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CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM
PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM ACUPUNTURA
A UTILIZAÇÃO DA ACUPUNTURA E AROMATERAPIA NA
ANSIEDADE – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
ÍNDIGUI ELIZABETH COLLA JANUÁRIO DARELA
FLORIANÓPOLIS – SC
OUTUBRO/2013

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A UTILIZAÇÃO DA ACUPUNTURA E AROMATERAPIA NA
ANSIEDADE – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Monografia apresentada ao Centro
Integrado de Estudos e Pesquisas do
Homem como requisito parcial para
obtenção do grau de Especialista em
Acupuntura
Florianópolis, outubro de 2013

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CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM
PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM ACUPUNTURA
A UTILIZAÇÃO DA ACUPUNTURA E AROMATERAPIA NA
ANSIEDADE – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Elaborada por
ÍNDIGUI ELISABETH COLLA JANUÁRIO DARELA
COMISSÃO EXAMINADORA:
___________________________________________________
Prof.Marcelo Fabián Oliva, Esp.
Orientador/ Presidente de Banca
___________________________________________________
Thais H. Machado, Esp Membro de Banca
___________________________________________________
Luisa Regina Pericolo Erwig, Msc Membro de Banca
Florianópolis, outubro de 2013

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SUMÁRIO
RESUMO _____________________________________________________ 5
1 INTRODUÇÃO _______________________________________________ 7
1.1 O PROBLEMA E A SUA RELEVÂNCIA ____________________________ 7
2 OBJETIVOS __________________________________________________ 9
2.1 GERAL _____________________________________________________ 9
2.2 ESPECÍFICOS _________________________________________________ 9
3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO _____________________________________ 9
4 REVISÃO DE LITERATURA ___________________________________ 10
4.1 HISTÓRICO __________________________________________________ 10
4.2DESCRIÇÃO DE ANSIEDADE BASEANDO NO REFERENCIAL TEÓRICO DA MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA - ACUPUNTURA ________________________________ 11
4.3FUNDAMENTOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA __________________ 13
4.3.1HISTÓRICO DA ACUPUNTURA ______________ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
4.3.2 TEORIAS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA _ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
4.3.3 TEORIA DOS MERIDIANO (JING LUO) _______________________________ 26
4.4 MECANISMO DE AÇÃO DA ACUPUNTURA _____________________________ 27
4.5 AROMATERAPIA ______________________________________________ 30
4.5.1 MECANISMO DE AÇÃO DA AROMATERAPIA ___________________________ 31
4.5.2 PRINCIPAIS GRUPOS FUNCIONAIS QUÍMICOS DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE USO
TERAPEUTICO ___________________________________________________ 32
4.5.3 ÓLEO ESSENCIAL E ENERGIA _____________________________________ 34
4.6. UNIFICAÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA __ 35
4.6.1 TÉCNICA DA ACUPUNTURA ASSOCIADA AOS ÓLEOS ESSENCIAIS _____________ 37
4.6.2 PRINCIPAIS ÓLEOS ESSENCIAIS UTILIZADOS NA ANSIEDADE ________________ 41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________________ 44
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________ 45

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RESUMO
Título : A utilização da acupuntura e aromaterapia na ansiedade- Revisão
bibliográfica.
Autor: DARELA, Índigui Elisabeth Colla Januário.
Orientador: Marcelo Fabián Oliva
A ansiedade é um estado emocional que comporta, tanto componentes
psicológicos como fisiológicos. Ela passa a ser patológica, quando é
desproporcional à situação que a desencadeia ou quando não existe um objeto
específico, ao qual se direcione. O termo ansiedade engloba sentimentos de
medo, insegurança, apreensão e alteração dos estados de vigília ou alerta.
Tendo em vista que a ansiedade é cada vez mais frequente na população, na
Medicina Tradicional Chinesa não existe um diagnóstico especifico para uma
determinada doença, pois é fundamentada na indissociabilidade da mente,
corpo e espírito. O presente estudo tem como objetivo apresentar, sob-revisão
bibliográfica, a acupuntura e a aromaterapia como recurso terapêutico na
ansiedade, visando à qualidade de vida. A acupuntura é uma técnica milenar
baseada na Medicina Tradicional Chinesa que consiste em estimular pontos
determinados do corpo com a punção de agulhas. Enquanto que a
aromaterapia consiste na utilização de óleos essenciais por via tópica ou
inalatória. Ambas as técnicas são eficazes para restabelecer a desarmonia
causada no paciente que é ansioso.
Palavras-chave: Ansiedade, Acupuntura e Aromaterapia.
CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM – CIEPH PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM ACUPUNTURA
Florianópolis, outubro de 2013.

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ABSTRACT
Title : The use of acupuncture and aromatherapy on anxiety - Literature
review .
Author : DARELA , Índigui Elisabeth Colla Januário .
Advisor: Marcelo Fabian Oliva
Anxiety is an emotional state that involves both physiological and
psychological components . It becomes pathological when it is disproportionate
to the situation that triggers or when there is a specific object , to which it directs
. The term anxiety involves feelings of fear, insecurity , apprehension and
changing states of waking or alert . Given that anxiety is increasingly common
in the population , in traditional Chinese medicine there is no specific diagnosis
for a particular disease , it is grounded in the inseparability of mind , body and
spirit . The present study aims to present under - literature review , acupuncture
and aromatherapy as a treatment in anxiety , aiming at quality of life .
Acupuncture is an ancient technique based on Traditional Chinese Medicine
that consists of stimulating certain points of the body with the puncture needle .
While the Aromatherapy is the use of essential oils topically or by inhalation .
Both techniques are effective disharmony due to restore the patient is anxious.
Keywords : Anxiety , Acupuncture and Aromatherapy.
CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM – CIEPH PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM ACUPUNTURA
Florianópolis, outubro de 2013.

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1. INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA E A SUA RELEVÂNCIA
A ansiedade está presente na vida de uma pessoa ao longo de toda a
sua existência, e pode ser entendida como um acompanhamento normal das
diversas mudanças que ocorrem na vida. Entretanto, tal fenômeno pode
apresentar um caráter patológico quando surge como uma resposta
inadequada, devido a sua intensidade ou duração, perante um determinado
estímulo. Quando a ansiedade se apresenta em uma intensidade ou duração
elevada não proporcional ao estímulo frente ao qual o indivíduo se encontra, é
possível dizer que se está diante de um quadro patológico.(SILVA, 2010)
Os sintomas somáticos, de acordo com Homes, podem ser divididos em
dois tipos; os primeiros podem ser chamados de imediatos, que podem ser
boca seca, suor, respiração curta, sensações de tensão muscular, latejo na
cabeça, pulso rápido e aumento de pressão sanguínea. Já os segundos são
resultantes de um estado crônico de ansiedade, que pode debilitar o sistema
fisiológico ocasionando fadiga geral, sofrimento intestinal, fraqueza muscular,
hipertensão e constantes dores de cabeça. Por fim, os sintomas motores dizem
respeito à impaciência e à inquietação que indivíduos em estados ansiosos
podem apresentar, sendo comum que pessoas nesse estado emitam rápidos e
repetidos movimentos com dedos, pés ou pernas ou respostas de susto muito
exageradas a estímulos como ruídos ou presença súbita de pessoas.
A ansiedade é um estado emocional que comporta, tanto componentes
psicológicos como fisiológicos, que compõem o conjunto das diferentes

