A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 29

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PÁGINA 3 INFORMAÇÃO E CIDADANIA ANO II - N 0 29 - RIO DE JANEIRO, 9 DE SETEMBRO DE 2014 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA PÁGINA 8 O domingo de futebol em Rio das Pedras teve como maior destaque a homenagem do J. Areinha ao saudoso Amado Batista, morto uma semana antes. Além da goleada de 5 a 1 sobre o Primos, o J. Areinha entrou em campo com o uniforme do Só no Pêlo, time pelo qual jogava o homenageado. No Solazer, destaque também para Paulista, do União de Copa, autor de três dos quatro gols no Mangueirinha. No Amador, a façanha foi do Rua Larga, que venceu por 3 a 1 o Inter e assumiu a liderança do Grupo B. As obras de urbanização de Areal/Areinha, numa área de 200,8 mil m2, estão na reta final para serem entregues em maio próximo. Apesar dos transtornos causados, os moradores (fotos abaixo) consideram bem-vindas. A técnica de segurança Ana Paula Nogueira (foto ao lado) tem mais um motivo para comemorar: até agora, não foi registrado um só acidente. A notícia de que nossa comunidade vai ganhar duas escolas e uma creche era para ser motivo de festa, mas virou apreensão e incerteza. Com a interdição do Terceiro Campo, onde funciona uma escolinha para crianças e um campeonato para adultos aos domingos, centenas de famílias que se beneficiam do espaço pedem para continuar ou que sejam deslocadas para outro local apropriado. PÁGINA 6 Um dos líderes do Só no Pêlo, Amado Batista é assassinado e se junta a Nildo, o ex-líder do time, que morreu em acidente de moto há dois anos e oito meses. Os dramas expõem duas faces da violência na nossa comunidade. FOTO DE DIVULGAÇÃO PÁGINA 7 Neste terreno, na Rua das Pitangas, na Areinha, nossa paróquia vai construir uma capela e um centro de evangelização. FOTO DE LAERTE GOMES MUITOS GOLS E SINGELA HOMENAGEM NO NOSSO FUTEBOL QUEREMOS ESCOLAS, MAS SEM PERDER O NOSSO FUTEBOL FOTO DE MARCOS POWER NET FOTOS DE LAERTE GOMES FOTO DE FABIO SOARES FOTO DE LAERTE GOMES Amauri Silva, à frente da Novo Estilo desde 1998, e as crianças protestam contra o fim da escolinha. Mais que um professor, ele é considerado um verdadeiro educador pelos pais dos alunos Lila Barros Francisco Lima Adilson Aparecido Francisco Fernandes JÁ NA RETA FINAL, OBRAS EM AREAL/AREINHA SÃO BEM RECEBIDAS NA COMUNIDADE Paulista (fora da foto) marca o primeiro gol do União de Copa, depois de cobrança de córner. À direita, o momento em que o time do J. Areinha se abraça, antes de entrar em campo, para rezar pela alma de Amado Batista

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PÁGINA 3

I N F O R M A Ç Ã O E C I D A D A N I AANO II - N0 29 - RIO DE JANEIRO, 9 DE SETEMBRO DE 2014 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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O domingo de futebol em Rio dasPedras teve como maior destaque ahomenagem do J. Areinha aosaudoso Amado Batista, morto umasemana antes. Além da goleada de5 a 1 sobre o Primos, o J. Areinhaentrou em campo com o uniformedo Só no Pêlo, time pelo qualjogava o homenageado. No Solazer,destaque também para Paulista, doUnião de Copa, autor de três dosquatro gols no Mangueirinha. NoAmador, a façanha foi do RuaLarga, que venceu por 3 a 1 o Inter eassumiu a liderança do Grupo B.

As obras de urbanização de Areal/Areinha, numa área de 200,8 milm2, estão na reta final para serem entregues em maio próximo.Apesar dos transtornos causados,os moradores (fotos abaixo)consideram bem-vindas. A técnicade segurança Ana Paula Nogueira(foto ao lado) tem mais um motivopara comemorar: até agora, nãofoi registrado um só acidente.

A notícia de que nossacomunidade vai ganhar duasescolas e uma creche erapara ser motivo de festa, masvirou apreensão e incerteza.Com a interdição do TerceiroCampo, onde funciona umaescolinha para crianças e umcampeonato para adultos aosdomingos, centenas defamílias que se beneficiamdo espaço pedem paracontinuar ou que sejamdeslocadas para outro localapropriado.

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Um dos líderes do Só no Pêlo, AmadoBatista é assassinadoe se junta a Nildo, oex-líder do time, quemorreu em acidentede moto há dois anose oito meses. Osdramas expõem duasfaces da violência nanossa comunidade.

FOTO DE DIVULGAÇÃO

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Neste terreno, na Rua das Pitangas, naAreinha, nossa paróquia vai construir umacapela e um centro de evangelização.

FOTO DE LAERTE GOMES

MUITOS GOLS E SINGELA HOMENAGEM NO NOSSO FUTEBOL

QUEREMOS ESCOLAS, MASSEM PERDER O NOSSO FUTEBOL

FOTO DE MARCOS POWER NET

FOTOS DE LAERTE GOMES

FOTO DE FABIO SOARES FOTO DE LAERTE GOMES

Amauri Silva, à frente da Novo Estilo desde 1998, e as crianças protestam contra o fim da escolinha. Mais que um professor, ele é considerado um verdadeiro educador pelos pais dos alunos

Lila Barros Francisco Lima Adilson Aparecido Francisco Fernandes

JÁ NA RETA FINAL, OBRASEM AREAL/AREINHA SÃO BEMRECEBIDAS NA COMUNIDADE

Paulista (fora da foto) marca o primeiro gol do União de Copa, depois decobrança de córner. À direita, o momento em que o time do J. Areinha seabraça, antes de entrar em campo, para rezar pela alma de Amado Batista

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ANTONIO RENATO CARDOSO *

RIO, 9 DE SETEMBRO DE 2014

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A VOZ DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL

Leo Tigrãoenviou a seguinte mensagem: “Adoro ler eescrever para A Voz de Rio das Pedras. Sou pesquisador detransporte e autor do blog “Transportes em ação”, no qualdescrevo a bagunça e o inferno que se tornou utilizar o transportenesta cidade, que deveria ser prestado com mais qualidade. Énítida a bagunça que se transformou o transporte público no Riode Janeiro com a implantação dos BRTs e empresas sendodivididas em consórcios para o operar o sistema de transporte, oque seria muito boa ideia se fosse organizada. A prefeitura e aSecretaria de Transportes deixaram as empresas de ônibustomarem conta de um direito básico da população e com issovirou o “samba do crioulo doido”. As empresas, aproveitando queagora as pinturas são padronizadas com o intuito de confundir opassageiro, trocam a numeração das linhas toda hora. As linhasque eram tradicionais na cidade e já conhecidas dos passageirosmudaram a numeração, como o 175 (Central-Alvorada), quemudou para 308. Quando se falava em reorganização dotransporte na cidade dava a entender que áreas como as zonasNorte e Oeste, e demais regiões que são deficitárias de transporte,seriam beneficiadas, mas não foi o que aconteceu. Muitas linhasforam extintas, encurtadas e ainda estão sendo com o a desculpaesfarrapada de implantação dos BRTs, que seriam nova opção detransporte na Zona Sul. É muita linha fazendo mesmo trajeto elinhas sobrepostas que nada acrescentam. Foram criadas imensaslinhas variantes na Zona Sul com muitas siglas que nadaadiantam. A Zona Oeste é a região mais prejudicada com essabagunça. A falta de linhas na Zona Oeste para a Zona Sul e oCentro mostra o quanto os gestores de transportes são bem“asnos” quanto o assunto é a região onde o monopólio detransporte manda. Novas licitações teriam que ser feitas paraoutras empresas entrarem e não as mesmas problemáticas. Antesas empresas tinham mais cuidados com a frota por serempermissionárias. O que se vê é uma esculhambação atrás da outra.É preciso nova licitação e revisão nesses trajetos que, muitas asvezes, só dão prejuízos. À meia-noite as empresas reduzem a frotacom a desculpa de ter linhas que passam em área de risco,colocando os profissionais em risco. Mas sabemos que é puramentira. A redução da frota é feita para não pagar adicionalnoturno e os passageiros são obrigados a ficar horas e horasesperando uma condução depois de um dia exaustivo detrabalho. A Viação Redentor monopoliza a região de Jacarepaguácom suas marcas fantasias. Não faz o menor sentido as linhas quesaem de Rio das Pedras – 550 (Cidade de Deus-Gávea), 555 (Riodas Pedras-Gávea), 556 (Rio das Pedras-Leblon), 557(Copacabana-Rio das Pedras) – serem uma variante da outra, poispoderiam ser aproveitadas em outros bairros que há uma falta detransporte.� Sugestões de linhas:555 (Rio das Pedras-Gávea) faz omesmo trajeto do 550, 556 e poderia ser prolongado até obairro do Gardênia Azul, que não conta com nenhuma linhapara a Zona Sul e desafogaria Rio das Pedras que, nos últimostempos, ficou apertada com muitas linhas sobrepostas. Alinha 556 faz o mesmo trajeto que a 557 e poderia ter seupercurso até o Metrô de Botafogo, passando pelo JardimBotânico, Lagoa, Humaitá, pois a linha 354, além dar umavolta imensa na Zona Sul, é muito demorada, e visto quemuitos passageiros trabalham nessa região. Ficam assugestões.”

Resposta às críticasSobre a crítica do leitor André M Alves, LeoTigrão respondeu:

“Quando nos unimos para um benefício de todos sempre somoscriticados por isso. Pedimos a solicitação da alteração da linha 863(Barra da Tijuca-Alvorada) pelo fato de a comunidade de Rio dasPedras ter uma imensa população de pessoas idosas e deficientes.São pessoas que trabalham e usam o BRT Transoeste e Cariocacomo meio de locomoção. Pelo que entendo o senhor não éusuário do BRT e não tem idosos na família. Desculpa, mas émuito egoísmo da sua parte. Quanto a linha 343 (Praça 15, viaSerra) seria uma ótima ideia. Pessoas que trabalham na Tijuca emuitos estudantes da Uerj precisam fazer baldeações naFreguesia e esperar um ônibus que já chega lotado. Boa iniciativado Sr Hélio. Pessoas como ele fazem a diferença.”

Carros de som de políticos incomodamAdriana Almeida reclama: “Já não basta a poluição visual?

Acho uma falta de respeito com a comunidade a poluição sonoraque nos tem sido imposta pelos políticos. Os carros de som emvolume altíssimo chegam a me deixar atordoada. Meu voto é queeles não levam!”

Ofertas à comunidadeAdailton Gomes escreveu:“Estou precisando de dois

pizzaolos. Se alguém tiver interesse, ligar para 964645942.”Alessandro Martins escreveu:“Estou vendendo uma TV de 21

polegadas antiga por R$300,00. Aceito oferta. Tel: 96960-4755.

IDENTIFICANDO CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR

Não é fácil a identificação denovas oportunidades.Principalmente quandoobservamos as novas dinâ-micas utilizadas pelo mer-

cado. Existem algumas ações que podemoportunizar novos mercados. Incial-mente, é importante que o candidato aempreendedor identifique a melhoropção de negócio para si. Qual a atividadeque melhor se encaixa à sua realidade. Épreciso conhecer o mercado que estamosnos propondo a explorar. A dinâmica domercado produz de forma muito rápidanovos produtos e oportunidades, portantoé preciso que o candidato esteja atentoaos lançamentos de novas oportunidades.

Fórmulas já testadas diminuem as chan-ces de erros dos novos empreendedores epor isso acompanhamos o crescimentodas franquias no mercado. Algumas dicaspodem ser dadas para que armadilhassejam evitadas. As competências em-preendedoras não são inatas e poderão aolongo da vida serem desenvolvidas.Ocorre que alguns traços de personali-dade são comuns aos indivíduos com tra-ços empreendedores, como não ter medode assumir riscos, são simpáticas e capa-zes de realizar diferentes atividades deforma simultaneamente. A construção deboas redes sociais é um outro elementomuito importante, assim como ter a visãode futuro que pretende dar ao negócio, so-

nhar, não temer tomar decisão e ser umindivíduo que faz diferença. As pessoasdotadas do espírito empreendedor sabemexplorar ao máximo as oportunidades egeralmente são inovadores, curiosos eestão sempre em busca de novos conheci-mentos. Os obstáculos irão surgir e preci-samos ser capazes de superar de formaotimista e apaixonada. O otimismo gera avisão do futuro e precisamos enxergar,acreditar e perseverar que certamente osucesso será alcançado.

