AARP- Matéria 14.07.2009. Mário Müller

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AARP - 69 anos14 de Julho de 2009

Charles Miller, o pai do futebol brasileiro, desenvolveu um esporte que se tornaria uma arrebatadora paixão entre os brasileiros. Uma forma de amor, às vezes a única que muitos conhecem.

Sou um piratubense da gema afastado do dia a dia que tece a história da minha cidade, observando em silêncio as suas transformações naturais através do tempo, torcendo pelo seu progresso e mantendo vivas em mim muitas lembranças.

No final dos anos 30, Rio do peixe era uma sociedade formada por descendentes alemães, caboclos, italianos entre outras etnias, alguns rapazes da vila buscavam um pouco de lazer aos finais de semana. Entre algumas modalidades surgia o futebol reunindo aos domingos, gente para jogar, para conversar, numa grande sala ao ar livre onde começava a nascer um conto de grandes heróis, ilustres personagens de uma história de conquistas e glórias.

Em minha casa cresci ouvindo falar de um time de futebol que era a sensação dos campeonatos pela região. Filho de um jogador e torcedor apaixonado, meu coração estava vestido de azul e branco desde muito cedo pelo manto venerado de uma sociedade esportiva cujo nome sempre foi sinônimo de orgulho e respeito, marcas indeléveis da nossa Associação Atlética Riopeixense.

Futebol fazia parte de nossas brincadeiras durante a infância, nos campinhos que demarcávamos nos gramados próximos de nossas casas onde as traves eram montadas com dois galhos de forquilhas na ponta e outro que atravessava por cima de nossas cabeças, e quando a partida era no meio da rua, bastava um par de chinelos para demarcar o espaço sagrado do gol.

Os últimos anos que morei em Piratuba tiveram um privilégio extra, da varanda de minha casa podia observar os movimentos no campo que se tornara oficial da AARP, curiosamente instalado no município de Ipira. Ainda que distante, ficava observando alguns treinos, às vezes alguns jogos em domingos que marcaram minhas lembranças, especialmente entre os anos 75 e 80.

Morar em Piratuba e ser torcedor da Associação, como abreviávamos carinhosamente o nome do nosso time do coração, era motivo de muito orgulho, que ficou ainda maior quando alguns amigos como o Loro (Lourivaldo Lopes), o Nêne (Rubens Hilgert) passaram a ser jogadores do time. Coube a mim criar uma torcida como nunca houve antes, contei com o apoio da Vera Werner que anos mais tarde casou com o Loro, Sonia Viero que casou com o Nêne, Vanda Luvison, Sandra Horn, Walmor Herzer entre outros amigos dos tempos de colégio. Organizamos uma torcida sem igual, Minha mãe costurou bandeiras, as meninas traziam hortênsias azuis desfolhadas que eram atiradas ao campo quando o time entrava, o Sr. Hugo Eitelwein tinha a maior bandeira que a AARP já teve, fixada em seu Galaxy era a sensação quando ele chegava ao campo. Para completar fiz um hino que todos aprenderam a cantar, especialmente nos jogos contra o Nacional de Ipira e o time do distrito de Uruguai, grandes e fortes adversários em partidas que esquentavam os ânimos e preenchiam os nossos domingos inocentes onde o grande lance era torcer pela Associação Atlética Riopeixense. - Era uma grande festa!

Nós somos da Associaçãofiéis torcedorespor ela amada

Nos dias de nossos jogosrebrilha a glóriasurge a vitória

Vitória queremos com fervorderrota só nos causa dorporém se Associação amadafor um dia derrotadavencerá o nosso amorAssociação !

Parabéns a Associação Atlética Riopeixense, nossa querida Associação, por 69 anos ativa em Piratuba, orgulho de nossa terra, patrimônio azul e branco pintado no peito, escudo de respeito cravado em nossos corações.

Mário Müller - Florianópolis - SC