AAI em revista #67

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Rigor e proteção O estado do Rio Grande do Sul torna mais rigorosa a legislação para prevenção e proteção contra incêndios, para evitar tragédias como a ocorrida na boate Kiss, em Santa Maria, em janeiro do ano passado. A Lei Complementar 14.376 incrementa as medidas de segurança e muda os parâmetros técnicos e conceituais até então utilizados. Dentre as mudanças estão as novas exigências para a classificação de risco das edificações e a análise do tipo de uso do imóvel. “Com essas modificações, as edificações deverão ser concebidas para serem seguras e não apenas projetadas para receberem, depois de prontas, sistemas de proteção contra fogo”, salienta o comandante do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Eviltom Pereira Diaz. PáGINAS 4, 5 E 6 AGÊNCIA BRASIL PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE ARQUITETOS DE INTERIORES DO BRASIL/RS #67 ANO XI | ABRI/MAI/JUN | 2014 MERCADO A valorização do projeto de arquitetura de interiores no setor imobiliário PáGINA 8 PROFISSÃO A fiscalização da prática da Reserva Técnica pelo CAU/BR em debate PáGINAS 12 E 13 PROJETO Um bairro planejado sob os conceitos do Novo Urbanismo começa a ser criado em Pelotas PáGINA 14 ENTREVISTA A trajetória da arq. e urb. Vera Fabrício, referência na profissão para muitas gerações PáGINAS 20 E 21

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Informativo da Associação de Arquitetos de Interiores do Estado do Rio Grande do Sul - AAI-RS.

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Rigor e proteçãoO estado do Rio Grande do Sul torna mais rigorosa a legislação para prevenção e

proteção contra incêndios, para evitar tragédias como a ocorrida na boate Kiss, em

Santa Maria, em janeiro do ano passado. A Lei Complementar 14.376 incrementa as

medidas de segurança e muda os parâmetros técnicos e conceituais até então utilizados.

Dentre as mudanças estão as novas exigências para a classificação de risco das edificações

e a análise do tipo de uso do imóvel. “Com essas modificações, as edificações deverão

ser concebidas para serem seguras e não apenas projetadas para receberem, depois

de prontas, sistemas de proteção contra fogo”, salienta o comandante do Corpo de

Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Eviltom Pereira Diaz.Páginas 4, 5 e 6

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PuBLiCAçãO DA ASSOCiAçãO DE ARquitEtOS DE intERiORES DO BRASiL/RS

#67AnO Xi | ABRi/MAi/jun | 2014

M E R C A D OA valorização do projeto

de arquitetura de interiores no setor imobiliário

Página 8

P R O F I S S Ã OA fiscalização da prática da Reserva Técnica pelo

CAU/BR em debatePáginas 12 e 13

P R O J E T OUm bairro planejado sob os

conceitos do Novo Urbanismo começa a ser criado em Pelotas

Página 14

E N T R E V I S T AA trajetória da arq. e urb.

Vera Fabrício, referência na profissão para muitas gerações

Páginas 20 e 21

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Arq. e urb. Silvia BarakatPResidente aai BRasiL/Rs - 2014-2015

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sNesta edição da AAI em revista tratamos de segurança, nos mais diferentes aspectos. A chamada de capa conduz a uma matéria es-pecial sobre a nova legislação gaúcha que pre-tende tornar mais rigoroso o planejamento das edificações no que se refere à prevenção e a proteção contra incêndios. A responsabi-lidade dos profissionais é grande, a medida que o potencial térmico de combustão dos materiais de acabamento empregados, com móveis, tecidos de cortinas, carpetes e gesso, passa a ser considerado na classificação de risco das edificações. Agora, também, é ne-cessário elaborar os Planos de Prevenção e Proteção Contra Incêndios, os PPCIs, para ob-tenção do alvará junto aos bombeiros. Sem eles, as prefeituras não podem conceder as licenças para funcionamento.

Estamos atentos à legislação e às responsabi-lidades inerentes ao dia a dia dos profissionais. É por isso, também, que trazemos uma matéria sobre o debate realizado entre a diretoria da AAI e empresários em torno da prática da cha-mada Reserva Técnica. O objetivo é esclarecer quanto ao Código de Ética e Disciplina do CAU/BR. Essas são apenas algumas das reportagens produzidas por nossa equipe para essa 67ª edi-ção da AAI em revista, que está renovada, atua-lizada e mais moderna. A publicação passa a ser, agora, apenas digital, permitindo a incor-poração de novas tecnologias, gradativamen-te. Mais novidades vêm por aí. Boa leitura.

AAI CAPTA NOvOS ASSOCIADOSem março de 2013 foi lançada a primeira etapa para captação de novos associados, por meio de incentivos aos atuais sócios. entre em contato com a aai Brasil/Rs, por e-mail, para obter mais in-formações: [email protected].

GOP TEM EDIÇÃO ATUAlIzADAo guia de orientação Profissional aai Brasil/Rs 2013, lançado em novembro, está à venda na UniRitter e, também, na secretaria da entidade, onde a publica-ção é comercializada junto com um exclusivo Cd in-terativo. informações: [email protected]

REUNIÃO-AlMOÇO“a íntima relação entre a auto-estima, o amor e a carreira profissional”. es-se foi o tema da reunião-almoço de março, apresentada pela psicóloga e psicoterapeuta iara Camaratta anton. o evento foi realizado no hotel Plaza são Rafael, em Porto alegre, e con-tou com a presença do presidente do CaU/Rs, arq. e urb. Roberto Py.

PaRCeiRos aai BRasiL/Rs

2014

estas empresas garantiram participação nos eventos e projetos da aai Brasil/Rs.

aPoio editoRiaL exCLUsivo

DIRETORIA - GESTÃO 2014/2015 PRESIDêNCIA arq. e urb. silvia Monteiro Barakat vICE-PRESIDêNCIA arq. e urb. Cármen Lila gonçalves Pires DIRETORIA DE ExERCíCIO PROfISSIONAl arq. e urb. Flávia Bastiani DIRETORIA DE RElAÇõES ACADêMICAS arq. e urb. Maria Bernadete sinhorelli e arq. e urb. elisabeth sant’anna DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO / RElACIONAMENTO arq. e urb. ana Paula Bardini DIRETORIA DE MARKETING arq. e urb. andres Luiz Fonseca Rodrigues DIRETORIA DE ORGANIzAÇÃO DE EvENTOS arq. e urb. Cezar etienne Machado de araújo DIRETORIA fINANCEIRA / TESOURARIA arq. e urb. gislaine saibro

JORNAlISTA RESPONSÁvElLetícia Wilson (Reg. 8.757)[email protected]

COlABORAÇÃOtatiana gappmayer (Reg. 8.888)

CONSElHO EDITORIAlarq. e urb. gislaine saibro

Letícia Wilson

COMERCIAlIzAÇÃOProjetato assessoria e Comunicação

51 3239.2273 - 51 [email protected]

EDIÇÃO GRÁfICAevaldo tiburski | tiba

Rua edu Chaves, 125são JoãoPorto alegre/RsCeP 90240-620Fone 51 3228.8519www.aaibrasilrs.com.br

Conceitos e opiniões emitidos por entrevistados e colaboradores não refletem, necessariamente, a opinião da revista e de seus editores. não publicamos matérias pagas. todos os direitos são reservados. Publicação trimestral, com distribuição dirigida a arquitetos e urbanistas, entidades de classe, instituições de ensino e empresas do setor. Órgão oficial da aai Brasil/Rs.