*Antonio Renato Cardoso da Cunha é pesquisador no Núcleode Pesquisa e Cidadania de Rio das Pedras e responsávelpela implantação da Associação Comercial de Rio das Pe-dras (Ascorpe). Contato: [email protected]

A DEPENDÊNCIA DO RECONHECIMENTO

A VOZ DA PSICOLOGIAGISELLE SANTOS*

Neste mundo de provações,cobranças, corrida contra otempo e competitividade, écomum as pessoas se quei-xarem de não serem reco-

nhecidas pelo seu trabalho, dedicação ouvalor, da forma como gostariam, e pelas pes-soas que consideram importantes. Algumasvezes esse sentimento de insatisfação, frus-tração ou até de revolta, revela no indivíduoa incerteza sobre as próprias qualidades ouatributos.Mas se uma pessoa querida lhe faz um

elogio em relação a algo que fez ou atitudeque adotou, você tem a tendência de acharque agiu de forma adequada e sempre ten-tará repetir aquela ação, mesmo quandovocê nem tem certeza de era a melhor paraaquele momento. Em contrapartida, se estamesma pessoa com determinada importân-cia para você lhe ignora por algum provávelerro cometido, ou faz qualquer comentáriomaledicente, você imediatamente se punepsicologicamente e arquiva que não devemais repetir aquela atitude.Isso é o que normalmente fazemos. Re-

compensar (repetir) comportamentos tidos

pela sociedade como positivos, e punir (re-provar) quando o contrário acontece, porconsidera-los negativos, ruins, inadequadosou não valorizados. Essa relação de reforçoe punição é normal.O que não é normal e pode preocupar é

quando o indivíduo tem como mecanismode existência a aprovação permanente dooutro, uma exacerbada necessidade de acei-tação e reconhecimento diante qualqueratitude ou ação que este indivíduo venha ater. Tal processo pode levar o indivíduo anão se (re)conhecer por si mesmo, anu-lando intensamente a sua autoestima e aconfiança em si mesmo, afetando as suas re-lações e julgamentos.A autoestima de um indivíduo vai de-

pender da segurança emocional que eledesenvolveu ao longo da vida e do reco-nhecimento da segurança que ele adqui-riu sobre o próprio valor, dentro de suasrelações pessoais, profissionais e emocio-nais. Essa confiança/segurança não podeter como ponto de partida a crença cegaem si mesmo, mas deve estar focada naconstrução, nos eventos significativos quevão, com o passar do tempo, ajudar a con-

fiar cada vez mais em si próprio e auxiliara construir e desenvolver muitos recursosinternos que serão capazes de habilitar alidar com qualquer tipo de realidade, sejaela positiva ou negativa.Um caminho interessante para a cons-

trução de uma boa autoestima, um bomautoconhecimento e de afastamento dequalquer necessidade permanente deaprovação, seria tentar manter sempreuma boa relação de maturidade e sinceri-dade com a realidade. Devemos semprelembrar que, de um lado teremos a con-fiança e, do outro, a segurança. Assim,tendo ou não o reconhecimento do outro,vamos continuar a seguir em frente, coma confiança de que fizemos o melhor aonosso alcance, e a segurança de que esteevento será mais uma oportunidade deagregar e desenvolver ainda mais os nos-sos recursos internos para um maior aper-feiçoamento das nossas ações.

*Giselle Santos é psicóloga, especialista na área de Recur-sos Humanos, com trabalhos realizados nesta área e nasáreas social, clínica, escolar e da saúde.

O crime não é colocar o filho em adoção, mas consiste,justamente, na exposição do bebê a situações de perigo,podendo se configurar crimes diversos”.

Pessoas de espírito empreendedor sabem explorarao máximo as oportunidades, são inovadores,curiosos e sempre buscam novos conhecimentos”.

CRISTINA GOMES CAMPOS DE SETA *

A VOZ DO DIREITO

O DIREITO DE NÃO SER MÃE

Frequentemente ficamos choca-dos com notícias divulgadaspela imprensa de abandono decrianças, especialmenterecém-nascidos, em ruas, rios,

telhados de casas, expostas ao frio, à fome,sendo colocadas em risco de vida. Daí pen-samos o que levaria uma pessoa a colocaruma criança em situações de perigo. Diantedesta realidade, especialistas chegaram àconclusão de que o desconhecimento e omedo, somados a uma imposição da socie-dade às mulheres, no sentido de que a ma-ternidade representa “o paraíso”, podem seralgumas das razões que levam a tais condu-tas temerárias. A sociedade “endeusa” a po-sição de mãe e acaba por “obrigar” asmulheres a verem a maternidade como uma“missão” sublime para a qual todas as mu-lheres estão destinadas, sem exceção. Noentanto, isto não é uma verdade absoluta.Muitas mulheres engravidam por desco-nhecimento, por fata de orientação quantoa métodos contraceptivos e, ao descobrirema gravidez, se veem assoladas pelo medo deserem mães sem estarem emocional ou eco-

nomicamente preparadas e, às vezes, so-zinhas. Uma mulher, ao dizer que não estápreparada para ser mãe, choca uma socie-dade impregnada pela verdade “absoluta”do “mito” da maternidade como uma mis-são feminina. Diante da falta de informa-ção, após nove meses de conflitosinternos, as mulheres acabam por largaros bebês em situações inadequadas.Diante desta realidade, o Estatuto daCriança e do Adolescente foi alterado paraimpor ao Estado a obrigatoriedade de quea mulher grávida receba acompanha-mento psicológico, caso entenda que delenecessite. Quando a gestante venha a afir-mar perante o psicólogo ou o médico queacompanha o seu pré-natal que não de-seja permanecer com o filho após o seunascimento, colocando-o para adoção, elaterá direito a um acompanhamento espe-cial de um psicólogo. Tal medida visa pro-porcionar à gestante um suporte para quea mesma decida conscientemente, com ointuito de evitar futuros arrependimentos,mas também, propiciar, mediante o for-necimento de orientações precisas, que as

gestantes entreguem tais crianças aos cui-dados do Juizado da Infância e da Juven-tude, a fim de que as mesmas sejamprotegidas e encaminhadas àquelas pes-soas que se encontram inscritas na lista deadoção. Assim, evita-se o abandono dosbebês em locais de risco. Ao contrário doque muitas pessoas acreditam, a mulhertem o direito de colocar seu filho recém-nascido para adoção, desde que o façasem exposição deste em situações derisco. Caso o genitor seja conhecido, estetambém deve se manifestar. O crime nãoé colocar o filho em adoção, mas consiste,justamente, na exposição do bebê a situa-ções de perigo, podendo, nestes casos, seconfigurar crimes diversos: abandono deincapaz, infanticídio, homicídio etc, de-pendendo das circunstâncias. A escolhadeve ser consciente, livre de preconceitose pressões, sempre sob a orientação psi-cológica, direito este de toda gestante.

*Cristina Gomes Campos de Seta é juíza da 9ª Vara Cíveldo Méier

A VOZ DOLEITOR

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A partir das próximas edições, este jornal vai reservar espaço para que você,

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EXPEDIENTEEDITOR-CHEFE Aziz Ahmed(Reg. 10.863 - MTPS)[email protected]

EDITOR EXECUTIVOLaerte Gomes [email protected]

REPORTAGEMRicardo de SouzaHaroldo Habib

CONSULTORES Cláudia Franco CorrêaIrineu SoaresMaria Etatiane Costa BarrosoJuliana Barcellos da Cunha e Menezes

FOTOGRAFIA Fábio [email protected]

TRATAMENTO DE IMAGENS Eduardo JardimANALISTA DE MÍDIA E WEBMASTERClaudia [email protected]

Uma publicação da Livraria e Editora Citibooks Ltda.CNPJ: 05.236.806/0001-5 Rua Jardim Botânico, 710,CEP 22.460-000para a Associação Comercial do Rio das Pedras (em organização). Rua Nova 105 – Loja, Rio das PedrasTel.: 41088439

Publicação quizenal / Tiragem: 20 mil exemplares / DISTRIBUIÇÃO GRATUITA / Impresso na Gráfica e Editora Jornal do Commercio

� Cartas para a redação de A Voz de Rio das Pedras, a/c do Núcleo de Cidadania, Rua Nova n0 105, loja 2.e -mails para [email protected]

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RIO, 9 DE SETEMBRO DE 2014

3Isso aqui não é só uma escolinha de futebol. Aqui é um lugar onde reina a paz e por isso querocontinuar esse trabalho”.

