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    A VINDA DO SENHOR

    C. H. Mackintosh (1820-1896)

    Traduo Mario Persona

    NDICE

    IntroduoO FatoA Dupla Aplicao do Fato"A vinda" e "O Dia"As Duas RessurreiesO JuzoO Remanescente JudeuCristandadeAs Dez VirgensOs Talentos

    Observaes Finais

    COMENTRIOS SOBRE A VINDA DO SENHORINTRODUO

    O leitor atento do Novo Testamento encontrar em suas pginas trs fatos solenes esignificativos colocados diante de si. O primeiro, que o Filho de Deus veio a este mundo eSe foi; o segundo, que o Esprito Santo desceu terra e permanece aqui; e, o terceiro,que o Senhor Jesus voltar.

    Estes so os trs grandes temas descortinados nas Escrituras do Novo Testamento, e

    vamos descobrir que cada um deles tem uma dupla aplicao: uma diz respeito ao mundoe outra Igreja. Ao mundo de uma forma geral, e em particular a cada homem, mulher ecriana no convertidos; Igreja, de uma forma geral, e a cada membro individualmente. impossvel algum se esquivar do significado destes trs grandes fatos naquilo que dizrespeito sua prpria condio pessoal e ao seu destino eterno.

    importante notar que no estamos falando de doutrinas -- embora no haja dvida deque existam doutrinas -- mas de fatos; fatos apresentados da maneira mais simplespossvel pelos vrios escritores inspirados usados para apresent-los. No existequalquer inteno de adorn-los ou alter-los. Os fatos falam por si prprios; estoregistrados e deixados ali para produzir seu peculiar e poderoso efeito na alma.

    1. Antes de tudo, vamos analisar o fato do Filho de Deus ter vindo a este mundo. "PorqueDeus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unignito, para que todo aqueleque nEle cr no perea, mas tenha a vida eterna". "O Filho de Deus vindo". Ele veioem perfeito amor, como a exata expresso do corao e propsito de Deus, de Suanatureza e carter. Era o resplendor da glria de Deus, a expressa imagem da SuaPessoa e, mesmo assim, modesto, humilde, bondoso e socivel. Era Algum que podiaser visto dia aps dia caminhando pelas ruas, indo de casa em casa, bom e afvel paracom todos, acessvel aos mais pobres e tomando criancinhas em Seus braos da formamais terna, gentil e cativante. Era visto enxugando as lgrimas da viva, consolando o

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    corao contrito e abatido, saciando o faminto, curando o enfermo, purificando o pobreleproso, atendendo a toda sorte de necessidade e sofrimento humano, a servio de todosos que necessitavam de auxlio e compaixo. Ele "andou fazendo o bem", foi o incansvelservo das necessidades humanas. Ele jamais pensou em Si mesmo, ou buscou Seusprprios interesses no que quer que fosse; Ele viveu para os outros. Sua comida e bebidaeram fazer a vontade de Deus, e satisfazer os coraes cansados e sobrecarregados dos

    filhos e filhas dos homens. Seu amvel corao sempre fluiu em mananciais de bnospara todos os que sentissem a presso deste mundo triste e contaminado pelo pecado.

    Temos aqui, portanto, o maravilhoso fato diante de nossos olhos. Este mundo foipercorrido por aquela bendita Pessoa da qual falamos -- este mundo recebeu a visita doFilho de Deus, o Criador e Mantenedor do Universo, o humilde, despojado, amoroso ebenigno Filho do Homem, Jesus de Nazar, Deus sobre tudo e eternamente bendito e, aomesmo tempo, um Homem absolutamente perfeito, santo e incontaminado. Ele veio emamor para com os homens, veio a este mundo como a expresso do perfeito amor paracom aqueles que tinham pecado contra Deus e no mereciam coisa alguma alm daperdio eterna por causa de seus pecados. Ele no veio para esmagar, mas para curar;no veio para julgar, mas para salvar e abenoar.

    O que aconteceu a esse bendito Jesus? Como o mundo O tratou? O mundo O expulsou!No O quis! Preferiu um ladro e homicida em lugar desse Homem santo, bondoso eperfeito. O mundo recebeu o que pediu. Jesus e um ladro foram colocados diante domundo e a pergunta foi feita: "Qual desses dois quereis vs?". Qual foi a resposta?"Barrabs". "Os prncipes dos sacerdotes e os ancios persuadiram multido quepedisse Barrabs e matasse Jesus. E, respondendo o presidente, disse-lhes: Qual dessesdois quereis vs que eu solte? E eles disseram: Barrabs" (Mt 27:20-21). Os lderes eguias religiosos do povo -- os homens que deveriam gui-los pelo caminho direito --persuadiram a multido pobre e ignorante a rejeitar o Filho de Deus e aceitar um ladro ehomicida em Seu lugar!

    Leitor, lembre-se de que voc est em um mundo que culpado deste terrvel ato. E nos isso, mas a menos que voc se arrependa e creia verdadeiramente no Senhor JesusCristo, voc parte e poro deste mundo, e est sob toda a culpa que decorre daqueleato. Isto por demais solene. O mundo todo culpado de deliberada rejeio eassassinato do Filho de Deus. Para isso temos o testemunho de pelo menos quatrotestemunhas inspiradas. Mateus, Marcos, Lucas e Joo, todos eles registram que omundo todo -- judeus e gentios, reis e governantes, sacerdotes e o povo -- todas asclasses, seitas e partidos, concordaram em crucificar o Filho de Deus. Todosconcordaram em assassinar o nico homem perfeito que apareceu neste mundo, aperfeita expresso de Deus -- do Deus que sobre tudo bendito eternamente. Ouconsideramos os quatro evangelistas como falsas testemunhas ou admitimos que omundo, como um todo e em cada uma das partes que o constituem, est manchado pelo

    terrvel crime de ter crucificado o Senhor da glria.Este o verdadeiro padro pelo qual o mundo deve ser medido e pelo qual deve sermedida a condio de todo inconverso deste mundo, seja homem, mulher ou criana. Seeu quiser saber o que o mundo, basta ponderar no fato de que o mundo aquele quepermanece culpado diante de Deus pelo deliberado assassinato de Seu Filho. Quetremendo fato! Um fato que coloca sua marca no mundo da forma mais solene, e o expediante de nossos olhos em toda sua obscuridade. Deus tem uma demanda com estemundo. Ele tem uma questo a ser resolvida com o mundo -- uma questo terrvel -- cuja

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    mera meno deveria fazer os ouvidos dos homens retinir e o corao tremer. Um Deusjusto precisa vingar a morte de Seu Filho. No se trata meramente do fato de ter o mundoaceitado um vil ladro e assassinado um homem inocente; isto, por si s, j teria sido umato pavoroso. Mas, no, aquele inocente no era ningum menos do que o Filho de Deus,o querido do corao do Pai.

    Que pensamento! O mundo dever prestar contas a Deus pela morte do Seu Filho -- port-Lo pregado na cruz entre dois ladres! Que ajuste de contas ser! Quo vermelho sero dia da vingana! Que esmagamento terrvel trar aquele momento, quando Deusdesembainhar a espada do juzo para vingar a morte de Seu Filho! Quo v a idia deque o mundo esteja melhorando! Melhorando apesar de manchado com o sangue deJesus? Melhorando apesar de estar sob o juzo de Deus por causa desse ato?Melhorando apesar de precisar prestar contas a um Deus justo pelo tratamento dado aoAmado de Sua alma, enviado em amor para abenoar e salvar? Que estupidez cega! Quetolice louca! Ah, no! No pode haver qualquer melhoria at que o mundo seja varridopela destruio e a espada do juzo tenha feito seu terrvel trabalho para vingar oassassinato -- o assassinato deliberadamente planejado, e executado com tamanhadeterminao -- do bendito Filho de Deus. No podemos conceber uma iluso mais falsa

    e fatal do que imaginar que o mundo possa algum dia ser melhorado enquanto estiver soba terrvel maldio da morte de Jesus. O mundo que preferiu Barrabs a Cristo no podeconhecer melhoria. Nada h para ele alm do devastador juzo de Deus.

    O mesmo se pode dizer do significativo fato da ausncia de Jesus, em relao presentecondio e ao destino futuro do mundo. Mas este fato traz outras implicaes. Ele estrelacionado Igreja de Deus como um todo, e ao crente individualmente. Se, por um lado,o mundo expulsou a Cristo, por outro os cus O receberam. Se, de sua parte, os homensO rejeitaram, Deus O exaltou. Se o homem O crucificou, Deus O coroou. Devemosdistinguir cuidadosamente estas duas coisas. A morte de Cristo, quando vista como umato do mundo -- o ato do homem -- envolve a total e absoluta ira e juzo. Por outro lado, amorte de Cristo, quando vista como um ato de Deus, envolve a total e absoluta bno

    para todos aqueles que se arrependem e crem. Uma ou duas passagens da divinaPalavra iro provar isto.

    Vamos abrir por um momento no Salmo 69, o qual apresenta de forma to clara nossobendito e adorvel Senhor sofrendo nas mos dos homens e suplicando a Deus porvingana. "Ouve-me, Senhor, pois boa a Tua misericrdia. Olha para mim segundo aTua muitssima piedade. E no escondas o Teu rosto do Teu servo, porque estouangustiado; ouve-me depressa. Aproxima-Te da minha alma, e resgata-a; livra-me porcausa dos meus inimigos. Bem tens conhecido a minha afronta, e a minha vergonha, e aminha confuso; diante de Ti esto todos os meus adversrios. Afrontas Mequebrantaram o corao, e estou fraqussimo; esperei por algum que tivesse compaixo,mas no houve nenhum; e por consoladores, mas no os achei. Deram-me fel por

    mantimento, e na minha sede Me deram a beber vinagre. Torne-se-lhes a sua mesadiante deles em lao, e a prosperidade em armadilha. Escuream-se-lhes os seus olhos,para que no vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente. Derramasobre eles a Tua indignao, e prenda-os o ardor da Tua ira" (Sl 69:16-28).

    Tudo isso por demais profundo e solene. Cada palavra desta splica ser respondida.Nem uma slaba sequer cair por terra. Com toda certeza Deus vingar a morte de SeuFilho. Ele acertar contas com o mundo -- com os homens -- pelo tratamento que SeuFilho unignito recebeu em suas mos. Acreditamos ser correto insistir nisto para o

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    corao e conscincia do leitor. Quo terrvel o pensamento de Cristo intercedendo contraas pessoas! Quo espantoso escut-Lo rogando a Deus por vingana sobre Seusadversrios! Quo terrvel ser a resposta devida ao clamor do Filho ferido!

    Mas olhemos o outro lado da questo. Abra no Salmo 22, que apresenta o bendito Senhorsofrendo nas mos de Deus. Aqui o resultado totalmente diferente. Ao invs de

    julgamento e vingana, trata-se de bno e glria, universais e eternas. "Ento declarareio Teu nome aos meus irmos; louvar-Te-ei no meio da congregao. Vs, que temeis aoSenhor, louvai-O; todos vs, semente de Jac, glorificai-O; e temei-O todos vs, sementede Israel.... O meu louvor ser de Ti na grande congregao; pagarei os meus votosperante os que O temem. Os mansos comero e se fartaro; louvaro ao Senhor os queO buscam; o vosso corao viver eternamente. Todos os limites da terra se lembraro, ese convertero ao Senhor; e todas as famlias das naes adoraro perante a Tua face.Porque o reino do Senhor, e Ele domina entre as naes... Uma semente O servir;ser declarada ao Senhor a cada gerao. Chegaro e anunciaro a Sua justia ao povoque nascer, porquanto Ele o fez" (Sl 22:22-31).