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nOvA LEGiSLAçãO GAúChA COntRiBui PARA A COnCEPçãO DE EDifiCAçõES MAiS SEGuRAS COntRA inCênDiOS

Segurança acima de tudo

Assim como o japão, a indonésia, a China e tantos outros países que viven-

ciaram grandes tragédias e aprenderam com elas, o Rio Grande do Sul tenta

evitar, com a criação da Lei Complementar 14.376 (LC 14.376), que aconteçam

novamente casos como o do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, ocorrido

em janeiro do ano passado e que resultou na morte de 242 pessoas. Sanciona-

da pelo governador tarso Genro em 26 de dezembro de 2013, a legislação reú-

ne as normas de prevenção e proteção contra eventos dessa natureza e traz

uma série de alterações, incrementando as medidas de segurança e mudando

os parâmetros técnicos e conceituais até então utilizados. um dos mais signifi-

cativos avanços refere-se às novas exigências para a classificação de risco das

edificações, antes limitadas à altura e área da construção: situação que acaba-

va por caracterizar com o mesmo perigo de incêndio fábricas de gelo e indús-

trias de fogos de artifícios que ocupassem espaços com dimensões iguais.

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A partir de agora, serão considerados também

o tipo de uso do imóvel, capacidade de lotação,

controle e extração da fumaça e carga de incên-

dio, que avalia o potencial térmico de combustão

dos materiais de acabamento empregados, des-

de a estrutura até móveis, tecidos de cortinas,

carpetes, gesso e outras matérias-primas presen-

tes no local. “Com essas modificações, as edifi-

cações deverão ser concebidas para serem se-

guras e não apenas projetadas para receberem,

depois de prontas, sistemas de proteção contra

fogo”, salienta o comandante do Corpo de Bom-

beiros do Rio Grande do Sul, coronel Eviltom Pe-

reira Diaz. Através de grupos de estudo, a cor-

poração está trabalhando na reformulação dos

critérios a serem observados para a elaboração

dos Planos de Prevenção e Proteção Contra in-

cêndio (PPCis), atendendo à legislação e tornan-

do o processo mais claro e técnico. “Estamos ava-

liando uma maneira de desburocratizar o proce-

dimento, principalmente, para as construções e

áreas de risco de incêndio até 750 m2 e menos

de 12 metros de altura, sem perder a credibilida-

de do método”, adianta o coronel Eviltom.

Para o autor da lei, o deputado estadual Adão

villaverde, a LC 14.376 define de forma transpa-

rente as responsabilidades e atribuições de pro-

prietários, bombeiros e prefeituras e estabelece

o que cada imóvel precisa para a prevenção con-

tra incêndio. “Além disso, ela é rigorosa quanto à

fiscalização, às inspeções, aos licenciamentos e

às sanções”, acrescenta villaverde. As novas re-

gras devem ser observadas, desde o dia 27 de

dezembro passado, por todas as edificações er-

guidas a partir dessa data, mesmo que a regula-

mentação das normas técnicas ainda esteja sen-

do efetuada pelos Bombeiros – a previsão é de

conclusão nos próximos meses. As construções

que passaram ou passarão por reforma ou ade-

quação, alteração de ocupação, uso ou capaci-

dade de lotação, ampliação de área construída,

aumento na altura ou modificação de carga de

incêndio também têm que se adaptar à legisla-

ção para obter o Alvará de Prevenção e Proteção

Contra incêndios (APPCi), expedido pelo Corpo

de Bombeiros. Sem ele, as prefeituras não podem

fornecer as licenças de funcionamento.

Conforme a lei, o APPCi terá prazo de valida-

de de um a três anos, de acordo com a classifi-

cação quanto ao uso e ao risco de carga de in-

cêndio das edificações ou áreas. As de médio e

alto risco, como boates, depósitos de gás e com-

bustíveis, por exemplo, serão vistoriadas anual-

mente. ficam excluídas dessas exigências as cons-

truções residenciais unifamiliares e aquelas uni-

familiares instaladas no pavimento superior de

ocupação mista com até dois andares e acessos

independentes. Após a regulamentação, os mu-

nicípios terão prazo de um ano para adequarem

suas leis municipais à LC 14.376. já as unidades

que não se encaixam nos perfis acima descritos

contarão com, no máximo, cinco anos para pro-

moverem os ajustes necessários. Outra determi-

nação é que lugares de eventos ou reuniões com

mais de 200 pessoas serão obrigados a conta-

rem com a presença de bombeiro ou brigadista.

CritérioS pArA AtividAdeS e regiStro de eSpeCiAlizAção de engenhAriA de SegurAnçA do trABAlho do CAu/Br

i SEjA PORtADOR DE CERtifiCADO DE COnCLuSãO DE CuRSO DE ESPECiALizAçãO, EM nívEL DE PóS-GRADuAçãO, EM EnGEnhARiA DE SEGuRAnçA DO tRABALhO.

ii SEjA PORtADOR DE CERtifiCADO DE CuRSO DE ESPECiALizAçãO EM EnGEnhARiA DE SEGuRAnçA DO tRABALhO, REALizADO EM CARátER PRiORitáRiO PELO MiniStéRiO DO tRABALhO.

iii SEjA PORtADOR DE REGiStRO DE EnGEnhARiA DE SEGuRAnçA DO tRABALhO, EXPEDiDO PELO MiniStéRiO DO tRABALhO, DEntRO DE 180 DiAS DA EXtinçãO DO CuRSO REfERiDO nO itEM AntERiOR.

