A transformação digital em Portugal

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Publicidade Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócios n. o 3286, de 6 de Julho de 2016, e não pode ser vendido separadamente. Projectos editoriais realizados em parceria. Todos os conteúdos são de jornalistas do Negócios caso nada se diga em contrário. A transformação digital em Portugal Projectos de sucesso Casais, Worten, Axa ou My CUF, entre outros Best Digital Leader Francisco Barbeira, do BPI, foi o vencedor Empresas distinguidas em oito categorias pelo impacto prático do recurso à tecnologia A visão de Vodafone e Novabase, em entrevista Inês Lourenço

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Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócios n.o 3286,de 6 de Julho de 2016, e não pode ser vendido separadamente.

Projectos editoriais realizados em parceria. Todos os conteúdos são de jornalistas doNegócios caso nada se diga em contrário.

A transformaçãodigital em Portugal

Projectos de sucessoCasais, Worten, Axa ou My CUF, entre outrosBest Digital LeaderFrancisco Barbeira, do BPI, foi o vencedor

Empresas distinguidas em oito categorias peloimpacto prático do recurso à tecnologiaA visão de Vodafone e Novabase, em entrevista

Inês Lourenço

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cerimóniade entre-gados prémios Por-tugalDigitalAwardsdecorreuno finalde

Junho, em Lisboa. Estes pré-mios visavam distinguir nãostart-upsmasprojectosdetrans-formação digitalde companhiaseentidadespúblicasqueestãoháanos no mercado. Entre os pro-jectos que concorreram a esteprémio, mais de sete dezenas fo-

ram validados. E foi deste lequeque o júri decidiuos vencedoresdas oito categorias, bem como,as menções honrosas que foramatribuídas.

Antes dacerimóniadecorre-ramdoisdebates:umsobreaIn-ternetofThings(IoT)eoutroso-bre a transformação digital. So-bre a Internet of Things, SofiaMendes, directora de Large Bu-siness e Public Sector da Voda-fone Portugal, salientou que aIoT “vai transformar a vida daspessoasedosnegócios”.Nocasodas empresas, a responsável re-feriuqueestamudançavaiocor-rer dado que “é necessário tor-narasempresasmaiságeis,mais

eficientes na utilização dos re-cursos”. “E a IoT transforma onegócio, torna mais rápida areacção,tornaosprocessosmaissimplificadosepermite-nosrea-gir de forma mais rápida àquiloque são as necessidades do mer-cado e dos utilizadores”, acres-centou. Asomaraisto estáo fac-todeaInternetofThingsconce-deràs companhias acapacidadeparasediferenciarem.“Cadavezmais, as empresas lutampeladi-ferenciação,paracontinuaremasobreviver e o IoT vai fazer par-te dadiferenciação”, assumiu.

Bruno Horta Soares, docen-tenoProgramaDigitalTransfor-mation na Católica Business

School, defendeu durante esteprimeirodebateque“todasasin-dústrias mais produtivas estão ausar o IoT como uma forma deconseguirem, num ambienteque é cada vez mais complexo,geriressacomplexidade”. AIoTé “um dos pilares da criação devalorqueéaoptimizaçãodosre-cursos”.

Do ponto de vista das mu-dançasqueoIoTvaiprovocarnavida das pessoas, Sofia Mendesapontouqueestasalteraçõesvãodecorrer por vários motivos: aevolução social levaas pessoas ainteragirem com as organiza-ções de forma diferente do queaconteciano passado. “Averda-

ANA [email protected]

A

Antes de serem conhecidos os vencedores dos prémios Portugal Digital Awards,houve espaço para o debate. Os temas em cima da mesa foram a Internet ofThings e a transformação digital, que é vista por muitos como um imperativo.

PRÉMIOS

A cerimónia datransformação

Os Portugal Digital Awards premiaram vários organismos no âmbito de oito categorias.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PORTUGAL DIGITAL AWARDS

Nacerimóniaforam entregues prémios emoito categorias. E o júri decidiu atribuirnão

só prémios aos vencedores mas também

mençõeshonrosas.

PRÉMIO BEST DIGITALIDEAVENCEDOR: FRESH.LAND

PRÉMIO BEST DIGITALSTRATEGIC TOOLVENCEDOR: CENTROHOSPITALAR DO PORTOMenções honrosas:

IPOSPMS

PRÉMIO BEST DIGITALWORKPLACEVENCEDOR: AXAASSISTANCE PORTUGALMenções honrosas:

DGO

BPI

Sonae

PRÉMIO BEST DIGITALPRODUCTVENCEDOR: WORTENMenção honrosa:

SIBS SGPS

PRÉMIO BEST DIGITALENGAGEMENTVENCEDOR: JOSÉ DE MELLOSAÚDEMenções honrosas:

Junta de Freguesia da Estrela

Federação Portuguesa dos Bancos

Alimentares Contra a Fome

PRÉMIO BEST RETURNON DIGITALINVESTMENTVENCEDOR: CASAISENGENHARIA S.A.Menção honrosa:

EDP

PRÉMIO BEST DIGITALTRANSFORMATIONVENCEDOR: JOSÉ DE MELLOSAÚDE

PRÉMIO BEST DIGITALLEADERVENCEDOR: FRANCISCOBARBEIRA

VENCEDORES

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Francisco Barbeirae a paixão pelatransformação digital

Francisco Barbeira é CIO/CDO eHead ofInnovation Committee,do BPI. E o júri dos prémios Por-tugal Digital Awards considerouque é o melhorlídernaáreado di-gital. Para a entrega do prémio,Fernando Ulrich, CEO do banco,fez questão de estar presente e deelogiar o líder do sector da inova-ção do BPI. “É uma das pessoasmais brilhantes que conheci noBPI ou fora. É uma das pessoascom quem mais gostei e gosto detrabalhar. Além das capacidadesintelectuais,detrabalho,demobi-lizar pessoas, de liderar projectose daambição pelainovação, é umapessoa com carácter excepcionalpor quem tenho um enorme res-peito”, afirmou.

Mas quem é Francisco Bar-beira? Há 20 anos a trabalhar noBPI, engenheiro de Sistemas e In-formática de formação, confessa-se um apaixonado pela transfor-mação digital. Acreditaque temascomo o IoT, a impressão 3D, assmart-machines, as redes sociaiseaeconomiacolaborativa“vãoas-segurar que estaremos perante”uma “revolução digital, que nosforçará a repensar” os produtos,serviços, modelo de distribuição emodelosoperativos.“Éumatrans-formação tanto de negócio comode tecnologia e, como tal, muitodesafiante paraaáreafinanceiraepara muitos outros sectores e in-dústrias”. As sociedades, defende,vão terde pensar“sobre as conse-quências desta revolução digitalemtemascomoosmodelosdetra-balho, sistemas redistributivos econceitos de segurança e privaci-dade”. Por isso, questiona: “comopoderia tudo isto não ser apaixo-nante?”.

Poroutrolado,paraFranciscoBarbeiraestarevoluçãoconstitui-se como “uma enorme oportuni-dade que, bemtrabalhada, poderá

ajudaro país aaumentarde formasignificativa a sua capacidade decriação de valore, em consequên-cia, o seu crescimento” económi-co.Aindaassim,avisaqueéimpor-tante que Portugal“continue ain-tensificar os esforços na criação eretenção de talento, no apoio aoempreendedorismo e na criaçãode condições para a atracção decentrosdecompetências”.“Éfun-damental que se assegurem ascondições paraque nas fases maisintensivas de criação de valor asempresas o façam apartir de Por-tugal”, acrescenta.

Transformação dabanca

A ligação de Francisco Barbeira àbancaremontaa1996,anoemquesaiu da universidade e ingressouno grupo BFE [que pertencia aoBPI]paraumestágio.Desdeentão,lápermanece, subindo os graus dahierarquia.E,em20anos,osectorfinanceiroportuguêssofreuváriastransformações. O líder dainova-çãodobancolideradoporFernan-do Ulrich é daopinião que “hává-rios anos que assistimos a altera-

çõesrelevantesnabancaemresul-tado daintrodução de tecnologiasdigitais”.Cadaumadessasmudan-ças “teve os seus desafios de negó-cio” mas representou “um enor-mesaltonaeficiênciaeconveniên-cia” dos serviços prestados. Aindaassim, Francisco Barbeira defen-de que os métodos implementa-dos até aqui “não foi mais do queo princípio de um processo quetem vindo a acelerar de forma ex-ponencial”. “Nuncacomo hoje es-tivemos perante uma convergên-ciatãofortedeforças,tantotecno-lógicas como comportamentais,com potencial para disromper aforma como fazemos o nosso ne-gócio e os próximos anos serão,deste ponto de vista, fascinantes edesafiantes”.

Fazer previsões, nesta maté-ria, para um horizonte temporalde cinco anos, é difícil. Ainda as-sim, acreditaque no sectorbancá-rio o “smartphone vai ser um ca-nalbancáriocadavezmaispresen-te na vida de clientes e colabora-dores”eseráumaparteimportan-te da relação entre banco e clien-tes.� ANA LARANJEIRO

Inês Lourenço

de é que, cada vez mais, há maispessoas e os recursos não estão aaumentar. Por isso, vamos ter deser mais eficientes na utilizaçãodos recursos”, acrescentou.

