A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 58

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www.avozderiodaspedras.com.br Jornal on-line: http://issuu.com/avozderiodaspedras ANO III - N 0 58 - RIO DE JANEIRO, 15 DE DEZEMBRO DE 2015 ESTA EDIÇÃ0: 20 MIL EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO GRATUITA INFORMAÇÃO E CIDADANIA PÁGINAS 3, 4 e 5 E MAIS... FOTO DE FÁBIO COSTA FOTO DE FÁBIO COSTA PÁGINA 7 PÁGINA 6 PÁGINA 8 AQUI NESTE RIO DAS PEDRAS, A PIONEIRA BEBEL PEGAVA PITU Filha do legendário Silas, da Rua Velha, Bebel Santos, há 43 anos na comunidade, tem saudades das brincadeiras da infância e responsabiliza as autoridades e os políticos pelo crescimento desordenado e os problemas da favela. CADERNO ESPECIAL com tudo sobre a final do Campeonato de Rio das Pedras, que reuniu 28 times e consagrou o Corinthians como o grande campeão, após derrotar o Sport nos pênaltis. Pela Copa Só Lazer, que reuniu os primeiros colocados dos quatro grupos do Campeonato de Rio das Pedras, o Galácticos massacrou (5 a 0) o Primos e conquistou o bicampeonato. ALÉM DAS CRIANÇAS DE RIO DAS PEDRAS COMÉRCIO ACREDITA EM PAPAI NOEL LIGHT FAZ ‘GATO’ PARA A RIOLUZ Manuel Rodrigues levou um choque quando recebeu a conta de luz, que inclui a taxa de iluminação pública, repassada pela Light à Rioluz. Veio alta. E pior: as ruas não estão iluminadas. 16 DIAS QUE VALEM PELA VIDA INTEIRA Durante 16 dias, crianças, jovens, adultos e idosos se uniram para denunciar e debater o absurdo que é o alto índice de violência contra as mulheres em nossa comunidade. Não são somente as nossas inocentes crianças que, ouvidas pela reportagem, enviaram pedidos ao Papai Noel, certas de que serão atendidas pelo Bom Velhinho. Apesar da crise que sufoca todos os setores da economia, os comerciantes de Rio das Pedras também esperam um milagre natalino, como Walisson Silva, dono da Wara Modas, para quem este será o melhor Natal de todos. Tomara! FOTOS DE FÁBIO COSTA MARIA CARVALHO E PEDRO MARIANA E RAFAELA WALISSON VERONICA PEREIRA SHIRLEY PIMENTA MUNIQUE

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Dezembro 2015

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Page 1: A VOZ DE RIO DAS PEDRAS - N º 58

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ANO III - N0 58 - RIO DE JANEIRO, 15 DE DEZEMBRO DE 2015ESTA EDIÇÃ0: 20 MIL EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO GRATUITAI N F O R M A Ç Ã O E C I D A D A N I A

PÁGINAS 3, 4 e 5

E M A IS . . .FOTO DE FÁBIO COSTA FOTO DE FÁBIO COSTA

PÁGINA 7PÁGINA 6

PÁGINA 8

AQUI NESTE RIO DASPEDRAS, A PIONEIRABEBEL PEGAVA PITUFilha do legendário Silas, da Rua Velha, BebelSantos, há 43 anos na comunidade, tem saudadesdas brincadeiras da infância e responsabiliza asautoridades e os políticos pelo crescimentodesordenado e os problemas da favela.

CADERNO ESPECIAL com tudo sobre afinal do Campeonato de Rio das Pedras, quereuniu 28 times e consagrou o Corinthianscomo o grande campeão, após derrotar oSport nos pênaltis. Pela Copa Só Lazer, quereuniu os primeiros colocados dos quatrogrupos do Campeonato de Rio das Pedras, oGalácticos massacrou (5 a 0) o Primos econquistou o bicampeonato.

ALÉM DAS CRIANÇAS DE RIO DAS PEDRAS

COMÉRCIO ACREDITA EM PAPAI NOEL

LIGHT FAZ ‘GATO’PARA A RIOLUZ

Manuel Rodrigues levou umchoque quando recebeu a contade luz, que inclui a taxa deiluminação pública, repassadapela Light à Rioluz. Veio alta. Epior: as ruas não estãoiluminadas.

16 DIAS QUE VALEMPELA VIDA INTEIRA

Durante 16 dias, crianças,jovens, adultos e idosos seuniram para denunciar edebater o absurdo que é o altoíndice de violência contra asmulheres em nossacomunidade.

Não são somente as nossasinocentes crianças que,ouvidas pela reportagem,enviaram pedidos ao PapaiNoel, certas de que serão

atendidas pelo Bom Velhinho.Apesar da crise que sufocatodos os setores da economia,

os comerciantes de Rio das Pedras tambémesperam um milagre natalino, comoWalisson Silva, dono da Wara Modas, paraquem este será o melhor Natal de todos.Tomara!

FOTOS DE FÁBIO COSTA

MARIA CARVALHO E PEDRO MARIANA E RAFAELAWALISSON

VERONICA PEREIRA

SHIRLEY PIMENTA MUNIQUE

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RÉVEILLON NA PRAÇA

RIO, 15 DE DEZEMBRO DE 2015

2A lei impõe que todos os modelos de brinquedos sejampreviamente testados pelo Inmetro. Somente os quetenham o selo do órgão podem ser vendidos”

A VOZ DO LEITOR“Nosso bairro jáestá dividido emcurrais eleitorais”

Natal é época de festas epresentes, mesmo quesejam pequenas “lem-brancinhas”. Vamos apro-veitar este momento pararelembrar alguns direitosbásicos do consumidor. O

Código de Defesa do Consumidorestabelece a obrigatoriedade de osfornecedores de produtos emtrocá-los quando os mesmos estãoimpróprios ao uso. Se o aparelhonão funciona, se está arranhado,quebrado, se a roupa está man-chada, desfiada etc. os lojistasdevem efetuar a troca.

