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ISSN 1646-6977 Documento produzido em 06.07.2014

Valria Barreto de Pinho 1 Siga-nos em facebook.com/psicologia.pt

ORIENTAO PROFISSIONAL:

PBLICO-ALVO, PERSPECTIVAS DE ATUAO

E ABORDAGENS UTILIZADAS

2013

Valria Barreto de Pinho

Graduanda em psicologia - Centro Universitrio Jorge Amado. Salvador-Ba - Brasil

E-mail de contato: [email protected]

RESUMO

Considerando os avanos nos campos de intervenes da orientao profissional e o

surgimento de muitas abordagens psicolgicas mostradas durante o desenvolvimento da sua

evoluo, este trabalho tem como objetivo identificar os novos campos de intervenes da

orientao profissional, identificar os tipos de abordagens, as mais utilizadas e a mais recente, e

assim, compreender o processo de orientao profissional a partir de 1998. Atravs de uma

pesquisa bibliogrfica realizada por artigos, dissertaes, livros, revistas eletrnicas e pginas da

Internet foi constatado o surgimento de vrios campos de intervenes em OP, para diferentes

pblicos de diferentes idades. Concluiu-se que a escolha profissional, mesmo atravs da

orientao profissional, no para a vida toda, pois as vivncias do homem ao longo da vida tm

construes, desconstrues e mudanas de paradigmas.

Palavras-chave: Orientao profissional, campos de interveno, abordagens, a escolha

profissional

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INTRODUO

A orientao profissional um processo pelo qual o indivduo auxiliado a resolver

dvidas e desmistificar alguns conceitos sobre muitas profisses. A orientao profissional

contribui para uma mudana e transformao no decorrer do processo de escolha de um

indivduo, possibilitando um momento de reflexo sobre a formao de uma identidade

profissional e o autoconhecimento.

A orientao profissional tem desenvolvido diversas estratgias para contribuir com o

indivduo em seu processo de escolha da profisso, o que resultou em ampliao do seu campo

de atuao. Entende-se desta forma, que a orientao profissional exerce um papel

fundamental na vida do indivduo que busca encontrar uma profisso para se colocar ou se

recolocar no mercado de trabalho.

As demandas de sociedade por novas profisses, as exigncias de um mercado de

trabalho competitvo e os anseios das pessoas pela escolha de uma profisso que lhes satisfaa

ocorrem de maneira acelerada, na atualidade e se refletem no desenvolvimento da atividade de

orientao profissional. Com isso, pergunta-se: quais as perspectivas de atuao e a

contribuio da orientao profissional, na atualidade?

A motivao para este estudo surgiu na vivncia da disciplina associada ao perodo de

estgio em orientao profissional na escola pblica, nos quais se constatou a importncia do

trabalho do orientador profissional, na sua tentativa de auxiliar o jovem a encontrar sua

identidade profissional. Percebeu-se a dificuldade desses jovens em escolher uma profisso

por vrios fatores, dentre eles a questo social e familiar, materializada pelo discurso e a falta

de motivao frequente de seus pais, por serem pobres e no se considerar merecedores de

uma ascenso social ou profissional.

O processo de orientao profissional, que se define pelo seu prprio nome, no se d

necessariamente a partir do momento em que se estabelece o contrato de trabalho,

simbolicamente assinado pelos orientandos, mas surge do interesse de quem, de fato, quer a

ajuda. Esse trabalho envolve vrias atividades permeadas pela escuta, com o intuito de chamar

o indivduo a pensar, a refletir sobre si e sobre o que deseja dentro da atualidade, e as

possibilidades do mercado de trabalho.

Neste contexto, esse trabalho busca apresentar o processo de desenvolvimento da

orientao profissional e ampliao do seu foco de atuao nos ltimos 15 anos, empregando

trabalhos escritos a partir do ano de 1998. A discusso do tema que tem crescido ao longo dos

anos, pois, percebe-se no trabalho da orientao profissional o sentido de uma condio que

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todo sujeito devesse passar, devido importncia que reside na deciso da escolha da

profisso.

Este trabalho tem como objetivo geral identificar os diversos campos de atuao da

orientao profissional, investigando as novas perspectivas de atuao dessa atividade. E

como objetivos especficos identificar os tipos de abordagens empregadas nas intervenes da

orientao profissional e em quais campos tm sido usadas como a base norteadora dos

trabalhos, assim como compreender a importncia e a fase de escolha da profissional dos

diferentes pblicos identificados.

Antes de ser denominada orientao profissional, seu incio se deu como orientao

vocacional, mas h ainda existem alguns trabalhos que empregam esta terminologia. Este

estudo emprega orientao profissional (OP) que por si s se configura como o significado do

processo de trabalho.