Transformação digital:um comboio a não perder

O segundo painel abordou o temada transformação digital. Um dosintervenientes foi Pedro Afonso,administrador da Novabase. Oresponsável apontou que a cloude a Internet ofThings “são veícu-los para ligar mais rapidamentemais pessoas e mais coisas àinter-net”. Mas, o mais importante nes-tatransformação que estáemcur-so é a“reorganização do trabalho”aque vai levar.

Por outro lado, Rogério Cara-puça, presidente da APDC (Asso-ciação Portuguesa para o Desen-volvimento das Comunicações) eoutro dos intervenientes, sinali-zou que “hoje em dia, as coisasacontecem de forma muito maisrápida” do que nas revoluções dopassado. E “perderumarevolução[como a transformação digital] égrave”. Sendo que, no caso portu-guês, disse, háduas batalhas que opaís não pode perder. Aprimeiraéa da qualificação e a segunda a da“captação do crescimento econó-mico[oriundo]dainovaçãoquefa-zemos cá”.�

Francisco Barbeira, do BPI, é um apaixonado pelatransformação digital e pelas oportunidades que gera. Foiconsiderado o melhor líder na área do digital.

Engenheiroempreendedor

PERFIL

Em 1996, quando terminou a li-cenciatura em engenharia deSistemas, não tinha uma ideiaconcreta sobre o sector em quequeria trabalhar. Sabia apenasque o que o “fascinava peranteum problema” era “compreen-dê-lo profundamente desde oponto de vista do negócio e en-contrar a solução tecnológicaque mais valor lhe trazia”. Ter-minados os três meses de está-gio no grupo BFE, decidiu ficardepois de conseguirque o direc-tor de Sistemas o deixasse “im-plementar um sistema de Busi-ness Intelligence, área que esta-va a começar a dar os primeirospassos na altura”. Duas décadasdepois, continua no BPI mascomo líder da área de inovaçãoe daqui a cinco anos é na insti-tuição que espera estar.

Fernando Ulrich esteve na entrega do prémio a Francisco Barbeira

Inês Lourenço

A revolução digital éuma enormeoportunidade quepoderá ajudar o paísa aumentar de formasignificativa a suacapacidade decriação de valor ecrescimento.FRANCISCO BARBEIRACIO do BPI

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arcar umaconsul-ta, ver o históricode actividade dosúltimostrêsanose

fazer ‘download’deresultadosaná-lises, relatórios de imagiologia egastrenterologia são apenas algu-mascoisasqueoMyCUFpermite.Esteéoportaldoclientedasunida-desCUF efoiesteprodutoquecon-

feriu à José de Mello Saúde o pré-mio de Best Digital Engagement eo de BestDigital Transformation.

Zaida Dias, da direcção de Ca-nais Remotos da José de MelloSaúde conta que “em 2011, houvearedefiniçãoestratégicanoquedizrespeito à presença no online” daempresa,oquelevouaquehouves-se “um site por unidade” da CUF.“Foicriadoumsiteporunidade,fo-ram trabalhadas funcionalidadese a primeira foi permitir marca-ções. Era pedir marcação, não erauma marcação directa. Em 2012,lançamos os sites mas já estavapensadaaestratégiae estávamos a

trabalhar no My CUF, a área doportal do cliente”, acrescenta. NoVerãode2012,oportalestavafina-lizado, mas foi preciso outro anopara que pudesse ser usado. O in-tervalo deveu-se às exigências re-lacionadas com a segurança e daprotecçãodedadosinerentesaesteserviço. Porisso, apenas em Agos-to de 2013 foilançadaaversão webdestapáginaeemFevereirodoanoseguinte aversão mobile.

Nuno Oliveira, director da di-recção do Cliente e da direcção deCanais Remotos, consideraque hátrês palavras que correspondem àdescrição do My CUF: acessibili-dade, conveniência e eficiência.“Acessibilidade porque atravésdeste meio [é possível] teracesso àagenda do médico. Não é precisoligar” para marcar uma consulta,explica. “Uma questão de conve-

niência [porque] no metro ou àstrêsdamanhã”épossíveltratardasmarcações ou consultar os dados.E eficiênciadado que “precisamosde despender de menos recursospara responder às necessidadesdos nossos clientes”. “Ao iníciocom o MyCUF reduzimos signifi-cativamenteonúmerodeidasdes-necessárias aos hospitais por par-te dos nossos clientes, por exem-

BEST DIGITAL ENGAGEMENT

My CUF, em nome daconveniência do clienteO My CUF, uma área destinada aos clientes, foilançado em Agosto de 2013. E pode ser definidaem três palavras: acessibilidade, conveniência eeficiência.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PORTUGAL DIGITAL AWARDS

Nuno Oliveira é Director da Direcção do Cliente e da Direcção de Canais Remotos e Zaida Dias pertence à Direcção de Canais Remotos.

2013LANÇAMENTOEm 2013 foi lançada aplataforma My CUF,versão web. Um anodepois a versão mobile.

My CUF, os desafios e os obstáculos da im-

plementação de um portal do cliente quequerseracessível, conveniente e eficiente.

ODESAFIOEste portal ambicionaque aexperiênciadoclientetenha amaiorqualidadepossível. Es-tando presente neste portal todas as infor-maçõesdecliente- desdeohistórico, agen-damento de consultas e resultados de exa-mes-ainterligaçãoentretodosossistemasparaquetalsejapossíveléumdosdesafios.

ACONCEPÇÃOEm2011,aJosédeMellopercebeuquetinhadereformularasuapresençaonline.Essaal-tura coincidiu com uma aposta na marcaCUF.Oquefizeram foi redesenharporcom-pleto aarquitecturado site. OssitesdaCUFforam retiradosdodomíniodaJosédeMel-lo Saúde e foram criados sites específicospara cada hospital e cada clínica. Isto coin-cidiu, disse ao Negócios Nuno Oliveira, comumareformulaçãodaestratégiadeconteú-dos do site. Em simultâneo, foi assim quenasceu oMyCUF.

OSOBSTÁCULOSO My CUF teve de ficar na gaveta cerca deumanodevidoaquestõesrelacionadascomsegurançae daprotecçãode dados.

AIMPLEMENTAÇÃOO MyCUF foi tornadopúblicoem Agostode2013,naversãoweb.Aversãomobilefoidis-ponibilizadamesesmaistarde, em Feverei-rode 2014.

DA IDEIA ÀCONCRETIZAÇÃO

ANA [email protected]

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Seismeses.FoiotempoqueaJun-ta de Freguesia da Estrela demo-rou a implementar a Plataformade Gestão de Higiene Urbanades-de o nascimento daideia.

A ferramenta visa “comple-mentaraáreade Higiene Urbana,assegurando asuatransformaçãodigital,modernizandoprocessoseprocedimentos”, explicou LuísNewton, presidente da Junta deFreguesiadaEstrela.

Naprática,aplataformaEstre-laLimapermite“optimizarproce-dimentos,terohistóricofacilmen-te acessível e projectar opções deinvestimento combase naanálisedos indicadores criados”, detalha.“Conseguimosassim,simultanea-

mente, quantificar e qualificar anossa intervenção no espaço pú-blico ao níveldaHigiene Urbana”,acrescenta.

E tudo de forma digital. O quepermite consultar a informaçãoem qualquer momento e remota-mente. Como aplataformaé “mo-bile”, “a gestão não está ancorada

aumposto”,explicaoresponsável.O projecto foi desenvolvido

comacolaboração dos encarrega-dos das equipas de Higiene Urba-na, “pessoas que não faziamquaseutilização de computadores, atéesse momento”, contou LuísNewton quando questionado so-bre as dificuldades da implemen-taçãodaplataforma.Umfactoque“reforçaaentregae envolvimentodaqueles que, normalmente, maisdificuldades teriamemcontribuirparaeste tipo de projecto”.

Quantoaobalançoatéàdata,opresidente da junta refere que “émuito positivo, não só pela eficá-cia mas, sobretudo, pela transpa-rência”.� SR

Bruno Simão

plo, para levantar análises”,frisao responsável.

ZaidaDiassinalizaaindaque este portal surgiu pelanecessidade da marca “ga-rantir a omnipresença”. “Ocanal digital é uma ferra-menta poderosíssima paraoptimizarprocessos e facili-tar a rapidez” dos mesmos,refere. “Por isso, o que pen-samos foi: tudo o que estiveraoalcancedetornarautóno-mo parao lado do cliente va-mos dar-lhe essa liberdade.[Como]marcarumaconsul-taportelefoneemarcarpre-sencialmente, mas se não ti-ver essa oportunidade e es-tando no metro poder mar-carnumcanaldigital.Aideiaécompletaraexperiênciadocliente”, acrescenta.�

Em 2011, houve estaredefiniçãoestratégica no quediz respeito àpresença no onlinee começou a dar-seum maior cuidadoaos vários sites.Começamos acrescer ecomeçamos a terum site porunidade.ZAIDA DIASDirecção de Canais Remotos

Usamos estas trêspalavras paradescrever algocomo o My CUF:acessibilidade,conveniência eeficiência.NUNO OLIVEIRADirector da Direcção deClientes e da Direcção deCanais Remotos

[My CUF] surgeporque temos quegarantir aomnipresença.Estamospresencialmente,temos o canaltelefónico e temos ocanal digital.ZAIDA DIASDirecção de Canais Remotos

“Quantificar e qualificar a intervenção no espaço público da higiene urbanaem qualquer lado e a qualquer hora. Este é o objectivo da plataformaonline lançada pela Junta de Freguesia da Estrela.