Importante ressaltar que apesarde as lojas estabelecerem que so-mente “trocam” produtos em atétrês dias após a compra, a lei não es-tabelece este limite temporal. Aslojas são responsáveis pelos produ-tos inadequados, viciados, podendoser judicialmente obrigadas, junta-mente com o fabricante, a trocá-los

ou a indenizar o consumidor. Con-tudo, vale lembrar que o lojista nãoé obrigado a troca de presentes emcaso de tamanho errado ou porqueo presenteado não gostou da cor oudo modelo. Tais trocas são feitaspelos lojistas para atrair o cliente,mas não porque sejam obrigados afazê-lo. É com relação aos brinque-dos, porém, que o consumidor deveter maior atenção, porque é nelesque se encontra a maior incidênciade “acidente de consumo”. A isto sechama os problemas acarretadospelos produtos que lesionam asaúde do consumidor.

A lei impõe que todos os mode-

los de brinquedos sejam previa-mente testados pelo Inmetro. So-mente os que tenham o selo desseórgão podem ser comercializados.Brinquedos sem selo do Inmetro sãode venda proibida porque, antes davenda, os modelos devem ser testa-dos e classificados dentro de faixaetária. Brinquedos que não tenhamo selo do Inmetro, mesmo quandoencontrados, devem ser evitados.

Apesar de parecerem inofensi-vos, brinquedos com pilhas “pasti-lhas’ não podem ser usados porcrianças, pois essas bateriaspodem ser engolidas e perfuraremo estômago da criança, brinquedos

tipo “ioiô” com corda elásticapodem enrolar no pescoço dacriança e causar a sua morte. Estessão exemplos de acidente de con-sumo a serem evitados obser-vando-se se, nas embalagens, há oadesivo do Inmetro que asseguraque tais brinquedos foram avalia-dos e que estão aptos a serem usa-dos pelas crianças. O consumidordeve também verificar a faixa etá-ria indicativa do brinquedo porquealguns deles podem ser segurospara uma faixa etária e insegurospara outra. Além do brinquedo, aembalagem que o contém tambémpode apresentar risco. Sacos plás-

ticos podem sufocar e grampospodem ser engolidos.

Os brinquedos devem ser en-tregue às crianças fora da embala-gem. Mercadorias fabricadas forado Brasil devem ser vendidas cominformações claras em português.Tais informações envolvem desti-nação, forma de utilização e, prin-cipalmente, sobre quem foi oresponsável pela importação. Devehaver informação do nome do im-portador, CNPJ e endereço com-pletos para que o consumidorsaiba quem importou o brin-quedo, já que é o importador o res-ponsável por qualquer problemaenvolvendo tais produtos. Se nãohouver a indicação do importadorou se estas não estiverem comple-tas, é o próprio comerciante o res-ponsável por toda indenização aoconsumidor. Feliz Natal!

(*) Cristina Gomes Campos de Seta é juíza da 5a Vara Cível do Méier

� Cartas para a redação de A VOZ DE RIO DAS PEDRAS, a/c do Núcleo de Cidadania, Rua Nova n0 105, loja 2. e -mails para [email protected]

NATAL: ÉPOCA DE DAR PRESENTES E DE MUITA ATENÇÃO DO CONSUMIDOR

mensagem para a comunidade:“Olá, meus amigos. Estive aí eamei o lugar. Nossa! muito bom.”

Som sem noçãoMoradores do Pinheiro estão

reclamando que uma seresta varaas madrugadas de segunda praterça-feira. O som altíssimo sóacaba quase de manhã e não deixaninguém dormir, logo no início dasemana. Não há trabalhador queaguente! Maria Vilani lembrou:“Lei do silêncio não é só após as 22horas. Som e barulho a qualquerhora do dia pode dar multa ecadeia.” Quitéria Bezerralamentou: “Infelizmente nãofunciona. Somos obrigados aconviver sem direito a reclamar.”Tayane Carvalho reclamou: “ Aqui na Av. do Canal, novalão, é muito pior dia e noite, 24horas por dia som alto, funkpesadão. Não durmo à noite. Meumarido trabalha à noite e tambémnão consegue dormir durante odia! Aqui não temos paz. Se fossesó fim de semana ainda vai, masnão, é durante a semana toda. Osom só é desligado depois das 8 damanhã, quando desligam! Nãoaguento mais! Minhas olheirasestão enormes, não lembro maisda noite que tive um sonotranquilo... só dormia bem

A Comissão de MeioAmbiente de Jacarepaguáconvoca: “É impressionante a faltade comunicação, na verdade derespeito com os movimentos jáexistentes no bairro. Novos grupostotalmente políticos estão seformando em nosso bairro, óbvioque todos sabemos o por quê: anoque vem tem eleições. Nossobairro cresceu absurdamente e jáestá “dividido” em curraiseleitorais. A população deJacarepaguá elege quem quer queseja, quem mostrar um bomtrabalho, não se enganem, a maiorparte de movimentos do bairro étotalmente apolítica. Recebemosqualquer político, repassamos asnossas demandas concernentesao poder público, mas nãolevantamos bandeira de quemquer que seja. Nós, da Comissãode Meio Ambiente de Jacarepaguápregamos há quase 4 anos: temosque nos unir, não deixar o bairrovirar uma ‘festa’ nas mãos depolíticos, que ao serem eleitosviram as costas para o bairro.Estamos abandonados pelo poderpúblico, precisamos de segurança,saúde, mobilidade, cultura (apesarde ao longo da jornada termosdescoberto quanta coisa boa rolano bairro). Convidamos essesnovos grupos e movimentos dobairro a sentarem conosco.Estamos abertos ao diálogo paradiscutirmos um plano de ação,para unir forças e ganharmos cadavez mais voz e alcançarmos oobjetivo de um bairro melhor parase viver. (A Voz de Rio dasPedras, Jacarepaguá Online,Gaaga- Grupo de Ação AmbientalGardênia Azul, Pinte Aqui PraçaSeca, Rio de Janeiro, Brazil Canaldo Anil, Taquara da depressão,Jornal Nosso Bairro Jacarepaguá,grupo Entrou por uma Porta etodos mais que não foram aquimarcados, mas que nosacompanham há um tempo,vamos marcar uma reunião deboas vindas aos 'novosmovimentos' que estão chegandoe mostrar a nossa luta porJacarepaguá)."