Este trabalho consiste numa reviso bibliogrfica, qualitativa. Para isso foi realizado um

levantamento das referncias sobre a evoluo da orientao com incio no sculo XX at os

dias de hoje, vislumbrando os avanos dos novos campos de intervenes, bem como o

surgimento de novas abordagens em trabalhos dos ltimos 15 anos. Esta pesquisa foi

fundamentada nos trabalhos e projetos de intervenes realizados por faculdades, escolas,

centros de sade e organizaes que envolvessem a escolha da profisso, sua importncia e

implicaes assim como os diferentes tipos de intervenes e seu pblico alvo.

EVOLUO DA ORIENTAO PROFISSIONAL

O conceito de orientao profissional define-se de antemo, pela sua denominao. Em

se tratando de um processo, pode-se dizer que o indivduo orientado ou direcionado no

caminho de uma ou mais profisses. De acordo com Bueno (2009), um procedimento que se

utiliza de tcnicas para auxiliar o sujeito em sua vida pessoal, profissional e projetos futuros,

oferece informaes do sistema poltico, econmico e social, onde se d sua escolha, como

tambm promove o seu autoconhecimento. Pode-se dizer que, na atualidade, as prticas da

orientao profissional pelo mundo e no Brasil passaram por transformaes em seus modelos

e alcanaram propores considerveis. Neste contexto, a histria da orientao profissional

aqui apresentada como uma linha do tempo, identificando as principais fases de sua evoluo.

A orientao profissional se originou na Europa, no incio do sculo XX, em 1902.

Inicialmente, seu objetivo estava relacionado ao processo de seleo de pessoas nas indstrias.

(CARVALHO, 1995 apud SPARTA, 2003). No Brasil, a orientao profissional nasceu

vinculada a psicologia aplicada, em 1924 (SPARTA, 2003), quando houve um dos primeiros

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registros sobre esta atividade com a criao do Liceu1 de Artes e Ofcios de So Paulo.

(MELO-SILVA; LASSANCE; SOARES, 2004). Nesse perodo, entre 1920 e 1930 suas

prticas foram fortemente influenciadas pela psicologia diferencial e a psicometria. (SPARTA,

2003). Em 1931, Loureno Filho fundou o primeiro servio pblico de Orientao

Educacional e Profissional. (LEVENFUS; SOARES, 2010).

De 1942 a 1946, a orientao profissional esteve vinculada rea de Educao. (MELO-

SILVA, et al., 2004). A partir de 1950, ocorreram mudanas no enfoque das teorias do

desenvolvimento de carreira decorrentes da necessidade de adaptao das empresas ao

mercado de trabalho. (OLIVEIRA; GUIMARES; COLETA, 2006). Em 1962, com a

regulamentao do curso de psicologia, a orientao profissional recebe uma importante

contribuio, pois a psicologia passou a integrar a atividade da orientao profissional,

(SPARTA, 2003), incorporando tambm a psicanlise, que teve ampla repercusso na rea.

Em 1970, ano de abertura do Servio de Orientao Profissional (SOP) foram desenvolvidas

vrias alternativas para atender o aumento da demanda, junto aos testes psicolgicos. Nos

anos 80, a orientao profissional fica restrita aos testes vocacionais que eram aplicados antes

de se prestar vestibular (ANGELINI, 1954 apud RIBEIRO, 2003).

A evoluo da OP tem ntima relao com o valor significativo que lhe foi atribudo

durante toda a sua evoluo at os dias de hoje. Percebe-se que seu desenvolvimento ocorreu

em funo das necessidades, das demandas que foram surgindo, como tambm em decorrncia

das crticas psicometria que foram necessrias para o aprimoramento e/ou ajustamento das

tcnicas, das intervenes, das abordagens e dos profissionais que esto entrelaados no

crescimento da mesma. Seus avanos so contnuos, visto que sua contribuio para orientar

profissionalmente um indivduo perceptvel e tem sido significativa no momento de sua

escolha profissional.

A ESCOLHA PROFISSIONAL

Escolher uma profisso caracteriza um processo que vem de uma relao dialtica entre

indivduo, trabalho e sociedade. Como toda escolha produzida por meio de um significado

ou de uma importncia que se atribui ao que deve ser selecionado, a escolha profissional pode-

se refletir em uma vida inteira ou pelo menos em boa parte da vida de um indivduo. A

escolha profissional est ligada a raiz social, ao do papel do sujeito dentro da sociedade,

garantindo, inclusive, mudanas materiais. (OLIVEIRA et al., 2009). Portanto, existe uma

questo de valorizao social quando um indivduo escolhe sua profisso, e fica evidente a

1 Foi implementado pelo engenheiro suo Roberto Mange. Em 1931, o primeiro servio pblico estadual de Orientao Profissional foi criado por Loureno Filho em So Paulo (CARVALHO, 1995 apud MELO-SILVA; LASSANCE; SOARES, 2004. p. 34).

