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Uma publicação da Academia Brasileira de Neurologia | Ano 11 | Edição 2 | Mar/Abr 2015 | ISSN 2175-1080 BOLETIM ABN ews Apesar de secular, neurossemiologia é matéria viva Página 3 Mobilização por remuneração digna aos especialistas Página 4 Fibromialgia: qual é o papel do neurologista? Página 7 A interiorização da Neurologia Página 8 Lucinha Lins é estrela na campanha de Alzheimer Página 9 Orientação aos cidadãos em Vitória da Conquista Página 11 Intercâmbio gratuito com Association of British Neurologists Com o objetivo de proporcionar desenvolvimento profissional continuado aos neurologistas brasileiros, a ABN inicia, em 1 o de maio, as inscrições para o programa de intercâmbio gratuito. O convênio, assinado entre as entidades científicas do Brasil e da Inglaterra, propicia importante troca de experiências do cenário médico dos dois países. Página 6 ABN participa do Bem Estar Global, da Rede Globo A ABN, por meio de seu Capítulo Mineiro, participou do programa Bem Estar Global, edição especial do programa da Rede Globo. O evento, que aconteceu em 27 de março, na Barragem Santa Lúcia (Belo Horizonte, MG), teve seu foco na saúde da população. Página 9

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Uma publicação da Academia Brasileira de Neurologia | Ano 11 | Edição 2 | Mar/Abr 2015 | ISSN 2175-1080

BOLETIMABNewsApesar de secular, neurossemiologia é matéria viva Página 3

Mobilização por remuneração digna aos especialistasPágina 4

Fibromialgia: qual é o papel do neurologista?Página 7

A interiorização da NeurologiaPágina 8

Lucinha Lins é estrela na campanha de AlzheimerPágina 9

Orientação aos cidadãos em Vitória da ConquistaPágina 11

Intercâmbio gratuito com Association of British NeurologistsCom o objetivo de proporcionar desenvolvimento profi ssional continuado aos neurologistas brasileiros, a ABN inicia, em 1o de maio, as inscrições para o programa de intercâmbio gratuito. O convênio, assinado entre as entidades científi cas do Brasil e da Inglaterra, propicia importante troca de experiências do cenário médico dos dois países. Página 6

ABN participa do Bem Estar Global, da Rede GloboA ABN, por meio de seu Capítulo Mineiro, participou do programa Bem Estar Global, edição especial do programa da Rede Globo. O evento, que aconteceu em 27 de março, na Barragem Santa Lúcia (Belo Horizonte, MG), teve seu foco na saúde da população. Página 9

gratuito

of British Neurologists

continuado aos neurologistas brasileiros, de maio, as inscrições

para o programa de intercâmbio gratuito. O convênio, assinado entre as entidades

propicia importante troca de experiências Página 6

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2 editorial

DIRETORIA EXECUTIVA DA ABNPresidenteRubens José Gagliardi

Secretário-geralLuiz Henrique Martins Castro

Primeiro-secretárioFernando Morgadinho Santos Coelho

Tesoureira-geralMárcia Maiumi Fukujima

Primeiro-tesoureiroTarso Adoni

Gerente administrativo e fi nanceiroAureo Dias de Oliveira

Assistente administrativo plenoSimone Regina Osti

Assistente administrativo plenoLidiane Soares Lima

Academia Brasileira de NeurologiaRua Vergueiro, 1.353 – 14o andar – sala 1.404

São Paulo, SP – CEP 04101-000

Telefax: (11) 5084-9463 ou 5083-3876

www.abneuro.org – [email protected]

Comissão de Comunicação e EditoraçãoDenis Bernardi Bichuetti (diretor editorial), Fernando

Morgadinho Santos Coelho e Marcelo Cedrinho Ciciarelli

(coordenadores), Tarso Adoni (suplente)

Jornalista responsávelChico Damaso – MTB 17.358/SP

DiagramaçãoGiselle de Aguiar Pires

ComercialEditora Omni Farma Ltda.

Rua Capitão Otávio Machado, 410 – São Paulo, SP

CEP 04718-000 – PABX: (11) 5181-6169

[email protected]

ISSN 2175-1080

Publicação dirigida ao profi ssional de saúde

Edição nacional com distribuição gratuita

Você como transformador da ABN

Caro associado, você acaba de receber a segunda edição de 2015 do

Boletim ABNews. Seguimos a reformulação iniciada no início do ano,

com a posse de nossa gestão. O conteúdo valoriza a prática da Neu-

rologia, trazendo informações úteis para acadêmicos, residentes, professores,

pesquisadores e especialistas de todas as áreas.

Neste Boletim ABNews, destacamos a atriz Lucinha Lins como estrela de

nossa campanha de Alzheimer. Há ainda a imperdível seção “Entrevista com o

Autor”, com excelente reportagem com Péricles Maranhão-Filho sobre a neu-

rossemiologia, seu histórico e aplicabilidade em nossa rotina médica.

Abrimos espaço aos residentes e acadêmicos, que são o futuro de nos-

sa especialidade. Além de valiosas dicas

bibliográficas aos estudantes, você po-

derá conferir a opinião de um membro

aspirante a respeito da interiorização da

Neurologia, aqui com um contraponto

de um sócio emérito, o admirável Sérgio

Augusto Pereira Novis.

A defesa profissional é mais um assun-

to que merece nossa atenção. A reporta-

gem sobre o andamento das negociações com a saúde suplementar por

melhores condições de trabalho/honorários e a entrevista especial de Ge-

raldo Ferreira Filho, presidente da Federação Nacional dos Médicos, abran-

gem aspectos e reivindicações atuais da comunidade médica.

Cabe ressaltar o desenvolvimento profi ssional, abordado nas reportagens

sobre o intercâmbio gratuito com a Association of British Neurologists, a re-

presentatividade de nossa Academia no Conselho Nacional dos Direitos da

Pessoa com Defi ciência, o papel do neurologista na conduta em fi bromialgia e

as ações das Ligas Acadêmicas pelos Estados.

Antes de encerrar, tenho um recado especial. O Boletim ABNews não é so-

mente da Academia e da especialidade, mas, acima de tudo, é sua voz, sua fer-

ramenta de expressão. Faça bom uso do que lhe pertence. Participe do “Espa-

ço do Leitor”; opine, sugira e contribua para o bom crescimento e a evolução

de nossa Neurologia. Um forte abraço!