    Estas duas passagens apresentam, com imensa distino, os dois aspectos da morte de

    Cristo. Ele morreu, como um mrtir, pela justia, nas mos dos homens. O homemprestar contas disso a Deus. Mas Ele morreu, nas mos de Deus, como uma vtima pelopecado. Este o fundamento de toda bno para aqueles que crem no Seu nome.Seus sofrimentos como mrtir desencadeiam a ira e o juzo sobre um mundo mpio,enquanto Seus sofrimentos expiatrios abrem as fontes eternas de vida e salvao para aIgreja, para Israel e para toda a criao. A morte de Jesus consuma a culpa do mundo,mas assegura a aceitao da Igreja. O mundo est manchado, enquanto a Igreja estpurificadapor meio do sangue derramado na cruz.

    Esta a dupla aplicao do primeiro de nossos trs grandes fatos do Novo Testamento.Jesus veio e Se foi -- veio, pois Deus amou ao mundo -- foi embora, porque o mundoodiou a Deus. Se Deus perguntasse -- e Ele perguntar -- "o que vocs fizeram com Meu

    Filho?", qual seria a resposta? "Ns O odiamos; ns O expulsamos e O crucificamos.Preferimos um ladro a Ele".

    Mas, bendito seja eternamente o Deus de toda graa, o cristo, o verdadeiro crente, podelevantar os olhos para o cu dizer: "Meu Senhor ausente est l, e est l por mim. EleSe foi deste pobre mundo, e Sua ausncia torna todo o cenrio ao meu redor um desertomoral -- uma desolada runa".

    Ele no est aqui. Isto coloca no mundo, no discernimento de todo corao leal, ocarimbo de um carter inconfundvel. O mundo no queria a Jesus. o suficiente. Deagora em diante j no precisamos nos espantar com qualquer histria de horror. Onoticirio policial, os processos nos tribunais, as estatsticas de nossas cidades e vilas j

    no precisam nos surpreender. O mundo que foi capaz de rejeitar a divina personificaode toda a bondade humana, e aceitou um ladro e homicida em Seu lugar, provou suatorpeza moral em um grau que jamais poder ser ultrapassado. Ser que motivo deespanto quando descobrimos a falsidade e crueldade do mundo? Ficamos surpresosquando descobrimos que este mundo no confivel? Se isto ocorrer, est claro que nointerpretamos corretamente a ausncia de nosso bendito Senhor. O que prova a cruz deCristo? Que Deus amor? Sem dvida. Que Cristo deu Sua preciosa vida para nos salvardas chamas de um inferno sem fim? Bendita verdade, seja dado total louvor ao Seu nomeinigualvel! Mas o que a cruz prova em relao ao mundo? Que sua culpa est

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    consumada e seu juzo determinado. O mundo, ao pregar na cruz Aquele que eraperfeitamente bom, provou, da forma mais irrefutvel, que perfeitamente mau. "Se Euno viera, nem lhes houvera falado, no teriam pecado, mas agora no tm desculpa doseu pecado. Aquele que Me odeia, odeia tambm a Meu Pai. Se Eu entre eles no fizessetais obras, quais nenhum outro tem feito, no teriam pecado; mas agora, viram-nas e Meodiaram a Mim e a Meu Pai. Mas para que se cumpra a palavra que est escrita na sua

    lei: Odiaram-Me sem causa" (Jo 15:22-26).

    2. Porm devemos agora nos ocupar por um momento com nosso segundo e importantefato. O Esprito Santo de Deus desceu a este mundo. J se passaram mais de dezenovesculos* desde que o bendito Esprito desceu do cu, e Ele permanece aqui desde ento.Trata-se de um fato estupendo. Existe uma Pessoa divina neste mundo e Sua presena --assim como a ausncia de Jesus -- tem uma dupla aplicao: uma est relacionada aomundo, outra tem a ver com cada homem, mulher e criana aqui; est relacionada Igreja como um todo e a cada membro dela em particular. No que diz respeito ao mundo,esta excelsa testemunha desceu do cu para convencer o mundo de seu terrvel crime dehaver rejeitado e crucificado o Filho de Deus. No que diz respeito Igreja, Ele veio comoo bendito Consolador, para ocupar o lugar do Jesus ausente e confortar, com Sua

    presena e ministrio, os coraes do Seu povo. Assim, para o mundo o Esprito Santo um poderoso Persuasor;para a Igreja Ele um precioso Consolador.

    * [Nota do Tradutor: O autor viveu no sculo 19.]

    Uma ou duas passagens das sagradas Escrituras fundamentaro estes pontos nocorao e mente do leitor piedoso que se sujeita em humilde reverncia autoridade dadivina Palavra. Vamos abrir no captulo 16 do Evangelho de Joo. "E agora vou paraAquele que Me enviou; e nenhum de vs Me pergunta: Para onde vais? Antes, porqueisto vos tenho dito, o vosso corao se encheu de tristeza. Todavia digo-vos a verdade,que vos convm que Eu v; porque, se Eu no for, o Consolador no vir a vs; mas,quando Eu for, vo-lo enviarei. E, quando Ele vier, convencer (elegxei) o mundo do

    pecado, e da justia e do juzo. Do pecado, porque no crem em mim; da justia, porquevou para Meu Pai, e no Me vereis mais; e do juzo, porque j o prncipe deste mundoest julgado" (Jo 16:5-11).

    Mais uma vez, em Joo 14 lemos: "Se Me amais, guardai os Meus mandamentos. E Eurogarei ao Pai, e Ele vos dar outro Consolador, para que fique convosco para sempre; oEsprito de verdade, que o mundo no pode receber, porque no O v nem O conhece;mas vs O conheceis, porque habita convosco, e estar em vs". (Jo 14:15-19).

    Estas passagens comprovam a dupla aplicao da presena do Esprito Santo. Noousamos tratar este assunto apenas com esta breve introduo, mas sabemos que oleitor ser incentivado a estud-lo por si mesmo luz das Sagradas Escrituras, e estamos

    convencidos de que quanto mais estud-lo, maior ser a profundidade e a importnciaprtica de seu interesse. Oh, que pena que isto seja to pouco compreendido, que oscristos vejam to pouco daquilo que est envolvido na presena pessoal do Espritoeterno, o Esprito Santo de Deus, neste mundo -- suas solenes conseqnciasrelacionadas ao mundo e seus preciosos resultados para com a assemblia como umtodo e para cada membro em particular.

    Oh, que aqueles que fazem parte do povo de Deus em todo lugar possam ser guiados auma compreenso mais profunda destas coisas; que possam considerar aquilo que

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    devido divina Pessoa que habita neles e com eles; que possam ter o zeloso cuidado deno "entristecer" o Esprito Santo em seu andar ou "estingui-Lo" em suas assembliaspblicas!

    O FATO

    Ao abordarmos este assunto to glorioso, sentimos que no h nada melhor do queapresentar ao leitor o claro testemunho das Sagradas Escrituras, no que diz respeito aofato em sua amplitude, de que nosso Senhor Jesus Cristo voltar -- de que Ele deixar olugar que agora ocupa no trono de Seu Pai e vir nas nuvens do cu, para receber Seupovo para Si, para executar juzo sobre o mpio e estabelecer Seu reino universal eeterno.

    Este fato est clara e completamente estabelecido no Novo Testamento, do mesmo modocomo os outros dois fatos aos quais j nos referimos. verdade que o Filho de Deus virdo cu, assim como tambm verdade que Ele foi para o cu, ou que o Esprito Santocontinua neste mundo. Se admitirmos um fato, devemos admitir todos; se negarmos um,devemos negar todos, uma vez que tudo se apia exatamente na mesma autoridade.

    Juntos eles permanecem ou juntos eles caem. verdade que o Filho de Deus foirejeitado, expulso e crucificado? verdade que Ele foi para o cu? verdade que Eleagora est sentado destra de Deus, coroado de honra e glria? verdade que oEsprito Santo de Deus desceu a este mundo cinqenta dias aps a ressurreio denosso Senhor e que Ele continua aqui?

    Todas estas coisas so verdadeiras? To verdadeiras quanto as Escrituras podem torn-las. Portanto, igualmente verdade que nosso bendito Senhor voltar outra vez eestabelecer Seu reino neste mundo, que Ele ir -- literal, real e pessoalmente -- descerdo cu, tomar posse de Seu grande poderio e do reino que vai de um plo ao outro,"desde o rio do Egito" aos confins da terra.

    Talvez possa parecer estranho para alguns de nossos leitores considerarmos necessriolevantar as provas de uma verdade to clara como esta, mas bom lembrar que estamosescrevendo como se o assunto fosse totalmente indito para o leitor, como se ele nuncativesse ouvido falar de algo parecido com a segunda vinda do Senhor, ou como se, tendoouvido falar, continuasse a colocar isto em dvida. Este o motivo de tratarmos destetema to precioso de um modo to elementar.

    Agora vamos s nossas provas.

    Quando nosso adorvel Senhor estava prestes a deixar Seus discpulos, em Sua infinitagraa Ele procurou consolar o corao pesaroso deles com palavras da mais doceternura. "No se turbe o vosso corao; credes em Deus, crede tambm em Mim. Na

    casa de Meu Pai h muitas moradas; se no fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Voupreparar-vos lugar. E quando Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levareipara Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vs tambm". (Jo 14:1-3).

    Encontramos aqui algo bem definido. Na verdade no est apenas bem definido, como tambm motivo de nimo e consolo. "Virei outra vez". Ele no diz "mandarei algumbuscar vocs". Muito menos Ele diz que "vocs viro Me encontrar quando morrerem".Ele no diz algo parecido. Enviar um anjo ou uma legio de anjos no seria a mesmacoisa que Ele vir pessoalmente. No h dvida de que seria muito gentil de Sua parte, e

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    muito glorioso para ns, se uma multido dentre as hostes celestiais fosse enviada, comcavalos e carruagens de fogo, para nos transportar triunfantes para o cu. Mas isto noseria o cumprimento da doce promessa que Ele mesmo fez, e certamente Ele cumprir oque prometeu. Ele no diria uma coisa para depois fazer outra. Ele no pode mentir oualterar Sua Palavra. E no apenas isto, mas algo como enviar um anjo ou uma hoste deanjos para nos buscar no iria satisfazer o amor que Ele traz em Seu corao.

    Que tocante a graa que fulgura em tudo isso! Se eu estiver esperando por um amigoimportante e muito querido que deve chegar de trem, no ficarei satisfeito em mandar umfuncionrio ou um txi para encontr-lo; devo ir eu mesmo. precisamente isto que nossoSenhor quer fazer. Ele foi para o cu, e Sua entrada ali prepara e define o lugar do Seupovo. No haveria lugar para ns em meio s muitas manses na casa do Pai se nossoJesus no tivesse ido na frente; e ento, para que no existisse no corao qualquersentimento de estranheza de pensar em nossa entrada naquele lugar, Ele diz, comtamanha doura: "Virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Euestiver estejais vs tambm". Nada menos do que isto pode cumprir a graciosa promessafeita por nosso Senhor, ou satisfazer o amor que Ele traz no corao.