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importncia dessa escolha para cada pessoa, j que um dos fatores que contribui para o

equilbrio da vida do indivduo a carreira, to importante quanto prpria famlia, processo

no qual se depara com desafios e fracassos. Contudo, escolha da profisso se torna um

processo que valoriza seu aprendizado (OLIVEIRA; GUIMARES; COLETA, 2006).

De acordo com Bohoslavsky (2007), a escolha profissional ocorre na fase da

adolescncia, perodo que os jovens passam para definir o futuro, que implica no somente no

que fazer, como tambm, quem ser e quem no ser. normal o adolescente imaginar um

futuro, salientam Levenfus e Soares, (2010), criar ideias e questionar como seria caso

estivesse numa determinada profisso. Nesse contexto, os jovens tendem a idealizar a

profisso perfeita e ideal, que responder a todas as suas expectativas projetadas em seus

sonhos.

A escolha profissional pode ocorrer por meio de um processo de orientao profissional

ou, mais frequentemente, sem esse apoio. medida que o adolescente se encontra dentro do

processo de escolha profissional, ele se depara com as prprias expectativas, analisa suas

preferncias e verifica suas habilidades (BOCK, 2002 apud HOHENDORFF; PRATI, 2010).

De fato, o ser humano se depara no decorrer de sua vida com muitas expectativas, e a escolha

profissional traz uma multiplicidade delas que vm junto com as presses sociais, da famlia,

da escola e at mesmo do mercado de trabalho, as quais movimentam o jovem a definir sua

escolha, na busca do um sentido para sua existncia. (CARMO; COSTA, 2013).

Concomitantemente s escolhas, existem as implicaes que podem ocorrer em qualquer

trajetria que o sujeito deseja seguir. No mbito da escolha profissional, ocorrem emoes que

podem abalar o contexto que se est vivenciando, como por exemplo, o medo de escolher

errado, e isso pode estar relacionado a convivncia com pessoas prximas que entram e saem

da faculdade e abandonam o curso. (LEVENFUS; SOARES, 2010).

necessrio entender que a escolha da profisso nunca ser definitiva, deste modo, cada

indivduo ao longo da vida se constri e se transforma no caminho de uma identidade

profissional. Com isso, inevitvel o amadurecimento que progressivamente o deixa mais

consciente dos seus planos para o futuro. (AGUIAR; CONCEIO, 2008).

A escolha profissional especificamente cobrada em alguns momentos da vida, em

especial na adolescncia. compreendido que escolher a profisso no uma tarefa fcil, pois

se constitui de emoes que derivam medo, angstia de escolher errado, pois a pessoa se

depara com muitas presses, entre as quais, da famlia, escola e sociedade. O orientador

profissional tem de trabalhar com elementos que promovam no sujeito a busca de sua escolha,

dentro das premissas de cada campo de interveno que sero mostrados adiante.

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CAMPOS DE INTERVENO EM ORIENTAO PROFISSIONAL

Ao longo dos anos foram construdos muitos tipos de interveno por diversos modelos

de orientao profissional. medida que o tempo passa, surgem propostas que vm junto com

a demanda crescente da populao. Neste cenrio, nascem programas, projetos e instrumentos

que ajudam o profissional que trabalha com orientao profissional a se capacitar, para

enfrentar os desafios do mercado de trabalho, oferecendo intervenes que atendam ao

diversos pblicos, tais como, crianas, adolescentes, adultos ou idosos em diferentes classes

sociais, em diferentes contextos, que procuram ou precisam de uma orientao profissional.

Orientao Profissional no contexto educacional

Os modelos de OP envolvem uma srie de motivos pelos quais so criados. As

influncias, nesse caso, decorrem do surgimento da necessidade de intervenes para que o

aluno se movimente e participe do processo na condio de sujeito fazendo suas prprias

escolhas. As prticas da orientao profissional dentro da educao so descritas atravs dos

campos ligados a esse mbito. As discusses encontradas nesse campo mostram a orientao

profissional com crianas, adolescentes, com universitrios e com alunos com elevado risco de

abandono escolar, que sero mostrados a seguir.

Orientao profissional com crianas

A orientao profissional com crianas contribui para favorecer a desconstruo de

preconceitos e esteretipos relacionados a determinadas profisses, e possibilita a sua

reflexo, quando vivencia o papel do adulto (PASQUALINI; GARBULHO; SCHUT, 2004).

