Aborrecente nâo! Sou adolescente

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VERA LCIA MARINZECK DE CARVALHO ABORRECENTE, NO. SOU ADOLESCENTE! com muito carinho que dedico este livro a minha amiga Patrcia, autora de quatro l ivros de sucesso, que encerrou sua carreira de escritora para fazer outra tarefa no plano espiritual. Nossa amiga no vem mais Terra, mas seu amor se espalhou ent re ns. Rosngela Primavera, 1999 http://groups.google.com/group/digitalsource Camila bateu com fora a porta do quarto, deitou na sua cama e exclamou raivosa: " Vou chorar at me desmanchar em lgrimas, como diz vov!" E o choro veio. "Por que ser que vov s vezes to chata? Ainda bem que s s vezes, gosto tanto dela!" Resmungou vo.

Camila achava sua av Esmeralda o mximo. Mas ela no podia v-la chorando que falava: Me nina, um dia voc vai desmanchar de tanto chorar". "Ora, bolas, s choro quando tenh o razo ou porque no me do razo. E melhor chorar mesmo, ningum me entende!" Ca grit seu irmo Leonardo -, a Bia est no telefone. Voc vai atender? Claro que vou, seu pir ralho! Pulou da cama, abriu a porta e o irmo estava l, parado. Olhou-a aborrecido e resmungou: Fao o favor de lhe chamar e voc me ofende. A garota preferiu no discut ir com o irmo para no deixar Bia esperando ao telefone. Apenas murmurou: Est bem, d esculpe-me! Ele virou as costas e afastou-se. Camila gostava do irmo, ele era doi s anos mais novo, mas o achava to imaturo! Era peralta, vivia aprontando, mas era amoroso. Se pelo menos ele no mexesse tanto em suas coisas e no lhe aborrecesse com suas peraltices e malcriaes... Esqueceu que q ueria chorar. Ana Beatriz, sua amiga Bia, tinha ido a uma festa e certamente tin ha novidades para lhe contar.

J estava conversando havia tempo quando Rejane, a empregada, veio lhe dizer: Cami la, dona Lcia telefonou na vizinha e pediu para que voc desligasse o telefone que ela quer lhe falar. "Mais esta pensou. No posso fazer nada nesta casa!" Ainda fic ou uns minutos, no dava para desligar, Bia ainda tinha de contar como foi o final da festa. Despediram-se e ela ficou perto do telefone, esperando. Tocou, era su a me. Camila, por favor, queria ligar a e no conseguia! No vou almoar em casa, diga Rejane para fazer o de costume. Volto noite. Cuide de seu irmo e juzo! Camila foi dar o recado. Leonardo estava vendo televiso e, ao escutar, comentou: Coitada da mame, trabalha muito! Ser, Ca, que papai conseguir pagar a mensalidade do nosso in gls? Tambm no quero sair do jud. , Lo, a situao financeira est difcil, espero q rca o emprego. Camila suspirou. "Bem, agora que tudo est calmo, poderei ir chorar de novo. Chorar? No estou mais com vontade. Por que estava chorando mesmo? Ah, s im, papai no me deixou ir festa numa repblica, que uma casa em que moram s estudant es. Estou revoltada. Alm de um 'no', tenho de escutar: 'Camila, minha filha, voc mu ito nova para ir nessas festas, l vo garotos mais velhos'. "Mais velhos! No sou cri ana! Resmungou com raiva. Injustia no me deixarem ir em nada, ou quase nada!" Mas, pensando bem, j no estava com vontade de ir mais, depois que Bia lhe falou: "Na fe sta, ontem, me chamaram de pirralha, um garoto me disse que a festa era para adu ltos, no vou mais nessas festas e no irei na de hoje. Cristiano nem me olhou e ficou com uma m enina". Bia estava ofendida e com razo. Nem ela queria mais ir tal festa, que ger ara tanta discusso em casa. Que feriado escolar chato! Resmungou. Por que tudo pa

ra voc chato? Indagou Lo. Para mim no . Vou depois do almoo casa do Fabiano, v gar bola. Seria bom se eles inventassem mais feriados escolares, mais reunies, as sim teramos mais folga. E acabaramos sem aprender replicou Camila. Bem, vou ver se algumas amigas vm aqui em casa. Mariana, sua melhor amiga, e Sara vieram tarde e conversaram animadas. Gostava das festas de famlia, era bom encontrar com os pri mos e fazer baguna, mas agora no acho graa falou Sara. Pois eu gosto. No tenho muit s primos, s dois, somos amigos e ficamos conversando. Acho reunies familiares

importantes, gostoso sermos unidos e saber que podemos contar com eles falou Mar iana. Eu prefiro festa de amigos, com muita gente que no conheo expressou Camila. Mas no gosto de me sentir deslocada. Queria ir numa festa vestida com uma roupa m aravilhosa que chamasse a ateno de todos. Se muitas pessoas me olharem, fico enver gonhada sorriu Mariana. Pois eu gosto de ser alvo de ateno! exclamou Camila. Olhe quem fala, logo voc, Ca, que tmida! falou rindo Mariana. Era, no sou mais defen -se a garota. E cada uma imaginou a festa de seus sonhos, e a tarde passou depressa. A noite s ua me chegou cansada e ainda foi fazer algumas tarefas, guardar roupas, preparar o lanche. Depois de lancharem, Lo ligou a televiso, mas sua me desligou. Camila tro cou um olhar com o irmo, vinha bronca. Trabalho o dia inteiro, estou cansada, che go em casa e vocs dois, que nem aula tiveram, no foram capazes de fazer

nada para me ajudar. Lo, voc comeu na sala, por que no limpou o que sujou? Voc, Cami la, por que no guardou para mim as roupas que Rejane passou? Vocs j esto grandes e d evem ter responsabilidades. Sou grande para muitas coisas e criana para outras. No agento mais isso! Resmungou Camila. verdade! Disse a me. Voc criana para c sas e bem grandinha para outras. Questo de ponto de vista. Para mim voc j deve ter algumas responsabilidades, como me ajudar e entender que ainda no tem idade para ir a certos lugares. Mas o assunto no tem nada a ver com idade, mas com telefone. Quero lhe pedir, Camila, que no o use tanto. Queria lhe dar um recado, tento, te nto e nada. Que nervoso! Tenho de ligar para a vizinha para pedir que voc desligu e para que eu consiga falar. Foi a Bia quem ligou defendeu-se Camila. Filha, tel efone foi feito para recados, deve ser rpida ao us-lo. Vocs se encontram todos os d ias, j conversam tanto! No quero mais voc horas nesse telefone. No quero! O pai, Osm ar, chegou tambm cansado e escutou o final da conversa. Aps, os cumprimentou e fal ou: A conta de telefone est alta, vou descontar da sua mesada, Camila. melhor us-l o menos.

No sou eu, o Lo tambm fala muito -acusou a garota. Eu no! Defendeu-se Leonardo. melhor entrarmos num acordo. Vamos todos usar menos o telefone falou a me. Lcia f oi com Osmar at a cozinha. Camila sentou-se no sof, aborrecida. Ca disse Lo -, mel or cooperarmos. Se no fizermos economia, adeus aulas de ingls. Isso no! Exclamou el a, pensando no "gato" do Rogrio, que estudava na sua sala. Coitados, papai e mame trabalham muito suspirou o menino. ... Mas voc, pirralho, no cumpriu a sua parte. O lha a baguna que fez! Lo levantou-se e comeou a arrumar a sala. Camila pensou: "Meu irmo tem razo, papai e mame trabalham, se esforam para nos dar o melhor. Devo coope rar!" Seus avs, os pais de Lcia, chegaram: o av Basilo e a av Matilde. Era dia de fa zer o Evangelho no Lar e eles vinham sempre para participar. Reuniram-se na sala . Lo assistia a um programa, achou ruim, mas nada disse.Quando eram crianas, a me lia para eles O Eva ngelho da meninada*. Agora, com eles adolescentes, liam e estudavam o Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. *

O Evangelho da meninada, Eliseu Rigonatti, Ed. Pensamento (N.A.). Todos gostavam, aps conversavam por minutos, trocando idias sobre os problemas de cada um. Depois da leitura do Evangelho e comentrios, a av ou Leonardo sempre liam algo que achavam bonito ou interessante. Naquela noite, v Matilde leu do livro Sinal verd e 1 o captulo

Perante os Amigos. Camila gostou muito, parecia que era para ela as frases: "O a migo uma bno que nos cabe cultivar no clima da gratido". "Se Jesus nos recomendou am ar os inimigos, imaginemos com que imenso amor nos compete amar aqueles que nos oferecem o corao." Eu disse Lo continuo com o mesmo problema, Ricardo me persegue. Estou evitando brigar com ele, estou mesmo, mas ele briguento, mando, j bateu em d iversos garotos na escola e est me provocando. Sei que posso enfrent-lo, luto jud, mas como me foi recomendado, evito. Isso, filho disse o pai -, demonstramos ser o mais forte quando conseguimos superar a agressividade. Continue evitando esse garoto. Eu quero pedir aos bons espritos que me ajudem a no perder o emprego. A si tuao na empresa est difcil, rogo para Jesus orient-los disse Lcia. Camila olhou par me, que estava preocupada, pois, se fosse demitida, iriam passar por dificuldade s financeiras. Pediu com fervor a Jesus para que os orientasse. V Matilde orou em voz alta: Jesus, permita que os bons espritos estejam conosco nos orientando par a o bem, e que ns os escutemos e tenhamos fora para repelir as ms influncias, seja d e encarnados ou 1 * Sinal verde, Andr Luiz, psicografado por Francisco C. Xavier, Ed. CEAC (Nota do Editor). desencarnados. Neste momento que estamos juntos, possamos receber fluidos benfico s da natureza. Vamos repelir tudo de ruim que temos em ns, receber gratos as boas coisas e tudo fazer para permanecermos com as energias positivas. Agradecemos a Deus, a Jesus, pelos espritos bons e protetores, e que o Pai nos abenoe. A reunio acabou, Osmar levantou-se, foi para a cozinha e comeou a trabalhar. Trouxe servio para casa, papai? Indagou Camila. No, filha, estou fazendo um acerto nas contas a pagar de nossa casa. A garota olhou a conta do telefone e se enver gonhou, estava alta. Lenita, uma amiga de sua me, chegou. Morava perto, veio busc ar um livro emprestado e ficou conversando com Lcia na varanda. Camila, mesmo sab endo que era errado, ao ouvir falar seu nome parou no hall para escutar. Lenita

disse Lcia -, voc que teve filhos adolescentes, me diga: quando eles entram nesta fase, quais so os sintomas? Voc diz sintomas como se fosse doena riu Lenita. No sim uma fase bonita da vida da gente. Alguns dizem ser aborrecncia expressou Lcia . que quero entender Camila para ajud-la. Nessa idade, uns mais novos, outros com alguns anos mais, passam por uma transformao, saem da fase infantil para a mocida de. E voc faz muito bem em tentar entend-los. Tive cinco filhos, um perto do outro , e cheguei concluso de que tudo deve ser visto com maturidade. Uns gostam de fic ar muito tempo tomando banho, outros no gostam de faz-lo. As meninas, talvez mais sensveis, choram muito e toa e gostam de se trancar no quarto. Alguns resolvem comer muito ou fazer perigosos regimes. Quase todos se j ulgam no-amados e incompreendidos. Aquele "ningum me entende" muito repetido. De f ato, para muitas coisas so grandes; para outras, novos e imaturos. Que fazer? Per guntou Lcia. Continuar como sempre, tentando orient-los, s vezes sendo firme e pond o limites. Com os meus no dei muita importncia quando eles queriam fazer algo como crianas, mas prestei ateno para que no fizessem coisas antes da hora. Certamente ob riguei a tomar banho e impliquei com os

demorados. Muitos nessa fase so desajeitados, crescem rpido e parecem no saber lida r com seu tamanho, so estabanados, mas precisam prestar ateno para no derrubarem a c asa. Lcia, o que pode nos preocupar so os que querem emoes perigosas. Aja como sempr e, com carinho, proteo, cuidado e energia. Tudo isso amor e esse afeto o que nos s ustenta sempre. Camila sentiu-se envergonhada por estar escutando e afastou-se d evagar. Resolveu ligar para Mariana. Tinha de contar a algum o que escutara. Prom eteu a si mesma que seria rpida. Oi, Ma! Voc sente sua me preocupada com voc? Mame t preocupada demais, tem muitos problemas, mas acho que no comigo. No fao nada para isso respondeu Mariana. que.... Camila narrou amiga o queescutou. Isso bom, l de que sua me quer o melhor para voc e est tentando compreend-la. Pais tm cada uma Ora querem nos entender, ora nos chamam de aborrecentes. acrescentou Camila. Se r que no exageramos e aborrecemos mesmo? Indagou Mariana. , at pode ser. Camila lembrou da bronca por usar muito o telefone e tratou de se d espedir. Ma, amanh a gente se fala. Tchau! Foi para seu quarto e se ps a pensar: " Mame quer me ajudar, quer me entender, ela me ama e isso bom. Mas eu no estou faze ndo nada, est tudo certo comigo". Foi dormir, no dia seguinte teria de levantar c edo.