Seu Amauri comanda de uma forma as criançasrespeitam. A educação dele complementa a decasa e a da escola”.

Todo mundo concordaque educação é funda-mental, assim comotodos concordam que oesporte – qualquer mo-

dalidade esportiva – é um dos pilaresfundamentais para uma educaçãoainda mais sólida na formação daspessoas, principalmente as crianças.No entanto, infelizmente, essa possi-bilidade rara não foi aproveitada pelaPrefeitura no nosso Terceiro Campo,onde é disputado o campeonato se-manal de adultos, conhecido comoAmador, além da escolinha Novo Es-tilo que funciona terças, quintas e sá-bados, de manhã e à tarde, para 120crianças da nossa comunidade e debairros como Freguesia e Anil, entreoutros.

No dia 1° de setembro, uma se-gunda-feira, às 8h, uma equipe daprefeitura chegou ao nosso campo e,sem aviso prévio, deu o ultimato: apartir daquela data estava iniciandoa marcação para sondagem do solopara as obras que vão levantar duasescolas e uma creche. O campo já era.

Amauri M. Silva, professor queestá à frente do projeto desde "27 denovembro de 1998", segundo suaspalavras, conta que funcionárioschegaram dizendo para parar com aaula porque começariam uma son-dagem.

– Tomaram uma decisão semconsultar ninguém da área esportiva– lamenta para, em seguida, acres-centar: – Eles não sabem do que setrata e nem conhecem a filosofia doprojeto, as transformações que agente consegue com as crianças emtão pouco tempo – conta preocu-pado com a possibilidade real dedescontinuarem seu projeto.

– Esse trabalho não é feito paraquem é o melhor no futebol. Ele éfeito para o magrinho, o gordinho,para aquele que não sabe nada enunca viu bola. Esse espaço é justa-mente para que haja esse encontrode evolução mental, de respeito naconduta de formação de cidadania. –conta Amauri, dando uma pequenademonstração da sua filosofia de tra-balho.

Essas transformações são confir-madas por Fabíola de Lourdes Ara-gão, de 39 anos, que mora no Anil efaz questão de trazer o filho Wladi-mir, de sete, por causa do bom am-biente que encontrou na escolinha.

– Meu filho frequenta três escoli-nhas. Duas com campo sintético etoda estrutura e a do professorAmauri, que é muito mais do queprofessor de futebol, é um verdadeiroeducador – conta Fabíola, orgulhosapor poder trazer o filho para conviverem um ambiente social diferente ecredita a evolução do comporta-mento do filho aos métodos deAmauri e a esse convívio enriquece-dor para ambas as partes.

– As crianças aqui são muito maiseducadas do que em outros lugares.Aqui não se ouve palavrões, gritariaou bagunça. O seu Amauri comandade uma forma que todas as criançasrespeitam. A educação que ele dácomplementa a de casa e a da escola– se entusiasma Fabíola, acrescen-tando que se pudesse "agradeceria aAmauri umas dez vezes por dia.

A mesma empolgação, admira-ção e respeito por Amauri é compar-tilhado pela avó do meninoWladimir, mãe de Fabíola, Vera MariaAragão Costa. Psicóloga e pedagoga,Vera endossa as palavras da filha.

– É um educador! – diz enfáticapara em seguida dar uma sugestão: –O que a Prefeitura devia fazer é refor-mar o campo, dar uma estrutura de-cente para o seu Amauri trabalhar,para as crianças aproveitarem me-lhor seus ensinamentos e os acom-panhantes ficarem mais confortáveis– esbraveja inconformada com a no-tícia da interdição, assim como Fa-bíola, a mãe do pequeno Wladimirque, segundo Amauri, tem uma ver-

MODELO DE POLÍTICA ADOTADO EM PAÍSES DE PRIMEIRO MUNDO É DESPREZADO PELA PREFEITURA QUE INTERDITA O TERCEIRO CAMPO E DEIXA APREENSIVAS

CENTENAS DE FAMÍLIAS QUE SE BENEFICIAM DO ESPAÇO

EDUCAÇÃO E ESPORTE: A RECEITA PERFEITA PARA A CIDADANIA

FOTOS DE MARCOS POWERNET

se abateu sobre os frequentadores docampo. Embora as obras aindalevem um tempo para começar, ofato é o que o campeonato está nametade – quinta rodada de um totalde dez – e ninguém sabe quando vaiser interrompido de vez. A única cer-teza até o momento é que não vaichegar ao fim.

Assim como Amauri, Marco tam-bém diz ser favorável a construção deescolas, áreas de lazer e tudo o quefor para o benefício da nossa comu-nidade, mas o que ele não se con-forma é, além da falta de diálogoprévio, é com a ausência de alterna-

tivas para o campo.– Se eles fizessem o que dizem

que vão fazer, mas oferecessem outrolugar pra gente tudo bem. Mas che-gar da forma que chegaram causa re-volta em toda comunidade, porqueesse espaço beneficia toda família enão apenas quem joga – reclama ocoordenador, acrescentado que, paraconstruir outro campo semelhanteao atual, seria necessário 30 pessoaspara realizar a obra em uma semana.E é tudo que todos querem.

Marcos lembra que há três anoshouve um movimento parecido.Funcionários da prefeitura vieram,demarcaram o terreno, mas a obranão andou. A diferença, segundoafirmou, é que agora eles mostraramuma planta com o desenho das trêsescolas e o trabalho está mais acele-rado.

Quem também está inconfor-mado com a repentina interdição é opai do menino Rafael, de sete anos,Eliezer Rodrigues Almeida, de 55anos.

– Não existe isso, não pode! Tá er-rado acabar com isso que é uma áreade lazer para as crianças em um lugartão carente – lamenta Eliezer.

Ao lado de Eliezer, seu Ary da Silvade Almeida, de 70 anos, avô de PedroHenrique de Almeida Mazarakis, quecomeçou na escolinha com sete anose hoje, aos onze, já faz parte da basedo Fluminense em Xerém, tambémmostra indignação.