Auxiliar a descoberta do significado do trabalho na infncia garante que a criana tenha

contato com a orientao profissional, j que proporciona conhecer os modos de viver e

trabalhar, na sociedade em que vive e na escola onde estuda. (PASQUALINI; GARBULHO;

SCHUT, 2004).

Orientao profissional com adolescentes

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O adolescente pode encontrar dificuldades no estabelecimento de objetivos em longo

prazo, devido a nuances e problemas que acontecem na educao, sade e trabalho, que

podem deix-los paralisados e sem acreditar que so capazes de fazer a diferena.

(CASTILHO, 2006).

No processo de orientao com adolescente do ensino mdio, existem muitos elementos

que demonstram a grandeza deste evento. Um destes aspectos consiste no lugar onde

acontece o ritual, visto como espao sagrado no qual o jovem baixa suas defesas, quando sai

da sala de aula, e tem a liberdade de retomar seus desejos e fantasias, (SILVA; SOARES,

2001).

Orientao profissional para universitrios

O processo de orientao profissional para universitrios emprega tcnicas que

focalizam uma ou mais profisses com as quais o perfil do estudante possa se identificar, com

o objetivo de clarear suas ideias, compreender suas limitaes e promover reajustes. O

estudante, na maior parte das vezes, no considera um requisito importante no momento da

escolha, a anlise de seu prprio perfil, o qual indica se ele tem aptides para a profisso que

est escolhendo. (ROCHA, 2002).

Orientao profissional com alunos de elevado risco de abandono escolar

Esse modelo surge com estratgias para atrair esse aluno de volta s salas de aula por

meio de um trabalho de OP especfico, com intervenes que visam sensibilizar o aluno a uma

reflexo sobre seu projeto profissional. Tem como objetivo a anlise do percurso escolar e a

relao com a escola, bem como, a conscientizao da relevncia da educao e da formao

profissional. (FERREIRA, 2005). Nota-se que o processo de orientao profissional para esses

alunos, em especial, tem a necessidade de mobilizar os responsveis como a famlia e a escola

pela educao desses indivduos, para que se potencialize a ajuda com incentivo

aprendizagem e a busca de enxergarem oportunidades de uma formao profissional.

(FERREIRA, 2005).

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Orientao profissional em escolas particulares

O exerccio da OP em algumas escolas particulares faz parte de um processo educativo,

que tem como objetivo o aprimoramento dos jovens, e a criao de cidados capazes de

criticar, garantindo, assim habilidades e competncias de interferir no contexto onde vivem.

(LEVENFUS; SOARES, 2010).

O funcionamento do processo de OP em escolas privadas ocorre por meio de entrevistas

individuais e coletivas, e a sensibilizao para o autoconhecimento realizada atravs de

palestras e dinmicas de grupo, de modo a promover a reflexo ao aluno para uma escolha

profissional. (LEVENFUS; SOARES, 2010).

Contexto da sade mental

relevante que se d importncia a todos os trabalhos desenvolvidos em OP,

principalmente estes de um grupo em especfico que est relacionado com o psicossocial, que

sustenta, por sua vez, uma massa da populao que sofre com transtornos psicopatolgicos.

Nesse contexto, sero ilustrados a seguir os trabalhos realizados com pacientes psiquitricos,

que esto de sada da instituio, e psicticos na sua restruturao social.

Orientao profissional em pacientes psiquitricos

A orientao profissional, nesse contexto, surge da necessidade dos usurios internados

em instituies psiquitricas se valerem, tambm, de uma orientao profissional que lhe

proporcione condies de se colocar ou se recolocar no mercado de trabalho. O objetivo da

interveno que o indivduo resgate seu poder de escolha, provocando reflexes sobre suas

possibilidades, dentro de suas limitaes, aprendendo a elaborar um projeto de vida para o

futuro. (VALORE, 2010).

Define-se a re-orientao profissional em hospitais psiquitricos como um conjunto de

medidas que proporcionem uma maneira desse usurio se ver como sujeito de suas prprias

escolhas. (HOLANDA, 2000 apud VALORE, 2002). A interveno com indivduos

psiquitricos uma maneira de consolidar sua identidade profissional, e trabalhar um vnculo

social, ressaltando o compromisso da sociedade na reabertura de um espao de acolhimento

para os mesmos. (VALORE, 2002).

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Orientao profissional para pessoas em situao psictica

A orientao profissional para psicticos se destina a uma reestruturao do campo

profissional desse indivduo, tendo como ponto de partida o prprio sujeito, para que ele

chegue a uma escolha que sua. (RIBEIRO, 1998). Prope-se a uma reorganizao estrutural

que possibilite o processo de insero social e contorne a questo do espao psicossocial desse

indivduo.