Encontrou as amigas na escola. Fale da festa, Bia pediu Mariana. Bia falou um po uco sem entusiasmo. Todas j sabiam o que ocorrera na festa. J nos contou tudo por telefone falou Sara. Acho que estamos falando muito ao telefone disse Camila. Mi nha me est implicando falou Mariana. A minha tambm confessou Beatriz. E com raz tem fiquei horas ao telefone. Falando da festa! Suspirou Mariana. No posso nem le mbrar que parece que vejo aquele garoto metido a dizer: "Pirralha, o que faz aqu i esta menininha?" Lamentou Beatriz, sentida. Que chato! Festa de criana uma baba quice, e os mais velhos nos repelem queixou-se Camila. A soluo nos reunirmos com a turma de nossa idade opinou Mariana. Foram para a sala de aula. Camila tinha de prestar bastante ateno, estava com notas baixas em matemtica. Queria recuperar, no queria repetir a srie. Se isso acontecesse se se separaria das colegas, amigas de anos. Resolveu estudar .

A tarde Mariana foi sua casa. Ca, estou chateada, aborrecida, triste... O que ac onteceu? Voc no conta para ningum? Acho que meu pai arrumou outra mulher e quer se separar de Mariana comeou a chorar. Calma, Ma, no faa drama aconselhou Camila. Fal com seu pai, pea a ele para pensar melhor. J fiz e sobrou para mim. Papai ficou n ervoso e exigiu que eu no me intrometesse. Mame disse que no quer que eu interceda por ela e que para eu no me meter onde no sou chamada. Fique quieta, Ma, deixe que eles resolvam. Cuide de voc! No fcil, eu os amo e quero-os juntos! minha me.

Choramingou Mariana. Nem sempre os pais ficam juntos, ir continuar a amlos e eles a voc. Logo estar moa, formada e ir trabalhar, casar, sei l, e sair de casa. Procure aumentar a discrdia, ore bastante, vibre por eles com amor e no se aflija, quem s abe eles resolvem ficar juntos? Casamento complicado! No entendo expressou Marian a -, na semana passada fui ao casamento de uma prima, os noivos estavam to apaixo nados e felizes! Mame falou que quase todos os casamentos so assim, os dois enamorados e alegres. Que todos deveriam se casar co m mais idade, ela e papai se casaram muito jovens. Que quando so mais maduros, sa bem melhor o que fazem. Eu no sei o que acontece, o tempo passa e muitas unies aca bam.

Que bom seria se todos os casados fossem felizes para sempre e o amor durasse su spirou Camila. Mudaram de assunto. tarde Lo chegou em casa machucado. Brigou. Cam ila, resmungando, foi ajud-lo. Mame ir ficar brava com voc. Brigar feio! A me cheg e levou um susto. Leonardo, o que aconteceu? Ricardo. Mame, por favor, me deixe e xplicar. Ricardo estava chantageando alguns meninos, pedia dinheiro para no bater neles. Fez isso com Guilherme, o coitado est com o pai desempregado e tinha s o d inheiro do livro que ia comprar. Guilherme est adoentado, ele franzino. No deu, in terferi. Ricardo me deu um tapa no rosto, ento briguei com ele. Quando viram que eu levava a melhor, alguns garotos interferiram e o surraram. Tive que interferi r novamente, acabamos todos na diretoria. Sem medo. falamos ao senhor Farias o q ue ocorria. Ele nos repreendeu, deveramos ter contado o que acontecia para ele. F omos dispensados e Ricardo ficou, acho que iro conversar com os pais dele. Guilhe rme me agradeceu, e os meninos me chamaram de corajoso. Lo disse Lcia, suspirando -, bom defender o fraco do forte. S que no agiu certo brigando. Creio que eu dever ia ter ido na escola. Por favor, filho, no brigue mais, prometo a voc que interced erei se houver uma prxima vez. Fique longe de Ricardo. V se lavar, passarei remdio depois do banho. "Lo o mximo" pensou Camila, e disse: isso a, garoto! S que tom dado com ele, poder querer se vingar.

Arrependeu-se de ter falado ao notar que a me preocupouse. Vou amanh a sua escola disse ela. Viu o que voc fez? Indagou Leonardo. Deixou mame preocupada. No me fa assim! No porque deu uma de valente na escola que tenho medo de voc! Respondeu Cam ila, em tom alto. Rebelde sem causa! V arrumar uma causa! Exaltouse o garoto. Que causa? Perguntou Camila, enfezada. Sei l, quem tem de arrumar voc. Garota chata! Parem com isso e j! Ordenou a me. Leonardo foi para o banheiro e Camila para seu q uarto. "Rebelde? Foi procurar no dicionrio, para ver se encontrava outros signifi cados alm daquele que conhecia. Que se revolta, teimoso, indomvel, etc. Ser que sou isso?" Sua av Esmeralda, a me de seu pai, que era viva, estava sempre dizendo isso a ela e o pirralho do irmo repetia. Sua av no era ruim, ao contrrio, muito boa, est ava sempre auxiliando seus pais, ajudando sua me, que sempre trabalhou fora. Eles ficavam muito na casa dela. E a av lhes dava muitos presentes. "No quero ser rebe lde! Se pelo menos achasse uma causa para responder: Sou por isso! Mas por qu? Pa ra ser independente? Para fazer o que com a independncia? Xii, parece que vejo d. Pedro I gritar: 'Independncia ou morte.' Mas liberdade para qu? At que seria bom, mas... melhor eu pensar at achar uma causa. E se no achar? Ento melhor no ser rebelde..." A inda bem que encontrou Raquel ao ir para a aula de ingls. Foram conversando.

E a, Ca, o Rogrio tem lhe falado? Que nada! Ele tmido ou no est mesmo interessad mim respondeu Camila. J lhe disse, fale voc com ele ou esquea-o aconselhou Raquel. No tenho coragem, acho que melhor esquec-lo. Se as finanas no melhorarem l em casa, airei do ingls e eu s o vejo nesta escola. Puxa, conversa com ele! Animo garota! M otivou Raquel, se despedindo. Camila, ao entrar na escola, viu Rogrio parado lend

o recados no quadro de avisos. Aproximou-se, sentiu as pernas trmulas, resolveu s eguir os conselhos da amiga. Quase engasgou ao falar: Oi, Rogrio! Voc fez a lio nmer trinta e sete? difcil, no acha? Oi, Camila! Tudo bem? Fiz, acho que vou acertar t odas. S tive dificuldade em uma questo do exerccio, mas meu pai me ajudou. Um garot o, amigo dele, o chamou e ele saiu sem se despedir. Camila suspirou: "Acho que estou mesmo apaixonada!" E como sempre a au la de ingls passou rpido e ele s se despediu dela com um tchau. "Poderia ter conver sado mais comigo se no fosse aquele garoto cham-lo. Bem, mas J alguma coisa, vou co ntar para a Bel." Em casa, telefonou para a amiga, que no estava. Pensou em ligar para as outras meninas do tipo, mas lembrou da bronca da me e desistiu. Amanh fal o tudo a elas." Aguardou ansiosa o dia seguinte.

O Centro Esprita que freqentavam era muito organizado. No sbado noite, s seis e meia , havia encontro de pais e evangelizao infantil para os filhos em trs sries: os pequ eninos, at cinco anos, na primeira classe; de seis a oito na segunda; e de nove a onze na terceira, embora alguns de onze fossem para a Mocidade,que tambm era div idida em duas classes, de doze a quinze anos e outra para os mais velhos. Leonar do estava na terceira fase do Infantil e Camila na primeira da Mocidade. Eles go stavam muito, como tambm seus pais iam com prazer. Reuniam-se para ouvir palestra s ou para conversar sobre problemas comuns e isso os ajudava muito. Mirna, uma me que freqentava o grupo, que era tambm psicloga e esprita estudiosa, estava conversa ndo com os pais, orientando-os principalmente em como resolver os problemas com os filhos. Lcia comentou um dia, quando voltavam do Centro Esprita para casa: Mirn a boa profissional e pessoa, ela tem nos dito para no descontar nos filhos nossas ansiedades e preocupaes. Recomenda-nos a repartir com vocs nossos problemas e o qu e vou fazer. Estou com medo e preocupada. Trabalho h doze anos nessa firma. L tenh o amigos, gosto dos patres, mas a empresa no est bem e tememos que venha a fechar. Certamente, se isso acontecer, iremos passar por dificuldades. Estou triste tambm pelos donos, lutam valentemente para que isso no acontea, e pelos colegas, so pess oas que precisam... Mame, voc arrumar outro emprego animou-a Leonardo. No est f a suspirou. Estou dizendo isso a vocs para que me entendam. Se

Eu ficar nervosa, me compreendam. No quero descontar em vocs... Lcia falou Osmar -, peo-lhe para no se preocupar tanto, daremos um jeito. Vamos cooperar, no crianas? um! Resmungou Camila, que no gostava que a chamassem de criana. Sorriu, entendeu q ue para os pais ia ser criana por muito tempo. Eu vou! Exclamou Leonardo. No vou d eixar mais a sala suja, vou fazer tudo bem-feito, estudar mais e no brigar. Falan do em brigar, como est Ricardo? Perguntou Lcia. Quieto! Respondeu Leonardo. O bom nisso tudo que me tornei grande amigo de Guilherme. Ele legal. Sabem que o pai d ele arrumou emprego? * Na quarta-feira sua me chegou com a triste notcia: a empresa em que ela trabalhava fechou, os donos indenizaram todos e as portas foram fechadas. Rejane inquietou -se: Puxa, dona Lcia, que ruim, como uma coisa puxa outra! Certamente tambm ficare i sem emprego. Rejane, por enquanto tudo fica como est. Vou procurar outro trabal ho. Camila trancou-se no quarto. Teve medo. Ficou apreensiva e pensou: "Vou me d esmanchar em lgrimas". Mas no o fez. Pensou na sua av Esmeralda, que lhe dizia: "S c horar no resolve". Teve pena de sua me, era to dedicada ao emprego. Tambm se entrist eceu pelos colegas dela, conhecia muitos deles, eram pessoas agradveis e alguns estavam com mais idade, no seria fcil para eles. "M ame est triste concluiu. Quando sou eu que fico assim, ela vem me agradar, quer sa ber o que se passa para me ajudar. Ser que no devo fazer o mesmo? Acho que todos g ostam de agrados". Lcia estava em seu quarto, no escuro, e Camila bateu na porta.

Mame, posso entrar? Sim. O que quer? Respondeu Lcia. Camila entrou, a me estava s ntada numa poltrona, chorando. A garota ajoelhou perto, dela. No chore, mame! Esto u desabafando! triste o que aconteceu, lutamos para evitar a falncia, todos esto d esgostosos, tristes e encostou a cabea no colo apreensivos. O papai est empregado... Consolou a mocinha. Graas a Deus! Filha, Ger aldo e Snia, que trabalhavam l havia vinte anos, esto agora desempregados e Helena, a filha deles, est doente, com cncer. Camila teve vontade de pedir novamente para a me no chorar, como dizia a sua av a ela, porm percebeu a diferena, ela fazia por m otivos tolos e sua me tinha srios. Admirou-a, no chorava por ela, mas pelos amigos, colegas que ficariam desempregados, e pelos donos, que certamente estariam em s ituao pior. Levantou, abraou a me, passou as mos pelos seus cabelos e disse com since ridade: Mame, no fique triste assim. Amo voc! Obrigada, filha! Agora me deixe sozin ha, preciso pensar um pouco.

