugar seguro1Eu era im!aciente e irrita/a%me a !erda de tem!o com coisas tri/iaisincluindo entre elas a 3a*ina e a !re!ara50o da comida1 Agoracorto com cuidado a ce+ola) es!remo os lim=es) !re!aro/6rios ti!os de mol$o1"

 A condi50o !oBtica7'esla; Milos'

#uscar a certe'a) +uscar o sem “som+ra de d>/idas") nos 3a' cair emsu!ersti50o1 Em !ressamedo) com o tem!o galo!ante e 3ora de nossas m0osrecusamos a “ati/idade negati/a" D!ermanecer em incerte'as e d>/idas semtentati/a irritada de esta+elecer logo o 3ato ou a ra'0o1 N0o sairemos desta+usca de certe'as /ia um ce!ticismo radical) onde o mundo n0o teria maisnen$um territrio de !enum+ra ou mistBrio1 O gosto !elo in/is/el ou !elo es!iritualnecessariamente n0o remete ao !ensar su!ersticioso1 A realidade tem umadimens0o descon$ecida !ois B a+erta e inaca+ada) tem alguma escurid0o) ondenem tudo est6 claro e ntido1 O es!rito cB!tico !ode ressecar%se da /idasur!reendente e tender a incuriosidade) dis3ar5ada de e*trema o+-eti/idade1

Precisamos do silencio) dos interstcios1 Se n0o entramos em silencioaca+amos !or !reenc$er os interstcios com rancor) eliminando (ual(uer contratem!o) e s considerando a incerte'a como re/Bs) numa atitudelamentadora1

“Nossa B!oca ama o !oder) adora o .*ito) a 3ama) a e3ic6cia) autilidade J111K1 G consolador sa+er (ue a ZZZ anos) alguBm !rega/a ocontrario: a escurid0o) a inseguran5a) e a ignorHncia) ou se-a) asa+edoria J111K1"

Octa/io Pa') C res!eito de 7$uang%t'u1

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Um caso ilustra +em o assunto (ue estamos tratando1

MedoDdemo%ti(ue%mali%mali`  B !ro3issional da 6rea de in3orm6tica1 Angustiado com o ritmo acelerado das altera5=es em sua es!ecialidade) !rocurou

orienta50o1 N0o sa+ia mais o (ue 3a'er1 Tenta/a se manter atuali'ado) com!randocom grande 3re(@.ncia re/istas estrangeiras) li/ros im!ortados e 3a'endoconsultas na internet1 Mas n0o da/a conta de ler tudo) alias lia (uase nada) e a!il$a de !u+lica5=es ia crescendo numa /elocidade assustadora1 Lue 3a'er4

oi%l$e !erguntado em (uantas 6reas tra+al$a/a1 Res!ondeu (ue tra+al$a/acom in3orm6tica e internet1 Na /erdade !ensa/a (ue n0o adianta/a 3a'er nada)3il$o de !ai (ue sa+e tudo) o (ue 3a'er4 Su!un$a (ue de/eria ter nascidosa+endo1

 A co+i5a e !ressa de Medo Ddemo%ti(ue%mali%mali eram enormes1 Asu!ersti50o cient3ica !resente na sua mentalidade su!un$a (ue ele teria decon$ecer tudo de sua 6rea) todas as no/idades1 Isto B im!oss/el na B!oca atual)a segunda re/olu50o do con$ecimento1 ,6 mais con$ecimento dis!on/el em sua6rea do (ue ele seria ca!a' de acom!an$ar) (uanto mais com!reender1 E a maior 

H 30iste nas 9ili%inas uma uriosa enfermidade que os nativos "amam malimali. #s %essoas endin"eiradas daquelas

latitudes %odem adoentarse de tiques, isto /, de uma forma de e0itaço nervosa. # doença de malimali / umaenfermidade %ró%ria das %essoas %obres. - uma forma de debilidade %squia. Os "omens ou as mul"eres %obres quefiam doentes de malimali a%resentam o seguinte sintoma5 sentemse im%ulsionados a imitar tudo, absolutamente tudo, oque faz a %essoa debai0o de uja influenia se a"am neste momento. 'e seu modelo e seu modelo %ode mudar v&riasvezes %or dia + ol"a o /u, o enfermo ol"a o /u. 'e fia de quatro, o enfermo tamb/m fia. 'e gritar algo, o enfermotamb/m grita. 3 assim suessivamente at/ que o modelo onsiga safarse do seu imitador ou o %robe imit&lo. Mas se omodelo quer divertirse à usta do infeliz enfermo ser& f&il, %ois este o imita simiesamente. 'e o modelo "ega a

desa%areer de sua vista, o enfermo esol"e ra%idamente outro modelo, %ois um enfermo de malimali no %ode e0istir sem um modelo.- de se imaginar a miser&vel e0ist*nia que levam estes enfermos, %rivados omo se vem de toda autodeterminaço. 'oina%azes de realizar qualquer trabal"o que antes no l"es ten"a sido ensinado? no %odem omer se o modelo no omee nem sequer so a%azes de um%rir om suas funç$es %uramente vegetativas, involunt&rias, se %reviamente no ten"asatisfeito suas neessidades o modelo.Jomo se %roduz esta enfermidadeT Cue força %riva de maneira to absoluta a alma de sua a%aidade de iniiativaT -muito im%ortante omo indio que esta enfermidade a%areça somente entre %essoas %obres e que suas vtimas imitem