I love Rio das PedrasEliene Silvamanda uma

quando morava no Itanhangá.”Jefferson Araujo continuou: “Às4 da manhã o som era mais alto doque o normal, sem noção...”Selma Pereira reivindica:“Gente, vamos ter consciência!”Andressa Sousa alerta:“Moradores do RP inteiro, maspior que a Rua do Amparo nãodeve ter!” Ligia Soares concorda:“É verdade, minha tia mora lá,além do som é uma putaria, sófalta fazer sexo no meio daspessoas, uma zona! Essa favela táuma bagunça. Um lugar que eratão calmo agora tá assim.”Moradores da Engenheiro,também reclamaram que, naaltura do número 40, ao lado dascasas Bahia, o barulho é terrível,principalmente nos finais desemana. Tiago Lima rebate que aRua do Amparo é a pior e JanainaSilva reforça: “É verdade, acabeime mudando de lá, pois já nãoaguentava mais um bar naesquina do Pinheiro!”. Welingtonde Araújo comenta: “Amobilização no Facebook é válida,mas penso eu que a associação demoradores em conjunto com osórgãos públicos (Polícia e Seop)têm que ser mais atuantes. A faltade senso em relação a música éalgo cultural por isso é importanteas manifestações aqui na web.”

Ana Cristina da Costa diz:“Concordo plenamente, essaspessoas não têm o que fazer eatrapalham a vida das pessoas queprecisam dormir sossegadas praencarar um dia de trabalho.”Lormina Andrade comenta:“Em todo Areal é som alto a noitetoda. Ninguém consegue dormir, etem criança na rua até tarde danoite.” Fizeram eco Odilon Brito:”Normal”, Josi Pereira:“Normal2, kkkkkkk” e TayaneCarvalho: “Normal 3x”. EduardoFurtado ironizou: “Novidade.”Paulo Albuquerque, bolado:“Né só lá não, porra. Por que vcsnão vão na casa de festa em cimado Buxixo da praça? Quem moraatrás da casa de festa não dormecom o barulho. Poxa. E já fazem 2dias que não tem energia. Imaginadormir sem ventilador e com umbarulho infernal. Isso só tem noRio das Pedras mesmo. É umapalhaçada!” Carla Paivalamenta: “Aassociação fezmobilização somente 1 dia econtinua uma zona!” Regina FlorSouzaprotesta: “Grandes coisas,na madrugada de quarta praquinta fica impossível dormir.Quem mora nas redondezas dapraça se ferra por causa do somaltíssimo vindo de lá! Pior queninguém fala nada e sabem muitobem por quê. É muita hipocrisia!”Fabio Junior Morato fala: “Pô,na beira do valão o som parece umparedão, é o som dos bares!”David Walacepondera: ”Gente, éuma questão cultura. RDP é umlocal que acolhe basicamente apopulação do nosso Nordeste.Mesmo com todas as dificuldadesé um povo alegre e festivo. Quererque a maioria faça festas sem some sem animação vai muito além decriar uma lei. É uma disputa daminoria contra uma maioria! Eudetesto barulho, mas os entendo.”Carla Paiva opina: “E bem maleducados também, não respeitamo próximo!” Poliana Batistaconcorda: “Para mim é falta deeducação e respeito. Sounordestina e na minha cidade nãoexiste isso, por que, se acontecer, aPolícia estaria na porta dele. Émuita falta de respeito ao vizinho.”Samara Lemos continua:“Concordo com você e acrescentomais: é falta de humanidade.Domingo fui à casa de uma amigana curva do Pinheiro, ela meconvidou para dormir lá. Mearrependi, não dormi. Tocou funkno prédio do dono do mercadoEstrela até às 6 da manhã e pior

Neimar Aragão, diretora-social da Associação dos Moradorese Amigos de Rio das Pedras (Amarp), informa que na passagem doano, na praça em frente a associação, são esperados 15 milmoradores para assistir à queima de fogos promovida pela Amarp.Ela explicou: “Terá 15 minutos de duração, mais do que oespetáculo pirotécnico de Copacabana e será um estímulo àconfraternização das famílias da comunidade”

que o som eram gritos demulheres sem noção e respeito aosono de quem trabalha nasegunda-feira. Acho que deixou deser um lugar de moradia paratrabalhador. Lamento muito queRio das Pedras agora seja sócomércio e putaria. Desculpe aexpressão. Quem não respeitatrabalhador é vagabundo.”Thiago Bezerra também dá opapo: “Na Areinha são váriospontos em que o som é umdesrespeito total, ninguémrespeita o espaço do outro.” LimaTostes Roberto confirma: “Éverdade já morei lá. ” LorminaAndrade também: “Na verdade émuito som alto aqui Rio dasPedras todo.” Polyanna Araujocomenta: “Aqui na Luiz Carlos daConceição é som alto destecedo....”Zuleide Barbosasolidariza: “Sinto muito pelosmoradores que têm que trabalharno outro dia e pelos estudantesque não podem se concentrarpara estudar para uma prova.”

Procura-se a famíliaSabrina Brito, moradora da

Areinha, pede ajuda para que seencontre a família de seu vizinho,Expedito do Nascimento Silva,de 56 anos, natural de Bom Jardim(PE). Ele sofreu uma queda daescada do prédio onde mora, ficoudias no CTI do hospital MiguelCouto no Rio de Janeiro, emestado grave. Os médicossolicitaram a presença defamiliares sem sucesso.Infelizmente faleceu. Expedito erafigura querida na comunidade,amigos disseram que ele era muitogente boa e que ele já trabalhoupara a Amarp. O telefone paracontato é (21) 96737-3734.

Sente falta do paiAndreza Pereira, ex

moradora do RP, conta que suafilha, de apenas 3 anos está comacompanhamento psicológico,tem tido febre emocional e choramuito a falta do pai. Agora elamora no Espírito Santo e nãoconsegue falar com o pai dacriança, o Mailton, dabarraquinha de batata frita, que éesposo de Maria Lúcia, dona dopula-pula na praça do lixo.Andreza diz não estaraguentando ver a ansiedade dafilha e pede ajuda de quemconhecê-los, transmitir à MariaLucia que avise ao marido paratelefonar e falar com a filha, queestá em esperando uma ligação.