Camila saiu. Lcia se ps a pensar na atitude da filha e sorriu. s vezes tinha dificu ldade em lidar com os filhos, Mirna estava ajudando-a como a outros pais. Teve mp eto, quando ela bateu na porta, gritar para que no a enchesse, para que a deixass e em paz. Mas ainda bem que seguiu o conselho de Mirna, foi to bom receber o beij o, o apoio da filha. "E concluiu -, quando no sabemos lidar com certas situaes, bom se aconselhar com outros". O pai os reuniu noite. Filhos, espero que compreenda m nossas dificuldades. Lcia e eu decidimos diminuir as despesas para que no venham os a nos endividar. Sinto muito, mas teremos de tir-los do ingls e Leonardo do jud. Os dois ficaram tristes, nada falaram, entenderam. Camila foi para o quarto abo rrecida. No veria mais o Rogrio, chorou at dormir. Na quinta-feira foi sua ltima aul a. No se despediu de ningum, se o fizesse iria chorar. Olhou para o Rogrio, to lindo ! Sentiu-se infeliz, mas no falou nada para os pais, para no entristec-los mais ain da. Leonardo foi sua ltima aula de jud e chegou em casa eufrico. O que aconteceu, L ? Pensei que voltaria arrasado. No foi hoje sua ltima aula de jud? Conversei com me u professor, falei a ele toda a verdade, ele pensou um momento e me props: "Lo, seri a uma pena voc deixar o jud, gosta tanto. No cobrarei sua mensalidade e poder treina r como sempre, at que tudo se normalize em sua casa. S que voc passar a me ajudar du as vezes por semana com as aulas dos meninos pequenos.

Aceita?" Concordei na hora. Espero, mame, que no se oponha, no atrapalhar em nada, a inda mais que sa do ingls. Est bem, filho concordou Lcia. Lo se virou pensou Ca om, pelo menos vai continuar no jud. Ah, se eu arrumasse um modo de continuar no ingls... J sinto saudade do Rogrio". No sbado seguinte, no encontro no Centro Esprita , Lcia contou aos outros pais seu problema e lhe foi oferecido um trabalho temporr io numa clnica. Seria atendente, ficaria no lugar de duas funcionrias que tirariam frias, seria por um ms e meio. Vejam que bom disse Lcia quando estavam indo embora -, comearei na outra semana, na segunda-feira. Estou pensando em fazer um curdo de computao noite, quero estar mais preparada para competir no mercado de trabalho . "QUE bom ver mame mais animada!" Pensou Camila. Neide e Apolo, um casal muito s imptico que havia anos se dedicava a instruir, orientar sobre a Doutrina Esprita, resolveu convidar Mirna, a psicloga, para que uma vez por ms fosse reunio conversar com a Mocidade, um sbado com a primeira turma e no outro com a outra classe. Na primeira aula, os jovens ficaram um pouco inibidos, conversaram sobre alguns pro blemas. Em casa no me deixam falar queixou-se Rodrigo. Meu irmo mais velho diz que eu s abro a boca para falar besteira. Tambm sinto falta de ateno, quero chegar em c asa e falar o que me aconteceu, so importantes para mim, mas no querem me ouvir fa lou Mar. O ser humano gosta mais de falar do que ouvir

esclareceu Mirna tranqilamente. Para todos ns o que nos acontece importante, e par a os outros nem tanto. Vocs devem entender que com todos de casa acontecem fatos. Se o pai chegar cansado e estiver com problemas, apreendam que quer descansar, ficar quieto, ler o jornal para se distrair. E a me, se trabalha fora, muitas vez es tem muito que fazer em casa ou tambm est exausta. No devem chatear-se, no falta d e ateno ou amor, cansao, problemas. Assim, quando eles no esto a fim de conversar, f lem o mais importante. Minha me reclama que eu s vejo problemas ou dou problemas q ueixou-se Luiza. Tente entend-la, Luiza. Ser que essas reclamaes no tm um pouco de dade? Ser que voc, garota, est se comportando devidamente? Procure no ser problema e nem dar preocupaes. Vocs passam por um perodo muito bonito, so jovens, sadios, intel igentes e lindos. O encontro foi muito interessante. Camila saiu com Mirella, qu e tambm era colega de classe na escola. Ca, me acho feia, sem graa, quase que fale i para Mirna, mas fiquei com vergonha. Mame me diz que besteira, que sou bonita, mas sei que no. Meus seios so grandes e... Acho que foi uma tima idia da dona Neide e do senhor Apolo nos dar um dia para que juntos resolvamos nossos problemas. Se no falou hoje, fale da prxima vez. Tambm estou com um problema: todas as minhas amigas j ficaram menstruadas e eu no... Separaram-se. Camila ficou noite pensando no Rogrio. No o vi u mais. Queria muito encontrar com ele, mas no sabia nem seu telefone. Resolveu d ormir. Na segunda-feira, no recreio, Mirella se queixou: Sou to feia! S visto camisetas p ara tentar esconder meus seios, so grandes e horrveis. Cada uma reclamou de uma co isa e Beatriz teve uma idia. No vamos ter a aula de cincias, a professora Leonor ir faltar. Em vez de ficarmos fazendo a lio na classe, por que no pedir para conversar com a Slvia, que trabalha na diretoria da escola? Ela to atenciosa e boazinha! Ap laudiram a idia e com permisso l se foram. Slvia, muito simptica, escutou-as sorrindo e esclareceu: Nada de complexo! Todos ns temos nossos valores. Voc, Mirella, no te m seios grandes, que eles se desenvolveram primeiro que o das amigas. So normais e, se forem um pouco maiores, lembro-a das diversidades, somos diferentes. Que c hato se tudo ou todos fossem iguais! A beleza est na diferena. Nessa idade umas se desenvolvem primeiro que as outras. Sara tem os seios pequenos, mas quando dese nvolver, talvez fiquem maiores que os seus, Mirella. E voc, Camila, no se preocupe , a primeira menstruao no tem idade certa para vir. Depende de muitos fatores, para algumas meninas ela vem mais cedo; para outras, mais tarde. Tudo normal! Depois de muitas perguntas e respostas esclarecedoras, sentiram-se aliviadas e resolve ram deixar de lado os complexos, principalmente porque entenderam que eram norma is. Ao sarem cruzaram com um grupo de garotos. Parecia, pelas suas expresses, que eles tinham problemas parecidos. Eles tambm tm seus complexos cochichou Beatriz. no os alimentar, como disse Slvia, que eles morrem de fome. Temos de olhar de fren te nossos complexos e resolver que eles no nos incomodaro mais e elimin-los. O meu vai morrer, decretei sua morte neste instante. No vou alimentlo. Acabou! Sou norma l! Que alvio Exclamou Camila. Mesmo se no fosse normal, deveria elimin-los

complexos s prejudica. No meu prdio tem uma menina que paraplgica, anda na cadeira de rodas. Ser que ela tem complexo? comentou Sara. Ela at que tem motivos falou Be atriz. Ser herona se lutar contra eles e vencer. Se uns conseguem matar o complexo , ela tambm pode. melhor viver sem eles. Como disse Slvia, se voc o alimenta, se fi ca pensando o que os outros podem achar, s sofre. Deve dar valor ao que voc e no op inio que outros podem ter de ns. O importante se achar capaz e ampliar essa capaci dade. Voc entendeu direitinho o que Slvia nos disse Camila falou sorrindo. No quer ser uma pessoa que acata fcil a opinio dos outros. Mas como mame diz, sbio aquele q ue analisa e acolhe as experincias boas de outras pessoas expressou Beatriz. E Slv

ia estudada, entende, explicou muito bem. Gostei! Exclamou Mirella. Camila e Leo nardo estavam cooperando em casa. A garota estava preocupada com suas notas de m atemtica. "Que matria chata!" pensava. Conversou com sua professora de matemtica e acharam uma soluo. Camila, queria fazer um curso na parte da tarde e no tenho com q uem deixar meus dois filhos pequenos, eles ficam com minha me pela manh para que e u possa dar aulas, mas tarde ela trabalha. Esse curso muito importante para mim, so duas semanas. Pago-lhe a passagem do nibus e aps o curso darei

aulas a voc tambm em minha casa, at que se recupere. Aceita ficar com eles para mim ? A garota entusiasmou-se, conversou com a me, esta permitiu. Foi puxado. Camila saa da escola, corria at sua casa, almoava e pegava o nibus, chegava na casa de dona Ceclia quando esta j estava saindo. Os dois garotos, um de quatro e outro de trs a nos, eram bonzinhos. A casa da professora era simples, a mocinha entendeu que su a mestra tambm tinha dificuldades financeiras. No s ficou com os garotos como fez a lguns servios e brincou muito com os meninos. Deu certo, dona Ceclia fez o curso e aps deu aulas para ela, que entendeu as dificuldades e at achou que se enganara, a matemtica no era chata. Para seu alvio, recuperou as notas, j no ia ficar de recupe rao em nenhuma matria. E como lhe fez bem ter resolvido sozinha esse problema! Acon teceu o segundo encontro com Mirna, a psicloga, e foi emocionante. Ela indagou: Q ual o maior problema que vocs tm com os pais? Ou melhor: Qual a maior preocupao del s em relao a vocs? Foram ditas algumas: gravidez, medo das ms companhias, reprovao na escola; e todos foram unnimes: drogas. Samuel, o Samuca, pediu para falar, ele er a extrovertido, louro, com sardas pelo rosto, muito agradvel e bonito. A turma qu ietou-se e ele disse: Pedi opinio para minha me e achamos juntos que seria interes sante eu contar a vocs minha experincia, a triste... Fui convidado para ir numa fe stinha. No era do pessoal da minha turma, era de uns garotos da escola e no os con hecia direito. Mas eles so de causar inveja, vestem-se na moda, so alegres, no ligam para o estudo, e eu tolamente desejei ser como eles. A festa seria na casa da Mrcia, pois seus pai s estavam viajando. Os convidados contribuam com uma quantia em dinheiro e a fest a seria um sucesso. Mas, sabendo que meus pais no iam deixar, resolvi mentir, dis se a mame que ia no aniversrio de Lu, um amigo de infncia, e que ia dormir na casa dele. E l fui eu para a festa. Caco me apresentou a outros que eu no conhecia. No t inha muita gente, havia algumas meninas, som alto e bebidas e, de repente, droga s, cigarros de maconha e cocana. "'Nunca usou? Cara, voc um bobo, no sabe o que est perdendo! E, o carinha aqui nunca provou.' Caco riu alto. A turma me cercou, me e xaminando, e uma garota zombou: 'Por que veio aqui? H sempre a primeira vez. Vamo s dar a voc para que experimente'. Riram, eu me apavorei e uma outra menina se ap roximou: 'No se apavore, garoto, voc est entre amigos. uma honra comear conosco. Se estiver com medo, caia fora ou fique e conhecer o que bom!' "Falavam, falavam, eu no sabia o que fazer, no ntimo uma vozinha me pedia: 'Cai fora, Samuca! V embora!' E eles me motivando. Uma garota me beijou e disse: 'Toma! Toma!'" Samuel fez um a pausa e enxugou umas lgrimas. O silncio era total, todos da classe olhavam para ele, que continuou a falar: E eu experimentei, aspirei o p branco, a cocana. Que s ensao estranha! Nunca senti uma uma euforia como aquela, me tornei outro. Para mim tudo estava liberado, no tinha obstculo, tudo lindo, dancei, ri, me senti livre, achando que poderia at voar. At que uma das garotas sentiu-se mal, apagou, como diziam, desmaiou no meio da sala, ficou cada no cho. E eu achando tudo certo e maravilhoso. Ainda bem que um dos convidados, que embora menor de idade estava com o carro dos pais, disse: "A festa acabou, desligue o som, cada um para sua casa, vou levar esta garota para um pronto-socorro. Se ela morrer aqui, Mrcia ter problemas. Paro o carro na porta do hospital e largo-a l, eles que cuidem dela; d epois, ela que se vire, quem mandou se exceder?" "Caco me puxou, me vi na rua ri ndo sem parar e cada um foi para um lado, andei e parei num jardim, sentei num b anco, no tinha sono e ria muito. Foi me dando vertigem, enjo e vomitei muito. Melh