Junta de Freguesia daEstrela acelera digitalização

MENÇÕES HONROSAS

Desde que o Banco Alimentar Contra a Fome lançou a plataforma onlinepara recolha de alimentos já foram doados mais de 987 mil quilos deprodutos, o equivalente a 1,1 milhões de euros.

Como doar alimentosatravés um simples clique

Como toda a ajuda conta, em Fe-vereiro de 2011 a Federação Por-tuguesa dos Bancos AlimentaresContra a Fome decidiu alargar arecolhadealimentosaomundodi-gital. Passados três meses, lançouo projecto www.alimentestai-deia.net, um site onde é possíveldoar alimentos sem sair de casa econtou com a ajuda da Link Con-sulting e da Microsoft bem comodarede SIBS e daVisa.

Aplataformapretendecomple-mentar as campanhas realizadasnos supermercados, onde os Ban-cos Alimentares marcam presen-çahá25 anos. E “chegar apessoasque tradicionalmente não vão àscompras, como os mais novos ou

osqueestãonoestrangeiro,ouqueo fazem fora do fim de semana”,explicaIsabelJonet,presidentedadirecçãodoBancoAlimentarCon-traaFome.

Além disso, aligeira “muito acarga logística envolvida numacampanhade recolhatradicional”e permite “escolher a entrega dos

produtosdoadosnadatamaisade-quada”, sustenta.

O portal estáaberto paradoa-ções duas semanas por ano, emMaio e Novembro. E hoje repre-sentacercade5%dototaldasdoa-ções, “mas tem um grande poten-cial”, sublinhaIsabel Jonet.

Desde que o site foi lançado, nototaldas11campanhas,foramdoa-dos mais de 987 mil quilos de ali-mentos. O equivalente a 1,1 mi-lhões de euros.

“ Logo no primeiro ano foramdoados 67.528 quilos de produtos,com um valor de 76.526,57 de eu-ros,por3.925doadores”,detalhoua presidente da direcção da enti-dade.� SR

LUÍS NEWTONPresidente daJunta de Freguesiada Estrela

ISABEL JONETPresidente doBanco AlimentarContra a Fome

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NEGÓCIOS INICIATIVAS PORTUGAL DIGITAL AWARDS

O conceito de Gamification foi introduzido

esteanopelaAXAAssistancePortugal.Ain-tenção passa agora por aplicar esta lógica

dejogoemoutrosdepartamentosdogrupo

segurador.

ODESAFIOComo aumentar a produtividade e fideliza-ção dos trabalhadores, sobretudo da novageração? Foi essa a questão que a AXA As-sistance colocou perante os desafios do di-gital.

ACONCEPÇÃOO conceito de Gamification não era novo. Oque a empresa fez foi aplicar esta visão aotrabalhodoseucentrodeassistênciatelefó-nicaeafinaromodelodeacordocom ases-pecificidadesdoseu negócio.

OSOBSTÁCULOSA verdadeira limitação estava em percebercomodesenvolverumaplataformaqueper-mitisse reflectir as exigências do negócio eas especificidades da equipa em questão.Esse elemento continua, ainda hoje, a seraprimorado.

AIMPLEMENTAÇÃOAtéqueaaplicaçãoestivesseafuncionarempleno, a direcção da Axa Assistance Portu-gal realizou uma análise profunda do con-ceitodeGamificationecontoucomocontri-butode pessoasde diferentesáreas.

DA IDEIA ÀCONCRETIZAÇÃO

inguémlhesligacomprazer. Mas quandoo telefone toca naAxa Assistance é

atendido com muito gosto. Paraajudarosclientesaresolverumaavariano telemóvel, umacartei-ra roubada no estrangeiro ou acanalização que rebentou lá emcasa.

Cadachamadaétambémummeio de chegaraum outro nívelna empresa. De uma forma lite-ral, não estivesse um jogo a de-correr. É assimdesde o início doano, quando foi introduzido oconceito de Gamification.

No fundo, trata-se de aplicarosprincípiosdosjogosactuaisàsrotinasdo“callcenter”.Colocan-do as pessoas a jogar umas con-tra as outras – e sobretudo con-tra elas próprias – pretende-seaumentaraprodutividade e afi-delização dos trabalhadores.

“O ‘call center’ é um sítioonde se pode trabalhar de umaformafeliz”,desconstróiodirec-tor geral Eduardo Piçarra, pe-rante aquilo que são as ideias co-muns face aeste sector.

Há vários anos que o gestortemprocuradoafirmaresseladopositivo nos concursos emque aAxaAssistance foiparticipando.NoDigitalAwardsnãofoiexcep-ção, angariando o título de me-lhor local de trabalho digital.

Piçarra acredita que não é

pagando menos aos seus traba-lhadores que a competitividadechega. O caminho faz-se de ou-traforma: “autonomizaros pro-cessos e ter atecnologiamais aonosso favor”.

“As máquinas vão passar acomunicarmais entre sie cortarfases do processo”, perspectiva.Quandohouverintervençãohu-mana,temdeserfeitaporumes-pecialista. Contudo, aAxaAssis-tance deverá fechar o ano comum reforço na equipa, aproxi-mando-se dos 300 trabalhado-res.

“Estamos sempre à procurade ser os melhores e estar umpasso àfrente dos outros”, posi-ciona. Daí que não sejade estra-nharqueosespecialistasvalhamaindamais se estiveremmotiva-dos. Com objectivos e recom-pensas.

Ficar com o lugar ao lado dajanela, bilhetes para cinema oufestivais, umjantarnumrestau-rante ou uma massagem sãoexemplos dos prémios que ostrabalhadores da Axa Assistan-ce podem ganharatravés do Ga-mification. “Correm pelo pré-mio, claro, mas estamos a falarde coisas simbólicas”, reforça odirector geral.

É um conceito que permitedesmanchar a rotina e tornar oquotidianomaisdescontraído.Aquem gere as equipas, fica maisfácil percebercomo estão aevo-luir os trabalhadores e dar-lhesesse retorno no imediato.

AreceptividadeaoGamifica-tion foi total, por parte dos maisjovens – emquemestavafocadoeste projecto, tendo emcontaas

novas formas de comunicaçãoque adoptam– mas tambémdosque jáestão naempresahámaistempo. “Tenho aqui pessoas hámais de dez anos, mas tambémquero ter os jovens connosco”,garante Piçarra.

Cominformações emtemporeal, o Gamification permite sa-bersempreemquefasedoobjec-tivootrabalhadorseencontra.Elançar desafios, tendo em contao seuperfil: naáreadaresponsa-bilidade social, por exemplo, in-centivando-o a reunir colegasparair pintar umaescola.

O Gamification dácontinui-dade a um pilar que a Axa Assis-tance diz ter cultivado ao longodosúltimosanos:aculturadebe-nefícios distribuídos por todosos trabalhadores.

Eduardo Piçarra exibe, com orgulho, o troféu conquistado pelo Gamification.

BEST DIGITAL WORKPLACE

O jogo quedesmancharotinas na AXA

Seguradora pegou no conceitos dos jogoselectrónicos e aplicou-o à organização do seu“call center”. Uma forma de motivar osfuncionários, dos mais novos aos mais antigos.

300TRABALHADORESA Axa Assistance prevêfechar o ano de 2016com cerca de 300colaboradores.Conquistar umageração mais jovem éuma das metas.

WILSON [email protected]

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Sem papel. É possível abrir umacontabancáriacomassinaturadi-gital biométrica e recolher os do-cumentos através dacâmarafoto-gráfica. No final, o cliente recebena caixa de “email” toda a docu-mentação. Graças ao GoBanking,aplataformacomercialdoBPIdis-tinguidapelosseusbenefíciosparaos trabalhadores.

Utilizado por 600 gestores co-

merciais,mascomplanosparache-gar a outras áreas do BPI, o Go-Bankingpermite aestes “exercera

suaactividadeemtotalmobilidade,próximo dos clientes e onde maislhes convier”, uma vez que têmacessoatodaainformação.Agaran-tia é dada por Francisco Barbeira,líderdaáreade inovação do BPI.

No fundo, uma tentativa deaproximare envolveras duas par-tes do negócio.“As principais me-didas de sucesso para esta plata-forma são o aumento da qualida-

de, conveniência e eficácia doacompanhamento comercial aosnossos clientes”, resume o porta-voz.

OdesenvolvimentodavertentemóveltemsidoumaapostadoBPI,que registajá400 mil“downloads”das suas aplicações. Barbeiracontaquehá100milclientesautilizar“ac-tivamente”estaopção.�

WILSON LEDO

O BPI lançou o GoBanking para aproximar os seus gestores comerciais dosclientes. Numa plataforma móvel está tudo à mão para fechar negócio.

Como abrir uma contabancária a passear na rua?

MENÇÕES HONROSAS

Bruno Simão

ASonaeacreditaqueatecnologiaéa força de disrupção do retalho equeaspessoassãoaenergiaqueali-menta essa força. Com base nestapremissa, aBIT, áreados sistemasde informação do grupo, imple-mentouumprojecto de “mudançacultural” junto dos seus 500 cola-boradores. O objectivo foi aumen-tar a produtividade e em simultâ-neoarealizaçãopessoaldoscolabo-radores.