O trabalho com essas pessoas tem como objetivos bsicos resgatar a cidadania, tentar

evitar novas crises, combater a cronificao, dar um referencial para sua vida e evitar a

aposentadoria prematura. (RIBEIRO, 1998). Em muitos casos, ocorre a acomodao da

situao por parte do indivduo ou parentes, que a orientao profissional visa combater, assim

como a ressignificao do desnimo, aps as crises, que podem possibilitar o crescimento e

transformao. (RIBEIRO, 1998).

Orientao profissional para pessoas com deficincia

O programa de orientao profissional dos indivduos com deficincia para enfrentar o

mercado de trabalho tem uma diferena entre os demais, porque prope ao participante uma

reflexo e anlise do mercado de trabalho, de forma que desenvolva planejamentos para o

futuro, que no seja a aposentadoria. (LOPES, 2006). Neste tipo de OP cabe ao profissional

orientador abordar as dificuldades e auxiliar no processo de reformulao da imagem

profissional, levando-se em conta que as relaes de trabalho se do tambm pelas relaes

sociais desse indivduo. (UVALDO, 1995 apud LOPES, 2006).

No se pode negar que a insero das pessoas com deficincia no mercado de trabalho

seja difcil, e que venha ganhando um espao ao longo do tempo atravs dos debates e

discusses, mas foi por meio da Lei n 8.213 de 24 de julho de 19912, que se assegurou aos

deficientes uma chance de entrar no mercado de trabalho, obrigando as empresas a destinar

um percentual de vagas profissionais com este perfil. (IVATIUK; YOCHIDA, 2010).

2 Lei que visa garantir ao portador de decincia, dispositivos legais para um espao no mercado de trabalho pela via da empregabilidade, reservando um percentual de cotas proporcionalmente ao nmero de funcionrios de uma empresa (IVATIUK; YOCHIDA 2010, p. 97).

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Orientao profissional no contexto de trabalho

A orientao profissional nas empresas conhecida como coaching3, processo que ajuda

os profissionais a alinhar seus objetivos e metas, capacitando-lhes para gerar resultados

diferenciados. (SOARES et al., 2007). O coaching tem algumas semelhanas com a orientao

profissional, da mesma maneira que o mentoring4 e couseling, pois, todos tm o mesmo

objetivo: contribuir para o desenvolvimento profissional do indivduo. (SILVA, 2010).

O termo mentoring usado nas organizaes para destacar algum que lida com a

orientao de um indivduo por meio de tcnicas que o auxiliem a um excelente desempenho.

Os processos de mentoring, como enfatiza Silva, (2010), ocorrem com profissionais que j

esto em seu campo de atuao. Essa funo pode ser exercida por uma pessoa da prpria

empresa ou de fora dela. No que se refere ao termo counseling, pode-se dizer que ligado

rea clnica, que se caracteriza como um aconselhamento psicolgico. Assim, encontrada

uma analogia com o processo de OP, o que no se distancia da prtica do orientador de um

aconselhamento de carreira. (SILVA, 2010).

Orientao profissional para aposentados

Ao se aproximar da aposentadoria, o indivduo percebe a chegada de mudanas em sua

vida. Nesse perodo importante para o sujeito, a orientao profissional pode ter um papel

valioso como psicoprofilaxia, em que se pode proporcionar aos futuros aposentados um modo

de explorar suas novas possibilidades. (SELIG; VALORE, 2010).

Ao considerar a diversidade dos campos de atuao da orientao profissional percebe-

se a grande completude, de maneira, que existe espao para mais explorao. Gradativamente,

novos interesses vo surgindo, de acordo com a demanda cada vez mais crescente de

indivduos com diversos padres de idade e contexto social. As intervenes em geral esto

apoiadas em alguma teoria ou abordagem que norteia e impulsiona o seu processo, as quais

sero ilustradas a seguir.

3 Uma contnua relao de parceria que visa apoiar o cliente na busca de resultados benficos para a sua vida pessoal e profissional por meio do qual o mesmo ampliar sua capacidade de aprender e aprimorar sua qualidade de vida. (SILVA, 2010, p. 303). 4 Um processo duradouro e benfico na vida ou estilo de outra pessoa, geralmente oriundo de um contato bilateral. (SHEA, 2001 apud SILVA, 2010 p. 302).

