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1 A Vinda do Senhor e O Mistério INTRODUÇÃO: Relativamente ao cumprimento do Programa Profético, que acontecerá com a vinda do Senhor para Reinar, ele será precedido por acontecimentos extraordinários e sobrenaturais, humanas e espirituais. Quando O Senhor falava desses dias, Pedro faz duas perguntas, às quais O Senhor Responde em Mateus 24, e que são: «Diz-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da Tua vinda e do fim do mundo?» (24:3) O Programa do Mistério da Igreja “Corpo de Cristo” também terá um fim. E, sobre ele, também podemos fazer as mesmas perguntas: «Quando serão essas coisas?» e «que sinal haverá da Tua vinda?» Na verdade, o Programa do Mistério acontecerá com um acontecimento que é um verdadeiro mistério. Paulo diz: «Eis que vos digo um mistério: Na verdade nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta, porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados» (I Cor. 15:52-52). Ou seja, o arrebatamento da Igreja, que porá termos à Dispensação da Graça de Deus, é um mistério, seja quanto ao seu enquadramento na revelação de Deus, pois nunca foi revelado aos ministros do Programa Profético – Messiânica, como é um mistério quanto ao momento que ocorrerá. Um dos grandes problemas da cristandade é confundir a ressurreição de que os profetas falaram e faz parte da esperança dos crentes do Reino Messiânico, com a ressurreição da Igreja – ou seja, o Mistério. Também é verdade que novas correntes têm surgido no debate desta matéria espiritual. No entanto, consideramo-las tão infundadas seja pelas orientações seguidas, pelos argumentos, e mesmo pelos métodos empregues. Limitamo-nos a enumerá-las, para conhecimento geral do leitor, cientes de que, depois de concluída a leitura do nosso estudo comungarão connosco nas afirmações que acabamos de fazer. VPP. ESCATOLOGIA (A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS): A. NUMA PERSPECTIVA MODERNA: I. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO: Conceitos 1. Posição Pós-Milenista: A segunda vinda de Cristo só se dará depois do Milénio. Método de interpretação. A interpretação do pós-milenista é amplamente espiritualizada no que tange a profecia. 2. Posição A-Milenista. A segunda vinda de Cristo se dará no fim da Época da Igreja e não existe um Milénio na Terra. Estritamente falando, os A-milenista crêem que a presente condição dos justos no céu é o Milénio, e que não há ou haverá um Milénio terrestre. Método de interpretação. A interpretação A-milenista espiritualiza as promessas feitas a Israel como nação, dizendo que são cumpridas na Igreja.

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A Vinda do Senhor e O Mistério IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO:: Relativamente ao cumprimento do Programa Profético, que acontecerá com a vinda do

Senhor para Reinar, ele será precedido por acontecimentos extraordinários e sobrenaturais, humanas e espirituais.

Quando O Senhor falava desses dias, Pedro faz duas perguntas, às quais O Senhor Responde em Mateus 24, e que são: «Diz-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da Tua vinda e do fim do mundo?» (24:3)

O Programa do Mistério da Igreja “Corpo de Cristo” também terá um fim. E, sobre ele,

também podemos fazer as mesmas perguntas: «Quando serão essas coisas?» e «que sinal haverá da Tua vinda?»

Na verdade, o Programa do Mistério acontecerá com um acontecimento que é um verdadeiro mistério. Paulo diz: «Eis que vos digo um mistério: Na verdade nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta, porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados» (I Cor. 15:52-52). Ou seja, o arrebatamento da Igreja, que porá termos à Dispensação da Graça de Deus, é um mistério, seja quanto ao seu enquadramento na revelação de Deus, pois nunca foi revelado aos ministros do Programa Profético – Messiânica, como é um mistério quanto ao momento que ocorrerá.

Um dos grandes problemas da cristandade é confundir a ressurreição de que os profetas

falaram e faz parte da esperança dos crentes do Reino Messiânico, com a ressurreição da Igreja – ou seja, o Mistério.

Também é verdade que novas correntes têm surgido no debate desta matéria espiritual. No

entanto, consideramo-las tão infundadas seja pelas orientações seguidas, pelos argumentos, e mesmo pelos métodos empregues. Limitamo-nos a enumerá-las, para conhecimento geral do leitor, cientes de que, depois de concluída a leitura do nosso estudo comungarão connosco nas afirmações que acabamos de fazer. VPP. EESSCCAATTOOLLOOGGIIAA ((A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS): AA.. NNUUMMAA PPEERRSSPPEECCTTIIVVAA MMOODDEERRNNAA:: I. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO: Conceitos

1. Posição Pós-Milenista: A segunda vinda de Cristo só se dará depois do Milénio. Método de interpretação. A interpretação do pós-milenista é amplamente espiritualizada no que tange a profecia.

2. Posição A-Milenista. A segunda vinda de Cristo se dará no fim da Época da Igreja e não existe um Milénio na Terra. Estritamente falando, os A-milenista crêem que a presente condição dos justos no céu é o Milénio, e que não há ou haverá um Milénio terrestre. Método de interpretação. A interpretação A-milenista espiritualiza as promessas feitas a Israel como nação, dizendo que são cumpridas na Igreja.

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3. Posição Pré-Milenista. A segunda vinda de Cristo acontecerá antes do Milénio. Método de interpretação. O pré-milenista segue o método de interpretação normal, literal, histórico-gramatical. II. O ARREBATAMNENTO DA IGREJA

1. A Ocasião do Arrebatamento. Pós-milenistas e A-milenista vêem o arrebatamento da Igreja no final desta era e simultâneo com a segunda vinda de Cristo. Assim, não distinguem a vinda do Senhor para arrebatar a Sua Igreja, como distinta da vinda do Senhor para Reinar. Mas, de facto, o Senhor quando vier em poder e glória para reinar, “nós nos manifestaremos com Ele” (Rom. 8:19; Col. 3:3-4).

2. Arrebatamento pré-tribulacional. O arrebatamento da Igreja (i.e., a vinda do Senhor nos ares para os Seus santos) ocorrerá antes que comece o período de sete anos da Tribulação. Por isso, a Igreja não passará pela Tribulação.

3. Arrebatamento meso-tribulacional. O arrebatamento ocorrerá depois de transcorridos três anos e meio do período da Tribulação, ou seja, a meio da G.T..

4. Arrebatamento pós-tribulacional. O arrebatamento acontecerá ao final da Tribulação. O arrebatamento é distinto da segunda vinda, embora seja separado dela por um pequeno intervalo de tempo. A Igreja permanecerá na Terra durante todo o período da Tribulação.

5. Arrebatamento parcial. Somente crentes considerados dignos serão arrebatados antes de a ira de Deus ser derramada sobre a Terra; os que não tiverem sido fiéis permanecerão na Terra durante a Tribulação.

6. A nossa posição: Entendemos, como explanaremos suficientemente, que a Igreja é um Mistério, bem como o arrebatamento da Igreja. A grande Tribulação faz parte do cumprimento da Profecia, e como tal, não têm nada a ver uma coisa com a outra. Por isso, A grande Tribulação só acontecerá depois do arrebatamento.

A Descrição do Arrebatamento: Os textos. I Tessalonicenses 4:13-18; I Coríntios 15:51-57. Os acontecimentos: (1) A descida de Cristo aos ares; (2) A ressurreição dos mortos em Cristo, só os pertencentes à Igreja “Corpo de Cristo”, com corpos gloriosos; (3) A transformação dos corpos mortais para imortais dos crentes vivos na ocasião; (4) O encontro com Cristo nos ares para a subida ao céu; e, (5) O Tribunal de Cristo, nos ares.

B. A VISÃO CONSERVADORA I. A TRIBULAÇAO

1. Sua Duração. É a 70º semana de Daniel e, portanto, durará sete anos (Dan. 9:27). Casa metade desse período é identificada no Livro do Apocalipse pelas expressões "42 meses" e "1.260 dias" (Apo 11:2-3), sendo a primeira metade chamada pelo Senhor de «Princípio das Dores» (Mateus 24:8), e a segunda metade de «Grande Tribulação» Idem, vs. 21).

2. Sua Definição: (Mateus 24:21; Apo. 6:15-17). 3. Sua Descrição: (1) Julgamento sobre o mundo. As três séries de juízos descrevem

esse julgamento (Selos – Apo 6; Trombetas – Apo 8-9; e, Taças – Apo 16). (2) Perseguição contra Israel (Mat. 24:9,22; Apo 12:17); (3) Salvação de almas do mundo (Apo 7). (4) Ascensão e domínio do anti-Cristo (II Tes. 2; Apo 13); (5) O Desfecho: A Tribulação terminará com a reunião das nações para a batalha de Armagedom e com o retorno de Cristo à Terra, que as vencerá (Apo 19).

II. O MILÊNIO 1. Definição. O Milénio é o período de 1.000 anos em que Cristo reinará sobre a Terra,

dando cumprimento às alianças abraâmica e davídica, agora com base numa Nova Aliança. 2. Suas Designações. O Milénio é chamado de "Reino dos Céus" (Mat. 6: 10), "Reino de

Deus" (Luc. 19:11), “Reino de Cristo” (Apo 11: 15), a "regeneração" (Mat. 19:28), “tempos de refrigério” (Act. 3:19) e "o mundo por vir" (Heb. 2:5).

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3. Seu Governo. Seu Cabeça será Cristo (Apo 19:16). Seu carácter: Um reino espiritual, físico, material e político, que produzirá paz, equidade, justiça, prosperidade e glória (Isa. 11:2-5). Sua capital será Jerusalém (2:3).

4. Satanás. Durante este período Satanás estará acorrentado, sendo liberto no final desse período, para liderar uma revolta final contra Cristo (Apo 20). Satanás será derrotado e lançado definitivamente no lago de fogo.