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experiências humanas e responsável por estimular desempenho. Ela passa a
ser patológica, quando é desproporcional à situação que a desencadeia ou
quando não existe um objeto específico, ao qual se direcione. O termo
ansiedade engloba sentimentos de medo, insegurança, apreensão e alteração
dos estados de vigília ou alerta. (GORESTEIN, 1998).
Do ponto de vista da medicina tradicional chinesa não existe a
terminologia ansiedade, porém os sintomas são amplamente estudados, a
MTC considera essa patologia uma desarmonia do espírito, e apresenta uma
série de possibilidades de intervenções por técnicas tradicionais como
demonstrados em estudos a utilização da acupuntura e por vez da
aromaterapia para a redução dos níveis de ansiedade e estresse após terapias
com punção de agulhas e óleos essenciais em diversos grupos sociais.
(YAMADA et al 2005, PERRY, 2006)
A acupuntura é fundamentada na medicina tradicional chinesa, se
baseia no princípio de que o homem deve estar em harmonia com as forças
primordiais da natureza, que os chineses chamam de yin e yang (dois
princípios opostos e complementares que compõem todo o universo), sendo
que essa harmonia gera um equilíbrio que pode ser traduzido como saúde, e,
por sua vez, o desequilíbrio, como doença. (CAMPIGLIA, 2004 VECTORE,
2005 SILVA, 2007).
A aromaterapia é a arte de utilizar óleos essenciais extraídos de plantas
na cura ou, com o objetivo de promover saúde e bem estar à totalidade do
indivíduo, isto é, ao conjunto formado por corpo, mente e emoções. Os óleos
essenciais possuem duas trajetórias de ação no corpo. A principal via de ação
é através da inalação, pois penetram através das fossas nasais sendo

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absorvidas pelo cérebro atingindo o sistema límbico e através do pulmão no
centro do cheiro, possuindo efeito sobre as emoções. A segunda via é a tópica
que é a aplicação dos óleos essenciais sobre a pele, os quais são absorvidos
e atingem tecidos celulares e a corrente sanguínea. (CORAZZA, 2002 PRICE
LAVABRE, 2004)
Baseando-se no crescimento da população e no decorrente
esgotamento físico e psicológico das pessoas causados pela agitação do dia a
dia o número de pessoas com problemas de ansiedades em variados níveis
vêm crescendo de forma espantosa. Tendo em vista a qualidade de vida, o
presente trabalho, através de uma revisão bibliográfica, tem como objetivo
apresentar a Acupuntura e aromaterapia como tratamento de ansiedade.
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Investigar, sob a forma de revisão bibliográfica, efeitos da acupuntura e da
aromaterapia utilizadas na ansiedade, visando a melhoria da qualidade de
vida.
2.2 Específicos
• Estudar o conceito de ansiedade;
• Estudar o conceito de aromaterapia;
• Estudar o conceito e os efeitos fisiológicos da acupuntura;
• Estudar os benefícios da utilização de ambos na ansiedade.

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3. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
Este trabalho constou de coleta bibliográfica. A coleta de dados foi
realizada na biografia especifica da área da Medicina Tradicional Chinesa e
livros de aromaterapia, bem como a consulta a internet em endereços
eletrônicos como BIREME, SCIELO, MEDLINE, LILACS. Foram consultados
os livros e artigos científicos, sempre com os as palavras-chave: Ansiedade,
Acupuntura e Aromaterapia.
4. REVISÃO DA LITERATURA
4.1 Histórico
A China do inicio do século XX era um pais altamente populoso e
decadente, cuja organização social, política e econômica não ofereciam á sua
população condições mínimas de saúde, educação, saneamento, moradia, etc.
Somente em meados do século XX, com a República Popular da China e o
renascimento da Medicina Tradicional Chinesa realizado por Mao-Tsé-Tung,
que a acupuntura reencontrou seu lugar. Ela foi retomada juntamente com
outras práticas populares como uma solução emergencial no âmbito de saúde
para retirar a população chinesa do caos e abandono em que se
encontrava.(KUREBAYASHI et al, 2008).
A Organização mundial de saúde (WHO) publicou diretrizes para 2002-
2005, no sentido de integrar a Medicina Tradicional/ Medicina Complementar e
Alternativa nos sistemas de saúde nacionais, desenvolvendo e implantando
políticas e programas nacionais

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4.2 Descrição de ansiedade baseando no referencial teórico da medicina
tradicional chinesa – acupuntura
A palavra ansiedade é uma palavra ocidental que se refere a um estado
somato-psíquico descrito pela Psicologia e pela Medicina ocidentais. Nesses
termos, a terminologia ansiedade não é uma terminologia oriental, portanto, na
literatura clássica da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), é impossível
encontrar descrições de tratamentos para ansiedade. Na MTC, não existe
separação entre mente, corpo e espírito, portanto, não existem classificações
de doenças ou distúrbios exclusivamente psicológicos ou psiquiátricos, como
ocorre no ocidente, como, por exemplo, no caso de transtornos de ansiedade.
(SILVA, 2010)
Para Ross a ansiedade “pode ser definida como um estado subjetivo
desagradável e inquieto de tensão e apreensão, no qual é difícil relaxar ou
encontrar calma e paz”. Tomando como base o princípio chinês da
indissociabilidade entre corpo, mente e espírito e da relação entre os cinco
órgãos, a ansiedade é causada por uma perturbação do sistema do coração. O
autor acrescenta que o surgimento de distúrbios de ansiedade está relacionado
constantemente a um desequilíbrio entre os sistemas do coração e do rim.
(2003, p. 461),
Segundo Ling-Shu (1995), na MTC, existe uma classificação de doenças
nas quais se enquadram as patologias que apresentam maior sintomatologia
psíquico/ emocional, as chamadas dian-kuang, que podem ser traduzidas por
perturbações mentais, porém, estão enquadradas as patologias mais severas,
o que, no ocidente, pode ser traduzido por psicoses. Assim sendo, distúrbios

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menos intensos, como, por exemplo, estados ou transtornos de ansiedade, não
poderiam ser classificados como patologias dian-kuang.
Na MTC não existe separação entre corpo, mente e espírito, uma
desarmonia em um dos cinco principais órgãos do corpo (coração, baço,
pâncreas, pulmão, rins e fígado) ocasionará automaticamente um desequilíbrio
nos aspectos mentais e espirituais desses órgãos, portanto entende-se que
fenômenos como a ansiedade são sintomas de distúrbios de outra ordem,
porém, mais marcadamente considerada um distúrbio do shen, que significa
espírito. (AUTEROCHE, NAVAILH 1992E CAMPIGLIA, 2004).
Para os chineses, o espírito reside no coração. Esse espírito não fica
preso no coração, mas circula por todo o corpo, garantindo a vitalidade e a
consciência, regulando o humor e a sensação de bem-estar no mundo. O Shen
aloja-se no coração. O coração é o órgão que funciona como receptáculo das
funções ativas da consciência, ele abriga ou expressa sentimentos, emoções,
desejos mais profundos, imaginação, intelecto e memória dos eventos
passados. Ao se alojar no coração, o Shen não está em um lugar fixo, mas
circula como o sangue nos vasos. Ele está em todo o corpo, pois o sangue dos
vasos irriga tudo, da pele aos olhos. O Shen é, portanto, uma atividade
dinâmica que está na essência do coração. Adquire-se e desenvolve-se a
consciência interagindo com o mundo e com os próprios órgãos e o Shen está
presente em cada um deles. Assim, para os chineses, um distúrbio no coração
corresponde automaticamente a uma desarmonia no espírito. (CAMPIGLIA
2004):
A ansiedade, então, pode ser entendida como o resultado de uma
desarmonia do espírito, seja por uma situação de excesso, insuficiência ou

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estagnação de qi (energia) ou xue (sangue) no coração ou em outros órgãos
que acabam afetando o coração. Essa situação de excesso, insuficiência ou
estagnação pode ser causada pelos seis fatores patogênicos externos, vento,
frio, calor, umidade, secura e fogo; pelos sete fatores internos, alegria, raiva,
tristeza, pesar, preocupação, medo e pavor, ou pelos fatores nem internos nem
externos, como a alimentação, os traumas, o excesso de trabalho, de
exercícios físicos ou de relações sexuais (CHONGHUO,1993, CAMPIGLIA,
2004).
Embora não existam na literatura clássica da MTC referências
específicas ao fenômeno ansiedade, a não ser como um sintoma de distúrbios
nos cinco órgãos, mais preponderantemente no coração, já existem autores
modernos, como Ross, que traçam um paralelo mais direto entre as
terminologias ocidental e oriental.
A ansiedade pode então vir combinada de sobres saltos e receio, com
sinais físicos como tremor, frequência urinária ou intestinos soltos, a ansiedade
é o resultado de um distúrbio do shen, é um sintoma que indica que o espírito
não está conseguindo se mover de modo adequado pelo corpo. (ROSS, 2003)
Na perspectiva chinesa, existem pelo menos três tipos diferentes de
ansiedade, de acordo com a situação que a originou:
Ansiedade por excesso: O fogo fleuma do coração é uma forma de
excesso que pode levar à ansiedade e à confusão de pensamento, linguagem
e comportamento. Consiste, essencialmente, em fleuma, decorrente da
deficiência do baço, em combinação com o fogo do coração. Pode surgir de um
estresse emocional ou do excesso de fumo, do álcool e de alimentos
gordurosos, com falta de exercícios físicos.