Participe do"Espaço do

Leitor"; opinee contribuaainda mais

Rubens José GagliardiPresidente

BOLETIMABNews

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Apesar de secular, neurossemiologia é matéria vivaPéricles Maranhão-Filho trata do pioneirismo no exame neurológico em artigo

Os primórdios dos livros-texto que citam o exame neurológico e seus autores, datados dos séculos XIX e XX, são tema

do artigo Neurological examination: pioneering authors and their books (Exame neurológico: au-tores pioneiros e seus livros), de autoria de Pé-ricles Maranhão-Filho, neurologista do Instituto

como tratar uma doença, precisamos primeiro aprender como reconhecê-la. O diagnóstico é o maior trunfo do esquema terapêutico”. A partir daí, entra também nosso artigo, pois na procura do diagnóstico neurológico o exame neurológico é nossa principal ferramenta de trabalho.

Quais foram os critérios usados para a sele-ção dessa bibliografi a?

Estudando a origem da propedêutica neuroló-gica, encontramos alguns autores pioneiros e, en-tão, resolvemos escrever sobre seus livros e contar um pouco de cada um deles. O critério principal que norteou a produção do artigo foi utilizar os próprios livros originais como fonte, além de rever algumas biografi as dos diversos autores.

Existem muitas diferenças na abordagem do exame neurológico feita por esses autores comparativamente à abordagem atual?

Sim, e é natural que elas existam. Apesar de se-cular, a neurossemiologia é matéria viva, está em constante evolução. A estrutura básica do exame neurológico, em sua essência, se mantém a mes-ma. Entretanto, como não poderia deixar de ser, diversos testes e manobras somaram-se aos pro-cedimentos tradicionais no decorrer dos anos.

Considera importante o jovem neurologista ter acesso a esses livros? Por quê?

Hoje, contamos com boas publicações a respei-to da semiologia neurológica. Acessar ou não livros antigos depende do interesse do jovem neuro-logista em se aprofundar sobre o tema. Cabe res-saltar que conhecer a história de um sinal, de uma síndrome ou de uma doença, além de enriquecer e encorpar o fato médico, ajuda a gravá-lo. A esse propósito, Aloysio de Castro, um dos autores pio-neiros citados no artigo, afi rmava: “Ninguém vive sem a inspiração do passado, que é a força de nos-sas esperanças”. E acrescentava, de modo provoca-tivo: “Saber reconhecer um sintoma ou um sinal, por muito que seja, é pouco; procurai explicá-los, interpretá-los, defi ni-los no íntimo de sua essência”.

Em sua opinião, há uma variação na descri-ção do exame neurológico desde sua origem até os dias atuais?

Muitos sinais só surgiram a partir do século XX. O exame das funções corticais, por exemplo, expandiu-se consideravelmente nesse período. O miniexame do estado mental (Mini-Mental State Examination) só foi descrito por Folstein e colaboradores em 1975. Apesar de os nervos cranianos receberem numeração até 12, segun-do a descrição de Sömmerring (1778), a análise de cada um deles per si foi substancialmente modifi cada. Na avaliação pupilar, por exemplo, novos testes foram descritos. Os recursos para o exame clínico do sistema vestibular são, pro-vavelmente, os que mais cresceram nas últimas décadas. A abordagem dos refl exos superfi ciais

Apesar de secular

como tratar uma doença, precisamos primeiro aprender como reconhecê-la. O diagnóstico é o maior trunfo do esquema terapêutico”. A partir daí, entra também nosso artigo, pois na procura do diagnóstico neurológico o exame neurológico é nossa principal ferramenta de trabalho.

Quais foram os critérios usados para a sele-ção dessa bibliografi a?

Estudando a origem da propedêutica neuroló-gica, encontramos alguns autores pioneiros e, en-tão, resolvemos escrever sobre seus livros e contar um pouco de cada um deles. O critério principal que norteou a produção do artigo foi utilizar os próprios livros originais como fonte, além de rever algumas biografi as dos diversos autores.

Existem muitas diferenças na abordagem do exame neurológico feita por esses autores comparativamente à abordagem atual?

Sim, e é natural que elas existam. Apesar de se-cular, a neurossemiologia é matéria viva, está em constante evolução. A estrutura básica do exame neurológico, em sua essência, se mantém a mes-ma. Entretanto, como não poderia deixar de ser, diversos testes e manobras somaram-se aos pro-cedimentos tradicionais no decorrer dos anos.

Considera importante o jovem neurologista ter acesso a esses livros? Por quê?

Nacional de Câncer do Rio de Janeiro (RJ).Maranhão-Filho destaca que a neurossemiolo-

gia faz parte da missão de todo professor de Neu-rologia e não deve ser matéria estimulada apenas nos bancos das faculdades de Medicina, mas em publicações, congressos, cursos e simpósios. “A semiologia faz surgir ouro na areia lavada, apenas visível aos olhos de quem conhece”, versa ele, ao destacar a importância da especialização.

Doutor em Neurologia e professor na Universi-dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com vasto interesse em ensino e pesquisa na área de neu-rossemiologia, Maranhão-Filho detalha como foi o processo de redação do artigo, além de trans-mitir dicas valiosas aos jovens especialistas.

Por que revisitar a literatura sobre propedêu-tica neurológica dos séculos XIX e XX?

Destaco dois motivos: relembrar que o conhe-cimento neurossemiológico atual foi estruturado a partir da soma de descobertas humanas indivi-duais ao longo de muitas décadas; e, não menos importante, homenagear aqueles visionários ge-niais que idealizaram e materializaram em livros pioneiros o roteiro do exame neurológico. O diag-nóstico clínico é, tradicionalmente, baseado no binômio história e exame físico. Charcot, o criador da Neurologia moderna, já dizia: “Para aprender

entrevista com o autor

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Mobilização por remuneração digna aos especialistas

Representantes de entidades médicas, como ABN, Associação Paulista de Me-dicina, Conselho Regional de Medicina

do Estado de São Paulo e Sindicato dos Médi-cos de São Paulo, se reuniram em assembleia, em 9 de março, para definir pauta de negocia-ção coletiva a ser levada às operadoras de saú-de suplementar. Foi deliberado o valor mínimo de R$ 130,60 para consultas, além do pleito de ter a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) como refe-rencial mínimo para reajustes.

Pela ABN têm participado dos debates Rober-ta Saba e Francisca Goreth Malheiro Moraes Fan-tini, delegadas suplentes no Conselho de Espe-cialidades da Associação Médica Brasileira, que encaminham propostas da especialidade, mais especificamente no que se refere às técnicas de eletroencefalografia, eletroneuromiografia e análise do líquido cefalorraquidiano, além de aplicação de toxina botulínica.

A negociação entre médicos e planos de saúde está prevista na Lei 13.003/14. Na falta de entendimento entre as partes, aplicar-se--ia o índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA) relativo aos últimos 12 meses contados do ano-calendário de referência. En-tretanto, as entidades pleiteiam também repo-sição das perdas dos últimos 10 anos, mesmo que de forma escalonada.