III. OS DIVERSOS JUÍZOS FUTUROS O Tribunal de Cristo: 1. Tempo: Depois do arrebatamento da Igreja. 2. Lugar: No céu. 3. Juiz: Cristo. 4. Participantes: Todos os membros do “Corpo de Cristo”. 5. Base: Obras ao serviço da Igreja, no quadro do Mistério”. 6. Resultado: Galardões ou perda de galardões. 7. Textos: 1 Coríntios 3:11-15; 2 Coríntios 5:10. O Julgamento dos Crentes Messiânicos (ou das Nações): 1. Tempo: Na segunda vinda de Cristo à terra. 2. Lugar: Vale de Josafá (Joel 3:2) 3. Juiz: Cristo. 4. Participantes: Todos os crentes que esperavam o Reino Messiânico na terra: Mateus 20:1-16; 25:1...; 14...; 31...; Lucas 19:11-27. Temos aqui um julgamento dos crentes, e não é o “Tribunal de Cristo”. É que os crentes do Reino também serão julgados segundo as suas obras e receberão as recompensas no Reino segundo o que tiverem feito: ou bem ou mal. (Nota do Redactor) 5. Base: Tratamento dos "irmãos" de Cristo, i.e., Israel. 6. Resultado: Os salvos entram no reino; os perdidos são lançados no lago de fogo. 7. Textos: Mateus 25:31-46; Joel 3:2. Julgamento de Israel (semelhante à anterior): Tempo. Na segunda vinda de Cristo. Lugar. Na Terra, no "deserto dos povos" (Eze. 20:35). Juiz. Cristo. Participantes. Judeus vivos ao tempo da segunda vinda de Cristo. Base. Aceitação do Messias. Resultado. Os salvos entrarão no reino; os perdidos serão lançados no lago de fogo. Textos. Ezequiel 20:33-38. Julgamento dos Anjos: Tempo: Provavelmente durante o Milénio. Lugar: Na terra, pois os caídos já estão condenados. Juiz: Cristo e os crentes. Participantes: Anjos. Base: No sentido da sua direcção e dependência, e não tanto de condenação, como se diz! Resultado: Os crentes dirigiram os anjos, pois estarão ao nosso serviço (Hebreus 1:14). Textos: 1 Coríntios 6:3. Julgamento dos Mortos Perdidos: Tempo: Depois do Milénio. Lugar: Perante o Grande Trono Branco. Juiz: Cristo. Participantes: Todos os não-salvos desde o princípio da humanidade.

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Base: O que os faz serem julgados é a rejeição da salvação em Cristo, mas o fogo do juízo é a demonstração de que pelas próprias más obras merecem a punição eterna. Resultado: O lago de fogo. Texto: Apocalipse 20:11-15. (Da Bíblia Anotada “Mundo Cristão” – Adaptado) AASS RREESSSSUURRRREEIIÇÇÕÕEESS EE OO MMIISSTTÉÉRRIIOO “Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos velo por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também serão todos vivificados em Cristo” (1 Cor. 15:21-22) Escusado será dizer que os que não manejam bem a Palavra da Verdade vêem-se num grande dilema ao abordarem a ardem das ressurreições. Até mesmo o muito estimado Scofield "patinou" ao efectuar a abordagem a este tópico. Ao comentar a ressurreição do Corpo de Cristo no Arrebatamento, em I Tes. 4:13-17, ele escreveu: «Não apenas os santos que pertencem à Igreja, mas os corpos de todos os salvos, de todas as dispensações, estão incluídos na primeira ressurreição (Ver nota em 1 Cor. 15:52), como é aqui descrita. No entanto, ela é peculiarmente a "bem-aventurada esperança" da Igreja (cf. Mat. 24:42; 25:13; Luc. 12:36-48; Act. 1:11; Fil. 3:20,21; Tito 2:11-13)». Se a ressurreição que Paulo se refere é a primeira ressurreição como Scofield disse, então como é que a ressurreição que se segue, sete anos depois, pode ser chamada a primeira ressurreição (Apo. 20.6)? É óbvio que esta interpretação, uma vez pesada na balança, é achada em falta. Uma vez mais, a solução para o problema encontra-se no manejo correcto e dispensacional da Palavra de Deus. Mantendo isto em mente, esperamos, com a ajuda de Deus, apresentar-lhe alguns pensamentos ajudadores para sua consideração. “Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos velo por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também serão todos vivificados em Cristo” (1 Cor. 15:21-22) Escusado será dizer que os que não manejam bem a Palavra da Verdade vêem-se num grande dilema ao abordarem a ordem das ressurreições. Até mesmo o muito estimado Scofield "patinou" ao efectuar a abordagem a este tópico. Ao comentar a ressurreição do Corpo de Cristo no Arrebatamento, em I Tes. 4:13-17, ele escreveu: «Não apenas os santos que pertencem à Igreja, mas os corpos de todos os salvos, de todas as dispensações, estão incluídos na primeira ressurreição (Ver nota em 1 Cor. 15:52), como é aqui descrita. No entanto, ela é peculiarmente a "bem-aventurada esperança" da Igreja (cf. Mat. 24:42; 25:13; Luc. 12:36-48; Act. 1:11; Fil. 3:20,21; Tito 2:11-13)». Se a ressurreição que Paulo se refere é a primeira ressurreição como Scofield disse, então como é que a ressurreição que se segue, sete anos depois, pode ser chamada a primeira ressurreição (Apó. 20.6)? É óbvio que esta interpretação, uma vez pesada na balança, é achada em falta. Uma vez mais, a solução para o problema encontra-se no manejo correcto e dispensacional da Palavra de Deus. Mantendo isto em mente, esperamos, com a ajuda de Deus, apresentar-lhe alguns pensamentos ajudadores para sua consideração. (In “Embaixador”)

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A ORDEM PROFÉTICA DA RESSURREIÇÃO PROFETIZADA “Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na Sua vinda” (1 Cor. 15:23). Partindo do princípio que compreendemos que a maior divisão na Palavra de Deus é “Profecia” e “Mistério”, nos versículos 23-28 o apóstolo introduz-nos na ordem profética das ressurreições futuras. «Mas cada um por sua ordem». Esta passagem refuta a ideia de que haveria uma ressurreição geral (como os Católicos Romanos ensinam), pois a palavra “ordem” é um termo militar que é usado para descrever diferentes grupos de soldados. Sabemos que Paulo não era um militar, contudo ele estava bastante familiarizado com os procedimentos do exército Romano. Afinal ele fora prisioneiro de Roma durante um número considerável de anos. Podemos imaginar o apóstolo a observar através duma janela a marcha dum batalhão de soldados. Ao inquirir sobre o seu destino, um dos guardas diz-lhe que foram comissionados a governar em nome de César determinada cidade. Algum tempo depois um outra batalhão de soldados passa. Todavia desta vez Paulo é informado que o Imperador está aborrecido com este grupo, e por isso envia-os para as ferozes batalhas da linha da frente - a morte certa espera-os! Semelhantemente, há diferentes grupos que marcharão do sepulcro no tempo designado por - Deus - uns para a vida eterna e outros para a condenação eterna! As Escrituras declaram que Cristo é as primícias dos mortos; nas “primícias” implica que precede a grande ceifa. É a primeira ceifa e por conseguinte, um ante gosto do que se seguirá. Apesar de ter havido numerosas ressurreições antes de Cristo, Ele foi o primeiro a conquistar a morte ao ressuscitar vitoriosamente sobre este inimigo formidável. Os que ressuscitaram antes dele voltaram a morrer e aguardam a verdadeira ressurreição. Assim, a Sua ressurreição corporal é a garantia da grande ceifa que está para acontecer. Paulo mostra-nos claramente como é que, segundo a ordem profética, o primeiro grupo ressuscitarão: «... os que são de Cristo na Sua vinda» (Ver. 23). Notemos cuidadosamente que não diz que somos nós "que somos de Cristo na Sua vinda", mas “os”, que é inequivocamente uma referência a Israel e aos outros santos proféticos que possuem uma esperança terrena. Quando Cristo voltar na Sua Segunda Vinda, no fim da Grande Tribulação, Ele ressuscitará estes santos com o propósito único de introduzi-los no Seu Reino Terreno. Segundo o programa profético, então, esta é a primeira ressurreição, referida algumas vezes como a ressurreição para a vida eterna, e inclui todos os salvos da Dispensação Profética anterior. Ademais, os crentes que morrerem durante o período da futura Grande Tribulação também serão numerados com este nobre grupo. «Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele mil anos» (Apó. 20:6). A SEGUNDA RESSURREIÇÃO Na profecia, a primeira e a segunda ressurreições são usualmente mencionadas juntas, como podemos observar nas seguintes passagens: «E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão; uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno» (Dan. 12:2).

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«Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida, e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação» (João 5:28,29). Apesar de poder parecer que a segunda ressurreição se segue imediatamente à primeira, o texto de Apocalipse 20.5 revela o contrário. «Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram...». Esta passagem indica claramente que há mil anos de intervalo entre estes dois eventos. Após o fim do Reino Milenial de Cristo na terra Paulo contínua a explicar em 1 Cor. 15:24-26: «Depois virá o fim, quando tiver entregue o Reina a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo a império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de Seus pés. Ora o último inimigo que há-de ser aniquilado é a morte segunda ressurreição». A segunda ressurreição envolve todos os perdidos de todos os séculos. Serão ressuscitados no fim do Milénio com corpos capazes de suportar o castigo eterno - pensamento terrível, para dizer o mínimo! Terão que comparecer diante do Senhor no Grande Trono Branco. O apóstolo João escreve estas palavras em Apocalipse 20:12 - «E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros; e abriu-se outra livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras». Estimado leitor, temos sido frequentemente interpelados por muitos que, perplexos com a onda de violência no mundo, nos perguntam, "Porque é que Deus não intervém?", ao que temos respondido, "Crê que o fará, amigo! Crê que o fará!" O texto atrás transcrito descreve uma cena arrepiante. João vê os mortos, isto é, os espiritualmente mortos, que estão em inimizade com Deus. Ele vê grandes e pequenos - reis e plebeus; crianças com responsabilidade imputada, e adultos. “E abriram-se os livros...” Provavelmente em adição aos registos onde Deus arquiva meticulosamente as nossas obras, incluem-se nestes “livros" as Sagradas Escrituras, pois Deus julgará os segredos dos homens segundo a Sua Palavra (Rom. 2.16). “E abriu-se outro livro, que é o da vida...” A maioria dos crentes crê que sempre que um pecador é salvo o seu nome é inscrito no Livro da Vida. No entanto as Escrituras ensinam que foram efectuadas reservas para toda a gente antes da fundação do mundo. David escreve nos Salmos sob a direcção do Espírito Santo: «Aproxima-te da minha alma, e resgata-a; livra-me por causa dos meus inimigos... diante de Ti estão todos os meus adversários… Acrescenta iniquidade à iniquidade deles, e não entrem na tua justiça. Sejam riscados do livro dos vivos, e não sejam inscritos com os justos. Eu, porém, sou pobre e estou triste; ponha-me a tua salvação, ó Deus, num alto retiro.» (Sal. 69.18,19,27,28). Como é que Deus poderia riscar do Livro da Vida os nomes dos inimigos de David, se eles não tivessem lá sido escritos anteriormente? Note, leitor, que de facto o nome de toda a gente foi ali registado. Ao confiarmos em Cristo como nosso Salvador pessoal os nossos nomes são ali selados pelo Espírito Santo. No entanto, se alguém rejeita o evangelho, e morre nos seus pecados, o seu nome é riscado do livro dos vivos. Por isso, João diz em Apocalipse 20:15 - «E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo». Quando os anjos abrirem este livro apenas um enorme espaço em branco jazerá no sítio onde antes o nome do descrente uma vez estivera. Isto constituirá um testemunho contra ele, confirmando a verdade de que todo aquele que crê não sofrerá a condenação eterna (João 3.18). Esta é a segunda morte ou a separação eterna de Deus. Aquele que é Santo e Justo não terá outra alternativa, senão lançá-los no Lago de Fogo. A Sua justiça terá que ser exercida para que a Sua santidade seja preservada.