David Ferreira Alves, CIO

(ChiefInformation Officer) daSo-nae,descreveoprojectocomo“umamudançacultural,quevisacriarumambiente de diversidade, desafio ecolaboração”, para minimizar a

“inércianaadaptação, formalismoe hierarquização funcional”. Estatransformação visa obter “ummaiorfocononegócio,agilidade,di-namismo” e criar “condições paraaspessoassesuperaremnodesem-penho das suas funções, maximi-zandoacriaçãodevalor”.Oprojec-to foi implementado em várias fa-ses e estarásempre emevolução.

Como descreve o responsável,foiinicialmentecriadaumaequipademudançaculturalparatrabalhar

a comunicação dos novos valores.O passo seguinte foi a entrada daimagemBIT e de umnovo modelooperativobaseadonatrilogiadeser-viços(think,deliver,run).Oproces-soculminoucomamudançadeins-talações,paraumespaçosemluga-res marcados. Segundo DavidFer-reiraAlves,oprojectoteve“grandeimpactonaprodutividade,eficiên-ciae realização pessoale profissio-naldos colaboradores”.�

MARISAFAZENDA

A BIT, do grupo Sonae, quis provocar uma mudança cultural, diminuindo oformalismo e a hierarquização e reforçando a colaboração e o trabalho em equipa.

Sonae põe tecnologias de ‘pernaspara o ar’ para aumentar produtividade

“Para os trabalhadores, é um dadoadquirido”.Osautomatismosligamdois sistemas de gestão documen-tal diferentes, o daDirecção-GeraldoOrçamento(DGO)edaSecreta-riade Estado do Orçamento.

Osprocessoscirculamentreasduas entidades desde 2013, dandocontinuidade a uma estratégia dedesmaterialização iniciada cincoanos antes pelaDGO.

A digitalização dos documen-tos, emsubstituição do papel, ain-da é vista com suspeita. “É neces-

sário estar disponível paramudarosmétodosdetrabalhoeaprenderatirarpartido das novas potencia-lidades”, aponta a directora-geralManuelaProença.

Com este sistema, as vanta-gens sucedem-se: é possível atro-ca de documentos praticamentesem custos, aumentar-lhes a ras-treabilidade e reduzir a carga detrabalho sobre o pessoal. “Torna-

sedifícilavaliarumcenárioemqueomodelonãoestivesseaserimple-mentado”, reforça.

Depois dos organismos públi-cos e das empresas, ManuelaProença acredita que a digitaliza-çãotambémpodeserutilizadape-las famílias como estratégia paramaiores poupanças nos seus orça-mentos. “Adaptação” é achave.�

WILSON LEDO

A DGO assegurou uma menção honrosa para melhor local de trabalho digital.Um sistema de desmaterialização dos documentos assegurou a distinção.

Procurar e trocar documentossem mudar de ecrã

Com a aplicação inter-na, torna-se mais imediataessanoção.Daíqueoobjec-tivosejalevarojogoatodasas áreas do grupo segura-dor. “Se todos trabalhar-mos, conseguimos chegaraosresultadosfinais”,asse-guraEduardo Piçarra.

Asparedesdoactuales-critório recordam isso.Empatia, Orgulho, Com-promisso e Criatividadeexibem-se a quem chega,como um espelho de algoque estáentranhado no es-pírito colectivo.

Hásempreumnovoní-vel que é preciso ultrapas-sar, um telefone que tocacomumproblemaquepre-cisade ser resolvido.�

FRANCISCOBARBEIRAHead of InnovationCommittee do BPI

DAVIDFERREIRAALVESCIO da Sonae

MANUELAPROENÇADirectora-Geraldo Orçamento

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uando chega a casa jáé de noite?O medo doescuro fala sempremais alto na hora de

abriraporta? Pegue no telemóvele esqueça esse medo. Nem vai serpreciso ligar a lanterna. Apenas aaplicação.

Éprecisoregressara2014parapercebercomoarrancouoprojec-toWortenConnectedHomes,dis-tinguidocomomelhorprodutodi-gital. O grupo Sonae – dono destamarca – lançou um concurso deideiasaosseuscolaboradores.Paratrazer a inovação das entranhas àflor dapele.

“O digital e a Internet das coi-sasvieramparaficareéinquestio-nável o papel cada vez mais pre-ponderantequeirãoassumir”,po-siciona Rui Lima Santos, directorde desenvolvimento da área devendas e operações da WortenPortugal.

Daíque o sucesso daideiaper-dure dois anos depois. E em queconsiste este conceito de casa in-teligente?Desde que tenhamliga-ção à internet sem fios, todos osequipamentoseléctricoseelectró-nicos podem ser controlados apartirde umaaplicação. Guarde onome: Muzzley.

Antes de comprar todas estastecnologias,épossívelexperimen-tarepercebercomofuncionariamlá em casa. Basta ir à loja da Wor-tennocentrocomercialColombo,emLisboa,etiraraprovadosnovequanto àsuautilidade e valor.

“Os nossos clientes têm, so-bretudo,demonstradoumgrandeinteresse e curiosidade por estatecnologiainovadora”,resumeRuiLima Santos. AWorten não reve-

lao número de clientes que jáade-riram ao projecto, levando-o paraas suas próprias casas, mas diz-se“satisfeita” com os resultados ob-tidos.

A Muzzley permite regular osistema de rega pela temperatura–sechovernãoépreciso–oumes-mo accionar um alerta no frigorí-

ficoaavisarqueatemperaturanãoé a correcta para a quantidade dealimentos que lá estão dentro.Tudoàdistância,dentroouforadecasa, “de acordo com as preferên-cias e necessidades de cadaum”.

RuiLimaSantosdestacaosbe-nefícios da Worten ConnectedHomes “no desenvolvimento dastarefasdiárias”paraidososoupes-soas comdeficiência. Aisto junta-se a redução da “pegada ecológi-ca”, com um consumo mais sus-tentável.

Agora para o Verão, também

há potencialidades a explorar,como controlar a temperatura dacasa,baixarousubirostoldosees-tores.

A promessa da Worten é a demanter o acesso facilitado às po-tencialidadesdatecnologia.“Inte-resse existiu sempre, mas o preçoera, desde logo, uma forte condi-cionante. Afaltade conexão entredispositivos de diferentes marcasera outro entrave relevante. ComestaassociaçãoàstartupMuzzley,foipossíveldemocratizaro acessoa uma tecnologia considerada de

BEST DIGITAL PRODUCT

A inteligência de testaruma casa mais eficiente

Rui Lima Santos é director de desenvolvimento da área de vendas e operações da Worten Portugal.

O frigorífico está a usar mais energia do quedevia para a quantidade de comida que tem lá? Éaltura de colocar uma ideia dos funcionários daWorten a trabalhar lá em casa. Pela eficiência.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PORTUGAL DIGITAL AWARDS

O projectoWortenConnectedHomespermi-

tecontrolarosequipamentosládecasaatra-vés de uma aplicação. Basta que haja uma

ligaçãoàinternetparaqueamagiaaconte-

ça. Mesmoàdistância.

ODESAFIOOgrupoSonaelançouomoteeosfuncioná-rios responderam em força com as suasideias.Entreelassurgiuaqueviriaadarori-gem aoWorten Connected Homes,com vis-taaumamaioreficiênciaenergéticaatravésdosbenefíciosdatecnologia.

ACONCEPÇÃODepoisdo“brainstorming”interno,foialtu-radeaplicaraideiaaosclientes.Alémdapar-ceriacom astartup que criou aaplicação, oprojecto conta com um espaço de testesnuma loja. A democratrização no acesso ena implementação de casas inteligentes éumavontade.

OSOBSTÁCULOSO preço e a dificuldade em gerir numa úni-ca plataforma equipamentos de diferentesmarcaseramasprincipaisbarreirasparaquea área das casas inteligentes se afirmassemais.A Wortentransformouessasbarreirasnuma promessa, rumo a um uso cada vezmaisacessível.

AIMPLEMENTAÇÃOAntesdeadquirirosequipamentos,osclien-tes podem experimentar este produto daWorten.AlojanocentrocomercialColombo,em Lisboa, tem umazonade testes. Depoisde ganharo gosto, é preparara introduçãoláem casa.

DA IDEIA ÀCONCRETIZAÇÃO

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preço elevado, tirando o maior par-tidodetodososdispositivos,mesmoque de diferentes marcas”, resume.

O porta-voz daWortenacreditaque esta tendência das casas inteli-gentesestácáparadurar,atéporqueos clientes têm “demonstrado umgrande interesse e curiosidade poresta tecnologia”. “As nossas expec-tativas são as melhores, pois acredi-tamos que a Internet das coisas iráganhar uma preponderância e umespaço na área da tecnologia cadavezmaiores”,concluiesteresponsá-vel.�

A popularidade dos smartphonesalterouoshábitosdosconsumido-res.Paraacompanharestamudan-ça, a SIBS mergulhou na era digi-tal com o serviço MB Way.

A dona do Multibanco apre-sentou este projecto em Outubrode 2014, “num regime de piloto e,portanto, disponível apenas porconvite, junto de umgrupo restri-to de utilizadores”, recordaMariaAntónia Saldanha, directora deMarcae Comunicação daSIBS.