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Ansiedade por estagnação: A estagnação pode dar origem ao distúrbio
do movimento. A estagnação do qi do coração e do qi do fígado, por exemplo,
decorrentes da estagnação emocional, podem levar ao distúrbio do espírito do
coração e à hiperatividade do yang do fígado, levando à ansiedade. A
estagnação do qi pode resultar em acúmulo de fleuma, que pode perturbar a
livre circulação do espírito, causando ansiedade.
Ansiedade por deficiência: “a ansiedade aumenta quando a energia está
reduzida, quando há deficiência por falta de sono e descanso, excesso de
trabalho, estresse, doença e nutrição deficiente, além de outros fatores. A
deficiência do qi do coração e do rim, do yin do coração e do rim, e do sangue
do coração e do baço podem dar origem à ansiedade, já que o qi, o yin e o
sangue são necessários para manter o espírito estável”.
4.3 FUNDAMENTOS NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
4.3.1 Histórico da acupuntura
A Acupuntura é uma terapêutica milenar que faz a prevenção,
tratamento e cura de patologias através da inserção de finíssimas agulhas de
ouro, prata ou aço inoxidável em determinadas regiões do corpo chamadas de
“pontos de acupuntura”. Os seus excelentes resultados são reconhecidos pela
Organização Mundial da Saúde (WHO, 2002) e por pesquisas científicas (Allen
et al, 1998)
A palavra acupuntura é formada das palavras latinas acus, que significa
agulha, e pungere, que significa picar ou inserir. Acupuntura é um antigo

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método chinês que se baseia na estimulação de determinados pontos do corpo
com agulha ou com fogo, a fim de restaurar e manter a saúde.(REICHMANN
2002)
Segundo Reichmann a acupuntura é o nome ocidental dado ao
procedimento ou à pratica terapêutica chinesa que trata disfunções ou promove
analgesia através da inserção de agulhas em pontos específicos do corpo,
localizados em canais energéticos chamados de meridianos
A acupuntura originou-se na China, sendo milenar o seu
desenvolvimento, embora práticas semelhantes à acupuntura sejam
encontradas em outros povos antigos. Foi idealizada dentro do contexto global
da filosofia do Tão e das concepções filosóficas e fisiológicas que nortearam a
medicina tradicional chinesa.
A acupuntura baseia-se em quatro teorias da Medicina Tradicional
Chinesa: a teoria Yin – Yang, a teoria Zang-Fu, a teoria dos Cinco elementos e
a teoria dos Meridianos.
4.3.2 Teorias da Medicina tradicional Chinesa
Yin e Yang
De acordo com a teoria Yin e Yang, tudo no universo pode ser dividido
em dois aspectos opostos mais complementares, nos quais são definidos
distintamente como alto e baixo, direita e esquerda, claro e escuro, calor e frio,
substância e função, entre outros. Yin e yang sintetizam as duas partes
contraditórias e complementares dos fenômenos da natureza que se
relacionam mutuamente. Pode representar tanto dois fatores opostos, assim

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como duas partes que compõem a essência de um aspecto. (REICHMANN,
2002).
O Yang representa todos os aspectos que se caracterizam por atividade
como calor, movimento, força, expansão, alto enquanto que o Yin representa o
oposto, ou seja, os aspectos que se caracterizam por grau de atividade menor,
como frio, repouso, escuridão, retração, baixo. (ASSUNTA 2008).
Os aspectos principais do relacionamento Yin e Yang podem ser
resumidos em quatro: oposição, interdependência, consumo mútuo e inter-
relacionamento do Yin e Yang:
• Oposição: é relativa não absoluta, nada é totalmente Yin ou
totalmente Yang.
• Interdependência: Yin e Yang são opostos, mas um não pode
existir sem o outro.
• Consumo Mútuo: Quando o Yin ou o Yang estão em desequilíbrio,
afetam-se mutuamente e modificam sua proporção.
• Inter-relacionamento: Yin e Yang são estáticos, mas se
transformam um no outro: Yin pode transformar-se em Yang e
vice versa. (ASSUNTA 2008).
Cinco elementos
A teoria dos cinco elementos constitui o segundo pilar da filosofia e da
medicina tradicional chinesa. A concepção dos cinco elementos baseia-se na
evolução dos fenômenos naturais, e como os vários aspectos que compõem a
natureza geram e dominam uns aos outros. Essa teoria posiciona a madeira, o
fogo, a terra, o metal e a água como os elementos básicos do mundo material.
Pois estão em constante movimento e mudança.

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As características próprias dos fenômenos naturais podem ser
agrupadas em cinco categorias diferentes, que se encontra em constante
movimento de geração e de dominância entre si, constituindo o que foi
denominado de Cinco elementos. (ASSUNTA 2008)
O elemento madeira representa o movimento expansivo e exterior em
todas as direções, o metal representa o movimento contraído e interior, a água
representa movimento descendente, o fogo indica movimento ascendente e a
terra representa neutralidade ou estabilidade.
Elemento Cor Sabor Energia Estação Emoção Sons Odor Tecido
Madeira Verde Azedo Vento Primavera Fúria Grito Rançoso Tendões e
Músculos
Fogo Vermelha Amargo Calor Verão Alegria Riso Queimado Vasos
Sanguíneos
Terra Amarelo Doce Umidade Nenhuma Preocupação Cantoria Adocicado Carne
Metal Branco Picante Secura Outono Tristeza Choro Fétido Pele
Água Preto Salgado Frio Inverno Medo Gemido Pútrido Osso
Fonte: Assunta, 2008
De acordo com Junying (1996) a teoria dos cinco elementos
afirma que entre cada um dos elementos existe estreita relação de geração e
subjugação mútua e subjugação externa e oposta. A teoria explica a inter-
relação de todas as coisas através da utilização dessas relações.
Segundo Junying a geração mútua significa multiplicação e promoção,
enquanto subjugação mútua quer dizer restrição e limitação mútua. A ordem da

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geração mútua entre os cinco elementos é que a madeira gera o fogo, o fogo
gera a terra, a terra gera o metal, o metal gera a água e a água gera a madeira.
Dessa maneira a geração é circular e infinita
O principio de subjugação mútua dos cinco elementos estabelece que
cada movimento apresenta dominância sobre o movimento que sucede aquele
que ele gerou. Este princípio é também conhecido como regra “avô-neto”.
Esse ciclo acontece quando o movimento fogo domina o movimento
metal, que representa o seu “neto”. Chama-se de “avô” o movimento que
domina, e de “neto”, o que é dominado.
A geração e a subjugação mútua são dois aspectos que não podem ser
separados. Se não houver geração, não haverá nascimento nem crescimento.
Se não houver subjugação, não haverá mudança nem desenvolvimento para
manter as relações normais de harmonia.” (JUNYING, 1996)
A subjugação extrema e oposta são as condições patológicas das
relações de subjugação e geração mútuas normais. A subjugação extrema
denota que a preponderância de um dos cinco elementos em relação a outro
supera o nível normal, enquanto que a subjugação oposta é também conhecida
como lesão em chinês, pois acontece na ordem inversa da sequência de
controle. Assim, a madeira lesa o metal, o metal lesa o fogo, o fogo lesa a
água, a água lesa a terra e a terra lesa a madeira. (MACIOCIA 1996)
Para o mesmo, as três primeiras sequências lidam com o equilíbrio
normal entre os elementos, enquanto as seguintes referem-se aos
relacionamentos anormais entre os elementos que ocorrem quando o equilíbrio
é quebrado.