EXPEDIENTE

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PUBLICAÇÃO QUIZENAL Tiragem: 20 mil exemplares - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Impresso na Gráfica e Editora Jornal do Commercio

Uma publicação da Livraria e Editora Citibooks Ltda.CNPJ: 05.236.806/0001-5

Rua Jardim Botânico 710, CEP 22.460-000 para a Associação Comercial do Rio das Pedras (em organização). Rua Nova 105 – Loja, Rio das Pedras - Tel.: 41088 439

EDITOR-CHEFE

Aziz Ahmed(Reg. 10.863 - MTPS)[email protected]

EDITOR EXECUTIVO

Laerte Gomes [email protected]

CONSULTORES

Cláudia Franco CorrêaIrineu Soares

Maria Etatiane Costa Barroso Juliana Barcellos da Cunha e

TRATAMENTO DE IMAGENS

Eduardo [email protected]

ANALISTA DE MÍDIA E WEBMASTER

Claudia [email protected]

REPORTAGEM

Ricardo de [email protected] [email protected]

Fábio Costafabiocostafotografias@gmail.comwww.avozderiodaspedras.com.br

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CRISTINA GOMES CAMPOS DE SETA (*)

A VOZ DO DIREITO

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REVISÃO

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Feliz2016

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RIO, 15 DE DEZEMBRO DE 2015

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ESPAÇO RESERVADO PARA OS COLABORADORES DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE RIO DAS PEDRAS https://www.facebook.com/ASCORPE

O QUE AS NOSSAS CR IANÇAS PED IRAM AO BOM VELH INHO

[email protected]

MARIA EDUARDA6 anos, mora na RuaBabi, cursa o primeiroano e estuda na EscolaMunicipal Bussunda:

— Pedi um par depatins.

ANA KAROLINA8 anos, mora noPinheiro e cursa oterceiro ano na EscolaAdalgisa Monteiro, noCondomínio Floresta:

— Pedi uma boneca.

ESTEFANE DOSSANTOS3 anos, moradora naRua Velha:— Quero um par dechinelos e roupabonita.

MAIRA BENTO DEOLIVEIRA13 anos, mora nasCasinhas, cursa osétimo ano na EM Vintee Cinco de Abril, naFreguesia:

— Papai Noel sempreme atendeu. Pedi umcelular.

FRANCISCO DAVI8 anos, mora no Areal 1,está no quarto ano noCiep Euclides da Cunha:

— Quero ganhar umvideo game.

ALLEF HENRIQUE4 anos, mora na Rua doComércio, cursa o pré-primário numa escolaparticular:

— Quero umatartaruga ninja.

MARIA EDUARDA12 anos, mora noPinheiro, cursa o sextoano na EM MariaFlorinda, no Anil:

— Ainda não decidi,mas Papai Noelsempre me dápresente.

CAROLINE VITÓRIA

3 anos, residente noAreal 1, fez um pedidosingelo:— Quero uma noite deNatal feliz.

DAVI BENTO DOSSANTOS10 anos, mora nasCasinhas, está noquinto ano na EM JorgeAmado:

— Pedi um celular, quenão tenho.

CLEBER MÁRCIOCOSTA7 anos, mora na Rua C,no Pinheiro, e cursa oquarto ano:

— Quero umabicicleta. Mas semrodinhas.

MARIA CLÁUDIABENTO

7 anos, mora nasCasinhas, está nosegundo ano na EMJorge Amado:— Pedi a Papai Noeluma boneca.

JAMILE DA SILVAALMEIDA11 anos, mora noPinheiro, está no sextoano na EMMaria Florinda, no Anil:

— Pedi uma bicicleta.

ANA BEATRIZ4 anos, mora naFreguesia, mas estudana Estrelinha Mágica,na comunidade:

— Quero uma bonecaPolly.

JUCIELE DOSSANTOS DA SILVA

2 anos, mora na Rua daQuitanda, na Areinha:— Quero uma bonecabem bonita.

DAVID DECARVALHO5 anos, morador daFreguesia, mas passa odia com a mãe,Jaqueline, que trabalhanuma loja na praça daAmarp:— Quero um carro queabra a porta e tenhamotor.

CARINA MARIA10 anos, mora do Areal1 e cursa o quinto anonuma escola municipalna Freguesia:

— Pedi um patinete.

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Assim como a menina Caroline Vitória, de 3 anos, moradora no Areal, este jornaldeseja a todos os amigos, leitores e seusfamiliares uma noite de Natal feliz.

Feliz2016

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4RIO, 15 DE DEZEMBRO DE 2015RIO, 15 DE DEZEMBRO DE 2015

5Este Natal vai ser o melhor de todos. Converso muito com meus clientes, sei o que querem e quando e quanto podem gastar"

A crise é o povo que bota na mente, porque na hora de ir beber cerveja ninguém está na crise. Mas na hora de comprar todos choram, pedindo desconto"

Houve uma queda de mais de 50% em relação a novembro de 2014. Como dezembro não fechou, a referência é essa"

COMERCIANTES COM UM PÉ ATRÁS, MAS ESPERANÇOSOS

[email protected]

QUASE TODOS OSLOJISTAS OUVIDOS PELANOSSA REPORTAGEMAINDA NÃO SEENTUSIASMARAM COMAS VENDAS NO MÊS DONATAL E DO RÉVEILLON,MAS APOSTAM NATRADIÇÃO DOSMORADORES DA NOSSACOMUNIDADE DEDEIXAR TUDO PARA EMCIMA DA HORA

Évéspera de Natal, época de dar e receberpresentes de familiares e amigos e láfomos nós gastar a sola do sapato parasaber como anda o ânimo dos comer-ciantes da nossa comunidade porque odas crianças nós já vimos como está napágina 3. Em tempos de uma crise

nunca antes vista na História do nosso país,onde, apesar do caos anunciado, os bares estãolotados, as noitadas estão bombando e nin-guém deixou de tomar sua gelada, os comer-ciantes estão destoando da normalidade dodia a dia.