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ABORDAGENS EMPREGADAS NA ORIENTAO PROFISSIONAL

Todo o trabalho da orientao profissional deve ser fundamentado e referenciado em

torno de uma ou mais abordagens. Um requisito importante para que seja conduzido um

processo dessa natureza, a necessidade de uma base terica, para direcionar o orientador

realizao da prtica. Crites (1974), citado por Serpa (2003), apresenta as teorias da escolha

profissional divididas em trs grupos: teorias no psicolgicas, teorias psicolgicas e teorias

gerais. As teorias no psicolgicas consistem na escolha profissional atravs de fatores

externos, tais como: remunerao financeira, benefcios que as atividades profissionais

proporcionam, influncias sociais e culturais. Nas teorias psicolgicas, a escolha profissional

ocorre atravs de fatores internos, tais como: habilidades fsicas, aptides, interesses e

caractersticas pessoais. Por fim, as teorias gerais, denominadas por Crites (1974), consideram

que as escolhas profissionais se do s vezes por aspectos psicolgicos outras por aspectos

no-psicolgicos, ou seja, socioeconmicos, justapondo-se s teorias anteriores.

As abordagens vm nascendo de acordo com o desenvolvimento da orientao

profissional, ou seja, medida que a orientao profissional cresce, as abordagens tambm

vo surgindo ou sendo adaptadas ao processo, de modo que sero mostradas suas

contribuies, princpios e objetivos a seguir.

Abordagem clnica

De acordo com Rocha (2002), esta abordagem se fundamenta no indivduo e na sua

dinmica familiar, nas profisses as quais essa famlia desempenha, como tambm se baseia

nas influncias externas para a formao da identidade pessoal e profissional. A abordagem

clnica direciona seu trabalho para um perodo que pode ser chamado de transio do

adolescente, a ocasio em que se o profissional souber criar o setting apropriado, o

indivduo ter uma maturidade e crescimento para escolher. (SILVA; SOARES, 2001).

A abordagem clnica, por meio de teorias diversas, se prope a uma participao do

processo junto com o indivduo para auxili-lo na reflexo sobre as suas dificuldades de cada

um, trabalha os aspectos para facilitar a escolha conforme processo de autoconhecimento de

seu passado, presente e futuro. (LUCCHIARI, 1993 apud TETU et al., 2011). As teorias

encontradas nos estudos seguem abaixo.

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Abordagem evolutiva terapia cognitivo-comportamental

Essa abordagem se baseia no modelo cognitivo, que considera os componentes afetivos,

ou seja, as emoes as quais o indivduo sente no decorrer do tempo, em relao s profisses.

Ao passar pelo processo de orientao profissional, os sujeitos apresentam por diversas

formas as suas dificuldades afetivas em relao ao mercado de trabalho. Esse processo

emprega, ento, tcnicas condizentes com o perfil de um indivduo que esteja em conflito com

sua identidade profissional. (LASSENCE, 2005).

O cerne da tarefa de orientao, nesta abordagem, direcionado ao significado de tudo

que envolve o indivduo, ou seja, a famlia, filhos, sociedade, o trabalho e toda a representao

de cada um, na atualidade. Portanto, uma tcnica que trabalha com as dificuldades relatadas

pelo indivduo que so importantes para o entendimento do seu comportamento perante todos

os papis que desempenha junto sociedade, sendo esse o momento de levantar suas queixas e

histria profissional. (LASSENCE, 2005).

Abordagem desenvolvimentista

Uma perspectiva que visa contribuir para o desenvolvimento do indivduo, a abordagem

desenvolvimentista no foca nos dficits e sim nas competncias, nas potencialidades, com a

finalidade de colaborar no desenvolvimento do sujeito, o qual entende ser um processo

contnuo e ininterrupto. (CARVALHO; MARNHO-ARAJO, 2010). A abordagem

desenvolvimentista trabalha com o presente e passado e orienta o futuro, avalia a histria, as

caractersticas e dilemas do indivduo. (TRACTENBERG, 2002).

Abordagem centrada na pessoa (no-diretiva)

A abordagem no diretiva trabalha com autodesenvolvimento do indivduo, na

reorganizao do self para que tenha uma maior maturidade e autoconscincia e, sobretudo,

uma motivao para saber conduzir seu papel perante suas escolhas. (TRACTENBERG,

2002). observado que toda a ateno expressamente voltada ao sujeito, a abordagem

centraliza suas premissas para adquirir informaes a partir do que o sujeito traz. Utiliza-se,

assim, uma srie de tcnicas de dessensibilizao e modelagem em meio busca de elementos

que auxiliem o orientador no desempenho de seu papel como condutor desse processo.

(TRACTENBERG, 2002)

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Abordagem neo-reichiana

A abordagem neo-reichiana caracterizada como uma abordagem que trabalha com

movimentos corporais, acredita no trabalho em conjunto do corpo e psique como processo

teraputico. (AGUIAR; CONCEIO, 2008). Para tanto, usa de tcnicas que envolvam corpo

e mente em um trabalho que se caracteriza exclusivamente pela linguagem que denota do

corpo. Esses trabalhos so desenvolvidos com a movimentao do corpo, com o objetivo de

gerar no orientando uma modificao em sua conscincia. (AGUIAR; CONCEIO, 2008).