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Zang – Fu
A teoria Zang Fu explica a função fisiológica, as mudanças patológicas e
as relações mútuas de todos sistemas Zang Fu.
Os sistemas Zang e Fu consistem em cinco sistemas Zang e seis Fu. Os
cinco sistemas Zang são o Xin(coração) Fei(pulmão), Pi(baço), Gan(fígado) e
Shen(rins). Os seis sistemas Fu são o Dan(vesícula), Wei(estômago),
Dachang(intestino grosso), Xiaochang(intestino delgado), Panguang(bexiga) e
Sanjiao(triplo aquecedor). (JUNYING, 1996)
Os cinco sistemas Zang exercem principalmente as funções de
manufatura e armazenamento da essência: Qi, Xue e Jin ye. Os seis sistemas
Fu exercem principalmente as funções de receber e digerir os alimentos,
absorver as substâncias nutrientes, transmissão e excreção. (JUNYING, 1996)
Zang - Xin ( coração )
O Xin (coração) situa-se no aquecedor superior, relaciona-se com o
movimento fogo, na teoria dos cinco elementos, ele governa o (xue) e os vasos
sanguíneos (Xue Mai) são responsáveis pela circulação. O fogo do coração é
essencial para a formação do sangue e também deve fluir em descendência
para o aquecedor inferior para interagir o sangue. O coração tem a língua como
abertura e reflete-se na face, uma de suas funções fisiológicas é controlar a
mente. As funções energéticas do Xin são: gorverna o Xue, controla o xue mai,
manifesta-se na compleição, abriga o shen, abre-se na língua, controla a
transpiração, regula o sono e os sonhos. (MACIOCIA, 1996 ASSUNTA, 2008).

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Fei ( pulmão )
O Fei (pulmão) está localizado no tórax, conecta-se à garganta e abre-se
no nariz. Suas funções fisiologias principais e seus indicadores são: dominar o
Qi, e controlar a respiração; dominar a dispersão e a descendência do Qi;
reguralizar a passagem da água; conectar-se externamente à pele e ao cabelo.
Apresenta-se também uma relação exterior e interior com o Dachang.
(JUNYING, 1996)
O pulmão afeta o sangue (xue). Primeiro auxilia o baço (Pi) a enviar o Qi
dos alimentos para o coração, onde é transformado em sangue. O fei controla
todos os meridianos e vasos sanguíneos auxiliando a ação impulsora do Xin.
De acordo com Reichmann os pulmões situam-se no aquecedor superior
e são protegidos pela caixa torácica. Têm o nariz como abertura e refletem-se
na pele e nos pêlos. Controla o Qi e a respiração e a difusão, purificação e a
descida, comunicar e regular as vias dos líquidos. O Fei abriga o Po (alma
corpórea ou sensitiva).
Pi ( Baço/pâncreas )
O baço (Pi) está relacionado ao sangue sob dois aspectos. Primeiro,
porque é a origem do sangue, já que produz o Qi dos alimentos que é a base
da formação do sangue. Segundo, porque o Qi do baço (Pi) certifica-se de que
o sangue permanece nos xue mai e não extravase. (MACIOCIA, 1996)
O Baço está situado no aquecedor médio, abre-se na boca e reflete-se
nos lábios. Pois controla o transporte e a transformação de alimentos, líquidos

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e nutrientes, controla também a circulação do sangue nos vasos assim como
os músculos e os membros.
As funções energéticas do Baço- Pâncreas (Pi): governa a
transformação e transporte dos alimentos, líquidos e nutrientes, controla o xue
(sangue), controla a carne e os quatro membros, abre-se na boca e manifesta-
se nos lábios, controla a ascendência do Qi, abriga o Yi (pensamento).
(ASSUNTA, 2008)
Shen ( Rins )
Os rins situam-se no dorso. As orelhas, o ânus e as partes urogenitais
são as aberturas dos rins e sua energia reflete-se nos cabelos. Funções
fisiológicas: armazenar Jing(essência) inato e adquirido, controlar os líquidos,
receber o ar dos pulmões, determinar as condições dos ossos, gerar a medula
e chegar ao cérebro. (REICHMANN, 2002)
O rim contribui para a produção de sangue (xue) de dois modos: o Qi
original auxilia na transformação do Qi dos alimentos em Sangue, e a essência
(jing) do rim também pode ser transformada em sangue.
Segundo Ross, a essência ou a energia ancestral (jing) pré natal dos
pais é a origem do corpo, por isso os rins (shen) são denominados de raiz da
vida, uma vez que o Qi pré natal é a base do Qi pós natal, por isso os rins são
a raiz do Qi.

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Gan ( fígado )
Quando os chineses dizem que o fígado (gan) armazena o sangue (xue),
querem dizer muitas coisas. Primeiro sob o ponto de vista fisiológico, quando
uma pessoa está ereta e engajada num movimento rotineiro normal, o sangue
flui para os músculos e tendões. Quando uma pessoa se deita, o sangue flui
novamente para o fígado. (MACIOCIA, 1996 p 69)
As principais funções e os indicadores fisiológicos do Gan são: estocar
sangue (xue), proporcionar condições e de movimentos do Qi, controlar os
tendões e o brilho nas unhas, abrir-se nos olhos.
O fígado situa-se no Xiaojiao ( aquecedor inferior), relaciona-se com o
elemento madeira e tem as seguintes correspondências energéticas: Fúria,
sons – grito, odor – rançoso, tecido – tendões e músculos.
Para Reichmann o fígado armazena o sangue, controla a drenagem e a
dispersão, controla o jing, abriga o Hun (alma etérea ou vegetatita).
Fu
Dan ( vesícula )
O Dan está vinculado ao Gan e estoca a bile. A bile é continuamente
excretada para o lúmen intestinal com a finalidade de auxiliar na digestão. O
Dan também está envolvido no fluxo livre do Qi referente as emoções.
O Dan é uma víscera importante entre os sistemas Yang, pois possui um
produto refinado “puro”, estocando substâncias refinadas, ele se assemelha a

23
um sistema Yin e, além disso, não se comunica com o exterior, como acontece
com os outros sistemas yang. (ASSUNTA, 2008)
As funções energéticas do Dan são: armazena e excreta a bile, controla
o julgamento, controla os tendões, dá qualidade ao sono.
Segundo Junying o Wei está situado abaixo do diafragma; sua saída
superior conecta-se ao esôfago e sua saída inferior ao Xiaochang. Tem como
principal função fisiológica receber e digerir os alimentos.
Para Assunta o Wei (estômago) é a mais importante das vísceras,
juntamente com o Pi, e é conhecido como raiz do Qi pós-celestial, pelo fato de
que é a origem de todo Qi e Xue produzidos após o nascimento.
Wei ( estômago)
O Wei controla o amadurecimento e a decomposição dos alimentos,
controla o transporte das essências Jing dos alimentos, controla a
descendência do Qi, da origem ao Jin Ye (líquido orgânico) e influi no aspecto
mental. (ASSUNTA, 2008)
O Xiao chang ( intestino delgado) a extremidade superior liga-se ao
estomago e a inferior ao intestino grosso. As funções fisiológicas são: digerir,
absorver e separar o puro do impuro.( REICHMANN, 2002)
O Xiao chang tem influência sobre a lucidez mental e o julgamento e
sobre a capacidade de tomar decisões, ou seja, clareza mental. Mas
diferentemente do Dan, que dá a capacidade e a coragem de tomar decisões.
A terminação superior do Xiao chang conecta-se ao Wei, e sua função
parcialmente digerido e dividi-lo em partes límpidas e turvas. O Xiao chang