orei, resolvi ir para casa. Toquei a campainha muitas vezes. Mame, quando me viu, abriu a porta assustada. 'O que aconteceu, Samuel?' Me esforcei para falar, no c onseguia coordenar os pensamentos, tentei inventar uma desculpa: 'E que briguei com o Lu e...' 'Voc est bem? Bebeu? Usou drogas?' Indagou papai, falando a palavra drogas baixinho. Olhei para eles e ri. 'Voc no est bem.' Falou papai. 'Vamos lev-lo ao prontosocorro!' Expressou mame. 'No, creio que no preciso. Vou coloc-lo no chuv iro, a pulsao est normal' disse papai. Me deram um banho e me colocaram na cama. Me us pais ficaram comigo, no dormi, comecei a ter vises estranhas, s vezes caa de um p recipcio, em outras seres monstruosos acercavam-se de mim, tive anseios e me apav orei. Melhorei horas depois, me acalmei e dormi. Quando acordei, tomei outro ban ho, mame pediu que me alimentasse, depois os dois me chamaram para uma conversa n a sala. 'Conte tudo, Samuel pediu mame. Telefonei para o Lu, ele me disse que no t eve festa na casa dele e que nem o viu'. Tive vontade de chorar e o fiz. Me enve rgonhei, e foi depois de minutos que consegui falar e lhes contei tudo.

Mame chorou, papai se entristeceu e disse: 'Filho!' A chorei mais. Conversamos por horas, queriam saber se eu tinha motivos para fazer o que fiz. Creio que no se tm motivos, s desculpas, e eu nem isso tinha. 'Vou tir-lo desse colgio' disse mame. 'N , Samuel tem de enfrentar o problema' decidiu meu pai. "Errei, entendi que bobee i e meus pais perderam a confiana em mim. Aceitei as consequncias. No saio mais soz inho, se vou a algum lugar meus pais me levam e buscam. Estou indo a uma psicloga , no tenho mais mesada e at que prove o contrrio, no sou digno de confiana." Samuel s uspirou e Marcelo indagou: Samuca, como se sente depois dessa experincia? Um perf eito idiota! No, idiota um doente. Um bobo! Sei l. Vou fazer quatorze anos e j me m eti numa fria. No deveria ter ido nessa festa, me arrependo bastante, e l, vendo o que acontecia, deveria ter ido embora. Souberam mexer com meu orgulho e eu ca na deles. Embora atualmente esteja mais difcil forar algum a se drogar, as pessoas of erecem drogas normalmente. Papai telefonou para o hospital para se informar sobre a garota; el a quase entrou em coma por uma overdose. Depois telefonou para o tio de Mrcia, in formando o que aconteceu, e este chamou os pais dela. Passei a evitar essa turma . Caco que me procurou, mas fui sincero com ele: Caco, no quero isso para mim, por favor". Io gostou?" Perguntou ele. "No quero!" respondi. Houve insistncia tentado ra. Tenho sido firme, no quero. Entristeo toda vez que me lembro de mame chorando e papai preocupado, no deveria ter feito isso. Sabem por que estou falando isso a vocs? Porque minha experincia com a droga foi um aprendizado. Creio que seria um c andidato a ser um viciado,

um dependente. Sabem por qu? Porque gostei. Sim, me senti bem, embora depois tenh a sido horrvel ver aquelas figuras grotescas, o enjo. Por isso que muitos no recusa m a segunda, a terceira e pensam: paro quando quiser. Mas no bem assim. Vicia-se e difcil sair porque a maioria gosta, como eu, embora compreendi que melhor ter a legrias com o que verdadeiro e duradouro. Tenho sonhos, sempre os tive. Quero se r engenheiro, casar, ter filhos, mas ser que isso aconteceria se me tornasse um v iciado? No, isso no vale a Pena. Sabem o que conclu tambm? Que com o efeito da droga , para mim tudo era normal. Ainda bem que no fiz algo errado, porque ia me doer m uito. Com ela me tornei um bobo alegre, alegria falsa, passageira. Meu pai me le vou num lugar onde garotos se drogam, muitos j no se importam nem com a higiene, o utros parecem transformados, soube de que muitos deles roubam, se prostituem par a ter dinheiro. So todos infelizes. Vios, emocionei-me e chorei. Muito triste! No quero isso para mim. Samuel, voc repetiria isso tudo? Perguntou Mima. No! No quero ser um dependente. Quero realizar meus sonhos. E sabem por que falo isso a vocs? Para que no caiam nessa. Poderia dizer s as coisas ruins. Mas sabemos que se fosse s ruim, por que muitos as usam? Como diz meu pai, a droga envolvente, parece lin da e maravilhosa externamente, mas terrvel, horroroso o seu efeito, internamente. S os tolos se envolvem. No experimentem. Ningum precisa disso! Nada que falso dura . Estamos na hora disse Mima. Agradeo a voc, Samuel, pela sua coragem. E no caia e

outra, garoto, seja forte! Camila foi para casa chocada, comentou por dias o que escutou. E passou a ser ma is esperta. Nada de se envolver em situaes de risco. A direo do Centro Esprita resolv eu promover palestras sobre o assunto para os pais, para as crianas e reuniram as duas classes da Mocidade. Foram convidados mdicos, psiclogos, pessoas que trabalh am em grupos de apoio a drogados. Foi muito proveitoso. Ficaram todos sabendo o que era droga, como era usada, seus perigos, sensaes, etc. Camila impressionou-se com os dados estatsticos de desencarnes, sequelas e tantos

acontecimentos ruins que envolvem um dependente qumico. Muito comentou: Sabe que cheguei concluso de que tem muito a ver esse estudo com a religio? Voc est gostando Marcelo? Por que chegou a esta concluso? Perguntou Neide, a coordenador. Marcelo sorriu ao responder: Se o Espiritismo nos recomenda a compreenso e o estudo para progredir, evoluir, deve dar metas de bem viver. Reconheo que as drogas so uma am eaa integridade do ser humano. Acho que um drogado no consegue entender bem nenhum a religio, e como melhor prevenir que remediar... Nosso Centro Esprita est de parabn s, aprendi muito nessas palestras, nessas conversas informativas, sinto-me apto pelo conhecimento a evitar situaes de risco e nunca experiment-las, e at se falou so bre drogas na Mocidade. Marcelo aconselhar outros a no faz-lo.

O objetivo da Mocidade Esprita expressou Neide tranqilamente ensinar a Doutrina a s jovens, e temos feito isso. Mas vimos a necessidade de orient-los em outros assuntos do interesse de vo cs. bom fazer isso em grupo e com pessoas que sabem orientar. Todas as religies de veriam orientar seus jovens. S dizer que no pode, que no presta, vago; falar e prov ar o porqu esclarece, e aqui usamos a verdade. O falso prazer no conduz a nada, po r nada devemos nos envolver em situaes de risco que nos traro sofrimentos. Vimos ne sse estudo extra muitas situaes vexatrias, perigosas, como tambm as dificuldades que pode passar o indivduo dependente se

desencarnar viciado. E inteligente no procurar aes que nos traro reao de dor. Quem qu r falar quais so as drogas mais conhecidas e usadas? Samuel pediu para falar. Coc ana uma substncia extrada das folhas de uma planta, um estimulante, deixando o usur o mais excitado. Pode ser aspirada, injetada ou fumada, que o crack. Ela diminui o apetite, causa insnia, dores de cabea, nuseas, vmitos e muitas outras coisas, e a pessoa viciada, alm disso, pode ter delrios, tremores, convulses, e pode ocorrer p arada cardaca e respiratria. "O crack, como j disse, a cocana fumada e a mais perig sa forma da coca. Ela age diretamente nos neurnios,

aumenta a presso arterial, levando ao risco de enfarte e derrame. muito perigosa e tem matado muito aqui no Brasil. Vicia rpido, o efeito passa depressa, levando a pessoa a us-la cada vez mais. Tambm conheo a maconha, que fumada, levando tambm ao vcio e quase sempre seu usurio procura outras drogas. H a herona, a cola de sapateir o. Todas perigosas e danosas." No podemos esquecer disse Mar do lcool e do

cigarro, que so tambm muito prejudiciais sade e sociedade. O lcool tem sido a causa de acontecimentos desastrosos. Muito bem, Mar, sua opinio foi boa. Mas agora me re spondam: Por que vocs no usam drogas? As respostas foram diversas. Porque sei que fazem mal. NO sou tolo, se me vcio estou arruinado. Sou livre e no quero ser escrav o de nenhum vcio. Elas podem nos envolver com o falso prazer e depois acabar com a gente. Sorte minha que no tomo drogas, e ao ver pessoas, s vezes amigos, usandoas, penso que se no fizer nada por medo de ser chamada de careta ser covardia, por que careta aquele que tacha os outros. E agora, com esses ensinamentos, me sinto

mais confiante para falar com eles e pedir que parem ou que pensem melhor no as sunto. disse Luiza. Quando decidi no usar drogas porque tenho autoestima, segurana e gosto de viver falou Camila, empolgada. O bom disso tudo opinou Rodrigo que c ompreendi que um drogado no consegue atinar a complicao em que se meteu e que a des intoxicao pode ser dolorosa e demorada. Todos que decidem se drogar deveriam saber dos perigos que correm. Creio que a falta de informao que leva muitos a entrar ne ssa encrenca. Neide se deu por satisfeita, a turma assimilou bem o assunto. Na e scola, Camila conversou com as amigas sobre as drogas. de arrepiar, mas ouvi diz er que uma garota da oitava srie saiu com um rapaz e que encontraram com sua turm a. Ela

fala que foi obrigada, ningum sabe, mas tomou drogas e foi estuprada. Foi uma con fuso. A famlia dela ainda achou que errara por ter sado escondida e com um cara que no sabia bem quem era. Foi um horror, a polcia a achou com pouca roupa e toda mac hucada falou Roberta. Que deprimente! Vamos mudar de assunto! Pediu Camila. Ah, no! Exclamou Sara. Vou contar a vocs o que aconteceu com minha vizinha. A garota s empre foi rebelde, no queria estudar e se envolveu com pessoas que se drogam. Coi tada da me dela, viva e faz tudo pela filha! Isso j vem acontecendo h tempo, intern da, sai e fica boazinha uns tempos, arruma confuso de novo, e a me sempre acudindo . Para ter dinheiro se prostituiu. Mas, numa internao, conheceu um garoto que tambm estava tentando se livrar das drogas e comearam a namorar, pareciam apaixonados. Ela foi passar uns dias na casa dele, quando sairam do hospital. Os pais ficaram esperanosos, confiantes, pensavam que um ajudaria o outro. Mas, num final de sem ana, o garoto foi casa dela. A me, coitada, fez tudo para agrad-lo, os dois saram e voltaram drogados. Ele ficou agressivo, prendeu a me e ela em casa, bateu nelas, riscou-as com a faca, deu tanto na garota que ela ficou toda marcada, uma vizin ha chamou os pais dele, que vieram busc-lo. Ele estava pssimo, levaram-no para o h ospital. Os pais dele falaram que a droga o faz ficar agressivo e que ele j tinha tentado matar a me com um revlver, atirou, mas ainda bem que pegou no brao. Acabou a histria de amor. A menina est assustada, machucada, quieta e com medo. Essa viz inha, a me da garota, se queixa de que no receber apoio e que a filha no tem amigos bons. Mas, como mame diz, difcil quem no se envolve com drogas sair com ela,

e minha me no quer que eu lhe tenha amizade, acha que no tenho maturidade para esta r em situao de risco, e eu concordo! Sabem como comentam, posso ser tachada de pro grama ou de drogada. difcil! Exclamou Camila. Que situao! A garota precisando de oio e to complicado lhe dar. Se pelo menos tivesse certeza de que realmente no que r mais se drogar... um caminho perigoso o de quem se mete com txico. De difcil ret orno. Entrar fcil, mas para sair preciso muita vontade e ajuda falou Mariana. Por isso, garotas, devemos ser prudentes. Se somos candidatas a ser felizes, no vamo s nos envolver com esses venenos. Nada de txicos! Entusiasmou-se Camila. Nada! Re petiram. E h muitas histrias, fatos ocorridos por todo lado, e nenhuma com final f eliz. Txico veneno que no s corri o corpo mas prejudica tambm o esprito. Venceu o c rato de Lcia no seu trabalho temporrio, e outra amiga arrumou outro emprego tambm p or tempo limitado e com a remunerao menor. Era num bazar de objetos usados, seria por vinte e um dias, sem folga. Vou aceitar disse Lcia -, no quero parar e nem ter de dispensar Rejane. Mas, nesse tempo, a av Esmeralda ficou doente, a famlia se p reocupou, gostavam dela, estava sempre ajudando todos, cuidou muito dos netos, p rincipalmente de Camila e Leonardo, que moravam perto. Era me de Osmar e tinha ma is dois filhos, mas todos trabalhavam fora. Quando venceu o perodo de trabalho de Lcia, ela resolveu no procurar outro e cuidar da sogra. garota de