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OPORTUNIDADE PARA O APERfEIÇOAMENTOum dos pontos positivos da legislação, segundo

o presidente do CAu/RS, arq. e urb. Roberto Py

Gomes da Silveira, é a possibilidade prevista (no

artigo 20) de que os PPCis sejam aprovados pe-

lo corpo técnico dos Bombeiros. “isso já cons-

titui elemento importante para uma maior qua-

lificação dos planos”, ressalta. Com o tempo,

acredita Py, os quadros técnicos poderão incor-

porar arquitetos e engenheiros, dando melhores

condições de diálogo entre a corporação e os

profissionais que fazem os projetos. O coman-

dante do Corpo de Bombeiros do Rio Grande

do Sul, coronel Eviltom Pereira Diaz, afirma que

existe um déficit de pessoal na corporação, o

que acaba refletindo na agilidade da emissão

dos APPCis, e que a contratação de novos ser-

vidores é essencial.

A responsável pela unidade técnica do CAu/

RS, arq. e urb. Maríndia izabel Girardello, reforça

que a LC 14.376 revoga uma lei de 1997, incorpo-

rando um conjunto de normas e conhecimentos

adquiridos nos últimos 16 anos. “Seguramente a

nova legislação é mais restritiva e exigente, o que

pode criar, em um primeiro momento, dificulda-

des para os profissionais que elaboram planos e

projetos de prevenção e proteção contra incên-

dios”, observa. Entre os aspectos relevantes da

normatização, apontados por ela, está a incorpo-

ração do CAu/RS e do Registro de Responsabi-

lidade técnica (RRt) ao texto, eliminando qual-

quer dúvida quanto à aceitação de PPCis execu-

tados por arquitetos e urbanistas.

Pela lei, os Planos de Prevenção e Proteção

Contra incêndios devem ser elaborados por pro-

fissionais da Arquitetura e urbanismo ou Enge-

nharia devidamente registrados em seus conse-

lhos profissionais, não especificando a necessi-

dade da especialização em Engenharia de Segu-

rança do trabalho. Maríndia ressalta que a Reso-

lução 10 do CAu/BR permite o exercício da es-

pecialização de Engenharia de Segurança do tra-

balho, no âmbito das atividades próprias de Ar-

quitetura e urbanismo, exclusivamente, ao arqui-

teto e urbanista que atenda a um dos critérios

definidos e tenha essa habilitação anotada em

seu registro profissional no Conselho.

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um doS prinCipAiS AvAnçoS São AS novAS exigênCiAS pArA A ClASSifiCAção de riSCo dAS edifiCAçõeS, AnteS limitAdAS à AlturA e áreA dA ConStrução.

Com A CriAção dA lei, eSperA-Se evitAr grAndeS trAgédiAS, Como A oCorridA nA BoAte KiSS, em SAntA mAriA, há pouCo mAiS de um Ano

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em busca do encantamentoCOnStRutORAS E inCORPORADORAS APOStAM nO PROjEtO DE intERiORES DAS áREAS COMunS COMO DifEREnCiAL DE vEnDAS

O mercado imobiliário sempre esteve atento –

e procurando antecipar-se – às mudanças econô-

micas, sociais e culturais que impactam diretamen-

te na forma de viver e de trabalhar das pessoas. A

insegurança crescente nas cidades, as dificuldades

de mobilidade urbana e a falta de tempo levaram

as empresas a desenvolverem empreendimentos

residenciais com um número cada vez maior de

áreas comuns, tornando os condomínios uma ver-

são contemporânea dos antigos clubes. Outro fa-

tor que contribui para esse cenário é a contínua

diminuição do tamanho dos imóveis, decorrente

da redução da média do número de habitantes por

unidade e do adensamento provocado pela escas-

sez de terrenos em áreas consideradas nobres.

Em um primeiro momento, esses complexos eram

comercializados e entregues aos futuros morado-

res com os espaços de lazer vazios, ficando a cri-

tério dos condôminos definirem como iriam mo-

biliar e equipar hall de entrada, salões de festas e

salas de ginástica, por exemplo. Situação que re-

sultava, muitas vezes, em ambientes desocupados,

utilizados para fins diferentes de seu objetivo ini-

cial ou com padrão que destoava do restante da

estrutura. Por pressão dos compradores e para

evitar a desvalorização desses espaços, constru-

toras e incorporadoras passaram a investir na con-

tratação de arquitetos e urbanistas para a elabo-

ração de projetos de Arquitetura de interiores que

garantissem a qualidade das áreas comuns de suas

edificações. Essa situação, que vem ganhando for-

ça nos últimos anos, abriu um forte campo de atua-

ção para esses profissionais e se transformou em

um diferencial na divulgação dos produtos imobi-

liários. “todos ganham com isso. A companhia,

que potencializa suas vendas; o arquiteto de inte-

riores, que vê seu trabalho valorizado; e o com-

prador, que se encanta com o aproveitamento dos

espaços e sabe que esse é um custo que não terá

SAlão prinCipAl

do Condomínio

horizontAl

ConStruído pelA

inCorporAdorA

melniCK even em

eldorAdo do

Sul. o projeto

de ArQuiteturA

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deSenvolvido

pelo eSCritório

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em busca do encantamentomais adiante no condomínio”, afirma a vice-presi-

dente da AsBEA/RS, arq. e urb. Cristina Azevedo.

Encantamento é também a palavra empregada

pelo vice-presidente do Sinduscon-RS, engenhei-

ro civil Aquiles Dal Molin júnior, para descrever o

impacto que o projeto de Arquitetura de interio-

res causa nos clientes. “Eles observam a academia,

a piscina e o playground prontos e isso desperta

a empolgação em todos os integrantes da família

e agrega valor”, pondera. A arq. e urb. Cristina

Campello, experiente nesse tipo de projeto, con-

corda e complementa: “o morador consegue vi-

sualizar os benefícios de usar aquela infraestrutu-

ra e enxerga o todo do sonho que está compran-

do. é um pacote completo”. Ela salienta, ainda, que

esse movimento traz reconhecimento e amplia o

mercado para os arquitetos de interiores, que mui-

tas vezes são procurados pelos condôminos daque-

le prédio para planejarem os seus apartamentos.

O diretor de incorporação da Melnick Even,

Marcos Colvero, reforça que a entrega das áreas

condominiais equipadas está qualificando o re-

sultado final dos empreendimentos. “Essa inicia-

tiva é uma realidade em todos os perfis de cons-

truções: residenciais, comerciais e de todos os

padrões”, relata o executivo de uma das maiores

incorporadoras do Rio Grande do Sul. Ele infor-

ma que os projetos da empresa têm sido desen-

volvidos por equipes multidisciplinares formadas

por arquitetos e urbanistas especialistas em edi-

ficações, paisagismo e interiores.