Em Junho de 2015, o serviçoentrounasuasegundafase de lan-çamento, tendo-se estendido ogrupo de utilizadores. “O lança-mentooficialocorreuemOutubrode 2015, já com uma rede de co-merciantes aderente e como apri-meira solução interbancária quepermite fazertransferências ime-diatas entre utilizadores e com-pras nos comerciantes aderentesatravés do smartphone outablet”.

Na prática, “o MB Way são oscartõesnotelemóvel.Éaevoluçãonaturaldo Multibanco parao mo-bile”, conta. “O cartão físico des-materializa-seepodeserutilizadonotelemóvelparaefectuarascom-pras e transferências imediatas”.

Outra das mais-valias desteprojecto, segundo aresponsável, éofactode“astransferênciasseremefectivamente imediatas, mesmoentre bancos diferentes. Ouseja, odinheiro transferido fica disponí-velnacontadodestinatário,assimque este aceite a operação. Com oMB Way não é necessário IBAN,basta o número de telemóvel e é

tão fácil como enviar um sms”.O serviço foi desenvolvido

“como aevolução naturaldo Mul-tibanco parao online e emmobili-dade,efuncionacomomaisumca-nalparaosconsumidoresfazeremassuasoperaçõesfinanceiras”,su-blinhaMariaAntóniaSaldanha.

Desde asegundafase de lança-mento, o MB Way “tem tido bas-tante sucesso e conta já com maisde 50 comerciantes aderentes”,dos quais fazemparte insígnias de

vários sectores de actividade,comoContinente,Auchan,FNAC,Douglas, La Redoute, H3, Farm,Lanidor e Wook, entre outras.

Questionada sobre o númerode “downloads” daaplicação, Ma-ria Antónia Saldanha refere que“paraaSIBS, mais relevante que onúmero de downloads, é o núme-ro de utilizadores que o serviçotem vindo a conquistar, registan-do-se um crescimento médiomensal de 15%”, adianta.

O serviço conta actualmente“com mais de 100.000 aderentesque têm um a vários cartões asso-ciados ao serviço, assim como nasuacarteiratêmmais que umcar-tão bancário ou não bancário”. Esó desde o início do ano e até àpri-meira semana de Junho já foramtransaccionados cerca de 4,5 mi-lhões de euros, entre compras etransferências.

Uma performance que tam-bém contou com a ajuda da inte-gração do MB Net naapp , serviçoque permite criar um cartão decrédito virtualque pode serusadoapenas uma vez e somente com ovalor que o utilizador definir.

Este ‘casamento’ entre os doisserviços “provouterido ao encon-trodasnecessidadesdosutilizado-res, que têmusado massivamenteestafuncionalidade”.“Desdeasuadisponibilização, em Janeiro des-te ano, já foram gerados mais de100.000 cartões MB Net na app,num valor superior a 8,5 milhõesdeeuros”,revelaamesmarespon-sável.� SR

Bruno Simão

Para acompanhar as alterações que os smartphones trouxeram para o dia-a-dia dos consumidores, em 2015 a SIBS lançou o MB Way. Um serviço quesubstitui os cartões físicos e conta com mais de 100 mil aderentes.

A desmaterializaçãodos cartões multibanco

MENÇÃO HONROSA

2SURGIMENTOO projecto WortenConnected Homessurgiu há doisanos, em 2014,através de umconcurso internofeito pela Sonae.

MARIA ANTÓNIASALDANHADirectora de Marca eComunicação da SIBS

Mais relevante que onúmero de downloads,é o número deutilizadores que oserviçotem vindo aconquistar,registando-se umcrescimento médiomensal de 15%.

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grupo Casais criouinternamente umsistema de suporte àexportaçãoepipeline

logístico para agilizar a resposta

às diversas obras que realiza noexterior. O software visafacilitarainternacionalizaçãodogrupo,jápresente em14países (entre Eu-ropa, África e América do Sul),permitindo uma gestão criterio-sadascompraseasuaexportaçãode Portugalparao destino final.

O novo sistemareduz custos eprazos, aumentaaprodutividade,eliminaerros processuais e incre-menta a capacidade logística e fi-

nanceiradaconstrutora.Comestaferramenta,ogruposervetambémde alavancaàinternacionalizaçãodos seus fornecedores.

Segundo Guilherme Teixeira,CIO (ChiefInformation Officer)da Casais, a nova aplicação é umasistematização do conhecimentoobtido nos últimos 20 anos de in-ternacionalização do grupo. Com80%dafacturaçãode300milhõesde euros a ser garantida no exte-rior, a Casais viu-se na necessida-de de agilizar todo o processo detrabalho em campo. GuilhermeTeixeira realça que foi necessárioque anovaferramentativesse em

conta as diversas realidades dosmercados, a extensa carteira defornecedores, as questões jurídi-cas e financeiras dos vários paísesonde operame até matérias comounidades de medida.

Com um investimento quenão ultrapassouos 30 mil euros, aCasais temagoratodas as necessi-dades de aprovisionamento emrede. O sistema de suporte à ex-portação e pipeline logístico foiconcebido de formaaque as equi-pas de gestão no exterior possamaceder e trabalhar no backofficecom ou sem ligação à internet, ecom garantias de validação aper-

BEST RETURN ON DIGITAL INVESTMENT

Casais desenvolve software paraconsolidar internacionalização

Guilherme Teixeira acredita que a produtividade pode ser ainda mais acelerada graças à nova ferramenta digital.

Nova ferramenta de gestão de compras para osmercados externos fortalece a internacionalizaçãoe serve de alavanca às exportações nacionais.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PORTUGAL DIGITAL AWARDS

O

Ainternacionalizaçãoeaexportaçãosãode-

safios cada vez mais incontornáveis no ce-nário económico mundial, sobretudo para

empresas de um país como Portugal. A Ca-

saissabe-oeinvestiunodesenvolvimentoeimplementaçãodeumaferramentaqueagi-

lizaessesprocessos.

ODESAFIOCriar uma ferramenta que permitisse gerirtodo o processo de exportação, desde a re-quisiçãodosbens,passandopelacentraldecomprasemBraga,seguindo-seascompraserecepçãodosmateriaiseasuaexportaçãoparaodestinofinal.

ACONCEPÇÃOO sistemade suporte àexportaçãoe pipeli-ne logístico foi desenvolvido internamente,pelasequipasdaCasaisServiçosPartilhados–DepartamentodeSistemasdeInformaçãoepelaCasaisEngenharia–DepartamentodeLogística.

OSOBSTÁCULOSResponder eficazmente em mercados comredes deficitárias. O software exigiu o des-envolvimento da aplicação em modelo as-síncrono, para que fosse possível aceder etrabalharno backoffice com ou sem conec-tividade.

AIMPLEMENTAÇÃOOnovosoftwareestáemaplicaçãodesdeSe-tembrodoanopassadoeimplicouuminves-timentode cercade 30 mil euros.

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MARISA FAZENDATextoPAULO DUARTEFotografia

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tadas dos dados. Este modelopermitecontornarosproblemasde países com redes deficientes.

Osistemaétudomenoscom-plexo. Uma equipa de gestão deuma hipotética obra em Angolaidentifica as necessidades deaprovisionamentoeinsereosda-dos.NasededaCasais,emBraga,oscolaboradoresacedemàrequi-siçãoeavançamcomascompras.“Vamosprocurarnomercado,re-colher as propostas dos fornece-dores, analisar e posteriormentecompramos e exportamos”, dizGuilherme Teixeira. Esta rápidasincronização entre a obra e a

sede permite “diminuir o tempoentreopedidoeaentregadosma-teriais, reduzir os custos do pro-cessoeterinformação,oquefaci-lita,casosejanecessário,avançarparaumplano B”, realça.

O novo software, em aplica-ção desde Setembro de 2015,consagrou um aumento de pro-dutividade inicial de 25%, masqueseprevêatingiros75%atéaofim do ano, permitindo “umamelhor gestão dos recursos hu-manos, mais focados agora emtarefas com maior valor acres-centado”, adianta GuilhermeTeixeira. Para a Casais, os siste-mas de informação são um alia-doparaaprossecuçãodosobjec-tivos que delineou. Ainformati-zação do negócio pode garantirumamelhoriacontínuados pro-cessos, gerar novas oportunida-desdenegócioecriarserviçosdevaloracrescentado.Osistemadesuporte à exportação e pipelinelogístico foi desenvolvido pelasequipas da Casais Serviços Par-tilhados – Departamento de Sis-temas de Informação e pela Ca-sais Engenharia– Departamen-to de Logística.

AinternacionalizaçãodaCa-sais temgarantido ao grupo “umcrescimento sistemático nestesanos de crise”, sublinha. Paraalém de assegurar a sustentabi-lidade do negócio, a aposta nosmercados externos garantiu amanutenção dos mais de 3500colaboradoresquetrabalhamnogrupo.

O responsável sublinha ain-da que o novo software permiteàCasais “servirde porta-aviões”àinternacionalização de inúme-rasempresasportuguesas,dedi-ferentes dimensões, fornecedo-ras de bens e serviços àconstru-tora. “Somos um facilitador doaumento das exportações, da-mos a oportunidade a que em-presas, nomeadamente peque-nas e com dificuldades de inter-nacionalização, testem os seusbenseserviçosnosmercadosex-ternos”, frisaGuilherme Teixei-ra. Em2015, as exportações ron-daram 100 milhões de euros.�

Não basta o armazenamentoda “cloud”. Também é preciso sa-ber o que fazer com ela.