Muitas operadoras enviaram correspondência aos médicos com sugestão de índice para ajuste entre 30% e 40% do IPCA, em média, o que ga-rantiria reposição aquém da inflação, ou seja, em termos reais, algo em torno de 2%. Um desres-peito e algo inadmissível.

“Faz-se necessária a mobilização da classe para que se tenha mais força na mesa com as opera-doras, entre as Regionais das entidades médicas paulistas e das sociedades de especialidade, in-clusive com a indicação de índices para procedi-mentos específicos de cada especialidade. Desse modo, criamos um trabalho único de reivindica-ções e unificamos o movimento ante os planos de saúde”, comenta Francisca.

Como surgiu a reivindicação às operadoras de planos de saúde?

A democratização foi algo novo. Os sindicatos intermediaram essa mesa com os planos de saú-de para acordos coletivos. O Congresso Nacional entendeu, ao aprovar a Lei 13.003/14, que havia uma relação de trabalho entre médicos e ope-radoras de saúde, permitindo uma negociação. Tentamos colocar uma referência adotada no sistema particular, a Classificação Brasileira Hie-

manteve-se praticamente a mesma. Ainda as-sim, outros métodos de elicitação da resposta plantar foram descritos por Oppenheim, Gor-don e Chaddock, respectivamente, em 1902, 1904 e 1911. Os exames da sensibilidade e do sistema motor não se modificaram significativa-mente ao longo dos séculos; porém, o “déficit motor sutil”, embora reconhecido por Souques e Babinski há décadas, só recebeu o conceito formal de Weaver em 2000. Na avaliação dos nervos periféricos, um novo recurso semiótico apresentou-se recentemente, em 2008.

Quais os livros que recomenda ao jovem neurologista como parte de sua formação no aperfeiçoamento do exame neurológico?

Com o uso da internet na atualidade, há uma grande facilidade para se obter informações, o que afastou bastante os jovens (e os não jo-vens) dos livros. Acredito, porém, que o “bom e velho” livro nunca vai perder seu lugar. Existem boas obras, assim como bons capítulos de obras – tanto nacionais como estrangeiras – sobre se-miótica neurológica. Mas acredito que o livro “O Exame Neurológico”, de autoria de DeJong, seja uma excelente fonte de consulta.

O neurologista está familiarizado com a neu-rossemiologia?

Em minhas avaliações como membro da Co-missão de Educação Médica da ABN, percebo a dificuldade que alguns aspirantes ao título de especialista em Neurologia apresentam quando solicitados a demonstrar técnicas semiológicas de rotina. Tal fato aponta claramente para a ne-cessidade de uma maior aproximação, mesmo dos neurologistas mais experientes, com o trei-namento e a prática neurossemiológica.

Como alinhar a técnica semiológica e as no-vas tecnologias?

A partir do advento irreversível e, diga-se de passagem, muito bem-vindo dos exames de neuroimagem cada vez mais elaborados, o inte-resse pela semiologia neurológica, aos poucos, perdeu terreno. Infelizmente, muitos passaram a utilizar o grande apelo diagnóstico forneci-do pelas variações de densidade e intensidade, esquecendo que essas aquisições técnicas po-dem – e devem – atuar em complemento ao raciocínio clínico e ao exame apurado, não como único recurso diagnóstico. Em 2008, iniciamos o Curso Avançado de Neurossemiologia, na UFRJ, voltado a médicos, professores, alunos, internos e residentes. Valorizamos as técnicas tradicionais do high touch, low tech (muito contato, pouca tecnologia) e, principalmente, estimulamos a apresentação dos novos recursos semiológicos, muitos deles advindos de especialidades afins, como Otorrinolaringologia, Oftalmologia e Rea-bilitação, e que contribuem para tornar a semio-logia neurológica muito mais ágil.

“Só conseguimos avanços graças às sociedades de especialidade”Geraldo Ferreira Filho, presidente da Federação Nacional dos Médicos, discorre sobre honorários médicos na saúde pública e na saúde suplementar

rarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que tem adesão de boa parte dos planos, os quais, no entanto, usam tabelas atrasadas. Em al-gumas especialidades há um diferencial, porque

entrevista com o autor

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5 em deFesa do neuroloGista

são consultas mais demoradas, mas a CBHPM não agrega determinados procedimentos. Uma consulta simples, segundo a CBHPM, custa cer-ca de R$ 72,00. Um cardiologista cobra, em seu atendimento, aproximadamente R$ 500,00, por-que ele agrega diversos exames. A maioria dos planos usa classifi cação diferenciada para a Car-diologia, compreendendo que essa especialida-de e outras mais devem ser analisadas sob outra óptica, em conjunto com as sociedades de es-pecialidade, valorizando esse procedimento. Em suma: ou chegamos a valores que possam repre-sentar um aumento no valor da consulta ou te-remos difi culdades para encontrar profi ssionais que aceitem esses valores. Essa é a realidade que encontramos na saúde: negociações em todos os Estados, envolvendo sindicatos, associações e sociedades de especialidade, que permitam ajustes e adequações à CBHPM.

De que modo os médicos organizam essa demanda?

Antes de formular sua pauta, a Comissão de Honorários Médicos conversa com os médicos sobre seus pleitos. Várias especialidades têm uma lista específi ca; assim, além do acordo ge-ral, temos demandas específi cas, com questões pontuais. Quando realizamos qualquer movi-mento, só conseguimos nos mobilizar graças às sociedades de especialidade.

Quais as expectativas em relação às nego-ciações?

Sempre conseguimos avanços, embora, muitas vezes, não alcancemos determinados objetivos em um primeiro momento. Outra questão é que algumas especialidades reclamam que não foram contempladas pelas decisões. Por isso explicamos que o valor de R$ 74,00 defi nido para consulta re-presenta apenas um piso e pode ser negociado, apesar de não ser fácil lograr esse feito. São nego-ciações trabalhosas. Desde 2003 estamos lutamos com os planos de saúde e já temos experiência, reconhecendo até onde é possível ir e ceder e sa-bendo que eles negociam de maneira inexorável. É muito importante a participação das sociedades médicas, porque é por meio delas que fazemos mobilizações, quando necessário.

No que tange ao Sistema Único de Saúde (SUS), quais são as principais defi ciências?