Dinâmico, o setor da construção civil já identi-

fica novas tendências. tanto o vice-presidente do

Sinduscon-RS como a arq. e urb. Cristina Cam-

pello apontam para uma redução na variedade

de espaços de lazer disponibilizados e, ao mes-

mo tempo, para uma ampliação daqueles mais

utilizados pelos moradores, como salão de festas,

academia, piscinas ao ar livre e aquecida, play-

ground, brinquedoteca, quadras poliesportivas e

quiosque com churrasqueiras. “isso não significa

diminuir o tamanho da área de convivência e, sim,

focar na melhoria dos ambientes que realmente

são usados, aumentando-os e permitindo o aces-

so a mais pessoas”, explica Dal Molin.

Outro item importante ressaltado por Cristina é

a necessidade de inclusão de espaços externos pa-

ra o passeio com os animais de estimação e, tam-

bém, da integração dos salões de festas com os

espaços gourmets, potencializando o aproveitamen-

to de ambos. Ela acredita que salas exclusivas pa-

ra computadores e de salão de beleza devem dei-

xar de compor o portfólio dos empreendimentos

futuros. O dirigente do Sinduscon-RS detalha que,

para a obtenção do habite-se, não é exigido que as

áreas comuns estejam equipadas. Elas devem, sim,

atender às determinações dos códigos de edifica-

ção e planos diretores de cada município e cumprir

com o estabelecido no Código de Defesa do Con-

sumidor, no que se trata de entregar tudo aquilo

que foi anunciado através de publicidade.

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SAlão de jogoS projetAdo pelA SouzA&CAmpello

ArQuitetoS ASSoCiAdoS pArA um doS prédioS dA diBdiB

ConStrutorA e inCorporAdorA em porto Alegre. Ao lAdo,

o meSmo tipo de AmBiente no Condomínio dA melniCK even

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nA DEfiniçãO DO

ACABAMEntO DO

MOBiLiáRiO, OS

ARquitEtOS E uRBAniStAS

COnSiDERAM OS uSOS,

AS CARACtERíStiCAS

téCniCAS DA SOLuçãO,

OS DEMAiS ELEMEntOS E O

EfEitO viSuAL PREtEnDiDO

Mais que estética“Se o piso do ambiente apresentar um revesti-

mento de tom escuro, os acabamentos terão co-

res claras. Se as paredes forem coloridas, os mó-

veis serão mais neutros”. Essa é a lógica seguida

pela arquiteta e urbanista Cíntia Aguiar na defi-

nição do material que utilizará no mobiliário. “tu-

do vai depender do projeto proposto”, resume,

referindo-se à identidade visual que pretende es-

tabelecer. “Se for para deixar o ambiente mais

aconchegante, valem as texturas amadeiradas.

Se for para conferir amplitude, os claros ajudam”,

complementa. Esse é o tipo de orientação que

Cíntia costuma prestar aos clientes, apresentan-

do a eles as melhores opções e as questões téc-

nicas. “O cliente participa das decisões, expressa

desejos, deixa claro a atmosfera que gosta, mas

quem decide tecnicamente e propõe é o arquite-

to”, enfatiza a arq. e urb. Marta Peixoto, professo-

ra da faculdade de Arquitetura e urbanismo da

uniRitter, tanto na graduação quanto no mestra-

do e na pós em Arquitetura de interiores. Para

ela, a definição do material a ser empregado está

diretamente ligada ao uso que o móvel terá, tan-

to no sentido operacional como de caracteriza-

ção. “A melamina é uma alternativa barata e ra-

zoável para a cozinha, por exemplo, onde a laca

é desaconselhada porque pode descascar mais

facilmente devido à umidade. Esse acabamento

fica muito bem na sala ou no closet”, sugere.

Comumente adotada pelos profissionais da área

há cerca de 40 anos, a laqueação é uma das téc-

nicas que permanece sempre em alta em super-

fícies de madeira. “A laca é o acabamento mais

nobre”, avalia Cíntia. Além de imprimir sofistica-

ção ao móvel, a gama de cores disponível é ou-

tra característica positiva apontada pela profis-

sional. Por outro lado, ela cita o alto preço da

aplicação e a baixa resistência do material como

pontos negativos. “Ela realmente é mais frágil e

não é adequada a todos os ambientes”, lamenta.

Em seus projetos, a profissional costuma combi-

nar diferentes efeitos. A laca associada a mate-

riais como metal e vidro em um mesmo móvel

apresenta um resultado particular muito especial,

na opinião de Cíntia. Marta Peixoto interessa-se

por novos materiais, tecnologias e rejeita as cha-

madas tendências. Suas preferências são a ma-

deira natural e a laca, quando precisa de cor.

projetoS dA ArQ. e urB. CíntiA AguiAr, Que

CoStumA ComBinAr lâminAS nAturAiS de

mAdeirA e detAlheS em lACA

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valorização profissional em debate

DiREtORiA DA AAi BRASiL/RS E EMPRESáRiOS DEBAtEM A PRátiCA DO COMiSSiOnAMEntO DE ARquitEtOS E uRBAniStAS PELA ESPECifiCAçãO DE PRODutOS E SERviçOS

Parceiros comerciais da AAi Brasil/RS e outros empresários procuraram a Entidade

para discutir a questão. Assim, a diretoria realizou um café da manhã em março para

tratar da prática da Rt. no evento, todos foram informados do novo Código de ética e

de como o Conselho pretende implementar a sua divulgação e fiscalização pela arq. e

urb. Gislaine Saibro, diretora da AAi Brasil/RS. Em conjunto com a AAi, os empresários

têm a expectativa de tratar a situação de forma qualificada, sendo que parece claro pa-

A partir da publicação do novo Código de ética e Disciplina

pelo Conselho de Arquitetura e urbanismo do Brasil (CAu/BR),

em setembro do ano passado, muitas discussões surgiram a

respeito da chamada Reserva técnica (Rt). Em seu item 3.216,

o documento estabelece que arquiteto e urbanista deve recu-

sar-se a receber qualquer honorário, provento, remuneração,

comissão, gratificação, vantagem, retribuição ou presente de

qualquer natureza – seja na forma de consultoria, produto, mer-

cadoria ou mão de obra – oferecidos pelos fornecedores de

insumos de seus contratantes.CAfé dA mAnhã reAlizAdo no

diA 25 de mArço pelA diretoriA

dA AAi BrASil/rS Com pArCeiroS

ComerCiAiS dA entidAde e

outroS empreSárioS

ConvidAdoS. umA novA reunião

já eStá AgendAdA pArA junho

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13

ra todos que a sociedade deve ter acesso às in-

formações para também se posicionar, segundo

Gislaine. vale ressaltar que, há muitos anos, a

prática de pagamento e recebimento de comis-

sões pela especificação de produtos e serviços

já vem sendo discutida pela AAi Brasil/RS, com

associados e lojistas.