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O MISTÉRIO E A NOSSA RESSURREIÇÃO “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão Incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1 Cor. 15:51,52). Agora o apóstolo aborda a nossa ressurreição. Uma vez que Paulo era membro do Corpo de Cristo era necessário mudar os pronomes de "os" para "nós”, visto ele volver agora a sua atenção para a nossa esperança. “Nem todos nós dormiremos”. Uma geração grande e gloriosa escapará à morte e será transformada e trasladada para a glória instantaneamente. Ainda que esse momento de triunfo seja precedido da ressurreição daqueles membros do Corpo que entretanto experimentaram a morte. «Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. (…) e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós… (…) e assim estaremos sempre com o Senhor» (1 Tes. 4:15-17). Daqui em diante, para nos ajudar a distinguir esta ressurreição da chamada primeira ressurreição referir-nos-emos a ela como a ressurreição secreta. Como veremos, esta pertence somente aos membros do Corpo de Cristo. Portanto, todos os que morreram em Cristo desde a conversão do apóstolo Paulo até ao soar da trombeta serão numerados com este grupo de santos. Lembremo-nos que é o Corpo que se vai ligar à cabeça; a noiva é que se vai juntar ao Noivo. Há duas passagens Bíblicas que substanciam isto, sem sombra de dúvida. A primeira, quando Paulo conforta os santos em Tessalónica, revelando que os que “...crêem que Jesus morreu e ressuscitou..." ressuscitarão no Arrebatamento. É significante pela seguinte razão: Estes termos de salvação são únicos na revelação de Paulo, limitando assim a esfera desta ressurreição à Igreja - Corpo de Cristo. A segunda, em Filipenses 3:11, quando o apóstolo declara, “Para ver se de alguma forma posso chegar à ressurreição dentre os mortos”. A palavra aqui usada pelo Espírito Santo para ressurreição é um substantivo composto (Gr. Exanastasis) e significa literalmente "ressurreição de entre os mortos". Será bom acrescentar aqui que este termo apenas é encontrado no Novo testamento e é exclusivamente Paulino. A esperança de Paulo, como também a nossa, é ser ressuscitado "da entre os mortos", isto é, de entre os santos proféticos mortos a quem atrás nos referimos brevemente. Assim, a ressurreição secreta é um evento distinto que nunca deveria ser confundido com a primeira ressurreição no fim da Grande Tribulação. A frase “Para ver se de alguma forma posso chega” não é uma expressão de dúvida, mas de humildade. Nós cremos que o apóstolo está a expressar que era seu desejo alcançar uma ressurreição melhor por viver uma vida sacrificando-se por Cristo (Hebreus 11.35). Para ajudar melhor o leitor a ter uma perspectiva global da ordem das ressurreições, apresentamo-lhe a seguinte representação gráfica:

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ORDEM DOS EVENTOS FUTUROS

IGREJAGRANDE

MILÉNIO NOVOS CÉUS

TRIBULAÇÃO E NOVA TERRARessurreição Arrebatamento Primeira Segunda

de Cristo (Mistério) Ressurreição Ressurreição(Primícias) (Os Justos) (Os Perdidos)

Juízo Final P.S.

AA PPAARRTTIIDDAA Os acontecimentos preocupantes para a humanidade que se assiste hoje, tem lavados

alguns crentes a pensar que estamos perto da vinda do Senhor, que é como supor que estamos a passar pela Grande Tribulação que falaram os profetas do Velho Testamento, o Senhor Jesus Cristo no seu ministério terreno, e mesmo os Apóstolos Pedro e João.

Mas esta preocupação já era sentida pelos Tessalonissenses, de forma que Paulo teve de

lhes escrever uma Segunda Epístola, esclarecendo que o “Dia do Senhor” não pode ocorrer com a Igreja “Corpo de Cristo” na terra, e outros eventos preliminares.

Também é verdade que a cristandade está dividida na compreensão desta verdade,

inclusivamente muitos estudiosos das Escrituras, nas diferentes posições das suas especializações.

Na verdade, a grande razão que tem impedido dos crentes entenderem correctamente as

Escrituras continua a ser a descompreensão dos dois grandes planos de Deus para o homem: um celestial – a Igreja “Corpo de Cristo, e outro terreno – Israel. E esta compreensão de uma forma geral. Por outro lado, e de uma forma mais pormenorizada, também tem havido alguma descompreensão de determinados assunto porque os crente estudam as Escrituras com conceitos pré-definidos, que os impedem de crescer e melhorar os seus conhecimentos acerca de Deus e da sua Obra.

A REVELAÇÃO DO ARREBATAMENTO As Epístolas aos Tessalonissenses são um verdadeiro tratado da Vinda do Senhor, quer no

quadro do Mistério, que trata da vinda do Senhor para a sua Igreja, quer no quadro da Profecia, que trata da vinda do Senhor para Reinar.

Os Tessalonissenses debateram-se com alguns problemas, resultantes de experiências pessoais, mas também por intromissão de alguns que tentaram perturbar a fé daqueles crentes. Por isso, Paulo preocupou-se em doutriná-los deste importante assunto, que o fez pessoalmente

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(II Tes. 2:5), por carta (I Tes.) e por uma Segunda carta, que visava especialmente esclarecer algumas duvidas que entretanto tinham surgido, e combater algumas correntes que iam surgindo erradamente acerca da vinda do Senhor (2:1-3).

Por isso está escrito: “Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e PELA NOSSA

REUNIÃO COM ELE, que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia do Senhor (assim no grego) estivesse já perto (presente). NINGUÊM DE MANEIRA ALGUMA VOS ENGANE; PORQUE NAO SERÁ ASSIM SEM QUE ANTES..." (II Tes. 2:1-3).

IMPORTÂNCIA DO ASSUNTO Face aos acontecimento que se vêm no dia a dia, e pela forma intensificada como eles

ocorrem, muitos crentes têm dado muita mais importância aos acontecimentos que podem ser enganosos, isto é, não dizerem nada acerca dos acontecimentos dos últimos dias, que às Escrituras, uma vez que elas dizem exactamente o contrário do que é comum supor-se.

Assim, e para combater o tendência das opiniões, muitos estudiosos das Escrituras têm observado, em tom de desculpa, que nada nos é dito acerca do tempo cronológico do arrebatamento. Dizem: não podemos afirmar que a Igreja seja arrebatada antes da Grande Tribulação, a meio dela, no fim dela, ou no fim do Milénio, como ainda há alguns que o crêem. No entanto, não é por pensarem assim que o arrebatamento deixará de acontecer antes da Grande Tribulação: seja pela ordem cronológica das coisas, seja pela própria natureza de cada uma das revelações, que reveste a vinda do Senhor.

Sobre isso, resta-nos dizer o seguinte: Há muitos assunto que eles não estão claramente

revelados de forma que a mente humana tenha uma compreensão nítida e clara deles, nomeadamente à natureza Triuna de Deus, ao tempo da criação, há cronologia dos patriarcas, à vida particular do Senhor, a alguns autores de livros da Bíblia, etc.. Mas, mesmo assim, não pomos em causa a sua veracidade e autenticidade.

Este estudo, portanto, não visa dar uma explicação definitiva deste assunto, mas alertar-nos

para alguns pontos que não têm sido bem entendidos, e com isso despertar-nos para a grande verdade da nossa esperança: o arrebatamento. Pois, quanto mais compreendermos o assunto do arrebatamento, mais razões temos para nos consolarmos mutuamente (I Tes. 4:18), para nos santificarmos (I Joa. 3:1-2), e para vivermos de forma a lhe agradar (I Cor. 4:5).

Mais, ainda, este estudo não procura alterar os nossos conceitos da Vinda do Senhor, mas

confirmá-los; e é por isso que dou graças a Deus neste momento, porque este estudo vem confirmar aquilo em que cremos, porque cremos na Verdade. E este é um facto importante, porque muitos são os crentes que crêem em muitas verdades das Escrituras, mas falta-lhes matéria, bases e conhecimentos que lhes sirvam para sustentar a sua fé – doutrina em que crêem, e demonstrá-la aos demais que procuram conhecê-la do mesmo modo.

O ESCAPE Os Tessalonissenses pensavam que as tribulações que estavam a passar (I Tes. 3:3; II Tes.

1:7), era já a experiência do “Dia do Senhor”, que era como dizer, que estavam em plena Grande Tribulação. Mas, não. O Apóstolo diz-lhes que esse dia não virá sem que antes ocorra a “Partida” da Igreja, e se manifeste o homem do pecado (2-3). E, assim está escrito:

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“Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição...” (vers. 3)

A palavra “Apostasia” deste texto é a tradução da palavra grega “apostasia”, que tem

um significado diverso àquele que lhe é dado na língua portuguesa. “Apostasia”, no grego, significa “partida”.

Em português, “Apostasia”, denota a ideia de abandono da fé, de uma crença, subentendendo uma reacção negativa e activa a um conceito inicial, como rebelião, oposição, insurreição, indisciplina e revolta.

Assim, a passagem referida deveria ler-se assim: “Ninguém de maneira alguma vos engane, porque não será assim (a vinda do “Dia do

Senhor”) sem que antes venha a partida, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição...” (vers. 3).

Todo o contexto, como veremos adiante, e a própria carta antecedente, da qual esta é um

seguimento, foi escrita por Paulo mesmas pessoas, e sustentam firmemente o testemunho de que “a partida” referida é a partida dos crentes para o encontro com Cristo. E como veremos também, esta carta só é compreendida com a anterior; bem como a anterior sem esta fica como que incompleta, na compreensão escatológica da Palavra de Deus.