    E bom que se observe cuidadosamente que esta promessa nada tem a ver com a mortedo crente individualmente. Quem poderia imaginar que, ao dizer "virei outra vez", oSenhor realmente quisesse dizer que deveramos ir a Ele por meio da morte? Comopresumir que podemos ter tal liberdade para interpretar de outro modo as palavras clarase preciosas de nosso Senhor? O certo que, se Ele quisesse dizer que iramos nosencontrar com Ele por meio da morte, poderia e teria dito isto. Mas no disse, pois no foio que quis dizer; tampouco possvel que falasse uma coisa querendo dizer outra. Suavinda para ns, e nossa ida para Ele, so coisas totalmente diferentes, e por se tratar deidias diferentes, elas teriam sido apresentadas em linguagem diferente.

    Assim, por exemplo, no caso do ladro arrependido na cruz, nosso Senhor no fala de virbusc-lo, mas diz: "Hoje estars comigo no Paraso". preciso que nos lembremos de

    que as Escrituras so to divinamente definitivas quanto inspiradas, e por esta razonunca deveramos confundir duas coisas que so to diferentes quanto a vinda do Senhore o adormecer do cristo.

    Talvez aqui seja bom assinalar que no existem mais do que quatro passagens em todo oNovo Testamento se referindo questo do cristo passando pela morte. A primeira aquela em Lucas 23, j mencionada: "Hoje estars comigo no Paraso". A segunda ocorreem Atos 7: "Senhor Jesus, recebe o meu esprito". A terceira aquela expresso familiare encantadora de 2 Corntios 5, "deixar este corpo, para habitar com o Senhor". A quartaocorre no fascinante primeiro captulo da epstola aos Filipenses, "tendo desejo de partir,e estar com Cristo, porque isto ainda muito melhor".

    Estas passagens to preciosas compem a totalidade de testemunhos nas Escriturassobre a interessante questo da condio ps-morte. H uma passagem em Apocalipse14 que costuma ser erroneamente aplicada a este assunto: "Bem-aventurados os mortosque desde agoramorrem no Senhor. Sim, diz o Esprito, para que descansem dos seustrabalhos, e as suas obras os seguem". Mas isto no tem relao com os cristos hoje,embora no haja dvida de que todos os que morrem no Senhor sejam bem-aventuradose suas obras os sigam. Todavia, a referncia para um tempo ainda futuro, quando aIgreja j tiver deixado esta cena por completo, e outras testemunhas se apresentarem.

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    Em suma, Apocalipse 14:13 refere-se aos tempos apocalpticos e deve ser visto destaforma se quisermos evitar confuso.

    Devemos agora voltar ao nosso assunto e seguir com nossas provas e, ao faz-lo,gostaramos de pedir ao leitor que abra no primeiro captulo de Atos dos Apstolos. Obendito Senhor tinha acabado de subir deste mundo diante de Seus santos apstolos. "E,

    estando com os olhos fitos no cu, enquanto Ele subia, eis que junto deles se puseramdois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estaisolhando para o cu? Esse Jesus, que dentre vs foi recebido em cima no cu, h de virassim como para o cu O vistes ir" (At 1:10 e 11).

    Isto profundamente interessante e fornece uma prova das mais marcantes de nossatese atual. Na verdade, impossvel ficar imune sua fora. Oh, quem poderia oudesejaria evit-la? A forma como a testemunha angelical fala para os homens da Galiliapoderia at ser considerada tautologia, mas, como bem sabemos, no existe e nem podeexistir algo assim no volume de Deus. Portanto, o que vemos neste testemunho algoencantador em sua abrangncia e divino em sua plenitude. Dele aprendemos que omesmo Jesus, que deixou este mundo e subiu ao cu na presena de diversas

    testemunhas, dever voltar da mesma maneiracomo eles O viram subir ao cu. ComoEle subiu? Subiu pessoalmente, literalmente, realmente, a mesma Pessoa que tinhaacabado de conversar com eles com tanta familiaridade -- a mesma Pessoa que elesviram com seus prprios olhos, ouviram com seus ouvidos, tocaram com suas mos --que comera na presena deles e, "depois de ter padecido, Se apresentou vivo, commuitas e infalveis provas". Bem, ento Ele "h de vir assim como para o cu O vistes ir".

    Aquele que com mos levantadas,Subiu de um mundo to cruel,Voltar com bnos reservadas,Pra nos levar daqui ao cu.

    E neste ponto podemos perguntar, j prevendo algo que poder vir a ser publicadofuturamente: Quem viu o bendito Senhor subir? O mundo? No, nenhum inconverso,nenhum incrdulo jamais teve diante de seus olhos nosso precioso Senhor depoisdaquele momento quando foi colocado no tmulo. A ltima viso que o mundo teve deJesus foi pendurado na cruz, um espetculo para anjos, homens e demnios. Da prximavez Ele ser visto, assim como acontece com o relmpago, vindo para executar juzo episar, em terrvel vingana, o lagar da ira do Deus Todo-poderoso. Que pensamentotremendo!

    Portanto ningum, exceto os que so Seus, viram o Salvador subir, do mesmo modocomo apenas os Seus, e ningum mais, O viram a partir do momento de Suaressurreio. Ele Se revelou -- bendito seja o Seu santo nome! -- queles que eram

    queridos ao Seu corao. Ele confirmou e confortou, fortaleceu e encorajou suas almaspor meio dessas "muitas e infalveis provas" das quais o narrador inspirado nos fala. Eleos levou at os confins do mundo invisvel, o mais longe que os homens poderiam ir aindano corpo, e ali permitiu que O vissem subindo ao cu e, enquanto contemplavam aquelacena gloriosa, Ele colocou o precioso testemunho bem em seus coraes. "Esse Jesus" --o mesmo, no um outro, no um estranho, mas o mesmo amoroso, compassivo, gracioso,imutvel amigo -- "que dentre vs foi recebido em cima no cu, h de vir assim como parao cu O vistes ir".

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    Ser que um testemunho poderia ser mais claro ou satisfatrio? Poderia a prova ser maisevidente ou conclusiva? Como pode qualquer contra-argumento se sustentar ou serlevantada qualquer objeo? Ou aqueles dois homens em vestes brancas eramtestemunhas falsas, ou nosso Jesus voltar exatamente do modo como partiu. No hmeio-termo entre estas duas concluses. Lemos nas Escrituras que "pela boca de duasou trs testemunhas toda a palavra seja confirmada", portanto pela boca de dois

    mensageiros celestiais -- dois arautos vindos da regio de luz e verdade -- temos a firmepalavra de que nosso Senhor Jesus Cristo voltar em Sua forma corprea atual, para servisto antes de todos pelos Seus, parte de todos os outros, na santa intimidade eprofundo recato que caracterizou Sua partida deste mundo. Tudo isso, bendito seja Deus,est includo nestas duas pequenas palavras: "assim como".

    No podemos tentar, em um texto breve como este, apresentar todas as provas quepodem ser encontradas nas pginas do Novo Testamento. Apresentamos uma dosEvangelhos e uma de Atos, e agora gostaramos de pedir ao leitor que abrisse conoscoas Epstolas. Vamos tomar como exemplo a Primeira Epstola aos Tessalonicenses.Escolhemos esta Epstola porque reconhecida como a mais antiga dentre os escritos dePaulo, e tambm porque foi escrita para um grupo de convertidos muito novos. Esta

    ltima observao importante, j que s vezes ouvimos afirmaes de que a verdade davinda do Senhor no deve ser apresentada a novos convertidos. Fica evidente que oapstolo Paulo no a considerava imprpria para novos convertidos pelo fato de que,dentre todas as epstolas que escreveu, nenhuma fala tanto da vinda do Senhor quanto aque foi escrita para os recm convertidos tessalonicenses. A verdade que, quando umaalma convertida e exposta plena luz e liberdade do evangelho de Cristo, divinamente natural que ela aguarde a vinda do Senhor. Esta verdade to preciosa parte integral do evangelho. A primeira vinda e a segunda vinda esto ligadas da formamais bendita pelo elo divino da presena pessoal do Esprito Santo na Igreja.

    Por outro lado, onde quer que a alma no esteja fundamentada na graa, onde quer quepaz e liberdade no estejam sendo desfrutadas e onde um evangelho incompleto tiver

    sido apresentado, se descobrir que a esperana da vinda do Senhor no tratada comcarinho, pelo simples motivo de que a alma estar, por necessidade, ocupada com aquesto de sua prpria condio e seus objetivos. Se eu no tenho a certeza de minhasalvao -- se no sei que tenho vida eterna, que sou filho de Deus -- no posso estaresperando pela volta do Senhor. s quando conhecemos o que Jesus fez por ns emSua primeira vinda que podemos buscar, com uma santa e viva inteligncia, pela Suasegunda vinda.

    Mas vamos abrir em nossa Epstola. Leia as seguintes sentenas do primeiro captulo:"Porque o nosso evangelho no foi a vs somente em palavras, mas tambm em poder, eno Esprito Santo, e em muita certeza... De maneira que fostes exemplo para todos osfiis na Macednia e Acaia. Porque por vs soou a palavra do Senhor, no somente na

    Macednia e Acaia, mas tambm em todos os lugares a vossa f para com Deus seespalhou, de tal maneira que j dela no temos necessidade de falar coisa alguma;Porque eles mesmos anunciam de ns qual a entrada que tivemos para convosco, ecomo dos dolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperardos cus a Seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livrada ira futura" (1 Ts 1:5-10).

    Temos aqui uma bela ilustrao do efeito de um evangelho completamente claro,recebido com uma f simples e sincera. Eles se converteram dos dolos para servir o

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    Deus vivo e verdadeiro, e esperar pelo Seu Filho. Estavam realmente convertidos bendita esperana da vinda do Senhor. Aquela era uma parte integral do evangelho quePaulo pregava, e uma parte integral da f deles. Era real a converso dos dolos? Semdvida. Era uma realidade servir o Deus vivo? Indubitavelmente. Bem, ento eraigualmente to real, to positivo, to simples que esperassem pelo Filho de Deus vindo docu. Se questionarmos a realidade de uma coisa, seremos obrigados a questionar a

    realidade de todas, j que todas esto ligadas e formam um belo conjunto da verdadecrist na prtica. Se voc perguntasse a um cristo tessalonicense o qu ele esperava,qual teria sido sua resposta? Ser que teria respondido, "estou esperando que o mundomelhore por meio do evangelho que eu prprio recebi" ou "estou esperando pelomomento de minha morte quando irei me encontrar com Jesus"? No. Sua resposta teriasido simplesmente esta: "Estou esperando pelo Filho de Deus vindo do cu".

    Esta, e nenhuma outra, a esperana adequada ao cristo, a esperana adequada Igreja. Esperar pela melhoria do mundo no esperana crist alguma. Se fosse, vocpoderia igualmente esperar pela melhoria da carne, pois h tanta esperana para a carnecomo para o mundo. E quanto questo da morte -- que sem dvida pode ocorrer -- elano apresentada sequer uma vez como a verdadeira esperana adequada ao cristo. E

    pode-se afirmar, com toda confiana, que no existe sequer uma passagem em todo oNovo Testamento na qual a morte seja citada como a esperana do crente. Por outrolado, a esperana da vinda do Senhor est ligada, da forma mais ntima, a todas aspreocupaes, questes e relacionamentos da vida, conforme vemos na epstola quetemos diante de ns. Assim, ao procurar fazer referncia interessante questo de suaprpria ligao pessoal com os amados santos em Tessalnica, o apstolo diz: "Porque,qual a nossa esperana, ou gozo, ou coroa de glria? Porventura no o sois vstambm diante de nosso Senhor Jesus Cristo em Sua vinda? Na verdade vs sois anossa glria e gozo".