A questão da saúde pública merece um olhar diferenciado, porque envolve atendimento de grande parte da população. Somente o Nor-deste responde por 80% desses pacientes. São muitas pessoas que precisam do SUS. Da as-sistência ambulatorial aos procedimentos de alta complexidade, o SUS é o único meio de acesso dos brasileiros. O SUS enfrenta uma sé-rie de problemas, a maioria deles relacionada ao financiamento. Na verdade, a saúde é muito cara e o investimento é pequeno. Países com

uma saúde de boa qualidade investem entre 7% e 10% do produto interno bruto (PIB), en-quanto no Brasil são investidos somente 3,5% a 4%. Em 2014, a saúde suplementar gastou R$ 105 milhões no atendimento a 56 milhões de pessoas e o SUS gastou R$ 95 milhões, pres-tando atendimento a 145 milhões de pessoas. É uma diferença brutal. Claro que um sistema como esse sempre terá muitas dificuldades para oferecer uma cobertura universal e a tran-quilidade de uma boa assistência. O problema é a acessibilidade. O paciente não tem acesso aos médicos, aos exames, às cirurgias, à emer-gência, e permanece em espera por três meses ou mais para realizar exames e por seis meses para conseguir uma consulta com especia-listas. Por quê? O investimento é baixo e não permite a contratação de recursos humanos suficientes para atender essa demanda. Esse é um dos principais problemas que devem ser enfrentados. Além da questão da gestão, que também merece prioridade. É um sistema importante e essencial, mas a dificuldade de acesso compromete seu andamento.

E o que os médicos devem solicitar para me-lhorar esse cenário?

A garantia de direitos trabalhistas e a estabi-lidade do trabalho asseguram um comprometi-mento maior das equipes com o atendimento aos pacientes. O governo constrói unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) e de pronto atendimento, mas custeia apenas 20%, inviabilizando a qualidade na assistência e na re-muneração médica. São unidades caras e a maio-ria dos municípios brasileiros está quebrada, sem

Espaço do Leitor: participe do Boletim ABNews

Desde a primeira edição de 2015, o Boletim ABNews traz diversas novidades. Uma delas envolve diretamente quem o lê: você. Teremos seção permanente para sua participação, denominada “Espaço do Leitor”.

Você poderá expressar suas opiniões sobre os temas abordados e apresentar crí-ticas, sugestões de pautas e ideias para o aperfeiçoamento do Boletim ABNews.

Vale atentar mais uma vez para o fato de o Boletim estar de nova cara, mais dinâ-mico e mais próximo do leitor, além de aberto constantemente a aperfeiçoamen-tos e mudanças. Sua participação, portanto, é essencial para o processo de qualifi -cação contínua da publicação. Queremos que se sinta parte da equipe de redação.

Para participar, mande seu e-mail para [email protected]. Será uma honra tê-lo conosco!

condições de arcar com esse gasto. Além disso, programas provisórios do governo, como o Mais Médicos, difi cultam e precarizam nossa saúde.

O que é necessário para fortalecer o movi-mento dos médicos e das entidades em prol de uma saúde melhor no País?

É um trabalho de muita responsabilidade por parte das instituições médicas. Precisamos de uma linguagem única, de união e, consequen-temente, de representação. Ao estabelecer nos-sa unidade, já ganhamos credibilidade. Os mé-dicos, nos últimos cinco anos, especialmente a partir de 2013, passaram a acreditar mais em suas entidades. A premissa deixou de ser micro e passou a ser macro. A melhor opção é a de se vincular mais fortemente às entidades, con-tribuindo com a anuidade, uma vez que esse dinheiro reverte na luta da classe. Mobilizações, paralisações e presença na mídia de forma ativa são ações que requerem aporte dos médicos e engajamento. Claro, elas não resolverão os pro-blemas dos médicos, mas organizarão o poder para que eles próprios consigam os resultados que só uma luta igualitária pode garantir. Temos avanços nesse aspecto, porém necessitamos trabalhar mais nesse sentido.

Gostaria de deixar alguma mensagem aos sócios da ABN?

Eu diria que as sociedades de especialidade sempre estiveram ligadas às associações mé-dicas, mas nós aqui na Federação Nacional dos Médicos também trabalhamos cada vez mais em conjunto com as sociedades nacionais. Estamos abertos a todas as especialidades e entidades, e à disposição total da ABN para todas as demandas ao Ministério da Saúde, desde programas de re-sidência médica até tratamentos que o SUS não oferece, assim como ações em prol da prevenção de acidente vascular cerebral e de cuidados in-tensivos. Na hora que nos acionarem, estaremos prontos e trabalharemos juntos por essa causa.

"O paciente não tem acesso aos médicos, aos exames, às cirurgias, à emergência..."

cação contínua da publicação. Queremos que se sinta parte da equipe de redação.

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Intercâmbio gratuito em parceria com a Association of British NeurologistsInscrições começam a partir de 1o de maio

É uma experiência única de vivência tanto acadêmica como médica, além de canal para transferir conhecimento nacional

Com o objetivo de proporcionar desen-volvimento profi ssional continuado aos neurologistas brasileiros, a ABN inicia, em

1o de maio, as inscrições para o programa de in-tercâmbio gratuito, realizado em parceria com a Association of British Neurologists. O convênio, assinado entre as entidades científi cas do Brasil e da Inglaterra, propicia importante troca de expe-riências do cenário médico dos dois países.

Durante uma semana, um neurologista membro da ABN visitará uma instituição acadêmica no Rei-no Unido, na qual aplicará o trabalho proposto no processo de seleção. O primeiro a ser contemplado com a viagem foi Norberto Cabral, em 2011. O in-tercâmbio é anual e alterna as nacionalidades dos especialistas: após Cabral, brasileiro, o contemplado foi o britânico Adrian Wills (2012), seguido por An-tonio Lúcio Teixeira (2013) e Martin Turner (2014), que também participou do Congresso Brasileiro de Neurologia, ministrando palestra sobre “Biomarca-

dores na Esclerose Lateral Amiotrófi ca”. Considerada oportunidade única de aproxima-

ção e comunicação entre profi ssionais brasileiros e britânicos, é relevante canal de interação de cul-tura e conhecimento. O médico selecionado terá acesso ao avançado sistema de saúde britânico, cuja prática é baseada em evidências. Aqueles que virão ao Brasil observarão o crescente avanço do mundo acadêmico neurológico nacional.

Os requerimentos serão aceitos até 30 de maio, com apresentação do projeto de trabalho, nome e localização da instituição do Reino Unido, nome do supervisor da visita, objetivos e proposta de ati-vidades a serem desenvolvidas, bem como currí-culo padrão da Plataforma Lattes e carta de aceite de instituição britânica. Estima-se que os resultados sejam divulgados em 15 de julho, após deliberação de comissão composta pelo diretor científi co da ABN, pelo coordenador da Comissão de Educação Médica da entida-de e pelo representante da ABN na World Federation of Neurology.