Quem o garante é Vergílio Ro-cha,directordossistemasdeinfor-mação da EDP. “Há um equívocoem relação àdigitalização: que elaéumacoisanovaecaidocéu”,aler-tao responsável.

Háumpassado – comduas dé-cadas, no caso daEDP – que é pre-cisorecuperarparacontarahistó-riacomtodo o rigor. Até porque sóestárealmenteprontoparaospro-cedimentos digitais quem veiopreparandoessecaminhonassuasinfra-estruturas, dotando-as deflexibilidade.

“Osucessodequalquerproces-so de digitalização passa por con-seguir que os sistemas ligados in-terajamcomaquilo que são as tec-nologias que normalmente se as-sociam”,resumeVergílioRocha.Éna articulação que está a fórmuladosucesso,rumoàtransformaçãodigital.

A mesma fórmula que garan-tiuao programade modernizaçãoe optimização de infra-estruturasdetecnologiasdeinformaçãoeco-municação da EDP uma mençãohonrosa, pelo melhor retorno eminvestimento digital.

Éumconjuntodeferramentasque vão desde agestão de emailao“software”pararealizarvideocon-ferências, passando pela “drive”que permite trabalhar o mesmodocumento em equipa. Um desa-fioaqueéprecisodarescala:12mil

trabalhadoresparageriremváriospontos do globo.

“Foi um processo multi-geo-grafias, feito em todo o mundo”,que arrancou há dois anos, recor-daVergílioRocha.Foicercadeumano para escolher o produto eadoptar a decisão, outro paraadoptá-lo no seio daempresa.

O programa da eléctrica estáagora numa nova fase, procuran-

do tirar potencial de uma organi-zação diferente da comunicaçãointerna.Emqueconsistiu?Em“al-teraraformacomoostrabalhosseorganizam, como as pessoas serealizam”, resume o responsávelem conversacom o Negócios.

Porexemplo, o sistemade ges-tão do correio electrónico foitransferido para a “cloud”. “Sabe-mos que estamos, em muitasáreas, àfrente de concorrentes in-ternacionais”, orgulha-se VergílioRocha.

As portas daempresalideradaporAntónio Mexiadizem-se tam-bémabertas para“mostraràs pes-soas” como estáaser feitaestaar-ticulação dos processos digitais eomodocomoissoestáaterimpac-to no dia-a-diada eléctricaportu-guesa.

Não bastam os dados por simesmo: é preciso analisá-los e ar-ticulá-los“comfontesdeinforma-ção externas à empresa”, sempretendo em mente a “qualidade”como um critério imprescindível.

Amáquinaparaatransforma-ção digital naEDP estámontadaepronta para atingir outras fases,juntando os novos conceitos queforemsurgindoaocuidadocomossistemas cultivado ao longo dotempo.

Vergílio Rocharesume alição:“Oqueéfundamentalquesejaper-cebido é que os sistemas que estãona EDP vão acusar uma arquitec-tura”. Flexível mas inabalável.�

WILSON LEDO

Paulo Duarte

Gerir o email, preparar videochamadas, trocar informação interna. A EDPestá a caminhar rumo à digitalização dos seus processos. Mas o caminhocomeçou bem lá atrás, com uma arquitectura de sistemas tecnológicos.

Como se encontram os 12mil trabalhadores da EDP?

MENÇÃO HONROSA

VERGÍLIO ROCHADirector corporativo da direcçãode sistemas de informação da EDP

O sucesso de qualquerprocesso dedigitalização passa porconseguir que ossistemas ligadosinterajam com aquiloque são as tecnologiasque normalmente seassociam.

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Centro Hospitalardo Porto (CHP) aca-ba de lançar umnovo sistema de bu-

siness intelligence, que permi-te uma optimização dos custos(gastos em meios complemen-tares de diagnóstico, medica-mentos…) e um aumento daefi-ciência. Esta aplicação preten-de ser uma ferramenta de ges-

tão dos recursos existentes,com o apoio de todos os que tra-balham no CHP, com foco nosmédicos.

O BI – Área do Médico é umaaplicação onde é inscrita toda aactividade do profissional, desdeo número de consultas e de cirur-gias efectuadas, à terapêutica eprescrição de meios complemen-tares de diagnóstico e de medica-mentos (e quais), com o custo as-sociado a cada acto. O médicopassou ater umanoção exactadocusto das suas decisões.

Para Rui Pedroso, vogal doconselho de administração do

CHP, é necessário ser mais efi-ciente em organizações que lu-tam com falta de recursos e o en-volvimento dos elementos deci-sores poderá ser a chave parauma utilização mais racional doorçamento. O CHP tem um orça-mento anual de 280 milhões deeuros que, grosso modo, se desti-na em 45% aos recursos huma-nos, 10% para gastos como elec-tricidade e água e os restantes45% para a actividade médica.

“O médico é um decisor” edeve ter “consciência do valor dasuadecisão”, por isso, “decidimoscriar o BI do médico, enquantoelemento decisor de orçamentoslimitados”, explica Rui Pedroso.O departamento de sistemas deinformação do CHP, o serviço deinformação para a gestão (SIG)do CHP e investigadores da Uni-

versidade do Minho puserammãos àobrae desenvolveram estaferramenta, que no passado mêsde Abril e após uma fase de testesfoi lançada no sistema.

O CHP quer “que os médicostenham uma noção exacta do quefazem, condicioná-los a seremmais eficientes, a fazerem per-guntas, que tenham uma visão deenvolvimento”, diz Rui Pedroso.Neste momento, o projecto ain-da não tem maturidade para me-dir o seu potencial enquanto fac-tor gerador de poupanças. RuiPedroso acredita que “vai permi-tir não gastar mais dinheiro”, atéporque a reacção dos profissio-nais de saúde à aplicação foi bas-tante boa, nomeadamente noque se refere aos custos de cadaacto.

A nova ferramenta permite

BEST DIGITAL STRATEGIC TOOL

Centro Hospitalar do Portoenvolve médicos na gestãoOs profissionais médicos do Centro Hospitalar doPorto podem agora saber, de forma totalmenteautomática, qual o custo associado a cada actomédico.

NEGÓCIOS INICIATIVAS PORTUGAL DIGITAL AWARDS

Rui Pedroso, da administração do Centro Hospitalar do Porto, pretende que os médicos não se vejam como algo externo à gestão.

Comotornarosmédicosumapartemaisin-

tegrada da gestão do Centro Hospitalar doPorto (CHP)? Parafacilitaro tratamento da

informaçãoedaraomédicoaperfeitaeac-

tualizadanoçãodocustodasuaactuação,oCHP investiu numa ferramenta digital que

promete vir a trazer poupanças e mais efi-

ciência.

ODESAFIOUm design simplesefuncional, assim comoaorganizaçãodainformação, foram aspec-tos considerados essenciais no desenvolvi-mentodaferramentatecnológica.

ACONCEPÇÃOOBI–ÁreadoMédicoéumtrabalhoconjun-tododepartamentodesistemasdeinforma-ção do CHP, do serviço de informação paraagestãodoCHPedeinvestigadoresdaUni-versidade doMinho.

OSOBSTÁCULOSA volumetria e complexidade dos dados. Oacesso simultâneo de muitos utilizadores.Uma ferramenta veloz e sempre actualiza-da.

AIMPLEMENTAÇÃOO projecto foi concluído em Setembro de2015 e esteve em fase de testes até ao pas-sadomêsdeAbril. Ocicloficarátotalmentecompletonoprazode um ano.

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Chama-seSIGASeéumaespé-cie de “one stop shop”, onde todasas entidades do Sistema Nacionalde Saúde e seus fornecedores in-teragemnumúnico local. AsiglaéparaSistemaIntegrado de Gestãode Aquisições daSaúde.

O procedimento surgiu com oobjectivo de desmaterializar osprocedimentos, “tornando maistransparente e eficiente” todos osprocessosdecomprasporviaelec-trónicae reduzir acargade traba-lho associada.

AnaMaurício d’Avó, directorade comunicação dos Serviços Par-tilhados do Ministério da Saúde(SPMS), destaca a “simplicidade,acessibilidade e partilha de infor-

mação” que esta ferramenta per-mite. Elimina-se ainda a circula-ção de papel em toda a cadeia devalor.

As poupanças para o Estadojustificadas com o SIGAS atingi-ram os 2,7 milhões de euros em2015,sónoquerespeitaàscomprasrealizadas. “Aadopção destasolu-

ção conduz o Estado no caminhodaeficiência, sendo notáveis as di-ferençasaoníveldoscustos”,rema-ta, de modo a mostrar o exemplodado pelaadministração central.

Comainformaçãoreunida,“osdecisores passam a ter acesso atodaainformaçãoemtemporeal”,permitindo aumentaro poderne-gocial e tomar decisões mais fun-damentadas.Oplaneamentotam-bém passa a ser possível para umhorizontetemporalmaisalargado.

A porta-voz do SPMS destacaainda a “menor carga burocráticaparaos fornecedores” e aopção de“personalização e automação” devários procedimentos.�

WILSON LEDO

Paulo Duarte

que “o médico possa fazer umagestão mais eficiente da sua ac-ção”, mas também a auto-ava-liação e a comparação interpa-res, namedidaem que aprescri-

ção é comparada com a médiapor doente e amédiadaespecia-lidade. Outra das funcionalida-des é a análise dos tops 10 sobrea prescrição e comparação comos totais do CHP.