E para falar do comércio, nada mais indi-cado do que começar pela Rua do... Comércio!E lá fomos nós à Dona Pietra e nos deparamoscom Rafaela, Mariana e Ana Paula, que esta-vam conversando na loja sem um único clientequando esse repórter chegou e perguntoucomo estava o movimento, no que as três res-pondem em uníssono:

— Tá fraco!Rafaela, moradora do Areal 2, a mais antiga

funcionária, conta com saudade de como erao movimento da loja no ano passado.

— Nessa época a loja estava lotada e nossacaixinha estava cheia, mas este ano está assim— disse, em tom de lamento.

A amiga Mariana, mais otimista, deu umainjeção de ânimo em Rafaela e Ana Paula.

— Mas esse ambiente não é o que estamosesperando porque teremos muitas novidades

que a proprietária vai trazer — revelou a mo-radora da Areinha.

Já Ana Paula, moradora do Areal, poucofalou. E na hora da foto, se escondeu da câ-mera como o Diabo foge da cruz: não quis sairde jeito algum, envergonhada que só ela.

Da Rua do Comércio para a Rua da Passa-gem foi um passo e lá encontramos uma situa-ção curiosa. Adriano dos Santos, morador doAreal, proprietário da Fashion Nonô desde2011, assim como as três meninas da DonaPietra, também estava sozinho em sua lojaquando cheguei já perguntando como estavao movimento. E ele, com a mesma velocidade,respondeu.

— Houve uma queda de mais de 50% emrelação a novembro de 2014. Como dezembronão fechou, a referência é essa — disse, comdomínio sobre o movimento financeiro do seucomércio.

Insistimos e perguntamos a Adriano se elenão tinha expectativa de melhora em dezem-bro. Sua resposta foi cética, realista.

— Não espero muita coisa. Quero pagar ascontas, mas juntar dinheiro não — respondeu

de forma seca, contrastando com seu concor-rente de segmento de street wear, WalissonSilva, proprietário da Wara Modas que ficaquase em frente.

Ao sair da loja de Nonô e em direção à deWalisson, a estreitíssima viela que separa asduas lojas não dava conta da enorme diferençade estado de espírito entre os dois lojistas tãopróximos pelo comércio de roupas que ven-dem e tão distantes em relação à expectativapara o período natalino.

— Este natal vai ser o melhor de todos —disse o jovem empreendedor. de 24 anos, queé a exceção entre todos os ouvidos nesta repor-tagem. E ele explicou o motivo para tamanhaconvicção.

— Os meus produtos são diferenciados, euconverso muito com meus clientes e sei o queeles querem e quando e quanto podem gastar— explicou o estrategista, que está no negóciohá quatro anos.

Em nossa peregrinação, chegamos à RuaNova e encontramos Lucas, o gerente genteboa da Cristal Graffiti. Ele nos atendeu com ex-trema educação, mas assim como a Ana Paula,

da Dona Pietra, também não quis tirar foto.Como todos os entrevistados, à exceção de

Walisson, Lucas disse que o movimento estavafraco por causa da crise, mas observou que aspessoas estão guardando dinheiro para com-prar em cima da hora.

Já para Maria Carvalho, proprietária da Es-paço Pink, que também fica na Rua Nova, o ce-nário não é muito diferente:

— Este ano foi difícil, o movimento come-çou a cair em fevereiro.

Maria abriu sua loja há um ano e cincomeses, exatamente no mês da Copa doMundo. Passada a euforia do evento e a tristezapela forma como o Brasil saiu da competição,com goleada humilhante de 7 a 1 da Alema-nha, a realidade se apresentou para Maria, quelogo mudou o semblante quando pergunta-mos o que ela esperava de 2016.

— Estou otimista, tem de estar, não é?Mesmo o país mostrando o contrário, temosde fazer a nossa parte, que é inovar e procuraro melhor, porque se embarcar nesse pessi-mismo será melhor fechar o negócio — dissecom firmeza, ao lado do filho Pedro, de 9 anos.

Ainda na Rua Nova, na Fashion Biju, en-contramos Verônica Pereira, gerente da lojaque repetiu o mesmo mantra "Tá fraco". Mas,ao contrário de alguns, se mostrou determi-nada de que dias melhores virão durante o mêsde dezembro.

— Tá fraco. Tá ruim, mas vou fazer o me-lhor para o cliente. O ambiente e o atendi-mento são o que mais contam — disse abronzeada e atenciosa gerente, que revelou aestratégia da loja para incrementar as vendas.— Estamos fazendo uma Black Friday durantetodo o mês e essa nossa aposta já está come-çando a dar resultado.

Seguindo nossa caminhada pela Rua Nova,chegamos à Veste Rio e reencontramos MariaJosé, que foi personagem de reportagem sobreo Dia Internacional das Mulheres, publicadano dia 11 de março deste ano em nossa ediçãode número 40. Maria disse que a expectativa éa de sempre, mas ela está notando é que nemparece ser Natal.

— Ainda hoje estava conversando isso comas meninas, mas nós acreditamos na comuni-dade, tanto que a proprietária está investindo

na loja. Estando bom ou ruim, temos de acre-ditar — incentivou.

Shirley Pimenta, moradora da EngenheiroSouza Filho, é da Beauty Parlor, que fica ao ladodo Castelo das Pedras. Ela é uma pessoa ímpar.Primeiro, porque pimenta não é seu sobre-nome, mas sim seu apelido de infância. E daívocê pode imaginar que o clima do salão pegafogo. Depois, porque mesmo ciente da durarealidade econômica do país ("Por enquantoestou achando fraco, estou aqui há três anos eeste está sendo o pior") a nossa Pimenta fazpromoções que ajudam a incrementar aindamais o dia a dia do salão, que, ao contrário dasoutras lojas, se não estava cheio, tinha suasclientes dando um upgrade no visual.