A ABN convida seus membros titulares e efetivos a se inscrever no programa, cujo intuito é renovar a base de conhecimento e formação, buscando experiências com re-nomados centros internacionais. Ao acompanhar a movimentação do cenário europeu, o participante do intercâmbio trará

consigo uma carga de experiência única, que poderá aplicar em sua vivência tanto acadêmica como médica, além de transferir conhecimento nacional. Por isso é essencial abraçar essa chance e extrair o máximo de sua capacidade.

Vale ressaltar que a ABN fi nancia o transporte, enquanto a Association of British Neurologists paga estadia e refeição. Ou seja, por conta do neu-rologista escolhido fi ca apenas a preocupação em absorver o conteúdo dos mestres, dos doutores e das instituições, elucidando-se sobre as mais re-centes descobertas da Medicina mundial.

Os requerimentos serão aceitos até 30 de maio, com apresentação do projeto de trabalho, nome e localização da instituição do Reino Unido, nome do supervisor da visita, objetivos e proposta de ati-vidades a serem desenvolvidas, bem como currí-culo padrão da Plataforma Lattes e carta de aceite de instituição britânica. Estima-se que os resultados sejam divulgados em 15 de julho, após deliberação de comissão composta pelo diretor científi co da ABN, pelo coordenador da Comissão de Educação Médica da entida-de e pelo representante da ABN na World Federation of

A ABN convida seus membros titulares e efetivos a se inscrever no programa, cujo intuito é renovar a base de conhecimento e formação, buscando experiências com re-nomados centros internacionais. Ao acompanhar a movimentação do cenário europeu, o participante do intercâmbio trará

das instituições, elucidando-se sobre as mais re-centes descobertas da Medicina mundial.

desenvolvimento proFissional

A ABN acaba de assumir a vaga de Comunidade Científica no biênio de 2015-2017 do Conselho Nacio-

nal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE), e será representada por Nasser Allam, membro titular da ABN, e Cristiano Milani, vice-coordenador do Departamen-to Científico de Atenção Neurológica e Neurorreabilitação da ABN.

Duas metas importantes são a luta por políticas públicas em prol da população e a consolidação de vínculo com o governo para interferir nas políticas públicas. O CONADE detém funções além da discussão de temas relacionados à reabilitação, tratando, tam-

Comunidade Científi ca do CONADEbém, da conquista de direitos dos cidadãos.

A ex-presidente da ABN, Elza Dias Tosta, par-ticipou da eleição, no fi m de fevereiro. Ela relata que as perspectivas de ganhos sociais com a presença da entidade no Conselho são alvis-sareiras: “A expectativa é de que a presença da Academia seja de fundamental relevância para atender às demandas dos pacientes que neces-sitam de tecnologia ou medicamentos. Desse modo, cumpriremos bem nosso papel”.

Vale registrar que a ABN passa a deter o título de única instituição de pesquisadores, médicos e profissionais ligados à saúde in-tegrante do CONADE. Representante titular no Conselho, Allam comenta que também

pretende propor discussões sobre pro-gramas de saúde em prol das pessoas com deficiência: “Sabemos que o Brasil é carente em recursos para a reabilitação de pacientes. Por isso, um dos objetivos será encontrar soluções com recursos, materiais e humanos, para reduzir o dé-ficit assistencial”.

A ABN almeja ainda ampliar o espaço da Neurologia no Conselho. “A partir da garan-tia e implantação de direitos de cidadania à comunidade, levaremos esses avanços às práticas médicas na especialidade por todo o País”, pondera Milani, representante su-plente da ABN no CONADE.

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Fibromialgia: qual é o papel do neurologista?

Frequente nas pessoas com idade entre 30 anos e 60 anos, a fi bromialgia provoca do-res por todo o corpo e por longos períodos,

causando sensibilidade em articulações, múscu-los, tendões e tecidos moles. Está diretamente ligada a fadiga, cefaleia, depressão, ansiedade e distúrbios do sono. Em média, 5% da população sofre com a doença, segundo estudos europeus e norte-americanos. A coordenadora do Depar-tamento Científi co de Dor da ABN, Camila Pupe, explica o fundamental papel do neurologista na identifi cação e no tratamento, bem como a im-portância da padronização de procedimentos.

Como você avalia o papel do neurologista no diagnóstico e tratamento da fi bromial-gia? Há necessidade de encaminhar a um especialista?

Atualmente, considera-se fi bromialgia um estado de dor crônica de origem central, sen-do, portanto, uma afecção eminentemente neurológica, afetando inclusive áreas como cognição, sono e humor. Porém, como se trata de condição muito prevalente, variando de 2%

a 8% da população geral, médicos generalistas devem ser capazes de identifi car e implementar a terapêutica adequada, já que existem poucos neurologistas no mercado, sobretudo em cida-des do interior do Brasil. O paciente deve ser encaminhado ao neurologista em caso de dúvi-da diagnóstica ou refratariedade ao tratamento, que deve estar apto a investigar diagnósticos diferenciais, como miopatias e neuropatias pe-riféricas, além de instituir o tratamento. Cabe ao neurologista, também, dedicar-se às pesquisas clínicas nessa área, buscando mais conheci-mentos fi siopatológicos, identifi cação de fato-res de risco e novas abordagens terapêuticas.

Fale dos desafi os para o diagnóstico. Existe necessidade de se cumprir formalmente os critérios de sociedades internacionais ou são apenas para ambiente de pesquisa?

Os critérios diagnósticos desenvolvidos pelo American College of Rheumatology, em 1990, e revisados recentemente, possuem a fi nalidade de aumentar a sensibilidade e a especifi cida-de do diagnóstico, minimizando erros em sua

identifi cação. Trata-se de formulário autoexpli-cativo e de fácil aplicação, que pode ser preen-chido pelo próprio paciente.

O consenso sugere a abertura e a explanação do diagnóstico para o paciente. Como você vê essa abordagem em nossa população?

Conhecer o diagnóstico e as possíveis abor-dagens terapêuticas pode ajudar o paciente quanto à conscientização de seu papel como coautor para a efi cácia do tratamento, esclare-cendo a importância da prática de exercícios físicos, perda de peso e redução do estresse, por exemplo. Geralmente, são pacientes com alta comorbidade psiquiátrica e a estigmatiza-ção de um diagnóstico pode estimular ganhos secundários. Deve-se levar em consideração o perfi l psicológico desse paciente e como o mé-dico abordará a explanação desse diagnóstico.

Quais as recomendações iniciais de trata-mentos farmacológico e não farmacológico?