O BI – Área do Médico étambém uma resposta, sempreactualizada, às informações queos médicos solicitam ao SIGpara elaborarem os seus estu-dos. Com esta aplicação, os mé-dicos libertam os serviços de in-formação para a gestão e o desistemas de informação paraoutras tarefas e acedem ao seucurriculum vitae e actividade deforma automática. Para Rui Pe-droso, os profissionais médicospodem assim “produzir melhorinvestigação e serem mais ra-cionais na utilização dos recur-sos”. �

O médico é umdecisor, por issodecidimos criar o BIdo médico,enquanto elementodecisor deorçamentoslimitados.

O CHP quer que osmédicos tenhamuma noção exactado que fazem,condicioná-los aserem maiseficientes.RUI PEDROSOVogal do Conselho deAdministração do CHP

Toda a informação reunida num único local, com menos burocracia. A vidade quem compra e vende no sector da saúde em Portugal fica mais fácilcom o SIGAS. As poupanças são palpáveis e traduzem-se em números.

Saúde partilha informação nahora de comprar e vender

MENÇÕES HONROSAS

Projecto Vision agrega numa base de dados uma visão integrada dodoente, através de todos os seus ciclos de tratamento. Permite ainda umaanálise mais criteriosa dos resultados de determinado medicamento.

IPO com visãode 360 graus

O IPO (Instituto Português deOncologia) do Porto dispõe agorade uma ferramenta informáticaque permite ter uma percepçãoglobaldodoente,umavisãode360graus. Com o projecto Vision, queimplicouuminvestimento de 300mileuros,épossívelanalisaropas-sado e perspectivar o futuro dostratamentos e os resultados. Estanova info-estrutura facilita a in-vestigação médica e traz um con-juntodevantagensparaanegocia-ção dacomprade medicamentos.

Segundo Francisco RochaGonçalves, vogal do conselho deadministração do IPO do Porto, oVisionveio quebrarcomumsiste-ma baseado em silos – para o me-

dicamento, paraacirurgia, paraasconsulta –, para oferecer uma vi-sãointegradadodoente,atravésdetodos os seus ciclos de tratamen-to. A equipa médica passou a terumaperspectivamultidisciplinarcompletadopaciente, permitindoumaanálise mais rápida, eficientee coerente.

O Vision, que agregaestacom-plexabasededados,garanteassimumamelhore mais criteriosages-tão das compras de medicamen-tos. Como salientou Rocha Gon-çalves, esta aplicação “permite oacompanhamento dos contratosde partilha de risco” com a indús-tria farmacêutica, ou seja, umaanálise mais apurada e criteriosados resultados de determinadomedicamento.Naspalavrasdoad-ministrador, “permite decidir oque deve ser pago [à farmacêuti-ca], aquilo que pode ser pago eaquilo que não merece ser pagoporque não atingiu os resultados”pretendidos.�

MARISA FAZENDA

ANA MAURÍCIOD’AVÓDirectora decomunicação dosSPMS

ROCHAGONÇALVESVogal do Conselhode Administraçãodo IPO do Porto

45ORÇAMENTO45% do orçamento doCentro Hospitalar doPorto vaiefectivamente para aactividade médica.

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NEGÓCIOS INICIATIVAS PORTUGAL DIGITAL AWARDS

AFresh.LandnasceudodesejoantigodeFi-

lipe Leal em ajudaros produtores anão es-tarem tão dependentes dos grandes reta-

lhistas. A plataforma, que permite aos pro-

dutoresvenderemfrutaselegumesdirecta-menteaosretalhistas,foi lançadoemJunho

doanopassado.FilipeLeal,“head ofopera-

tions”, não detalha, contudo, o número deprodutores e retalhistas inscritos na plata-

forma,por“questõesdeconfidencialidade”.

ODESAFIOQuando Filipe Leal e Matilde Jakobsen lan-çaramaFresh.Landoobjectivoerasimples:ajudar os agricultores a não estarem nasmãosdasgrandesretalhistaseaumentaremasuamargemdelucrocomavendadefres-cos.Umametaquefoialcançadaatravésdaimplementação de contratos “standard”,compreçosiguaisparatodos,ecomocortedonúmerode intermediários.

ACONCEPÇÃOO desejo de criar um novo modelo para fa-cultara relação entre os produtores e reta-lhistas era antigo. E consoante Filipe Leal eMatilde Jakobsen iam estudando o tema, e“sabendocadavezmaissobreaindústriaali-mentar”,perceberamqueeraurgentefazeralgumacoisaparaalterarasituação.Umter-ço do que os agricultores produzem nuncachega aos consumidores porque não cum-pre os requisitos exigidos pelos grandes re-talhistascomo,nocasodafruta,otamanho,contou Filipe Leal.

OSOBSTÁCULOSDepoisdedecidiremavançarmesmocomoprojecto, Filipe Leal e Matilde Jakobsen ini-ciaram os contactos com os agricultores eretalhistas. Um dos obstáculos sentidos foia reticência de alguns produtores por já te-rem sido contactados por outras empresascom ideiassemelhantesque nãochegaramaavançar.Porisso,“nãoacreditavam queomodelofuncionasse”.Ooutromotivoquele-voualgunsagricultoresaficardepéatrásfoio receio de eventuais repercussões das re-talhistascomquemtinhamacordos,contouFilipe Leal.

AIMPLEMENTAÇÃODesde que criaram o conceito até à imple-mentação da plataforma online “foi muitorápido”. Os primeiros passos foram dadosem Portugal e na Dinamarca, tendo depoisalargadoasuapresençaàSuécia, Holanda,NoruegaeAlemanha.Opróximodestinoemvistaé oReinoUnido.

DA IDEIA ÀCONCRETIZAÇÃO

ilipe Leal cresceu aouvir a sua família afalar dos negóciosquefaziamcomasre-

talhistasparaconseguirvenderosprodutos que cultivavam. O avô,o pai e o irmão sempre trabalha-ramnaagricultura. Conforme foicrescendo,melhoriapercebendoque o “os produtores estão nasmãos dos grandes retalhistas quecompram os produtos a preçosreduzidos”, contou ao Negócios.Epensou:“Umdia,querofazeral-gumacoisaparamudarestasitua-ção”.

O dia chegou em Junho doano passado, quando Filipe Lealjuntouos seus conhecimentos naárea de produção à paixão da di-namarquesa Matilde Jakobsenporconsumo amigo do ambientee criaram aFresh.Land.

Um passo que representou aconcretizaçãododesejoantigode“libertaros produtores do esque-macomosretalhistasqueosopri-me”, sublinha Filipe Leal, actual“head of operations” daFresh.Land, empresa que temsede na Dinamarca mas está re-presentadaemBragacomumes-critório e em breve irá marcarpresença também em Lisboa,adiantou o responsável.

A plataforma online permiteaos produtores venderem frutaelegumes directamente aos reta-lhistas, com um contrato “stan-dard”. Ou seja, com preços iguaisparatodos.

E os produtos são vendidoscom base na qualidade. Compa-randoaomundodo Turismo,fun-ciona como o TripAdvisor ou o

Airbnb, mas para a Agricultura.Depois de finalizarem uma com-praouvenda,todososprodutoreseretalhistastêmumaclassificação.

Além disso, como a platafor-ma permite que os produtoresvendam directamente, sem maisintermediários,osfrescossãoen-viadosdirectamentesemprecisa-remde armazenamento e produ-tos químicos, explicaFilipe Leal.

“Éumsistemaqueincentivaaqualidade”,ecomomodelode“ra-tings”, “todas as partes têm umareputação em jogo”, sublinha.

Ao permitir enviar os produ-tos directamente e evitarterqua-trooucincointermediários,comosegundo o responsável aconteceagora, os frescos chegam aos re-talhistasaté“ummáximodequa-tro dias”.

Filipe Leal não adianta o nú-mero de produtores e retalhistasinscritos na plataforma, por“questões de confidencialidade”.Mas faz um balanço bastante po-

sitivo daoperação até àdata.Além da Dinamarca e Portu-

gal, a Fresh.Land também estáonline na Holanda, Suécia, No-ruega e Alemanha. E já deram osprimeirospassosnomercadobri-tânico .

Recentementeassinaramumcontratocomumaempresade‘ca-tering’ do Reino Unido, umclien-te diferente dos actuais, mas queFilipeLealconsideraquepodere-presentar o primeiro passo paraentrar neste mercado. Um planoque o responsável acredita quenão seráimpactado pelo Brexit.

Outro sinal “positivo” dasoperações prende-se com os pla-nos da empresa para reforçar aequipa em terras lusas. “Actual-mente temos três pessoas emPortugal” que têm como funçãoajudar os produtores desde aplantaçãodosalimentosatéàem-balagem. Até ao final do ano,“queremosaumentarpara10pes-soas”, concluiu.�

BEST DIGITAL IDEA

Fresh.Land, o TripAdvisordos agricultores

A plataforma online nasceu há um ano. Hoje, está presente em seis países.O objectivo é vender frescos de qualidade directamente aos retalhistas,uma garantia que é assegurada através de um sistema de classificação.

Filipe Leal, “head of operations” da Fresh.Land, explica que o sistema de “rating” ajuda a “incentivar a qualidade”.

6MERCADOSA Fresh.Land está emPortugal, naDinamarca, Suécia,Holanda, Noruega eAlemanha.