    Mais uma vez, ao pensar em seu progresso em santidade e amor, ele acrescenta, "E oSenhor vos aumente, e faa crescer em amor uns para com os outros, e para com todos,

    como tambm o fazemos para convosco; para confirmar os vossos coraes, para quesejais irrepreensveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nossoSenhor Jesus Cristocom todos os Seus santos" (1 Ts 3:12-13).

    Finalmente, ao querer confortar o corao de seus irmos acerca dos que j dormiam,como o apstolo faz? Acaso ele lhes diz que em breve eles deviam segui-los? No, issoteria sido bem adequado para os tempos do Antigo Testamento, como diz Davi acerca desua criana que tinha partido: "Eu irei a ela, porm ela no voltar para mim" (2 Sm12:23). Todavia no assim que o Esprito Santo nos instrui em 1 Tessalonicenses, muitopelo contrrio. "No quero, porm, irmos", diz ele, "que sejais ignorantes acerca dos que

    j dormem, para que no vos entristeais, como os demais, que no tm esperana.Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim tambm aos que em Jesus

    dormem, Deus os tornar a trazer com Ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra doSenhor: que ns, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, no precederemos osque dormem. Porque o mesmo Senhor descer do cu com alarido, e com voz dearcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitaro primeiro.Depois ns, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nasnuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4:13-18).

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    praticamente impossvel algo ser mais simples, direto e conclusivo do que isto. Oscristos tessalonicenses, como j assinalamos, se converteram na esperana da volta doSenhor. Foram ensinados a buscar por isso diariamente. Crer que Ele voltariaera algo tointegrado ao seu cristianismo quanto crer que Ele veioe partiu. Por isso eles foram pegosde surpresa quando alguns foram levados a passar pela morte; eles no esperavam porisso e temiam que os que tinham partido pudessem perder o gozo daquele momento to

    bem-aventurado e aguardado que era a volta do Senhor. Portanto o apstolo escrevepara corrigir o equvoco e, ao faz-lo, derrama sobre o tema uma fresca torrente de luz,assegurando-lhes que os mortos em Cristo -- o que inclui todos que dormiram oudormiro, em suma, aqueles dos tempos do Antigo Testamento, bem como aqueles doNovo Testamento -- ressuscitaro primeiro, isto , antes que os vivos sejamtransformados, e todos subiro juntos para encontrar seu Senhor que desce.

    Teremos oportunidade de voltar a esta notvel passagem, quando tratarmos de outrosaspectos deste glorioso assunto. Ns to somente a citamos aqui como uma das quaseinumerveis provas de que nosso Senhor voltar -- pessoal, real e verdadeiramente -- eque Sua vinda pessoal a verdadeira e adequada esperana da Igreja de Deus,coletivamente, e do crente, individualmente.

    Devemos encerrar esta poro lembrando o leitor cristo de que ele jamais poder sesentar mesa de seu Senhor sem ser lembrado desta gloriosa esperana, considerandoas palavras que brilham nas pginas inspiradas: "Porque todas as vezes que comerdeseste po e beberdes este clice anunciais a morte do Senhor, at..." quando? At vocmorrer? No, mas "atque venha" (1 Co 11:26). Quo precioso isto! A mesa do Senhorpermanece entre essas duas maravilhosas pocas, a cruz e o advento -- a morte e aglria. O crente pode elevar os olhos acima da mesa e ver os raios de glria iluminando ohorizonte. nosso privilgio, ao nos reunirmos a cada dia do Senhor em torno da mesado Senhor para anunciar Sua morte, podermos dizer: "Talvez esta seja a ltimaoportunidade de celebrar esta preciosa festa. Ele poder voltar antes que outro dia doSenhor amanhea sobre ns". Mais uma vez dizemos: Quo precioso isto!

    A DUPLA APLICAO DO FATO

    Confiando ter apresentado o fato da vinda do Senhor de forma completa, devemos agoracolocar diante do leitor a dupla aplicao desse fato -- sua aplicao em relao ao povodo Senhor, e sua aplicao em relao ao mundo. A primeira apresentada, no NovoTestamento, como a vinda de Cristo para receber Seu povo para Si; a ltima tratadacomo "o dia do Senhor" -- uma expresso usada com freqncia tambm nas Escriturasno Antigo Testamento.

    Estas coisas nunca so confundidas nas Escrituras, conforme veremos ao nos ocuparmosdas vrias passagens. Os cristos as confundem e por esta razo que encontramos

    com freqncia "a bendita esperana" envolta em densas nuvens e associada, na suamaneira de pensar, com circunstncias de terror, ira e juzo, coisas que no tmabsolutamente coisa alguma a ver com a vindade Cristo para o Seu povo, mas que estointimamente ligadas com "o diado Senhor".

    Portanto, que o leitor cristo tenha bem definido em seu corao, com base na claraautoridade das Sagradas Escrituras, que a grande e especfica esperana que devesempre acalentar a da vinda de Cristo para o Seu povo. Esta esperana pode serealizar nesta mesma noite. No h qualquer outra coisa para se esperar, nenhum evento

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    para ocorrer entre as naes, nada para acontecer na histria de Israel, nada no governode Deus neste mundo, nada, em suma, em qualquer que seja a sua forma, para seinterpor entre o corao do verdadeiro crente e sua esperana celestial. Cristo pode virhoje noite para o Seu povo. Na verdade no h nada que impea. Ningum pode dizerquando Ele vir, mas podemos dizer com jbilo que Ele devevir a qualquer momento. E,bendito seja o Seu nome, quando Ele vier para ns, no ser acompanhado das

    circunstncias de terror, ira e juzo. No ser com trevas e escurido e tempestade. Taiscoisas acompanharo "o dia do Senhor", como o apstolo Pedro explica claramente aosJudeus em seu primeiro grande sermo, no dia de Pentecostes, no qual cita as seguintespalavras da solene profecia de Joel: "E mostrarei prodgios no cu, e na terra, sangue efogo, e colunas de fumaa. O sol se converter em trevas, e a lua em sangue, antes..."antes de qu? Da vinda do Senhor para o Seu povo? No, mas antes "que venha ogrande e terrvel dia do Senhor".

    Quando nosso Senhor vier para receber o Seu povo para Si nenhum olho O ver, nenhumouvido ouvir Sua voz, exceto seu prprio povo amado e redimido. Lembremo-nos daspalavras das testemunhas angelicais no primeiro captulo de Atos. Quem viu o benditoSenhor subindo aos cus? Ningum alm dos que eram Seus. Bem, Ele "h de vir assim

    como para o cu O vistes ir". Do mesmo modocomo foi na ida, assim serna volta, seacatarmos o que dizem as Escrituras. Confundir o dia do Senhor com Sua vinda para SuaIgreja ignorar os mais claros ensinos das Escrituras e privar o crente de sua verdadeirae justa esperana.

    E aqui talvez no podemos fazer melhor do que chamar a ateno para uma passagemmuito importante e interessante na Segunda Epstola de Pedro: "Porque no vos fizemossaber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fbulas artificialmentecompostas; mas ns mesmos vimos a Sua majestade. Porquanto Ele recebeu de DeusPai honra e glria, quando da magnfica glria Lhe foi dirigida a seguinte voz: Este omeu Filho amado, em Quem Me tenho comprazido. E ouvimos esta voz dirigida do cu,estando ns com Ele no monte santo; e temos, mui firme [ou confirmada], a palavra dos

    profetas, qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugarescuro, at que o dia amanhea, e a estrela da alva aparea em vossos coraes" (2 Pd1:16-19).

    Esta passagem exige a maior ateno do leitor. Ela apresenta, da forma mais clarapossvel, a diferena entre "a palavra dos profetas" e a esperana peculiar do cristo, asaber, "a estrela da alva". Devemos nos lembrar de que o grande assunto da profecia ogoverno de Deus do mundo em conexo com a descendncia de Abrao. "Quando oAltssimo distribua as heranas s naes, quando dividia os filhos de Ado uns dosoutros, estabeleceu os termos dos povos, conforme o nmero dos filhos de Israel. Porquea poro do Senhor o seu povo; Jac a parte da sua herana" (Dt 32:8, 9).

    Aqui est, portanto, o escopo e tema da profecia -- Israel e as naes. At uma criana capaz de entender isto. Se percorrermos os profetas, do incio de Isaas ao final deMalaquias, no encontraremos qualquer meno da Igreja de Deus, sua posio, suaporo ou suas perspectivas. No h dvida de que a palavra proftica profundamenteinteressante, e extremamente til para o cristo estud-la, mas ela ser til na medidaem que este entender sua prpria abrangncia e objetivo, alm de enxergar a diferenaentre ela e a esperana que cabe ao cristo. Podemos afirmar sem medo de errar que totalmente impossvel algum estudar as profecias do Antigo Testamento corretamentesem enxergar claramente o verdadeiro lugar da Igreja.

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    No podemos tentar entrar no assunto da Igreja neste breve tratado. Trata-se de umassunto que j foi repetidamente abordado e escrutinado em outras publicaes, epodemos agora apenas pedir que o leitor pondere e examine a afirmao quedeliberadamente fazemos aqui, a saber, que no existe uma nica slaba sobre a Igrejade Deus -- o corpo de Cristo -- de uma capa a outra do Antigo Testamento. Existem tipos,

    sombras e ilustraes que, com a plena luz que agora temos do Novo Testamento,podemos ver, entender e apreciar. Mas no teria sido possvel a qualquer crente doAntigo Testamento enxergar o grande mistrio de Cristo e da Igreja, principalmente poristo no ter sido ento revelado. O apstolo inspirado nos diz expressamente que algoque estava "oculto", no nas Escrituras do Antigo Testamento, mas "em Deus", conformelemos em Efsios 3:9, "E demonstrar a todos qual seja a dispensao do mistrio, quedesde os sculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo". Domesmo modo, em Colossenses lemos do "mistrio que esteve oculto desde todos ossculos, e em todas as geraes, e que agora foi manifesto aos seus santos" (Cl 1:26).

    Estas duas passagens deixam fora de qualquer questo a veracidade de nossa afirmaopara aqueles que tiverem o desejo de serem governados to somente pela autoridade das

    Sagradas Escrituras. Elas nos ensinam que o grande mistrio -- Cristo e a Igreja -- no para ser encontrado no Antigo Testamento. Onde que temos, no Antigo Testamento,qualquer meno de Judeus e Gentios formando um s corpo e sendo unidos peloEsprito Santo a uma Cabea viva no Cu? Como tal coisa poderia ser possvel enquantoa "parede de separao que estava no meio" permanecesse como uma barreiraintransponvel entre circuncisos e incircuncisos? Se algum precisasse citar umacaracterstica especial da antiga dispensao, mencionaria logo "a rgida separao entre

    judeus e gentios". Por outro lado, se lhe fosse solicitado que mencionasse umacaracterstica especial da Igreja, ou do cristianismo, ele imediatamente responderia: "Aunio ntima de judeus e gentios em um s corpo". Em suma, as duas condies estoem claro contraste e era totalmente impossvel que ambas pudessem ser vlidas aomesmo tempo. Assim, enquanto a parede de separao permanecesse, a verdade da

    Igreja no poderia ter sido revelada. Mas aps a morte de Cristo ter derrubado essaparede, o Esprito Santo desceu do Cu para formar um corpo e uni-lo, por Sua presenae habitao, Cabea ressuscitada e glorificada nos Cus. Tal o grande mistrio deCristo e da Igreja, para a qual no poderia existir uma base que fosse menos do que umaredeno consumada.