Como já referido anteriormente, a terapia não farmacológica inclui não só a prática de exercí-cios físicos, a perda de peso e a redução do es-tresse. Hoje, sabemos da importância da terapia cognitivo-comportamental nesses pacientes. Além disso, métodos alternativos, como acu-puntura, também são efi cazes. O tratamento farmacológico baseia-se na modulação da dor crônica como pilar fundamental, a partir de fár-macos como: antidepressivos tricíclicos; gaba-pentinoides, como gabapentina e pregabalina; antidepressivos duais, como duloxetina; e, mais recentemente, canabinoides. Em contrapartida, vários estudos já demonstraram a falha terapêu-tica do uso de anti-infl amatórios não esteroidais, corticoides e opioides nessa condição.

O que deve fazer o neurologista brasileiro interessado em se aperfeiçoar e em pes-quisar esse tema?

Para romper a barreira do conhecimento des-se tópico tão prevalente, complexo e desafi a-dor, devemos, em primeiro lugar, admitir tratar--se de uma doença primariamente neurológica e assumir um espaço de liderança em pesqui-sas científi cas, não só em fi bromialgia como em dor crônica em geral. Para isso, o Departamento Científi co de Dor da ABN, em parceria com vá-rios centros de Neurologia do Brasil, busca se aperfeiçoar nessa área do conhecimento. Ad-quirimos novos métodos de investigação e li-nhas de pesquisa, abrangendo a epidemiologia e a fi siopatologia da fi bromialgia até métodos diagnósticos, marcadores biológicos e novas opções terapêuticas. Em breve, lançaremos um Consenso de Fibromialgia pela ABN. Fica aqui um convite a todos os neurologistas que se in-teressam pelo tema para que se inscrevam no Departamento Científi co de Dor da ABN e parti-cipem dessa discussão.

Fibromialgia: qual é o papel do neurologista?

identifi cação. Trata-se de formulário autoexpli-cativo e de fácil aplicação, que pode ser preen-chido pelo próprio paciente.

O consenso sugere a abertura e a explanação do diagnóstico para o paciente. Como você vê essa abordagem em nossa população?

Conhecer o diagnóstico e as possíveis abor-dagens terapêuticas pode ajudar o paciente quanto à conscientização de seu papel como coautor para a efi cácia do tratamento, esclare-cendo a importância da prática de exercícios físicos, perda de peso e redução do estresse, por exemplo. Geralmente, são pacientes com alta comorbidade psiquiátrica e a estigmatiza-ção de um diagnóstico pode estimular ganhos secundários. Deve-se levar em consideração o perfi l psicológico desse paciente e como o mé-dico abordará a explanação desse diagnóstico.

Quais as recomendações iniciais de trata-mentos farmacológico e não farmacológico?

Como já referido anteriormente, a terapia não farmacológica inclui não só a prática de exercí-cios físicos, a perda de peso e a redução do es-tresse. Hoje, sabemos da importância da terapia cognitivo-comportamental nesses pacientes. Além disso, métodos alternativos, como acu-puntura, também são efi cazes. O tratamento farmacológico baseia-se na modulação da dor crônica como pilar fundamental, a partir de fár-macos como: antidepressivos tricíclicos; gaba-pentinoides, como gabapentina e pregabalina; antidepressivos duais, como duloxetina; e, mais recentemente, canabinoides. Em contrapartida, vários estudos já demonstraram a falha terapêu-tica do uso de anti-infl amatórios não esteroidais, corticoides e opioides nessa condição.

consenso

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88 emérito & aspirante

A interiorização da Neurologia

Sérgio Augusto Pereira Novis, professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro

É uma questão extremamente complexa, pois, na realidade, o que a Neurologia de excelência exige é uma infraestrutura bem montada, nem sempre disponível em todos os municípios. Como uma especialidade que avança a passos largos, a Neurologia requer condições propícias para uma boa atuação, principalmente no que

Camila Alves, médica neurologista residente da Universidade do Estado do Pará

Podemos afirmar, categoricamente, que para uma boa prática da Neurologia em qual-quer serviço é preciso suporte apropriado. Embora nossa área possua uma propedêutica bastante rica, é sempre necessário um centro de radiologia para contribuir e esclarecer os diagnósticos. Seria fundamental o apoio públi-co ou privado para gerir essa demanda, com iniciativas e investimentos para alavancar o setor. Além de boas condições para uma assis-tência de qualidade, o que atrai a maioria dos médicos, independentemente de sua especia-lidade, é ter um local voltado para o ensino, em que seja possível o desenvolvimento de pes-quisas e o aprimoramento acadêmico.

Nesta edição do Boletim ABNews, a seção “Emérito & Aspirante” explora o tema interiorização da Neurologia. Sérgio Augusto Pereira Novis, professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ), e Camila Alves, médica neurologista residente da Universidade do Estado do Pará (Belém, PA), falam sobre a necessidade de levar a Neurologia de excelência às regiões mais afastadas das capitais brasileiras e sobre as dificuldades para que essa demanda seja viabilizada.

se refere à neuroimagem, com bons equipamen-tos para realização de ressonância magnética, tomografia computadorizada, PET scan, PET/CT e eletroneuromiografia, além de laboratório de líquor confiável. Logo, não é somente a figura do neurologista, que deve, é claro, possuir boa formação em sua residência médica, em um centro credenciado e reconhecido pela ABN. Dependendo de seu local de atuação, sentirá falta da tecnologia que sua formação dispunha e que permitiu seu desenvolvimento. Quando o neurologista se desloca de sua região de origem, nem sempre encontra a mesma estrutura com a qual está habituado a lidar. Isso pode ser positi-vo se considerarmos que ele servirá de agente estimulador para que essa condição chegue ao interior. O Brasil sinaliza a necessidade de possuir centros de referência, possivelmente com a ABN reconhecendo e homologando esses serviços. É o caso de Itaperuna, no interior do Rio de Janei-ro. O Hospital São José do Avaí possui uma ex-celente estrutura e tornou-se referencial para as cidades vizinhas, afinal não são todas que conse-guem manter um núcleo que é caro, dispendio-so, e que ainda precisa de técnicos habilitados para manejá-lo. Concentrando-se em pontos es-tratégicos, a Neurologia de qualidade consegue ser mais acessível à população.

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nº 102, de 30 de novembro de 2000.

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9 em evidÊncia

Lucinha Lins é estrela na campanha de Alzheimer

Aatriz Lucinha Lins, da Rede Record, é a madrinha ofi cial da campanha sobre Alzheimer da ABN. Na novela “Vitória”, ela

interpretou, com a personagem Zuzu, uma por-tadora de Alzheimer. Sua brilhante atuação vem lhe rendendo elogios unânimes do público e da mídia. “É uma honra ter me tornado madrinha da campanha da Academia. As pessoas merecem saber mais so-bre o Alzheimer e essa é uma ótima forma de propagar informações so-bre a doença”, afi rma Lucinha.