Como j fazia algum tempo que a me de Camila recebeu o dinheiro da indenizao, se reun iram para ver o que fariam com ele. Troque de carro, mame pediu Camila. Compre um novo opinou Leonardo. No, meus filhos, isso imprudncia, melhor guardar. Se demor r a encontrar outro emprego, esse dinheiro servir para completar o oramento. Depoi s temos dona Esmeralda doente, talvez venhamos a precisar falou Lcia. Obrigado, q

uerida emocionou-se Osmar. Estou preocupado com mame. Sou grato a voc por querer c uidar dela. Ela j nos ajudou tanto... Depois sua me, av das crianas, e sempre foi t boa. Fao com prazer. Dona Esmeralda piorou, Lcia ficava muito na casa dela, s vezes at dormia l. Foram vinte e sete dias corridos e preocupantes. Camila chorava, no q ueria que a av desencarnasse. Mas, pondo em prtica o que aprendera, orava com f pedindo o melhor para ela. Queria que vov sarasse choramingou a garota. Seu pai a abraou e consolou : Todos ns, filha, temos um tempo para estar encarnados. Mame aproveitou bem esse tempo e ela no teme a desencarnao. Se sarar ser maravilhoso para ns, que desfrutaremos mais de sua companhia, mas se desencarnar, temos de entender que a vida continuar para ela. No plano espiritual estar sadia e feliz. Dona Esmeralda foi internada na U.T.I. de um hospital por trs dias e desencarnou. Foi uma desenc arnao tranqila, como tinha sido sua vida.

Camila achou o velrio deprimente, sua tia Iolanda, que no era esprita, chorou muito . A garota tambm teve vontade de chorar, mas preferiu orar junto de seus pais par a a av, querendo que estivesse tranqila, pudesse ser socorrida e desejando que fos se para uma colnia linda, encontrasse com seu av e vivessem os dois no plano espir itual felizes e em paz, porque ela merecia. Em casa, aps o enterro, Camila chorou . No chore, filha consolou o pai. Afetos s se ausentam, minha me sempre nos amou e continuar a nos amar. E nossa prece e saudade devem ser para ela incentivo para a continuao da vida aps o desenlace. Pessoas que tm afinidades espirituais no tm

distncia a separ-las. O universo pequeno para os que se amam expressou Leonardo. Q ue beleza! sua essa frase? Indagou Camila. Claro que no! Li em algum livro respon deu o irmo. Ah, sim, deveria saber falou a garota. Minha irm, o importante coloca em prtica o que lemos de interessante e bom falou Leonardo. noite os tios vieram casa de Camila, para resolver o que fazer com os pertences da av. Osmar e Lcia fa laram sobre a Doutrina Esprita para consolar tia Iolanda. Osmar comentou: A vida no acaba com a morte do corpo fsico, nosso esprito sobrevive, no perde a individuali dade. Mame nos queria muito e continuar nos amando. Sempre quis nos ver bem e esse sentimento no mudar, ir querer que continuemos alegres e sem problemas, no iria que rer que sua desencarnao seja para ns uma dificuldade ou um sofrimento. Onde est mame Perguntou Iolanda.

Mame certamente est com papai respondeu Osmar. Eles se queriam muito. Pela sua vivn cia s pode ter ido para uma linda colnia, deve estar saudvel, alegre e feliz. Por i sso no devemos preocup-la com lamentaes. Porque, ligada a ns, sentir nosso choro, afl . Mas, se enviarmos a ela

pensamentos de incentivo e carinho, a deixaremos bem mais alegre. Como iam resol ver as questes financeiras, as crianas e os jovens foram para a varanda. Como a mo rte triste! Exclamou Lucila. Vou sentir falta da vov. Mas j pensou se fosse minha me? Que horror! Na semana passada, uma menina da minha classe perdeu a me. No diga perdeu, Lucila corrigiu Lo. Mingum perde ningum. A me dela desencarnou, isto , o e to deixou o corpo fsico pela morte deste. Entendeu? Foi viver em outro lugar, j qu e contnua a existir, porque ningum acaba. E, deve ser triste! Me a nossa defesa, mu ito em nossas vidas. No fcil passar por isso. Mas a vida... J sei, continua comple ou Lucila. A me foi viver l e a filha continua a viver aqui. Eu no saberia viver se m minha me... porque voc muito nova falou Mrio Lo, voc sentiria? Perguntou aro que sim! At adulto sente falta da me. Quando algum ainda criana fica sem ela, ac ho que deve ser para aprender a dar valor me respondeu Leonardo. Dramtico! Muito s ofrimento! Exclamou Lucila. Muitas pessoas passam por isso e sobrevivem. A vida ensina! Argumentou Camila.

A garota achou que a conversa era para crianas, resolveu nada mais comentar e s es cutar, mas concordou, a morte do corpo fsico faz muitos sofrerem, a ausncia do ser amado di. A desencarnao uma mudana de vida e entender essa mudana se torna mais fc para quem vai para o plano espiritual do que para os ficam. A reunio dos adultos acabou e os familiares resolveram que iriam vender a casa de d. Esmeralda e doar seus pertences. Foram embora, e Osmar comentou: Foi o melhor, no bom a casa fica r fechada. E o que no serve mais servir para outros. Venderemos a casa e repartire mos tudo igualmente. Que far com o dinheiro, papai? Indagou Leonardo. Vou quitar as prestaes da nossa casa, ser uma despesa a menos respondeu Osmar. Que bom que no eve brigas falou Lcia. triste ver irmos brigarem por herana. Ser que h pessoas igam por isso? Indagou Leonardo. H, filho. Por herana, por bobeira, briga se tanto ... Lamentou o pai. Que tristeza para o desencarnado saber que seus entes querid os brigam por isso! Suspirou Camila. por isso que peo a vocs dois para no brigarem para se amarem e serem amigos por toda a vida disse a me. Camila olhou para Leon ardo e sorriram. Se amavam, mas era to difcil no brigar. Mas podiam tentar. Lcia com eou a procurar emprego, no estava fcil, recortava anncios dos jornais, andava muito, e nada. Fez o curso de computao junto com Osmar. s vezes chegava nervosa e gritava, Camila fazia de tudo para no incomod-la, mas ela implicava mesmo era com o filho, este no tinha modos, sujava a sala com a mania de comer vendo televiso. O garoto estava torcendo para a me arrumar um emprego e lhe dar folga. Leonardo es tava triste e comentou com a turma dele, colegas de classe. Percebeu que cada um tinha um problema, trocaram idias e resolveram procurar Slvia, a moa simptica que t rabalhava na diretoria, que os atendeu com ateno. Slvia, sou pequeno, tenho medo de no crescer. Minha irm, na minha idade, era alta queixou-se Ismael. Meninas quase sempre crescem mais novas

respondeu Slvia. O crescimento no igual para todos: para uns mais lento; para outr os, mais acelerado, depende de muitos fatores. Voc muito jovem, crescer at os dezen ove anos. Tambm h o fator hereditrio, uns so mais altos que outros. Isso bom porque a diversidade entre as pessoas nos ensina a respeitar o prximo, apesar das difere nas. Voc, Ismael, crescer mais caso se alimente adequadamente. Deve comer alimentos ricos em vitaminas, clcio e fazer exerccios. Voc estudou isso em cincias. Mas voc, p ela sua idade, est dentro da normalidade. No se chateie por isso. Slvia, no arrumo n amorada, as meninas no gostam de mim. Sou feio! Falou Stefano. No acho voc feio, b nito, e tenho bom gosto! Falou rindo a moa. Ser que est na idade de namorar? Creio que h coisas melhores para fazer no momento, para aproveitar essa fase maravilhos a, curtir os amigos, estudar e fazer esporte, exerccios.

Slvia, mame est com problemas, no arruma emprego e desconta em mim queixou-se Leona do. Por que voc no colabora um pouco? No motivos para ela se exaltar. Seja obediente e paciente. Voc mesmo reconhece que ela est com dificuldades disse Slvia

carinhosamente. No est fcil minha vida lamentou Jlio. Se quero brincar, j sou mo ; se quero sair noite, sou criana. Depois, no agento mais as gozaes, que ando esquis to, falo fino ou, s vezes, grosso. Isso passa, Jlio. E que sua voz est mudando de t om, isso comum. No ligue para as gozaes, ria e caoe voc tambm, no conseguindo abor , pararo de faz-las. Isso acontece porque voc est deixando de ser menino para ser um jovem. Os adultos deveriam entender melhor essa fase por que passam, porque ele s tambm j o fizeram. No d importncia a isso, no sofra por bobagens, tudo isso passa r pidinho. Tenho medo de me aproximar de uma garota, pela qual estou apaixonado. E la mais velha e nem me percebe. Tenho vontade de chorar, s que homem no chora lamentou Renato. Slvia sorriu e esclareceu:

Chorar prprio do ser humano, besteira dizer que homem no chora. Mas devemos ter m otivos, para chorar, seno ficamos muito chores e isso no d certo. Renato, nos apaixonamos muito durante a vida. Nesta idade o fazemos muitas vezes. E uma garo ta mais velha quase certo que no ir se interessar por voc. No se aborrea por isso, h tantas garotas lindas da sua idade. Ma s eu quero essa! Afirmou Renato. Acredito! Exclamou Slvia. Mas no ser por muito po. Mudamos muito de gosto, opinies, isso normal e na idade de vocs sadio.

Conversaram por mais alguns minutos e depois saram contentes. bom escutar algum ma is velho que a gente e que nos entenda suspirou Leonardo. S no gostei do que ela m e disse sobre minha paixo. Queria mesmo que Slvia aconselhasse o que fazer para co nquistla expressou Renato. Voc iria mesmo namor-la se ela quisesse? Perguntou Jli Claro que sim! Bem, no sei... Renato ficou em dvida. melhor voc, Renato, prestar m is ateno em Telminha, esta sim est interessada em voc falou Leonardo. muito novin Renato fez careta. Est vendo? Sua amada tambm pode pensar isso de voc opinou Jli E no passou muito tempo, Renato estava interessado em outra, tambm mais velha que ele. No que Slvia tinha razo? Certamente iria ter muitas paixes... Leonardo se esfor u para ficar mais organizado e tentou no enervar a me. Na escola deram opinies para Camila, tentando ajud-la. Por que voc no faz uma promessa para que sua me arrume em prego? Perguntou Roberta, uma colega de classe. Promessa?! Indagou Camila, espan tada. Sim. Voc pede uma graa em troca de fazer algo. Fique um ms sem lanchar se sua me arrumar emprego respondeu Roberta. Isso no chantagem? Perguntou Camila. Cla que no! Voc s est pedindo insistiu Roberta.