ESTUDO DA PALAVRA Pode ser um grande obstáculo para entendermos determinados assuntos Bíblicos, o

estudo pré-concebido, ou seja, tentar estudar a Bíblia, não para conhecer a Vontade de Deus, mas para comprovar que o que crêem está certo. Isso de facto pode acontecer, como aconteceu comigo com este estudo. E isso é consolador e gratificante. Mas nós não devemos arranjar uma Bíblia para a nossa doutrina (como servem algumas versões mais recentes), mas uma doutrina para a nossa Bíblia.

E isso acontece com este conceito de “Apostasia”. Para muitos, a palavra grega “Apostasia”,

significa o mesmo que em português. No entanto, só a palavra é que é a mesma; o seu significado é diverso. São, por isso, palavras homógrafas: que têm a mesma grafia, mas o seu sentido é diferente.

Esta palavra, “Apostasia”, no original grego, é um substantivo e ocorre só duas vezes no

N.T.: aqui e em Actos dos Apóstolos 21:21, que se refere a Paulo, quando ele foi informado da acusação que lhe era feita, de que ele estava a ensinar a “todos os Judeus que estão entre os Gentios, a se apartarem de Moisés”.

A citação aqui daquela palavra exprime bem o seu sentido original, ou seja, “apartar” não é exactamente revoltar ou rebelar contra alguém, como o é o significado de “apostasia” em português, mas simplesmente de “sair de...”, “deslocar-se”, “partir de uma posição inicial”, etc.. Além disso, neste caso concreto, somos explicitamente informados de que esses Judeus estavam a ser ensinados a apartarem-se de Moisés, indicando que a palavra “apostasia” (no grego) por si só, não significa “uma partida da verdade”, mas simplesmente “uma partida”.

Este substantivo deriva do verbo grego “aphistemi” (partir), que ocorre quinze vezes no

chamado “Novo Testamento”. Ora, é elementar o método de estudo que se debruça em examinar as ocorrências e usos das

palavras. É uma abordagem na generalidade dos casos que nos dá uma compreensão mais perfeita do seu significado intrínseco. E é isso que vamos fazer para compreender melhor o sentido da raiz desta palavra, para chegarmos ao entendimento dos seus derivados.

Assim, apresentamos aqui uma lista de todos textos sagrados onde aparece o verbo:

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Lucas 2:37 - “não se apartava do templo...” Lucas 4:13 - "o diabo ... ausentou-se d’Ele.” Lucas 8:13 - "no tempo da tentação se desviam.” Lucas 13:27 - "apartai-vos de Mim todos vós que praticais a iniquidade." Actos 5:37 - "levou muito povo após si." Actos 5:38 - "Daí de mão a estes homens.” Actos 12:10 - "o anjo se apartou dele." Actos 15:38 - "aquele que desde Panfília se tinha apartado deles.” Actos 19:9 - "retirou-se deles." Actos 22:29 - "dele se apartaram." II Cor. 12:8 - Orei ao Senhor para que se desviasse de mim." I Tim. 6:5 - "aparta-te dos tais." I Tim. 4:1 - “apostatarão alguns da fé.” II Tim. 2:19 - "aparte-se da iniquidade." Heb. 3:12 - para se apartar do Deus vivo.” O leitor devia observar cuidadosamente que em 8 das 15 ocorrências, o verbo em

questão é traduzido por “apartar”. É de notar, ainda, que em outras 4 passagens onde o verbo apartar ou o seu sentido verbal não ocorre, tem a mesma ideia de “apartar” (Luc. 4:13; Act. 5:38; 19:9; 2 Cor. 12:8).

Só três das quinze ocorrências dizem respeito à partida da verdade. Em duas delas é declarado claramente que a partida é “da fé” (1 Tim. 4:1) e do “Deus vivo” (Heb. 3:12), enquanto que a 3ª implica claramente um partida, ou “desvio” daquilo que “creram por algum tempo” (Luc. 8:13), deixando o significado do verbo “Aphistemi”, em cada caso, a um simples “partir”, independentemente do quê. A ideia é exclusivamente de uma “partida”. E estas são as únicas três passagens das 15 acima citadas onde a partida ou desvio da verdade está implícita. Nas outras doze ocorrências o significado da palavra em si é simplesmente de “partida”, e nada mais.

Mais significativo são as referências a uma apostasia do erro, isto é, uma partida oposta ao desvio da verdade. Ou seja, se esta palavra, por si só, fosse entendida como “o desvio da verdade”, então como entenderíamos que nos devemos “apartar dos homens contenciosos” (I Tim. 6:5), e da “prática da iniquidade” (II Tim. 2:9)? Daí ser necessário usar um complemento directo ou indirecto, para determinar o tipo de “partida” que o texto se refere.

Se “apostasia” (grego) e “Aphistemi” queriam dizer o que em português a palavra

“apostasia” e “apostatar” querem dizer, porquê, então, é que o Apóstolo Paulo, quando usa o verbo “Aphistemi”, em 1 Tim. 4:1, sente a necessidade de usar o qualificativo “da fé”? Por isso, a palavra em causa, “apostasia” no seu significado e uso original, não pode significar outra coisa que não “a partida” – desde que essa compreensão não seja adulterada e influenciada pela sedição de outras ideias impostas sobre ela.

Então, “o Dia do Senhor” não virá sem que antes seja revelado o homem do pecado; e antes

que ele se manifeste, deve acontecer “a partida” da Igreja deste mundo, ou seja, deve acontecer o arrebatamento.

Alguns crentes pensam que esta referência é a algo que não está claro nas Escrituras, nem no

ensino do Apóstolo Paulo, inclusivamente nestas Epístolas aos Tessalonissenses. Mas elas complementam-se. Como já foi observado, não podemos entender a Primeira Carta sem a Segunda, e a Segunda Carta só é entendida com o conhecimento da Primeira.

Por isso, quando o Apóstolo Paulo lhes fala da “partida”, não lhes está a falar de uma coisa

nova. Ele já se tinha referido de uma forma detalhada a uma partida na Carta anterior: o arrebatamento da Igreja descrito em I Tes. 4:13-18. Foi devido à confusão nas mentes daqueles crentes recém-nascidos (convertidos), particularmente pela assimetria entre os eventos associados com a vinda do Senhor e as experiências que viviam nos seus dias, que eram de

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tribulação. Por outro lado, parece que estes crentes tinham recebido uma carta de alguém, como se o autor fosse o Apóstolo Paulo; Outros, consciente, ou inconscientemente, estavam a tentar enganá-los: se por conveniência pessoal ou não, não sabemos, mas estavam a induzir estes crentes a erro com os seus ensinos. Alguns, ainda, diziam que tiveram uma revelação espiritual, pois Paulo diz-lhes para eles não se deixarem enganar, “quer com espírito” (clamando provavelmente por uma nova revelação de Deus), “ou por palavra” (possivelmente uma má interpretação de alguma coisa que Paulo disse, ou por carta, ou quando esteve com eles em Tessalónica), e que estava a levar os Tessalonissenses a pensar que o dia do Senhor já estava a ocorrer. E estas atitudes estavam a perturbar os crentes e a sua fé, como é dito nos versículos 2 e 3 do capítulo 2 da II Epístola: “Não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis (...) nem vos deixeis enganar...”

Paulo não estava a falar-lhes de uma coisa nova, nem de uma partida que eles desconheciam.

Ele refere-se à única partida que lhes havia falado antes, e não podia ser outra coisa: o arrebatamento da Igreja (I Tes. 4:13-18). E isso é perfeitamente compreensível pela forma como o Apóstolo aborda o assunto: ele usa um artigo definido, que denota que há uma referência prévia a ela, que no contexto das Cartas, é o arrebatamento referida na primeira.

E mais: se Paulo se referisse a apostasia como se entende no português – a rebelião e desvio

da verdade, perguntamos se já em seus dias isso não acontecia?! Não foi Paulo que disse que “todos se apartaram dele”? (II Tim. 1:15), “ninguém o assistiu” (Idem, 4:16), e “todos o desampararam” (Idem, 4:16), mesmo os seus companheiros (Idem, 4:9-18). E se a apostasia é como se entende no português, então como é que Paulo diz que a “iniquidade já opera”? que é isso senão a apostasia em termos de rebelião às coisas espirituais e desvio da verdade. No entanto, aqui a “apostasia”, como no seu sentido original no grego, é simplesmente a partida – no caso concreto, da Igreja “Corpo de Cristo”.

Ele podia assegurá-los “pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com

Ele” que o Dia do Senhor não viria sem que antes ocorresse esse momento – o arrebatamento – e se manifestasse o homem do pecado, o filho da perdição. “O Dia do Senhor não estava presente, pois eles, como membros do Corpo de Cristo”, ainda estavam terra, ou seja, ainda não tinham partido.

Mas, para aqueles que dizem que nós já nos encontramos na Grande Tribulação, ou que

passaremos por ela, perguntamos: “quem é, e onde está o homem do pecado?” ESTUDO DO CONTEXTO Esta interpretação é melhor compreendida quando correspondemos este assunto da “Partida”

com os restantes textos do capítulo e Epístolas. O versículo 3 não pode ser entendido sem compreendermos o capítulo todo, particularmente

os versículos 7 e 8, onde o Escritor adstrita a vinda do Anti-Cristo à partida da Igreja, como elemento condicionante dessa manifestação, e que antecede o “Dia do Senhor”. Mas, quando o “homem do pecado” se manifestar, a Igreja já tem partido.

Na Primeira Epístola, quando Paulo se refere à vinda do Senhor, ele tem o cuidado de

destrinçar dois momentos distintos, ou dois acontecimentos diferentes, que são diferenciados com uma conjunção de oposição: “Mas” (grego: “de”), já que eles referem-se a acontecimentos diferentes: “o Dia de Cristo” (que é a vinda de Cristo para a Sua Igreja, “o Corpo de Cristo” – e que era um Mistério) e o “Dia do Senhor” (que é a vinda do Senhor para a terra: para Israel – e está profetizada desde a fundação do mundo).

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“O homem do pecado” deve manifestar-se antes que o Dia do Senhor venha (II Tes. 2:3-4). E ele não se pode manifestar sem que a partida tome lugar primeiro. Certamente é a isso que se refere Paulo no verso 6: “E agora vós sabeis o que o detém...”, (gr. “Tò Katechön”, lit., “aquilo que o detém” – género neutro). E, “aquilo que o detém” é a partida da Igreja “Corpo de Cristo”.