– É um absurdo acabar com a es-colinha! Tem outras coisas para fazercomo acabar com esse matagal aí emfrente que é ponto de consumo dedrogas e já teve dois casos de estu-pros – conta revoltado seu Ary.

Além de Pedro, que trilha o cami-nho no tricolor, Amauri já revelouGustavo Ximenes, que é profissionaldo América, e Ricardo, que hoje estáno Ninho do Urubu, na Gávea, masenfatiza que seu maior orgulho não érevelar futuros jogadores e sim pes-soas aptas a respeitar quem quer ooutro seja.

– Posso agregar garotos que nãotenham nem um pão para comer,que não sabem jogar bola, mas quetêm profundo respeito por seus ami-

gos que jogam acima da média. Issoaqui não é só uma escolinha de fute-bol. Aqui é um lugar que reina a paze é por isso que quero continuar essetrabalho.

Em vias de iniciar um debate paraapresentar um calendário esportivopara a temporada de 2015 junto comos outros organizadores de torneiosde futebol em nossa comunidade –além do Terceiro Campo (Amador),acontecem torneios no campo Sola-zer e na Praça da Amarp – Marcos vêesse contratempo como uma opor-tunidade de as lideranças esportivasse unirem de vez para criar a Federa-ção de Futebol de Rio das Pedras.

– Nossa ideia é criar um calendá-rio onde as competições não aconte-çam ao mesmo tempo como ocorreatualmente. Conseguindo issovamos aumentar o público de todosos torneios e promoveremos aindamais a integração da nossa comuni-dade, que é nosso principal objetivo– finaliza Marcos, que em breve vai seencontrar com Roberto, Índio e Fer-nando para discutirem o projeto quevai beneficiar além do futebol, outrasmodalidades esportivas.

Nossa equipe fez contato com asubprefeitura da Barra para obteruma informação oficial sobre a inter-dição do Terceiro Campo, mas até ofechamento desta edição não obteveretorno.

A torcida entusiasmada da nossaA Voz de Rio das Pedras é que sejaencontrada uma solução para queeducação escolar e esportiva se en-trosem e consigam promover agrande jogada que toda comunidadeespera, que é o gol de placa de cons-truir escolas sem destruir o lazer es-portivo da nossa comunidade.

dadeira bomba na perna esquerda.Coordenador do projeto, Marcos

Antônio lamenta a falta de cuidadoda prefeitura com a comunidade aonão informar previamente que have-ria a interdição. Segundo ele, comtantas áreas livres em Rio das Pedras,por que fazer as escolas justamenteonde acontece uma atividade quebeneficia centenas de moradores dediversas faixas etárias da nossa co-munidade.

– Parece que eles resolveramaproveitar que o local já estava des-campado para fazer as obras – dizMarco, chateado com a incerteza que

Seu Ari, avô de Pedro, que hoje está nabase do Fluminense

Rafael e Seu Eliezer, que ficouinconformado com a interdição

Professor Amauri é fundamental paraeducação das crianças

Fabíola e Wladimir, o pequeno craque quetem uma bomba no pé esquerdo

Na foto acima, criançasobservam técnicos daprefeitura marcando ocampo; ao lado, A plantamostra o projeto com duasescolas e uma creche. Faltoudiálogo para manter o nossocampo que beneficiacentenas de famílias; e abaixo, As estacas indicamo início do fim do nosso lazer esportivo

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4RIO, 9 DE SETEMBRO DE 2014RIO, 9 DE SETEMBRO DE 2014

5Uma dificuldade que enfrentamos foi mantera segurança dos moradores. Mas, graças a Deus,não tivemos nenhuma ocorrência de acidente”

Teve uma estaca que batemos hoje paraconsolidar a estrutura da elevatória que penetroumais de 20 metros no solo para ficar firme.

Foi implantado um sistema de drenagemsuperficial por canaleta hidráulica, para que a água dachuva possa escoar diretamente para o canal”

A Secretaria de Obras do Estado garante que70% da mão de obra utilizada na urbanização da regiãoé de técnicos e operários da própria comunidade.

“Se é para melhorar a gente tem que seconformar. Tem morador que reclama,xinga os operários, não entende que de-pois dessa tempestade vem a bonança”.A afirmação resignada e ao mesmo

tempo otimista é do cearense Francisco Lima, de 39 anos,dono de uma serralheria na Avenida Central, na Areinha, quefica no olho do furacão, onde são mais intensos os movimen-tos de máquinas, bate-estacas, caminhões betoneiras e todoo aparato envolvido nas obras de urbanização que a Compa-nhia Estadual de Habitação (Cehab) realiza nos bairros deAreal/Areinha. Conviver com esse tipo de transtorno fazparte, como reconhece o xará e também cearense FranciscoFernandes, do barzinho “Aconchego”, de 51 anos, 33 deles emRio das Pedras:— Estou satisfeito com a pavimentação que fizeram na

minha rua. Aqui nesse trecho acabou o lamaçal e melhorouo nosso negócio —disse o dono do barzinho, enquanto a pa-raibana Lila Barros, de 29 anos, casada e mãe de duas filhas,dona do salão “Espaço D’Ellas”, aprovava as declarações dosFranciscos, acrescentando que todos estavam muito felizes.E não é para menos.

— As obras de saneamento, instala-ção da rede coletora de esgoto, drenageme pavimentação de 55 ruas (já concluí-das) e da dragagem do canal, benefi-ciando uma área de 200,8 mil m2, estãoexigindo investimentos de R$ 64,7 mi-lhões e tem prazo para terminar em maiode 2015 — informou à nossa reportagema Secretaria Estadual de Habitação,acrescentando que estão sendo utiliza-das 70% de mão de obra da comunidade.O bombeiro hidráulico Adilson Apare-cido da Silva, paranaense, de 42 anos eque há 24 mora em Rio das Pedras, con-firma. Ele chegou a trabalhar na obra,mas como tem casa na rua principal, queestá surgindo com a dragagem e pavi-mentação do canal, resolveu investir noseu cantinho. Ele acompanha as obras eavalia que estão fluindo bem:— Estão abrindo novos caminhos e,

quando ficar tudo pronto, vai valorizarmuito esse lugar.Enquanto o engenheiro Fernando