    Pedimos agora ao leitor que examine este assunto por si mesmo. Busque nas Escrituraspara ver se estas coisas so realmente assim. Esta a nica maneira de se chegar verdade. Devemos deixar de lado todos nossos pensamentos e argumentos, nossospreconceitos e preferncias, e abordarmos as Sagradas Escrituras como uma criancinha. assim que aprenderemos a vontade de Deus sobre este assunto to precioso einteressante. Descobriremos que a Igreja de Deus, o corpo de Cristo, no existiu de fato

    at aps a ressurreio e ascenso de Cristo e a conseqente descida do Esprito Santono dia de Pentecostes. Alm disso descobriremos que a plena e gloriosa doutrina daIgreja no foi apresentada at os dias do apstolo Paulo. (Veja Rm 16:25, 26; Ef 1-3; Cl1:25-29). Finalmente, veremos que as verdadeiras e inequvocas fronteiras da histriaterrena da Igreja so o Pentecostes (At 2) e o arrebatamento, ou o traslado dos santospara o cu (1 Ts 4:13-17).

    Chegamos, portanto, posio da qual podemos ter uma viso da esperana que pertence Igreja, e essa esperana , com toda certeza, "a resplandecente estrela da

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    manh". A respeito desta esperana os profetas do Antigo Testamento no emitiramsequer uma slaba. Eles falam de forma ampla e clara do "dia do Senhor" -- um dia de

    juzo sobre o mundo e suas prticas (veja Is 2:12-22 e referncias) --, todavia o "dia doSenhor", com todas as circunstncias de ira, juzo e terror que lhe so peculiares nuncadeve ser confundido com Sua vinda para o Seu povo. Quando nosso bendito Senhor vierparao Seu povo no haver coisa alguma de terrvel. Ele vir em toda a doura e ternura

    de Seu amor para receber os Seu povo amado e redimido para Si. Ele vir terminar apreciosa histria de Sua graa. "Aparecer (ophthesetai) segunda vez, sem pecado [isto, parte de qualquer questo relacionada ao pecado], aos que o esperam parasalvao" (Hb 9).* Ele vir como noivo para receber a noiva; e quando assim vier,ningum alm dos que so Seus ouviro Sua voz ou vero Sua face. Se Ele viesse nestamesma noite para o Seu povo -- e pelo que sabemos Ele pode vir -- se a voz do arcanjo ea trombeta de Deus forem ouvidas esta noite, ento todos os mortos em Cristo -- todos osque foram colocados a dormir por Jesus -- todos os santos de Deus, tanto aqueles dostempos do Antigo quanto do Novo Testamento, que dormem em nossos cemitrios esepulcros, ou nas profundezas do oceano, todos ressuscitariam de seu sono temporrio.Todos os santos que estivessem vivos seriam transformados num momento, e todosseriam arrebatados para encontrar seu Senhor nos ares, e voltar com Ele para a casa do

    Pai. (Jo 14:3; 1 Ts 4:16, 17; 1 Co 15:51-52).

    * [Nota: A expresso "que O esperam para salvao" refere-se a todos os crentes.No se refere, como alguns poderiam supor, apenas queles que detm a verdadeda segunda vinda do Senhor. Isso tornaria nosso lugar com Cristo em Sua vindadependente de conhecimento, ao invs de depender de nossa unio com Ele pelapresena e poder do Esprito Santo. O Esprito de Deus, na passagem acima,assegura da forma mais graciosa que todo o povo de Deus espera, de umamaneira ou outra, pelo precioso Salvador, e isso o que realmente acontece. Aspessoas podem no enxergar todos os detalhes. Elas podem no desfrutar deigual clareza de opinio ou profundidade e plenitude de compreenso, mas, comtoda certeza, elas ficariam contentes de, a qualquer momento, poderem ver

    Aquele que as amou e Se entregou a Si mesmo por elas.]

    isto que significa o arrebatamento ou retirada dos santos, e no tem nada a verdiretamente com Israel ou com as naes. Trata-se da esperana distinta e nica daIgreja, e no existe sequer uma pista disso em todo o Antigo Testamento. Se algumafirmar que existe, que apresente. Se existir, no ter dificuldade para mostrar. Nsdeclaramos, solene e deliberadamente, que no existe. Pois para tudo o que diz respeito Igreja -- sua posio, sua vocao, sua poro, suas expectativas -- devemos nos dirigirs pginas do Novo Testamento e, dentre aquelas pginas, em especial s Epstolas dePaulo. Confundir "a palavra proftica" com a esperana da Igreja causar dano verdadede Deus e iludir as almas do Seu povo. verdade que o inimigo tem tido xito nestesentido em toda a extenso da Igreja professa. E por isso que to poucos cristos tm

    idias realmente bblicas sobre a vinda de seu Senhor. A maioria perscruta a profecia embusca da esperana da Igreja, confundindo "o Sol de justia" com a "Estrela da manh",misturando a vinda de Cristo para o Seu povo com Sua vinda com o Seu povo econsiderando a Sua "vinda" ou o estar com Ele como algo idntico Sua "apario" ou"manifestao".*

    * [Nota do Tradutor: Em algumas verses da Bblia em portugus usadaindistintamente a palavra "vinda" em ambas as situaes. Na verso em ingls,

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    qual o autor se refere, so utilizadas palavras como "coming" para o primeiro casoe "appearing" ou "manifestation" para o segundo caso.]

    Isso tudo um erro dos mais srios, para o qual queremos alertar nossos leitores.Quando Cristo vier com o Seu povo "todo olho O ver". Quando Ele Se manifestar, osSeus tambm sero manifestos com Ele. "Quando Cristo, que a nossa vida, Se

    manifestar, ento tambm vs vos manifestareis com Ele em glria" (Cl 3:4). QuandoCristo vier exercer juzo, os Seus santos viro com Ele. "Eis que vindo o Senhor commilhares de Seus santos; para fazer juzo contra todos" (Jd 14, 15). O mesmo encontrado em Apocalipse 19, onde Aquele que cavalga o cavalo branco seguido pelosexrcitos nos cus em cavalos brancos, vestidos de linho fino, branco e puro. Essesexrcitos no so anjos, mas santos, pois no lemos de anjos vestidos de linho branco, oque uma clara expresso, no prprio captulo, das "justias dos santos" (versculo 8).

    Portanto, por demais evidente que para os santos estarem acompanhando Seu Senhorquando Ele vier em juzo, devem estar com Ele antes disso. O evento de sua subida paraestar com Ele no apresentado no livro do Apocalipse, a menos que estejasubentendido -- como no temos dvida de que est -- no arrebatamento da criana no

    captulo 12. A criana , com certeza, Cristo, e j que Cristo e o Seu povo estoindissoluvelmente unidos, o Seu povo encontra-se assim completamente identificado comEle, bendito seja para sempre Seu santo e precioso nome!

    Todavia, fica claro que no faz parte do escopo do livro de Apocalipse apresentar-nos avinda de Cristo parao Seu povo, o arrebatamento deste para encontr-Lo nos ares, ouseu retorno para a casa do Pai. Estes benditos eventos ou fatos devem ser procuradosem outras passagens como, por exemplo, Joo 14:3, 1 Corntios 15:23, 51, 52 e 1Tessalonicenses 4:14-17. Que o leitor pondere nestas trs passagens; que possaabsorver, no ntimo de sua alma, o seu ensino claro e precioso. No h coisa algumadifcil acerca delas, no h qualquer obscuridade, nvoa ou incerteza. Um beb em Cristopode entend-las. Elas apresentam da forma mais clara e simples possvel a verdadeira

    esperana do cristo, a qual, repetimos com nfase e insistimos com o leitor como sendoa instruo direta e positiva das Sagradas Escrituras, a vinda de Cristo para receberpara Si mesmo o Seu povo -- todos os que Lhe pertencem. Ele vir para lev-los de volta casa de Seu Pai, para que estejam ali Consigo enquanto Deus executa Seusprocedimentos governamentais para com Israel e as naes, preparando, por meio deSeus atos judiciais, o caminho para a revelao do Seu Primognito ao mundo.

    Ento, se algum perguntar a razo de no encontrarmos a vinda de Cristo para os Seusno livro de Apocalipse, a resposta que esse livro principalmente um livro de juzo -- umlivro governamental e judicial, pelo menos do captulo 1 ao 20. por esta razo que, at aIgreja ser apresentada ali, ela est sob julgamento. Nos captulos 2 e 3 no vemos aIgreja como o corpo ou a noiva de Cristo, mas como uma testemunha responsvel na

    terra, cuja condio est sendo cuidadosamente examinada e rigidamente julgada porAquele que anda em meio aos candeeiros.

    Portanto, no estaria de acordo com o carter ou objetivo do livro de Apocalipseapresentar, de forma direta, o arrebatamento dos santos. Ele nos mostra a Igreja na terraocupando um lugar de responsabilidade. Isto aparece, em Apocalipse 2 e 3, como "ascoisas que so". Mas dali at o captulo 19 de Apocalipse no h uma slaba sequer sobrea Igreja na terra. O que fica bem claro que a Igreja no estar na terra durante aquelesolene perodo. Ela estar com sua Cabea e Senhor no divino abrigo da casa do Pai. Os

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    redimidos so vistos no cu, nos captulos 4 e 5, como os vinte e quatro ancioscoroados. Eles estaro ali, bendito seja Deus, enquanto os selos forem abertos, astrombetas estiverem soando e as taas forem derramadas. Pensar na Igreja comoestando no mundo em Apocalipse 6-8, coloc-la em meio aos juzos apocalpticos, faz-lapassar pela "grande tribulao" ou sujeit-la "hora da tentao que h de vir sobre todoo mundo para tentar os que habitam na terra", seria o mesmo que falsificar sua posio,

    roubar dela seus direitos garantidos e contradizer a clara e positiva promessa de seuSenhor.*

    * [Nota: Em uma publicao futura teremos oportunidade de mostrar que, aps aIgreja ter sido removida para o cu, o Esprito de Deus ir agir tanto entre os

    judeus como entre os gentios. Veja Apocalipse 7.]

    No, de modo algum, amado leitor cristo; jamais permita que homem algum o engane,por quaisquer que sejam os meios. A Igreja vista na terra em Apocalipse 2 e 3. Ela vista no cu, junto com os santos do Antigo Testamento, em Apocalipse 4 e 5. O livro deApocalipse no nos diz como ela chegou ali, mas ns a vemos ali em elevada comunhoe santa adorao. Depois, em Apocalipse 19, Aquele que cavalga o cavalo branco desce,

    comos Seus santos, para exercer juzo sobre a besta e o falso profeta -- para vencer todoinimigo e todo o mal, e reinar sobre toda a terra pelo bendito perodo de mil anos.

    Tal o claro ensinamento do Novo Testamento para o qual sinceramente chamamos aateno de nossos leitores. E ningum suponha que, ao ensinarmos assim, aoenfatizarmos que a Igreja no estar na "grande tribulao" e no passar pela "hora datentao", nosso objetivo seja apresentar uma senda fcil para os cristos. No se tratadisso. O fato que a condio real e normal da Igreja neste mundo, e por conseguinte docristo individualmente, de tribulao. Assim diz nosso Senhor: "no mundo tereisaflies". E "tambm nos gloriamos nas tribulaes".

    Portanto, no se trata de uma questo de se evitar aquilo que j a poro determinada

    para ns neste mundo, se to somente formos fiis a Cristo. Mas certo que toda averdade da posio da Igreja e de sua expectativa est envolvida nesta questo, e esta a razo de insistirmos tanto para que nossos leitores atentem a isto em orao.