24
transfere os resíduos turvos para o Dachang. O Pi transporta as substâncias
essenciais límpidas todo o organismo e parte da água contida no alimento para
o Pangguang. Dessa forma, se ocorrer alguma patologia, o Xiao chang não
apenas afetará a função de digestão e absorção como também provocará
problemas urinários.” (JUNYING, 1996)
Xiao Chang ( intestino delgado )
O Xiao Chang é o responsável pelo discernimento e a clareza para
distinguir o certo do errado. Pois ele recebe os alimentos e os líquidos do wei
(estômago) e tem a função de separar o puro do impuro, onde a parte pura
extraída dos alimentos vai para o Pi (Baço-Pâncreas), e a impura extraída dos
alimentos vai para o Da Chang (intestino grosso).
De acordo com Ross, o xiao chang (intestino delgado) clareia a mente,
acalma o espírito do coração e tem função de regular o vaso governador.
Dachang ( intestino grosso )
O Dachang ( intestino grosso) está conectado na parte superior ao
intestino delgado pelo íleo e na parte inferior ao ânus. As funções fisiológicas:
impulsionar os alimentos digeridos e excretá-los.
De acordo com Junying a Disfunção do Dachang provoca sintomas de
borborigmo e diarréia; se além disso for exaurido, sintomas como constipação
ocorrerão.

25
O Dachang relaciona-se externa e internamente com o Fei (pulmão),
sendo importantes as funções energéticas comuns, isto é, o Fei Qi (energia do
pulmão) descende para dar ao Dachang a energia necessária para que o
mesmo tenha força suficiente para executar os movimentos defecatórios.
(ASSUNTA, 2008)
Pagguang ( bexiga )
O Pangguang (bexiga) recebe a energia necessária para sua função de
transformação do Jin Ye do Shen, ou melhor do Ming men, por outro lado o
shen depende do Panguang para se movimentar e excretar alguns dos fluidos
corpóreos. A bexiga remove a água por meio da transformação do Qi,
(ASSUNTA, 2008).
Segundo Junying (1996) Se oPangguang apresentar uma
disfunção do Qi, disúria ou retenção da urina aparecerão. Se privar-se de sua
função restritiva, poderá ocorrer urina excessiva ou incontinência urinária.
Sanjiao ( Triplo aquecedor )
A função do Jiao superior atua como um nevoeiro; a função do
Jiao médio é maceração; a função do Jiao inferior é atuar como um aqueduto.
O Sanjiao ( triplo aquecedor) é um dos aspectos mais evasivos da
medicina chinesa: tem nome, não tem forma mas é substancial e possui várias
funções energéticas. Controla os movimentos dos vários tipos do Qi, contribui
para a passagem, caminho e produção do Qi. O aquecedor superior libera o

26
Wei Qi. O Médio libera o Yin Qi e o Inferior libera os fluídos corpóreos.
(ASSUNTA, 2008 p 43)
4.3.3 Teoria dos meridianos ( Jing Luo)
O Sistema Jing Luo constitui os Doze canais regulares, os Oito canais
extras, os Quinze colaterais, os Doze Canais divergentes, os músculos
tendinosos e as regiões cutâneas dos Doze canais regulares.
Há milhares de pontos no corpo que podem ser usados como pontos de
diagnósticos e tratamento. Esses pontos não existem isolados. Eles formam
cadeias através do corpo e são chamados de meridianos ou canais de energia.
A energia vital ou Qi deve fluir livremente através dos meridianos para uma
pessoa ser saudável e sentir-se bem. Se a energia for bloqueada, haverá
escassez ou execesso de energia em determinados pontos provocando
distúrbios, dores ou doenças.” (REICHMANN, 2002)
Os Jing Luo são considerados como uma série de passagens de
conexão por onde o Qi e o Xue circulam para regularizar as funções dos
sistemas Zang Fu, tecidos e órgãos dos sentidos. (JUNYING 1996).
Os doze meridianos regulares consistem num termo genérico dos três
meridianos yin e yang da mão e dos três meridianos yin e yang do pé. Dentre
eles o Meridiano Taiyin da mão (Fei); Yangming da mão (Dachang); Meridiano
Yangming do pé (Wei); Meridiano Taiyin do pé (Pi); Shaoyin da mão (Xin);
Taiyang da mão (Xiaochang); Meridiano Taiyang do pé ( Pangguang);
Meridiano Shaoyin do pé (Shen); Meridiano Jueyin da Mão (Xin Bao);

27
Meridiano Shaoyang da mão (Sanjiao); Shaoyang do pé (Dan) e Meridiano
Jueyin do pé (Gan).
4.4 Mecanismo de ação da acupuntura
Durante anos, acreditou se que o mecanismo de ação da acupuntura
fosse somente energético, ou seja, aceitava-se apenas a concepção
meridianos ou canais de energias.
O tratamento pela acupuntura baseia-se no uso dos pontos que situam-
se sobre os canais, que estão abaixo da superfície do corpo, localizados em
lugares anatômicos específicos e que representam os pontos nos quais o fluxo
de substâncias dentro dos canais podem ser ajustados a fim de se promover a
harmonia.
A estimulação adequada dos pontos de acupuntura situados nos
meridianos regulariza a corrente de Qi que circula nos mesmo e,
conseqüentemente, nos Zang Fu, distribuindo esse Qi por todo o corpo.
Quando determinado ponto de acupuntura sistêmico é estimulado
intensamente por longo tempo, provoca-se o esvaziamento da energia da
região ou do órgão que é regido por este ponto, provocando, então, a analgesia
daquela região. Constitui a teoria energética de ação da acupuntura que
corresponde ás clássicas concepções milenares de Zang Fu e meridianos.
(ASSUNTA, 2008)

28
Alguns estudos sobre Acupuntura estão voltados para a ação de
analgesia e do bloqueio de receptores nociceptivos que são responsáveis por
sinalizar qualquer injúria nos tecidos via fibras A delta ou C.
Através de pesquisas científicas nesta área conclui-se que há relação
entre a acupuntura e o sistema nervoso central e periférico, bem como vários
tipos de neuro hormônios (neurotransmissores). Há duas formas distintas de
explicação de ação do seu mecanismo, a energética e a científica.
Atualmente, é reconhecido que a inserção de agulhas nos pontos
de acupuntura atua sobre os receptores nociceptivos gerando um potencial de
ação elétrico e um pequeno processo inflamatório local. Dessa forma ocorre a
liberação de neurotransmissores, como bradicinina e histamina, e os estímulos
são conduzidos ao sistema nervoso central pelas fibras A-delta, espessas e
mielinizadas, e pelas fibras C, finas e amielínicas localizadas na pele e nos
músculos. As fibras A-delta, ao terminarem no corno posterior da medula,
estimulam os neurônios encefalinérgicos por meio de sinapses a liberarem
encefalina, bloqueador da substância P (neurotransmissor que estimula a dor),
inibindo, assim, a sensação dolorosa.
Segundo Silverthorn (2003) qualquer estímulo que faz um neurônio
disparar um potencial de ação é conhecido como estímulo excitatório.
As fibras A-delta projetam seus estímulos, principalmente, pelo tracto
neospinotalâmico, fazem a mediação da dor aguda, têm velocidade de
condução mais rápida e estão, predominantemente, ligadas aos mecanismos
de defesa e fuga, enquanto as fibras C projetam seus estímulos,
principalmente, pelo tracto paleoespinotalâmico, conduzem mais lentamente e