Camila sorriu e respondeu para as amigas tentando esclarecer: No, Roberta, prefir o orar, rogar e pedir a Deus, aos bons espritos que ajudem orientando para que ac ontea o melhor. No gosto quando me pedem para fazer algo para retribuir depois. Se eu no gosto, imagino que quem ajuda tambm no fica satisfeito. No gosto de troca de favores. O que ir importar a quem me ajudou se eu ficar ou no sem lanchar? A no ser que eu doe o dinheiro do lanche. Mas prefiro dar sem inteno,se fao porque quero, p orque gosto de ajudar. Cada um pensa de um modo. Eu alcano muitas coisas fazendo promessas falou Roberta. Acho que s vou lhe emprestar o caderno se voc ficar sem c omer o dia todo disse Camila. Por que isso? Est louca? Espantou-se Roberta. Brinc adeira! Empresto meu caderno a voc e no precisa fazer nada em troca. S um "obrigado est bom sorriu Camila. Entendi suspirou Roberta. Voc acha que promessa isso? . rece que tem razo. No sei como vocs conseguem ficar tranqilas creditando que espritos, almas de mortos, esto por perto e no tm medo. Eu tenho e ar repio s de falar comentou Mariana. No estamos perto uma da outra? Respondeu Camila Aqui h pessoas boas e ms e quando morrem continuam sendo boas ou ms. Pessoas bondo sas nos ajudam, seja aqui, como ns, no corpo fsico, ou sem ele. Voc, Mariana, ser um dia desencarnada, continuar vivendo sem o corpo material e no ir querer que os outros t enham medo de voc.

Quando morrer quero ir para o cu e ficar quieta por l, como tambm que todos que mor rem fiquem tambm expressou Mariana. Quere no poder respondeu Camila. Mas se voc r ir para um bom lugar quando seu corpo morrer, viva no bem para merecer. O assu nto terminou quando tocou o sinal, e entraram na classe. Me, gosto muito de Maria na, muito boa amiga, mas fantica por sua religio comentou Camila. No fale assim, nha filha, todas as religies que nos recomendam fazer o bem e evitar o mal so boas . No d para compreender, ela acredita em muitas coisas que nem mesmo entende... El a pode ter a mesma opinio de voc. No a critique e nem devem se desentender por isso . Religies nos mostram o caminho, mas somos ns que temos de caminhar. Se Deus perm

ite que haja muitas religies, os homens tambm devem aceitar, somos todos irmos, fil hos do mesmo Pai expressou Lcia. Ou me disse Camila. Lcia riu e concordou: Por q no? Deus Pai e Me. O importante fazermos o bem para sermos um dia bons. * Foi uma alegria, Lcia chegou eufrica.

Consegui um emprego! Vou ganhar at mais que no anterior e creio que vou gostar mu ito. A firma grande e o prdio muito bonito. Graas a Deus! Exclamou Rejane. No co mais o risco de perder o meu emprego, Que bom! Naquela noite fizeram uma orao em conjunto,

agradecendo a grande ajuda recebida. Lcia leu o Evangelho, captulo 28, "Preces em Geral. Ao de graas por um favor obtido". Todos ficaram contentes, e Camila telefono u para Mariana falando da boa novidade. Ma, mame arrumou emprego! Que bom! No prec isar fazer mais tanta economia. Se melhorou a para vocs, aqui em casa no est nada bom . Papai e mame esto brigando muito. Que chato! Exclamou Camila, sentida. Acho que vo acabar se separando. No queria isso! Dbora, minha irm, diz que entende, mas eu e Rafael estamos sofrendo. Ma, temos amigos de pais separados e esto todos bem. Mas eu os quero juntos. Camila no soube o que falar amiga. Quando desligou, comentou com a me. Minha filha, melhor voc anim-la. No tem muito o que dizer. Seria ideal q e ningum brigasse e que todos os casais se esforassem para viver em harmonia. Quan do um casal briga muito, a separao , s vezes, o melhor caminho, porque na verdade j e sto separados. No deve ser bom para ningum e todos sofrem por isso. Mas os filhos d evem querer o bem dos pais.

E, s vezes, ficar juntos s por ficar ou por causa dos filhos no a melhor soluo. Cami a ficou pensando sobre o assunto. Tambm no gostaria que os pais se separassem, mas seria capaz de entendlos e tudo fazer para no ser ou se tornar um problema para e les. E realmente o pai de Mariana saiu de casa, foi morar sozinho num apartament o, ela e os irmos ficaram com a me. Mariana chorou muito, vinha casa da amiga e se queixava. Camila conformando. Ainda bem que mame teve um aumento, e Dbora arrumou um emprego de meio perodo. Teremos que administrar bem o dinheiro, Papai d a penso , mas ele tem agora mais despesas. Queria arrumar um emprego, mas mame no quer, di z que por enquanto no precisa lamentou Mariana. Lcia chegou em casa triste. Hoje s oube que meus amigos, que trabalhavam comigo, Snia e Geraldo, ainda no arrumaram e mprego, e a filha est muito doente, necessita de remdios e alimentos especiais. A me de Snia veio morar com eles e alugaram o apartamento dela para ter mais uma ren da. Esto numa situao ruim, j gastaram todo o dinheiro da indenizao, no tinham muito fundo de garantia, usaram para comprar o apartamento. Lcia no gastara o dinheiro d a indenizao, por tentava consol-la, distra-la e ela foi se prudncia, temendo ficar mais tempo desempregada e que viessem a precisar. Estavam agora fazendo planos de trocar o carro por outro mais novo. O casal se olhou, e les se entendiam. Osmar falou: Acho que nosso carro est bom e sua troca ficar par a mais tarde.

Osmar... Posso ento? Indagou Lcia. Pode. Empreste o dinheiro para eles. E se eles no o devolverem? Perguntou Leonardo. Empreste, Lcia, e diga a eles para no se preoc uparem com o pagamento, e se no puderem faz-lo... Sorriu Osmar. Vocs so timos! Mar lhosos! Exclamou Camila. Ficaremos sem o carro novo... Resmungou Leonardo. Mas a judaremos uns amigos, isso nos dar melhores alegrias expressou o pai. E l se foi o casal, noite, visit-los. Lcia depois contou aos filhos que Snia chorou e eles prom eteram devolv-lo quando pudessem. O casal se empenhou para arrumar um emprego pel o menos para Geraldo, porque Helena, a filha doente, estava necessitando de muit os cuidados, ateno, e Snia queria estar ao lado dela. O mdico no dava muitas esperana

. Na reunio de pais, no sbado noite, Lcia e Osmar comentaram o problema dos amigos. Resolveram que a assistncia social do Centro, doaria cesta bsica para eles. A me d e Mar, Hermnia, que possua um comrcio de frutas e verduras, se comprometeu a mandar para eles, toda semana, seus produtos. Todos se empenharam para arrumar um empre go para Geraldo. E conseguiram. Csar, pai de Rodrigo, conseguiu com seu cunhado, que tinha uma construtora, um emprego para ele. Geraldo foi pessoalmente agradec er numa reunio e ficou, gostou, sentiu-se bem e pediu que a equipe que visita enf ermos fosse ver sua filha. Helena gostou, tinha vinte e trs anos, estava havia trs anos doente e ficava muito no leito.Pediu livros emprestados e passou a ler, e quando recebia a visita da equipe indagava aquilo que no tinha co nseguido entender. Ficou mais tranqila, no reclamava, e quando Lcia voltou para vis it-la, sentiu at que estava mais alegre. Meses depois desencarnou, Lcia e Osmar for am ao enterro e disseram que ela estava com expresso tranqila, mas muito magra, e que sofreu muito. No sbado seguinte, Snia e Geraldo foram agradecer o auxlio e diss eram que no precisavam mais de ajuda. E que embora no tivessem filhos para freqenta r a Evangelizao ou a Mocidade, eles gostariam de ir s reunies. E Snia chorando, conto u: Achei em cima da mesinha de cabeceira de Helena este livro com um bilhete den tro. "Mame e papai. Dona Solange, que me visita com a equipe do Centro, me deu de presente este livro. Gostei muito e at sonhei que tia Ceclia me mostrou o lugar e m que vou morar com ela. um local muito lindo, uma colnia espiritual. Tenho a cer teza de que no foi s sonho. Leiam este livro e me imaginem vivendo como a garota q ue o narra. Amo vocs, e este amor pode ser sentido mesmo sem a minha presena. Beij os, Helena." Snia mostrou o livro: Violetas na janela e esclareceu: Ceclia irm de G eraldo. Faleceu j faz algum tempo. Todos se emocionaram. Lcia contou para os filho s, e Lo expressou: bom desencarnar e saber o que iremos encontrar do lado de l. Eu quero ficar com meus avs. No gostaria que chorassem por mim ou que sentissem pena . Acho que ajudei a vov e tentaria auxiliar qualquer um de vocs que partisse para o outro plano.

Voc tem razo, filho disse Osmar. A falta fsica dolorosa, a saudade machuca, mas compreenso e aceitao tudo fica mais fcil. "Que conversa chata esta de morte pensou Camila. Mas todos ns morreremos e melhor acreditar que a

desencarnao no nos separa. Que consolo pensar que aqueles que amamos vivem em outro lugar e que nos reencontraremos um dia". Na volta de uma reunio do Centro Esprita , ao passar por um barzinho, viram Marcelo, sobrinho de Osmar de quatorze anos, bbado. Osmar parou o carro, desceu. Marcelo, o que est havendo? Oi, tio! Estou bem ! Que nada! Marcelo tomou todas! Disse um amigo dele, bbado tambm. Venha, entre no carro, levarei voc sua casa ordenou Osmar. No precisa! No vou! Resmungou o primo ai sim! Afirmou Osmar. -No quero que ele venha aqui atrs, pode vomitar. Que cheiro ruim! Reclamou Leonardo. Se ele vomitar em mim, bato nele! Disse Camila, com no jo. Lcia passou para trs e Osmar colocou Marcelo no banco da frente. O garoto pare cia ter concordado, depois no quis. O pai dos meninos colocou o cinto e ordenou: Quieto, Marcelo! Sente a, vou lev-lo sua casa. O garoto ficou resmungando baixinho . Osmar o levou at casa de seu irmo e narrou o acontecimento rapidamente.

Xi, ainda ficou o cheiro da bebida! Reclamou Camila. Por que ser que Marcelo bebe u assim? No sei respondeu Lcia. Lauro ficou nervoso, ir dar um banho nele e um caf orte. Certamente devero conversar com ele e faz-lo entender que a bebida alcolica m uito prejudicial nessa idade, e tambm em todas. Faz muito mal sade se embriagar. l i no jornal que pela bebida que acontecem muitas desavenas, brigas de vizinhos, n a famlia e at assassinatos falou Camila. verdade, filha orientou Osmar. A bebid ausa de grandes desentendimentos, um veneno para o indivduo que se embebeda sempr e. Sem falar nos acidentes que causa. J pensaram se algum bbado como Marcelo dirig isse um carro? Poderia ocorrer um acidente e colocaria em risco no s a vida dele, mas de muitos outros disse Leonardo. Camila, no outro dia, comentou com as amiga

s. Mas por que Marcelo bebeu tanto assim? Perguntou Mariana. No sei ... Respondeu Camila. Espero que no faa mais isso, acho-o to bonito! Suspirou Sara. Foi s por ra, exagerou por no saber quando parar defendeu Beatriz. s vezes se comea por farra e acaba s viciando. Tenho um vizinho que bebe muito, um horror, eu tenho medo de le. Ao v-lo chegar cambaleando, corro, entro em casa e fecho , a porta. L de casa escuto-o falar com aquela voz

mole e desagradvel. Isso quando no xinga, querendo bater em todo mundo. Na semana passada a me dele o internou num hospital, ir fazer um tratamento, e a mulher dele disse que no ir quer-lo se continuar a se embriagar falou Sara. A bebida desgraa a vida de muitas pessoas lamentou Mariana. O lcool faz muito mal e ruim, gosto de t omar refrigerantes comentou Camila. Passados uns dias, Leonardo telefonou para M arcelo. O que deu em voc para beber daquele jeito? Perguntou ele, curioso. Encont rei com amigos, eles foram embora e fiquei conversando com Fbio. Ele me convidou para ir com ele a um bar, fui, ele comprou uma bebida para ele e outra para mim. Fomos bebendo e fiquei como voc viu. E seus pais? A Mame at chorou, papai me coloc ou de castigo. Pior que no sbado tinha uma festa que queria ir queixou-se Marcelo . Primo, voc estava ridculo, v se no bebe mais. Se tivesse uma filmadora teria filma do, e voc iria se envergonhar. Da prxima vez vou film-lo. No haver prxima vez. Vomi tanto que nem posso pensar em bebida alcolica. Que enjo! Queixou-se Marcelo. V se no entra em conversa de certos amigos. Isso prova que voc no tem personalidade, faz o que os outros sugerem gozou Leonardo. Chega, Lo, j ouvi muito dos meus pais e a vs. Desculpe-me e tchau. Leonardo desligou. Leonardo comentou com os amigos.