Com a personagem Zuzu, Lucinha mostrou ao Brasil o dia a dia e as difi culdades de quem tem essa doença. E, realmente, uma doença que acomete tantas pessoas deve ser destaque.

Confi ra a reportagem no R7, portal da Rede Record, com Lucinha durante o making-of das fotos da campanha (http://videos.r7.com/lucinha-lins-e-madrinha-

de-campanha-por-causa-de-personagem-na-novela-vitoria-da-record-/idmedia/550893420c

f25d2681d87966.html).

Objetivo é levar à população informações sobre a doença

atriz Lucinha Lins, da Rede Record, é a madrinha ofi cial da campanha sobre Alzheimer da ABN. Na novela “Vitória”, ela

interpretou, com a personagem Zuzu, uma por-tadora de Alzheimer. Sua brilhante atuação vem lhe rendendo elogios unânimes do público e da mídia. “É uma honra ter me tornado madrinha da campanha da Academia. As pessoas merecem saber mais so-bre o Alzheimer e essa é uma ótima forma de propagar informações so-bre a doença”, afi rma Lucinha.

Com a personagem Zuzu, Lucinha mostrou ao Brasil o dia a dia e as difi culdades de quem tem essa doença. E, realmente, uma doença que acomete tantas pessoas deve

Confi ra a reportagem no R7, portal da Rede Record, com Lucinha

das fotos da campanha (http://videos.r7.com/lucinha-lins-e-madrinha-

de-campanha-por-causa-de-personagem-na-novela-vitoria-da-record-/idmedia/550893420c

f25d2681d87966.html).

Objetivo é levar à população informações sobre a doença

A ABN, por meio de seu Capítulo Mi-neiro, participou do programa Bem Estar Global, edição especial do pro-

grama da Rede Globo. O evento, que acon-teceu em 27 de março, na Barragem Santa Lúcia (Belo Horizonte, MG), teve seu foco na saúde da população.

Uma das tendas no local contou com mem-bros da Diretoria da Regional da ABN e com médicos residentes, que esclareceram as dú-vidas dos transeuntes sobre temas como do-ença de Alzheimer, além de realizarem teste de rastreio para demências que avalia a fun-ção cognitiva, o chamado Mini-Mental State Examination. Esse é o primeiro exame para sa-ber se é preciso prosseguir ou não com a in-vestigação de algum problema cognitivo.

Segundo a presidente do Capítulo Mineiro da ABN, Rosamaria Peixoto Guimarães, o re-sultado foi positivo pela elevada abrangência.

ABN participa do Bem Estar Global, da Rede Globo“Observamos que muitos visitantes saíram de bairros ou mesmo de cidades distantes de Belo Horizonte carentes de informações básicas sobre a doença de Alzheimer e com questões sobre a

memória”, comenta. Pelos cálculos da Polícia Militar, estiveram presentes 6 mil pessoas. O Serviço Social da Indústria (SESI), parceiro ofi cial da emissora, contabilizou 9.188 atendimentos.

Rosamaria Peixoto Guimarães, presidente do Capítulo Mineiro da ABN, prestigia o evento

Mar

celo

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rea

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1010 canal do residente

Bibliografia essencial para os futuros neurologistas

Francisco cardosoProfessor titular do Departamento de Clínica Médica da UFMG

Machado AB, Haertel LM, eds. Neuroanatomia Funcional. 3a ed. Rio de Janeiro, RJ: Atheneu; 2014. 360 p.

O raciocínio neurológico é fortemente ancorado em neuroanatomia. Tradicionalmente, os livros dessa disciplina a apresentam de modo intricado e inexpugnável. Os autores conseguiram o feito de tornar essa disciplina atraente, apreensível e com boas correlações clínicas. Vale frisar que essas características são únicas, não apenas em obras editadas no País, mas também internacionalmente.

Ropper AH, Samuels MA, Klein JP, eds. Adams and Victor’s Principles of Neurology. 10th ed. New York, NY: McGraw-Hill Professional; 2014. 1.654 p.

Para o médico residente que inicia sua carreira neurológica, considero uma excelente obra introdutória, sob o comando de brilhantes neurologistas de Boston (Ropper, Samuels e Klein). Publicado pela McGraw Hill, o livro proporciona uma visão panorâmica excelente da Neurologia.

Jankovic J, Tolosa E, eds. Parkinson’s Disease & Movement Disorders. 5th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Willkins; 2006. 740 p.

Por fim, para aqueles que se aproximam do fim da Residência Médica e desejam ingressar na área de transtornos do movimento, este livro é indispensável. Desde sua primeira edição, esses dois editores, reconhecidos internacionalmente como grandes especialistas na área, conseguem congregar uma equipe de autoridades internacionais em seus capítulos. É uma obra que concilia abordagem prática clínica com profundidade. Em maio de 2015, chegará à 6a edição.

O “Canal do Residente”, do novo Boletim ABNews, é um ambiente propício para troca de informações e para transmitir dicas importantes para atuação na especialidade pelos futuros neurologistas. Nesta edição, você pode conferir sugestões de literatura recomendada por célebres professores de renomadas instituições nacionais. Com a palavra Francisco Cardoso, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Liselotte Menke Barea, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre/Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (UFCSPA/ISCMPA). Confira.

LiseLotte Menke BareaCoordenadora do Programa de Residência Médica em Neurologia da UFCSPA/ISCMPA

Jessell T, Kandel E, Schwartz J, Hudspeth AJ, Siegelbaum S, eds. Principles of Neural Science. 5th ed. New York, NY: McGraw-Hill Professional; 2012. 1.760 p.

Nesse tratado, temos uma visão abrangente da biologia celular e molecular das células nervosas, da transmissão sináptica e das bases neurais da cognição. É uma atualização do espectro das neurociências. Essa quinta edição foi completamente atualizada de acordo com as novas pesquisas e o desenvolvimento em neurociência dos últimos tempos.

Brasil Neto JP, Takayanagui OM, eds. Tratado de Neurologia da Academia Brasileira de Neurologia. São Paulo, SP: Elsevier; 2013. 896 p.

No Brasil, também contamos com títulos que merecem ser consultados, como esse em que os capítulos de semiologia e exames complementares em Neurologia, além dos casos clínicos ilustrados de afecções neurológicas da infância, são os destaques. É uma obra relevante, com seu conteúdo em sintonia com nossa realidade.