29
estão associadas, entre outros, à dor crônica e aos estímulos viscerais.”
(ASSUNTA, 2008)
A quantidade de neurotransmissores liberada pelo terminal axônio está
diretamente relacionada com o número total de potenciais de ação que chegam
ao terminal por unidade de tempo. (SILVERTHORN, 2003).
Por meio dessa punção, as fibras nervosas responsáveis pelos
resultados da acupuntura serão estimuladas, induzindo o SNC a produzir
neurotransmissores e substâncias neuro-humorais que viabilizarão o controle
da dor, do estresse, da ansiedade e de todos os outros processos possíveis
com a utilização da acupuntura.
Através da punção os estímulos continuam por meio principalmente do
trato espinotalâmico lateral, até o tronco encefálico, liberando serotonina, que
será responsável pelo aumento dos níveis de endorfina e de hormônio
adenocorticotrófico e consequentemente, de cortisol nas supras-renais,
garantindo assim o efeito benéfico da acupuntura no estresse e na ansiedade
do paciente.
Os estímulos que as agulhas de acupuntura desencadeiam nos
diferentes receptores nervosos podem explicar os múltiplos efeitos observados,
pois o sistema nervoso é especifico em relação à via de condução dos
estímulos e, consequentemente, as respostas também são específicas. O
estímulo originado pela inserção de agulha de acupuntura pode variar
amplamente, de acordo com a intensidade, o movimento giratório no sentido
horário ou anti horário e a freqüência.” (ASSUNTA, 2008)
A ação da acupuntura sobre a parte emocional dos indivíduos é feita por
meio da formação reticular e do sistema límbico os quais manifestam também

30
respostas no nível do sistema autônomo e do eixo hipotálamo - hipófise,
promovendo a homeostasia neuroendócrina. (ASSUNTA, 2008).
A Acupuntura é uma excelente terapêutica integral que atua diretamente
em níveis complexos do funcionamento do ser vivo (psicológico,
comportamental, biológico). A nossa “ciência ocidental” vem corroborando o
que a “tradição oriental” já sabia: A Acupuntura, quando bem administrada, é:
1) terapêutica; 2) preventiva; 3) segura; 4) rápida; 5) eficaz; 6) com efeito
duradouro e 7) de baixo custo financeiro.
4.5 Aromaterapia
Aromaterapia é uma terapia que considera a mente, o corpo e o espírito
do indivíduo em busca de ajuda, bem como seu estilo de vida, seu padrão
alimentar, seus relacionamentos, etc.
A aromaterapia é a arte de usar óleos essenciais na cura. Os óleos
essenciais são substâncias gordurosas voláteis; são extratos vegetais
altamente concentrados que contêm hormônios, vitaminas, antibióticos e anti-
sépticos. Podemos dizer que os óleos essenciais representam o espírito, a
alma da planta – a forma mais concentrada de energia vegetal.” (LAVABRE,
1997)
Segundo Price a aromaterapia é a utilização de óleos essenciais
extraídos de plantas, com o objetivo de promover saúde e bem estar à
totalidade do indivíduo, isto é, ao conjunto formado por corpo, mente e
emoções.

31
A aromaterapia tem suas raízes nas mais ancestrais práticas curativas
da humanidade, pois as plantas das quais hoje extraímos os óleos essenciais
foram empregadas por milhares de anos antes que a técnica da destilação de
óleos fosse descoberta.
Os egípcios já se utilizavam de substâncias aromáticas quase 3000 anos
antes de cristo com fins medicinais e cosméticos, bem como para embalsamar
os corpos de seus mortos. (DAVIS, 1996)
A china também conta com uma tradição antiga de empregar
paralelamente a medicina botânica como complemento a acupuntura.
Os óleos essenciais são quase sempre balanceados em seus efeitos,
ajudando o corpo a recupera-se de um estado de desequilíbrio que conduz à
enfermidade para o equilíbrio ideal que representa a saúde e o bem estar.
Diversos aromaterapeutas são adeptos da concepção chinesa do yin e yang –
forças opostas existentes em um estado de equilíbrio dinâmico.” (DAVIS, 1996)
4.5.1 Mecanismo de ação da aromaterapia
As substâncias têm o que chamamos de cheiro, quando as células
nervosas olfativas, localizado na região superior da mucosa que reveste as
fossas nasais são estimuladas, as células olfativas transmitem impulsos
nervosos ao nervo olfativo, que, por sua vez, os transmite a área cerebral
responsável pela olfação, o sistema límbico, causando reações inconscientes
de ordem fisiológica e psicológica.
Os óleos essenciais possuem duas trajetórias de ação no corpo. A
principal via de ação é através da inalação, pois penetram através das fossas

32
nasais sendo absorvidas pelo cérebro atingindo o sistema límbico e através do
pulmão no centro do cheiro, possuindo efeito sobre as emoções. A segunda via
é a aplicação dos óleos essenciais sobre a pele, os quais atuam sobre a
mesma e são absorvidos, atingindo a corrente sanguínea e tecidos celulares.
(CORAZZA, 2004)
Os óleos essenciais são absorvidos pela pele com grande rapidez, e
sempre que utilizados em massagens, banhos, preparados ou compressas
para a pele certa quantidade da essência volátil é inalada. O aroma, por si só,
já é capaz de exercer um efeito sutil, mas real sobre a mente e, através da
mente, sobre o corpo. A inalação dos óleos acarreta um efeito direto sobre o
corpo, uma vez que parte deles será absorvida pelos pulmões, introduzindo-se,
dessa forma, na corrente sanguínea. (DAVIS, 1996)
A concentração de princípios ativos na planta depende do controle
genético e dos estímulos edáficos (relacionados com o solo), as exposições a
microrganismos, insetos, outros herbívoros e poluentes.
O valor terapêutico dos óleos essenciais deve-se à sua complexidade
química, pois atuam de diversas maneiras, ao contrario dos produtos sintéticos,
que atuam de um único modo, relativo ao composto químico ativo.
4.5.2 Principais grupos funcionais químicos dos óleos essenciais de uso
terapêutico
Monoterpenos/sesquiterpenos
Efeito antiviral, antisséptico, bactericida e anti-inflamatório. Atuam sobre
o fígado, auxiliando no processo de desintoxicação do corpo e como
estimulantes de funções glandulares. Os sesquiterpenos atingem todas as

33
regiões do cérebro, aumentando assim os níveis de oxigênio ao redor das
glândulas pineal e pituitária.
Ésteres
São fungicidas, sedantes e antiespamódicos.
Aldeídos
Ação sedante, antiinfecciosa e anti-septica.
Cetonas
Atuam como descongestionantes em casos problemas respiratórios.
Podem ser tóxicos, usar com cautela.
Alcoóis
São anti-sépticos, antivirais e estimulantes do sistema imunológico.
Fenóis
Bactericida, desinfetante e estimulante, ajudam na limpeza de ferimentos
e no tratamento de inflamações, podendo ser altamente irritantes à pele.
Óxidos
São expectorantes e bactericidas.
Ácidos
Anti sépticos e diuréticos, podem ajudar a diminuir a febre. Contêm
ainda vitaminas, fitohormônios e antibióticos.
Quando passamos o óleo essencial na pele diluído em óleo carregador é
absorvido rapidamente. Pois é passado pela corrente sanguínea e transportado
para as células e fluidos corpóreos. As essenciais são encontradas no sangue
e na pele.