— Faço diversas promoções que surtemefeito, como as mechas, a partir de R$ 80,00, oanabolizante capilar, que custa R$ 55,00, e acliente ganha uma escova grátis. E é para qual-quer tipo de cabelo, além da sobrancelha a R$20 e buço grátis — elenca a líder de uma turmapara lá de animada, que, ao saber que fariamfoto para a reportagem saíram correndo embusca de espelhos, maquiagem e toda a para-

fernália que fazem a cabeça, corações e men-tes de quem gosta de um belo visual.

E se falamos de cabelos, rostos, unhas e pésno estilo, agora vamos mostrar o que as gatasda nossa comunidade usarão para vestir seuscorpos no verão que se avizinha. Subindo emdireção ao Pinheiro, do lado esquerdo da cal-çada, no número 3.613, loja C, fica a Nêga Fulô,de propriedade de Munique dos Santos, de 35anos. A proprietária está à frente da loja há doisanos e sua história, assim como a de Walisson,dono da Wara Modas, é interessantíssima.

— Estou achando mais devagar, mas comodependo do sol e em dezembro ainda não fezsol, não dá para afirmar ainda como vai ser —explicou.

Ela detalhou um outro fator que está alémdos humores da economia. Com a loja aindaem fase de finalização, Munique fala o que vemfazendo para atrair mais clientes no períodonatalino. Mas no que a moradora da Rua Novaconfia é na diversificação dos seus produtos,como o modelo 3D, que segundo Munique é oque está na moda.

— Baixei o preço de muita coisa, mas aquieu tenho todos os estilos de biquínis e paratodo os tipos de mulher. Sai muito no ano-novo e no carnaval, porque mulher não gostade repetir roupa. Então, isso ajuda — afirmou,com sorriso tímido.

Além da página no Facebook, Muniquetem outro apoio de peso. Na verdade, seu ali-cerce principal e idealizadora do negócio quea tirou de trás do balcão como vendedora e atransformou em proprietária. É a mãe, conhe-cida como Baiana, que vende biquínis há cercade sete anos na Praia do Pepê.

— As pessoas de fora de Rio das Pedrasvêm à loja, principalmente as da praia, quandominha mãe não está lá — disse.

Ao caminhar pela Rua Almira, encontreiSílvia Silva Sousa, da Loja HBS, que é umaponta de estoque. Ela também disse que o mo-vimento está fraco, mas que não é muito dife-rente do ano passado.

— A crise é o povo que bota na mente, por-que na hora de ir para o baile beber sua cervejaninguém está na crise. Mas na hora de com-prar todos choram, pedindo desconto — man-dou Sílvia, sem cerimônia.

Finalizando nosso tour por algumas lojasda nossa amada comunidade, passamos pelaRua Velha, avistamos um papai noel na portae resolvemos entrar na Savid Acessórios.Fomos recebidos por Simone da Silva, funcio-nária da loja inaugurada há apenas três meses.Ela relatou a curta experiência.

— O primeiro mês foi ótimo, o segundomais ou menos e o terceiro também mais oumenos. Mas com a expectativa do Natal as coi-sas devem melhorar — disse a moradora daEngenheiro.

Simone tem uma história curiosa no co-mércio de Rio das Pedras, pois fez um caminhoinverso ao de Munique, da Nêga Fulô. Ela eraproprietária de uma loja de fitness que fechouhá quatro meses e desde a inauguração traba-lha como vendedora na Savid, que, assimcomo quase todas as lojas desta reportagem,faz sua divulgação pelo Facebook, Instagram ecom panfletos.

FOTOS DE FÁBIO COSTA

Feliz2016

UM APERTO GOSTOSO

Nascida emFormosa, Goiás,Cleusa da CruzFlorenço só soube oque é Natal aos 16anos, quando chegouao Rio de Janeiro, em1984. Por esse motivo,realiza há três anos aação Natal Feliz, que

beneficia meninos e meninascarentes da nossa comunidade.

— Eu não conhecia uma mesafarta, brilhosa, presentes, árvorede Natal, essas coisas. Eu nãosabia o que era isso, então me vejonessas crianças. E o mais incrívelé o comportamento delas que,por mais bagunceiras que sejam,aquele momento é tão mágico,eles ficam ali estarrecidos, com osolhos brilhando. E quando chegao Papai Noel, então... Só estandolá para entender — comenta, como sorriso que é uma de suasmarcas.

Cleusa é uma mobilizadorasocial que deve orgulhar cadamorador da nossa comunidade.Seja com sua luta contra o lixo,que alguns moradores aindainsistem em jogar nas ruas,emporcalhando o nosso lugar, oucom seu projeto A Cara do Brasil,que coloca centenas de criançasem contato com mais de umadezena de atividadeseducacionais e esportivas. Anossa Preta Loura não para, esempre busca parcerias queajudem suas ações a seremexitosas, como a que faz com aClínica da Família.

— Essas crianças sãoindicadas pelos agentes daClínica da Família que me ajudama identificar as mais necessitadas.Como eles têm acesso às casasdas famílias, sabem realmentepriorizar as crianças maiscarentes — disse.

Se conseguir as 250 pessoas foifácil, para viabilizar a ceia Cleusatem encontrado dificuldades eestá tendo de botar dinheiro dopróprio bolso. Mas isso não adesanima.

— Estou muito feliz porque aação está ultrapassando os limitesda favela. Tem um grupo do RioGrande do Sul que está ajudando,assim como a atriz Eliane Giardinie sua filha, a Juliana, que inclusiveaceitou meu convite de ensaiar ocoral — revelou.

Emocionada, ela arrematou:— Eu não tenho nem palavras

para descrever o que é fazer oNatal para essas crianças. Estásendo difícil, muito apertado, masé aquele aperto gostoso.

qMARIA CARVALHO E PEDRO

MARIANA E RAFAELA

VERONICA PEREIRASIMONE DA SILVA

SACADA VESTY RIOBEAUTY PARLOR MUNIQUE

WALISSON

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RIO, 15 DE DEZEMBRO DE 2015

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No Brasil, a cada dois minutos cinco mulheres são espancadas; a cada 11 minutos uma é estuprada. Há 179 relatos de agressãopor dia. Na última década, 43,7 mil foram assassinadas.