 %reisamente as %essoas endin"eiradas, %oderosas. :sto %ermite relaionar a doença om erta forma de malimali de nossa %ró%ria ultura. ;amb/m entre nós, os %obres imitam simiesamente as %essoas mais rias e adotam seus ostumes, seusgestos, sua maneira de vestir. 3 isto tamb/m aontee om a lasse m/dia.De modo que o %ovo fili%ino no faz mais que mostrarnos um fenNmeno "umano universal? a diferença / que os fili%inossofrem desse mal em um grau mais agudo. Os %ovos ivilizados sabem oultar seus defeitos om muita mais "abilidade.m malaio se ria om um res%eito quase su%erstiioso, %ró%rio do des%ossudo, ante ao %oderoso. O desejo de ser torio omo ele / to intenso que o %obre malaio aaba %or anular o %equeno traço de inde%end*nia que restava e força sua

individualidade a busar um modelo. Mas nós somos mel"ores ou mais razo&veisT Aotemos que nesta enfermidade se fazmanifesto a falta de inde%end*nia da maioria dos "omens. Jremos eleger livremente e deidir de aordo om nosso %ró%rio rit/rio. Mas nada / mais difil que seguir o %ró%rio amin"o e %ertenerse a si mesmo. 'omos esravos damoda. 3 %obre daquele que se o%or a esta tirania. ;iramos nossos %ontos de vista dos livros ou dos %eriódios, nossosgostos nos so %resritos %or estran"os, nossas %redileç$es se adequam a moda em voga. Onde est& o livre arbtrioTB& ainda um sintoma que "amamos de abulia5 o abElio no / a%az de resolver nada. Ao onsegue deidirse a levantar de man"a, o que omer, o que vestir... 3sta enfermidade / tamb/m uma ariatura da falta de vontade que est& tomada aivilizaço.

 Auna se re%ete o sufiiente que a eduaço %ara a inde%end*nia / um bem que devemos legar aos nossos fil"os.;re"os retirados do livro 3l querido ego, de Uil"elm 'teQel. ;raduço e ada%taço Aello Gangel.

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7/21/2019 A Superstição e o Estereótipo

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!arte do con$ecimento est6 em !rodu50o) emergindo) e assim continuar6 a ser1Esta su!ersti50o estereoti!ada B im!edidora de (ual(uer a50o neste conte*to1 Oestereti!o nos di': “corra) corra) corra (ue /oc. alcan5a") mas tal como ,o;ard)!risioneiros da su!ersti50o) numa /erdadeira !olui50o dromos3Brica\) estamos3adados a n0o sair do lugar1

E a sada 3oi sim!les1 Medo Ddemo%ti(ue%mali%mali !assou a dedicar duas$oras di6rias !ara a sua atuali'a50o1 Ao in/Bs de (uerer sa+er tudo) agora!ensa/a em (ual atualização  3a'er1 O (ue) 3rente ao mercado !ro3issional atual)seria sua prioridade) sua preferência) sua escolha4 Procurou a3ei5oar%se aoa!er3ei5oar%se1 Seu tra+al$o mel$orou1 A !il$a do con$ecimento%so3rimentodiminuiu1

 A !artir de ent0o Medo Ddemo%ti(ue%mali%mali /islum+rou%se como umtra+al$ador do con$ecimento1 ?i+erou%se da o+sess0o !elo controle e da !aralisiamental (ue caracteri'a/am suas atitudes anteriores1 A anteci!a50o e a ino/a50oagora se coloca/am en(uanto (uest=es a serem consideradas1 Ele !ode agorares!onder !or si1

E como sugere Roland #art$es:

“Em!reendo) !ois) o dei*ar%me le/ar !ela 3or5a de toda /ida /i/a: oes(uecimento1 ,6 uma idade em (ue se ensina o (ue se sa+eF mas /em emseguida outra) em (ue se ensina o (ue n0o se sa+e: isso se c$ama  pesquisar.8em tal/e' agora a idade de uma outra e*!eri.ncia) a de desaprender, de dei*ar tra+al$ar o remane-amento im!re/is/el (ue o es(uecimento im!=e Csedimenta50o dos sa+eres) das culturas) das cren5as (ue atra/essamos1 Essae*!eri.ncia tem) creio eu) um nome ilustre e 3ora de moda) (ue ousarei tomar a(uisem com!le*o) na !r!ria encru'il$ada de sua etimologia: Sapientia: nen$um!oder) um !ouco de sa+er) um !ouco de sa+edoria) e o m6*imo de sa+or !oss/el"1

L - %reiso reu%erar a noço de trajeto e %ara tal a noço de futuro mediato. O instante %resente dasomuniaç$es imediatas engoleo es%aço e %rini%almente o tem%o, numa verdadeira %oluiço dromosf/ria(de dromos orrida) que atinge a vitalidade do sujeito, atrofiando o trajeto (os %assos e o tem%o neess&rios

 %ara d&los), a %onto de tornalo inEtil, dando uma iluso de ser %ossvel realizar os %rojetos sem %erorr*lo ea viv*nia de ser ele um estorvo, um fardo.

3ugenia Matilde =ei0oto 'ofal, in 'obre os trabal"adores do on"eimento.

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