O versículo 7, usa o mesmo termo, mas no género masculino: “Porque já o mistério da iniquidade opera; somente há um que agora resiste, até que do meio seja tirado”. Ou seja, este “há um resistente”, no grego “ho katechön”, (lit. “o residente”), como ocorre no género masculino, refere-se a uma pessoa, e essa pessoa não é nem o Espírito Santo, como dizem, nem a Igreja, nem outra coisa qualquer. O contexto fala do Anti-Cristo, que faz parte do “Mistério da Iniquidade” (gr. “anomia” – vers. 3, 7), que se manifesta, ou opera já, com excepção do iníquo (gr. “anomos” – vers. 8), pois o mistério da iniquidade, que contrasta com o Mistério de Cristo, culminará com a vinda do iníquo, como o “Mistério de Cristo” culmina com a Sua Vinda, no arrebatamento: “O Dia de Cristo”.

“Somente há um que agora resiste...” (vers. 7). Este termo “resiste”, é a tradução da

mesma palavra do versículo 6, “katechön”, que significa algo que está retido, conservado, guardado sob domínio. Lucas 8:15, traduz a palavra por “reter”; Actos 27:40, traduz a palavra por “dirigir”, ou seja, controlando o barco onde Paulo ia; Romanos 1:18, como “deter” a verdade; I Tessalonissenses 5:21, por “reter” o bem; Filémon 13, traduz o termo por “conservar” Onésimo, entre outras ocorrências (17 no NT).

Vejamos outras versões deste texto: “Com efeito, o mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele

que agora o detém” – JFA, Edição Revista e Actualizada. “... Somente há um que agora o detém até que seja posto fora;” – RNC, Brasil. “... Tão somente com que seja tirado do meio o que agora o retém” – Bíblia de Jerusalém. “... Esperando apenas o desaparecimento daquele que o impede” – Capuchinhos. “... Mas aguarda somente que seja afastado aquele que o retém.” – E. Franciscana. “... Somente que há quem no presente o detém, até que ele, por sua vez, seja tirado do meio”

– Reina Valera. “... Até que do meio seja tirado...” – Dr. W. Kelly. Parece que há alguma dificuldade na tradução deste texto. Mas, o contexto apoia a versão

tradicional de JFA, apoiada por várias outras versões nacionais e estrangeiras, nomeadamente King James, JNDarby, American Standard Version, entre outras.

A ideia transmitida pelo contexto é a seguinte: “A iniquidade já opera misteriosamente (subtilmente). Mas para se tornar completa, há um

que até agora resiste: o detido, até que do meio (do abismo) seja tirado (libertado); e então, depois disso, o iníquo será revelado, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, (quando vier em poder e glória, conforme Apo. 19:11).

Vejamos algumas das versões citadas, orientadas com o sentido que o contexto nos dá: “... Aguarda, somente que seja afastado aquele que está detido”; penso que assim

transmitiria melhor a ideia, pois está a falar do Mistério da Iniquidade e não de uma agente activo que detém algo ou alguém;

“... Tão somente com que seja tirado do meio aquele que até agora está retido”; “... Esperando, apenas, o desaparecimento daquele impedido...”; “... Mas aguarda somente que seja afastado aquele (o) detido...” “... Só (há) o (aquele) detém no momento, até fora do meio ele ser (tiver ido)...” – Esta é

uma transliteração das palavras gregas. "E agora vós sabeis aquilo que o detém (a partida), para que a seu próprio tempo seja

manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há aquele (o iníquo) retido até que do meio seja tirado”

"E agora vós sabeis que a partida o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente o iníquo está agora a ser retido até que do

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meio seja tirado; E então será revelado, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda;"

Paulo está a falar do homem do pecado (3), e diz que algo detém a sua manifestação, que

está reservada para o tempo determinado, ou seja, a Partida da Igreja (6). No entanto, e embora ele ainda não se tenha manifestado, aquilo que o caracteriza – a iniquidade – já se manifesta, operando no mundo (7a). Mas, para que esta operação seja completa, aguarda a manifestação do próprio iníquo – que é a encarnação da iniquidade – que está reservado para o devido tempo.

Diz o Dr. Roberto Jamierson, DD, o seguinte: “somente... o que agora impede... Somente, é como que dizer, a continuidade da operação da iniquidade será mistério até que seja tirado aquele que agora está impedido. Então, a iniquidade não operará mais em segredo, ou como mistério, mas de uma forma clara e aberta.”

Portanto, o Apóstolo está a falar no versículo 7 da iniquidade que se manifestará na Grande

Tribulação em força, sob a liderança e personificação do iníquo, até que o Senhor venha para destrui-lo (8). Mas, enquanto o líder da iniquidade não se manifesta, esta vai operando de uma forma misteriosa, subtil, preparando o seu aparecimento (vers. 9-10).

Este “iníquo” está detido no abismo, que é o “Tártaro” (II Ped. 2:4; Jud. 6), - ou seja, “o

lugar mais profundo do Hades”, onde alguns anjos estão reservados para o tempo do fim – pois a seu tempo vai subir do seu lugar: o abismo, como também é chamado: “o anjo do abismo” (Apo. 9:11; 17:8).

Assim, o “aquilo” (vers. 6) que detém o iníquo é a “partida da Igreja” (vers. 3); e, o “um que resiste até que do meio seja tirado”, é o próprio iníquo, que no quadro do mistério da iniquidade, é a única coisa que até agora ainda não opera, mas que a seu tempo se manifestará. Por isso é que a “iniquidade” é chamada de mistério, também, pois ela ainda não se desvendou plenamente, pois o seu expoente máximo é o iníquo. Este, como ainda não foi revelado, ainda não deu a “cara”, é ainda um mistério, que será desvendado na Grande Tribulação.

Em suma, o “aquilo” do versículo 6 refere-se ao elemento condicionante da manifestação do iníquo; enquanto, o “um que resiste”, é o sujeito passivo da manifestação do iníquo: a própria pessoa, e não um eventual sujeito activo, como seria o Espírito Santo, ou outro agente qualquer, que estivesse a impedir a sua manifestação, e como tem sido ensinados pela generalidade dos ensinadores das Escrituras. Mas nem o texto, nem o contexto, e nem os demais Escritos Sagrados apoiam esse entendimento. É costume dizer-se, em relação à dificuldade que tem havido em entender a mensagem do Apóstolo, que só os Tessalonissenses é que sabiam o que era o “aquilo que o detém”, e o “aquele que até agora resiste”, e que não sabemos ao certo o que será... supõem-se, simplesmente...! Mas, depois de compararmos os textos e aprofundarmos o sentido das palavras empregues pelo usos feitos com as mesmas, não deixam dúvidas que o texto refere-se a dois acontecimentos que antecedem “o Dia do Senhor”, conforme é observado no versículo 3: (1) a “Partida da Igreja”, e que é referida no versículo 6; e, (2) a manifestação do Iníquo, que é desenvolvido no versículo 7 e 8.

Por outro lado, se o “um que agora o detém”, fosse o Espírito Santo, que detém o “Mistério

da Iniquidade”, “até que do meio seja retirado”, pressupõe que o Espírito Santo se retire da terra (do meio), o que é falso, embora esta opinião seja partilhada por muitos eruditos das Escrituras. No entanto, isso não acontecerá, pois, a presença do Espírito Santo nos crentes faz parte das promessas de Deus para os crentes do Reino, conforme consta das profecias (Joel, Daniel, Etc.)

Face ao exposto, penso que não há lugar a dúvidas a todas as questões que se levantam,

presumindo que Paulo aqui não podia ser mais claro. Pois, de acordo com o contexto, e com o uso das palavras empregues, e a família das mesmas, a compreensão é clara e indubitável.

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CONCLUSÃO “Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia...” (vers. 5), ou seja, tudo isto não era

novidade. O Apóstolo já os havia esclarecido, tanto quando esteve entre eles, como com a carta anterior.

“Para que a seu próprio tempo seja manifestado” (vers. 6), ou seja, os tempos e as estações de I Tes. 5:1, que são os tempos profetizados no V.T., e que só serão reatados após a partida da Igreja.

Outra evidência de que a Igreja da presente Dispensação não passará pela Grande Tribulação, e como tal, não enfrentará o iníquo, é que no versículo 13 o Apóstolo diz que fomos eleitos para salvação, ou seja, a salvação da ira e da condenação, que no contexto é a Grande Tribulação, e não tanto a salvação eterna.

Assim, em adição às muitas provas claras de que o arrebatamento do “Corpo de Cristo” precederá a Grande Tribulação, temos também uma passagem que afirma explicitamente isto, como tivemos oportunidade de verificar e confirmar: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (I Tes. 4:18). E, como é que eles se poderiam consolar se passassem pela Grande Tribulação?

“Não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis...” (II Tes. 2:2); “Ninguém de maneira nenhuma vos engane...” (Idem, 2:3). CRS Adaptado por VPP CONTRASTES ENTRE AS DUAS VINDAS A Vinda de Cristo para a Igreja chama-se de “Dia de Cristo” (Fil. 1:6; 2:16); enquanto que a

Vinda de Cristo para Israel e para a terra, é chamado de “Dia do Senhor” (Act. 2:20; II Tes. 2:2; II Ped. 3:10; Apo. 1:10).

A Vinda do Senhor para a Igreja desta Dispensação será aos “ares” (I Tes. 4:13-18); e a Vinda do Senhor para Israel será à terra (Zac. 14:4).

A Vinda do Senhor para o arrebatamento, é um “Mistério” desde antes da fundação do mundo (1 Cor. 15:51-57); e a Vinda de Cristo para o Reino está profetizada desde o principio da fundação do mundo (Mat. 25:34; Act. 3:21-24).

No arrebatamento, os crentes terão “corpos gloriosos” (I Cor. 15:38,42-43), transformados conformes o corpo glorioso do Senhor (Fil. 3:20-21); mas os corpos dos crentes do reino estarão simplesmente controlados dos efeitos do pecado, e a carne será amansada (Isa. 9:4-9; 65:20).

Os crentes da Igreja serão levados antes da Grande Tribulação (I Tes. 4:13...), e os descrentes ficarão para passarem pela Tribulação; mas, na Vinda do senhor para a terra, os descrentes é que serão levados (Mat. 13:40) e os crentes ficarão na terra para o reino (Idem, 13:43; Luc. 13:28-29).

A Vinda do Senhor para o arrebatamento é no quadro da sua Graça (II Cor. 6:2); e, a sua Vinda para o Reino será para julgar e pelejar (Apo. 19:11).

Neste Período da Igreja “Corpo de Cristo”, o Senhor demora-se porque é longânimo, não querendo que alguém se perca (II Ped. 3:9,15); mas a sua Vinda para o Reino reveste um carácter de vingança pelos que cometem iniquidade (Apo. 6:17; II Tes. 1:6-9; 2:11-14).