Abordagem behaviorista

A metodologia baseada na anlise do comportamento aplicada de forma que se proceda

tomada efetiva de outros comportamentos orientados do indivduo para se chegar a uma

atitude mais efetiva. O objetivo o descondicionamento, e procede a modelagem para que o

indivduo desempenhe um papel sabendo resolver seus prprios problemas.

(TRACTENBERG, 2002).

Abordagem psicodinmica

A personalidade algo muito importante nas decises de escolher uma profisso, pois,

desde a infncia, as pessoas se constituem trazendo consigo aptides que ajudaro no

direcionamento de sua escolha. O trabalho da psicodinmica entender esse processo pelo

qual passa o sujeito desde a infncia, trazendo consigo uma bagagem a qual caracteriza sua

personalidade. A abordagem psicodinmica acredita que na relao pessoa e seu meio que se

forma sua individualidade. (BOCK, 2001).

Abordagem ecolgica

O enfoque ecolgico trabalha com atividades que favoream o contato do indivduo com

seu meio, explora uma viso sistmica de tudo que a cerca para uma melhor escolha

profissional, sem frustraes no futuro. Seu trabalho voltado para relaes ou vnculos

afetivos com objetos ou pessoas. Enxerga como favorvel a demonstrao da viso integrada

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aos sistemas como famlia, escola, a sociedade e trabalho, assim como o sistema poltico,

econmico, cultural e religioso que considera ser tambm favorvel para uma boa orientao

profissional. (SARRIERA, 1999).

Abordagem Decisional

Para a abordagem decisional, as escolhas so feitas atravs da racionalidade apontando

uma anlise de elementos financeiros que garantam seus ganhos na certeza da estabilidade

econmica. Busca a racionalidade nas escolhas, analisando minuciosamente as intervenes

que so realizadas no processo. (BOCK, 2001). Fundamentado no modelo econmico, a

abordagem decisional trabalha com tcnicas de psicologia cognitiva e social, e dirige o

processo com base na anlise do autoconceito, auxiliando no processo da tomada de deciso e

no estabelecimento de prioridades profissionais. (TRACTENBERG, 2002).

Abordagem scio-histrica

Qualquer indivduo, independentemente de sua classe social, pode escolher sua

profisso, mesmo sendo de classe menos privilegiada. A abordagem scio-histrica sustenta

sua ideologia na condio de que todos sem exceo podem sonhar e lutar por suas escolhas

profissionais. Na perspectiva scio-histrica existe uma possibilidade de mudar. A interveno

ocorre de forma a possibilitar ao indivduo ou ao coletivo intervir em seu contexto social,

fazendo com que o homem mude sua trajetria e encare os obstculos que podem ser

superados, pela sua realidade econmica. (BOCK, 2001).

Abordagem de Trao e Fator

Consiste em uma abordagem que avalia e analisa o indivduo atravs de instrumentos

psicomtricos. A abordagem trao e fator trabalha com a finalidade do casamento perfeito

entre perfil ocupacional e pessoal, vinculada a uma concepo do indivduo e sociedade, tendo

como fundamento a psicometria. (TRACTENBERG, 2002). Esta abordagem se fundamenta

nos testes vocacionais, que ainda fazem parte do processo de orientao profissional para se

identificar aptides e traos de personalidade. (BOCK, 2001).

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Abordagens no-psicolgicas

As abordagens consideradas no-psicolgicas so conhecidas como a teoria do acidente

e a abordagem scio-crtica. O surgimento destas abordagens se deu por meio de enfoques

ligados a estrutura scio-econmica. A teria do acidente acredita que o indivduo escolhe sua

profisso em decorrncia dos acontecimentos da vida, acidentalmente. Dessa maneira, ao

olhar um jornal, ler um livro e assistir TV o indivduo influenciado por essas variveis.

(TRACTENBERG, 2002).

CONSIDERAES FINAIS

Verificou-se que o desenvolvimento da OP contm transformaes importantes, que a

influncia da psicologia trouxe uma contribuio extraordinria em sua trajetria, incluindo

todas as abordagens, passando assim a ser palco de discusses e crticas construtivas ao longo

desses 15 anos, trazendo um desenvolvimento acelerado e contnuo. Constatou-se que as

intervenes foram surgindo medida que a demanda solicitava e solicita. Assim, hoje tem

inmeros campos de intervenes em orientao profissional ampliando a carreira, desafiando

as limitaes dos padres tradicionais.