Além da publicação do novo Código de ética,

o debate ganhou força com a reforma do Códi-

go Penal brasileiro, especialmente em relação ao

artigo 172 do PLS 236/2012, que tramita em fase

final no Senado federal.

O momento que vivencia o mercado da Arqui-

tetura e urbanismo nos últimos anos, a partir da

criação do Conselho próprio, em 2010, vem for-

talecendo as entidades representativas da classe

nos debates de questões históricas da profissão.

“Poderíamos citar outros maus exemplos de prá-

ticas que temos de começar a combater, por exem-

plo: os trabalhos realizados sem o Registro de

Responsabilidade técnica, que deixam desassis-

tidos o profissional e o cliente; as licitações de

menor preço ou pregão eletrônico, que aviltam

o valor do nosso trabalho em detrimento dos de-

sejados concursos públicos de projeto; a incursão

de outros profissionais sobre as nossas atribui-

ções e competências; a atuação dos arquitetos

‘empregados’, mas sem a formalização de con-

trato de trabalho nos escritórios e empresas”, elen-

ca o arq. e urb. tiago holzmann da Silva, presi-

dente do iAB/RS.

CONSEqUêNCIAS DA RTPara o presidente do CAu/RS, arq. e urb. Rober-

to Py, a prática da Rt é nociva. “Ao aceitar ou

exigir a chamada ‘Reserva técnica’, além de pra-

ticar deslealdade com o seu contratante, ele vio-

la, maliciosamente, um princípio profissional im-

portante: a livre concorrência”, complementa.

na opinião da presidente do Saergs, arq. e urb.

Andréa dos Santos, a qualidade da arquitetura e

a satisfação do cliente são alguns dos princípios

básicos da profissão que ficam comprometidos

com a existência da chamada Rt. “Coibimos qual-

quer alternativa remuneratória que possa des-

qualificar ou colocar em xeque a qualidade de

um projeto e a respeitabilidade profissional”. A

dirigente classifica a prática como uma “imorali-

dade antiética” que ocorre tanto por parte dos

profissionais como dos empresários do setor. En-

tretanto, a prática não é uma exclusividade do

segmento da Arquitetura de interiores. “Ela tam-

bém ocorre, eventualmente, em execução de obras

civis ou em contratos públicos”, pondera tiago.

O enfrentamento a essa realidade é um dever do

CAu, como fiscalizador da atuação dos arquite-

tos e urbanistas, defende o presidente do iAB/

RS. “E é uma obrigação das entidades colabora-

rem para a transformação dessa prática em pos-

sibilidade de cobrar honorários adequados de

forma transparente e honesta”, considera.

O Código de ética do CAu qualificou a cobran-

ça de Rt como falta ético-disciplinar e o CAu/RS,

em suas rotinas de fiscalização, coíbe essa con-

duta. “trata-se de uma infração de difícil materia-

lidade, pois a comprovação da conduta – de quem

recebe e de quem oferece a vantagem – é bastan-

te difusa, de vestígios muito obscuros. Além disso,

qualquer ação fiscalizatória e punitiva do CAu só

pode se dar sobre a pessoa do arquiteto infrator,

podendo a prática, por parte do fornecedor, ficar

sem sofrer qualquer espécie de reprimenda”, ex-

plica Roberto Py. “E teremos um enorme reforço

nessa luta se a legislação federal também apontar

nesse sentido”, destaca o presidente do CAu/RS.

o Que eStá previSto

no Código de étiCA

do CAu/Br:

O ARquitEtO E uRBAniStA DEvE RECuSAR-SE A RECEBER, SOB quALquER PREtEXtO, quALquER

hOnORáRiO, PROvEntO, REMunERAçãO, COMiSSãO, GRAtifiCAçãO, vAntAGEM, REtRiBuiçãO Ou

PRESEntE DE quALquER nAtuREzA – SEjA nA fORMA DE COnSuLtORiA, PRODutO, MERCADORiA

Ou MãO DE OBRA – OfERECiDOS PELOS fORnECEDORES DE inSuMOS DE SEuS COntRAtAntES,

COnfORME O quE DEtERMinA O inCiSO vi DO ARt. 18 DA LEi n° 12.378, DE 2010.

Page 14: AAI em revista #67

PR

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et

o

14

COM BASE nOS COnCEitOS DO nOvO uRBAniSMO, uM BAiRRO tOtALMEntE PLAnEjADO EStá SEnDO CRiADO EM PELOtAS

Atrair a convivência. Essa é a concepção bá-

sica do projeto desenvolvido pela equipe da jai-

me Lerner Arquitetos Associados para o em-

preendimento quartier, que começa a ser cons-

truído em Pelotas pela joal teitelbaum Escritó-

rio de Engenharia e pela Guapo Capital Group,

com previsão de entrega para 2017. “Estamos

trazendo aquilo que as cidades foram perdendo

e que precisam ganhar de novo”, sintetiza o arq.

e urb. jaime Lerner, referindo-se à integração

das funções e ao senso de comunidade. Dos 30

hectares do novo bairro, dez são de área verde,

com lagos e piers, trilhas para caminhada, qua-

dras poliesportivas e complexo de lazer que es-

tarão abertos à população.

O ponto forte será um passeio verde central,

com 30 metros de largura e 400 metros de ex-

tensão, com espaços de convivência e playgrounds,

circundados por edifícios residenciais com comér-

cio de conveniência no térreo. Padaria, open shop-

ping, mercado e outros pontos de comércio ou

serviço devem estar numa distância de até 400

metros das residências. “O conceito é o do ‘local-

mente’, ou seja, facilidade de andar em todos os

pontos. A maior distancia será de quatro quadras”,

argumenta o arq. e urb. Milton naigeboren, da

jaime Lerner Arquitetos Associados. “O que a

gente persegue, nesse projeto, é refletir esse con-

ceito de cidade desejável, cidade ideal, buscando

paradigmas europeus. Projetamos quadras pe-

quenas e prédios não muito altos de maneira a

criar uma paisagem agradável para quem vai mo-

rar e trabalhar nesse local”, complementa o arq.

e urb. Paulo Kawahara, outro membro da equipe.