10TRABALHADORESAté ao final do ano aempresa querreforçar a equipa emPortugal com maissete pessoas.

SARA [email protected]

F

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Page 15: A transformação digital em Portugal

araPedroAfonso,adminis-trador da Novabase, atransformaçãodigitaléum

processo que se desenrolaa“altave-locidade” e as empresas que se atra-sempodemnãoresistir.

Adigitalizaçãoéumapreocupaçãodasempresasportuguesas?A Novabase tem acompanhado

várias organizações no mundo e asempresasportuguesasnãosãomuitodiferentes. Adigitalização é vistaporalguns como umamudançaque põeem causao seu negócio tradicional eporoutroscomoumagrandeoportu-nidade.Ovalorintrínsecoàquiloaquechamamos Transformação Digital éaquelequeconseguirmosextrairpelaviadeumamaioreficiênciaoperacio-nal nas organizações mas, mais im-portante, é o que conseguirmos ala-vancaremaximizaratravésdenovosmodelosdenegócioedemaisnegócioque façaas empresas crescer. É tam-bém umaformade encontrar novasformas de internacionalização, por-que as barreiras digitais são mais té-nues.

Comoéqueasempresasnacionaisestão?Atransformação digital é, antes

demais,umatransformaçãodecultu-ra, de formade pensar. Portugal temsectores que estão até àfrente de ou-trospaíseseuropeusesectoresemqueháumcaminhoaindalongopelafren-te.Emgeral,Portugalnãoestáatrasa-

do, mas este é um processo aaltave-locidadeemqueumatrasopodecus-tar muito dinheiro a médio prazo aumaempresa,ouatéasuasobrevivên-ciaalongoprazo.

Quesectoresapresentammaisre-sistência à implementação da di-gitalização?Pelasuaestrutura, as pequenas

e médias empresas (PME) necessi-tam de apoio de outras empresasque possam ter soluções mais pa-dronizadas que as possam ajudar,dentro das suas possibilidades, afa-zer este caminho. Há PME que setêmdesenvolvido emestratégias as-sentes no digital. São empresas dossectores da agricultura ou da cons-

trução que já tinham o seu negócioe agoraviraram-se parao digital, en-contrando outraplataformade des-envolvimento. E, porque aponta-mos sempre aAdministração Públi-ca como um sector onde muito ha-verá para fazer, quero deixar umanota muito positiva às dezenas deorganismos que têmvindo adesen-volverumaestratégiadigital de pri-meiro nível. Comisso têmconsegui-do poupanças aos contribuintesmuito consideráveis e, noutros ca-sos, têm sido exemplo de melhoriade serviço público prestado.

O Governo lançou o Plano Nacio-naldeReformas.Nessedocumen-to, o Executivo definiu que até aofinal da legislatura quer apoiar1.500 novasempresasatravésdemedidasdeapoioaoempreende-dorismo,bemcomoter12milem-presasapoiadaspelasmedidasnaáreadadigitalização.Ametaparaaáreadadigitalizaçãoparece-lhealcançável?Ametaé alcançável. Quando tra-

çamos um plano e definimos um ob-jectivo, dependemos depois de umacertadisciplinadeexecução.Enãodu-vido que venhaacontecer. É umaex-celente iniciativa. Mas não é apenasum tema do Governo: as empresastêmdefazerasuatransformação,têmdeterumaestratégiaparaoseunegó-cio.Temosdeentenderqueumsiste-ma depende de todos os seusstakeholders,todostêmqueseentre-gar ao seu papel. Todos têm de o de-sempenhar e todos têm algo parafa-zeracontecer.Aconsequênciaseistonão se verificaré clara: ainiciativafi-caráapenascomoumaboainiciativa,e as empresas e o emprego pouco te-rãoaganharcomela.�

Pedro Afonso vê com bons olhos os planos do Governo para a transformaçãodigital do tecido empresarial português. Defende, contudo, que as empresas têmtambém de fazer a sua parte, porque caso contrário não terão benefícios.

Inês Lourenço

PEDRO AFONSO ADMINISTRADOR NOVABASE

“Portugal nãoestá atrasado” natransformação digital

Pedro Afonso é administrador da Novabase.

“Em geral, Portugal não estáatrasado mas este é umprocesso [transformaçãodigital] a alta velocidade emque um atraso pode custarmuito dinheiro a médio prazoa uma empresa, ou até a suasobrevivência a longo prazo”.

“[Transformação digital] é umaforma de encontrar novasformas de internacionalização,porque as barreiras digitaissão mais ténues”.

ANA [email protected]

P

1500EMPRESASGoverno quer apoiar1500 novas empresasatravés de medidas deapoio aoempreendedorismo

12000COMPANHIASGoverno querapoiar 12 mil empresasatravés de medidasna área dadigitalização.

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SUPLEMENTO|

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NEGÓCIOS INICIATIVAS PORTUGAL DIGITAL AWARDS

ofiaMendes, DirectoradeLargeBusinessandPublicSectordaVodafonePortu-

gal,consideraque“Portugalestánali-nhadafrentedarevoluçãodigital”.

Adigitalizaçãoéumapreocupaçãodasempresasportuguesas?Adigitalização daindústriaé um

dos temas prioritários da agendamundial e as empresas portuguesasnão ficarão àmargem. Areflexão e odebate em torno da importância es-tratégicadadenominada“quartare-volução industrial” têm vindo a ga-nharescala,alertandootecidoempre-

sarialparaocaminhoapercorrereosimpactospositivosdatransformaçãodigital. Essarevolução deveráseren-caradacomoumaoportunidadeparaas empresas se reinventareme cons-truíremnovosmodelosdenegócio.Atransformação digital é a alavancapara o aumento da produtividade ecompetitividadedasempresase,con-sequentemente, do desenvolvimen-toeconómicodoPaís.

Portugal está atrasado face aosrestantespaíseseuropeus?EmPortugal,talcomonagenera-

lidadedospaíseseuropeus,asempre-sasencontram-seemfasesdematuri-dade distintas. Há sectores, como abancaou as telecomunicações, maisavançados,enquantooutrasáreas es-tãoadarosprimeirospassosouaindaadespertarparaotema.AEuropaas-sumiu arevolução tecnológicacomo

prioritáriae Portugal tem de serpar-teintegrantedonovoparadigma.Por-tugal estánalinhadafrente destare-voluçãodigital,querpelasinfra-estru-turas,altamenteavançadas,querpelaqualidade dos recursos, que estão aonível do que de melhor se faz pelomundo.AVodafonePortugalemmui-to tem contribuído paraestarealida-de, queratravés do desenvolvimentoemelhoriadassuasredesmóveisefi-xas,queratravésdolançamentodeso-luções,muitasvezespioneiraseutili-zandoamaisavançadatecnologia,queajudamasempresasaestaremprepa-radasparaofuturoeaencararcomop-timismo os desafios que se colocamaosseusnegócios.

NoPlanoNacional deReformas,oExecutivodefiniuqueatéaofinaldale-gislaturaquerapoiar1.500novasem-presasatravésdemedidasdeapoioao

empreendedorismo, bem como ter12milempresasapoiadaspelasmedidasna área da digitalização. A meta paraa área da digitalização parece-lhe al-cançável?

AsmedidasapresentadasnoPla-no Nacional de Reformas paraapro-moção dainovação empresarial e di-gitalizaçãodaeconomiavãoaoencon-trodasabordagensqueestãoasertra-çadas no panoramaeuropeu. As em-presas portuguesas devem avançarrumo a essa nova realidade, funda-mentalparaquebrarasbarreirasgeo-gráficasnumcontextodemaiorcom-petitividadeanívelcomunitário.Maisimportantedoqueestabelecermetasquantitativas,éfundamentalcriarpo-líticas públicas que, em paralelo comumamaiorarticulaçãocomainiciati-vaprivadaeasuniversidades,permi-tirãocolocarasempresasnavanguar-dadainovação.

Oqueéqueadigitalizaçãodasem-presas pode fazer pela economianacional?Adigitalização das empresas po-

derácontribuirparaaumentaracom-petitividade e modernização do País,respondendo afragilidades estrutu-raisquecaracterizamaeconomiapor-tuguesa. Os eixos de actuação traça-dos poderão contribuirparagarantiraqualificaçãodasempresasnacionaistornando-asmaiscompetitivasinter-nacionalmenteediversificandoasuabaseexportadora.

De acordo com os estudos maisrecentes, apresentados pela Comis-sãoEuropeia,adigitalizaçãopermiti-ráum crescimento anual de mais de110 mil milhões de euros de receitasparaaindústriaeuropeianos próxi-moscincoanos,oquerepresentaumamédiade mais 22 mil milhões de eu-rosanuais.�

Sofia Mendes defende que a transformação digital das empresas é a alavancapara um aumento da sua produtividade. No caso português, defende, há váriosníveis de desenvolvimento deste processo entre os sectores de actividade.

Inês Lourenço

SOFIA MENDES DIRECTORA DE LARGE & PUBLIC VODAFONE

“Transformação digital é a alavancapara aumento da produtividade”

Sofia Mendes acredita que Portugal está na linha da frente da revolução digital.

ANA [email protected]

S

110MIL MILHÕES DE EUROSA Comissão Europeiaestima que adigitalização permitiráum crescimento anualde mais de 110 milmilhões de euros dereceitas para a indústriaeuropeia nos próximoscinco anos.