Melo-Souza SE, ed. Tratamento das Doenças Neurológicas. 3a ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan; 2013. 1.348 p.

Esse tratado, de fácil leitura, busca orientar os residentes sobre aspectos do diagnóstico e da terapêutica das doenças neurológicas mais prevalentes no Brasil. Abrange, ainda, neurocirurgia e neurologia infantil, integrando essas especialidades com a clínica médica, de modo multidisciplinar.

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Neurociências, Neurologia, Neuro-cirurgia e Psiquiatria, aspectos do comportamento humano, além

de temas atuais, como neurobusiness, neurocoach e musicoterapia, são abordados na MeuCérebro, revista eletrônica que visa à disseminação do conhecimento do cérebro como via de mudança social. “Divulgamos, para o público em geral, conhecimentos e avanços em Neurologia, permitindo que as pessoas entendam como funciona o cére-bro e do que ele é capaz”, conta Marcelo Gobbo Júnior, acadêmico do 7o semestre de Medicina na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e um dos discentes que produzem conteúdo para a revista.

A MeuCérebro foi criada em outubro de 2014, por Leonardo Faria, à época residente em Neurocirurgia na UFU. A revista é produ-zida pelo neurocirurgião e por Ramon An-

Revista eletrônica difunde a compreensão das doenças cerebrais

drade, seu sócio, com o suporte de um diagra-mador, também responsável pela identidade visual do site, e de uma revisora-chefe, além dos autores das reportagens.

Por intermédio do neurocirurgião José We-ber, coordenador da Liga Acadêmica de Neuro-logia e Neurocirurgia (LANNc) de Curitiba (PR), aconteceu o primeiro contato com Faria. Foi o ponto de partida para os acadêmicos da Liga passarem a alimentar o site com notícias sobre Neurociência, com duas publicações semanais.

A LANNc desenvolve atividades práticas, acom-panhando os ambulatórios de Neurologia e Neu-rocirurgia. Conta, também, com professores que auxiliam nas diretrizes de ensino da Liga. “Busca-mos aprofundar o conhecimento em Neurociên-cias, principalmente por meio da Neurologia e da Neurocirurgia, e retornar à comunidade os concei-tos adquiridos”, explica Gobbo Júnior.

Questionado sobre os aprendizados adquiridos

desde o início de sua participação no periódi-co, Gobbo Júnior afi rma que o maior ganho, até hoje, foi perceber que informar é o primeiro passo para transformar. “Experimentos de labo-ratório inúmeras vezes geram conhecimentos complexos, que, corretamente divulgados e em linguagem acessível, levam informação para aqueles que sofrem de problemas neurológi-cos diversos, contribuindo para sua qualidade de vida”, pondera. “Compreender os próprios recursos e potência cerebral pode ser o cami-nho para criar mecanismos que transformem a maneira de pensar e agir do ser humano.”

liGas acadÊmicas de neuroloGia

Destacado internacionalmente, o Purple Day (em português, Dia Roxo) é celebra-do em 26 de março. O movimento visa a

conscientizar a população sobre a epilepsia, do-ença neurológica decorrente da desorganização entre os neurônios.

Todos os anos, na data, pessoas das mais di-versas nacionalidades se vestem com roupas em tons arroxeados em prol daqueles que vi-venciam a doença. O motivo é a associação à flor de lavanda, alusão à ideia de isolamento, sentimento comum aos portadores da doen-ça. O objetivo é dar apoio aos pacientes para que não se sintam sozinhos.

Buscando trazer à tona informações sobre a doença, a Liga Acadêmica de Neurologia e Neu-rocirurgia (LANN) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) aproveitou o Purple Day para colocar em prática a campanha Contro-le sua Convulsão, promovendo ações de cons-cientização à população.

Questionado sobre a importância de disse-minar informações sobre a epilepsia, Judicael Pamponet Pires Neto, presidente discente da LANN UESB e acadêmico do 8o semestre do

Campanha de orientação aos cidadãos em Vitória da Conquista

curso de Medicina na UESB, explica que a ideia de realizar ações nesse sentido foi decorrência natural da falta de conhecimento dessa doen-ça tão comum.

Pires Neto ressalta que Vitória da Conquista (BA) é polo de referência em saúde para, apro-ximadamente, 90 cidades localizadas na região Sudoeste da Bahia, parte do Oeste baiano e algumas cidades situadas no Norte mineiro. “A LANN UESB tem bom acesso a pacientes portadores de epilepsia e ficou claro o quan-to é escasso o conhecimento sobre a doença, corroborado pela existência de vários mitos e condutas impróprias”, explica.

Em 2005, a Liga promoveu diversas ações para a população, entre os dias 23 e 27 de mar-ço. Uma parte dos membros participou de en-trevistas em rádios e emissoras de TV, e outra parte dos membros respondeu pela produção e divulgação de material educativo para a rede social da Liga e para o site criado para a cam-panha Controle sua Convulsão.

Pires Neto conta que, além da falta de iniciati-vas focadas na doença fora do Purple Day, o site (www.lannuesb.com/epilepsia/) surgiu com ou-

tro foco. “Por meio desse canal, a Liga consegue levar informação segura e de credibilidade de forma simples, ágil e permanente sobre a epilep-sia. É um serviço social.”

O Purple Day teve, ainda, condutas pontuais, com bate-papo diretamente com os pacientes neurológicos e seus familiares. “Nesse aspecto, a meta foi lidar com os preconceitos que o próprio paciente epiléptico e sua família possuem a res-peito da doença.”

Folhetos educativos, arrecadados em parceria com a Associação Brasileira de Epilepsia, foram espalhados pela cidade, assim como faixas da campanha foram colocadas em locais em que a LANN UESB atua.

Lann UesBBaseada no tripé que norteia as ligas univer-

sitárias (ensino, pesquisa e extensão), a LANN UESB conta com 10 acadêmicos de Medicina e 5 orientadores, docentes médicos das áreas de Neurologia, Neurocirurgia e Neuropediatria.

De acordo com Pires Neto, as atividades são desenvolvidas em três locais: ambulatório próprio da Universidade, denominado Centro Universitário de Atenção à Saúde; centro de es-pecialidades da rede municipal de saúde, deno-minado Centro Municipal de Atenção Especiali-zada; e Hospital de Base de Vitória da Conquista.

“Qualquer estudante regularmente matricu-lado na UESB, campus de Vitória da Conquista, cursando Medicina a partir do 3o semestre, pode se submeter ao processo seletivo anual para in-gressar na LANN UESB”, anuncia Pires Neto.

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Mudou-se Outro (especificar) _________

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nº 102, de 30 de novembro de 2000.