O conceito adotado é o do chamado novo ur-

banismo, que prioriza a ocupação inteligente e a

qualidade de vida dos cidadãos. “um bairro pla-

nejado é algo sustentável, ele funciona por si só”,

enfatiza o empresário joal teitelbaum. um meti-

culoso plano foi desenvolvido dentro dos crité-

rios da certificação internacional LEED nD (Neigh-

borhood Development), específica para bairros,

considerando preservação ambiental, baixa emis-

são de carbono, gestão de energia, água e resí-

duos, ciclovias e previsão de transporte público

limpo para atender todo o empreendimento.

Para viver

OcupandO uma área

de 300 mil metrOs

quadradOs, O

empreendimentO segue

a prOpOsta de usO mistO,

integrandO áreas

cOmerciais e residenciais.

O prOjetO é assinadO pelO

escritóriO jaime lerner

arquitetOs assOciadOs

Page 15: AAI em revista #67
Page 16: AAI em revista #67

Se fosse preciso resumir Miami em apenas uma palavra, a escolhi-

da seria – sem dúvidas – eclética. A mistura de culturas, idiomas e

costumes que se observa nas ruas está refletida também na arquite-

tura que pontua e diferencia as localidades que compõem essa ci-

dade da flórida, nos Estados unidos. Passado e presente, moderni-

dade e patrimônio histórico, demonstram a realidade de aliar desen-

volvimento à preservação de símbolos de outras eras. Observa- se

essas características nas casas com ares mediterrâneos de Coral Ga-

bles, nos prédios contemporâneos da área central com sua mescla

de vidro e aço, na presença latina nas edificações da Calle Ocho, que

concentra boa parte da comunidade cubana, e nas fábricas e arma-

zéns recuperados de Wynwood.

Após o auge da Segunda Guerra Mundial, a região, que engloba também as Aveni-

das Collins e Lincoln, passou por uma fase de degradação nos anos 1970 e 1980. Situa-

ção que mudou apenas com a chegada da década seguinte, quando um grupo forma-

do por apoiadores das artes, arquitetos, fotógrafos e outros artistas conseguiu junto ao

governo a definição do lugar como Distrito histórico e, com isso, os recursos e incen-

tivos necessários para começar a revitalização desses edifícios.

A restauração trouxe vida nova aos elementos geométricos e decorativos das facha-

das, assim como destacou as linhas retas características desse movimento. O trabalho

Ro

te

iRo

16

DAS COnStRuçõES EM ARt DéCO Até A REvitALizAçãO DE uM BAiRRO inDuStRiAL vOLtADO PARA AS ARtES, A MAiS LAtinA DAS CiDADES nORtE-AMERiCAnAS OfERECE MuitO MAiS quE OutLEtS E BELAS PRAiAS

Diversidade em Miami

tatiana gappmayer texto e Fotos

o ContrASte de eStiloS fiCA mAiS perCeptível em miAmi BeACh e South BeACh. Se de um lAdo AS

pAlmeirAS indiCAm o CAminho pArA A prAiA, de outro – Ao longo dA fAmoSA oCeAn drive – eStão

ConServAdAS dezenAS de ConStruçõeS em Art déCo, erguidAS nA déCAdA de 1930, no período Que

Compreende A grAnde depreSSão e o iníCio dA SegundA guerrA mundiAl

detAlhe dA

fAChAdA de umA

dAS CASAS de

eStilo Art deCó

reStAurAdAS.

ACimA, o

imponente

hotel Biltmore,

em CorAl

gABleS

Page 17: AAI em revista #67

17

realizado por arquitetos possibilitou ainda a mo-

dernização e a utilização desses espaços para

distintas funções, como hotéis, restaurantes e ba-

res que atraem o mais variado público durante o

dia e a noite. O Colony e o Cardozo hotel são íco-

nes dessa arquitetura, inaugurados em 1935 e 1939,

respectivamente. Além disso, ressaltou a arte pre-

sente nas sacadas de ferro, janelas e portas, os

detalhes e cores dos pisos internos e incorporou,

de vez, o clássico neon dos anos 1980 na identi-

ficação de cada prédio, remetendo a filmes ro-

dados na cidade como o remake de Scarface.

O DISTRITO DAS ARTESDistante das praias e dos shoppings, uma região

vem atraindo muitos moradores e turistas: Wyn-

wood. formado por vias largas e antigos arma-

zéns e galpões, resquícios da origem industrial

do local, a nW 2 Avenue e seus arredores, em

Midtown Miami, concentram hoje cerca de 70 ga-

lerias de arte, lojas de design e de antiguidades,

bares e cafeterias que conquistam pelo visual grá-

fico, contemporâneo e colorido de suas fachadas.

Essa nova ocupação rendeu ao lugar a designa-

ção atual de Distrito das Artes. As melhorias na

área tiveram início em 2009, passando a reunir

pessoas interessadas nas mais variadas manifes-

tações culturais, como apresentações de dança

e de música, encontros de food trucks (comida

de rua) e de street art.

é nesse bairro que há um dos maiores espaços

a céu aberto do mundo para a exposição de arte

em grafite: o Wynwood Walls, que oferece visi-

tação gratuita. Além de unir arte – foram convi-

dados artistas de diversos países para estampa-

rem os muros dessa espécie de parque, como os

o grAfite dA duplA BrASileirA oS gêmeoS em um doS ArmAzénS trAnSformAdoS em gAleriA de Arte em WynWood;

A ArQuiteturA modernA do prédio dA orQueStrA SinfôniCA neW World Centre, projetAdo pelo ArQuiteto frAnK gehry;

e AlgumAS dAS diverSAS edifiCAçõeS hiStóriCAS de eStilo Art deCó reStAurAdAS e reQuAlifiCAdAS pArA novoS uSoS

brasileiros Os Gêmeos –, o ambiente possui ba-

res, loja de materiais de pintura e de design e rea-

liza festas em suas dependências. Complementa

a galeria ao ar livre um jardim para que as pes-

soas possam ficar contemplando as grandes te-

las e outras instalações artísticas.