Foi constatado que a crescente demanda faz a orientao profissional cresce a cada ano,

evidenciando, da mesma maneira, o aumento de uma demanda diferenciada, de um pblico

diversificado composto por indivduos de todas as idades, todas as classes sociais e fora do

padro de normalidade fsica, psquica e mental. Isso posto, h uma contribuio do aumento

das pesquisas e avanos nos estudos, nos projetos, nas prticas e nos desafios da orientao

profissional.

Identificou-se que, a partir do ano de 2000, os campos de interveno cresceram

expressivamente, contando com o surgimento dos trabalhos de orientao profissional com

pessoas com deficincia, com pacientes psiquitricos, dentro das organizaes, com alunos

com elevado risco de abandono escolar, com jovens com dficit cognitivo, com crianas, com

universitrios, para aposentados e at OP como profilaxia.

Os tipos de abordagens identificadas desde o nascimento da orientao profissional so

empregadas at hoje junto a outras que foram surgindo, o que inclui grande diversidade

dentre as abordagens psicolgicas, tais como: clnica, evolutiva terapia cognitivo-

comportamental, desenvolvimentista, centrada na pessoa (no-diretiva), behaviorista,

psicodinmica, decisionais, scio-histrica, trao e fator, neo-reichiana e a ecolgica.

Verificou-se tambm o uso das no-psicolgicas, como a teoria do acidente, a abordagem

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scio-crtica e a psicossocial, que est entre os dois tipos de abordagens, psicolgica e no-

psicolgica. Este cenrio surpreende pela multiplicidade de teorias e faz supor a existncia de

psiclogos com diversas concepes sobre o modelo de atuao, emprego de estratgias,

embora todos direcionados ao mesmo objetivo, da escolha profissional, mas tambm

evidencia o trabalho de profissionais de outras formaes atuantes em orientao profissional.

Dentre as abordagens mais mencionadas esto a clnica, a scio-histrica e a

desenvolvimentista. Verifica-se que elas se unem com o intuito de uma nica proposta, se

complementando. A abordagem norteadora dos trabalhos a clnica, a mais utilizada em OP

com adolescentes, adultos, universitrios, pacientes psiquitricos, em jovens com dficit

cognitivo, alm de embasar outros trabalhos de OP.

A orientao profissional realizada por profissionais que no so psiclogos, como por

exemplo, pedagogos ou administradores, nem sempre envolvem algum tipo de abordagem,

principalmente ligada psicologia. Com isso, verifica-se que o surgimento das abordagens

no-psicolgicas, esto inseridas em propostas, projetos e aes de orientao profissional

educacional e organizacional, com embasamento na avaliao de desempenho, no

comportamento do indivduo e nas necessidades econmicas e sociais.

Observou-se que os programas e projetos de OP, em sua maioria, se focalizam em

adolescentes. Constatou-se que, diante das mudanas sociais e o incentivo ao curso superior,

os adolescentes chegam preocupados, ansiosos e com medo do mercado de trabalho, se no

possurem um nvel superior, como tambm existe uma presso social neste sentido. Portanto,

encontra-se a orientao profissional mais focalizada na escolha do curso superior. Todavia,

alguns estudos j discutem o problema e tentam, a partir, da incluir carreiras tcnicas e

profissionalizantes no processo.

A orientao profissional se v como um campo ou rea onde o psiclogo pode atuar.

Entretanto, considerando a explorao to vasta da orientao profissional tem se enfatizado a

necessidade da OP se tornar uma profisso, e no continuar sendo meramente uma rea a se

trabalhar. Apesar da multiplicidade de intervenes da OP em vrias reas, notou-se que ela

teve e tem um papel importante junto a educao, mostrando indiretamente a necessidade do

psiclogo na escola para colaborar com o desenvolvimento da carreira dos alunos.

Os dados obtidos marcam que o processo de escolha profissional compreende um

momento em que o indivduo embarca no autoconhecimento, na informao de mercado de

trabalho e profisses, e assim tem oportunidade de construo de uma identidade profissional.

Escolher tem suas implicaes no processo de humanizao. Assim como tem as expectativas

da famlia, da escola, sociedade e si mesmo. Contudo, verificado que ao escolher a profisso

o indivduo valoriza seu aprendizado e garante uma significao perante a sociedade.

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Conclui-se que a escolha profissional mesmo atravs da orientao profissional no

para a vida toda, pois, as vivncias do homem ao longo da vida tm construes,

desconstrues e mudanas de paradigmas. Nesse caminho, sempre vai ocorrer a possibilidade

de pessoas escolherem uma nova profisso, para aumentar a satisfao no trabalho, ampliar os

horizontes profissionais, entre outros motivos. E as possibilidades de estudos e intervenes,

so praticamente, infinitas.

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