Sarpo, da respeitável Fe Engenharia, coma energia dos seus 84 anos bem vividos,passa instruções para o encarregado deobras Cesar Roberto da Silva, as técnicasde segurança Ana Paula Nogueira e Dar-ling Lopes cuidam de afastar as criançasdos lugares mais perigosos. À frente deuma equipe de 16 homens encarregadosdo bate-estacas, Cesar diz que recebe osdesenhos, croquis e especificações dastarefas e cumpre. Para explicar que o soloali não é muito confiável, ele contou:— Teve uma estaca que batemos hoje

que penetrou mais de 20 metros no solo.O técnico geotécnico Gustavo Lenini,

de 25 anos, da Engegraut, especializadaem serviços geotécnicos, com melhora-mento e estabilização de solos moles erefundação, disse que a sua empresa estáfazendo o melhoramento do solo em tre-chos das duas margens do canal quecruza a comunidade para receber os con-dutos de esgoto da obra de saneamento.No comando de 20 trabalhadores espe-

cializados, ele comemora:— Já estamos na última etapa da nossa execução na obra,

com uma margem concluída e a outra em execução. Estamosaqui desde junho. Nosso serviço é prestigiado pela agilidadena execução e pretendemos terminar nossa parte ainda estemês de setembro.Lenini explicou que a maior dificuldade enfrentada foi o

acesso de caminhões e equipamentos, por conta da difícil lo-comoção nas ruas da comunidade, rede elétrica muito irre-gular e baixa, carros estacionados obstruindo as vias deacesso. E concluiu:— Outra dificuldade foi manter a segurança, por conta de

alguns moradores não respeitarem as orientações e sinaliza-ções de riscos. Mas, graças a Deus, não tivemos nenhumaocorrência de acidente.Sobre o questionamento feito pelo morador Davyd Souza,

que cobrou colocação bocas de lobo nas vielas, cujas obrasjá estão concluídas, a Cehab esclareceu que foi implantadoum sistema de drenagem superficial por canaleta hidráulica.E explicou:— Os eixos ficam num nível um pouco mais baixos que as

calçadas, para que a água da chuva possa escoar diretamentepara o canal.E é o que está acontecendo.

COM MORADORESSATISFEITOS, CEHAB E

ENGENHEIROS COMEMORAMURBANIZAÇÃO QUE TEM 70% DE MÃO DE OBRA DA

COMUNIDADE

AREAL/AREINHA, APESAR DOS TRANSTORNOS, A OBRA É MINHA

FRANCISCO LIMA, DE 39 ANOS, DONO DE UMASERRALHERIA NA AVENIDA CENTRAL, NA AREINHA

ADILSON APARECIDO DA SILVA, BOMBEIROHIDRÁULICO,PARANAENSE, DE 42 ANOS

LILA BARROS, PARAIBANA, DE 29 ANOS, CASADA E MÃE DE DUASFILHAS, DONA DO SALÃO “ESPAÇO D’ELLAS”

FRANCISCO FERNANDES, DOBARZINHO “ACONCHEGO”, CEARENSEDE 51 ANOS, 33 DELES EM RIO DASPEDRAS

A OBRA EM NÚMEROS

55RUAS JÁ CONCLUÍDAS

200,8 MIL M2SÃO BENEFICIADOS

R$ 64,7 MILHÕES ESTÃO SENDO

INVESTIDOS

2015 EM MAIO É O PRAZO PARATERMINAR AS OBRAS

O engenheiro da Cehab Rafael Andrade entre Darling Lopes e Ana Paula O técnico geotécnico Gustavo Lenini comanda equipe de 20 trabalhadores

Foto 1 – Elevatória deesgotos na Areinha, jáem fase final deconstrução. Foto 2 –No Areal, outraelevatória serve demoldura para pose dosoperários. Na foto 3, oencarregado de obrasCesar Roberto, decapacete amarelo, como mestre de obrasNinho. Na foto 4, umaescavadeira abrecaminho parapassagem dacanalização do esgoto

1

2 3

4

Estes seis flagrantesmostram a gigantescamovimentação demáquinas e operários nocanteiro de obras, jáentrando na reta finalpara serem entreguesprontas daqui a novemeses

Page 5: A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 29

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RIO, 9 DE SETEMBRO DE 2014

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A única certeza é que ninguém resolveu seusproblemas. Ao contrário, eles só se agravaram ehoje só resta tristeza e pesar entre os envolvidos.

Francenildo e Amado Ba-tista eram mais do queamigos. Junto com Ri-cardo, eram os donos dotime Só no Pêlo, uma das

equipes com a torcida das mais ani-madas do campeonato do TerceiroCampo. Mas no dia 31 de agosto,pouco antes do início da partidaentre Só no Pêlo contra o Nova Espe-rança, os então animados torcedorese presentes de um modo geral rece-beram uma notícia que simples-mente acabou com o campeonatonaquele dia, transformando a costu-meira algazarra da galera em um dosmomentos mais tristes de todos ospresentes.Tinham assassinado Amado Ba-

tista, de 25 anos, um jovem queridopor (quase) todos, pai de um filho decinco anos e que uma semana antesde sua morte tinha registrado outracriança, uma menina de apenas seismeses.A causa da morte foi uma rixa

entre um ex-conhecido que haviatido um relacionamento com sua ex-mulher e que não se conformava queAmado tivesse um filho com ela.Amado tomou três facadas e o assas-sino morreu 14 horas depois. Ascrianças ficaram órfãs de pai, a ex-mulher de ambos ficou sozinha e aúnica certeza é que ninguém resol-veu seus problemas. Ao contrário,eles só se agravaram e hoje só restatristeza e pesar entre os envolvidos.Tentamos falar com os familiares,

mas não conseguimos porque todosestão muito abalados com as mortes.Principalmente com a brutalidadeda tragédia.A cada dia, 154 pessoas morrem,

em média, vítimas de homicídio noBrasil. Ao todo, foram 56.337 pessoasque perderam a vida assassinadas.Os dados são do Mapa da Violência2014, que registrou os números em

2012 em comparação com 2011. Asprincipais vítimas são jovens do sexomasculino e negros. Ao todo, foramvítimas desse tipo de morte 30.072jovens, com idade entre 15 e 29 anos.O número representa 53,4% do totalde homicídios do País. Também,desse total, 91,6% eram homens eagora Amado Batista, nome dadopela mãe em homenagem ao cantorrecordista de discos vendidos, pas-sou a fazer parte das estatísticas.

E o mais desolador é que ele nãovai ser o último. Outra modalidade

de morte que faz cada vez mais víti-mas no Brasil é por acidentes demoto. E foi assim que, há dois anos eoito meses, morreu Francenildo, co-nhecido como Nildo, que era donotime antes de Amado. Foi só após asua morte que Amado assumiu otime com Ricardo.Nildo morreu em um acidente no

Largo da Barra, às sete da manhã,quando voltava de uma festa. Impru-dência de todo tipo colocou em se-gundo plano como ocorreu comexatidão a morte de Nildo, que na

época era apenas mais um jovem (24anos) alegre da nossa comunidadeque nos deixava precocemente deforma diferente de Amado, masigualmente brutal.