34
Devido o seu poder de propagação quando aplicado o óleo passa
através do sangue e de outras áreas do corpo e revitaliza, tonifica e melhora as
funções de vários aparelhos. A aromaterapia atua em quantidades muito
pequenas de essência. (PADRINI 1995)
4.5.3 Óleo essencial e energia.
Yin e yang
A teoria é ilustrada pelo símbolo Yin – Yang tradicional em que o circulo
taoista que representa o todo e divide-se em uma parte negra (Yin) e outra
parte branca (Yang). A dinâmica de curva que separa as duas áreas indica que
estas duas forças são fluxo incontínuo: eles são controlados e torna-se outra.
Trazendo a tona os óleos essenciais, a teoria do yin e yang representa
um quadro útil para a atividade principal de cada substancia. A essência yin
tem ação energética calmante, refrescante. A essência yang tem uma energia
mais desafiadora, é estimulante, adstringente, anti-séptico.
No entanto, deve-se notar que essas qualidades não são absolutos: na
realidade, cada essência tem características tanto yin e yang que seu efeito
depende principalmente das circunstâncias de aplicação.
Forma de uso:
Na utilização dos óleos essenciais, devemos diluí-los em óleo carreador,
creme, leite ou mel antes do contato com a pele.
Contra indicações gerais:
• Proibidos durante a gravidez: alecrim, manjericão, cedro, cipreste,
cravo, esclareia, salvia, tomilho, verbena e zimbro.

35
• Proibido durante o tratamento homeopático: menta.
• Proibido para crianças: Alecrim, manjericão, canela, cedro, cipreste,
eucalipto-glóbulo, menta, sálvia.
• Proibido para alérgicos: alecrim, basilicão, verbena, cravo, hortelã-
pimenta, menta, melaleuca, tomilho, canela e todos os óleos cítricos.
• Proibido para exposição ao sol: todos os cítricos, além da verbena.
• Proibido para epiléticos: alecrim, cedro e salvia.
4.6 Unificação dos óleos essenciais na MTC
Segundo DE LA CRUZ (2006) Na medicina chinesa atribui-se às
emoções, todas as doenças, excluindo-se as que são causadas por fatores
externos (como agentes infecciosos), má alimentação, trauma ou cansaço. Mas
a sabedoria chinesa diz que as emoções são danosas à saúde apenas quando
ocorrem em intensidade ou tempo excessivo. Estudos clínicos e
epidemiológicos ainda identificaram as emoções e estados de espírito que
prejudicam a saúde.
Aqueles que mais causam problemas são: a raiva, a tristeza, a culpa, a
depressão e a ansiedade. Todos esses estados emocionais, em maior ou
menor grau estão relacionados a problemas sérios de saúde, como doença
isquêmica do coração, acidente vascular cerebral, câncer, infecções,
problemas associados à dor crônica, obesidade e pressão alta (BOTSARIS,
2006)
Através da MTC, verifica-se o desequilíbrio do Qi e assim podemos
juntamente com a acupuntura recorrer às plantas medicinais e seus produtos

36
(como os óleos essenciais). Esta associação permite mais eficientemente
equilibrar a energia dos meridianos. (DE LA CRUZ, 2006)
Cada óleo essencial apresenta uma identidade energética particular,
como uma “impressão digital” que está relacionada às suas características
botânicas, químicas, aroma e ação farmacológica. (MOJAY, 1996),
Na MTC, são considerados cinco sabores, cada um possui um
movimento que deve ser analisado no momento da indicação do óleo
essencial, principalmente se for por via oral. O sabor doce é ligado ao
meridiano Baço-Pâncreas e apresentam movimento energético para cima,
tonificante, fixante (auxilia a reter a energia na matéria), suavizante (reduz a
ação drástica sobre o organismo) e harmonizador. Este sabor controla o sabor
salgado na formulação. (BOTSARIS 2006).
O sabor picante relaciona-se com os meridianos do Pulmão e do
Intestino Grosso. A energia tem o movimento do centro para periferia e de
baixo para cima. È sudorífero (auxilia na desintoxicação), mobilizador
(movimenta a energia parada), carminativo (elimina gases intestinais). Este
sabor controla o sabor ácido na formulação.(DE LA CRUZ 2006)
O sabor salgado relaciona-se com o meridiano dos Rins e da Bexiga,
tem movimento energético para cima, portanto ascende (reforça o Qi), tonifica
e consolida a energia vital (Qi) com a energia dos Rins. Este sabor controla o
sabor amargo na formulação.(DE LA CRUZ 2006)
O sabor ácido relaciona-se aos meridianos do Fígado e da Vesícula
Biliar, tem movimento energético de transformação (modifica a essência da
energia), harmonização e carminativo. Este sabor controla o sabor doce na
formulação.(DE LA CRUZ 2006)

37
O sabor amargo relaciona-se com os meridianos do Coração e Intestino
Delgado, seu movimento energético e descendente, para baixo, de
concentração (fixando a energia no centro do corpo), eliminação (ação
laxante), tonificação. Este sabor controla o sabor picante na formulação.
As cinco energias encontradas nas plantas, irão atuar nos pacientes
conforme a polaridade universal, ou seja, Yin ou Yang. (BOTSARIS, 2006)
BOTSARIS (2006) afirma ainda que quando as plantas são combinadas
em fórmulas, indicadas para uma pessoa em bom estado de saúde, o ideal é
associar plantas amornantes, refrescantes e neutras. Caso o paciente tenha
uma doença de calor com caracterização de sintomas bem definida, o ideal é
indicar uma formulação refrescante, se ao contrário a doença for de frio, a
formulação deverá ser amornante.
Na MTC, a associação de plantas segue os princípios da harmonia entre
sabores e entre cinco energias e da hierarquia (Imperador, Ministro, General e
Embaixador). O mesmo pode ser empregado para a associação de óleos
essenciais em formulações para uso externo ou oral. A associação de óleos na
MTC não deve ser superior a quatro, uma vez que eles apresentam uma série
de compostos químicos que poderiam proporcionar reações químicas e físicas
levando a modificação de suas propriedades medicinais e energéticas. (DE LA
CRUZ 2006).
4.6.1 Técnica da acupuntura associada aos óleos essenciais
O ponto de acupuntura apresenta uma morfologia diferenciada da pele
como um todo, uma vez que tem maior quantidade de terminações nervosas

38
livres e encapsuladas. Durante a aplicação da agulha, moxa ou massagem o
ponto torna-se um local de transformação energética, neural, humoral e
imunológica (MEDEIROS, 2006.)
Segundo Quando o óleo essencial é aplicado antes e durante a
aplicação da agulha, ocorre uma sinergia da ação, pois a própria penetração da
agulha leva a infiltração do óleo essencial, através da área puncionada. (DE LA
CRUZ 2006).
De acordo com o mesmo acima a estimulação dos pontos ativos tem por
objetivo regular a circulação de energia dos meridianos, através da tonificação
e sedação. A primeira aumenta a energia circulante, estimulando a força física
ou psíquica. No segundo caso, da sedação, ocorre a dispersão ou a diminuição
do aporte de energia, transferindo para outra função ou órgão.
Segundo Para tonificar podemos aplicar a agulha no ponto de
tonificação do meridiano específico ou então utilizar os pontos selecionados
para o tratamento. Para sedar, como o tecido encontra-se em estado compacto
e resistente é necessário punturar com profundidade na inspiração, realizando
movimentos lentos de rotação. Antes, é necessário massagear o ponto
utilizando o essencial correspondente. A agulha deve ficar até que o tecido “a
solte”, este tempo geralmente não é inferior a 15 minutos. Após a retirada,
massagear o local com o mesmo óleo essencial. (DE LA CRUZ 2006).
Técnica:
• 1º) Entre os pontos selecionados para o tratamento,
identificar os pontos chave aonde será colocado o óleo essencial;