A Vinda do Senhor para a Igreja não é precedido por qualquer sinal: é num abrir e fechar de olhos (I Cor. 15:52), e é um segredo (Idem, 15:51); no entanto, a Vinda do Senhor para

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cumprimento da profecia, com destino a estabelecer o seu reino na terra, é precedido com sinais (Mat. 24:29-35; Act. 2:16-21), com datas (Dan. 9:23-27), e outras evidências.

Quando o Senhor vier para Reinar, em cumprimento das profecias, todo o olho o verá (Apo. 1:6-7); mas, quando vier para a sua Igreja, ninguém o verá: virá aos ares e num abrir e fechar de olhos, estaremos com o Senhor (I Cor. 15:52).

E muitas mais diferenças poderíamos apontar, mas achamos que estas, no momento são suficientes para que o leitor compreenda que estamos a tratar de coisas diferentes.

VPP, Setembro 1998

TEXTOS CONTROVÉRCIOS Este artigo servirá para mostrar o mau uso, ou o uso indispensacional das Escrituras, por

parte dos líderes ensinadores Bíblicos que induzem a Igreja ao erro do Pós-Tribulacionismo. Na realidade, até muito dos defensores da Verdade do Arrebatamento Pré-Tribulacionista têm usado passagens Bíblicas erradas a fim de provarem o seu ponto de vista, contribuindo, assim, inconscientemente e inadvertidamente para o avivar da Teoria Pós-Tribulacionista. Numerosos exemplos de tal desuso das Escrituras poderiam ser citados, mas neste artigo limitar-nos-emos a alguns textos mais significativos:

Para melhor compreendermos este assunto da Vinda do Senhor, no quadro Dispensacional, é

importante que definamos alguns pontos básicos, que nos ajudarão a termos uma melhor percepção dos factos na sua realidade.

Quatro Proposições Básicas: Nas Escrituras Sagradas, a esperança é chamada de Israel são terrenas (Sal. 2:8; Jer. 23:5);

enquanto que as nossas são celestiais (Col. 1:5; 3:1-4; Fil. 3:20; O Senhor e os seus apóstolos não foram enviados senão “às ovelhas perdidas da casa de

Israel” (Mat. 15:24; 10:5,6); Se o Senhor tivesse discutido ou até mesmo aludido ao arrebatamento do “Corpo de Cristo”

com os seus discípulos, então nem a verdade do “Corpo”, nem a do seu arrebatamento para o céu, tinham sido guardadas em segredo até à altura de serem reveladas a Paulo – como ele insistentemente o afirma (Efé. 3:1-3; Col. 1:24-29; I Cor. 15:51);

Se o Senhor instou com os seus discípulos para que aguardassem e esperassem pelo arrebatamento, então o arrebatamento deve ocorrer após a Grande Tribulação, pois Ele também os preparou para esse temo da tribulação * (Mateus 24:3 a 25:13) (* O facto da Grande Tribulação não Ter ocorrido durante as vidas dos discípulos do Senhor prova que a presente Dispensação é uma interrupção graciosa do Programa Profético – um mistério ou segredo revelado primeiro por meio de Paulo – Rom. 11:25-27). Neste caso o arrebatamento não pode ser iminente e nós não deveremos estar a “aguardar” ou a “esperar” que Cristo venha arrebatar-nos em qualquer altura.

1. Duas dormindo... Duas no Campo... e Duas no Moinho... "Então, estando dois no campo, será levado um e deixado outro; estando duas moendo no moinho, será levada uma e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há-de vir o vosso Senhor."

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(Mateus 24:40-42; Lucas 17:34-36). Frequentemente este texto é usado como referência à vinda do nosso Senhor Jesus Cristo

para arrebatar os membros do seu “Corpo”. Assim, se diz que no arrebatamento da Igreja, estando dois a trabalhar no campo, um será levado e outro deixado para passar pelo dia da ira de Deus: a Grande Tribulação; e que, igualmente, sucederá com as mulheres que possam estar a moer lado a lado no moinho: uma será arrebatada para se encontrar com O Senhor e a outra será deixada para passar pela grande tribulação.

Contudo, esta passagem não tem qualquer relação com o arrebatamento do Corpo de Cristo, nem com o seu encontro com o Senhor nos ares.

A verdade da vinda do nosso Senhor para os membros do Seu Corpo foi um mistério, ou segredo que se manteve escondido até que o Senhor, já na glória, e não antes disso, o revelou ao Apóstolo Paulo e através dele para a Igreja, quando nas sucessivas revelações que recebeu, depois que o Senhor o chamou (II Cor. 12:1-4; I Cor. 15:51-53; I Tes. 4:15-18). A verdade do arrebatamento foi revelada, portanto, não durante o ministério dos profetas, nem durante o ministério terreno de nosso Senhor, nem pelo ministério dos doze Apóstolos em Actos dos Apóstolos, mas pelo Senhor Jesus Cristo glorificado e coroado como Cabeça da Igreja, “o Corpo de Cristo”.

Por esse facto, todas as referências feitas à vinda do Senhor antes da Revelação do Mistério, nada lhe dizem respeito, mas à vinda do Senhor conforme estava profetizada, e, por isso, para reinar. E neste quadro incluímos o texto citado de Mateus 24.

A passagem do nosso texto diz: “um será levado, e outro deixado”. Mas, onde e como um será levado e outro deixado? E que acontece ao que ficar?

Dos versículos que precedem imediatamente os da passagem em questão, depreende-se que está em vista a vinda de Cristo à terra para julgar e reinar. Esta vinda será como nos dias de Noé. As pessoas comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam até que veio o dilúvio e o levou a todos. Aquelas pessoas não foram levadas para a glória, mas para o juízo. E as que ficaram, não ficaram para tribulação, mas para a continuidade da vida.

Uma vez que os versículos 40 e 41 são uma continuação desta ilustração, é evidente que os dois "levados são levados em juízo no retorno do nosso Senhor para reinar, enquanto que os dois que são "deixados", são deixados para entrar no Seu reino Milenial. Esta interpretação só é consistente com o texto completo, em que encontramos esta passagem.

Para confirmar esta compreensão, citamos alguns textos: “Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus

discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo. E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem; O

campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno; O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” (Mateus 13:36-43).

Como vemos, que será levado são os descrentes e não os crentes; esses ficarão para o Reino

Milenial, juntamente com aqueles que serão ressuscitados antes do Milénio, ou seja, “a Primeira Ressurreição” (Apo. 20:4-6). Esta é que é a ressurreição profética, que inclui todos os crentes que não fazem parte da Igreja “Corpo de Cristo”, e se contrasta com a ressurreição dos crentes do Mistério.

E para mostrar que assim acontecerá na vinda do Senhor para o estabelecimento do seu reino, lemos ainda em Mateus:

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“E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; (...)

Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; (...)

Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; (...) E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.” (Mateus 25:31-46)

Como é diferente a linguagem e as referências que são feitas à vinda do nosso Senhor para a

Sua Igreja – O Corpo de Cristo. E quanta confusão seria evitada se a verdade do arrebatamento do “Corpo de Cristo” para o encontro com a sua Cabeço, fosse reconhecido ser o que é: um segredo divino primeiramente revelado a Paulo, que é a Igreja desta presente dispensação - o Corpo de Cristo.

Na verdade, foi esta a base para o seu apelo aos Tessalonissenses, para que estes não se

“movessem”, nem se “perturbassem” por aqueles que queriam fazê-los pensar que o Dia do Senhor estava presente. Ele também tinha-lhes falado acerca “destas coisas” quando ainda estava com eles (II Tes. 2:5). E é nesta mesma base que exorto o leitor a não se mover facilmente destas verdades essenciais, pois elas determinarão a qualidade da sua comunhão com o Senhor, e o nível do gozo das coisas espirituais.

O Senhor nos ajude a glorificá-lo incessantemente. 2. MATEUS 25:1-13 “Mas, à meia noite ouviu-se um clamor: Aí vem o Esposo. Saí-lhe ao encontro. (…) Vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do Homem há-de vir” (25:6,13) A parábola das dez virgens, em Mateus 25:1-13, é uma passagem que muitos

ensinadores da Bíblia têm associado ao arrebatamento da Igreja “Corpo de Cristo”. Têm, assim, inconscientemente promovido e fomentado tanto a Teoria do Pós-Tribulacionismo, como a Teoria do “Arrebatamento Parcial”, pois, de acordo com esta parábola, só os que estão preparados é que entram nas Bodas.

As cinco virgens sábias ou prudentes e as cinco virgens loucas são geralmente tidas como representando os salvos (que têm o Espírito Santo, representado pelo azeite) e os perdidos (os que não têm azeite). Eles ensinam, assim, que os salvos irão ficar com Cristo “quando o Filho do Homem vier” (no arrebatamento), e os perdidos não. Vários livros, entre eles o “Clamor da Meia Noite”, têm sido escritos para exporem esta interpretação. Na verdade, este escritor ficou admirado de até o Dr. Arno C. Gaebelein, depois de Ter insistido que Mateus 24:40 e 41 apenas se pode referir ao retorno do Senhor à terra após a Grande Tribulação, afirmar que esta passagem se refere ao arrebatamento da Igreja antes da Tribulação (Ver: “Gospel of Mathew”).

Contudo, esta interpretação viola de novo o contexto. A narrativa das dez virgens diz respeito ao “Reino dos Céus” (vers. 1), e tanto as Escrituras

do Velho Testamento como do Novo Testamento é claro em relacionar o “Reino dos Céus” (não “nos céus”) ao Reino do Senhor estabelecido na terra (Daniel 2:44; Mateus 4:17; 5:5; 6:10; Lucas 2:14). Isto, só por si, indica que a parábola nada tem a ver com o arrebatamento da Igreja “Corpo de Cristo” para o céu.

Mais, nesta passagem o “Esposo” vi ao seu casamento (vers. 10). Ou seja, é como as Escrituras proféticas descrevem o jubiloso Milénio, quando a remida nação de Israel se unir a Cristo após a sua conversão nacional, no termo da Grande Tribulação.

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E as Virgens? Quem são? Decerto que não são a Noiva, mas as “Damas de Honor”. O que apontam ser os Gentios salvos que participarão na alegre festa Milenial (Romanos 15:8-10). E o contexto aponta para isso. O Senhor diz que os cordeiros e os bodes serão separadas e julgados segundo o tratamento que tiveram para com a Nação de Israel (31-46)

Mais, ainda como é que as virgens prudentes levam um suprimento adicional de azeite nas suas vasilhas, com as suas lâmpadas, enquanto que acerca das loucas se diz que vão comprar azeite para si? (vers. 4,9) Embora seja verdade que o azeite, nas Escrituras Sagradas, simbolize o Espírito Santo, poderá o azeite referir-se aqui ao Espírito Santo no crente? E será que Ele pode ser comprado?