Beber legal! Qualquer dia vou beber tambm disse Marcos. Ora, Marcos, ficar bbado tem nada de bonito! No faa isso! Expressou Jlio. Meu primo bebeu, brigou e apanhou muito. Minha tia precisou lev-lo ao hospital. Tomou injeo, tomou ponto na testa e no brao. Ele jura que nunca mais ir beber comentou Renato. Lembra do Dezinho do Pe nico? Ele bebeu e fez xixi na roupa e todos at hoje o chamam de Penico. Aquele de u vexame! Riu Jlio. Acho que somos muito novos para nos embedar opinou Renato. Be bida pode viciar e s faz estragos. No quero beber. No gosto. E no tenho vergonha de pedir refrigerante expressou Leonardo. Pensando bem, acho que tambm no vou beber s orriu Marcos. Vocs j perceberam que sempre sofremos presso? Ou voc novo para fazer sso ou velho para aquilo. Beber coisa de adulto, mais no deveria ser para idade n enhuma. Se numa festa um adulto bebe, tudo bem. Se ns bebermos somos crianas, rebe ldes, temos crise de aborrecncia. Tenho uma raiva quando falam que aborreo... quei xou-se Renato. Tente entender os adultos, voc ser logo um deles falou Leonardo. No quero! Eles complicam demais respondeu Renato. Por falar em complicao, a prova de portugus foi difcil, vocs no acham? Perguntou Jlio.

Mudaram o assunto para a prova. A bebida no nem para jovens nem para adultos. Pen se que o lcool prejudica muito no s a quem bebe, mas tambm sempre prejudica os que o cercam. Vicia, e dependente de lcool sofre e faz sofrer. E nossas aspiraes devem s er de sermos livres de vcios, sermos felizes e fazer os outros tambm. Com as finana s normalizadas, Camila e Leonardo voltaram s aulas de ingls. A mocinha o fez conte nte, gostava muito de estudar idiomas. Leonardo nem tanto, teria que deixar de a judar seu professor de jud, voltou a pagar a mensalidade e ficou s com sua aula. C amila abraou as colegas, s que iria ficar em outra classe por ter perdido o semest re. Viu Rogrio, este a cumprimentou. Observou: "Como pude estar apaixonada por el e? S podia ser coisa de criana. E at bonitinho, mas to sem graa". Ao encontrar com as amigas, Beatriz logo perguntou: E o Rogrio, voc o viu? Sim... e no achei mais nada de especial nele murmurou Camila. Voc se decepcionou, acho que fantasiou, como d iz mame. Criou um Rogrio na sua cabea, uma iluso falou Mariana. Acho que foi isso m smo. melhor! No quero namorar agora, acho que namoro atrapalha minha liberdade ex pressou Camila. Ora, Ca, voc no acha mais ele interessante, mas pode se interessar por Tiago. Ele lindo! Opinou Beatriz. Riram.

Na reunio da Mocidade, Camila comentou o fato ocorrido com seu primo sem falar de detalhes, preferiu dizer que garotos estavam se embriagando, e Neide aproveitou para esclarecer. Vcios nos deixam cativos, presos, condicionados a certos atos. Tantos se gabam de que bebem, fumam, entre outras coisas por serem livres. Est ce rto fazer o que quisermos, se pensarmos que temos nosso livre-arbtrio para escolh er. Realmente, podemos fazer tudo, mas nem tudo nos convm. Ao nos tornarmos depen dentes de algo, seja o que for, j no somos livres, estamos presos causa da dependnc ia. Quem bebe e no consegue parar um escravo da bebida, portanto, no livre. Partic ipei de uma reunio de dependentes do lcool e quase todos afirmaram que comearam e c ontinuaram a beber por influncia de amigos, colegas, companheiros de farras e bar es. Todos tambm

afirmaram terem sido fracos e covardes por no terem tido coragem de recusar o con vite, por no terem suportado a presso. Acredito, porm acho que muitos queriam, fcil dar desculpas para nossas fraquezas e colocar a culpa em outros. E vocs podem ter essas sesses, podem escutar: "V, no faz mal, no seja bobo, est com medo, criana" e ntas outras coisas que podem ser at ofensivas. Se no esto conscientes, firmes, s vez es acabam por fazer at o que no querem. Isso ruim. Deixar-se envolver pelas opinies alheias comprovar que no tem as prprias. E sabem por que eles estavam nessa insti tuio? Todos queriam ajuda para se livrar do vcio que os havia arruinado. tinham per dido tudo: emprego,sade e famlia. O lcool vicia como as drogas? Quis saber Samuel. O lcool vicia. Nem todos os que bebem se tornam dependentes, mas bom no arriscar. Quem comete um erro Muitos

grave por estar bbado considerado culpado? Perguntou Mar. Sim, . Embora na espirit alidade no exista regra geral, cada caso um caso. Mas o ato existe e as conseqncias tambm. Soube que um senhor bbado, ao dirigir um carro, atropelou quatro pessoas e duas delas vieram a desencarnar: uma criana, cujos pais ficaram desesperados, e um homem, pai de famlia, que tinha trs filhos pequenos. Quanto sofrimento causou e le por sua imprudncia ao dirigir embriagado! E quem bebe pode ainda provocar sua prpria morte, no ? Indagou Camila. Sim respondeu Neide, esclarecendo. Ao fazer u de algo que nos prejudica a sade, estamos abreviando nossa existncia encarnada, co mo tambm sofremos as consequncias dessa agresso ao nosso corpo. Adoece o fgado, estma go, so muitos os rgos prejudicados. Ter vcios muito ruim... Expressou Las. r ruim, por isso, meus jovens, no arrisquem nem na primeira vez. No se tornem escrav os, sejam livres, a vida bela e no precisam de nada disso falou Neide. Conheo um g aroto, falou Luiza ele tem agora uns quinze anos, mas j est se drogando h algum tem po. Seus familiares dizem que comeou bebendo cerveja, passou para a pinga. Ontem eu estava em frente minha casa, quando ele passou, parou e ficamos conversando. Perguntei a ele o porqu de fumar crack. Ele respondeu: "As outras drogas so mais c aras". "Voc no sabe que o crack uma das drogas mais nocivas e que mata?" Perguntei . "No me importo, acho que j estou meio morto." Ele sorriu. "No tem medo?" "No." Porm ele parou de rir e seus olhos se encheram de

lgrimas, abaixou a cabea. "No consigo parar..." A, minh me, vendo-nos, me chamou e or enou que eu entrasse. "Est vendo? Disse ele. Sou visto como um ser nocivo, acham que prejudico quem se aproxima de mim ou que vou oferecer drogas". "No vai?" Indag uei. "Bem, se voc quiser experimentar, eu posso arranjar. Mas d o dinheiro para co mprar uma para voc e outra para mim, porque estou aflito para fumar." No deixei ne m ele terminar, falei tchau e entrei. Fiquei com d e orei muito por ele. At que el e bonito. Bem, no daquele jeito que est, mas se tomar um bom banho, trocar de roup a, dar uma ajeitada nos cabelos, ficar lindo. Mame me pediu para no conversar mais com ele. Vou obedecer. Mas pensei: no ser discriminao? Neide respondeu, explicando: Se quisermos ajudar algum, temos que saber como fazer. A ajuda em certos casos fci l, em outros requer conhecimento do assunto. muito difcil ajudar quando o necessi tado no quer receber o auxlio. Voc, ao ver esse garoto, achou que ele necessitado d e um tratamento, para ele a necessidade outra, de usar a droga. No caso dele a a

juda tem de ser especializada. No h preconceito ou discriminao em evitar algo que po de prejudicar ou ser perigoso. Sabemos de tantos atos brbaros cometidos por impru dentes que se viciam. E vocs, que no sabem lidar com essas situaes, melhor no se env lverem enquanto o indivduo no quiser a ajuda para deixar de ser dependente. Assim mesmo, cautela, e no faam nada escondido de seus pais. melhor vocs, jovens, pensare m nisso, ver a parte ruim de um viciado, tanto em txico como no lcool, pensar para no entrar nessa de dependncia. Sempre se tem muito que falar sobre o assunto, vcio s. Neide finalizou:

H muitos grupos de apoio, associaes, clnicas especializadas em ajudar dependentes qu icos, e como estas instituies tem ajudado. A luta para desintoxicar de cada um e a ajuda se faz necessria. Evitem a bebida no porque so jovens, mas porque ela faz ma l, prejudica e pode torn-los dependentes. Prevenir melhor que vencer o vcio. A reu nio foi de muito proveito porque o assunto era do interesse de todos. Estavam con versando na casa de Camila, Marina, Raquel, Beatriz e Laurinha, que foram passar l a tarde de domingo. Minha prima est no maior sufoco falou Laurinha. Ela acha qu e est grvida. Tem dezesseis anos e o namorado dezessete. Mas no faz muito tempo que eles namoram. Que bobeira! Expressou Beatriz. Ela est com muito medo. No sabe o q ue faz. Com certeza ir abortar falou Laurinha. Que maldade! Matar um ser vivo com entou Camila. , mas no fcil ser me solteira e to jovem defendeu Laurinha. Ela saber disso quando foi transar com o namorado falou Mariana. Tambm acho um crime abortar e entendo a dificuldade de ter um filho to jovem. Por isso, no querendo p ara mim nem uma coisa nem outra, nada de sexo. Namoro s se for para ficar entre b eijinhos. E se o garoto insistir, tchauzinho. Como mame diz, melhor ficar s do que com um filho na barriga. Vocs sabem que minha av, a que mora conosco, ou melhor, ns que moramos com ela, teve uma linda histria de amor suspirou Raquel. Minha me f lha nica e cuida da

vov com todo carinho, tanto que meu irmo diz que ela ama mais minha av, sua me, do q ue a ns, os filhos. Mame ri e afirma amar a todos, mas pela me que devemos ter um a mor maior, porque foi ela que nos deu a oportunidade de estarmos aqui. Vov teve u ma vida diferente. Ela estava noiva, ia casar, ficou grvida e, num acidente, meu av morreu, deixando-a desesperada, pois o amava demais. Seus familiares queriam q ue ela abortasse, at arrumaram um mdico para fazer o aborto. Mas vov no quis, achava e ainda acha que o aborto um erro, preferiu assumir, mas no foi fcil. Foi discrim inada, muitos membros da famlia a tacharam de leviana. Teve de arrumar um emprego para se manter, foi a vergonha da famlia. Teve minha me e as duas sempre foram am igas, e parece que os laos de carinho se fortaleceram com as dificuldades. Minha av, me de meu pai, no queria que ele casasse com mame, por ela ser filha de me soltei ra. Vejam vocs como sofreram preconceito! Vov nunca mais amou outro homem, disse q ue muitas vezes foi abordada para uma aventura, por ser me solteira. No se envolve u com ningum e diz que ama meu av at hoje. Que amor lindo! E quando perguntam se el a se arrepende de ter tido minha me, vov diz que no e que continua sendo contra o a borto. Fala que minha me foi o presente que Deus deu a ela e que teria sido muito infeliz se tivesse recusado esse presente. L em casa somos contra o aborto, por isso mame nos alerta: se no querem filhos, no os faam, no transem. Sejam responsveis! Fala isso no s para mim, mas para meu irmo, porque se acontecer com ele, ter de assumir. Queria ter um amor como de sua av, eterno! exclamou Laurinha.