Page 18: AAI em revista #67

18

aa

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s POSSE DA nOvA DiREtORiA, hOMEnAGEnS E COnfRAtERnizAçãO MARCARAM O EvEntO DE fiM DE AnO DA AAi BRASiL/RS, COMEMORAtivO AO DiA DO ARquitEtO

dedicação renovada

no evento de fim de ano da AAi Brasil/RS, realizado em

dezembro, a Entidade deu posse à sua nova diretoria, para

a gestão 2014-2015. A arq. e urb. Silvia Barakat permaneceu

na presidência, acompanhada por alguns colegas da antiga

diretoria. novos membros somaram-se à composição, como

os arquitetos e urbanistas flávia Bastiani, Andres Luiz fon-

seca Rodrigues, Cezar Etienne Machado de Araújo e Gislai-

ne Saibro, ex-presidente da Associação. O grupo pretende

dar continuidade ao trabalho que vinha sendo realizado e

ampliar as ações. “A AAi Brasil/RS tem participado ativa-

mente junto com o iAB, a ASBEA e o SAERGS, integrando

o Colegiado Permanente das Entidades do CAu/RS e tra-

tando de assuntos relativos a profissão. A AAi considera que

todas as áreas de atuação são muito importantes e sua va-

lorização é um trabalho contínuo”, destaca Silvia Barakat.

NOITE DE HOMENAGENSDurante o evento, foram anunciados os vencedores do Prê-

mio Destaque AAi Brasil/RS, eleitos pelos associados da En-

tidade. na categoria “Corporativo”, a empresária terezinha

Graciolli, da Puxadores & Cia, foi a agraciada, pela

parceria estabelecida com a AAi desde o princípio

de suas atividades, há 26 anos. na categoria “Arqui-

teto”, a homenagem foi para a arq. e urb. vera fabrí-

cio de Carvalho, uma das primeiras arquitetas do Rio

Grande do Sul. formada na fAu/ufRGS em 1951,

vera continua em plena atividade, aos 84 anos. “O

destaque veio, principalmente, por sua atuação co-

mo arquiteta e como docente, pelo comprometimen-

to com a arquitetura e pelo seu profissionalismo”,

enfatiza a presidente da AAi Brasil/RS, Silvia Barakat.

A ArQ. e urB. SilviA BArAKAt (C)

permAneCe à frente dA AAi BrASil/

rS nA geStão 2014/2015. oS demAiS

memBroS São AndreS luiz fonSeCA

rodrigueS, AnA pAulA BArdini,

giSlAine SAiBro, eliSABeth

SAnt’AnnA, fláviA BAStiAni,

Cármen lilA gonçAlveS pireS,

mAriA BernAdete Sinhorelli e

CezAr etienne mAChAdo de ArAújo

Page 19: AAI em revista #67

19

Antes da apresentação da edição 2014 da AAi em revista – ar-

quitetos, suspense na revelação da imagem vencedora do concur-

so para a capa da publicação. Dentre todas as apresentadas, seis

foram finalistas e, dessas, a imagem principal apresentada pela arq.

e urb. Máira Ritter foi a contemplada.

A despedida de Marilese Muller, da Arte Sul, foi comunicada aos

presentes. A empresária se afastou para dedicar-se a outra área de

atuação. A empresa teve participação fundamental na criação da AAi

em revista, há onze anos, e para a viabilidade financeira desse e de

outros projetos da Entidade. Alexsander de Souza, da empresa Pro-

jetato Assessoria e Comunicação, assumiu a comercialização dos pro-

dutos da Associação. Após o jantar e a entrega dos brindes aos par-

ticipantes, o evento foi encerrado com o show da banda Big Rider.

nA SeQuênCiA, oS profiSSionAiS pArtiCipAnteS dA edição 2014 dA AAi em reviStA - ArQuitetoS; A ArQ. e urB. verA fABríCio,

AgrACiAdA Com o prêmio deStAQue AAi BrASil/rS, entre AS ArQuitetAS e urBAniStAS SilviA BArAKAt e Cármen lilA

gonçAlveS pireS; A entregA do Anuário dA AAi BrASil/rS à ArQ. e urB. máirA ritter, venCedorA do ConCurSo Que elegeu

A imAgem dA CApA dA puBliCAção; A empreSáriA terezinhA grACiolli, dA puxAdoreS & CiA, Que reCeBeu o prêmio nA

CAtegoriA “CorporAtivo”; e A deSpedidA de mArileSe muller, dA Arte Sul, e oS BoAS-vindAS A AlexSAnder de SouzA, Que

pASSArá A ComerCiAlizAr oS produtoS dA AAi

Page 20: AAI em revista #67

20

en

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ev

ist

a A ARquitEtA E uRBAniStA EM AtiviDADE há MAiS tEMPO nO EStADO nEM PEnSA EM PARAR DE tRABALhAR. POR SuA tRAjEtóRiA PROfiSSiOnAL, vERA fABRíCiO fOi hOMEnAGEADA COM O PRêMiO DEStAquE DA AAi BRASiL/RS

ProtagonistaO Brasil passava por significativas transformações na economia, na cul-

tura, na arquitetura quando, em 1951, vera fabrício Carvalho formava-se

em Arquitetura e urbanismo no instituto de Belas Artes da universidade

federal do Rio Grande do Sul. Carioca de nascimento e gaúcha de cora-

ção, ela deixava a universidade empolgada com a construção de Brasília.

teve a oportunidade de conhecer e conviver com grandes nomes da ar-

quitetura moderna brasileira, como Oscar niemeyer, Rino Levi, os irmãos

Roberto, entre outros. Aliás, a efervecência da área naquele período a in-

fluenciaram a seguir a profissão. “foi realmente o resultado da leitura das

notícias publicadas sobre arquitetura brasileira na época”, confessa.

um ano depois de formada, participou de um curso de extensão em Pla-

nejamento Arquitetônico em Paris, na frança. Em 1954, especializou- se em

Planejamento hospitalar pelo instituto dos Arquitetos do Brasil, em São

Paulo, – ano em que retornou à faculdade de Arquitetura da ufRGS, co-

mo professora titular. no entanto, seus primeiros trabalhos foram de resi-

dências unifamiliares e do hotel Samuara, em Caxias do Sul. Em parceria

com o arq. e urb. Roberto félix veronese – outro expoente da arquitetura

moderna brasileira, atuou em projetos de hotéis em itajaí, joaçaba e La-

guna, em Santa Catarina.

Logo em seguida, foi convidada a colaborar com a administração da

AoS 84 AnoS, A ArQ. e urB.

verA fABríCio ContinuA

AtuAndo em Seu

eSCritório, nA CApitAl

gAúChA, onde morA deSde

A infânCiA. SuA CArreirA é

mArCAdA por importAnteS

trABAlhoS nA áreA dA

SAúde, Como o projeto de

interioreS do hoSpitAl de

ClíniCAS de porto Alegre

Page 21: AAI em revista #67

21

Santa Casa de Misericórdia e, em função dessa

atividade, participou da equipe multiprofissional

encarregada do planejamento para a implanta-

ção do hospital de Clínicas de Porto Alegre. “fui

então absorvida pela área da saúde, exercendo

diversas atividades no setor e me dedicando qua-

se exclusivamente a ela”, conta vera. quando as-

sumiu, o hospital de Clínicas estava parcialmente

construído, mas incompleto internamente, tanto

em relação às instalações básicas como no pla-

nejamento geral para atender às necessidades do

complexo, com 700 leitos. A profissional dedicou-

se a esse trabalho durante anos, com toda a sua

equipe, enfrentando os mais diversos desafios.