Que disse Pedro sobre isso em Actos 8:17-25? O azeite pode significar uma multiplicidade

de coisas; no entanto, nós cremos que o azeite se refere à bênção da salvação, no quadro da Revelação Profética, onde era exigido obras para o efeito. Veja-se o caso de Abel, Abraão, Raabe, Davi, entre outros exemplos. E, o facto de não terem as sua lâmpadas dando luz, que é como dizer que não andam segundo as obras, que deixam de entrar nas Bodas; e assim, da salvação. Em qualquer caso, esta parte da parábola não se pode aplicar aos crentes da presente Dispensação da Graça.

Também, nesta parábola, só os que estão “prontos” é que podem entrar nas Bodas. Então,

como se pode referir isto ao arrebatamento da Igreja, onde muitos milhares, sem dúvida, não estarão a contar? Esse dia vai ser uma surpresa para muitos crentes. E só por isso vão ficar para a Grande Tribulação? Não. Indubitavelmente não.

O último versículo atesta mais a compreensão que temos vindo a seguir. O texto refere-se à

“Vinda do Filho do Homem” (vers. 13). Nas profecias respeitantes ao Reino Milenial o Senhor é referido muitas vezes como “o Filho

do Homem”. Na verdade, os quatro registos do seu ministério terreno apresentam-no a usar este título em relação a Si próprio sessenta e nove vezes. Por via do contraste, como Cabeça ressuscitado e glorificado da Igreja, que é o seu Corpo, Ele não usa este título nem sequer uma única vez. Nas Epístolas de Paulo o Senhor não é denominado “Filho do Homem” uma vez sequer, ainda que o termo apareça em Hebreus 2:6, correspondente a um “F”, respeitante à descendência da humanidade em geral.

A exortação à “vigilância”, em relação à vinda do “Filho do Homem” no versículo 13,

merece especial atenção. Certamente que os discípulos do Messias não vigiariam então pelo seu retorno, enquanto Ele ainda estivesse com eles. É evidente que eles vigiariam quando se tornasse patente que o Seu retorno à terra estivesse próximo. A proximidade do Seu retorno seria anunciada por sinais específicos, dramáticos (Lucas 21:25), e então eles começariam a vigiar, não sabendo apenas em que dia ou hora Ele apareceria. Assim, Lucas 21:28 diz:

“Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.”

Também era a esse momento específico que o Senhor se referia, quando disse: “Porém, daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas

unicamente o Pai” (Mateus 24:36). Por via do contraste, nós, agora, membros do “Corpo de Cristo”, aguardámo-lo a esperámo-

lo a qualquer momento. Não nos são dados nenhuns sinais específicos para nos alertar da proximidade da sua vinda, pois se devemos esperar que apareça algum sinal antes que Ele venha, então a Sua vinda para nós não pode ser iminente e nós não devemos esperá-lo ou aguardá-lo agora. (Ver a Proposição 4.)

O Apóstolo Paulo tornou isto inconfundivelmente claro quando escreveu em I Tessalonissenses 1:9-10, dizendo que os crentes Tessalonissenses, tendo vivido há mais de 1900 anos, “dos ídolos se tinham convertido a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e a esperar dos céus a Jesus, que nos livra da ira futura...”. E quando escreveu aos Coríntios, disse que “nem todos dormiremos” (I Cor. 15:51). E, ainda, aos Tessalonissenses, que, “nós os que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (I Tes. 4:17). É claro que Paulo não imaginava que Deus

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prorrogasse o Dia da Graça por mais de dezanove séculos, esperando por pecadores até este preciso momento.

Assim, no contexto de Mateus 24 e 25, o Senhor insta com os seus discípulos a vigiarem

pelo seu retorno, quando os sinais da sua vinda começarem a acontecer. Contudo, a nós, membros do “Corpo de Cristo”, Ele não nos dá um único sinal que enuncie a Sua vinda para nós. É apenas no Seu grande amor e misericórdia que Ele faz perpetuar por tempo indeterminado o Dia da Sua Graça, esperando que almas se arrependam, antes de dar continuidade ao Dia da Sua Ira, que havia ficado suspenso com a introdução desta Dispensação. Por conseguinte, nós devemos esperá-lo, mesmo enquanto o “servimos” (I Tes. 1:9-10).

3. “Não se turve o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que, onde Eu estiver, estejais vós também.” JOÃO 14:1-3 Um grande número de crentes sinceros são muito sensíveis a esta passagem sagrada, pois

uma grande dose de sentimento não Bíblico tem sido associado a ela desde há muito. E questionar a validade do ponto de vista tradicional significará o despertar inevitável de reacções emocionais. Assim, antes de discutirmos a passagem em si, consideremos alguns factos básicos que nos conduzem à sua interpretação. Esperamos que os leitores, ao procurarem verdadeiramente luz sobre a verdade do arrebatamento, abram sinceramente os seus corações para o que Deus diz acerca disso.

João 14:1-3 tem sido amplamente interpretado como significando que o Senhor ascendido ao

céu, se encontra agora lá a preparar mansões para o Seu povo habitar, e que, quando essas mansões estiverem prontas Ele retornará para arrebatar a sua Igreja, levando os seus para aquelas habitações.

Depois, confunde-se este texto com o que Paulo diz em II Coríntios 5:1, quando diz: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna nos céus”

Ora, quando o Apóstolo Paulo diz que temos de Deus um edifício, em contraste com o

tabernáculo do nosso corpo, quer destrinçar o corpo débil que hoje temos, com o “corpo glorioso” que teremos depois do arrebatamento” (Fil. 3:20-21). Enquanto que as “moradas” referidas nesta passagem reporta-se à vida providenciada por Deus no Milénio.

Lembramos, neste momento, a Proposição nr. 3. Os que interpretam o versículo 3 desta

passagem como se referindo ao arrebatamento na Igreja “Corpo de Cristo”, têm-se, evidentemente, esquecido, ou nunca souberam, que o arrebatamento do “Corpo de Cristo” era um mistério revelado a Paulo, e foi por intermédio dele que ele se tornou conhecido na Igreja (I Cor. 15:51-52; I Tes. 4:15). O Senhor nunca disse nada aos seus discípulos acerca da Dispensação da Graça, ou do arrebatamento da Igreja desta Dispensação. Ele preparou-os para a Grande Tribulação e o seu sequente retorno à terra para reinar com eles.

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Alguns argumentam que, uma vez que João escreveu esta Evangelho depois de Paulo, que tinha já conhecimento do arrebatamento da Igreja, e que escreve em função disso. Porém, este argumento não é válido, pois esta passagem de João 14 regista simplesmente as Palavras do nosso Senhor Jesus Cristo aos seus Apóstolos aquando ainda aqui na terra desempenhava o seu ministério. Pois as Palavras do Senhor não seriam condicionadas com o tempo, ou alterado o seu sentido em função de novas revelações: o que Ele disse então deixaria de o ser amanhã?

Se crêssemos, como muitos crentes crêem, que a Igreja desta Dispensação, o “Corpo de

Cristo” teve o seu começo com Cristo na terra e com os doze Apóstolos, não poderíamos encontrar qualquer justificação para a doutrina do arrebatamento iminente. Esta bendita doutrina assenta exactamente no ministério mais tarde revelado a Paulo.

O Senhor prometeu aos seus discípulos um reino na terra, não um lar no céu. Nem os santos,

antes daquele tempo esperavam ir para o céu. Investiguemos as Escrituras e vejamos. Esta é uma esperança reservada para os membros do Corpo de Cristo (Col. 1:5-6).

Este facto Bíblico é simples, mas apesar disso milhares de crentes necessitam de o aprender.

Investiguemos o Velho Testamento ou os registos dos Evangelhos, procurando encontrar qualquer indicação do que os crentes daqueles dias tinham uma esperança celestial e o nosso esforço será vão. Foram-lhes prometidas as bênçãos dos céus, no Reino Milenial, que será o Reino dos Céus a ser estabelecido na terra (Jer. 23:5; Mat. 5:5; 6:10; 19:28). Na verdade, foram instados a colocarem os seus tesouros nos céus, a confiarem no Pai que está no céu, e esperarem o Espírito Santo do céu (Mat. 6:20, 30-33; Luc. 24:49). Ele até prometeu ir ao céu “receber para Si um reino” e voltar (Luc. 19:12). Mas, nunca prometeu que eles, os seus seguidores Judaicos, seriam arrebatados para o céu, para estarem com Ele. Pelo contrário, Ele prometeu voltar à terra para estar com eles (Joa. 14:28), e, assim, eles com Ele (Mat. 19:28; Joa. 14:3). O Senhor, ao ter ido “receber para Si um Reino” (como os magistrados Romanos iam a Roma receber os seus “reinos” de César Augusto), Ele voltaria – voltará – e cumpriria – cumprirá – as Suas promessas de Mateus 19:28 e 25:14-23, dando aos seus discípulos, e especialmente aos seus Apóstolos, uma participação activa no Reino.

Com tudo isto em mente, agora, consideremos os detalhes de João 14:1-3. “Na casa de meu Pai...” Esta referência à casa do Pai não é ao céu. Neste Evangelho a referência é feita sempre ao

Templo em Jerusalém (2:16-17), que era um tipo do verdadeiro Templo que estará construído no Reino Milenial (Isa. 56:7; Eze. 44:7). O próprio Senhor disse que, “Ao que vencer, Eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá...” (Apo. 3:12).

Esta é uma referência ao Templo Milenial. É verdade que o Templo terreno não passava de uma figura do verdadeiro (Heb. 9:24), mas

em Hebreus, Paulo, escreve aos “participantes da vocação celestial” (3:1), enquanto que os seguidores do Senhor na terra tinham uma vocação e orientação terrenas.

As “moradas” (gr. “Abodes”), do versículo 2 são simples residências, pois nas muitas

paredes do templo eram construídas as residências dos que ministravam lá (I Rei. 6:5; Eze. 40:44-46).

As palavras do Senhor: “Se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito”, são muito significativas

aqui, pois implicam que eles teriam razão para esperar que tais residências haveriam de ser providenciadas. Certamente que eles não tinham qualquer motivo para esperarem a preparação de “moradas” para seu uso no céu. Uma tal provisão nunca fora insinuada. Mas se serviriam com Ele na terra como “príncipes e sacerdotes, para Deus e seu Pai” (Apo. 1:6).

“Vou preparar-vos lugar...” Esta frase tem uma conotação mais moral e espiritual que física.