Eu tambm! S que quero encontrar daqui a alguns anos falou Camila. Por qu? Pergun Raquel. Tenho muitas coisas importantes para fazer antes de me apaixonar, no que ro namorar agora. respondeu a garota. As amigas foram embora, e Camila ficou pen sando prima de Laurinha. Devia ser bem difcil decidir ser me to jovem, assumir a cr iana, deixar de fazer muitas coisas. Como sair? Ir a festas? na Cuidar de nen to trabalhoso! Lembrou de uma prima de sua me, casou aos dezessete an

os, grvida, e o marido tinha dezoito anos. Vivem muito mal, brigam muito e j se se pararam muitas vezes, mas acabam voltando. Queixam-se os dois de que se privaram de muitas coisas: sonhos, estudos, passeios, etc. E o filhinho deles lindo! Sua me gosta de citar o exemplo dela para mostrar que tudo tem seu tempo certo. Mas o aborto um erro que sempre deixa seqelas, arrependimento, fica uma marca. E no c aso dela, sendo esprita, sabendo que o aborto impede um esprito de reencarnar, mai s grave. Eu no faria aborto, mas tambm no quero ter um filho agora. Ento, melhor n ransar, no arriscar murmurou O que voc tem, Camila? Est preocupada? Indagou sua m A prima de Laurinha acha que est grvida, e se estiver talvez aborte. Desde que fiq uei tomando conta, nas frias passadas, da Marcelinha, acho que criana d muito traba lho, no fcil ser me. Tambm no difcil! E prazeroso quando se ama. Camila, sabe q s contra o aborto. Se voc um dia ficar grvida, ter de assumir mesmo. bom que pense nisso antes de transar. Tudo tem o momento certo. Amei ter vocs, foi trabalhoso, mas me deu muit a alegria. Foi planejado, j

estvamos casados, queramos vocs e foi, , to bom t-los! Acho corajosas as pessoas quan o, por um deslize, engravidam e assumem filhos quando so jovens e solteiras, erra do abortar. E sempre que se assume, d-se um jeito. Talvez no seja a situao idealizad a, mas a que melhor convm. Lembre, Camila, tudo tem o momento certo. Leonardo ent rou na sala com um amigo, ficaram escutando. Flavinho era mais velho, morava perto e costumavam jogar juntos vdeo g ame. Comentou, entrando na conversa: Tem razo, tia Lcia. Eu no quero dar moleza e s er pai agora. Estou precisando de um pai e no de ser um. Riram. Flavinho era rfo de pai, morava com a me e a irm mais velha. Iria ser um transtorno para mim, no iria deixar deixar a garota numa enrascada feita a dois, assumir seria, talvez, adiar ou me privar dos meus sonhos de ser um grande engenheiro civil, como foi meu pa i. Sendo assim, melhor ter responsabilidade no namoro. Entendo que para a menina mais difcil, gravidez, parto, amamentao, mas o garoto deve assumir. Foram jogar. C amila pensou mais um pouco, desejou o melhor para a prima de Laurinha e suspirou aliviada por no estar na situao dela. Concordou com a me. "Para tudo dar certo nece ssrio prudncia, esperar o momento adequado." Sorriu alegre. Reuniram-se para um tr abalho na casa de Camila, acabaram e ficaram conversando. Queria ser linda, ser artista de televiso! exclamou Raquel. Eu queria ter roupas caras e bonitas, estar sempre bem vestida. Chamar a ateno! ex pressou Mariana. Eu queria ter um iate, viajar pelo mundo com meu namorado, que teria de ser lindo, gentil, maravilhoso... Suspirou Camila. Quero casar e ter fi lhos, um casal, mas umas crianas bem educadas e boazinhas disse Roberta. Como voc? Indagou Mariana. Um pouquinho melhores respondeu Roberta rindo. E ficaram falan do de seus sonhos. Lcia entrava no emprego bem cedo, s sete horas, tinha uma hora para o almoo, fazia as refeies na firma e voltava para casa s dezessete horas. CHEGO U e cumprimentou as garotas sorrindo. Tia Lcia, estamos falando dos nossos sonhos , planos para o futuro. No acha que tenho jeito para aeromoa? Falou Mariana, rindo . Tem respondeu Lcia. Sem dvida, ser uma bela comissria de bordo. Vamos ser de mas muito importantes falou Camila, alegre. Espero que tambm tenham planejado se rem pessoas boas, honestas, trabalhadeiras, teis disse sorrindo Lcia. As garotas s e olharam. No, no pensamos respondeu Mariana com sinceridade. Estamos s sonhando. Tia, acha errado sonhar? No, bom sonhar, desde qu e os sonhos no interfiram na nossa vida. Mas bom incluir nos nossos sonhos fazer o bem para outros e para ns mesmo. Estudando, aprendendo, ajudando no que for pos svel, estaremos fazendo o bem a ns mesmos. Vou fazer pipoca para vocs. Nisso Leonardo chegou com uns amigos, tinham ido jogar futebol num clube perto,

o treino acabou mais cedo. Enturmaramse. Sabe, Lo disse Camila -, estou pensando em ser comissria de bordo. O que voc acha? Muito bom! Mas voc vai precisar falar ou tras lnguas. Pensando bem, talvez seja uma boa idia eu ser piloto de avies responde u o irmo. Eu quero trabalhar num navio bem grande, viajar pelo mundo pelo mar dis se Pedro. Que gosto! No acho boa idia. Mas por que no entra na Marinha? Indagou Rob erta. No quero ser soldado, marinheiro. No sei ainda como, mas quero trabalhar num navio respondeu Pedro. Acho que a gente quer ser, mas no sabe como. Isso sonhar sem colocar os ps no cho. Ao querer algo tem que haver metas para conseguir falou Camila. Eu prefiro casar com uma moa linda e rica expressou Mateus. Que horror! V ai ser sustentado por mulher! Gozou Leonardo. Claro que no! Vou trabalhar, tomar conta dela e do dinheiro! Riram. Kel, Voc deveria ser modelo! sim, voc alta, loira , olhos azuis, tem tipo. J pensou a gente ler nas revistas: "Raquel, a grande mod elo? Falou Pedro. No que Pedro tem razo! Opinou Roberta. Voc, Kel, tem jeito. ue seu nome artstico deveria ser Kel, melhor que Raquel.

Mas para isso voc tem de emagrecer falou Mariana. E muito, tornar-se magrela diss e Camila. Vocs tm razo, Kel tem tipo, altura, s falta ficar magra concluiu Mateus. omendo pipoca e tomando refrigerante, conversaram, riram, tudo servia para que d essem risadas. Pedro, sua me veio busc-lo avisou Lcia. Se tivesse dezoito anos, iri a dirigindo queixou-se Pedro. S que no teria carro! Comentou Leonardo. Um por um f oram embora. Lcia gostava que se reunissem em sua casa, faziam baguna, mas era mui to bom ouvi-los, alegravam o ambiente. Tia pediu Mariana -, deixa a Camila ir co migo l em casa? Quero mostrar a ela o vestido novo que papai me deu. Mame vem me b uscar e depois voc a busca. Est bem, vou apanh-la na sua casa, s oito. As duas chega ram casa de Mariana. Dbora estava sentada no sof com aspecto cansado, disse soment e um oi. O irmo, Rafael, estava de castigo por ter agredido um colega na escola. Venha c, vamos para o meu quarto. Aqui est o vestido. Mariana ficou triste, a aleg ria de antes desaparecer. Ma, no fique aborrecida... sempre assim, Ca, mame est se pre preocupada e triste, s vezes desconta na gente seu mau humor. Dbora s reclama, est sempre cansada, e Rafael est desobediente, rebelde e briguento. Fico muito no quarto e eles dizem que estou em crise de aborrecncia. Mame me pediu para entend-la e ajud-la. -Ma, faa isso, ajude-os. Tenha mais pacincia com Rafael e evite discuti r com Dbora. Entenda que no est sendo fcil para sua irm estudar e trabalhar, natural que esteja cansada.

Ajude-a arrumando sua cama, suas roupas. D carinho e ateno ao Rafael, deve estar se ntindo falta de seu pai, mais novo, talvez se voc conversasse mais com ele o ajud asse. E eu? Perguntou Mariana. Se voc der, receber. Ma, voc to boa e compreensi m as amigas, tente ser assim com os seus familiares. Auxilie sua me, ela trabalha muito. No espere que ela mande, faa. Voc receber em troca um lar mais harmonioso se colaborar para isso. Ser, Ca? Com certeza! Sua me, aps lhe buscar, foi lavar roupa . Vamos ajud-la lavando a loua. Conversando, num instante deixaremos tudo em ordem . Logo as duas deixaram a cozinha limpa. Que bom, Mariana arrumou tudo! Disse a me da menina, Marlia. A senhora est cansada? Indagou Mariana. Se estou! Meu chefe st sempre de mau humor. Fica de bom humor que anula o mau humor dele disse Camila . Marlia a olhou, pensou e respondeu: Talvez voc tenha razo, creio que esteja mais malhumorada do que ele. Camila despediu-se e Mariana a agradeceu. Obrigada, Ca, vou me esforar para ajudar todos aqui em casa. Camila, no caminho, comentou com s ua me. Isso, filha, me orgulho de voc! Incentive sempre Mariana, esto passando por uma fase difcil, mas tudo se encaixar. Sempre que lhe for possvel ajude com bons co nselhos suas amigas. E nos harmonizando em casa que conseguiremos melhorar o mundo. Rira m... Raquel foi emagrecendo. As amigas comentaram.

Kel, voc no lancha mais? Indagou Mariana. Estou de regime respondeu a garota. P qu? J est to magra! Ser que quer mesmo ser modelo? Perguntou Camila. Estou pensan .. Perto de casa tem um agente e estou a fim de procur-lo, mas no ps s ir gorda. Kel , ser isso mesmo que quer? Seus pais sabem? Quis saber Camila. Iro saber respondeu Raquel. Modelo uma profisso muito bonita, mas de muito sacrifcio, tem de trabalha r muito. Precisa ter vocao mesmo. Mas cuidado com regime, voc pode adoecer falou Ca mila. Modelos so magrssimas respondeu Raquel. -Muitas so magras mesmo, outras fazem regime, comem de tudo, mas balanceado. Li isso numa revista comentou Sara. Boba gem, s parar de comer que a gente emagrece falou Raquel. Voc j no est muito magr dagou Camila. Claro que no! Respondeu a garota. Em casa, Lcia conversou com Camila . Filha, hoje Nancy, a me de Raquel, me telefonou. Disse que est preocupada com el a porque est fazendo regime, ou melhor, parou de comer. Ela quer ser modelo falou Camila e se arrependeu, no queria entregar a amiga. Por favor, mame, no conte para tia Nancy, Kel ficar aborrecida comigo e com razo. Camil a, tambm fiquei preocupada com sua amiga. Fazer regime nessa idade deve ser somen te evitar excessos, gorduras e diminuir doces, fazer exerccios, e no parar de come r. preocupante, existe uma doena, anorexia nervosa, em que a pessoa acha-se gorda , para de se alimentar. perigoso, j morreram pessoas jovens por isso. -Tem tambm a quela que a princesa teve, em que a pessoa come e vomita lembrou Camila. Bulimia . tambm preocupante. necessrio

tratamento e o apoio de todos. No estou dizendo que Raquel esteja doente, mas pod e ficar se continuar assim. Vamos ajud-la? Falarei a Nancy da deciso de Raquel ser modelo, pedirei para que no diga que foi voc. Telefone para suas colegas e juntas digam a Raquel para parar com esse perigoso regime. Camila, como gostava de tel efonar, foi rpida. Ro, voc no acha que a Kel est muito magra? Poder ficar doente. Ac a? Vamos ajud-la... Sara, Kel est