    O grande objetivo do inimigo arrastar a Igreja de Deus para um nvel terreno, desviartotalmente os cristos da esperana que lhes foi divinamente designada, lev-los aconfundir as coisas que Deus diferenciou, ocup-los com as coisas terrenas, fazendo comque misturem de tal maneira a vindade Cristo para o Seu povo com Sua apario em

    juzo para o mundo, que fiquem incapazes de cultivar aquelas afeies nupciais e asaspiraes celestiais que lhes pertencem por serem membros do corpo de Cristo. Oinimigo de bom grado far com que fiquem procurando por diversos eventos terrenos quepossam separ-los da esperana que lhes cabe, a fim de no poderem viver -- como

    Deus gostaria que pudessem -- numa premente expectativa, com um desejo ardente pelosurgimento da "resplandecente Estrela da Manh".

    O inimigo sabe muito bem o que o aguarda, e certamente no devemos ignorar suaastcia, mas nos dedicarmos ao estudo da Palavra de Deus, aprendendo assim, comocertamente aprenderemos, a dupla aplicao do glorioso fato da vinda do Senhor.

    "A VINDA" E "O DIA"

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    Pediremos agora ao leitor que abra conosco as duas Epstolas aos Tessalonicenses.Como j dissemos, esses cristos se converteram bendita esperana da volta doSenhor. Eles foram ensinados a esperar por Ele dia aps dia. No se tratava meramenteda doutrina do advento recebida e guardada na mente, mas de uma Pessoa divina queera continuamente aguardada por coraes que haviam aprendido a am-La e a esperar

    por Sua vinda.

    Porm, como podemos facilmente imaginar, os cristos tessalonicenses ignoravammuitas coisas conectadas a essa bendita esperana. O apstolo tinha sido privado deles"por um momento de tempo, de vista, mas no do corao". No lhe fora permitidopermanecer tempo suficiente com eles para instru-los nos detalhes do assuntorelacionado esperana que tinham. Eles sabiam que Jesus estava para voltar -- amesma bendita Pessoa que graciosamente os livrara da ira vindoura. Mas eles aindaestavam totalmente ignorantes quanto a qualquer distino entre Sua vinda parao Seupovo e Sua vinda como Seu povo.

    Por isso, como era de se esperar, acabaram caindo em vrios erros e enganos.

    impressionante o quo rpido a mente humana divaga para a mais grosseira e selvagemconfuso e erro. Precisamos ser guardados de todos os lados pela pura, slida ereparadora verdade de Deus. Devemos ter nossa alma perfeitamente equilibrada pelarevelao divina, ou certamente mergulharemos em toda sorte de noes falsas e tolas.Por esta razo alguns dos tessalonicenses conceberam a idia de abandonar suasobrigaes. Pararam de trabalhar com as prprias mos e ficaram ociosos. Um grandeerro.

    Ainda que estivssemos perfeitamente seguros de que nosso Senhor poderia vir hoje noite, no haveria razo para deixarmos de cumprir, fiel e diligentemente, nossa quotadiria de deveres, e fazer tudo o que nos foi confiado na esfera em que Sua boa mo noscolocou. Na verdade, o prprio fato de esperarmos por nosso Mestre iria fortalecer nosso

    desejo de fazer tudo o que precisasse ser feito at o exato momento de Sua volta, demodo que nem uma nica responsabilidade fosse negligenciada. A esperana da iminentevolta do Senhor, quando mantida em poder na alma, imensamente santificadora,purificadora e retificadora em sua influncia na vida, conduta e carter do cristo. Todaviasabemos que at a mais gloriosa verdade pode ser armazenada na esfera da razo epetulantemente confessada com os lbios, enquanto o corao, a vida, o andar, aconduta e o carter permanecem totalmente alheios sua influncia. Mas nos expressamente ensinado pelo inspirado apstolo Joo que "qualquer que nEle tem estaesperana purifica-se a si mesmo, como tambm Ele puro" (1 Jo 3:3). E, certamente,essa "purificao" envolve tudo aquilo que diz respeito nossa vida prtica do dia-a-dia.

    Porm existia outro grave erro no qual aqueles queridos tessalonicenses caram, e de

    onde o bendito apstolo, como um fiel e verdadeiro pastor, procurou resgat-los. Elesachavam que seus amigos cristos que j tinham partido no participariam do gozo davolta do Senhor. Temiam que eles deixariam de participar daquele momento to bendito ealmejado.

    Bem, apesar de ser verdade que o prprio erro demonstrava quo intensamente aquelescristos pensavam em sua bendita esperana, ainda assim era um erro e precisava sercorrigido. Mas vamos reparar com cuidado na correo: "No quero, porm, irmos, quesejais ignorantes acerca dos que j dormem, para que no vos entristeais, como os

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    demais, que no tm esperana. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou,assim tambm aos que em Jesus dormem [ou que Jesus fez dormir], Deus os tornar atrazer com Ele".

    Repare nisto. Ele no procura confortar aqueles pesarosos amigos assegurando que elesiriam, no muito tempo depois, seguir os que partiram. Muito pelo contrrio. Ele lhes

    assegura que Jesus traria Consigo os que partiram. Trata-se de algo claro e distinto, almde estar fundamentado no grande fato de que "Jesus morreu por ns e ressuscitou".

    O apstolo, porm, no pra aqui, mas segue derramando uma nova luz sobre acompreenso de seus queridos filhos na f. "Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra doSenhor: que ns, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, no precederemos osque dormem. Porque o mesmo Senhor descer do cu com alarido, e com voz dearcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitaro primeiro.Depois ns, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nasnuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras".

    Portanto, temos diante de ns aquilo que comumente chamamos de arrebatamento dossantos, um tema dos mais gloriosos, emocionantes e cativantes, e certamente a maisbrilhante esperana da Igreja de Deus e do crente individualmente. O mesmo Senhordescer do Cu com uma convocao dirigida apenas aos ouvidos e ao corao dos queLhe pertencem. Nenhum ouvido incircunciso ouvir, nenhum corao no renovado sertocado por essa voz celestial, por essa convocao da divina trombeta. Todos os mortosem Cristo -- incluindo, conforme cremos, os santos do Antigo Testamento, bem comoaqueles do Novo Testamento que tiverem partido na f de Cristo -- ouviro o bendito some sairo dos lugares onde dormem. Todos os santos vivos escutaro e serotransformados num momento. E ento, oh! que mudana! O pobre e gasto tabernculo debarro ser substitudo por um corpo glorificado, semelhana do corpo de Jesus.

    Observe aquela silhueta arqueada e atrofiada, aquele corpo arruinado pela dor e exauridopelos anos de sofrimento pungente. o corpo de um santo. Quo humilhante v-loassim! Sim, mas espere um pouco. Basta apenas trombeta soar e, em um instante,aquela estrutura pobre e decadente ser transformada e feita semelhante ao corpoglorificado do Senhor que vir.

    E ali, naquele sanatrio para doentes mentais, est um pobre paciente. Ele est ali hanos. um santo de Deus. Quo misterioso isso! verdade, no podemoscompreender tal mistrio, est alm do estreito alcance de nossa compreenso. Masassim , aquele pobre paciente um santo de Deus e herdeiro da glria. Ele tambmouvir a voz do arcanjo e a trombeta de Deus, e deixar sua enfermidade para trs parasempre, ao subir para o cu, em seu corpo glorificado, para encontrar o Seu Senhor que

    vem.Oh! que momento radiante! Quantos leitos de enfermos ficaro vagos ento! Quemudanas maravilhosas acontecero! Como o corao cativado por tal pensamento eanseia cantar, em coro, o belo hino:

    Cristo, o Senhor, sim, voltar,Ningum O aguardar em vo:Ento Sua glria mostrar:

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    Com Ele os santos estaro.

    Quando o arcanjo a voz soar,Os que j dormem ouviro,E, ressurretos, vo cantarLouvores, em adorao.

    "Este o nosso Redentor!"As hostes todas clamaro:"A Ele seja o louvore universal adorao!"

    Amm e amm!

    Quo glorioso pensarmos nos milhes de ressuscitados! Quo maravilhoso estar entreeles! Quo preciosa esperana ser ver aquela bendita Pessoa que nos amou e Seentregou por ns! Tal a esperana do cristo, uma esperana acerca da qual no huma nica meno de uma capa a outra do Antigo Testamento. "A palavra proftica" de

    suprema importncia. Fazemos bem em atentar para ela. Trata-se de uma inexprimvelmisericrdia para aqueles que esto em trevas poderem contar com uma luz que alumiaem lugar escuro. Mas bom que o cristo tenha em mente que seu desejo ter "a estrelada alva aparecendo em seus coraes"; em outras palavras, ter todo o seu coraogovernado pela esperana de ver a Jesus como a refulgente Estrela da Manh. Quando ocorao est assim cheio e guiado pela esperana que prpria do cristo, ento osolhos podem perscrutar inteligentemente o mapa proftico: podem se ocupar de todo ocampo da profecia do modo como nosso Deus a abriu graciosamente diante de ns, eencontrar interesse e proveito em cada pgina e em cada linha. Mas, por outro lado,podemos estar certos de que o homem que busca pela Igreja ou sua esperana naprofecia estar olhando na direo errada. Encontrar ali "o judeu" e "o gentio", mas no"a Igreja de Deus". Confiamos sinceramente que nenhum de nossos leitores deixar de se

    apoderar deste fato -- um fato que, podemos dizer com total segurana, da maiorimportncia.

    Mas provvel que algum pergunte: "Para qu serve, ento, a profecia? Se for verdadeque no podemos encontrar nada sobre a Igreja na pgina proftica, que utilidade teriaela para os cristos? Por que razo nos teria sido dito que atentssemos para ela, se elano nos diz respeito?" Redargimos, perguntando: Ser que no existe algo de valor parans alm daquilo que especificamente nos diz respeito? Ser que no devemos nosinteressar por algo a menos que sejamos ns o seu tema principal? Ser que de poucaimportncia para ns ter os conselhos, propsitos e planos de Deus revelados diante denossos olhos? Acaso damos pouca importncia ao imenso favor de ter os pensamentosde Deus comunicados a ns em Sua santa Palavra proftica? Com certeza no foi assim

    que Abrao tratou as comunicaes divinas que lhe foram feitas em Gnesis 18:"Ocultarei Eu a Abrao o que fao?" E o que era aquilo? Dizia respeito especificamente aAbrao? De modo algum. Dizia respeito a Sodoma e cidades vizinhas, onde Abrao nadapossua. Mas acaso isso o impedia de apreciar aquilo como um favor especial com o qualestava sendo honrado, como depositrio de confiana dos pensamentos de Deus?Certamente que no. Podemos seguramente afirmar que o fiel patriarca tinha em altaestima o privilgio que lhe fora conferido.

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    E assim deveria ser conosco. Deveramos estudar a profecia com o maior interessepossvel, pelo fato de nos ter sido revelado nela, com divina preciso, o que Deus estpara fazer neste mundo com Israel e com as naes. A profecia a histria que Deusescreveu do futuro, e na proporo que O amamos que iremos nos deliciar em estudarSua histria. Certamente no da forma como alguns sugerem, de que podemos conhecersua veracidade por meio de seu cumprimento, mas para podermos nos apropriar de toda

    aquela absoluta e divina certeza quanto ao futuro que a Palavra de Deus pode comunicar.Nada pode ser mais absurdo, no juzo da f, do que supor que devemos aguardar ocumprimento de uma profecia para saber se ela verdadeira. Que insulto isto --inconscientemente, sem dvida -- inigualvel revelao de nosso Deus.