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O Senhor iria “receber para Si um Reino, e voltar” (Luc. 19:11-12), e no qual iria providenciar um lugar para cada um dos seus seguidores (16-19, conforme Mat. 19:28).

É importante, ainda, observar que João 14:3 nada diz acerca dos santos serem arrebatados. Pelo contrário, O Senhor diz aos seus Apóstolos: “Se Eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que, onde Eu estiver estejais vós também.”

Não podemos divorciar esta passagem de Actos 1:11, onde o Anjo diz a estes mesmos

Apóstolos, quando eles olhavam para o céu, vendo o Senhor subir: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há-de vir, assim como para o céu o vistes ir”.

Tanto em João 14 como em Actos 1, o tema é a partida e a volta do Senhor. E esta volta está

de acordo com a profecia, pois Ele voltará à terra (Zac. 14:4), onde colocará os seus pés no Monte das Oliveiras, que é o mesmo lugar donde Ele ascendeu (Act. 4:12).

“Vou preparar-vos lugar...” Não se refere ao céu, mas à obra que Ele iria realizar na cruz

do calvário. Ali é que o lugar dos crentes foi preparado por Ele para que eles, e todos, vivam em comunhão com O Senhor.

Estas moradas não são físicas. Aquilo que é visível, mas de natureza espiritual, já está preparado por Deus, desde a fundação do mundo (Luc. 1:70; Act. 3:21), e que já Abraão esperava, da qual o construtor e arquitecto é Deus (Heb. 11:10,14).

“Virei outra vez e vos levarei para mim mesmo...” Estas palavras parecem ser as que mais controvérsia podem trazer. Será que o Senhor está a

dizer que os iria tomar para os levar para o céu? Não, de modo algum. O Senhor tinha-lhes prometido: “Não temas pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino...” (Luc. 12:32). E aos seus Apóstolos tinha-lhes dito: “Vós que me seguistes, quando na regeneração, o Filho do Homem se assentar no Trono da sua glória, também vós vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel” (Mat. 19:28).

Como é que poderia o Senhor ter preparado intensamente os seus discípulos para a Grande

Tribulação, e ao seu retorno à terra para reinar, e por outro lado, também ter prometido vir para tomá-los da terra para o céu, a fim de estarem com Ele?

As palavras referem-se ao lugar que os crentes do Reino, ou que no quadro profético esperavam o Reino, terão no Reino Milenial: é um lugar perto do Senhor. É a mesma expressão do Senhor, quando disser naquele dia: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí em herança o Reino que vos está preparado, desde a fundação do mundo” (Mat. 25:34), e “Mas, os justos, resplandecerão como o sol, no Reino do Seu Pai.” (Mat. 13:43).

4. “E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.” (Actos 1:10-11) Mas porque é que os onze apóstolos não deviam estar a olhar para o céu? O seu bendito

Senhor não tinha acabado de ascender para lá? Seria estranho que, após o Seu desaparecimento da sua vista, eles ainda continuassem ali, com as suas faces semelhantemente aos corações, voltados para cima?

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E porque é que os anjos atraíram a atenção deles para a terra, como que para assegurar-lhes que este mesmo Jesus viria do mesmo modo que tinha partido? E, notemos cuidadosamente: depois dos anjos lhes terem falado, eles “voltaram... para Jerusalém” (Vers. 12).

Nós cremos que a resposta a estas perguntas jaz na distinção entre a Revelação de Jesus Cristo para reinar na terra e a revelação do arrebatamento da Igreja para o céu, no término desta Dispensação.

A questão dos anjos deveria lembrar-nos pela via do contraste do que Paulo escreveu mais

tarde aos crentes Filipenses, a respeito do Corpo de Cristo: “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”

(3:20). Já demos provas suficientes neste artigo que o Reino do Messias seria – e será – estabelecido

na terra. Também vimos que aos Apóstolos foi-lhes prometido um lugar especial com Cristo no Seu Reino.

Não é, então, de admirar que os Apóstolos no monte das Oliveiras tivessem formulado uma

questão – o significado da qual tem sido quase completamente perdido pela maioria dos teólogos:

“Senhor, restaurarás Tu neste tempo o Reino a Israel?” (Actos. 1:6). Também não é de admirar, seguindo a mesma linha de pensamento, que os varões

perguntassem aos mesmos Apóstolos: “Porque estais a olhar para o céu?” A atenção deles necessitava de ser atraída para a terra, como aliás foi. A obra deles era na

terra. A gloriosa esperança deles situava-se na terra. A expectação ávida deles era reinar com Cristo na terra.

Notemos bem, os anjos prometeram que “esse Jesus” haveria de “vir assim como” eles o

tinham visto ir. Nós repetimos então a questão: será que eles teriam querido dizer que Ele viria a algum outro lugar, como os “ares”? (I Tes. 4:17) É evidente que eles queriam dizer que Ele viria de novo ao mesmo lugar, isto é, à terra. Assim, conforme o profeta Zacarias declarou, “naquele dia os seus pés estarão no monte das Oliveiras. Certificados, assim, pelos anjos acerca do retorno do Senhor a terra, onde os Onze Apóstolos voltaram para Jerusalém, onde tinham sido instruído que “esperassem” pela vinda prometida do Espírito Santo (Act. 1:4, 12).

OS SINAIS DOS TEMPOS Mas, porque é que os anjos fizeram sentir aos Apóstolos e demais discípulos que eles não

necessitavam de olhar para cima nesta altura? A resposta agora deveria ser clara para nós, pois, como temos visto, O Senhor tinha-os informado dos sinais que anunciariam a proximidade da Sua vinda. Quando esses sinais começassem a aparecer, então sim, eles deveriam começar a esperá-lo. Antes que esses sinais aparecessem, Ele não poderia vir (Lucas 21:25-28).

Actos 1:11, então, é fácil de ser explicado à luz da chamada e esperança de Israel, mas

decerto que não será facilmente explicado se, como alguns ensinam, se se referisse ao arrebatamento do “Corpo de Cristo” para o céu.

O CORPO DE CRISTO Foi depois de Israel ter rejeitado a oferta do Reino Messiânico que Deus, em Graça,

interrompeu o Programa Profético, reputando todos à incredulidade, “para que Ele pudesse revelar a todos a Sua Misericórdia” (Rom. 11:32)

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“E pela cruz reconciliar ambos (crentes Judeus e Gentios) com Deus em um Corpo, matando com ela as inimizades” (Efé. 2:16).

É a este “Um Corpo”, a Igreja da presente Dispensação da Graça, que Deus tem dado a

promessa do arrebatamento a vinda da Cristo para arrebatar os Seus, antes que sobre o mundo que rejeita Cristo estale o terrível dia da Sua Ira. É a nós que o Apóstolo Paulo escreve acerca da Sua vinda à atmosfera acima de nós, na qual todos os crentes serão “arrebatados... a encontrar o Senhor nos ares” (I Tes. 4:16-17).

Nós não esperamos que o Senhor venha “assim como” os onze Apóstolos O virão subir ao

céu. Na ascensão “a nuvem O recebeu ocultando-o aos seus olhos”. (Esta nuvem não era uma nuvem natural, mas a nuvem da glória de Deus, chamada pelos hebreus de “Shekinah”). Eles não poderiam Ter contemplado a glória que mais tarde cegou Saulo – uma luz que ao meio dia excedia o resplendor do sol (Actos 26:13). Paulo diz-nos assim:

“Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne, contudo, agora, já não O conhecemos desse modo” (II Cor. 5:16).

A nossa chamada e esperança são celestiais. Na verdade, até mesmo já agora desfrutamos

duma posição celestial (Efé. 2:16), e de bênçãos espirituais e celestiais (Efé. 1:3), e um dia seremos “transformados” (I Cor. 15:51), e “glorificados” (Fil. 3:20-21), de tal forma que podemos habitar já na presença do Senhor exaltado e participar da sua glória.

Os onze foram colocados aparte quando “uma nuvem O recebeu ocultando-o a seus olhos”,

mas nós, membros do “Corpo de Cristo”, seremos arrebatados nas nuvens a encontrar O Senhor nos ares” e assim estaremos sempre com Ele (I Tes. 4:17). Como agradeceremos a Deus pela “esperança que está reservada nos céus para nós”? (Col 1:5).

OLHANDO PARA CIMA Que confusão resulta do uso de textos sagrados dos quatro evangelhos e dos Actos dos

Apóstolos para provar o iminente arrebatamento Pré-Tribulacionista da Igreja “Corpo de Cristo”!

Desde os dias de Paulo a vinda de Cristo para recolher os Seus embaixadores, antes da

declaração de guerra a este mundo ímpio tem sido iminente. Assim, como o Apóstolo esperava que O Senhor viesse nos seus dias, assim também, ele instou com os crentes para que remisse “o tempo, porque os dias são maus” (Efé. 5:16), e escreveu aos Coríntios: “Agora é o tempo aceitável. Agora é o dia da Salvação” (II Cor. 6:2).

Assim, ao terminar comparemos o “porque estais olhando para o céu?”, dos anjos, com as

palavras de Paulo, inspiradas pelo Espírito Santo, para nós, membros do “Corpo de Cristo”: “... E dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar

dos céus a Seu Filho...” (I Tes. 1:9-10); “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, O Senhor

Jesus Cristo” (Fil. 3:20-21); “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da gloria do Grande Deus

e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tito 2:13). Se “dividirmos bem a Palavra da Verdade”, e reconhecermos plenamente que a verdade do

arrebatamento era um segredo que foi primeiro revelado a Paulo, não seremos iludidos – nem temeremos – podemos ser chamados a suportar os horrores do tempo da ira de Deus, mas teremos a certeza absoluta de que Ele virá primeiro para nós, a fim de nos tomar para Si.

Page 25: A Vinda do Senhor e O Mistério - Eclesi' Astes · PDF filePós-milenistas e A-milenista vêem o arrebatamento da Igreja no final desta era e simultâneo com a segunda vinda de Cristo.

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“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com Ele” (I Tes. 5:9-10).

Podemos, pois, olhar para cima! Textos: Rom. 8:18-19; I Cor. 1:7-8; Efé. 4:30; 5:27; Fil. 1:10; 3:20-21; Col. 1:5, 27; I Tes.

1:9-10; 4:13-18; 5:9; II Tes. 2:13; I Tim. 4:1-5; II Tes. 3:1-5; 4:8; Tit. 2:13; II Ped. 3:1-18; I Joa. 2:28 a 3:3.

CRS Adaptado por VPP, Setembro 1999 In “Eclesi’ Astes 14”