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FOTOS DE FÁBIO COSTA

REALIZADA DESDE1991, CAMPANHAMUNDIAL 16 DIAS DEATIVISMO PELO FIM DAVIOLÊNCIA CONTRA ASMULHERES BUSCACONSCIENTIZAR APOPULAÇÃO SOBRE OSDIFERENTES TIPOS DEAGRESSÃO CONTRA OSEXO FEMININO

Feliz2016

As estatísticas são alar-mantes, e o que um se-nhor de mais de 60 anosdisse quando a II Cami-nhada pelo Fim da Vio-lência contra a Mulherem Rio das Pedras pas-

sava pela Rua Velha, na altura daPrimeira Ponte, dá bem a medidado nível de estupidez da nossa so-ciedade sobre a questão:

— Elas devem ter chifrado osmaridos. Pode perguntar, porquese elas apanharam é porque devemter corneado o marido.

Bradou o senhor, no que esserepórter não acreditou, parou evoltou para confirmar o absurdoque tinha ouvido. E o sem noçãoconfirmou.

Outro sem noção, de aproxima-

ETERNOS 16 DIAS

damente 30 anos, soltou outra im-becilidade típica de quem é ma-chista:

— Só tem mulher feia nessapasseata. Elas têm mais é que apa-nhar mesmo.

Sim, o machista, seja ele agres-sor de mulheres ou não, é tãodoente quanto o racista. São duasdas piores doenças do nossotempo. Mas como caso em ques-tão é a violência contra a mulher,vamos aos números, que, mais doque alarmantes, são absurdos.

No Brasil, a cada dois minutoscinco mulheres são espancadas; acada 11 minutos uma mulher é es-tuprada. Há 179 relatos de agres-são por dia. Na última década, 43,7mil mulheres foram assassinadas.Em Jacarepaguá, de janeiro a outu-bro deste ano, 55 mulheres foramestupradas.

Em Rio das Pedras não existemdados tabulados, mas segundoDani Santos, psicóloga da Clínica

da Família Otto Alves de Carvalho,pelo menos semanalmente sãoatendidas mulheres em situaçãode violência ou que trazem amarca da violência na sua históriade vida. É por isso, entre tantos ou-tros motivos já relatados, que elarealizou, pelo segundo ano, a mo-bilização que teve a adesão decrianças, adolescentes, jovens,adultos e idosos de ambos ossexos.

— As ações têm relevância nosentido de dar visibilidade às situa-ções de violência vivenciadas pelasmulheres na comunidade. Umaforma de identificar e nomear aviolência sofrida. Além do fato decolocar a discussão na rua, expan-dir a discussão para além dosmuros da Clinica da Família. Cons-titui-se também como ferramentade empoderamento de mulherespara que falem de si, de seu corpo,de suas relações e as violências vi-vidas — disse a psicóloga da Clí-

nica da Família.Organizados em rede para pro-

por ações de prevenção e enfren-tamento às situações cotidianas deviolência contra as mulheres, cole-tivos e instituições tomaram asruas da nossa comunidade. Foramrealizados eventos na Clínica daFamília, com crianças e adolescen-tes do Projeto A cara do Brasil e napraça da Associação de Moradores.

Se tudo começou no dia de 18de novembro, com a Caminhada,com destaque para a fala de MartaMariano, ativista para todas asboas causas em nossa comuni-dade, e a própria Dani Santos, ter-minou dia 10 com o Sarau Elas daCorrente numa grande confrater-nização.

Os 16 dias de ativismo de 2015se encerraram. Mas a luta pelo fimda violência contra as mulheres édiária, e continuará enquanto exis-tirem machismo e opressão contraas mulheres.

Dani Santos relatou diversos casos emblemáticos de violência contra a mulher, citou números, e, com Marta Mariano (de amarelo), conclamou as mulheres da nossa comunidade a criar coragem, participar e denunciar também

Edificante ver pessoas de todas as idades mobilizadas por uma causa que afeta milhõesde famílias, provoca traumas, às vezes irreversíveis, mas se tratada com coragem podeser eliminada. Segundo Dani Santos, toda semana mulheres vão à Clínica da Famíliarelatar seus casos. Em Jacarepaguá, de janeiro a outubro deste ano, 55 mulheres foramestupradas. No Brasil, a cada dois minutos cinco mulheres são espancadas

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RIO, 15 DE DEZEMBRO DE 2015

7A operação Light Legal é bem-vinda. Mas a cobrança dataxa de iluminação pública, com as ruas às escuras, é umverdadeiro ‘gato’ ligado pela Ligth para a Rioluz”

FOTO DE FÁBIO COSTA

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MORADOR PAGACONTA CARA,COM TAXA DEILUMINAÇÃO, E NÃO TEM LUZ NAS RUAS

Feliz2016

QUANDO É A LIGHT QUE LIGA O ‘GATO’clamei com a prefeitura várias vezes,eles dizem que vão tomar providên-cias e não fazem nada. Se fosse áreade risco, com certeza já teriam feitoalguma coisa — disse ele, que estevena nossa redação para fazer a recla-mação e foi recebido pela equipe dojornal.

Reclamar com a Rioluz, responsá-vel pela iluminação pública da ci-dade, de nada adianta e essa queixa érecorrente aqui em Rio das Pedras.Nossa seção “A Voz do Leitor” sempreestá carregada de mensagens de mo-radores esconjurando o momento emque pediram à Light para acabar comas ligações clandestinas e melhorar aqualidade no fornecimento de ener-gia à comunidade.

— A operação Light Legal é bem-vinda, dá até uma guaribada no visualdas ruas e ruelas, retirando aquelasteias horrososas de fios de “gatos”.Mas cobrar preços absurdos e, aindapor cima, adicionar a cobrança de umserviço que não está sendo fornecido,é uma verdadeiro “gato” ligado pelaLigth para encher o cofre da prefei-tura — disse Manoel.