    Mas devemos agora voltar, por alguns instantes, ao solene assunto do "dia do Senhor".Trata-se de um termo que ocorre com freqncia nas Escrituras do Antigo Testamento.No temos a pretenso de citar todas as passagens, mas devemos nos referir a uma ouduas e, a partir delas, o leitor poder seguir examinando o assunto por si mesmo.

    Em Isaas 2 lemos: "Porque o dia do Senhor dos Exrcitos ser contra todo o soberbo ealtivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido... E a arrogncia do homem

    ser humilhada, e a sua altivez se abater, e s o Senhor ser exaltado naquele dia. Etodos os dolos desaparecero totalmente. Ento os homens entraro nas cavernas dasrochas, e nas covas da terra, do terror do Senhor, e da glria da Sua majestade, quandoEle Se levantar para assombrar a terra. Naquele dia o homem lanar s toupeiras e aosmorcegos os seus dolos de prata, e os seus dolos de ouro, que fizeram para diantedeles se prostrarem. E entraro nas fendas das rochas, e nas cavernas das penhas, porcausa do terror do Senhor, e da glria da Sua majestade, quando Ele se levantar paraabalar terrivelmente a terra".

    O mesmo podemos ver em Joel 2: "Tocai a trombeta em Sio, e clamai em alta voz noMeu santo monte; tremam todos os moradores da terra, porque o dia do Senhor vem, jest perto; dia de trevas e de escurido; dia de nuvens e densas trevas, como a alva

    espalhada sobre os montes; povo grande e poderoso, qual nunca houve desde o tempoantigo, nem depois dele haver pelos anos adiante, de gerao em gerao... Diante deletremer a terra, abalar-se-o os cus; o sol e a lua se enegrecero, e as estrelas retiraroo seu resplendor. E o Senhor levantar a Sua voz diante do seu exrcito; porquemuitssimo grande o Seu arraial; porque poderoso , executando a Sua palavra; porqueo dia do Senhor grande e mui terrvel, e quem o poder suportar?"

    Destas e de outras passagens similares aprendemos que "o dia do Senhor" estassociado ao pensamento profundamente solene de juzo sobre o mundo: sobre o Israelapstata, sobre o homem e suas prticas e sobre tudo aquilo que o corao humanovaloriza e anseia. Em suma, o dia do Senhor aparece em evidente contraste com o dia dohomem. Hoje o homem quem detm a supremacia; ento a supremacia ser do Senhor.

    Bem, enquanto perfeitamente verdade que todo o povo do Senhor pode se regozijar naperspectiva daquele dia que, embora se inicie com juzo sobre o mundo, dever sermarcado pelo reino universal de justia, ainda assim devemos nos lembrar de que aesperana peculiar ao cristo no est naquele dia com todos os seus terrveisdesdobramentos de juzo, ira e terror. Sua esperana est na vinda ou presena deJesus, com seus desdobramentos de paz e gozo, amor e glria. A Igreja j ter ento seencontrado com seu Senhor e voltado com Ele para a casa do Pai antes daquele terrveldia explodir sobre o mundo. Essa ser sua bendita poro, quando experimentar a

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    sublime comunho daquele lar celestial por um perodo de tempo indefinido antes doincio do dia do Senhor. Seus olhos sero gratificados com a viso da "resplandecenteEstrela da manh" muito tempo antes que o "Sol de justia" se levante, em suarestauradora virtude, sobre a poro piedosa da nao de Israel -- o remanescente dadescendncia de Abrao que teme a Deus.

    Desejamos muito que o leitor cristo possa apreender totalmente esta grande eimportante diferena. Sentimo-nos persuadidos de que ela ter um efeito imenso sobretodos os seus pensamentos, perspectivas e esperanas para o futuro. Ela o capacitar aver, sem que exista qualquer nuvem de impedimento, sua verdadeira perspectiva comocristo. Ela o livrar de toda nvoa, incerteza e confuso, alm de fazer desaparecer desua mente todo tipo de sentimento de pavor com que tantos, at mesmo dentre osqueridos do Senhor, contemplam o futuro. Ela ir ensin-lo a esperar pelo Salvador -- oNoivo bendito, o eterno Amante de sua alma -- e no pelos juzos, pelo terror, por eclipsese terremotos, convulses e revolues, mantendo seu esprito tranqilo e feliz, na certa econvicta esperana de estar com Jesus antes que chegue aquele grande e terrvel dia doSenhor.

    Veja o quanto o fiel apstolo trabalhava para encaminhar seus queridos convertidostessalonicenses a uma clara compreenso da diferena entre "a vinda" e "o dia".

    "Mas, irmos, acerca dos tempos e das estaes, no necessitais de que se vos escreva;porque vs mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor vir como o ladro de noite;pois que, quando [eles, no vs] disserem: H paz e segurana, ento lhes sobrevirrepentina destruio, como as dores de parto quela que est grvida, e de modonenhum escaparo. Mas vs, irmos, j no estais em trevas, para que aquele dia vossurpreenda como um ladro; porque todos vs sois filhos da luz e filhos do dia; ns nosomos da noite nem das trevas" -- O Senhor seja louvado! -- "No durmamos, pois, comoos demais, mas vigiemos, e sejamos sbrios; porque os que dormem, dormem de noite, eos que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas ns, que somos do dia, sejamos

    sbrios, vestindo-nos da couraa da f e do amor, e tendo por capacete a esperana dasalvao; porque Deus no nos destinou para a ira, mas para a aquisio da salvao,por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por ns, para que, quer vigiemos, querdurmamos, vivamos juntamente com Ele. Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como tambm o fazeis" (1 Ts 5:1-11).

    Temos aqui a distino estabelecida com inequvoca clareza. O mesmo Senhor descerpara ns como o Noivo. O dia do Senhor vir sobre o mundo como um ladro. Poderia umcontraste ser mais evidente? Como algum pode confundir as duas coisas? Elas so todistintas quanto duas coisas poderiam ser. Um noivo e um ladro so certamente coisasdiferentes. E igualmente diferentes so a vinda do Senhor para Seu povo que O aguardae a vinda do Seu dia sobre um mundo embriagado e adormecido.

    Talvez alguns encontrem uma certa dificuldade no fato de palavras to solenes quanto asque se seguem serem dirigidas Igreja em Sardis: "E, se no vigiares, virei sobre ti comoum ladro, e no sabers a que hora sobre ti virei" (Ap 3:3). Essa dificuldade sedesvanecer quando refletirmos que, no caso de Sardis, o corpo professo visto comopossuindo meramente um nome de que vive, enquanto est morto. Ela afundou aomesmo nvel do mundo e s consegue enxergar as coisas do ponto de vista do mundo. AIgreja fracassou completamente, caiu de sua elevada e santa posio, se encontra sob

    juzo e no pode, portanto, ser encorajada pela esperana que prpria da Igreja, mas

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    ameaada pela terrvel maldio destinada ao mundo. No vemos a Igreja aqui como ocorpo ou noiva de Cristo, mas como a testemunha responsvel por Deus na terra, ocandeeiro de ouro que deveria revelar a divina luz do testemunho neste mundo de trevas,enquanto o seu Senhor est ausente. Mas, oh! a Igreja professa afundou ainda mais e setornou mais sombria at que o prprio mundo. Da a solene ameaa. A exceo confirmaa regra.

    Vamos continuar com este assunto do modo como apresentado em 2 Tessalonicenses.

    Trata-se de um fato cheio do mais rico conforto e consolao para o corao de umverdadeiro crente, que Deus, em Sua maravilhosa graa, sempre transforme o comedorem comida e do forte tire doura. Ele produz luz das trevas, traz vida da morte e faz comque os refulgentes raios de Sua glria brilhem em meio mais desastrosa runa causadapela mo do inimigo. A verdade disto est ilustrada em todas as Escrituras e deveriaencher nosso corao de paz e nossa boca de louvor.

    Por isso os vrios erros doutrinrios e prticas malignas nas quais foi permitido que osprimeiros cristos cassem foram neutralizadas por Deus e usadas na instruo, direo e

    real proveito da Igreja para o final de sua histria terrena.

    Assim, por exemplo, o erro dos cristos tessalonicenses, no que diz respeito aos seusirmos que haviam partido, serviu de ocasio para derramar tamanho dilvio de luz divinasobre a vinda do Senhor e sobre o arrebatamento dos santos, que impossvel quequalquer mente simples que se submeta s Escrituras venha a cair em semelhante erro.Eles aguardavam pela vinda do Senhor, e nisto estavam certos. Eles O esperavam paraestabelecer Seu reino na terra, e nisto, de um modo geral, tambm estavam certos. Maseles cometeram um grande erro ao deixarem de fora o lado celestial desta gloriosaesperana. Seu entendimento era insuficiente -- sua f falha. Eles no viram as duaspartes, a dupla aplicao do advento de Cristo: descendo nos ares para receber Seu povopara Si, e aparecendo em glria para estabelecer o Seu reino em manifestao de poder.

    Por isso temiam que seus irmos que partiram estivessem necessariamente fora daesfera de bno, do crculo de glria.

    Tal erro divinamente corrigido, conforme vimos em 1 Tessalonicenses 4. O lado celestialda esperana -- a poro que cabe ao cristo -- colocado diante do corao comoverdadeiro corretivo para o erro relacionado aos santos que dormiam. Cristo ir reunirtodo o Seu povo (e no apenas parte dele) para Si. E se existir qualquer vantagem --qualquer sombra de privilgio nesta questo -- ela fica com aquelas mesmas pessoaspelas quais eles lamentavam. Pois "os que morreram em Cristo ressuscitaro primeiro".

    Porm, da Segunda Epstola aos Tessalonicenses aprendemos que aqueles queridosrecm-convertidos tinham sido levados a cometer outro grave erro -- um erro que no

    estava relacionado aos mortos, mas aos vivos; um erro que no estava relacionado vinda do Senhor, mas ao dia do Senhor. Se, por um lado, eles temiam que os mortospudessem no participar do bendito triunfo da vinda, por outro temiam que os vivos jestivessem, naquele exato momento, passando pelos terrores do dia do Senhor.

    com este erro que o apstolo inspirado tem de lidar em sua segunda carta aos crentestessalonicenses, e no h nada maior que a ternura e sensibilidade de sua abordagem,alm da preciso com que faz a correo.

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    Os cristos em Tessalnica passavam por intensa perseguio e tribulao, e fica bemevidente que o inimigo, por meio de falsos mestres, procurava confundir suas menteslevando-os a pensar que "o grande e terrvel dia do Senhor" (Jl 2:31) tivesse chegado eque as tribulaes pelas quais estavam passando eram conseqncias daquele dia. Seassim fosse, todo o ensino do apstolo teria sido provado como falso, pois se havia umaverdade que brilhava com maior fulgor e proeminncia em seu ensino era a da

    associao e identificao dos crentes com Cristo -- uma associao to ntima, umaidentificao to prxima, que seria impossvel para Cristo aparecer em glria sem o Seupovo. "Quando Cristo, que a nossa vida, Se manifestar, ento tambm vs vosmanifestareis com Ele em glria" Cl 3:4. Mas antes Ele dever vir, para depois podertrazer "o dia".

    Alm disso, quando o dia do Senhor realmente chegar, no ser para atribular o Seupovo; ao contrrio, ser para atribular os perseguidores deste. isto que o apstolo lhesfaz lembrar da maneira mais simples e eficaz, logo nas primeiras linhas: "Sempredevemos, irmos, dar graas a Deus por vs, como justo, porque a vossa f crescemuitssimo e o amor de cada um de vs aumenta de uns para com os outros, de maneiraque ns mesmos nos gloriamos de vs nas igrejas de Deus por causa da vossa pacincia

    e f, e em todas as vossas perseguies e aflies que suportais; prova clara do justojuzo de Deus, para que sejais havidos por dignos do reino de Deus, pelo qual tambmpadeceis; se de fato justo diante de Deus que d em paga tribulao aos que vosatribulam, e a vs, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar oSenhor Jesus desde o cu com os anjos do Seu poder, como labareda de fogo, tomandovingana dos que no conhecem a Deus [gentios] e dos que no obedecem ao evangelhode nosso Senhor Jesus Cristo [judeus]" 2 Ts 1:6.