39
• 2º) Massagear os pontos chaves com o óleo
essencial adequado à especificidade energética ou sintomática,
diluído no óleo carreador;
• 3º) Introduzir a(s) agulha(s) superficial e
verticalmente, durante a expiração, girandoa (s) para direita e
para a esquerda até obter o Te Qi, que é o momento que a pele
ofereça resistência ao movimento, ou ocorra um leve choque, ou
vermelhidão ao redor do ponto ou paciente sinta dor. Deixar por
10 minutos, neste momento pode colocar uma gota de óleo
essencial nos pontos selecionados;
• 4º) Retirar a(s) agulha(s) após 10 minutos, durante a
inspiração. A retirada das agulhas segue a ordem em que foi
colocada. (DE LA CRUZ 2006)
Outra forma de utilizar os óleos essenciais é por meio da moxabustão ou
através da massagem;
Moxabustão
A moxabustão é uma modalidade auxiliar que, utilizada em conjunto com
as agulhas de acupuntura, parece aumentar a eficácia do tratamento. Os
antigos chineses descobriram que a queima de uma pequena porção de uma
planta nativa chamada moxa, diretamente sobre o ponto de acupuntura ou na
extremidade externa de uma agulha acupuntural nele inserida, parecia
aumentar a eficácia terapêutica do tratamento ( GERBER 1999 )
A moxa é um material com folha de artemísia moída e preparado sob a
forma de bola de algodão; ela é utilizada para queimar sobre o ponto de

40
aplicação. Visa-se com isso provocar, através do calor, a estimulação do local.
Esse método é denominado moxabustão. (DE LA CRUZ 2006).
A palavra é originária do japonês, onde Mongusa significa um pequeno
cone de Artemisia sinensis ou Artemisia vulgaris. Há duas maneiras de realizar
a moxa; colocando a extremidade do bastão em brasa sobre o ponto ou
colocando uma camada de gengibre ou alho entre a brasa e o ponto
(SUSSMANN, 2000).
Os princípios ativos presentes no gengibre e no alho irão penetrar mais
facilmente com a ação do calor. Nesta perspectiva, ao realizarmos moxa,
podemos colocar uma gota de óleo essencial ou da sua mistura com óleo
carreador no local da aplicação e assim poderemos acentuar sua absorção e
ação, por aumentarmos a irrigação sanguínea local. (DE LA CRUZ 2006)
A moxa deve ser usada quando:
• O ponto é interditado para agulhas;
• O ponto requer calor;
• O paciente está em local de clima muito frio;
• A doença é crônica, e o estímulo deve ser diário, o que é
prejudicado pelo uso de agulhas;
• O paciente é idoso e esgotado.
A ação da moxa é tonificante e está contra indicada nos casos
congestivos e febris e na hipertensão. O calor da moxa deve ser suportado,
pelo paciente, até o momento que não ofereça perigo à pele, queimando-a. Em
geral utilizam-se moxas nos estado Yin e agulhas nos estados Yang.

41
Massagem
Através da massagem podemos estimular os pontos e os meridianos
que são necessário tonificar ou sedar.
� Tonificar
• Massagear o ponto em forma circular no sentido
horário e no sentido longitudinal do meridiano e no sentido do seu
fluxo energético.
• Massagear com os polegares subindo e descendo o
meridiano e parando no ponto onde queremos concentrar a
energia.
� Sedar
• Massagear o ponto em forma circular no sentido
anti-horário e no sentido longitudinal do meridiano e no sentido
contrário ao seu fluxo energético.
• Massagear com os polegares do ponto onde se quer
concentrar a ação para a periferia, seguindo alinhado meridiano,
como se quiséssemos retirar energia do ponto.
A associação de óleos essenciais à massagem é milenar. Na massagem
dos pontos de acupuntura, a escolha dos óleos essenciais ocorre de acordo
com o quadro energético e sintomatológico apresentado pelo paciente. (DE LA
CRUZ 2006)

42
4.6.2 Principais óleos essenciais utilizados na ansiedade.
De acordo com a bibliográfica pesquisada pode se observar que no
artigo sobre o uso da aromaterapia em pacientes com ansiedade do Gnatta et
AL 2011 A escolha de dois óleos essenciais foi baseada na literatura sobre
aromaterapia, que afirma que tanto o OE de Lavanda (Lavandula officinalis)
como o óleo essencial de Gerânio (Pelargonium graveolens), possuem alto teor
de substâncias pertencentes, quimicamente, ao grupo funcional Éster
(Lavanda – Acetato de linalila e o Gerânio – Acetato de geranila), o que lhes
confere ação tranquilizante, equilibrante e calmante(12).
No artigo da Lyra et AL 2010 usaram Lavanda (Lavandula officinalis),
laranja azeda (Citrus aurantium var. amara), ylang ylang (Cananga odorata) e
cedro (Cedrus atlantica)
Abaixo segue a lista dos óleos essenciais citados acima e sua ação energética.
Laranja Ger ânio
Nome Botânico: Citrus aurantium Nome Botânico: Pelargonium graveolens
Família: Rutacea Família: Geraniáceas
Ação energética: yang Ação energética: Yin-Yang
Propriedade terapêutica: , insônia, calmante,
alegria, coragem
Propriedade terapêutica: Flebotônico,
linfotônico, hormom-like, adstringente,
epitelizante, repelente de insetos.

43
Efeitos colaterais: Fototóxico, Efeitos colaterais: a dosagem fisiológica é
atóxica; raramente, conforme o tipo de pele,
observam-se sinais de irritação leve.
Cedro Lavand a
Nome Botânico: Cedro Atlantica Nome Botânico: Lavandula officinalis
Família: Coniferas Família: Labiata
Ação energética: Yang Ação energética: Yin-Yang
Propriedade terapêutica: Adstringente, forte
tônico do sistema linfático, epitelizante, estimula
a cicatrização, anti-histamínico, forte
antiflogístico, empregado em todas as
patologias dos vasos sanguíneos.
Propriedade terapêutica: Forte
antiespasmódico, antiflogístico, hiperêmico,
aumenta o crescimento das células
epiteliais, sedativo, cardiotônico, analgésico,
bactericida, fungicida.
Efeitos colaterais: São óleos bem assimilados
pelo organismo. Observaram-se em raros
casos, reações alérgicas em pessoas
sensíveis. Em crianças pequenas e durante a
gravidez.
Efeitos colaterais: Não conhecidos;
substancia inócua.
Ylang-yl ang
Nome Botânico: Cananga odorata
Família: Anonáceas

44
Ação energética: Yin
Propriedade terapêutica: Fraco anti-séptico para a pele. A presença de hormônios vegetais
na composição química do óleo uma das substancias mais apreciadas no tratamento da pele,
alisando-a, suavizando-a, aumentando a nutrição da pele e suas glândulas anexas, sendo
indicado para o tratamento de todo o tipo de pele. Proporcionando uma melhor hidratação da
cútis e subcutis. Ylang-ylang, aplicada em forma de compressas quentes ou cremes de base
descontrai a musculatura tensa do rosto, trazendo bem estar geral; queda de cabelo, cabelo
seco e pontas quebradiços , aumenta o volume dos seios. Forte espasmolítico, sedativo e
harmonizante, analgésico.
Efeitos colaterais: Atóxico.
Fonte: Padrini, 1995
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista o crescente número de pessoas com ansiedade e o
quanto a população sofre com seus males, esse trabalho visa descrever a
utilização dessas técnicas com o intuito de facilitar à terapêutica.
A medicina tradicional chinesa busca o constante equilíbrio entre o
corpo, mente e espírito. Quando existe uma desarmonia em um dos cinco
elementos da MTC, que foi citado no decorrer do trabalho, ocasionará
automaticamente um desequilíbrio. E é baseando-se nessa teoria que a
acupuntura e a aromaterapia tem como objetivo buscar harmonia ou o
equilíbrio da ansiedade, através de suas técnicas milenares.

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Pode-se concluir que tanto a acupuntura como a aromaterapia tem como
objetivo estabelecer o equilíbrio energético, físico e emocional. A acupuntura
através da inserção das agulhas atuando nos acupontos e a aromaterapia
utilizando os óleos essenciais. Com a união da acupuntura e dos óleos
essenciais estaremos potencializando a terapêutica, criando uma nova visão de
tratamento, sendo assim auxiliando em uma melhor qualidade de vida.
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