Ele já registrou queixa no escritó-rio da concessionária no Pechinchahá mais de um mês. Em vão. Tanto aLight quanto a Rioluz e a prefeituraparecem desligadas do problema, queacontece também no Areal, na Arei-nha e no Pinheiros, conforme os mo-radores desses bairros têm reclamadohá meses, sem que se tome qualquerprovidência. A Light até tem se mos-trado receptiva às reclamações, man-tando um canal de diálogo etransparência com os moradores,sempre respondendo as reclamaçõesfeitas através deste jornal. Já a Rioluz— para quem a Light cobra e rapassaos valores da taxa de iluminação pú-blica, que vem embutida na conta —se comporta como a maioria dos ór-gãos públicos do estado e do municí-pio: não dá a mínima satisfação aosmoradores e continua recebendo porum serviço que não presta.

Opiauiense Manoel Rodriguesda Silva Filho (foto), de 53anos, há 30 morador na RuaVelha, levou um choquequando recebeu a últimaconta de luz, de R$ 102,24. Co-zinheiro conhecido de um res-

taurante no Jardim Botânico, na ZonaSul do Rio, sai todos os dias no início datarde para trabalhar e chega às 4h damanhã, mora sozinho e não tem apare-lho de ar-condicionado em casa. Porisso, o valor abusivo o deixou chocado.Mas até suportaria o tranco se não ti-vesse outro detalhe: embora pague em-butida na fatura a taxa de iluminaçãopública, desde que a Light realizou aoperação de eliminar as ligações clan-destinas na comunidade, a região ondemora vive às escuras, com as lâmpadasdos postes apagadas.

— Se o lugar aqui não fosse pací-fico, eu e meus vizinhos já teríamossido assaltados. Mesmo assim,quando chego de madrugada em casacom todo esse breu, dá medo. Já re- Manoel Rodrigues da Silva Filho, que para pouco em casa e não tem ar-condicionado, levou um choque com a conta de luz da Light

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Não era a supermodelo Gi-selle Bündchen, nem abela atriz global PaollaOliveira. Mas quandoBebel Santos desceu docarro, postou-se à beirado Rio das Pedras para ser

fotografada pela nossa reporta-gem, mostrando onde, nos primór-dios dos anos 1970, pescava pituno leito do rio que dá nome à co-munidade, o trânsito parou na ViaLight e a galera saudou a moradorada Rua Velha como se ali estivesseuma pop star. Tamanho rebuliço,causado pela inusitada presença,fez com que Bebel fizesse posetoda estilosa, feliz em constatar tãoafetiva popularidade.

Filha do falecido cabra-machoSilas, que se tornou uma lenda naRua Velha como dono do Bar Xodó,e, depois, de um armarinho, Bebel,cujo nome de batismo é MárciaBatista dos Santos, tem 54 anos deidade e 43 de Rio das Pedras, queela considera um lugar tranquilo emaravilhoso para se viver, mas àcusta de muita devoção dos pio-neiros. Ela fez um diagnósticosombrio sobre o futuro da comuni-

Os políticos só aparecem aqui na época das eleições parapedir votos. Só pensam em tirar mais dinheiro do povopara fazer suas fortunas ilícitas aumentarem”

BEBEL PESCAVA PITU NO RIO DAS PEDRAS

A VOZ DA PIONEIRA

dade. E acha que a coisa pode de-gringolar:

— Acho que a culpa é da ocupa-ção desordenada. No ano de 1972eu tinha 11 anos de idade e pes-cava pitu no rio que dá nome à co-munidade. E, nesse tempo, ondeera a areia da lagoa, temos a pri-meira ponte vindo da Engenheiro.

Os aterros e novas moradias foraminvadindo as águas da lagoa.Fomos destruindo a fauna, a florae mudando tudo o que não tínha-mos o direito de mudar. Isso sechama ganância dos seres huma-nos! Só estamos colhendo os frutosdas sementes que plantamos.

Depois de lembrar que o pai,

um nordestino arretado, era ummediador de conflitos, sempre dis-posto a apartar briga de marido emulher, de pais e filhos e de vizi-nhos, ela conta que, nos áureostempos, foi uma das pioneiras aparticipar de eventos para arreca-dar fundos destinados a construiruma sede de alvenaria e telhas deamianto para a tão sonhada sededa Associação dos Amigos e Mora-dores de Rio das Pedras (Amarp):

— Na festa junina, realizadacom a ajuda de comerciantes,montei uma barraquinha e vendiaquentão, cachorro-quente, milho,pamonha, tapioca e outras gulosei-mas. Dona Daquinha, mãe do Car-linhos, que foi personagem de umareportagem do jornal de vocêscomo “O guardião da praça daAmarp”, ajudava muito. Dava todasua energia para arrecadar fundospara erguer a associação. O pri-meiro presidente foi o Luiz, donoda farmácia que fica no início daRua Nova. Ele realizou excelentetrabalho para dar uma identidadeaos moradores na luta pela cidada-nia.

Bebel lamenta o estado de de-sordem urbana, de sujeira, da faltade saneamento, e, principalmente,a podridão em que se tornou hojeo leito do Rio das Pedras, no qual

nosso jornal já flagrou até umagarça devorando um rato. Elacobra providências com ênfase.

— Cadê o poder público? Ondeandam os políticos que só apare-cem aqui na época das eleiçõespara pedir votos? Estão em memó-ria, mas com armas esmagadorascontra o povo indefeso. São aliena-dos ou pensando apenas em comotirar mais dinheiro do povo e comofazer sua fortuna ilícita aumentar eaumentar. Está ruim? E vai piorar.É só assistir aos noticiários parasaber que nossa nação está nalama imunda da corrupção e nósestamos lutando por dignidade.Que Deus nos ajude! — desabafou,com um misto de resignação, preo-cupação e nostalgia.

E arrematou:— Saudade dos meus tempos

de criança. Da inocência, das brin-cadeiras com amigos em frente asnossas casas, da antiga favela deRio das Pedras. Jogava bola degude nas ruas de barro, soltavapipa e balões e ensinava as crian-ças brincadeiras infantis, comopular amarelinha, jogar pique-es-conde, dançar quadrilha nas festasjuninas. Só não tenho saudade dascoisas e pessoas ruins. E rezo paraque não voltem à comunidade,nunca mais.

FILHA DO LEGENDÁRIO SILAS CULPA AS AUTORIDADES PELA DEGRADAÇÃO DA COMUNIDADE

Feliz2016