    Portanto, no era apenas a posio do cristo que estava envolvida nessa questo, masat mesmo a glria de Deus -- Sua prpria justia. Se era certo que o dia do Senhor tinhatrazido tribulao aos cristos, ento no havia verdade na doutrina -- na grande eproeminente doutrina do ensino de Paulo -- de que Cristo e Seu povo so um, alm do

    que isso acabaria comprometendo a justia de Deus. Em suma, se os cristos estavampassando por tribulao, seria moralmente impossvel que o dia do Senhor tivessechegado, pois quando chegar ser para trazer alvio para os crentes. E isto como umarecompensa pblica para eles no reino, e no meramente na casa do Pai, o que no oassunto tratado aqui. A mudana que ir ocorrer ser bem clara. A Igreja estar emrepouso e os que a atribularam, por sua vez, estaro em tribulao. Enquanto durar o diado homem a Igreja estar sujeita tribulao, mas no dia do Senhor tudo isso serinvertido.

    Repare nisto cuidadosamente. No se trata da questo dos cristos passarem ou no pordificuldades. Eles so destinados a isto neste mundo, enquanto a impiedade mantiver odomnio. Cristo sofreu, e o mesmo deve acontecer tambm com eles. Todavia, o ponto

    que queremos frisar para a mente e o corao do cristo que, quando Cristo vier paraestabelecer Seu reino, ser totalmente impossvel que Seu povo esteja em tribulao.Assim, todo o ensino do inimigo, pelo qual ele procurava inquietar os crentestessalonicenses, mostrou-se claramente fraudulento. O apstolo leva de roldo o prpriofundamento de toda a trama, usando apenas a afirmao da preciosa verdade de Deus.Esta a forma divina de libertar as pessoas de seus vos temores e idias falsas. D aelas a verdade e o erro ir bater em retirada. Deixe derramar a luz da eterna Palavra deDeus e todas as nuvens e nvoas de falsa doutrina sero afastadas.

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    Permita-nos, por alguns instantes, examinar um pouco mais o ensino de nosso apstoloneste texto marcante. Ao faz-lo veremos com que clareza ele define a diferena entre "avinda" e "o dia", uma distino que o leitor faz bem em ponderar.

    "Ora, irmos, rogamo-vos, pela vinda [ou sobre este fundamento] de nosso Senhor JesusCristo, e pela nossa reunio com Ele, que no vos movais facilmente do vosso

    entendimento, nem vos perturbeis, quer por esprito, quer por palavra, quer por epstola,como de ns, como se o dia do Senhor estivesse presente".*

    * [Nota: No temos qualquer pretenso de erudio; somos meros respigadores nato interessante seara da anlise do texto onde outros tm colhido grandesresultados. No queremos ocupar o pensamento de nossos leitores comargumentos em defesa das passagens apresentadas no texto, mas sentimos queno h qualquer utilidade em apresentar aquilo que acreditamos ser errado.Cremos no haver dvida quanto forma correta de ler 2 Tessalonicenses 2, que como apresentamos: "como se o dia do senhor estivesse presente". A palavraenesteken s pode ser traduzida assim. Ela aparece em Romanos 8:38, onde traduzida como "o presente". O mesmo acontece em 1 Corntios 3:22, "o

    presente"; 1 Corntios 7:26, "presentenecessidade"; Glatas 1:4, "presentesculomau"; Hebreus 9:9, "tempo presente". (N. do. T.: No original ingls ou autor faz usode uma traduo alternativa para o final do versculo: "como se o dia do Senhorestivesse presente").]

    Portanto, independente da questo das diversas interpretaes, basta um momento dereflexo para mostrar ao cristo sincero que o apstolo no poderia estar querendoensinar aos tessalonicenses que o dia do Senhor no estava, mesmo naquela poca, jperto. As Escrituras nunca podem se contradizer. Nenhuma sentena da revelao divinapode vir a colidir com outra. Mas se a forma apresentada na excelente Authorized Versionfor correta, estaria em direta oposio a Romanos 13:12, onde somos expressa eclaramente informados de que o "dia chegado". Que "dia"? O dia do Senhor, com toda

    certeza, que sempre o termo utilizado em conexo com nossa responsabilidadeindividual no andar e no servio.

    Podemos assinalar rapidamente que trata-se de um ponto de muito interesse e valorprtico. Se o leitor se der ao trabalho de examinar as vrias passagens que falam do"dia", descobrir que, de um modo ou de outro, elas fazem referncia questo da obra,servio ou responsabilidade. Por exemplo: "O qual vos confirmar tambm at ao fim,para serdes irrepreensveis no dia [no na vinda] de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co1:8). Outra vez: "A obra de cada um se manifestar; na verdade o diaa declarar" (1 Co3:13). "Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e semescndalo algum at ao dia de Cristo" (Fp 1:10). "Desde agora, a coroa da justia me estguardada, a qual o Senhor, justo Juiz, me dar naquele dia" (2 Tm 4:8).

    De todas estas passagens, e de muitas outras que poderiam ser citadas, aprendemos que"o dia do Senhor" ser uma grande ocasio para o ajuste de contas com ostrabalhadores, para a avaliao divina do servio, o esclarecimento de todas as questesenvolvendo a responsabilidade pessoal e para a distribuio de recompensas -- as "dezcidades" e as "cinco cidades".

    Portanto, onde quer que procuremos, e qualquer que seja a forma como abordemos oassunto, seremos cada vez mais confirmados na verdade da clara diferena entre a

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    "vinda" de nosso Senhor, ou o estar na Sua presena, e Sua "apario" ou "o dia". Aprimeira sempre colocada diante do corao como a bendita e brilhante esperana docrente, que pode se realizar a qualquer momento. A outra mais voltada para aconscincia, de um modo solene e profundo, relacionando-se com toda a vida prticadaqueles que so colocados neste mundo para trabalhar e testemunhar no lugar de umSenhor que est ausente. As Escrituras nunca confundem estas coisas, no importa o

    quanto ns mesmos o faamos. No h uma nica sentena, de capa a capa do volumesagrado, que ensine que os crentes no devam estar continuamente esperando pelavinda do Senhor, e zelosos pelo pensamento de que "o dia chegado". s o "servomau" -- descrito no discurso de nosso Senhor em Mateus 24 -- que diz em seu corao:"O meu senhor tarde vir"; e ali vemos as terrveis conseqncias que sempre acabamresultando de se acalentar tal pensamento no corao.

    Devemos agora retornar por alguns instantes a 2 Tessalonicenses 2, uma passagem dasEscrituras que tem causado muita discusso entre os comentaristas e apresentadoconsidervel dificuldade para os estudantes da profecia.

    Fica bem evidente que os falsos mestres procuravam perturbar os pensamentos dos

    tessalonicenses, levando-os a acreditar que estavam, j naquela poca, cercados pelosterrores do dia do Senhor. No era assim e nem poderia ser, ensina o apstolo. Antesmesmo de aquele dia comear seremos todos reunidos para encontrar o Senhor nos ares.Com base (huper) na vinda do Senhor e nossa reunio com Ele, Paulo pediu que no seperturbassem a respeito do dia. Ele j lhes tinha mostrado o lado celestial da vinda doSenhor. Tinha lhes ensinado que eles, como cristos, pertenciam ao dia; que seu lar, suaporo e esperana, estavam todas elas naquela mesma regio de onde o dia haveria desurgir. Portanto, era totalmente impossvel que o dia do Senhor pudesse envolverqualquer terror ou tribulao para aqueles que j eram, verdadeiramente e por graa,filhos do dia.

    Alm do mais, mesmo quando o assunto era visto do ponto de vista terreno, os falsos

    mestres estavam todos enganados. "Ningum de maneira alguma vos engane; porqueno ser assim [a vinda do dia] sem que antes venha a apostasia, e se manifeste ohomem do pecado, o filho da perdio, o qual se ope, e se levanta contra tudo o que sechama Deus, ou se adora; de sorte que se assentar, como Deus, no templo de Deus,querendo parecer Deus. No vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando aindaestava convosco? E agora vs sabeis o que o detm, para que a seu prprio tempo sejamanifestado. Porque j o mistrio da injustia opera; somente h um que agora resiste atque do meio seja tirado; e ento ser revelado o inquo, a quem o Senhor desfar peloassopro da Sua boca, e aniquilar pelo esplendor da Sua vinda [pela apario de Suapresena]; a esse cuja vinda segundo a eficcia de Satans, com todo o poder, e sinaise prodgios de mentira, e com todo o engano da injustia para os que perecem, porqueno receberam o amor da verdade para se salvarem" (2 Ts 2:3-10).

    Aqui, portanto, nos ensinado que antes que chegue o dia do Senhor, o inquo, o homemdo pecado, o filho da perdio dever ser revelado. O mistrio da iniqidade deve atingirseu pice. O homem dever se colocar em aberta oposio a Deus, e mais, chegar at aaceitar para si o nome e a adorao devidos a Deus. Tudo isso precisa ocorrer nestemundo antes que irrompa em cena o grande e terrvel dia do Senhor. Por enquanto huma barreira, um impedimento manifestao desse terrvel personagem. Aqui no nos dito que barreira ou impedimento esse. Deus pode mudar isso de tempos em tempos.*Mas aprendemos, da forma mais clara possvel no livro do Apocalipse, que antes que o

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    mistrio da iniqidade atinja o seu pice na pessoa do homem do pecado, a Igreja serremovida completamente deste cenrio. impossvel ler Apocalipse 4 e 5 com a menteespiritual sem ser capaz de enxergar que a Igreja dever estar no crculo mais interior daglria celestial antes que qualquer selo seja aberto, antes que qualquer trombeta sejasoada e qualquer taa seja derramada. No acreditamos que algum consiga entender olivro do Apocalipse sem enxergar isto.

    * [Nota: Alguns supem que o impedimento seja do Esprito Santo. Sabemos, deoutras partes das Escrituras, que antes da entrada em cena do inquo a Igrejaestar segura e abenoada em seu lar celestial nas alturas -- o lugar preparadopara ela. Quo precioso este pensamento!]

    provvel que voltemos a tratar deste ponto to interessante oportunamente. Agorapodemos apenas incentivar o leitor a estudar o assunto por si mesmo. Pondere emApocalipse 4 e 5 e pea a Deus para interpretar para sua alma o seu precioso contedo.Fazendo assim, estamos convencidos de que o leitor aprender que os vinte e quatroancios coroados representam os santos celestiais, que estaro reunidos, em glria, emtorno do Cordeiro, antes que uma nica linha da parte proftica do livro seja cumprida.

    Gostaramos de fazer ao leitor uma pergunta muito simples, uma pergunta que s podeser corretamente respondida na intimidade da presena de Deus. A pergunta : O quevoc busca? Qual a sua esperana? Voc espera por determinados eventos que estopara ocorrer nesta terra, como o restabelecimento do Imprio Romano, odesenvolvimento dos dez reinos, o retorno dos judeus para sua prpria terra na Palestina,a reconstruo de Jerusalm, o surgimento do Anticristo, a grande tribul