Segundo o Ministério da Saúde,o Brasil teve 12.480 motociclistasmortos em 2012. Um aumento dequase 10% em relação a 2011 e, pas-mem,264% maior do que o total demortes em acidentes de trânsito re-gistrados no mesmo período! O Bra-sil é o quinto no ranking mundial demortos em acidentes de trânsito. Se-

gundo especialistas, o risco de ummotociclista morrer no trânsito é 14vezes maior que o de um ocupantede automóvel.Outro ranking que em nada nos

orgulha é a sétima colocação em ho-micídios no mundo, ficando atrásapenas de El Salvador, da Guate-mala, de Trinidad e Tobago, da Co-lômbia, Venezuela e de Guadalupe.Embora não haja estatísticas sobre onúmero de mortes em nossa comu-nidade, todos sabem que volta emeia tem um esfaqueado ou cheiode tiros encontrados em nossas re-dondezas.Há seis meses um fato curioso,

que parecia uma premonição deAmado sobre a própria morte, acon-teceu quando um amigo em comum,chamado Manoel, veio da Paraíbapara visitar o túmulo de Nildo. De-pois de todos orarem em volta do tú-mulo do amigo, Amado foi o últimoa se despedir de Nildo e disse:– Vou lá meu amigo. Qualquer dia

a gente se encontra para jogar aquelapelada.

Hoje, a lembrança mais mar-cante de Nildo nas peladas de do-mingo é uma foto sua estampada noshort do Só no Pêlo que agora vai ga-nhar o acréscimo da foto de Amado,além de uma frase na camisa dotime, o que certamente não é a me-lhor forma de homenagear dois ami-gos.O campeonato deste ano certa-

mente vai ficar marcado por maisessa morte brutal e isso o tornarámais triste, porém, nós, de A Voz deRio das Pedras, queremos deixarpara os moradores em geral e para osjovens em particular a seguinte refle-xão:Quem ganha com tanta violên-

cia?Não seria melhor resolver as de-

savenças através do diálogo?

PARA QUE SERVE A VIOLÊNCIA?A PIOR FORMA DE ENCONTRAR UM AMIGO ÉENGROSSANDO AS ESTATÍSTICAS DAS MORTESEM NOSSA CIDADE. SEJA DE MOTO OU PORASSASSINATO, A JUVENTUDE DE RIO DAS PEDRAS SEGUE NO PIOR CAMINHO

FOTOS: REPRODUÇÕES

Vou lá meu amigo, qualquer dia a gente se encontra parajogar aquela pelada".

Amado com o uniforme da sua paixãode todo domingo

Agora o nome de Amado também vaifazer parte da camisa do Só no Pêlo

Amado e Nildo, tragédia une parasempre dois amigos divertidos

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RIO, 9 DE SETEMBRO DE 2014

7No dia 18 de outubro, Dom Orani vem lançara pedra fundamental e abençoar o terreno ondeserá a Capela de São Nicolas de Longobardi.

Queremos, de coração, agradecer ao bomDeus, e à Paróquia de São Francisco de Paula quepossibilitou a concretização desse sonho.”

FOTOS DE LAERTE GOMES

Quem pensa que a Igreja Católicaestaria perdendo espaço e o re-banho de fiéis no Brasil, podebotar suas bíblias de molho.Com a bênção do Papa Francis-

co e o apoio determinado do cardeal arce-bispo do Rio de Janeiro, Dom OraniTempesta, nossa Paróquia de São João Ba-tista é um exemplo claro de expansão dareligião. Padre Marcos Vinicio, de 46 anos ehá mais de quatro no comando da nossaparóquia, vai desfiando um rosário de rea-lizações, tanto no campo espiritual, comno material, para atender à demanda de se-guidores. Depois de Dom Orani inaugurar,dia 22 de junho último, durante a celebra-ção do 8º dia de Novena de São João Batis-ta, os belos vitrais, praticamente dando osretoques finais nas obras da nova matriz, aparóquia coloca a cereja no bolo: acaba deadquirir espaçoso terreno na Rua das Pi-tangas, na Areinha, bairro que passa poruma ampla obra de urbanização, para aconstrução de mais uma capela e centro deevangelização.

— A realização desse sonho só foi possí-vel graças à colaboração da Paróquia SãoFrancisco de Paula, que, através do frei Di-no, levou adiante esse desejo já antigo danossa comunidade de ter, naquela regiãoda Areinha, um espaço de evangelização epromoção humana — comemora padreMarcos, mostrando o local à nossa reporta-gem.

No dia 18 de outubro, com o terreno jápreparado, mais uma vez a comunidadecatólica de Rio das Pedras recepcionaráDom Orani Tempesta. Desta vez, o cardealarcebispo do Rio vem lançar a pedra funda-mental e abençoar o terreno onde seráconstruída a Capela de São Nicolas de Lon-gobardi, primeira igreja da América Latinadedicada a esse santo, que foi um oblatoprofessor da Ordem dos Mínimos e que vi-veu de maneira simples e humilde a serviçodos pobres, excluídos daquele tempo de

CENTRO DEEVANGELIZAÇÃO

SERÁ BATIZADO DE SÃO NÍCOLAS

DE LONGOBARDI

PARÓQUIA VAI ERGUERCAPELA NA AREINHA

PARÓQUIA VAI ERGUERCAPELA NA AREINHA

sua terra, a Itália.— Portanto, esta é a razão da colabora-

ção da Ordem dos Mínimos, através do freiDino. O mês de outubro é o mês missioná-rio, daí a escolha dessa data para abençoaro terreno — explica padre Marcos, rogandoa São Nícolas de Longobardi que intercedapor cada um dos paroquianos. Ele acres-centa:

— Queremos, de coração, agradecer aobom Deus e à Paróquia de São Francisco dePaula que possibilitou a concretização des-se sonho.

Em entrevista ao nosso jornal, Dom

Orani não economizou elogios ao trabalhodo nosso pároco.

— Acompanho o trabalho de todos ospárocos, meus estimados colaboradores nacondução do rebanho de Jesus Cristo noRio de Janeiro e sou muito grato ao padreMarcos pelo intenso trabalho missionárioque vem desenvolvendo na Paróquia SãoJoão Batista — afirmou Dom Orani.

Padre Marcos também é um entusiastado trabalho desenvolvido pelo cardeal eafirma que, depois da Jornada Mundial daJuventude, com a visita do Papa Franciscoao Rio de Janeiro, sentiu um aumento daparticipação dos fiéis nos templos católi-

cos, notadamente dos jovens.— Isso foi geral. O carisma e o

estilo do Papa Francisco alimen-taram uma onda de motivaçãoque a gente tem sentido. As mis-sas estão sempre lotadas — ob-serva padre Marcos, tambémempenhado em criar melhorescondições de mobilidade paraacesso à matriz. São 76 degrausaté o salão principal onde fica oaltar. Ele diz:

— É uma preocupação nossainstalar um elevador para aces-sibilidade de pessoas idosas ecadeirantes. Já estamos fazendoo orçamento e vamos tocar essaobra no ano que vem.