Esse é considerado por ela, o trabalho mais ex-

pressivo de sua carreira.

Credenciada pelo Ministério da Educação e Cul-

tura como consultora técnica para assuntos de

Arquitetura hospitalar desde 1975, participou de

comissões organizadoras de concursos de proje-

RECONHECIMENTODurante a sua trajetória, desde o início das ativi-

dades do instituto dos Arquitetos do Brasil, no

RS, vera acompanhou toda a luta da classe pela

conquista de um conselho profissional próprio.

“Com o CAu os arquitetos conquistaram seu es-

paço”, comemora a arquiteta, lamentando, con-

tudo, o declínio da expressividade da arquitetura

brasileira no mesmo período.

vera fabrício, como é chamada, detém o re-

gistro de número 12 do Conselho de Arquite-

tura e urbanismo. “Ser considerada a arquite-

ta e urbanista em atividade há mais tempo no

Rio Grande do Sul e uma das mais experientes

do País é realmente um orgulho para mim”, en-

fatiza ela, que se emocionou ao receber o Prê-

mio Destaque da AAi Brasil/RS, em dezembro

do ano passado. “Merecê-lo, depois de tantos

anos de exercício profissional, foi muito grati-

ficante”, afirma.

tos arquitetônicos e de análise de projetos de hos-

pitais em todo o País. Em seu portfólio também

estão o hospital Materno infantil de Porto Alegre

– vencedor do concurso realizado pela Secretaria

Estadual de Saúde, um trabalho desenvolvido em

equipe com o arq. e urb. nelson Souza; o hospi-

tal Mãe de Deus, para o qual também projetou a

unidade de terapia intensiva; a Maternidade Má-

rio totta; o instituto do Câncer – hoje hospital

Santa Rita, incluindo o Centro Cirúrgico; centros

médicos em Porto Alegre e em Lajeado; posto de

saúde na vila Santa Rosa, na Capital; e a reformu-

lação do Centro Cirúrgico e do Centro Obstétrico

do hospital de Reumatologia de Porto Alegre.

Aos 84 anos, vera continua em plena ativida-

de, mas “aposentada” da área da saúde. Seus

projetos atendem a clientes particulares. “Enquan-

to tiver boa saúde e trabalho não pretendo pa-

rar”, reforça a profissional, mãe de dois filhos –

um arquiteto e urbanista e uma relações públicas.

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vo

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“EM MinhA OPiniãO, A ARquitEtuRA quE EStá SEnDO DESEnvOLviDA hOjE nãO tEM A EXPRESSãO E A REPRESEntAtiviDADE DE DéCADAS PASSADAS. tALvEz fALtEM, REALMEntE, íCOnES ARquitEtôniCOS.”

Page 22: AAI em revista #67

22

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Em parceria com o escritório de design índio da Costa, a fabrimar apresentou a

linha Lucca na Expo Revestir, com uma novidade no mercado de metais sanitários:

a mistura entre o tradicional metal cromado com o polímero, disponibilizando co-

res variadas. Composta por misturadores, torneiras de bancadas e ducha higiêni-

ca, a Lucca procura mesclar tecnologia e inovação para garantir descontração e

sofisticação aos banheiros e lavabos. Saiba mais em www.fabrimar.com.br

Em seu estande na Expo Revestir, a Porto-

bello mostrou as aplicações da nova linha,

habitat natural iD em diversos ambientes. A

coleção traz novas cores, formatos e referên-

cias estéticas. Os lançamentos abrangem a

reprodução de materiais naturais, como ma-

deira, mármore e concreto, mosaicos, azule-

jaria, pastilhas e um novo grupo com apa-

rência similar a de rochas semipreciosas. Mais

informações em www.portobello.com.br

na Expo Revestir, realizada em março em São Paulo, a marca suíça franke

lançou o forno My Menu, eletro que reúne a mais alta tecnologia. um aplica-

tivo permite ao usuário escolher uma receita pelo seu smartphone e enviar

a informação ao forno, que se programa automaticamente e envia uma men-

sagem ao celular quando o prato estiver pronto. As receitas individuais po-

dem ser agregadas em duas, três ou quatro podem ser elaboradas e prepa-

radas simultaneamente, sem que sabores e aromas se misturem. Essa função

colabora para a economia de energia. Leia mais em www.franke.com.br

A tramontina apresentou na Expo Revestir os ca-

chepôs Belt e Belt Color, fabricados em aço inox,

com design exclusivo. Em formato circular, possuem

rodízios para facilitar o deslocamento e a manuten-

ção. Mais detalhes em www.tramontina.com.br

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Page 24: AAI em revista #67

A primeira e única Entidade do Brasil exclusivamente de arquitetos e urbanistas que atuam em Arquitetura de Interiores. A Associação de Arquitetos de Interiores do Rio Grande do Sul - AAI-RS

foi criada em 1997, em Porto Alegre/RS; o objetivo é a valorização do exercício profissional, divulgando a produção dos associados e esclarecendo o mercado quanto as particularidades

da atividade. Em 2009, passou a chamar-se AAI Brasil/RS, Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil - Seccional RS, congregando a entidade nacional também fundada no

Estado, a Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil - AAI Brasil.

você ainda não é parte da AAI?

A AAI Brasil/RS promove a troca de experiências entre seu associados, incentiva o aprimoramento profissional, propondo o debate sobre a Arquitetura e Urbanismo;

busca o estabelecimento de procedimentos uniformes para os aspectos principais do exercício profissional, promovendo a valorização da Arquitetura

de Interiores; com outras entidades, sugere ações de para a regulamentação e fiscalização do exercício profissional da Arquitetura de Interiores nos

âmbitos estadual e nacional.

por que participar?

venha para a AAI:

Para saber mais: AAI Brasil/RS www.aaibrasilrs.com.br e 51 3228 8519 Projetato Assessoria [email protected] www.facebook.com/aaibrasilrs twitter: @aaibrasilrs

Arquiteto e urbanista, faça parte deum grupo especial de profissionais!