Sobre a remoção de uma fa-vela para a construção de umapraça em frente à matriz, na en-trada da comunidade, padreMarcos já esteve reunido com osubprefeito da Barra e os mora-dores buscando uma soluçãoque respeite a dignidade daspessoas, com diálogo e busca deuma solução de consenso. Econcluiu:

— O papel da Igreja tambémé social. Não é só rezar.

Padre Marcos Vinicio, em frente à matriz da Paróquia de São João, terá a dupla missão de concluir a obrada igreja, que precisa de elevador, e tocar a construção da capela na Rua das Pitangas, na Areinha

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RIO, 9 DE SETEMBRO DE 2014

Marquinhos, do Galáticos, ficou frustrado nodomingo. Funcionário de um restaurante noBarraShopping, ele não teve permissão para atuarporque estava apenas com seu crachá, mas comfoto e número de RG.

Sábado, dia 13, às 12h, no Martelão, o Rio dasPedras enfrenta oColônia, pelo EstadualSub-20. Todo mundo lá!

Por motivos técnicos,não publicamos nestaedição a classificaçãonem os próximos jogosdos dois campeonatos.

Aexpectativa era enormeno campo do Solazerantes do início da ro-dada de domingo, aquarta dos grupos C e

D. Afinal, quem marcaria tantasvezes quanto Gustavo Ximenes, doLixão? Ele fez cinco na goleada de 9a 0 sobre a Portuguesa, na semanaanterior, levando ao delírio os torce-dores, sempre presentes. A respostanão demorou muito: logo no pri-meiro jogo, o União de Copa venceupor 4 a 0 o Mangueirinha, com umgol de Rafael Soares e três do cen-troavante Paulista.

Thiago Lopes C. da Silva, o Pau-lista, fez três, dois a menos do que

Gustavo. Mas ele esteve o tempotodo sempre muito bem marcado.Na verdade, teve apenas três chan-ces. E as converteu em gols, mos-trando sua utilidade para o time

pelo qual joga. – Larguei tudo em Pindamanho-

gaba (interior de São Paulo) paratentar a sorte no futebol aqui no Rio– disse Paulista.

Ao participar de uma peneiranum dos campos do Parque do Fla-mengo, foi visto por um olheiro doUnião de Copa. Aceitou o convitepara disputar o Brasileirão de Riodas Pedras. Morava no Recreio dosBandeirantes, com uma tia, mas de-cidiu mudar-se para Vargem Grande.Agora, aos 24 anos, está na torcidapara que olheiros de clubes profis-sionais o descubram.

Com Gustavo fazendo cinco golsnum só jogo, Paulista três em outro,a briga pela artilharia promete mui-tas emoções rodada a rodada. Pau-

lista já soma cinco, como Gustavo.Ambos, porém, foram ultrapassadospor Cabeça, do J. Areinha, que mar-cou duas vezes na goleada de 5 a 1sobre o Primos, chegou a sete gols elidera isoladamente a artilharia.

No entanto, mais importante doque a vitória e o feito de Cabeça foia homenagem do seu time aAmado Batista: o J. Areinha jogoucom a camisa do Só no Pêlo, em ho-menagem ao amigo assassinado nasemana passada. A cada gol mar-cado, os jogadores do J. Areinhacorriam até o alambrado para sejuntar aos torcedores e gritar onome de Amado. Emocionante.

Na briga pela artilharia, estão Lu-ciano (São Luiz), Antônio Araújo(Areinha) e Aílton (Juventude), todos

com cinco gols. Muitos concorrentestêm tudo para tornar a competiçãomais atraente, mais vibrante, empol-gante. Não dá para ficar em casa nasmanhãs e tardes dos domingos, nãoé mesmo?

Gols também não faltaram nosdemais jogos. O time do Galáticosempatou em 1 a 1 com o RPS; oChelsea venceu por 2 a 1 o Nova Es-perança; goleada de 5 a 1 do J. Arei-nha sobre o Primos; e mais umempate em 1 a 1, entre o Caranguejoe o Grêmio RP.

Resultados da quarta ro-dada dos grupos A e B: Corint-hians 1 x 1 Nordeste; SAG 0 x 0Bahia; Lixão 9 x 0 Portuguesa; Bra-sinha 1 x 0 Sport; Guimarães 2 x 1Feras; e São Luiz 1 x 1 Manim.

Sobrou emoção no Amadordo Terceiro Campo. Já nosegundo jogo da quintarodada do Grupo B, nodomingo, o Rua Larga der-

rotou por 3 a 1 o Inter e assumiu a li-derança, com 12 pontos ganhos. Osgols foram de Eduardo e Emerson (2),com Joaquim descontando. Depois,seus jogadores ficaram na torcidacontra o Samuel, pois um tropeço doadversário significaria ligeira vanta-gem na classificação. E aconteceu: oSamuel apenas empatou (3 a 3) como Palmeirinha e não só ganhou acompanhia do Sport, que venceu por2 a 1 o Bahia, como ficou a três pon-tos do Rua Larga. Ares fez 1 a 0 para oPalmerinha, mas Francisco empatou.Lúcio pôs novamente o Palmeirinha

na frente. Novo empate, com gol deÍcaro. Disposto a subir na classifi-cação, o Palmeirinha não se intimi-dou e vibrou muito com o gol deMarcos, de pênalti. Incentivadopela torcida, o Samuel partiu embusca do gol de empate. E conse-guiu: Marcos fez 3 a 3.

No jogo que abriu a rodada, Siri eRei do Areal empataram em 2 a 2.Marcelo e Beto marcaram para o Siri,e José e Marcelo, para o Rei do Areal.

No outro jogo, Chaval e Águia em-pataram em 2 a 2 e continuam em si-tuação difícil na classificação.

No Grupo A, que não teve jogos narodada, o líder, com 12 pontos ga-nhos, é o Elite, que tem também o ar-tilheiro da competição: Fernando,com nove gols marcados até agora.

PAULISTA, CABEÇA E AMADO, OS DESTAQUES DA RODADANA RODADA DEMUITOS GOLS,ERA VISÍVEL A

TRISTEZA POR UMAMIGO QUE SE FOI

1 2

4

3

Paulista, braços erguidos,ganha aplausos de umcompanheiro após um dosseus três gols (foto 1);Cabeça, artilheiro do J.Areinha, veste o uniformedo Só no Pêlo, emmemória de AmadoBatista (foto 2); Jefferson(à direita), do Galáticos,marca no empate com oRPS (foto 3); Aritinho (11),do Juventude, faz um gol contra o São Caetano (foto 4)

FOTOS DE FABIO SOARES

RUA LARGA VENCE O INTER EÉ O NOVO LÍDER DO AMADOR

Zagueiro do Rua Largasobe para cabecear eafastar o perigo de suaárea. No fim, vitória por3 a 1 sobre o Inter e aliderança no Amador(foto acima). Na foto aolado, o Palmeirinha (debranco) marca depênalti um dos seustrês gols no empatecom o Samuel

FOTOS DE LAERTE GOMES